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O autor do poema-acróstico O bobo do rei faz anos, publicado no dia do
aniversário de D. Pedro II, em 2 de dezembro de 1868
Resumo
Tema: o poema-acróstico O bobo do rei faz anos.
Título original do poema: Hino – Dedicado a S. M. I. o Imperador D. Pedro II, no
dia 2 de dezembro de 1868.
Publicação: Jornal do Commercio (Rio), em 2 de dezembro de 1868, supostamente
para comemorar o 43.º aniversário do imperador D. Pedro II, seguindo a tradição desse
dia no Jornal do Commercio, publicação governista e monarquista.
Revelação do acróstico ofensivo ao imperador: Diário do Rio de Janeiro, em 3 de
dezembro de 1868, na seção de textos pagos Publicações a Pedido, por Vicente José
Ramos em sua série Interesse Público (número 40), também conhecida como Relógio
Político.
Republicações do poema-acróstico:
1. No jornal oposicionista Opinião Liberal (Rio de Janeiro) em 3 de dezembro de
1868.
2. No jornal oposicionista Diário do Povo (Rio de Janeiro) em 5 de dezembro de
1868.
3. No periódico oposicionista O Alabama (Salvador) em 15 de dezembro de 1868.
Indícios de autoria:
1. O motivo pessoal para a publicação do poema-acróstico: a recusa do Jornal do
Commercio em continuar a publicar seus textos de denúncia social e política;
2. A proximidade dos fatos: a recusa em publicar um artigo e a vingança em forma
de trollagem;
3. O temperamento do autor do artigo, fartamente demonstrado nas situações
conflituosas reveladas neste texto;
4. A postura política de Vicente, de fiscal do comportamento das pessoas de destaque
na sociedade;
5. O conhecimento da chave do poema (o acróstico) e o fato de ter sido o primeiro a
revelá-la;
6. O testemunho categórico de dois contemporâneos do próprio meio jornalístico, em
1894 (em nota de A Notícia) e 1896 (no obituário de A Cidade de Ytu).
Um monarquista.
A revelação do acróstico
Logo no dia seguinte, em 3 de dezembro de 1868, o Diário do Rio de Janeiro
publicava mais um texto da série Interesse Público, também conhecida como Relógio
Político, em sua seção Publicações a Pedido. O Diário também era simpatizante do
governo, mas menos oficialista que o Jornal do Commercio.
Essa série de textos redigidos por escritor anônimo apresentava estilo confuso e se
caracterizava, no lado da forma, pelas ênfases escandalosas, e no lado do conteúdo pela
atividade fiscalizadora do tipo "metralhadora giratória", mesclada com teorias não
muito sensatas. A assinatura era sempre Et voilá [Ai está, ou Pronto].
Não por outro motivo, alguns periódicos da época (veja mais abaixo) associaram o
autor anônimo ao comerciante português Francisco Gomes de Freitas, chamado
maldosamente Mal das Vinhas, o qual também foi conhecido por suas teorias
"científicas" estapafúrdias.
Naquela edição de 3/12/1868, o Diário publicou os números 38, 39 e 40 da série
Interesse Público. No último número, o responsável informava a chave de leitura do
poema que "comemorava" o aniversário de D. Pedro II:
____
"O Relógio Político é incapaz de fazer versos com versais [letras maiúsculas] que
lidos em decadência deem em resultado
"O Bobo do Rei faz annos
"como se vê do Jornal do Commercio de hoje 2 de dezembro!!!
"Ó POTÊNCIA TERRESTRE que te chamas REDAÇÃO DO JORNAL DO
COMMERCIO; o Relógio Político vos agradece o
VOSSO LÓGICO DISPARATE!!!"
"Quando os BRASILEIROS NATOS atingirem ao mesmo grau de dignidade a que
chegou o Bastardo Relógio Político, que procurou a família brasileira por sua livre
vontade, SEM RENEGAR pátria alguma, então eles protestarão como o Relógio
Político o faz hoje, devolvendo o mesmo jornal à competente redação, e pedindo ao
mesmo corpo coletivo a eliminação do nome do Relógio Político como assinante de tão
imundo papel.
"O Relógio Político não reproduz a tal poesia, que sua pena não será prostituída, nem
que o bom-senso fugisse um dia ao R. P., porque então haveria desculpa e se atenderia
aos dois versos da lavra do Relógio Político que são
"Celeste flama que te chamas siso,
"Tua ausência jamais será um crime.
"Os curiosos que vão ao Jornal do Commercio comprar a folha de 2 de dezembro,
folha mais decente que o artigo Interesse Público n. 25 [do autor], que foi ENJEITADO
PELA ILUSTRADA CONGREGAÇÃO DA RAÇA DOS MUS, conhecida nesta
pequenina Babel com o nome de REDATORES do Jornal do Commercio.
"Et voilá."
