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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE

DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO


SUL.

A, nacionalidade, estado civil, profissão, residente e domiciliado no endereço,


portador da cédula de identidade RG nº. E inscrito no CPF/MF sob o nº.,
atualmente cumprindo prestação de serviços a comunidade, por seu
advogado, que esta subscreve, inconformado com a respeitável sentença
transitada em julgado da ação penal Que o condenou pelo crime de Violar a
suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir
veículo automotor (artigos 306 e 307, da Lei nº 9.503/97), vem,
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência propor

REVISÃO CRIMINAL

com fulcro no artigo 621, III do Código de Processo Penal, pelas razões de
fato e de direito a seguir expostas:

I – DOS FATOS

“A” foi denunciado como incurso nas sanções dos artigos 306 e 307, da Lei no
9.503/97, não tendo sido proposta a suspensão condicional do processo,
‘uma vez que o denunciado possui antecedentes, não preenchendo os
requisitos do artigo 89, da Lei 9.099/95.

Processado regularmente o feito, sobreveio sentença julgando procedente a


ação penal condenando o réu à pena de 07 (sete) meses de detenção em
regime aberto e multa fixada no mínimo legal. A pena privativa de liberdade
foi substituída por uma pena restritiva de direito consistente na prestação de
serviços a comunidade.

Quando da análise da pena-base, o magistrado competente da 2. Vara


Criminal da Comarca de Porto Alegre, atentou às peculiaridades em relação
aos antecedentes do réu, referindo o seguinte:

“Quanto aos antecedentes cabe aqui um alerta: Verifiquei, pela certidão de


fls. 81/83, que o acusado possuiria duas condenações criminais definitivas,
uma delas gerando maus antecedentes (processo no 000/208000000-0) e a
outra reincidência (processo no 000/2080001111-1). Entretanto o nome do
denunciado me chamou a atenção. É que jurisdicionei por 04 (quatro) anos na
Comarca de “X”, local onde julguei, algumas vezes, um jovem cujo nome era
exatamente “A”, alcunha “pipoca” e que volta e meia via-se envolvido em
delitos. Estranhei que o mesmo indivíduo – quase que me seguindo – tivesse
passado a envolver-se em ilícitos, também, em “Y”. Conferi, assim, todos os
dados da certidão de antecedentes com atenção e verifiquei que, na verdade,
são pessoas diversas, homônimos, mas pesquisando-se os antecedentes de
qualquer deles pelo nome, aparecem as condenações. Assim, o “A” ora
julgado, é tecnicamente primário, ainda que sua certidão de antecedentes
diga o contrário. Necessário o empenho do Departamento de Informática do
Tribunal para que situações como essa sejam corrigidas sob pena de, numa
falta de atenção, alguém saia gravemente prejudicado, com risco para a
imagem e credibilidade de todo Poder Judiciário.”

Por fim a sentença transitou em julgado em 01 de maio de 2020 (fl. 102 dos
autos originais), ausente recurso de defesa ou acusação.

II – FUNDAMENTOS JURÍDICOS

Como visto da narrativa, injustiça pura é o que ocorre com o autor, pois, o
mesmo nunca teve antecedentes criminais, nem tão pouco é reincidente no
crime do qual foi condenado. Torna-se clara a injustiça admitida também pelo
próprio magistrado conforme o texto acima que descreve os fatos. Se não
tivesse ocorrido tal erro, o réu teria uma pena bem menos branda, uma vez
que, seria levada em consideração a atenuante no tocante a sua
primariedade e a não reincidência no crime de que foi acusado sendo
amparado então pelos benefícios presentes no artigo 89, da Lei 9.099/95.

Portanto, em razão da ação penal já ter transitado em julgado, o


art. 621, III do Código de Processo Penal autoriza a revisão de processo
findo, quando após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do
condenado ou de circunstância que determine ou autorize diminuição especial
da pena, como ocorrido no caso, visto que agora deve ser levada em conta a
primariedade do réu.

III – PEDIDOS

Ante o exposto, requer que seja julgada procedente a presente ação


revisional, para que seja corrigido, com fulcro nos artigos artigo 89, da Lei
9.099/95 e 626, ambos do Código de Processo Penal.

Ademais, requer a reforma da presente sentença em seu favor, bem como


seja reconhecido o seu direito à indenização, a ser liquidada em momento
posterior (art. 630 § 1º do Código de Processo Penal).
Nestes termos, pede deferimento.

Local, data

Advogado

OAB

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