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INVESTIGAÇÕES DE AUTORIA E PUBLICAÇÃO

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Autor: Sérgio Barcellos Ximenes.

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______________________
Belisela, 16 anos: uma escritora brasileira inédita do século XIX – Introdução
Resumo
Tema: a desconhecida escritora brasileira do século XIX (pseudônimo: Belisela) que
em 1890, aos 16 anos de idade, publicou textos de não ficção e de ficção na primeira
página do jornal Cidade do Rio, compartilhando o espaço com autores famosos da
época.
. Além de escritora, Belisela também atuou como jornalista, assinando a coluna
Miscelânea no mesmo jornal naquele ano.
Pseudônimos adotados pela autora: Bellisa L., Bellisela, D. Belizella e B.
Obra conhecida (sempre em 1890):
Textos de não ficção (na primeira página)
1. A. C. Cy., 25 de setembro.
2. Saudade, 1.º de novembro.
Contos
3. Lili, 22 de novembro.
4. Falta e Reparação, 29 de novembro, e 1.º e 2 de dezembro.
5. Alcina, 5 de dezembro.
6. Amor Fraternal, 12 de dezembro.
7. O Desgosto de Alaíde, 19 de dezembro.
8. O Talismã de Flávio, 27 de dezembro.
Participação de Belisela como jornalista no Cidade do Rio (sempre em 1890):
coluna Miscelânea, um apanhado de notícias e casos curiosos transcorridos em outros
países, em especial na Europa.
. Datas: 28/10, 6/11, 14/11, 21/11, 26/11, 9/12, 13/12/ 16/12 e 24/12.
. Assinatura: B.
Até hoje não havia registro conhecido de jornalista mulher atuante no Cidade do Rio.
________________________________
Imagem do primeiro folhetim de Belisela (Alcina, 3/12/1890)

http://memoria.bn.br/docreader/085669/3120
Apresentação
No dia 24 de setembro de 1890, o jornal abolicionista Cidade do Rio, fundado por
José do Patrocínio, anunciava em sua primeira página o nome de uma nova
colaboradora.
___________________
BELLISA L.
Tal é o pseudônimo de uma jovem escritora que, na volta apenas da sua décima sexta
primavera, já se consagra, com afã entusiástico e prometedoras esperanças, ao cultivo
da literatura pátria, e que começará amanhã a honrar com a sua colaboração as colunas
deste periódico.

Cidade do Rio (Rio de Janeiro, RJ), 24/9/1890, número 216, página 1, primeira
coluna.
http://memoria.bn.br/docreader/085669/2880
Abaixo, a continuação do texto que apresentou a nova escritora aos leitores do
Cidade do Rio.
__________________
No poético ambiente social em que respira, sob a salutar ação do mais escolhido
meio doméstico, estranha às insinuações deletérias de grande parte do moderno
filosofismo e às baboseiras tão preconizadas em certa roda adolescente precocemente
emancipada, Bellisela tem as suas produções pautadas pelas normas consoladoras e
instrutivas oferecidas nos exemplares dos nossos autores de melhor nota, entre outros
Corina Coaracy, Júlia [Lopes] de Almeida, Adelina Vieira, Narcisa Amália, e nos
estrangeiros tais como Maria Amália, Guiomar Torrezão, Berthe Flammarion, Mlle.
Julie Gourand, Mlle. Marchal, Andersen, a condessa de Ségur, Mss. Beecher Stowe e na
estimada coleção de Young Ladies' Journal.
Não será uma escritora fashionable [da moda], ignorante como é e deve ser das
escabrosidades de alguns conteurs [contadores de histórias] atualmente muito em voga,
mas representa um elemento legítimo da organização social da nova República,
elemento tão estável e essencial, quanto sobre ele repousa todo o edifício dos nossos
mais elevados sentimentos e mais sólidas virtudes.
