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UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ

INSTITUTO BÁSICO DE HUMANIDADES


IBH

Grupo de Estudos em Língua Portuguesa


GELP

2020
GRUPO DE ESTUDOS EM LÍNGUA PORTUGUESA – GELP – 2020

INSTITUTO BÁSICO DE HUMANIDADES


Diretor: Prof. Dr. Moacyr José dos Santos

GELP
Grupo de Estudos em Língua Portuguesa
Rua Visconde do Rio Branco, 22 -Taubaté - SP

Professores de carreira

Profª Ms. Adriana Milharezi Abud


Profª Ms. Angela Popovici Berbare
Profª Ms. Deise Nancy Urias dos Santos
Profª Ms. Isabel Rosângela dos Santos Ferreira
Profª Drª Maria do Carmo Souza de Almeida
Profª Ms. Sílvia Regina Ferreira Pompeo Araújo

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GRUPO DE ESTUDOS EM LÍNGUA PORTUGUESA – GELP – 2020

APRESENTAÇÃO

O aluno do ensino superior tem como requisito indispensável em sua futura


carreira o domínio da norma culta da nossa língua, uma vez que os avanços
tecnológicos, aliados à globalização, passaram a exigir um profissional com maior
qualificação, inclusive no que se refere à capacitação em Língua Portuguesa. Espera-se
que o profissional saiba falar e escrever bem; isso porque a linguagem, principalmente a
escrita, insere-se em seu quotidiano com a produção de relatórios, atas, avisos, e-mails.
Destaca-se, ainda, a relevância da linguagem oral ao procurar emprego, ao fazer
entrevistas e dinâmicas de grupo. Uma vez empregado, esse profissional passa a
participar de reuniões, fazer apresentações e processos de negociação, redigir minutas,
enfim, uma infinidade de atividades do dia a dia que exigem clareza e correção,
independentemente da área em que trabalha.

Os professores do Grupo de Estudos em Língua Portuguesa (GELP) acreditam


que cabe à Universidade dar oportunidade aos alunos/futuros profissionais para que se
tornem linguisticamente competentes. É preciso que o aluno universitário se conscientize
que o sucesso profissional está atrelado ao bom uso da nossa Língua e que encare o
estudo de Língua Portuguesa como uma ferramenta para que ele se torne cidadão de
primeira categoria.

AGRADECIMENTOS

A todos os colegas que, direta ou indiretamente, ajudaram a preparar e organizar


o conteúdo proposto.

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ESTRATÉGIAS DE LEITURA

Bibliografia básica:
KLEIMAN, A. Texto e Leitor: Aspectos Cognitivos da Leitura. Campinas, SP: Pontes, 1989.
______. Oficina de leitura: teoria e prática. 6. ed. Campinas, SP, 1998.
SOLÉ, I. Estratégias de leitura. 6. ed. Porto Alegre: ArtMed, 1998.

Num primeiro momento, apresentamos, de forma resumida, a postura teórica


de Kleiman (1989, 1998) a respeito da leitura. Para ela, a leitura é uma prática
social que remete a outros textos e a outras leituras. De acordo com a autora, é
mediante a interação de conhecimentos prévios, como o linguístico, o textual e o
de mundo que o leitor consegue construir o sentido do texto. Ela enfatiza o
estabelecimento de objetivos e propósitos claros para a leitura.

Na mesma linha, Solé (1998) vê a leitura como um processo de interação


entre o leitor e o texto; neste processo, o leitor examina o texto com um objetivo e,
a partir de seus conhecimentos prévios, constrói o significado do texto. A autora
enumera alguns objetivos gerais de leitura: ler para:

a) obter uma informação precisa;


b) seguir instruções;
c) conseguir uma informação de caráter geral;
d) aprender;
e) revisar um escrito próprio;
f) praticar a leitura em voz alta;
g) verificar o que se compreendeu;
h) ter prazer.

Kleiman (1989, p. 31-32) relata uma experiência realizada por dois


psicólogos americanos. Os sujeitos deviam ler um texto, com objetivos
específicos diferentes. (Seu/sua professor(a) de Português Instrumental vai
estabelecer os objetivos para os grupos de alunos). Vejamos o texto:

Os dois garotos correram até a entrada da casa. “Veja, eu disse a você que
hoje era um bom dia para brincar aqui”, disse Eduardo. “Mamãe nunca está em
casa na quinta feira”, ele acrescentou. Altos arbustos escondiam a entrada da casa;
os meninos podiam correr no jardim extremamente bem cuidado. “Eu não sabia que
a sua casa era tão grande”, disse Marcos. “É, mas ela está mais bonita agora,
desde que meu pai mandou revestir com pedras essa parede lateral e colocou uma
lareira”. Havia portas na frente e atrás e uma porta lateral que levava à garagem,
que estava vazia exceto pelas três bicicletas com marcha guardadas aí. Eles
entraram pela porta lateral; Eduardo explicou que ela ficava sempre aberta para
suas irmãs mais novas entrarem e saírem sem dificuldade.

Marcos queria ver a casa, então Eduardo começou a mostrá-la pela sala de
estar. Estava recém pintada, como o resto do primeiro andar. Eduardo ligou o som:
o barulho preocupou Marcos. “Não se preocupe, a casa mais próxima está a meio

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quilômetro daqui”, gritou Eduardo. Marcos se sentiu mais confortável ao observar


que nenhuma casa podia ser vista em qualquer direção além do enorme jardim.

A sala de jantar, com toda a porcelana, prata e cristais, não era lugar para
brincar: os garotos foram para a cozinha onde fizeram um lanche.

Eduardo disse que não era para usar o lavabo, porque ele ficara úmido e
mofado, uma vez que o encanamento arrebentara.

