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TUTELA PROVISÓRIA

As tutelas provisórias são medidas judiciais que visam garantir a efetividade do processo e a
proteção dos direitos das partes envolvidas em uma demanda judicial. Elas podem ser
concedidas tanto no início do processo, antes do julgamento do mérito, como durante o seu
curso.
Existem duas espécies de tutelas provisórias: a tutela de urgência e a tutela da evidência. A
tutela de urgência tem por objetivo assegurar a proteção imediata dos direitos do
requerente, em casos de perigo de dano irreparável ou de difícil reparação. Já a tutela da
evidência é concedida quando há elementos que evidenciam a probabilidade do direito
alegado pela parte.
As tutelas provisórias podem ser concedidas de forma liminar, ou seja, sem a oitiva prévia
da parte contrária, desde que presentes os requisitos legais. Para a concessão da tutela de
urgência, é necessário que haja fundado receio de dano ou de risco ao resultado útil do
processo e que fique comprovada a probabilidade do direito alegado. Para a concessão da
tutela da evidência, é necessário que haja elementos que evidenciem a probabilidade do
direito alegado e que o requerente comprove a existência de perigo de dano ou risco ao
resultado útil do processo.
As tutelas provisórias têm caráter provisório e podem ser revogadas ou modificadas a
qualquer tempo, desde que haja mudança nas circunstâncias que as justificaram. Além
disso, a concessão de tutelas provisórias não significa que a parte que a obteve tenha obtido
uma decisão definitiva favorável ao seu pleito, devendo aguardar a decisão final do
processo.
PETIÇÃO INICIAL
A petição inicial é o primeiro ato processual que dá início a uma ação judicial. Ela deve ser
elaborada de forma clara e objetiva, apresentando os fatos e fundamentos jurídicos que
justificam o pedido da parte autora.
A petição inicial deve conter as seguintes informações:

• Qualificação completa das partes (nome, endereço, profissão, estado civil, etc.);
• Exposição dos fatos que fundamentam o pedido, com clareza e objetividade;
• Fundamentação jurídica do pedido, com a indicação das leis e doutrinas aplicáveis;
• Pedido de forma expressa e clara, com a indicação do valor da causa (quando
houver).

Além disso, é importante que a petição inicial seja acompanhada de documentos que
comprovem os fatos alegados pela parte autora, tais como contratos, notas fiscais, laudos,
entre outros.
Após a apresentação da petição inicial, o juiz analisará se ela está em conformidade com as
exigências legais e, caso esteja, determinará a citação do réu para que apresente sua defesa.
Em resumo, a petição inicial é o primeiro ato processual que dá início a uma ação judicial e
deve ser elaborada de forma clara e objetiva, apresentando os fatos e fundamentos
jurídicos que justificam o pedido da parte autora, acompanhada de documentos que
comprovem os fatos alegados. O juiz analisará a petição inicial e, caso esteja em
conformidade, determinará a citação do réu para apresentação da defesa.
DOS ARTIGOS 319 A 331
Os artigos 319 a 331 do Código de Processo Civil tratam das disposições relativas à petição
inicial e à resposta do réu, que são peças fundamentais em um processo judicial.
O artigo 319 estabelece os requisitos obrigatórios da petição inicial, que deve conter a
indicação do juízo competente, a qualificação completa das partes, a exposição dos fatos e
fundamentos jurídicos do pedido, o pedido com suas especificações, o valor da causa e o
requerimento de provas.
O artigo 320 prevê a possibilidade de emenda da petição inicial, ou seja, a parte autora
poderá corrigir falhas ou omissões em sua petição inicial no prazo de 15 dias após a citação.
Os artigos 321 e 322 tratam da distribuição do processo e da citação do réu. A distribuição é
o ato pelo qual o processo é distribuído ao juízo competente, e a citação é a convocação do
réu para participar do processo e apresentar sua defesa.
Os artigos 323 a 329 estabelecem as formas de citação do réu, que podem ser feitas por
correio, oficial de justiça ou edital, conforme as circunstâncias do caso.
O artigo 330 prevê a possibilidade de o juiz julgar liminarmente o processo, quando não
houver necessidade de produção de provas, extinguindo o processo sem julgamento de
mérito.
Já o artigo 331 estabelece que, caso não seja possível julgar liminarmente o processo, o réu
deverá apresentar sua resposta em 15 dias, podendo alegar preliminares e contestar o
mérito da demanda.
Em resumo, os artigos 319 a 331 do Código de Processo Civil estabelecem as regras
fundamentais para a elaboração da petição inicial, a distribuição e citação do réu, as formas
de citação, a possibilidade de julgamento liminar, e a apresentação da resposta pelo réu,
garantindo o contraditório e a ampla defesa das partes envolvidas no processo judicial.
DO ARTIGO 332
O artigo 332 do Código de Processo Civil trata da improcedência liminar do pedido, que é a
possibilidade de o juiz, sem a necessidade de produção de provas, julgar improcedente o
pedido apresentado na petição inicial.