Nesse pressuposto, nós, que lhe vencemos da escrupulosa modéstia a autorização
para a publicidade de alguns de seus escritos, ousamos impetrar para ela, da crítica de
nossos confrades do jornalismo, não o elogio banal e sem sinceridade, que nada
aconselha nem corrige, mas as admoestações judiciosas e animadoras e, máxime
[principalmente], o cavalheiroso respeito, devido à sua idade, sexo e posição, o qual
(honra seja feita aos nossos colegas), está nos hábitos consagrados de todos, sem
discrepância de um só.
_____________
Tratava-se de uma situação inédita no jornalismo brasileiro da época: alguém com 16
anos ser convidado para escrever na primeira página de um jornal importante. Mais:
esse alguém era uma mulher, num tempo em que somente escritoras consagradas como
Délia (Maria Benedita Câmara Bormann) e Júlia Lopes de Almeida conseguiam obter
essa posição honrosa.
A primeira página do Cidade do Rio era o seu espaço mais nobre. A exemplo da
maioria dos jornais da época, o periódico tinha apenas quatro páginas, e as duas finais
destinavam-se a anúncios. Na primeira página vinham artigos de opinião, notícias da
atualidade e textos literários. Escreviam nela, com frequência, Olavo Bilac, Virgílio
Várzea, Oscar Rosas e Heitor Guimarães, além, obviamente, do próprio José do
Patrocínio, responsável pelos editoriais. Também ali apareciam, nos folhetins, escritores
franceses de sucesso.
Segundo o apresentador da novidade (quase certamente, o próprio José do
Patrocínio), o jornal teve acesso a alguns textos da jovem e convenceu-a no sentido de
publicá-los ― mesmo sendo ainda exemplos de uma escrita amadora ― por causa da
sua filiação ao estilo clássico, e não ao moderno.
No dia seguinte, o Cidade do Rio publicou a primeira contribuição de Belisela,
intitulado A. C. Cy., um texto de não ficção em que a autora saudava uma jornalista e
escritora indicada somente pelas iniciais C. Cy. (talvez Corina Coaracy).
Nos elogios, Belisela ressaltava a dificuldade enfrentada pelas jornalistas e literatas
de seu tempo, ao penetrarem em ambientes intelectuais totalmente dominados pelos
homens.
_________________________
A. C. Cy.
Salve, ó tu, que na vasta arena da literatura, empenhando-te valorosa em ardente
litígio com os mais célebres lutadores, soubeste manter-se em posto egrégio e honroso
para o nosso sexo!
Salve, tu, que no prélio do jornalismo surges possante sob a aparência de fraqueza!
Salve, tu, que insigne escritora, afrontando leal e sincera os sarcasmos viperinos do
ceticismo, os apodos [gracejos] irrisórios [ridículos] da impertinente inscícia [ignorância
do mais básico], provas à pátria que, se o sexo masculino é capaz de servi-la, a mulher
também pode concorrer para elevá-la, engrandecê-la!
Salve, tu, que com invicto ânimo abranges em tuas apreciações as mais enredadas
causas, os mais intrincados debates, desvelando, em estilo correto e fluente, em frases
arrebatadoras e convincentes, a delicadeza e a meiguice de tua alma feminil, sim, mas
também enérgica e altiva!
Sob o doce jugo dos teus argumentos e opiniões criteriosas, curvas os que te leem,
fascinando-os, atraindo-os com irresistível condão.
Tuas palavras suaves como o cicio quérulo [queixoso] das auras crepusculares,
deliciosas como os olores [aromas] fragrantes que a modesta violeta deixa evolar-se do
seu seio dentre a relva que a oculta, denunciam o teu talento e, quais preciosas pérolas,
merecem a admiração de quem as pode colecionar.
Jamais na senda da vida meus olhos entreviram tua nobre fronte, aureolada pela
inspiração, jamais os acordes melodiosos de tua voz me feriram os ouvidos, jamais me
foi concedido o prazer de fruir as delícias de tua conversação, e no entanto conheço-te
pela alma grandiosa que revelas em tuas crônicas, quando, ao carpir [choro] do orfanado
[da orfandade] e da viúva, desvalidos, atendes pronta a implorar para eles o amparo e a
proteção da opulência. Conheço-te pela nobreza do teu caráter, pelo teu santo
patriotismo, que se traem quando, fazendo de tua pena o látego fustigador da injustiça,
defendes sem hesitar o fraco contra o forte, o oprimido contra o opressor.