“Aqui é onde meu pai guarda suas coleções de selos e moedas raras”, disse
Eduardo, enquanto eles davam uma olhada no escritório. Além do escritório, havia
três quartos no andar superior da casa.

Eduardo mostrou a Marcos o closet de sua mãe cheio de roupas e o cofre


trancado onde havia jóias. O quarto de suas irmãs não era tão interessante, exceto
pela televisão com o Atari. Eduardo comentou que o melhor de tudo era que o
banheiro do corredor era seu, desde que um outro foi construído no quarto de suas
irmãs. Não era tão bonito como o de seus pais, que estava revestido de mármore,
mas para ele era a melhor coisa do mundo. (traduzido e adaptado de Pitchert, J &
Anderson, R. “Taking different perspectives on a story”, Journal of Educational
Psychology, 1977, 69).

1- Faça uma lista de 10 informações relevantes, de acordo com o objetivo


de leitura estabelecido pelo(a) professor(a):

___________________________ ___________________________

___________________________ ___________________________

___________________________ ___________________________

___________________________ ___________________________

___________________________ ___________________________

Leitura global

(para exploração do texto)

Um leitor com certo nível de escolaridade tem conhecimentos prévios (de


mundo, textual e linguístico), que o capacitam a perceber uma série de
informações dos textos apenas com uma “passada de olhos” sobre o texto. Essa
leitura de exploração do texto é uma estratégia muito usada pelo leitor experiente
e deve ser praticada por todos que querem melhorar sua capacidade de
compreensão de texto. (KLEIMAN, 1989)

A leitura global começa com uma exploração do texto que deve resultar em
previsões sobre o conteúdo da interação da informação verbo-visual (fonte, título,
autor, data, sinais gráficos, ilustrações, divisões do texto, legendas, referências),

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da leitura rápida de algumas partes e do conhecimento linguístico, textual e de


mundo do leitor.

Faça uma leitura rápida, de reconhecimento, de exploração do texto a seguir,


para buscar as informações solicitadas:

Texto 1

a) Fonte: _________________________________________________________

b) Público- alvo: ___________________________________________________

c) Informações que poderiam estar no texto:


_________________________________________________________________
_________________________________________________________________

d) Provável objetivo do autor: _________________________________________

e) Variante linguística empregada: _____________________________________

f) Gênero do texto: _________________________________________________

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Leitura completa

(para exploração das ideias principais e secundárias do texto)

A compreensão do texto melhora significativamente quando o leitor


estabelece objetivos e propósitos claros para a leitura. Isso também pode ser feito
pelo professor que solicita a leitura de um texto.

Leia o texto abaixo, Humanidade, com o objetivo de responder às


perguntas a respeito dos pontos principais do texto:

a) Qual a primeira cena relatada no texto?


b) Qual a segunda cena?
c) Qual a terceira cena?

Humanidade

Cristina Grillo

RIO DE JANEIRO – A cena, exibida no de respeito ao próximo de cabelo em


início da semana no noticiário local e pé.
depois repetida no “Jornal Nacional, Passageiros começam a
não me sai da cabeça. reclamar do fato de o motorista ter
O cadeirante tenta entrar em um parado o ônibus para tentar embarcar o
ônibus equipado com um elevador para cadeirante.
facilitar o acesso. Na primeira tentativa, “Tenho hora, tenho que
o motorista alega não poder ajudá-lo trabalhar”, reclama um. “O senhor não
porque não tem a chave que aciona o pode atrasar a viagem das pessoas
equipamento. que pagaram passagem”, diz outro.
A empresa proprietária do Todos nós temos hora para
veículo deve entender que está trabalhar. Nenhum de nós quer chegar
cumprindo a lei municipal que obriga atrasado. É responsabilidade da
todos os ônibus fabricados a partir de empresa manter o equipamento em
2008 a terem elevador. A lei, afinal, não perfeitas condições de uso e treinar os
estabelece que o motorista deve ter a motoristas para manejá-lo.
chave que o aciona. Mas o egoísmo de quem só se
Na cena seguinte, outro ônibus preocupava, naquele momento, com a
para. O motorista tem a chave, mas própria vida, choca. Não se vê um sinal
não consegue fazer o elevador de solidariedade. Não aparece alguém
funcionar. Tenta uma, duas, três vezes, que se disponha a ajudar a colocar a
mas as engrenagens travam. cadeira de rodas no ônibus – solução
Obviamente ele não recebeu o provisória, sim, mas que mostraria um
treinamento adequado para acionar o pinguinho de preocupação com o outro.
equipamento e não sabe o que fazer. Não se vê sequer uma gota de
O que vem a seguir é de deixar humanidade.
qualquer pessoa que tenha o mínimo Fonte: Folha de São Paulo, 16/03/1

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Leitura detalhada

(para desenvolvimento da capacidade de analisar criticamente a


intenção do autor)

A leitura detalhada possibilita ao leitor perceber a importância da análise das


pistas linguísticas e não linguísticas do texto, para inferir a intenção do autor.

Leia o texto A CEIA e responda às perguntas que foram retiradas de:


CARNEIRO, Agostinho D. Texto em construção: interpretação do texto. São Paulo:
Moderna, 1992.