Para que isso ocorra, é necessário que os fatos narrados na petição inicial não sejam
suficientes para embasar a pretensão da parte autora, ou que o direito alegado pela parte
autora não seja reconhecido pela lei ou pela jurisprudência.
Assim, se o juiz entender que não há necessidade de produção de provas para decidir o
mérito da demanda, ele poderá julgar o processo improcedente liminarmente, sem a
necessidade de aguardar a apresentação da defesa do réu ou a produção de provas.

A improcedência liminar do pedido está prevista no artigo 332 do Código de Processo Civil,
mas é importante ressaltar que ela deve ser utilizada com cautela pelo juiz, já que pode
implicar na negação da oportunidade de defesa do réu e afetar o princípio do contraditório
e da ampla defesa.

Por sua vez, a improcedência da demanda é a decisão judicial que julga o pedido formulado
na petição inicial como não procedente, ou seja, que não atende aos requisitos legais ou
que não encontra respaldo na legislação ou jurisprudência.
Caso a demanda seja julgada improcedente, o processo é extinto sem resolução do mérito,
e a parte autora poderá recorrer da decisão para as instâncias superiores. Já o réu é
considerado vencedor da demanda e não precisará arcar com as consequências do pedido
formulado pelo autor.
DO ARTIGO 334
O artigo 334 do Código de Processo Civil trata da audiência de conciliação ou mediação, que
é uma etapa obrigatória em alguns tipos de processos, conforme previsto na legislação.
A audiência de conciliação ou mediação tem como objetivo promover a resolução
consensual do conflito, por meio da negociação entre as partes, com a presença de um
conciliador ou mediador, que tem a função de facilitar a comunicação e a negociação entre
as partes.
Essa audiência deve ser designada pelo juiz, após a citação do réu, em processos que
envolvam direitos disponíveis, ou seja, aqueles que podem ser objeto de acordo entre as
partes. Em caso de descumprimento injustificado da obrigação de comparecer à audiência,
o réu poderá ser penalizado com multa.
É importante destacar que a audiência de conciliação ou mediação não é obrigatória em
todos os tipos de processos, sendo facultativa em alguns casos, como nos processos que
envolvam direitos indisponíveis, nos processos de execução e nos processos que já tiverem
sido objeto de acordo entre as partes.
Em resumo, o artigo 334 do Código de Processo Civil estabelece a obrigatoriedade da
realização da audiência de conciliação ou mediação em alguns tipos de processos, visando à
solução consensual do conflito entre as partes envolvidas, antes de prosseguir com o
julgamento do mérito da demanda.

DO 335 AO 342
Os artigos 335 a 342 do Código de Processo Civil tratam das respostas do réu à petição
inicial, ou seja, dos meios que o réu tem para apresentar sua defesa e impugnar os
argumentos e pedidos apresentados pela parte autora.
O artigo 335 estabelece que, após ser citado, o réu terá o prazo de 15 dias para apresentar
sua resposta, que pode ser uma contestação, uma reconvenção, uma exceção ou uma
objeção de incompetência.

A contestação, prevista no artigo 336, é a resposta mais comum e consiste na impugnação


aos fatos e aos fundamentos jurídicos apresentados pela parte autora. A contestação deve
apresentar argumentos e provas que justifiquem a posição do réu em relação aos pedidos
formulados pelo autor.

A reconvenção, prevista no artigo 343, é uma ação proposta pelo réu em face do autor,
alegando que este também é responsável por determinado fato que deu origem ao
processo. A reconvenção deve ser proposta na mesma petição em que o réu apresenta sua
defesa.