Diário do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro, RJ), 3/12/1868, número 331, página 2,
última coluna.
http://memoria.bn.br/DocReader/094170_02/23725
No mesmo dia, o jornal Opinião Liberal, de oposição ao governo, reproduziu a
novidade.
Diário do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro, RJ), 5/12/1868, número 333, página 3,
terceira coluna.
http://memoria.bn.br/DocReader/094170_02/23734
Também no dia 5 de dezembro, um redator anônimo na seção A Pedidos do jornal
Diário do Povo (Rio) expôs a situação aos leitores do periódico, reproduzindo o poema
ofensivo a Pedro II e criticando o Diário do Rio de Janeiro pelo desleixo editorial que
resultara na revelação do acróstico.
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O acróstico
2 de Dezembro.
Ad perpetuam rei memoriam [Para perpetuar a memória do fato]:
A 2 de dezembro, o Jornal do Commercio trouxe um hino dedicado ao Imperador
por um monarquista.
Muitos não leram o hino, ou não deram pelo acróstico que ele continha.
Com efeito, eis aqui o hino tal qual, e ver-se-á que não era fácil fazer a descoberta
para quem lesse sem atenção esses versos de pé quebrado, que tanto abundam em
nossas folhas: [...]
[Nesta parte o Diário do Povo reproduz o poema-acróstico.]
Entretanto, que surpresa não causou a toda a gente ler ontem no Diário do Rio a
decifração do hino!
O Diário do Rio, órgão semioficial e conservador, incumbiu-se, com efeito, de
aumentar a circulação dessa injúria grosseira, imprimindo um a pedido do novo mal das
vinhas (O Relógio político), que contém o seguinte período final:
[Nesta parte o Diário do Povo reproduz o trecho do Interesse Público de número 40,
mostrado acima.]
"Ora, agora o que havia de fazer o Diário do Rio? Depois da imprudência, a
humilhação. Saiu-se hoje a dar explicações pelo seguinte modo: [...]
[Nesta parte o Diário do Povo reproduz a Explicação do Diário do Rio de Janeiro
oferecida pelo seu proprietário Custódio Cardoso Fontes e reproduzida acima.]
Não condeno, Sr. redator, a explicação; pelo contrário, estimo-a: a injúria contra
quem quer que seja, é condenável; e a injúria no dia [do] aniversário de uma pessoa
qualquer e pelo próprio motivo de seu regozijo e da sua família, é uma brutalidade.
Mas então, em vez de descerem a uma explicação, não era melhor terem-na evitado,
procedendo como cavalheiros, repelindo aquele comentário do Relógio político?
Estou certo, Sr. redator, que, se o Correio Mercantil vivesse, não teria nunca dado
circulação em a pedidos a uma semelhante coisa. Certamente, não. Mas o Diário do Rio
parece que tem licença para tudo. Audácia, sempre audácia! É o mote da quadra. Ao
Diário do Rio não lhe falta audácia.
UM CONSERVADOR MODERADO
Diário do Povo (Rio de Janeiro, RJ), 5/12/1868, número 286, página 3, segunda
coluna.
http://memoria.bn.br/DocReader/367737/1369
Em 16 de dezembro, na seção Crônica – 30 de novembro a 14 de dezembro, o Diário
do Rio de Janeiro ofereceu a seus leitores uma explicação mais extensa da polêmica do
poema-acróstico.
_______
2 de dezembro ― [...]
Apareceu neste faustoso dia, no Jornal do Commercio, uma peça da mais refinada
malvadez, e tanto mais refinada que soube iludir a boa-fé daquela folha. Era um hino a
Sua Majestade, e escrito em termos tão lisonjeiros que a ninguém despertaria a menor
suspeita. Mas nas letras que formavam o acróstico estava derramada a baba peçonhenta
do miserável, talvez alguém a quem o Imperador tenha mais de uma vez dispensado
seus favores, pois é certo que não tem ele por inimigos senão os ingratos.
Agora mesmo tem o muito digno autor dessa poesia degenerada, ocasião de conhecer
a extensão do amor e da simpatia que o povo brasileiro vota à Família Imperial, na
reprovação absoluta que sufocou esse parto infernal, cujo fabricante não ousou nem
ousará jamais declarar-se. E coitado dele se o fizesse! Pelo contrário, quanto não se terá
ele arrependido de sua loucura, querendo ofender ao Imperador do Brasil a quem o
único defeito que se poderia notar é a excessiva bondade!
Diário do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro, RJ), 16/12/1868, número 334, página 1,
penúltima coluna, sétimo e oitavo parágrafos.
http://memoria.bn.br/docreader/094170_02/23776
A publicação do poema repercutiu em outros Estados. Os jornais O Alabama, de
Salvador (BA), O Tribuno, de Recife (PE), e Cearense, de Fortaleza (CE), comentaram
ironicamente o fato inusitado.