A CEIA
O restaurante era modesto e pouco freqüentado, com mesinhas ao ar livre,
espalhadas debaixo das árvores. Em cada mesinha, um abajur feito de garrafa, projetando
sobre a toalha xadrez vermelho e branco, um pálido círculo de luz.
A mulher parou no meio do jardim.
- Que noite!
Ele lhe bateu brandamente no braço.
- Vamos, Alice... Que mesa você prefere?
Ela arqueou as sobrancelhas.
- Com pressa?
- Ora, que idéia...
Sentaram-se numa mesa próxima ao muro e que parecia a menos favorecida pela
iluminação. Ela tirou o estojo da bolsa e retocou rapidamente os lábios. Em seguida, com
gesto tranqüilo, mas firme, estendeu a mão até o abajur e apagou-o.
- As estrelas ficam maiores no escuro.
Ele ergueu o olhar para a copa da árvore que abria sobre a mesa um teto de
folhagem.
- Daqui não vejo nenhuma estrela.
- Mas ficam maiores.
Abrindo o cardápio, ele lançou um olhar ansioso para os lados. Fechou-o com um
suspiro.
- Também não enxergo os nomes dos pratos. Paciência, acho que quero um bife.
Você me acompanha?
Ela apoiou os cotovelos na mesa e ficou olhando para o homem. Seu rosto fanado
era uma máscara delicada emergindo da gola negra do casaco. O homem se agitou na
cadeira. Tentou se fazer ver por um garçom que passou a uma certa distância. Ele encolheu
os ombros. Desistiu. Num gesto fatigado, esfregou os olhos com as pontas dos dedos.
- Meu bem, você ainda não mandou fazer esses óculos! Faz meses que quebrou o
outro e até agora...
-A verdade é que não fazem muita falta.
- Mas a vida inteira você usou óculos.
- Pois é, acho que agora não preciso mais.
-Nem de mim.
-Ora, Alice...

TELLES, Lygia Fagundes. Antes do baile verde. 9. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p. 143-
144.

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1. Um texto narrativo se estrutura sobre uma série de elementos fundamentais: o


quê (o fato), quem (os personagens), onde (o lugar), quando (o tempo), como (o
modo) e por quê (a causa).
Qual desses elementos é o motivo do primeiro parágrafo?

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

2. Ao descrever o restaurante, o narrador o caracteriza inicialmente com duas


qualidades. Quais? Qual delas é explicitada no texto? Por que a outra não é?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

3. Que elementos do restaurante dão ao cenário um tom melancólico?


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

4. Na linha 4, o autor introduz outro elemento narrativo. Qual?


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

5. Qual o estado de espírito dos dois personagens? Justifique com apoio de termos
do texto.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

6. A primeira frase de Alice (-Que noite!) tem sentido positivo ou negativo? Justifique
sua resposta.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

7. Quais as possíveis explicações para o fato de os personagens preferirem um local


menos iluminado?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

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8. Alguns gestos traduzem significados. Indique, por exemplo, o significado de:


“olhar ansioso para os lados” (l. 19) e “fechou-o com um suspiro”. (l. 19-20).
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

9. A palavra também, usada pelo homem, indica que, além dos pratos, ele não
enxergava algo mais. O quê?
___________________________________________________________________

10. Como o narrador demonstrou a pressa do homem?


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

11. Indique uma possível razão para a pressa do homem.


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

12. Justifique com duas razões diferentes o fato de o homem agitar-se na cadeira.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

13. Qual o significado do gesto de esfregar os olhos?


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

14. Como o narrador demonstra a intimidade que existe ou existiu entre os dois
personagens?
___________________________________________________________________
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15. O que demonstra a difícil relação entre os dois personagens?


___________________________________________________________________
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16. No decorrer do texto, o narrador lançou mão da linguagem gestual para indicar
sentimentos dos personagens. Qual o significado das seguintes frases:
“Ela arqueou as sobrancelhas”.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
“Ela apoiou os cotovelos na mesa”.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

“Ele encolheu os ombros”.


___________________________________________________________________
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17.Na frase: “A mulher parou no meio do jardim”. Que diferença de sentido haveria
se, em lugar de parou, o texto trouxesse estancou?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

18. “Ele lhe bateu brandamente no braço”. Há uma contradição aparente entre bateu
e brandamente. Que verbo poderia ser usado em lugar de bater a fim de que tal
contradição desaparecesse?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

19. “Você me acompanha?”. Que sentido tem o verbo acompanhar nessa frase?

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

20. Qual seu significado nas frases a seguir?

- Eu não acompanho novelas de televisão _________________________________

- Eu vou acompanhar você até a sua casa _________________________________

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A seguir, você deverá responder três questões de múltipla escolha, referentes


à formação geral, retiradas do ENADE (Exame Nacional de Desempenho de
Estudantes), do curso de Direito, realizado em 2018.

Questão 1

Texto 1
A frase em latim “Ex Afric semper aliquid novi”, do escritor romano Caio Plínio, dita
há 2.000 anos, significa “da África sempre há novidades a reportar”. A partir dessa ideia, o
curador alemão Alfons Hug montou a exposição “Ex Africa”, que conta com 18 artistas de
oito países africanos e dois artistas brasileiros. A ideia da mostra é retratar a produção
artística africana sem estereótipos aos quais estamos acostumados, como objetos de
artesanato e referências iconográficas.
Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2018/>. Acesso em: 12 jul. 2018
(adaptado).

Texto 2
Até as vésperas da era colonial moderna era comum encontrar as imagens positivas
sobre a África. Árabes e europeus descreveram as formas políticas africanas altamente
elaboradas e socialmente aperfeiçoadas, entre as quais se alternavam reinos, impérios,
cidades-Estado, entre outras. Após a conferência de Berlim (1885), que definiu a partilha
colonial da África, essas imagens “simpáticas” começaram a sombrear. Reinos e Impérios
foram substituídos pelas tribos primitivas em estado de
guerra permanente, umas contra outras, para justificar e legitimar a Missão Civilizadora, que
até hoje alimenta o imaginário da África no Brasil.
VIEIRA, F. S. S. Do eurocentrismo ao afropessimismo: reflexão sobre a construção do
imaginário “África” no Brasil. Em Debate. PUC-Rio, n. 03, 2006 (adaptado).

