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EXCENTISSISMO SENHOR DOUTOR JUIZ DESEMBARGADOR PRESIDENTE

DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO – SP.

Urgente!
Réu Preso – Prisão temporária

Melvi, serviços gerais, Cédula de Identidade no XXX,


inscrição no CPF sob o nª YY, domicílio e residência na da rosa, CEP.:
12851-119 e telefone para contato no: 119714yy7 e email:
uhhhgn@hotmail.com, por seu advogado que a esta subscreve,
respeitosamente, à presença de V.EXA., com fulcro na legislação em
vigor, consubstanciado no artigo 5º e inc. LXIX da CONSTITUIÇÃO FEDERAL
c.c. com artigo 1º e seguintes da Lei nº 1533 de 31/12/1951, e demais
dispositivos legais aplicáveis na espécie, IMPETRAR o presente

MANDADO DE SEGURANÇA

em face do JUIZO DA VARA DE DEPARTAMENTO DE INQUERITOS POLICIAS


– DIPO - DO FORO CRIMINAL CENTRAL DESTA CAPITAL e RESPECTIVO
CARTÓRIO, Inquérito Policial nº 45454hhddeeh, pelos motivos que passa a
expor:

O impetrante, esta preso há 40 dias, desde o dia


27/05/2022, para averiguado por portaria instaurada pelo Dr. Delegado
Titular da DELEGACIA DE INVESTIGAÇÃO CRIMINAL DE CRIMES CONTRA O
PATRIMONIO – DEIC, inquérito policial nº 5566554422445544ddddddd, sob
a forma de segredo de justiça, e foi distribuído para o impetrado.
(conforme consta dos documentos anexos).

O impetrante por intermédio de seu advogado e


procurador peticionou nos autos em epigrafe o pedido de HABILITAÇÃO
juntando a respectiva procuração, conforme protocolo datado em
01/06/2022, e ficou no aguardo de uma decisão por parte da autoridade

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coatora, pois bem, em 06/06/2022, o pedido foi indeferido, foi novamente
reiterado o pedido de habilitação e, 29/06/2022, autoridade
coatora, novamente indeferiu o pedido referenciado. (doc. anexo).

Por ser um direto líquido e certo, ou seja o direito


do advogado de acesso aos autos de Inquérito Policial, como prevê o
artigo 7º, inciso XIV, do EOAB (Lei 8.906/94) e Súmula Vinculante 14, mas
o acesso é irrestrito.

O acesso nos autos do inquérito ora mencionado,


esta verbalizado no Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados
do Brasil (EOAB - Lei 8.906/94) prevê no artigo 7º, inciso XIV, o direito do
advogado de acessar e examinar os autos de processo de investigação,
veja-se:
Art. 7º São direitos do advogado:

(...)

XIV - examinar, em qualquer instituição responsável


por conduzir investigação, mesmo sem procuração,
autos de flagrante e de investigações de qualquer
natureza, findos ou em andamento, ainda que
conclusos à autoridade, podendo copiar peças e
tomar apontamentos, em meio físico ou digital;
(Redação dada pela Lei nº 13.245, de 2016).

Referida previsão alcança os autos de Inquérito


Policial, pois o advogado estará exercendo o direito de defesa do
investigado, assim, o advogado terá acesso aos autos do Inquérito
Policial sempre que precisar analisar e examinar processo de
investigação, mesmo que não possua procuração do investigado,
exceto as diligências que estejam em andamento.

Tal garantia de acesso aos autos do Inquérito Policial


também é prevista pela Súmula Vinculante 14, cujo teor reproduzo
abaixo:
É direito do defensor, no interesse do representado,
ter acesso amplo aos elementos de prova que, já
documentados em procedimento investigatório
realizado por órgão com competência de polícia
judiciária, digam respeito ao exercício do direito de
defesa.

