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A época romântica também foi palco para a popularização dos romances impressos,
tornando a literatura mais popular e acessível às camadas mais inferiores da sociedade,
como a classe média e mulheres, que antes raramente tinham acesso às letras, e muitas
vezes sequer eram alfabetizadas. Essa mudança reforçou ainda mais o caráter ideológico
da arte e sua função na disseminação de ideias.
O Romantismo adquiriu características bastante distintas em cada país, por isso é difícil
generalizar o comportamento de autores imersos em universos tão diferentes.
Essa variação se dá não apenas por questões espaciais (devido aos diferentes contextos
dos diversos países), como também em relação às questões temporais. Por ter durado
relativamente bastante tempo, a primeira geração de autores românticos possui uma
abordagem específica e diversa se comparada aos autores das gerações posteriores.
Porém, é possível generalizar algumas características encontradas nas obras românticas,
como o foco no sujeito, a liberdade expressiva, certa vertente patriota e idealização da
mulher amada.
O Romantismo no Brasil
O período transição artística ocorreu simultaneamente à vinda da Família Real ao Brasil.
Esse acontecimento, no ano de 1808, significou o início do processo de Independência da
Colônia.
No entanto, é necessário lembrar que ainda que a literatura brasileira tenha, na época, se
inspirado em temas tipicamente nacionais para seus temas, o olhar sobre esses temas
ainda é o olhar do colonizador, uma vez que mesmo que o indivíduo brasileiro
personagem das obras românticas brasileiras – muitas vezes índio, ou negro ou mulher –
foram, na esmagadora maioria, apenas objetos desse processo literário, sendo retratados
pela elite intelectual da época, composta majoritariamente por homens brancos e livres.
Texto 1:
O Canto do Índio
Quando o sol vai dentro d'água
Seus ardores sepultar,
Quando os pássaros nos bosques
Principiam a trinar;
Questão 1
a) Qual o tema central do poema “O canto do índio” de Gonçalves Dias?
b) A lírica romântica tem como tema, muitas vezes, a idealização da mulher. Que
mulher está sendo idealizada no poema? Quais as características a ela atribuídas?
Questão 2
Leia o trecho da carta de Pero Vaz de Caminha ao então Rei de Portugal:
“Que se homem os entendesse, e eles a nós, seriam logo cristãos, porque eles, segundo
parece, não tem, nem entendem nenhuma crença. E portanto, se os degredados, que
aqui hão de ficar, aprenderem bem a sua fala e os entenderem, não duvido que eles,
segundo a santa intenção de Vossa Alteza, se hão de fazer cristãos e crer em nossa santa
fé, à qual praza a nosso Senhor que os traga, porque, certo, esta gente é boa e de boa
simplicidade. (CAMINHA, 2007, p.71)”
Questão 3
Leia parte do poema “canto do Guerreiro” de Gonçalves Dias:
Na caça ou na lide,
Quem há que me afronte?!
A onça raivosa
Meus passos conhece,
O inimigo estremece,
E a ave medrosa
Se esconde no céu.
— Quem há mais valente,
— Mais destro do que eu?
VI
Se as matas estrujo
Co’ os sons do Boré.
Mil arcos se encurvam,
Mil setas lá voam,
Mil gritos reboam,
Mil homens de pé
Eis surgem, respondem
Aos sons do Boré!
— Quem é mais valente,
— Mais forte quem é?
VII
Texto 2:
Questão 4
b) No trecho “brasil, o que faço com a minha cara de índia?”o que Eliane
Potiguara está querendo denunciar sobre a realidade atual com essa pergunta no
poema?
Texto 3
Pau-brasil
Me disse: Para
Para e volta
Palavra-mercadoria
Brasil
PAU-BRASIL
Pau
Brasil
O pau a pique
O pau de arara
O pau de sebo
O pau patriarcal
Cara e orgulho nacional
Matas virgens
Virgens mortas
A colonização foi um estupro
Luíza Romão