A partir dos textos apresentados, avalie as afirmações a seguir.

I. A África tem sido pensada, por muitos, como um único país, compreendida de
forma monolítica,como se fosse formada por cultura única, ou, até mesmo, um lugar
de povos sem cultura alguma, o que contribui e reforça a exclusão social das obras
africanas do sistema das artes visuais.

II. Construídas sob a égide do clichê da miserabilidade, as clássicas representações


sobre a África, que retratam o continente como um celeiro da tradição, do arcaísmo,
da produção manufaturada e artesanal, são estereótipos que precisam ser
superados, por serem incompatíveis com a multiplicidade de expressões artísticas
africanas.

III. Os estereótipos sobre o continente africano foram construídos a partir de


interesses políticos,culturais e econômicos que sustentaram, durante séculos,
projetos de exploração e ações excludentes.

É correto o que se afirma em


a. I, apenas.
b. III, apenas.
c. I e II, apenas.
d. II e III, apenas.
e. I, II e III

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Questão 2

Texto 1
Com base em dados de 2015, estima-se que, no Brasil, haja em torno de 100 mil
pessoas em situação de rua. A população que vivencia situação de rua é formada por
pessoas que, em sua maioria, possuem menos que o necessário para atender às
necessidades básicas do ser humano, estando no limite da indigência ou da pobreza
extrema, com comprometimento da própria sobrevivência.
A situação desse grupo excluído e marginalizado pode decorrer de diversos fatores,
como desemprego estrutural, migração, uso prejudicial de álcool e outras drogas, presença
de transtornos mentais, conflitos familiares, entre outros.
HINO, P.; SANTOS, J. O.; ROSA, A. S. Pessoas que vivenciam situação de rua sob o olhar
da saúde. Revista Brasileira de Enfermagem. v. 71, Suplemento 1, p. 732-740, 2018
(adaptado).

Texto 2
O Ministério da Saúde, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social e
Combate à Fome (MDS) e a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República
(SDH), lançou uma campanha que objetiva valorizar a saúde como um direito humano de
cidadania e ressaltar que as pessoas em situação de rua têm o direito de ser atendidas na
rede de serviços do SUS.
Disponível em: <http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/cidadao/principal/campanhas-
publicitarias/19300-campanha-pop-rua>. Acesso em: 11 set. 2018 (adaptado ).

A respeito da população que vivencia situação de rua e considerando os textos


apresentados, avalie as afirmações a seguir.

I. Na elaboração de políticas públicas, devem ser considerados os fatores pessoais


e contextuais que levam pessoas a viver em situação de rua, o que exige o trabalho
de equipes multidisciplinares, com o objetivo de assegurar direitos de saúde,
dignidade e cidadania a essa população.

II. A inexistência de endereço fixo que possibilite fazer cadastros oficiais e


estabelecer contato quando necessário, inviabiliza a inserção dos indivíduos em
situação de rua nas políticas públicas de saúde, educação e moradia.

III. A homogeneidade do grupo de pessoas que vivem em situação de rua contribui


para o desenvolvimento das estratégias de acolhimento e de atendimento pelas
equipes envolvidas em campanhas dirigidas a esse público.

IV. A falta de moradia convencional e o comprometimento da identidade, da


segurança, do bem-estar físico e emocional e do sentimento de pertencimento são
problemas vivenciados pelas pessoas que vivem em situação de rua e requerem
atenção do poder público.

É correto apenas o que se afirma em


a. I e III.
b. I e IV.
c. II e III.
d. I, II e IV.
e. II, III e IV.

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Questão 3

A seleção francesa participante da Copa do Mundo de Futebol de 2018, composta de


19 jogadores filhos de imigrantes da África e de outros países da Europa, foi mais
multicultural que o elenco campeão da Copa de 1998. Apenas o goleiro Lloris, o lateral
Pavard, o atacante Giroud e o meia Thauvin não se encaixam nessa descrição. Tal
composição suscitou inúmeros debates acerca da presença de imigrantes na sociedade
francesa e do multiculturalismo na Europa. À perspectiva multicultural se contrapõem a
xenofobia, o racismo, a islamofobia, entre outras formas de segregação humana, sobretudo
de imigrantes e seus descendentes.
Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2018/07/multiculturais-franca-e-
belgica-buscam-unidade-nacional-na-copa.shtml>.Acesso em: 10 jul. 2018 (adaptado).

Considerando as informações apresentadas, assinale a opção correta.

a. A admiração dos torcedores pelos jogadores da seleção francesa evidencia a redução


do preconceito de cidadãos franceses contra descendentes de imigrantes.

b. O aumento do número de jogadores filhos de imigrantes e a ampliação da diversidade


de nacionalidades ameaçam a perpetuação dos valores e da tradição do povo francês.

c. A inclusão de jogadores de origem árabe e africana na seleção francesa teve o efeito


imediato de minimizar visões e interpretações equivocadas dos efeitos da imigração,
como desemprego e pobreza.

d. A presença de jogadores franceses de origem africana sinaliza a efetiva integração dos


imigrantes ede seus descendentes à sociedade francesa, após longo processo de
incentivo à inclusão social de estrangeiros no país.

e. A composição da seleção francesa aponta para a importância da perspectiva


multicultural, em que se valorizam as formas de convívio entre os diferentes, a mediação
de conflitos identitários e o exercício da alteridade.

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LEITURA E FICHAMENTO

Bibliografia básica:
WEG, Rosana Morais. Fichamento. São Paulo: Paulistana Editora, 2006.