Deste modo constitui direito do advogado mesmo


que sem procuração, o acesso e exame de provas que já estiverem
juntadas no procedimento de investigação.
Entretanto, o direito de acesso aos autos do Inquérito
Policial não é absoluto, como se observa do artigo 23 da Lei 12.850/13:

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Art. 23. O sigilo da investigação poderá ser
decretado pela autoridade judicial competente,
para garantia da celeridade e da eficácia das
diligências investigatórias, assegurando-se ao
defensor, no interesse do representado, amplo
acesso aos elementos de prova que digam respeito
ao exercício do direito de defesa, devidamente
precedido de autorização judicial, ressalvados os
referentes às diligências em andamento.

Parágrafo único. Determinado o depoimento do


investigado, seu defensor terá assegurada a prévia
vista dos autos, ainda que classificados como
sigilosos, no prazo mínimo de 3 (três) dias que
antecedem ao ato, podendo ser ampliado, a
critério da autoridade responsável pela
investigação.

Observa-se, assim, que o advogado terá direito a


acessar os autos do Inquérito Policial, excetuando as diligências que
estejam em andamento, como podemos extrair dos seguintes julgados
que guardam relação com a Súmula Vinculante 14, verbis:
ADVOGADO. Investigação sigilosa do Ministério
Público Federal. Sigilo inoponível ao patrono do
suspeito ou investigado. Intervenção nos autos.
Elementos documentados. Acesso amplo.
Assistência técnica ao cliente ou constituinte.
Prerrogativa profissional garantida. Resguardo da
eficácia das investigações em curso ou por fazer.
Desnecessidade de constarem dos autos do
procedimento investigatório. HC concedido.
Inteligência do art. 5º, LXIII, da CF, art. 20 do CPP, art.
7º, XIV, da Lei nº 8.906/94, art. 16 do CPPM, e
art. 26 da Lei nº 6.368/76 Precedentes. É direito do
advogado, suscetível de ser garantido por habeas
corpus, o de, em tutela ou no interesse do cliente
envolvido nas investigações, ter acesso amplo aos
elementos que, já documentados em procedimento
investigatório realizado por órgão com
competência de polícia judiciária ou por órgão do
Ministério Público, digam respeito ao constituinte.
(HC 88.190, voto do rel. min. Cezar Peluso, 2ª T, j. 29-
8-2006, DJ de 6- 10-2006).

Segundo se extrai da leitura da Súmula Vinculante 14,


o defensor pode ter acesso às diligências já documentadas no inquérito
policial.

Assim, diante dos julgados acima indicados, o acesso


aos autos investigatórios é direito do advogado/defensor, tendo em vista

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o teor do artigo 7º, inciso XIV, do EOAB, bem como da Súmula Vinculante
14.

Desta forma, entendo que a Súmula Vinculante 14 do


Pretório Excelso é de suma importância para o exercício da defesa pelos
advogados, dando grande respaldo ao artigo 23 da Lei 12.850/2013 e,
ao artigo 7º, inciso XIV, do Estatuto da Advocacia e da Ordem dos
Advogados do Brasil.

Por fim, o direito de acesso aos autos de Inquérito


Policial, previsto no artigo 7º, inciso XIV, do EOAB não é absoluto, pois as
diligências ainda em andamento devem ser mantidas em sigilo, para que
alcancem a sua finalidade e, depois de terminada a diligência e juntada
no inquérito torna-se direito do advogado o acesso ao documento.

DA ARBITRARIEDADE DO IMPETRADO:
Como sobredito a autoridade coatora indeferiu, por
duas vezes, sobre o pedido de Habitação do defensor do impetrante,
assim o impetrado esta vilipendiando o direito do impetrante, em face
de sim/não conceder o direito de acesso ao autos por intermédio de seu
defensor.

Por outro lado, o Código de Processo Civil


contém previsão de prazos processuais dirigidos ao magistrado, com
possibilidade de sanção em caso de descumprimento.

Se o processo não obedecesse a uma ordem


determinada, cada ato devendo ser praticado a seu devido tempo e
lugar.

No sistema legal vigente, há prazos não apenas


para as partes, mas também para os juízes e seus auxiliares.

Quando se fala da demora em se alcançar um


provimento judicial definitivo estamos falando de tempo, em alguns
casos o tempo de uma vida. Mas o prazo (processual) – e sua plena
observância – é um dos componentes que pode reduzir o tempo que o
processo leva para chegar ao seu termo.