Já as exceções, previstas nos artigos 337 e 338, são meios de defesa processual que
questionam a validade ou a regularidade do processo, como a exceção de incompetência, a
exceção de impedimento ou a exceção de suspeição.
Por fim, a objeção de incompetência, prevista no artigo 339, é uma defesa processual que
pode ser apresentada pelo réu caso entenda que o juízo não é competente para julgar o
caso.
Em resumo, os artigos 335 a 342 do Código de Processo Civil estabelecem os meios de
defesa que o réu tem à sua disposição para impugnar a petição inicial apresentada pela
parte autora, seja por meio da contestação, da reconvenção, das exceções ou da objeção de
incompetência.
DO ARTIGO 343
O artigo 343 do Código de Processo Civil trata da reconvenção, que é uma ação proposta
pelo réu contra o autor no mesmo processo em que apresenta sua defesa (contestação).

A reconvenção é utilizada quando o réu alega que também é titular de um direito em


relação ao objeto da demanda, e que esse direito não foi reconhecido na petição inicial.
Dessa forma, o réu pode formular um pedido em seu favor, que será analisado juntamente
com o pedido da parte autora.

O prazo para apresentação da reconvenção é de 15 dias, contados a partir da data da


citação do réu. É importante destacar que a reconvenção não é obrigatória, sendo
facultativa ao réu o seu uso, desde que sejam observados os requisitos legais para sua
apresentação.
A reconvenção deve obedecer aos mesmos requisitos da petição inicial, contendo a
indicação do juízo, o nome das partes, a causa de pedir e o pedido. Além disso, deve ser
apresentada no mesmo processo em que foi proposta a demanda principal.
Em resumo, o artigo 343 do Código de Processo Civil estabelece as regras para a
apresentação da reconvenção, que é uma ação proposta pelo réu contra o autor no mesmo
processo em que apresenta sua defesa, visando à defesa de um direito próprio que não foi
reconhecido na petição inicial.
DO ARTIGO 344 A 346

Os artigos 344 a 346 do Código de Processo Civil tratam da resposta do réu à reconvenção
apresentada pelo autor.
O artigo 344 estabelece que, se o réu apresentar uma reconvenção, o autor será citado para
apresentar sua resposta no prazo de 15 dias. O autor poderá apresentar contestação à
reconvenção, bem como arguir as mesmas exceções que o réu apresentou em sua
contestação.
O artigo 345 dispõe que, se o autor não apresentar contestação à reconvenção, considerar-
se-ão verdadeiros os fatos alegados pelo réu na reconvenção. Nesse caso, o juiz decidirá a
demanda principal e a reconvenção em conjunto.
Por outro lado, o artigo 346 estabelece que, se o autor apresentar contestação à
reconvenção, o réu será citado para apresentar sua réplica, no prazo de 10 dias. Na réplica,
o réu poderá impugnar os argumentos apresentados pelo autor na contestação à
reconvenção, bem como apresentar novos argumentos que justifiquem sua posição.

Em resumo, os artigos 344 a 346 do Código de Processo Civil estabelecem as regras para a
resposta do autor à reconvenção apresentada pelo réu, bem como para a réplica do réu à
contestação à reconvenção. É importante observar que a reconvenção é uma ação proposta
pelo réu contra o autor, no mesmo processo em que apresenta sua defesa, visando à defesa
de um direito próprio que não foi reconhecido na petição inicial.
REVELIA
Revelia é uma situação processual em que a parte demandada, devidamente citada para
responder ao processo, não apresenta sua defesa no prazo legal. A revelia pode ocorrer em
qualquer tipo de ação judicial e pode levar a consequências graves para a parte revel.
No processo civil brasileiro, a revelia é regulamentada pelos artigos 344 a 345 do Código de
Processo Civil. De acordo com esses dispositivos legais, se a parte demandada não
apresentar contestação no prazo legal, considerar-se-ão verdadeiros os fatos alegados na
petição inicial pelo autor. Isso significa que o juiz poderá proferir uma decisão favorável ao
autor, sem levar em consideração a posição da parte revel.
Além disso, a revelia pode levar a outras consequências, como a aplicação de multa e a
possibilidade de o juiz determinar que a parte revel seja considerada confessa quanto à
matéria de fato alegada pelo autor. Isso significa que a parte revel não poderá contestar a
versão apresentada pelo autor em relação aos fatos.
No entanto, a revelia não implica em confissão quanto à matéria de direito, ou seja, a parte
revel ainda pode discutir questões de ordem jurídica, como a aplicação de leis e o
entendimento de jurisprudência.
Em resumo, a revelia é uma situação processual em que a parte demandada não apresenta
sua defesa no prazo legal, o que pode levar a consequências graves para essa parte, como a
consideração de fatos alegados pelo autor como verdadeiros e a aplicação de multas. É
importante que a parte demandada fique atenta aos prazos processuais para evitar a
revelia.

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