1.1 Fichamento de leitura: gênero discursivo que objetiva selecionar e organizar o


registro das informações obtidas após a leitura atenta de um texto e/ou livro. É um
trabalho individual, um ótimo meio de manter um registro de tudo que você lê.
Quando solicitado por um professor, pergunte que tipo ele quer, pois cada professor
pode seguir um tipo, pois não existe um modelo pronto e/ou determinado.
É uma das fases da pesquisa bibliográfica; pode ser utilizado para identificar
uma obra, conhecer seu conteúdo, analisar/criticar e fazer citações. É a parte mais
importante de uma pesquisa, pois é baseado no que fichou que o aluno/pesquisador
fará seu trabalho (monografia, dissertação, tese).

Não se deve ter pressa para fazer um fichamento; como diz Eco (1977),
perde-se tempo fazendo as fichas, mas, com isso, há considerável economia de
esforço no final do trabalho. Lembre-se de que se o fichamento for bem feito, não
será necessário retornar à obra lida.

1.2 Fichas: sua escolha é pessoal. No que se refere ao formato, podem ser as
tradicionais (de cartolina), as folhas avulsas e, atualmente, as eletrônicas,
digitalizadas, que tornam o trabalho mais prático.

1.3 Etapas: apresentamos alguns procedimentos para a elaboração do fichamento.

1.3.1 Pré-fichamento: é o contato inicial com o texto. Faça uma leitura geral, sem
anotações; isso permite uma visão global do texto, como o tema abordado, seus
aspectos estruturais e o estilo do autor. Pesquise o vocabulário desconhecido e os
conceitos introduzidos no texto objeto de sua leitura. Em seguida, faça outra leitura,
sublinhando (é a sua primeira seleção), com critério, o que represente uma ideia
central. Isso será o fio condutor para a leitura posterior. Você também pode ir
anotando à margem do texto (óbvio que sublinhar e anotar só podem ser feitos se o
livro for seu; nunca faça isso em livros da biblioteca). Outra sugestão é, ao sublinhar,
usar cores diferentes, desde que seja estabelecido um critério para tal técnica.

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1.3.2 Fichamento: é a organização e o registro das informações. Faça outra leitura


do texto, com o objetivo de elaborar o fichamento. Sugestão:
- Indicação bibliográfica (segundo as normas da ABNT);
- Informações sobre o autor;
- Resumo das ideias mais importantes;
- Comentários pessoais;
- Transcrições do texto que poderão ser usadas posteriormente como citações em
seu trabalho. Não se esqueça de colocá-las entre aspas, indicar o número da página
e, ao fazer a citação em seu trabalho, siga as normas da ABNT.
Há diferentes formas de registrar as informações e os comentários. Veja
algumas sugestões:
a) em forma de parágrafos:
MOTTA-ROTH, Desiree; HENDGES, Graciela Rabuske. Produção textual na
universidade. São Paulo: Parábola, 2010.

O livro informa como fazer trabalhos acadêmicos; atende a dois objetivos. O


primeiro é oferecer aos alunos elementos que os ajudem a produzir textos acadêmicos; o
segundo é atender às necessidades de professores que trabalham leitura e redação na
universidade de contar com um material para o desenvolvimento das habilidades
comunicativas dos alunos.
O primeiro capítulo discute aspectos da produção de textos associados à prática de
pesquisa científica. Lá encontramos o conhecido ditado “publique ou pereça” (p. 13), que
norteia a política de financiamento de bolsas na universidade brasileira.

b) em forma de itens, esquemas:


MOTTA-ROTH, Desiree; HENDGES, Graciela Rabuske. Produção textual na
universidade. São Paulo: Parábola, 2010.

1- Objetivos do livro:
a) alunos: ajuda a produzir textos acadêmicos
b) professores de leitura e redação na universidade: material para ensinar o aluno.
2- 1º capítulo: é preciso produzir na universidade. “Publique ou pereça” (p. 13).

Você pode fazer o fichamento de um texto/capítulo/livro.


Sugestões:
a) Fichamento dos capítulos 1 e 2 da obra:
BLIKSTEIN, Isidoro. Técnicas de comunicação escrita. 21. ed. São Paulo: Ática,
2005, p. 7- 28
b) Fichamento do livro:
CITELLI, Adilson. Linguagem e persuasão. 13. ed. São Paulo: Ática, 1999.

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LEITURA E RESUMO
Bibliografia básica:
MACHADO, A. R.; LOUSADA, E.; ABREU-TARDELLI, L. S. Resumo. São Paulo: Parábola Editorial,
2004.

Resumo escolar / acadêmico

Resumir é apresentar, com as próprias palavras, os pontos relevantes de um


texto. Para isso é necessário compreender as ideias apresentadas no texto, pois
resumir não é reproduzir frases ou partes integrais do texto original; não é copiar as
ideias principais.

Informações importantes para se fazer um resumo escolar / acadêmico:

- o resumo só pode apresentar as ideias do autor, sem serem alteradas;


- o resumo nunca tem a opinião de quem o faz;
- o resumo deve ter o tamanho de 10% a 15% do original. No caso de dúvida,
pergunte o tamanho do resumo ao professor que o pediu;
- o texto não diz nada. É o autor que apresenta, comenta, discute, exemplifica,
compara, analisa, etc.;
- o resumo é feito levando-se em conta quem é o público-alvo e com que objetivo
esse público-alvo vai ler esse resumo;
- o resumo deve ser escrito em 3ª pessoa: observa-se; critica-se; o autor analisa; o
autor apresenta, etc.

Tipos de resumo:

1- cópia / apagamento: resume-se copiando algumas ideias e deixando de lado


outras. Com esse tipo de resumo, corre-se o risco de deixar de lado ideias
importantes do texto original. Serve, geralmente, para estudo próprio e segue a
sequência do texto original.