No pendor vertiginoso da ambição, no vórtice lôbrego [medonho] das paixões, te
conservas incólume, sem nunca esmaeceres. No doirado baixel [pequeno barco] da arte
atravessas o pélago [mar alto] da vida, intemerata [imaculada] perante a agressão da
inveja.
Sim, um dia em que, como crisol [cadinho] da ciência, apresentares as produções
persuasivas, magníficas, de teu gênio e alcançares os píncaros da glória, sentar-te-ás
refulgente no sólio [trono] da imortalidade, cingida a fronte de imarcescíveis [eternos]
lauréis.
Avante, pois mimosa escritora, na missão de levantar em tua pessoa a brasileira ao
pináculo [cume] do estudo!
Avante, pois, e faze com que as centelhas de teu talento brilhem, não só para teus
concidadãos, mas para o mundo inteiro, apresentando-te como adorável antístite
[pontífice] da literatura feminina em nossa bem amada pátria.
E então, nós outras, gratas a tão grande esforço, oscularemos a mão daquela que
subtraiu o menosprezo do estrangeiro à valia da mulher brasileira.
Bellisela.
Cidade do Rio (Rio de Janeiro, RJ), 25/9/1890, número 217, página 1, quarta coluna.
http://memoria.bn.br/DocReader/085669/2884
___________________________
A nota do jornal apresentou a autora como "Bellisa L." (um pseudônimo), mas no
primeiro texto optou-se pela forma "Bellisela".
No dia 1.º de novembro de 1890, a primeira página do Cidade do Rio trouxe a
segunda contribuição de Belisela, um texto confessional intitulado Saudade!, relativo ao
falecimento de uma pessoa querida. Por se tratar de uma esposa lamentando a morte do
marido e mencionar filhos pequenos, talvez o texto seja de natureza ficcional (a autora
estava com 16 anos, à época).
_______________________
Saudade!
O estilete agudo da dor dilacera-me a alma, a vergasta [chibata] mortífera da angústia
fustiga-me cruamente, o dardo venenoso do tormento traspassa-me o peito, e não corres
pressuroso [apressado] e a consolar-me e não atendes aos meus gemidos!
Para onde foste, tenro e dedicado amigo, que não respondes ao meu apelo, que não te
emocionas com as minhas lamentações, unidas aos ais doridos de tua esposa idolatrada
e de teus parentes estremecidos [abalado]? Em que longínquos e exilados sítios te
colocou a deusa implacável, tua raptora, que já não participas das mágoas dos entes que
adoravas, nem lhes divisas os semblantes amigos?
Que místico esconderijo o teu, que não te deleitam os ouvidos as argentinas [que
soam como prata] risadas dos mimosos anjos que, embora no rosicler da vida, atuavam-
te e estendiam-te os bracinhos, balbuciando teu nome? Bem remota deve ser essa
região, pois já não lhes enches as rosadas faces de mil beijos, outros tantos indeléveis
selos de tua amizade, tu, que nunca lhes recusavas carinhos, que nunca as reenviavas
sem uma palavra acariciadora, e em cujos amorosos lábios encontravam sempre um
consolo nas transitórias tristezas e uma partilha nos gozos inocentes!
Eras bom, eras meigo e corajoso.
Paciente, risonho, resoluto, comunicando o ânimo de teu espírito aos companheiros
da peregrinação, infiltrando-lhes um pouco de tua esperança, galgavas o Calvário da
existência arquejando sob o jugo de tua cruz.
Se por vezes caías, pronto era o teu reerguer, imediato o recobrar de tua marcha,
porque inspirando-te num doce e expressivo olhar da esposa, numa amigável palavra
dos afeiçoados, repunhas sobre as espáduas doloridas o madeiro ainda mais pesado, e
sorrindo triunfante recomeçavas a trilhar a rude e espinhosa vereda da amargura,
transpondo obstáculos imprevistos que a todo passo deparavas, calmo e resignado.