Nesse contexto, o estabelecimento de prazos na


legislação processual dirigidos ao juiz pode ser uma solução para um
melhor aproveitamento do tempo dos jurisdicionados.

O novo CPC projetado contém o seguinte


dispositivo:

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Art. 226. O juiz proferirá:

I – os despachos no prazo de cinco dias;

II – as decisões interlocutórias no prazo de dez dias;

III – as sentenças no prazo de trinta dias.

Trata-se de ato INCONSTITUCIONAL praticado pela


Autoridade Judiciária, em manifesto abuso de autoridade, uma vez que,
indeferiu, por duas vez, o pedido de Habilitação, do advogado
constituído do impetrante, sendo certo, da necessidade do
acompanhou todos os atos junto ao Distrito Policial, sem prejuízo do bom
andamento processual.

Por sua vez prova com documentos anexos a este


WRIT que possui direito ao acompanhamento do inquérito policial que se
averigua contra sua pessoa, tudo indica, que a intenção de prejudicar o
impetrante esta no ato personalíssimo da Autoridade coatora, que
indeferiu o pedido de Habilitação nos autos.

Assim essa ILEGALIDADE praticada pela Autoridade


Judiciária, inclusive, sobrepondo ao direito do impetrante de ter acesso
aos autos por intermédio de seu advogado com procuração,
caracteriza-se manifesto Constrangimento Ilegal, em nosso país
democrático.

DOS DIREITOS:
DA LIQUIDEZ E DA CERTEZA DOS DIREITOS DO IMPETRANTE.
O disposto pelo artigo 7º do Estatuto da Advocacia e
da Ordem dos Advogados do Brasil (EOAB - Lei 8.906/94). São direitos do
advogado:
(...)
XIV - examinar, em qualquer instituição responsável
por conduzir investigação, mesmo sem procuração,
autos de flagrante e de investigações de qualquer
natureza, findos ou em andamento, ainda que
conclusos à autoridade, podendo copiar peças e
tomar apontamentos, em meio físico ou digital;
(Redação dada pela Lei nº
13.245, de 2016).

Referida previsão alcança os autos de Inquérito


Policial, pois o advogado estará exercendo o direito de defesa do
investigado, assim, o advogado terá acesso aos autos do Inquérito
Policial sempre que precisar analisar e examinar

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processo de investigação, mesmo que não possua procuração do
investigado, exceto as diligências que estejam em andamento.

Tal garantia de acesso aos autos do Inquérito


Policial também é prevista pela Súmula Vinculante 14, cujo teor
reproduzo abaixo:
É direito do defensor, no interesse do representado,
ter acesso amplo aos elementos de prova que, já
documentados em procedimento investigatório
realizado por órgão com competência de polícia
judiciária, digam respeito ao exercício do direito de
defesa.

Deste modo constitui direito do advogado mesmo


que sem procuração, o acesso e exame de provas que já estiverem
juntadas no procedimento de investigação.

Assim, “permissa vênia”, entende o impetrante, que


esta com seu direito vilipendiado, em face do direito de acesso ao
inquérito policial. Nesse sentido a Jurisprudência de nossos tribunais é
remansosa e pacifica, na matéria ora apresentada:

No mesmo sentido, veja-se esta decisão proferida


em um Mandado de Segurança, da lavra do Juiz de Direito Dr. André
Andreucci (decisão confirmada à unanimidade de votos pelo Tribunal de
Justiça de São Paulo nos autos do recurso de apelação no 31.228-3/SP):
“Toda autoridade que não respeitar as prerrogativas
legítimas do Advogado, no exercício regular este de
seu legal ministério privado, será tida como arbitrária
e deverá ter seu comportamento coibido pelo
Judiciário, ontem, hoje e sempre, no estado de
direito, a esperança dos que buscam Justiça, dos
que esperam receber o que lhes é devido por Lei. Se,
no futuro, como esperam alguns, nova legislação
mudar a orientação estampada na Lei no 4.215/63,
permitindo a proibição que os impetrados
pretenderam aplicar, ainda assim caberá ao
Judiciário apreciar a questão que implicará violação
das garantias constitucionais da ampla defesa e do
regular exercício das atividades profissionais. (...)
Dessa forma, não poderiam as autoridades
impetradas desconhecer as prerrogativas e os
direitos dos Advogados, claramente inscritos na
legislação pertinente. Como também não poderia
desconhecer isso tudo o ilustre representante do
Ministério Público que oficiou nos autos. O dispositivo
legal que confere aos impetrantes o direito que
buscam já foi bastante examinado, ao contrário do
que afirma esse mesmo Doutor Promotor de Justiça.
Dispensa o tema demorada abordagem, mas, em