_____
http://memoria.bn.br/DocReader/382710/64
A continuidade da pesquisa revelou outra associação explícita, agora entre Vicente
José Ramos e o poema de 1868, em nota publicada em novembro de 1894 no jornal A
Notícia (Rio). Reproduzindo o parágrafo final:
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Inteligente e muito ilustrado, na imprensa bateu-se pela República, tornando-se
notável por um soneto (sic), O Rei Bobeche (sic), que fez publicar em 1868, no dia do
aniversário do imperador.
A Notícia (Rio de Janeiro, RJ), 26/11/1894, número 70, página 1, primeira coluna.
http://memoria.bn.br/DocReader/830380/257
Portanto, dois veículos da imprensa, na década de 90 do século XIX, afirmaram
categoricamente que Vicente José Ramos era o autor do poema-acróstico que, como
veremos a seguir, incomodou profundamente os monarquistas.
E por que Vicente não assumiu a autoria?
O trecho a seguir, parte da Crônica do Diário do Rio de Janeiro reproduzida acima, é
autoexplicativo:
"Agora mesmo tem o muito digno autor dessa poesia degenerada, ocasião de
conhecer a extensão do amor e da simpatia que o povo brasileiro vota à Família
Imperial, na reprovação absoluta que sufocou esse parto infernal, cujo fabricante não
ousou nem ousará jamais declarar-se. E coitado dele se o fizesse!".
Esse ponto é importante: a imprensa jamais acusou Vicente de ter sido o autor do
poema-acróstico porque jamais soube quem este era. Acusou Vicente, sim, de ter
revelado o artifício usado pelo autor anônimo para atingir a imagem de D. Pedro II.
E Vicente José Ramos jamais assumiu publicamente a autoria do poema-acróstico,
porque, se não o fazendo já sofrera agressão física, prisão e perseguição judicial (como
veremos adiante), é fácil imaginar o risco pessoal associado a esse reconhecimento
temerário. O trecho reproduzido acima ("E coitado dele se o fizesse!") indica a
disposição dos monarquistas quanto àquele episódio.
Mas como revelam as duas notícias acima (o obituário de Vicente e o trecho sobre o
Rei Bobeche), para o meio jornalístico a autoria estava mais do que provada. E há uma
ampla rede de indícios apontando para essa autoria, entre eles o seguinte.
Opinião Liberal (Rio de Janeiro, RJ), 3/12/1868, número 110, página 4, primeira
coluna.
http://memoria.bn.br/DocReader/359696/579
Nenhuma outra fonte confirma essa ocorrência divulgada pelo Opinião Liberal.
Opinião Liberal (Rio de Janeiro, RJ), 5/12/1868, número 111, página 4, primeira
coluna.
http://memoria.bn.br/docreader/359696/582
A parte relativa a "autógrafo" refere-se aos dados do autor que havia comprado a
publicação do poema no Jornal do Commercio.
No dia seguinte, uma retificação sobre a nota.
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Retificação. ― Retificando a notícia do número anterior desta folha sobre o fato de
haver sido chamado à responsabilidade o autor do acróstico do dia 2 do corrente ―
temos a declarar que o ato foi exclusivo da promotoria pública. Informa-nos disto
pessoa competente, acrescentando que por intervenção ulterior do ministério da Justiça
sobrestou-se ao processo já iniciado.
Opinião Liberal (Rio de Janeiro, RJ), 8/12/1868, número 112, página 1, última
coluna.
http://memoria.bn.br/docreader/359696/584
Detalhe: descobriu-se que o comprador do espaço no Jornal do Commercio ofereceu
dados falsos ao contratar a publicação do texto, situação que comprometia os
responsáveis pela aceitação e divulgação da chave do poema-acróstico.
Diário do Povo (Rio de Janeiro, RJ), 8/12/1868, número 288, página 1, terceira e
quarta colunas.
http://memoria.bn.br/DocReader/367737/1377
José de Alencar seguia uma ordem de D. Pedro II, que interveio nessa questão a
favor de seu principal aliado na mídia. Além disso, a questão do culpado, não se
podendo atingir o autor da brincadeira ou o dono do Diário (simpático ao imperador), já
se encontrava resolvida: o divulgador do acróstico recebera o devido castigo, conforme
ressaltou o Diário do Povo (8/12/1868, página 1):
"Compreendeu-se que havia necessidade de uma vítima para o descuido da folha
semioficial, mas não se podia crer que tão longe fossem as iras celestes".
Em 10 de dezembro, o jornal Opinião Liberal comentou a arbitrariedade dessa
decisão do imperador:
"Sua majestade ordena ao poder judiciário que não prossiga, como seu pai ordenou
outrora que condenasse Ratkliff (sic)."
[João Guilherme Ratcliff, líder da Confederação do Equador (1824), foi condenado à
morte por D. Pedro I. O imperador ordenou que a cabeça de Ratcliff, após a execução,
fosse separada do corpo, salgada e entregue à mãe do conspirador.]
"É sempre o governo absoluto dispondo arbitrariamente dos demais poderes do
estado!
"Muito bem. Hoje para seus fins finge a Coroa recuar diante do Jornal do
Commercio; amanhã mandará condenar alguém à pena última!".