Se por vezes parecias submergir-te no paul [pântano] do infortúnio, mágico filtro
reacendia-te o valor e sereno repisavas a verdadeira estrada, circundava-te a fronte a
auréola da honra, resplendendo [resplandecendo] em teus olhos a luz da fé.
Mesmo quando porejava o suor de sangue do trabalho sem recompensa, recalcavas
no íntimo as aflições e aparecias alegre, enquanto a tristeza imperava em ti.
Mesmo quando, na luta com a adversidade, algum desvalido te estendia a mão,
sofrias privações para ofertar-lhe um óbolo [esmola].
E nunca a sanha do desespero te rasgou a alma, nunca a blasfêmia te roçou os lábios,
nunca a inveja te rendeu escravo!
Homem de fé! Homem de esperança! Homem de caridade! É que nos recônditos de
teu coração ocultavas o embrião do bem a confortar-te, é que o anelito [a aspiração]
sagrado da virtude comunicava-te vigor.
Grande e elevado caráter, sublime abnegação que o mundo injusto não soube
compreender, oferecendo-lhe, em troca, o amaro licor do desar [fracasso].
No leito de dores, quando conheceste que ia ser cortado o fio de tua existência, não
murmuraste um queixume!
Choraste apenas, não saudoso de venturas fruídas aqui, mas lamentando já, tão cedo,
não poderes amparar mais a família!
Sim, nobre amigo, a terra, indigna de possuir-te, restituiu-te a Deus para serem
compensados teus desgostos. Se o anjo da morte pousou em teu seio, enregelando-te o
corpo, se teus olhos cerraram-se para sempre, se forçosa foi nossa separação, é que
merecias uma vida mais bela, um porvir mais brilhante!
___
Brisa que suspirais gemedora e triste, rola que soluçais nas solidões do campo, flor
que perfumais a amplidão da atmosfera, silfo invisível que reinais nos ares, correi, voai
à mansão ignota [desconhecida] e etérea onde adeja seu espírito e dizei-lhe que, com um
raio de valiosa proteção, dissipe as trevas espessas do percurso da nossa vida e nos guie
os passos incertos e vagos!
Mas ai! Não, impossível.
Mera fantasia, puro devaneio!
Mensageiro algum jamais te alcançará! Que fazer, então?!
Sobre tua campa rociada [orvalhada] pelo pranto de perpétua gratidão, de
imorredouro amor, eu, reverente, de joelhos, deixo cair as pétalas esfolhadas da roxa e
sincera saudade, arrancada do meu coração!

Cidade do Rio (Rio de Janeiro, RJ), 1/11/1890, número 29, página 1, penúltima
coluna.
http://memoria.bn.br/docreader/085669/3012
_______________________
A assinatura na linha final traz apenas um B.. Veremos a seguir que esta seria a
assinatura adotada por Belisela nos contos publicados em folhetins, no final do ano.
De 23 de novembro a 27 de dezembro sairiam seis textos de ficção da misteriosa
Belisela, todos assinados com a letra B.
. Lili, 22 de novembro.
. Falta e Reparação, 29 de novembro, e 1.º e 2 de dezembro.
. Alcina, 5 de dezembro.
. Amor Fraternal, 12 de dezembro.
. O Desgosto de Alaíde, 19 de dezembro.
. O Talismã de Flávio, 27 de dezembro.
Essas histórias serão apresentadas em texto atualizado no segundo e último artigo
desta série.
Cinco desses contos marcaram a elevação do status literário da autora no Cidade do
Rio. Em 29 de novembro de 1890, o jornal apresentou aos leitores sua nova equipe de
redação de folhetins. Nela, "D. Belizella" se tornava responsável pelos textos das
sextas-feiras.