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2- seleção / construção: considerando quem vai ler o resumo, selecionam-se as


informações principais do texto. Para isso, procura-se estar atento ao encadeamento
das ideias, como elas se sucedem e se relacionam. O texto resumido não precisa
seguir a sequência do texto original.

Um bom resumo deve apresentar:

- contextualização do texto original; pelo menos citação do autor e título do texto:


- menção ao autor do texto original em diferentes partes e de formas diferentes;
- seleção das informações colocadas como as mais importantes no texto original;
- apresentação das ideias principais do texto e suas relações;
- menção de diferentes ações do autor do texto original (o autor questiona, debate,
explica...)
- texto compreensível por si mesmo;
- correção gramatical e léxico adequado à situação escolar.

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EXERCÍCIOS

1. Leia o texto de Leonardo Boff: A cultura da paz.


A cultura de paz, hoje mundializada, se estrutura ao redor da vontade do poder que se
traduz como vontade de dominação da natureza do outro, dos povos e dos mercados. Essa é a
lógica dos dinossauros que criaram a cultura do medo e da guerra. As festas nacionais e seus
heróis estão ligados aos fatos de guerra e de violência. Os meios de comunicação levam a
magnitude de todo o tipo de violência, bem simbolizada pelo exterminador do futuro.
Nessa cultura, o militar, o banqueiro e o especulador valem mais que o poeta, o filósofo ou o
santo. Nos processos de socialização formal e informal, ela não cria mediações para uma cultura
de paz. E sempre de novo nos remete a pergunta que, de forma dramática, Einstein formulou a
Freud nos tempos de 1932: É possível superar ou controlar a violência? Freud muito realista,
responde: É possível para os homens controlarem totalmente o instinto de morte... esfomeados
pensamos no moinho que tão lentamente se move, que poderíamos morrer de fome antes de
recebera farinha.
Sem detalhar o assunto, diríamos que por detrás da violência funcionam poderosas
estruturas. A primeira delas é o caos sempre presente no processo cosmogênico; a evolução inclui
violência em todas as suas faces. Possivelmente a inteligência nos foi dada também para colocar
limites a essa violência e conferir-lhe um sentido construtivo.
Em segundo lugar, somos herdeiros da cultura patriarcal que instaurou a dominação do
homem sobre a mulher e criou as instituições do patriarcado assentadas sobre mecanismos de
violência como o Estado, as classes, o projeto da tecno-ciência, os processos de produção como
objetivação da natureza e sua sistemática depredação.
Essa cultura patriarcal gerou em terceiro lugar, a guerra como forma de solução de
conflitos. Sobre esta vasta base se formou a cultura do capital, hoje globalizada; sua lógica é a
competência e não a cooperação, por isso gera permanentemente desigualdades, injustiças e
violências.Todas essas forças se articulam estruturalmente para consolidar a cultura da violência
que nos desumaniza a todos. A essa cultura de violência há que opor a cultura da paz. Hoje ela é
imperativa.
É imperativa, porque as forças da destruição estão ameaçando, por todas as partes, o pacto
social mínimo sem o qual retornamos a níveis de barbárie. É imperativa porque o potencial
destrutivo já montado pode ameaçar toda a biosfera e impossibilitar a continuidade do projeto
humano. Ou limitamos a violência e fazemos prevalecer o projeto da paz ou conheceremos, ao
limite, o destino dos dinossauros.
Onde buscar as inspirações para uma cultura de paz? Mais que imperativos voluntaristas, é
o próprio processo antropogênico que nos provê indicações objetivas e seguras. A singularidade de
1% de carga genética que nos separa dos primatas superiores reside no fato de que a diferença
deles para nós, é que somos seres sociais e cooperativos. Ao lado de estruturas de agressividade,
temos capacidade de afetividade, compaixão, solidariedade e amor. Hoje é urgente que
desentranhemos tais forças para conceder-nos um rumo mais positivo à história. Toda demora é
insensata.
O ser humano é o único ser que pode intervir nos processos da natureza e dirigir em
conjunto com essa, a marcha da evolução. Ele foi criado e criador. Dispõe de recursos de re-
engenharia da violência mediante processos civilizatórios de contenção e uso da racionalidade. A
competitividade continua válida, mas não no sentido de o melhor nem de destruição do outro.
Assim todos ganham e não só um.
Há muito que filósofos da altura de Martin Heidegger, resgatando uma antiga tradição que
remonta aos tempos de César Augusto, veem no cuidado a essência do ser humano. Sem cuidado
ele não vive nem sobrevive. Tudo precisa de cuidado para continuar existindo. Cuidado representa
uma relação amorosa com a realidade. Onde rege o cuidado de uns para com os outros,
desaparece o medo, origem secreta de toda violência como analisou Freud. A cultura da paz
começa quando se cultiva a memória e o exemplo de figuras que representam o cuidado e a
vivência da dimensão de generosidade que nos habita, como Gandhi, Dom Helder Câmara e Luther
King e outros. Importa fazermos as revoluções moleculares (Gatarri), começando por nós mesmos.
Cada um estabelece como projeto pessoal e coletivo a paz enquanto método e enquanto meta, paz
que resulta dos valores da cooperação, do cuidado, da compaixão e da amorosidade, vividos
cotidianamente.

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2-Leia o resumo do texto A cultura de paz e grife os verbos que indicam os


diferentes tipos de atos que são atribuídos ao autor: Este exercício foi retirado da
obra indicada no início do capítulo.