Opinião Liberal (Rio de Janeiro, RJ), 10/12/1868, número 113, páginas 1 (segunda e
terceira colunas), 2 e 3 (todas as colunas).
http://memoria.bn.br/DocReader/359696/588
Em 9 de dezembro, Custódio voltou à carga contra Vicente, ainda preso, em novo
editorial do Diário do Rio de Janeiro, no qual negava ter usado um cassetete para bater
na cabeça do adversário e transferia à autoridade policial a responsabilidade de explicar
a presença de agentes no local.
Diário do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro, RJ), 9/12/1868, número 337, página 1,
primeira coluna.
http://memoria.bn.br/docreader/094170_02/23748
No dia seguinte, 10 de dezembro, a edição do Opinião Liberal ressaltou o aspecto
vingativo do "atentado da rua dos Ourives".
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A polícia da ditadura compreende o seu papel: Vicente José Ramos é oferecido em
holocausto à realeza nos prostíbulos do servilismo e adulação; ele serviu de meio torpe
para render o preito de homenagem ao imperador.
[...]
Era preciso, portanto, imolar alguém nas aras da vaidade para abrandar as celestes
iras e fazer descer sobre os sacerdotes do templo da corrupção as boas graças do Divino
Senhor.
Opinião Liberal (Rio de Janeiro, RJ), 10/12/1868, número 113, páginas 1 (segunda e
terceira colunas), 2 e 3 (todas as colunas).
http://memoria.bn.br/DocReader/359696/588
Também nesse dia, Custódio publicou no Jornal do Commercio os textos de sua
defesa divulgados nos dias 6 e 8 no Diário do Rio de Janeiro.
Jornal do Commercio (Rio de Janeiro, RJ), 10/12/1868, número 343, página 1, sexta
coluna.
http://memoria.bn.br/DocReader/364568_05/14733
No dia seguinte, 11 de dezembro, ainda preso, Vicente José Ramos conseguiu a
publicação de uma contestação às acusações de seu agressor, no mesmo Jornal do
Commercio, revelando a contradição entre os escritos de Custódio. Referindo-se ao
primeiro artigo, afirmava:
"[...] o ato de coragem que o Sr. bacharel, auxiliado pelo agente da polícia José
Barbeiro, foi devido à defesa de tão insólita (palavras textuais) quanto brutal ofensa,
que eu lhe fizera, estendendo o braço com o punho fechado em direção ao seu rosto.
"No segundo artigo, porém, S. S. vai buscar mais longe a raiz do seu nobre
cometimento, e qualifica-o como desagravo de injúrias por mim impressas contra S. S.
e sua família!".
E Vicente informa que o agressor havia, ainda, apresentado uma queixa-crime contra
ele.
No final do texto, Vicente acrescentava ao primeiro abaixo-assinado 22 novas
assinaturas de pessoas apresentadas como testemunhas a favor de sua versão do
conflito, sete delas testemunhas oculares do fato, que confirmaram terem visto Vicente
ferido e ensanguentando.
Jornal do Commercio (Rio de Janeiro, RJ), 11/12/1868, número 344, página 1,
penúltima coluna.
http://memoria.bn.br/DocReader/364568_05/14737
No dia 12 de dezembro, o irmão de Custódio, Álvaro Cardoso Fontes, publicou um
texto em defesa do dono do jornal, intitulado O Sr. Vicente José Ramos. Nele era
reproduzido o folheto publicado em 4 de dezembro por Vicente, impresso na tipografia
do Relógio Político, o qual motivara a agressão cometida pelo dono do Diário.
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O nosso pequeno e valente prelo está à disposição de quem, como nós, se julgar
agravado, sempre gratuitamente, sendo verdade.
PROTESTO
Contra a explicação do Noticiário do Diário do Rio de Janeiro, assinada pelo
bacharel Custódio Cardoso Fontes, seu muito digno ―oıɹɐʇǝıɹdoɹd ―
O bacharel Custódio Cardoso Fontes mentiu!!!
É um covarde, que para salvaguardar meia dúzia de contos de réis, que arriscou na
compra da empresa do Diário do Rio de Janeiro, já lambe também as patas daqueles
que ainda uma vez podem tomar as rédeas do governo, para maior desgraça deste
povo.
Já rasteja aquele animal rampante, querendo apresentar um elogio à entidade que o
Voilá n.º 39 (Interesse Público) atacou de frente.
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E o texto seguia, em seu estilo agressivo e um tanto confuso.
Repare no curioso artifício formal de desqualificação do opositor, no primeiro
parágrafo da seção PROTESTO: Vicente imprimiu a palavra "proprietário" de cabeça
para baixo.
O irmão de Custódio também reproduziu o folheto de 5 de dezembro, com novas
acusações e xingamentos ("animal coiceiro e traidor") ao dono do Diário do Rio de
Janeiro, assim como a ameaça de lhe dar "DUAS MAIS TREMENDAS BOFETADAS
que as concavidades fluminenses até hoje nunca devolveram como eco repercussor, e
das quais nem a Majestade das Majestades o há de livrar."