___________________
Folhetins diários
De segunda-feira próxima em diante começa esta folha a publicar todos os dias, em
rodapé, um folhetim sobre arte, sobre modas, sobre ciência, sobre esporte, sobre o amor
e sobre todas as coisas que consigam a atenção dos espíritos cultos.
Os autores dos folhetins são os próprios redatores da Cidade do Rio, que têm dia
marcado para as suas crônicas.
O folhetim é uma composição literária muito fina e leve, de fácil leitura para o
público, e nós, proporcionando-lhe esse gozo diariamente, temos dado provas da
entranhada fé com que servimos ao leitor.
Dias da publicação
2.ª feira .......... Oscar Rosas.
3.ª " ............... Virgílio Várzea.
4.ª " ............... E. Perneta.
5.ª " .............. Marcial de Oliveira.
6.ª " .............. D. Belizella.
Sábado ........ F. L.
Cidade do Rio (Rio de Janeiro, RJ), 29/11/1890, número 53, primeira página, última
coluna.
http://memoria.bn.br/docreader/085669/3100
________________
Esse aviso do editor nos oferece quatro informações importantes:
(1) Como Bellisela (ou, no aviso, Belizella) era a responsável pelo folhetim de sexta-
feira, e esses textos vieram assinados com um B., a inicial pertencia à autora, resolvendo
a questão relativa aos textos anteriores;
(2) Antes colaboradora eventual, Belisela tornou-se colaboradora regular a partir de
dezembro de 1890 no Cidade do Rio;
(3) Não só essa misteriosa e jovem autora colaborava com textos de não ficção e
ficção, como também fazia parte da redação do jornal, função explicitada no trecho "os
próprios redatores da Cidade do Rio".
O livro Imprensa Feminina e Feminista no Brasil: Século XIX, de Constância Lima
Duarte (2016), não registra o nome de nenhuma jornalista ligada ao Cidade do Rio;
(4) Essa última informação do aviso permite atribuir a Belisela, também, nove textos
publicados na seção Miscelânea do jornal entre o dia inicial da colaboração da autora e
o final de 1890, todos assinados com a letra B.
Infelizmente, a Biblioteca Nacional não possui exemplares do Cidade do Rio datados
de 1891 e 1892. Assim, não é possível saber até quando se deu a contribuição da jovem
escritora. Os exemplares de 1893 mostram o jornal bem mudado em termos de design e
conteúdo, e os nomes "Bellisa L.", "Bellisela" ou "Belizella", ou a inicial B., já não
estão presentes em suas páginas.
A jornalista Belisela e sua coluna Miscelânea
De 28 de outubro e a 24 de dezembro de 1890, o Cidade do Rio publicou uma coluna
sobre os mais variados assuntos internacionais, intitulada Miscelânea. Nas nove edições
da coluna, a assinatura final B. identificava a responsabilidade de Belisela, atestada pela
afirmação do editor, no texto Folhetins diários (de 29/11/1890; veja acima), de que a
jovem escritora fazia parte da redação do jornal.

. 28/10, número 26, primeira página, segunda coluna.


http://memoria.bn.br/docreader/085669/2996
. 6/11, número 32, página 1, segunda coluna.
http://memoria.bn.br/docreader/085669/3025
. 14/11, número 41, página 2, segunda coluna.
http://memoria.bn.br/docreader/085669/3053
. 21/11, número 46, página 1, penúltima coluna.
http://memoria.bn.br/docreader/085669/3072
. 26/11, número 50, página 1, primeira coluna.
http://memoria.bn.br/docreader/085669/3089
. 9/12, número 60, página 2, penúltima coluna.
http://memoria.bn.br/docreader/085669/3129
. 13/2 número 64, página 2, terceira coluna.
http://memoria.bn.br/docreader/085669/3145
. 16/12, número 66, páginas 1 (última coluna) e 2 (primeira coluna).
http://memoria.bn.br/docreader/085669/3152
http://memoria.bn.br/docreader/085669/3153
. 24/12, número 73, página 2, segunda coluna.
http://memoria.bn.br/docreader/085669/3181
A mensagem comemorativa do aniversário do Cidade do Rio
A única outra participação de Belisela no Cidade do Rio, em 1890, foi um cartão de
felicitações pelo aniversário do jornal, cujo conteúdo saiu na primeira página, em 27 de
setembro.