“Leonardo Boff inicia o artigo A cultura da paz apontando o fato de que vivemos em uma
cultura que se caracteriza fundamentalmente pela violência. Diante disso, o autor levanta a
questão da possibilidade de essa violência poder ser superada ou não. Inicialmente, ele
apresenta argumentos que sustentam a tese de que seria impossível, pois as próprias
características psicológicas humanas e um conjunto de forças naturais e sociais reforçariam
essa cultura da violência, tornando difícil sua superação. Mas, mesmo reconhecendo o
poder dessas forças, Boff considera que, nesse momento, é indispensável estabelecermos
uma cultura da paz contra a da violência, pois esta estaria nos levando à extinção da vida
humana no planeta. Segundo o autor, seria possível construir essa cultura, pelo fato de que
os seres humanos são providos de componentes genéticos que nos permitem sermos
sociais, cooperativos, criadores e dotados de recursos para limitar a violência e de que a
essência do ser humano seria o cuidado, definido pelo autor como sendo uma relação
amorosa com a realidade, que poderia levar à superação da violência. A partir dessas
constatações, o teólogo conclui, incitando-nos a despertar as potencialidades humanas para
a paz, construindo a cultura da paz a partir de nós mesmos, tornando a paz como projeto
pessoal e coletivo“.

3. Faça o resumo do trecho abaixo:

“Com a evolução política da humanidade, dois valores fundamentais consolidam o ideal


democrático: a liberdade e a igualdade, valores que foram traduzidos como objetivos
maiores dos seres humanos em todas as épocas. Mas os avanços e as conquistas
populares em direção a esses objetivos nem sempre se desenvolveram de forma pacífica.
Guerras, destituições e enforcamentos de reis e monarcas, revoluções populares e golpes
de Estado marcaram a trajetória da humanidade em sua busca de liberdade e igualdade.”
(BRIGAGÃO, C. & RODRIGUES, M. A. Globalização a olho nu: o mundo conectado. SP: Moderna, 1988, in
MACHADO, A. R. Resumo. SP: Parábola Editorial, 2004)

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4- Leia os trechos abaixo e preencha os espaços dos resumos correspondentes com


os verbos mais adequados, dentre os apresentados no quadro baixo. Este exercício
foi retirado da p. 50 da bibliografia indicada.

definir – descrever – elencar – enumerar – classificar – caracterizar – exemplificar –


contrapor – confrontar - - comparar – opor – diferenciar – começar – iniciar –
introduzir – desenvolver – finalizar – concluir – pensar – julgar – afirmar – negar –
questionar – criticar – descrever – narrar – relatar – explicar – expor – comprovar –
argumentar – justificar – apresentar - sugerir – levar a

a) Às vezes ainda se ouve por aí alguém dizendo que sexo sem amor não dá. Soa
um tanto ingênua a alegação, meio fora de tempo, como um simca chambord
atrasando o tráfego. Amor, o que é isso? Coisa mais anos 50...(...) O que se quer
dizer, quase sempre, não é que sexo precisa de amor, mas que sexo precisa de
narrativa. (BUCCI, E. O melodrama e a gente. Folha de S.Paulo,24/2/2002)
O autor________________ a afirmação corrente de que sexo sem amor não dá,
questiona-a ironicamente e _________________________o seu sentido.

b) “Chat, pra quem não sabe, é um lugar onde fica uma porção de chatos, todos com
pseudônimos (homem diz que é mulher e mulher vira homem) a te perguntar: você
está aí? (PRATA, M. Chats e chatos pela internet. O Estado de S.Paulo,2/12/1998)
O autor______________________ o chat de forma irônica.

c) As obras mais significativas no campo de economia foram redigidas por


especialistas de outras áreas. Adam Smith, por exemplo, tido como o ‘pai da
economia’, era um professor de filosofia moral.
O autor_________________________ que as obras mais importantes da economia
são feitas por especialistas de outras áreas, ____________________________com
Adam Smith.
d) O início do ano escolar no mês de fevereiro merece ser revogado, voltando à
antiga praxe de começo das aulas em março. O carnaval geralmente cai em
fevereiro e interrompe as aulas recém-iniciadas. O verão escaldante torna as aulas
penosas e com baixo rendimento. Finalmente, as férias escolares comandam grande
parte das férias dos trabalhadores. E as férias destes são o motor do turismo,
atividade geradora de empregos e riqueza para o País. [...] Portanto, há grande
vantagem para todos na transferência do início das aulas para o mês de março.
O autor_______________________ a tese de que as aulas devem voltar a começar
em março, _____________________ os seguintes argumentos: o fato de que o
carnaval normalmente cai em fevereiro, o fato de que o calor é forte e prejudica as
aulas e o fato de que as férias dos trabalhadores, coincidindo com as escolares, são
benéficas para a economia.

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Para terminar: depois de todas as informações e exercícios sobre resumo, leia os


textos a seguir com o objetivo de escrever um resumo escolar/acadêmico.

TEXTO A

Na Internet de 1 a 60 segundos...

A cada segundo na internet temos...

1 novo blog criado


1 novo domínio www surgindo
10 vídeos adicionados ao YouTube
110 fotos no Flickr
1600 comentários no Twitter
2,8 milhões de e-mails enviados

Em 60 segundos na internet temos...

451 usuários novos no Facebook


173 mil fotos publicadas no Facebook
1,9 milhão de cliques no botão "curtir" (like, em inglês) do Facebook

Assustador? Animador? Empolgante? Decepcionante? Qual o sabor ao final de todos estes dados? O
que fica para quem os lê?

Para os usuários regulares, creio que fica a compreensão do avanço das tecnologias de informação e
comunicação num ritmo avassalador, acima do esperado, com a rápida integração de milhões de
pessoas diariamente, em especial com a adesão de todas estas pessoas as redes sociais (blogs, Flickr,
Twitter e Facebook...).