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homenagem ao Direito, que se pretende regule as
relações entre os homens e a Justiça, que deve
presidir e garantir essas relações, alguns comentários
têm que vir à tona, com ilustrações pertinentes.
Numa sociedade, que se pretenda seja regida pelo
menos com respeito aos mais simples princípios de
respeito ao Homem, à Lei, à Justiça, não se pode
tolerar a arbitrariedade. “O poder do Estado para
realizar seu objetivo, o bem público, é exercido,
como já vimos, sob três modalidades: a função
legislativa, a executiva e a judiciária”. “O Estado não
tem direito de excluir nenhum cidadão da
participação nos benefícios que a sociedade
política tem por fim oferecer, principalmente
quando se trata dos direito individuais. Não somente
o Estado não deve oprimir ou perseguir esta ou
aquela categoria social, mas, também, evitará toda
e qualquer distinção odiosa em qualquer matéria
civil, penal ou administrativa. E isso não somente por
princípio de humanidade, mas também por um
princípio social: igualmente membros da sociedade
política, todos os indivíduos, seja qual for a sua
classe, categoria ou opinião, têm igualmente direito,
por parte do Estado, à mesma solicitude e
benevolência (cfr. Darcy Azambuja, in Teoria Geral
do Estado, págs. 386/389). No exercício do poder de
polícia, o Estado, representado, no caso, pela
autoridade policial, não pode, e mais do que isso,
não deve, oprimir, perseguir, submeter à odiosa
distinção, a classe dos Advogados, notadamente
quando seus integrantes estão no exercício regular
de suas prerrogativas, no desempenho de suas
atividades profissionais. O arbítrio que no passado foi
sinônimo de violência, de constrangimentos
indevidos, não mais se justifica. Os tempos são outros.
A sociedade exige respeito ao ordenamento
jurídico.”

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DO OBJETO DO PRESENTE MANDADO:
“EX POSITIS”, a segurança é medida que se impõe
como ÚNICA FORMA de garantir ao impetrante seus sagrados direitos,
mormente o precípuo fim de acessar o inquérito policial, e não havendo
outros meios de sanar a IMINENTE LESÃO AOS DIREITOS, direitos esses
LÍQUIDOS E CERTOS, é que se vale do áureo ensejo que lhe outorga a LEI,
para elevar-se até este Egrégio Tribunal presidido por Vossas Excelências,
em busca de amparo legal e, nestas condições, Requer:

1. A NOTIFICAÇÃO, da Autoridade Coatora, ora impetrada, do


conteúdo da presente, para que no prazo legal, preste as
informações necessárias e pertinentes.

2. E, consequentemente, informar porque até hoje não


despachou o Pedido de Habilitação, pelo advogado
nomeado pelo impetrante, como assegura a Lei e a
Constituição federal.

3. Requer a concessão e deferindo o “MANDAMUS”, para


determinar a autoridade coatora a HABILITAÇÃO nos autos em
epigrafe com acesso ao advogado do impetrante como
determina a Lei e o direito.

4. Da a causa o valor de R$ 1.000,00 (um mil reais), para efeitos de


custas e alçadas.

Diante do exposto, espera o impetrante, que este


EGRÉGIO TRIBUNAL, de plano se digne em conceder a presente ordem,
face ao manifesto CONSTRANGIMENTO ILEGAL, que o impetrante esta
sofrendo, vilipendiando as garantias constitucionais individuais do direito
sobredito. Por ser um ato da mais lídima.

J U S T I Ç A J À!!!
Termos em que,
Pede deferimento.
São Paulo, 02 de Julho de 2.022.
MARCOS DA SILVA
Advogado/OAB-SP mm

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