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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO GRANDE DO SUL.

Eg. Tribunal de Justiça,

Colenda Câmara,

ANNALISE, brasileira, solteira, advogada, inscrita no CPF n.


000.111.222-33, residente na Rua XXX, n. 0101, na cidade de xx, vem, à
presença de Vossas Excelências, por seu advogado, impetrar o presente:

MANDADO DE SEGURANÇA

com fundamento no art. 5º LXIX, da CR/88 e art. 1º da Lei 12.016/09, contra


ato do Delegado de Polícia da Comarca de Filadel, Rio grande do sul, ora
apontada como Autoridade Coatora, a qual negou vista dos autos do inquérito
policial nº 042290-091. Ao seu defensor constituído, no qual consta como
investigado, apesar do constante na súmula vinculante n. 14 do STF.

1. DOS FATOS

Após o informado pela impetrante ao seu advogado de que a mesma


estaria sendo investigada em inquérito policial por conta do delito de incêndio,
seu procurador procedeu então com a realização de requerimento para que
fosse dado acesso aos autos do inquérito policial de nº 042290-091, porém
algum tempo depois foi informado de que o acesso teria sido negado pelo
Delegado de Polícia responsável pela delegacia de policia de Filadel, no
estado do Rio Grande do Sul.

Porém, esta decisão contraria diretamente a Súmula Vinculante n. 14 do


STF, que determina ser direito do defensor do investigado ter acesso a todas
as provas documentadas em procedimento investigatório, seja ele sigiloso ou
não.
Assim, a decisão é manifestadamente ilegal, e fere o direito líquido e
certo do Impetrante de ter vista dos autos do procedimento cautelar, onde
este figura como investigado.

2. DO DIREITO

Conforme dispo súmula vinculante n. 14 do STF, é direito do defensor,


no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que,
já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com
competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de
defesa. Como podemos observar, o STF, em sua súmula, garante ao
defensor direito AMPLO de acesso a tudo que já se encontra documentado
em investigação realizada contra seu cliente.
No caso em questão, o Impetrante se encontra sob investigação nos
autos do inquérito policial de nº 042290-091. Porém, a autoridade do
Delegado de Polícia nega vista ao defensor da Impetrante sem nenhum
motivo alegado. Neste caso, como está expresso na súmula supracitada, é
direito do investigado que seu defensor tenha acesso a quaisquer autos, não
importando serem sob segredo de justiça ou não.

Ainda neste mesmo sentido, o Estatuto da OAB (Lei 8.906/1994) garante


ao advogado a vista de processos judiciais ou administrativos, não fazendo
distinção de qualquer natureza: “Art. 5º, XV: ter vista dos processos judiciais
ou administrativos de qualquer natureza, em cartório ou na repartição
competente, ou retirá-los pelos prazos legais. ”

Portanto, a decisão do Delegado de Polícia, contraria diretamente o


disposto na pela sumula vinculante nº 14 do STF, bem como a legislação
pertinente, sendo manifestamente ilegal, ou seja, houve violação do direito
líquido e certo do Impetrante de vista dos autos no qual é investigado,
devendo tal ilegalidade ser imediatamente reparada através deste mandado
de segurança.

3. DA CONCESSÃO DA LIMINAR

Existe uma clara possibilidade iminente da impetrante ser presa em


razão da investigação a qual lhe é negado acesso ao conteúdo, portanto isto
justifica a concessão da ordem o quanto antes. Além do mais, o fumus boni
iuris está presente visto ser decisão contrária à Súmula Vinculante do STF e
a legislação pertinente.

Portanto, a concessão da ordem sana frontal violação do Estado


Democrático de Direito, e de inúmeros princípios do Direito Penal, como
Ampla Defesa, Contraditório, Presunção de Inocência, entre outros.

4. DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:

a) A concessão da Liminar alegada;

b) Após, espera-se a concessão definitiva da segurança, com a concessão de


vista dos autos à defesa fora de secretaria.

Local, data.

Advogado
OAB

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