Cidade do Rio (Rio de Janeiro, RJ), 27/9/1890, número 219, primeira página, última
coluna.
http://memoria.bn.br/docreader/085669/2892
A identidade da autora
Não há como estabelecer uma identidade para a jovem autora, com base nos dados
disponíveis on-line. O nome não gera resultados relevantes no Google ou no acervo da
Hemeroteca digital da Biblioteca Nacional.
De 25 de outubro a 26 de dezembro de 1890, o Cidade do Rio publicou em sua
primeira página a coluna Salut!, com os nomes de aniversariantes de cada dia. Essa
coluna, embora limitada a dois meses, oferece algumas possibilidades de solução desse
mistério.
Para começar, Bellisa pode ser um anagrama de Isabel, adaptado para combinar com
a grafia da época. Assim, todos os nomes registrados na coluna Salut! em que "Isabel"
vem seguido de um sobrenome iniciado em L se candidatam a possíveis soluções.
Repare na semelhança entre "Belisa L. (ele)" e "Belisela".
Os nomes possíveis, por ordem de publicação:
1. Maria Isabel Lacombe.
Cidade do Rio (Rio de Janeiro, RJ), 29/10/1890, número 27, primeira página, última
coluna.
http://memoria.bn.br/docreader/085669/3000
2. Elisa Lázaro (bastaria o acréscimo de um B no início do prenome).

Cidade do Rio (Rio de Janeiro, RJ), 10/11/1890, número 35, primeira página,
penúltima coluna.
http://memoria.bn.br/docreader/085669/3036
3. Izabel Lameiro de Carvalho.
Cidade do Rio (Rio de Janeiro, RJ), 28/11/1890, número 52, primeira página,
penúltima coluna.
http://memoria.bn.br/docreader/085669/3096
4. Izabel da Costa Lima.

Cidade do Rio (Rio de Janeiro, RJ), 3/12/1890, número 56, primeira página, última
coluna.
http://memoria.bn.br/docreader/085669/3112
São pistas para uma futura investigação e identificação dessa jovem que ocupou um
espaço nobre em um dos principais jornais do Rio, no qual, aparentemente, desenvolveu
toda a sua breve carreira literária.
Os textos de ficção de Belisela
Desconsiderando-se a possibilidade de o texto Saudade!, reproduzido acima, ser de
natureza ficcional, Belisela publicou seis contos no Cidade do Rio em 1890.
A. Em colunas regulares.
1. Lili, 22 de novembro, número 47, páginas 1 (última coluna) e 2 (primeira coluna).
http://memoria.bn.br/docreader/085669/3076
http://memoria.bn.br/docreader/085669/3077
2. Falta e Reparação.
29 de novembro, número 53, página 2, primeira coluna.
http://memoria.bn.br/docreader/085669/3101
1.º de dezembro, número 54, página 2, primeira coluna.
http://memoria.bn.br/docreader/085669/3105
2 de dezembro, número 55, página 2, primeira e segunda colunas.
http://memoria.bn.br/docreader/085669/3109
B. Na seção Folhetim.
3. Alcina, 5 de dezembro, número 58, primeira página.
http://memoria.bn.br/docreader/085669/3120
4. Amor Fraternal, 12 de dezembro, número 63, segunda página.
http://memoria.bn.br/docreader/085669/3141
5. O Desgosto de Alaíde, 19 de dezembro, número 69, primeira página.
http://memoria.bn.br/docreader/085669/3164
6. O Talismã de Flávio, 27 de dezembro, número 75, primeira página.
http://memoria.bn.br/docreader/085669/3188
Essas histórias de Belisela estão disponíveis em Seis contos inéditos de Belisela,
artigo no OneDrive, subpasta Investigações de autoria e publicação.

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