Jornal do Commercio (Rio de Janeiro, RJ), 12/12/1868, número 345, página 1,
terceira e quarta colunas.
http://memoria.bn.br/DocReader/364568_05/14741
Em 12 de dezembro, o Diário do Povo reservou a sua primeira página (exceto o
espaço do folhetim) para o caso da rua dos Ourives, assim como parte da primeira
coluna da segunda página. Reproduzindo a versão oficial, criticou-a e, mais uma vez,
centrou a questão na ilegalidade dos procedimentos contra Vicente e na impunidade do
agressor.
Abaixo, a versão dos agressores.
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"'O guarda urbano José da Silva Albuquerque, diz ele, parou [casualmente] à parte de
uma casa de joias, onde existem várias pinturas, e nessa ocasião [coincidentemente] saiu
de dentro dela o respectivo dono Vicente José Ramos e agrediu [sem ser provocado]
uma pessoa que passava, e que depois soube chamar-se Fontes [embora fosse seu
encarregado de negócios particulares], à qual injuriou com os epítetos de 'sem
vergonha', 'infame' e 'indigno', dando-lhe depois um soco no rosto; travando-se a luta
entre ambos, e não os podendo apartar por querer Ramos com ele brigar, dera-lhe voz
de preso, à qual resistiu, dando-lhe socos no estômago, de modo que foi obrigado a
agarrá-lo corporalmente até que acudiu força [os outros policiais, estrategicamente
postados e à paisana] que o coadjuvou, evadindo-se entretanto Fontes.'
"Como se vê, nenhuma palavra sobre os ferimentos que recebeu Ramos, ao passo
que cautelosamente se menciona o soco que, conforme a confissão do Dr. Fontes,
apenas deixou o leve vestígio da unha!".
[...]
"Agora um homem desarmado, surpreendido em sua casa, saindo do meio de três
outros com a cabeça quebrada e as vestes ensanguentadas, ao passo que aqueles nenhum
sinal conservam de qualquer violência, é arrastado à cadeia pública e processado por
injúrias, ofensas físicas e resistência!
"É até onde pode chegar o despotismo.
"Atacado em sua própria casa, esbordoado, ferido, preso e incomunicável, Ramos vê-
se privado de todos os recursos legais, enquanto o seu ofensor passeia livremente nas
ruas da cidade, e ri-se da vítima!
"Honra e glória ao governo imperial e aos seus fiéis servidores!".
Diário do Povo (Rio de Janeiro, RJ), 12/12/1868, número 292, páginas 1 (da
primeira à quarta coluna) e 2 (primeira coluna).
http://memoria.bn.br/DocReader/367737/1391
O duplo critério de D. Pedro II no caso do poema-acróstico está cabalmente
demonstrado na correspondência a seguir, entre o imperador e José de Alencar, seu
ministro da Justiça.
D. Pedro interveio irregularmente a favor do seu apoiador político, o dono do Jornal
do Commercio, mandando cessar o processo contra o periódico. Já quando a família de
Vicente José Ramos conseguiu uma audiência com o imperador e expôs o caso de abuso
policial contra o jornalista independente, o imperador optou por não usar o seu poder
para anular o processo manchado pela ilegalidade.
"A Justiça decidirá, e foi isto que eu disse, quando me entregaram os papéis."
Repare que D. Pedro afirma na comunicação: "pelo que tenho lido nas folhas
públicas". Como se demonstra neste artigo, boa parte da polêmica saiu em artigos na
primeira página do Jornal do Commercio, o jornal mais lido do país naquela época, e
fervoroso defensor de Pedro II.
Ou seja, o abuso era de pleno conhecimento do imperador. "Cumpre examinar como
procedeu esse urbano [agente de polícia]" era uma observação óbvia no caso.
Aos amigos, a impunidade; aos inimigos, a lei.
Jornal do Commercio (Rio de Janeiro, RJ), 14/12/1868, número 347, página 1, sexta
coluna.
http://memoria.bn.br/docreader/364568_05/14753
Em 17 de dezembro foi a vez de Vicente José Ramos responder a seus acusadores,
também na primeira página do Jornal do Commercio. Novamente com o título O
atentado da rua dos Ourives, e graças a um trabalho de seu advogado, Vicente pôde
apresentar uma extensa folha corrida do policial José Barbeiro, além de denunciar que
não tinha sido conduzido à presença de um juiz ao ser preso, como impunha o código de
processo penal da época.
Jornal do Commercio (Rio de Janeiro, RJ), 17/12/1868, número 350, página 1,
quarta coluna.
http://memoria.bn.br/docreader/364568_05/14767
América do Sul (Rio de Janeiro, RJ), 26/7/1869, número 6, página 4, segunda coluna.
http://memoria.bn.br/DocReader/385115/25
E o Sr. Fontes, agora ex-dono do Diário do Rio de Janeiro, teve de conviver com a
sua merecida reputação.
