EXCELENTÍSSIMO SR.

JUÍZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA

DE MACAÉ-RJ

Gerson, brasileiro, solteiro, médico, portador da cédula de identidade de nº xxx, expedida

por xxx, inscrito no CPF de nº xxx, residente e domiciliado na Rua xxx, Vitória-ES,
endereço eletrônico xxx, representado por seu advogado Dr. xxx, OAB nº xxx, para fins do
artigo 77, V, do CPC, vem a este juízo propor a presente AÇÃO PAULIANA em face de
Bernardo, brasileiro, viúvo, profissão xxx, portador da cédula de identidade de nº xxx,
expedida por xxx, inscrito no CPF de nº xxx, residente e domiciliado na Rua xxx,
Salvador-BA, endereço eletrônico xxx e Janaina, menor impúbere, representada por sua
genitora, residente à Comarca de Macé/RJ, segundo os fundamentos fáticos e jurídicos a
seguir exposto.

1. DO LITISCONSÓRCIO PASSIVO NECESSÁRIO

Conforme preceitua o Art. 114 do Código de Processo Civil de 2015:

Art. 114. O litisconsórcio será necessário por disposição

de lei ou quando, pela natureza da relação jurídica
controvertida, a eficácia da sentença depender da citação
de todos que devam ser litisconsortes.

Desta forma, tendo uma relação jurídica controvertida a citação de todos os envolvidos na
demanda é indispensável para a eficácia do feito, tornando-se necessário que os
requeridos figurem no polo passivo desta presente demanda.

2. DOS FATOS

O autor da presente demanda é credor do Sr. Bernardo até a presente data, no valor de
R$ 80.000,00, conforme nota promissória já vencida desde a data de 10/10/2016.
Mesmo inadimplente com o negócio firmado com o autor e após o vencimento da dívida, o
requerido fez uma doação para sua filha Janaina, de seus imóveis localizados em
Aracruz-ES e Linhares-ES, correspondentes ao valor de R$ 300.000,00, conforme
Certidão de Ônus Reais.
Salienta-se que o réu gravou os imóveis com cláusula de usufruto vitalício em seu favor,
além da cláusula de incomunicabilidade.
3. DO DIREITO

De acordo com entendimento do ordenamento jurídico brasileiro, se ocorrer o negócio

jurídico que de alguma forma prejudica e ou lesa os direitos do credor de boa-fé, poderá o
negócio ser anulado. É o que se lê no Art. 158 do Código Civil de 2002:

Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou

remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente,
ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore,
poderão ser anulados pelos credores quirografários, como
lesivos dos seus direitos.

Conforme os fatos narrados, mesmo o requerido inadimplente com o negócio jurídico

firmado com o credor, simulou contrato de doação dos bens imóveis com a sua filha, após
a data de vencimento da nota promissória.

Nos termos do Código Civil Brasileiro, o artigo 171, inciso II, traz a possibilidade de
anulação do negócio jurídico em casos de fraude contra credores que se verifica na
presente demanda:

Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na

lei, é anulável o negócio jurídico:

I – por incapacidade relativa do agente;

II – por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de

perigo, lesão ou fraude contra credores.

Se faz necessário a revogação do negócio jurídico aqui exposto, tendo em vista se tratar
de uma fraude causada pelo requerido ao requerente e onde a presente Ação Pauliana é
o meio eficaz e propício para tal feito.

4. DA OPÇÃO PELA REALIZAÇÃO DE AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU

DE MEDIAÇÃO

A parte autora, em razão do disposto no artigo 319, inciso VII do CPC, opta pela
realização de audiência de conciliação ou mediação.
5. DO PEDIDO

Diante do exposto, a parte autora requer a esse juízo:

a) a designação de audiência de conciliação ou mediação tendo em vista o

interesse da parte autora para a solução da presente demanda de acordo com o artigo
319, inciso VII do CPC.
b) citação do requerido para contestar os termos da presente ação;
c) a intervenção do Ministério Público por envolver a participação de menor
impúbere;
d) julgar procedente a presente demanda, determinando a anulação do negócio
jurídico realizado;
e) condenar o requerido ao pagamento de custas e demais despesas processuais,
bem como honorários advocatícios.

Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos

artigos 369 e seguintes do CPC, em especial a prova documental, a prova pericial, a
testemunhal e o depoimento pessoal do Réu.

Dá-se à causa o valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais)

Nesses termos
Pede deferimento.

Local xxx, data xxx de xxx de xxx.

Advogado xxx
OAB nº xxx