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Processo n° XXXXXXXX
RECURSO DE APELAÇÃO
Termos em que,
Pede deferimento.
ADVOGADA
OAB/PA XXXX
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL
DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
Processo n° XXXXXXXXX
Origem: ____ª Vara Criminal da Comarca de Óbidos/PA
Ação Criminal
Apelantes: Eurinásio da Silva Arruda e Ferreirinha da Silva Sousa
Apelado: Justiça Pública
RAZÕES DE APELAÇÃO
1. DA ADMISSIBILDIADE E TEMPESTIVIDADE
2. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
1
BRASIL. Decreto-Lei n°3.689/1941. Código de Processo Penal. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm
Constituição Federal de 1988 em que “o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita
aos que comprovarem insuficiência de recursos”2.
3. DOS FATOS
2
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
4. DO DIREITO
A. Da Incompetência do Juízo
Como fora supracitado, os atos criminosos com suposta autoria dos Apelantes,
ocorreram no terminal hidroviário do município de Santarém/PA, cabendo à esta comarca o
julgamento dos crimes efetivados, tendo em vista que na cidade de Óbidos/PA ocorrera apenas
a captura dos acusados.
Nesse âmbito, corrobora o Código de Processo Penal, em seu artigo 70, onde “a
competência será, de regra, determinada pelo lugar que se consumar a infração, ou, no caso de
tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução”3. Assim, requer desde já o
reconhecimento da incompetência do juízo da comarca de Óbidos/PA.
À vista do arguido nos fatos, verifica-se a ilicitude do colhimento das confissões, tendo
em vista que os acusados foram forçados a admitirem um crime cujo não pertenciam à sua
autoria. Ademais, sabe-se que tal ocorrido viola os princípios constitucionais dos réus, uma vez
que, a Constituição da República Federativa do Brasil assegura em seu artigo 5º, inciso LXIII,
que “o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe
assegurada a assistência da família e de advogado”4.
Em virtude disso, pleiteia-se desde já a total desconsideração das confissões colhidas,
pois, estas se tratam de provas ilícitas, por infringirem as determinações legais ao serem
realizadas mediante coação por parte das autoridades policiais.
3
BRASIL. Decreto-Lei n°3.689/1941. Código de Processo Penal. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm
4
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
de 19945, o qual prevê como direito inerente ao advogado a comunicação particular com seus
clientes, ainda que na ausência de procuração formal, quando estes se encontrarem detidos,
presos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou militares, mesmo quando, se tratando de
locais considerados incomunicáveis.
Nesse contexto, preconiza o artigo 21 do Código de Processo Penal que “a
incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e somente será
permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir”6, fato
que não se verificou no caso em tela, caracterizando a ofensa aos direitos dos Apelantes, bem
como os do advogado, que encontrou-se reprimido ao tentar exercer corretamente seu ofício.
Além disso, sabe-se que advogado constituído pelos Apelantes, não conseguiu
permissão para acessar os arquivos referentes ao inquérito policial, encontrando-se prejudicado
ao tentar constituir a defesa dos mesmos. Ainda, verifica-se que o Estatuto da Advocacia
estabelece também em seu artigo 7°, inciso XIV7, que é direito do advogado examinar os autos
de flagrante, investigações, e processos, ainda que na ausência de procuração.
Outrossim, nota-se que as acusações feitas pelo Ministério Público, baseiam-se apenas
nas informações adquiridas por meio do Inquérito Policial, deixando com que o advogado não
consiga informações suficientes para a elaboração da defesa. Ademais, sabe-se que não houve
material probatório recolhido, e as confissões utilizadas como instrumento da acusação, não
merecem relevância pois ocorreram em razão de coação policial. Com isso, verifica-se:
5
BRASIL. Lei n° 8.906/1994. Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8906.htm
6
BRASIL. Decreto-Lei n°3.689/1941. Código de Processo Penal. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm
7
BRASIL. Lei n° 8.906/1994. Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8906.htm
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(Publicação – Dje nº 26/2009, p. 1, em 9/2/2009)
Assim, considerando a ilegalidade dos atos efetivados durante o inquérito e o processo,
tendo em vista que o patrono constituído pelos Apelantes foi privado de seus direitos como
advogado, requer desde já o reconhecimento e provimento da presente peça apelatória.
5. DOS PEDIDOS
ADVOGADA
OAB/PA XXXX