"Homem de força corpórea é o Sr. Fontes, que já uma vez quebrou a cabeça ao...
relógio político [...]."
A Vida Fluminense (Rio de Janeiro, RJ), 17/8/1872, número 242, página 3, primeira
coluna.
http://memoria.bn.br/DocReader/709662/1362
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Ricochetes
Esta questão do vintém que tão caro nos está custando, trouxe-nos felizmente uma
vantagem, isto é, trouxe-nos o Sr. Ramos que constitui uma vantagem.
Este Sr. Ramos tem uma história, longa e cheia do peripécias. Ele é o autor do
célebre "Relógio político" e de muitas outras coisas que por aí correm impressas nas
folhas diárias, boas coisas que todos pensam, mas ninguém diz. Ninguém, exceto ele,
que tem a rara coragem de dizê-las e subscrevê-las; e palavra! se cada imposto de
vintém nos trouxesse um Ramos, eu propunha desde já muitos vinténs de imposto.
Com essas qualidades, claro está, o Sr. Ramos deve ter muitos inimigos,
especialmente entre aqueles que cortam de cima; e os alugados do governo já estão
todos a descompô-lo no Jornal e no Cruzeiro, os dois grandes City-imp... em que vai
desaguar toda mofina anônima e ruim.
Também José do Patrocínio está sendo atassalhado [dilacerado] e desmentido pela
secreta do Sr. Dr. Pindahyba [chefe de polícia do Rio], que depois de ter insultado uma
nação inteira, foge agora à responsabilidade com a coragem... que só lhe vem quando
rodeado de capangagem.
Felizmente, nós já vimos o que vale a palavra da polícia; e José do Patrocínio não foi
ainda pilhado em flagrante.
JÚNIO.
Revista Ilustrada (Rio de Janeiro, RJ), 9/1/1880, número 190, página 7, última
coluna.
http://memoria.bn.br/docreader/332747c/1123
Na semana seguinte, a mesma Revista Ilustrada comentou o agradecimento de
Vicente José Ramos aos elogios do redator.
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Tenho sobre a mesa um cartão do Sr. Vicente José Ramos, que veio agradecer-me as
justas e sinceras expressões com que saudei seu reaparecimento nas colunas ineditoriais
[de conteúdo pago] da nossa imprensa. Honra-me em extremo a visita de um homem
que tem o culto da justiça e leva a sinceridade até à bravura; mas S. S. nada tem que
agradecer-me, se bem que a justiça ande por favor...
O que realmente lamento é o desencontro que privou-me de oferecer-lhe o que
pretendia pedir-me.
Mais alguns Ramos e menos Lafayettes [menção ao principal redator do Diário do
Povo]; e tudo andaria mais direito... ou menos torto.
Revista Ilustrada (Rio de Janeiro, RJ), 17/1/1880, número 191, página 7, última
coluna.
http://memoria.bn.br/DocReader/332747c/1131
No final daquele mês de janeiro de 1880, a Gazeta da Noite informou que Vicente
era um dos membros da comissão encarregada de preparar um espetáculo teatral em
benefício das vítimas da violência governamental de 1.º de janeiro, a ser realizado
(ironicamente) no Teatro Pedro II.
Gazeta da Noite (Rio de Janeiro, RJ), 31/1/1896, número 171, página 2, última
coluna.
http://memoria.bn.br/DocReader/710725/966
Não consegui encontrar textos de Vicente José Ramos em jornais dessa época.
Provavelmente utilizou algum pseudônimo que dificulta a localização.
Em 1891, Vicente voltou ao combate político por meio da imprensa com o
pseudônimo O Malhadeiro, agora escrevendo textos, publicados também como matéria
paga, no jornal fluminense Gazeta de Notícias (três deles). À época, Vicente residia em
Mogi das Cruzes, município de São Paulo.
Em 1895, assinou com o mesmo apelido dois textos em O País, também do Rio de
Janeiro. Os dias de publicação e os links de acesso aos textos originais encontram-se no
final deste artigo.
A revelação desse cognome veio de nota publicada em 1896 pela empresa Gierth &
Lavagnino, sobre uma condenação judicial de Vicente José Ramos (reproduzida ao final
deste artigo)
O País (Rio de Janeiro, RJ), 31/8/1895, número 3986, página 4, terceira e quarta
colunas.
http://memoria.bn.br/DocReader/178691_02/13591
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http://liesa.globo.com/por/08-historiadocarnaval/historiadocarnaval-
cronologia/historiadocarnaval-cronologia_principal.htm
As fontes contam uma história bem diferente.
O incêndio ocorreu na noite de 12 de fevereiro de 1861, terça-feira de carnaval, na
rua Direita (a atual Primeiro de Março, no centro do Rio). Os zuavos, que se divertiam
no Teatro de S. Pedro de Alcântara, ajudaram a combatê-lo e a salvar os pertences dos
moradores, passando então a desfrutar de reputação positiva entre os cariocas.
Jornal do Commercio (Rio de Janeiro, RJ), 17/2/1861, número 47, página 1, segunda
coluna (em Folhetim).
http://memoria.bn.br/DocReader/364568_05/1690
Caso a informação da Liesa estivesse correta, no ano seguinte teriam desfilado como
Tenentes do Diabo. Entretanto, em 1862 a sociedade mantinha seu nome original.
Jornal do Commercio (Rio de Janeiro, RJ), 15/4/1862, número 104, página 2,
terceira coluna.
http://memoria.bn.br/DocReader/364568_05/3561
Em 1863, idem.
Jornal do Commercio (Rio de Janeiro, RJ), 17/2/1867, número 48, página 2, primeira
coluna.
http://memoria.bn.br/DocReader/364568_05/11478
A outra sociedade carnavalesca de cuja criação participou Vicente José Ramos, os
Infantes do Diabo, intitulava-se, anteriormente, Templários. Em 1.º de janeiro de 1869
deu-se a mudança de denominação.
Jornal do Commercio (Rio de Janeiro, RJ), 1/1/1869, número 1, página 1, última
coluna.
http://memoria.bn.br/DocReader/364568_05/14851
As informações disponíveis permitem afirmar que Vicente não foi exatamente um
homem de sorte na vida. Além da incapacidade de se firmar como jornalista crítico do
governo, dos sérios problemas causados pela revelação da chave do poema-acróstico e
da reputação de "novo mal das vinhas" entre os colegas de profissão, enfrentou
problemas financeiros e legais até os meses finais de sua longa existência.
Em 1864, o nome de Vicente apareceu como o presidente da comissão de credores da
Casa bancária Montenegro, Lima & Cia., que falira depois de fraudar balanços
contábeis.
Jornal da Tarde (São Paulo, SP), 26/11/1880, número 20, página 3, terceira coluna.
http://memoria.bn.br/DocReader/713120/2940
Em 1882, na cidade paulista de Paraibuna, Vicente foi considerado um "homem
turbulento e dado à embriaguez" pelo juiz de Direito da região, mas quase inimputável
devido às suas boas relações com as autoridades policiais do local.
O delegado militar no interior da província de São Paulo, no fim do Império, página
205, André Rosemberg Vozes, Pretérito & Devir, ano VI, volume IX, número I, 2019.
https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&ved=2ahU
KEwi4vK27wIjtAhXNHLkGHQ1YAC8QFjAEegQIBhAC&url=http%3A%2F%2Frevi
stavozes.uespi.br%2Fojs%2Findex.php%2Frevistavozes%2Farticle%2Fdownload%2F2
09%2F215&usg=AOvVaw2oX7iJQUoswRB947bdJExR
Em 1896, ano do falecimento, outra condenação, também por injúrias verbais, esta
seguida de absolvição "por ter o tribunal reconhecido em seu favor a circunstância
dirimente do enfraquecimento senil".
Certamente, os membros do tribunal não conheciam o passado do réu.
Ensaios Jurídicos, páginas 104 e 105, Viveiros de Castro, Rio de Janeiro, 1892.
https://bdjur.tjdft.jus.br/xmlui/bitstream/handle/tjdft/31381/Ensaios%20jurídicos.pdf
?sequence=3
Nesse caso, de novo, o problema jurídico derivou da atividade de jornalista
independente: um artigo publicado como matéria paga no jornal O País em 31 de agosto
de 1895, época em que Vicente utilizava o pseudônimo O Malheiro.
O processo teve origem nas acusações feitas a uma firma contratada pela Prefeitura
do Rio para a construção de fornos de incineração do lixo.
Jornal do Commercio (Rio de Janeiro, RJ), 11/2/1896, número 42, página 5, segunda
coluna.
http://memoria.bn.br/DocReader/364568_08/20228
_________________________________
Vida familiar
Em 1868, pouco antes do episódio do poema-acróstico, Vicente revelou ter seis
filhos, em um de seus textos no Correio Mercantil.
Correio Mercantil (Rio de Janeiro, RJ), 5/9/1868, número 304, página 3, quarta
coluna.
http://memoria.bn.br/DocReader/217280/29781
Outro filho viria a falecer em maio de 1869, com apenas um mês de idade, vítima de
"convulsões".
O País (Rio de Janeiro, RJ), 19/6/1894, número 4334, página 5, última coluna.
http://memoria.bn.br/DocReader/178691_02/9996
E em 5 de maio de 1896, o homem cuja ousadia político-literária marcou a História
do Brasil partia deste mundo, deixando uma viúva (Anna Rosa Ramos) e "filhos e
filhas", conforme o anúncio de agradecimento da família publicado no Jornal do
Commercio.
Cidade de Itu (Itu, SP), 14/5/1896, número 269, página 2, terceira coluna.
http://obrasraras.usp.br:8080/xmlui/bitstream/handle/123456789/5986/A_Cidade_de
_Ytu_ano3_n269_1896.pdf?sequence=1
A resposta a uma solicitação publicada na Gazeta de Notícias permite-nos saber que
à época do falecimento Vicente José Ramos morava no bairro carioca de Santa Tereza,
à rua Fluminense.
Gazeta de Notícias (Rio de Janeiro, RJ), 20/6/1896, número 171, página 5, última
coluna.
http://memoria.bn.br/DocReader/103730_03/14393
A viúva Ana Rosa Ramos viria a falecer em 1903.
A Notícia (Rio de Janeiro, RJ), 15/10/1896, número 171, página 3, penúltima coluna.
http://memoria.bn.br/DocReader/830380/10356
A série de artigos Interesse Público, do Relógio Político
. No Correio Mercantil.
. Número 7.
5/11/1868, número 304, página 3, terceira e quarta colunas.
http://memoria.bn.br/DocReader/217280/29781
. Número 10.
8/11/1868, número 307, página 3, quinta coluna.
http://memoria.bn.br/DocReader/217280/29793
. Número 18.
13/11/1868, número 312, página 3, quinta coluna.
http://memoria.bn.br/DocReader/217280/29813
. No Jornal do Commercio.
. Número (ilegível).
8/11/1868, número 311, página 1, quarta e quinta colunas.
http://memoria.bn.br/DocReader/364568_05/14559
. Número 1?.
10/11/1868, número 313, página 1, última coluna.
http://memoria.bn.br/DocReader/364568_05/14567
. Número 1?.
11/11/1868, número 314, página 6, segunda coluna.
http://memoria.bn.br/DocReader/364568_05/14576
. Número 1?.
12/11/1868, número 315, página 1, sexta coluna.
http://memoria.bn.br/DocReader/364568_05/14579
. Número 1?.
13/11/1868, número 316, página 1, sexta coluna.
http://memoria.bn.br/DocReader/364568_05/14587
. Número 1?.
14/11/1868, número 317, páginas 1 (última coluna) e 2 (primeira coluna).
http://memoria.bn.br/DocReader/364568_05/14591
http://memoria.bn.br/DocReader/364568_05/14592
. Número 1?.
15/11/1868, número 318, página 1, coluna.
http://memoria.bn.br/DocReader/364568_05/14595
***
. No Diário do Rio de Janeiro.
. Número 22.
18/11/1868, número 316, página 3, da primeira à terceira coluna.
http://memoria.bn.br/DocReader/094170_02/23666
. Número 23.
19/11/1868, número 317, página 3, primeira coluna.
http://memoria.bn.br/DocReader/094170_02/23670
. Número 24.
21/11/1868, número 319, página 3, terceira coluna.
http://memoria.bn.br/DocReader/094170_02/23678
. Número 25.
22/11/1868, número 320, página 2, penúltima e última colunas.
http://memoria.bn.br/DocReader/094170_02/23681
. Números 26, 27 e 28.
24/11/1868, número 322, página 3, segunda e terceira colunas.
http://memoria.bn.br/DocReader/094170_02/23690
. Números 29 e 30.
25/11/1868, número 323, página 2, da segunda à quinta coluna.
http://memoria.bn.br/DocReader/094170_02/23693
. Números 31 e 32 (também os números 27 e 28).
26/11/1868, número 324, página 2, da quarta à sétima coluna.
http://memoria.bn.br/DocReader/094170_02/23697
http://memoria.bn.br/DocReader/094170_02/23701
. Número 33 (duplicado).
27/11/1868, número 325, página 2, última coluna.
. Números 34 e 35.
28/11/1868, número 326, página 3, segunda e terceira colunas.
http://memoria.bn.br/DocReader/094170_02/23706
. Número 36.
29/11/1868, número 327, página 2, quarta e quinta colunas.
http://memoria.bn.br/DocReader/094170_02/23709
. Número 37.
1/12/1868, número 329, página 3, segunda e terceira colunas.
http://memoria.bn.br/DocReader/094170_02/23718
. Números 38, 39 e 40.
3/12/1868, número 331, página 2, da quinta à sétima coluna.
http://memoria.bn.br/DocReader/094170_02/23725
_______________
Textos de Vicente José Ramos como O Malhadeiro
. Na Gazeta de Notícias.
11/4/1891, número 100, página 3, quinta e sexta colunas.
http://memoria.bn.br/DocReader/103730_03/3151
7/8/1891, número 219, página 3, da primeira à terceira coluna.
http://memoria.bn.br/DocReader/103730_03/3941
21/10/1891, número 294, página 3, da quinta à sétima coluna.
http://memoria.bn.br/DocReader/103730_03/4431
. Em O País.
26/8/1895, número 3981, página 4, segunda e terceira colunas.
http://memoria.bn.br/DocReader/178691_02/13551
31/8/1895, número 3986, página 4, terceira e quarta colunas.
http://memoria.bn.br/DocReader/178691_02/13591