Fica também a compreensão de que essa ação seja pensada e repensada para que não se torne
automática, repetitiva e desconexa de tudo o mais que compõe a vida humana. O uso das ferramentas é
uma realidade estabelecida que não sofrerá reversão, no entanto, compete a cada um e a sociedade
como um todo verificar qual a dosagem, os interesses, as práticas, as informações, as ferramentas e
tudo o que gira em torno da web a partir do interesse da coletividade, dos seres humanos e de suas
realizações.

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A princípio isso pode parecer óbvio e natural, mas a forma como tudo está acontecendo leva a um uso
que por vezes é desmedido, desprovido de reflexão, sem planejamento e certamente distante daquilo
que estas ferramentas podem nos oferecer e, principalmente, do que necessitamos (e desejamos) ao
utilizá-las.

Quando agimos de forma acelerada demais e não nos permitimos pensar palavras, gestos, expressões e
atos é comum que a precipitação nos leve a erros. Não que busquemos uma sociedade em que o erro
seja zerado, pelo contrário, é certo que aprendemos quando erramos, mas quando tudo acontece em
frações de segundos, instado pelas tecnologias e pelas redes nas quais estamos inseridos, a
probabilidade de erros aumenta muito.

Dar-se o tempo. Pensar o que são as ferramentas tecnológicas, como se encaixam em nossas vidas, de
que forma nos são mais úteis, quanto tempo devemos dispender em seu uso ou mesmo que tipo de
informações podemos ou devemos nelas adicionar é uma grande necessidade. Não é possível agir com
maturidade e inteligência quando nossas postagens, e-mails, mensagens em comunicadores
instantâneos ou redes sociais nos são demandadas em questão de segundos, não é mesmo?

Utilizar as redes sociais tem vantagens e desvantagens. Quais são elas? Já parou e pensou nisso? Até
onde você se expõe? Sua privacidade e a de seus familiares e amigos? Quem tem acesso a estes dados?
É claro que não podemos entrar numa neurose coletiva que nos leve a pensar num complô universal
através da web. Suas possibilidades de comunicação, intercâmbio, estudo, pesquisa, negócios e tantas
outras facilidades, além de suas origens que se deram sem controle de nenhum governo ou instituição
privada ou pública nos levam a crer nas melhores possibilidades da internet e das tecnologias a ela
associadas. É preciso insistir, no entanto, que seu uso carece de reflexão, ponderação, inteligência e
humanidade.

Não acelere sua vida a tal ponto que ela se choque contra o primeiro obstáculo que surgir no caminho e
que isso lhe custe muito caro, seja na vida real ou na virtual.

Por João Luís de Almeida Machado

Disponível em: < http://www.vithais.com.br/search/label/Internet.> Acesso em: 14 fev.2012

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TEXTO B

Tarefas Escolares: O que são? Para que servem? Como realizá-las?

Tarefas são atividades adicionais elaboradas pelos professores ou contidas nos materiais
didáticos/paradidáticos utilizados pela escola que são encaminhadas para a resolução em momento
posterior as aulas com o intuito de consolidar os conteúdos trabalhados pelos professores.

Tarefas permitem aos alunos revisar conceitos, aprofundar os estudos, firmar o conhecimento acerca
de fórmulas e conteúdos e, principalmente, fazer com que os alunos consolidem os saberes trabalhados
em aulas para que os mesmos sejam efetivamente aprendidos.

Para os professores as tarefas significam o prolongamento das ações realizadas em sala de aula com o
intuito de firmar, consolidar e reforçar os conteúdos e saberes trabalhados durante a interação
pedagógica no espaço escolar.

É preciso que as tarefas sejam realizadas dentro de condições apropriadas, com horários pré-
estabelecidos, dando-se o tempo necessário para a realização das mesmas, tendo ao alcance todos os
materiais necessários para sua execução, em ambiente tranquilo (arejado, bem iluminado e sem
distrações).

Os pais devem acompanhar a realização das tarefas, monitorando seus filhos quanto às atividades
diárias enviadas para casa pelos professores, orientando em caso de dúvidas, mas sem assumir o ônus
de realizar as tarefas no lugar de seus filhos. O que significa então “orientar em caso de dúvidas”?

Nesta situação os pais auxiliam os filhos na revisão dos conceitos trabalhados em aula, verificando os
conceitos, fórmulas e demais saberes apresentados – num esforço real para que tais dúvidas sejam
dirimidas e como um preparo para que as tarefas sejam resolvidas.

Caso ainda assim persistam dúvidas quanto às atividades propostas para a tarefa, cabe ao aluno, após
tentativa de resolução dos exercícios propostos, anotar em que pontos encontrou dificuldade e, em sala
de aula, apresentar tais anotações e dúvidas para o professor.

A parceria entre escola e família como ponto de apoio para a resolução das tarefas escolares é de
fundamental importância para que o estudante perceba a dimensão, importância e alcance destas
atividades propostas para o momento posterior as suas aulas diárias.

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A proposição das tarefas deve sempre estar em sintonia com os conteúdos trabalhados em sala de aula,
respeitando o desenvolvimento dos estudantes (portanto adequadas a faixa etária e maturidade dos
educandos), sendo proposta em diferentes níveis de dificuldade (para que o aluno não apenas
consolide, mas também aprofunde)e, de preferência sendo instigante para quem tem que as realizar.

Fazer tarefa não deve ser encarado ou entendido como sobrecarga ou algum tipo de castigo ou
punição. É elemento forte de apoio e consolidação dos conhecimentos em construção no processo de
ensino-aprendizagem. Processo este que acontece de forma continuada, dando-se o devido tempo para
a reflexão, leitura, compreensão dos saberes e significação de tais conhecimentos em relação ao mundo
em que está e vive o estudante. Neste sentido as tarefas escolares tornam-se, portanto, recursos
valiosos e prementes para que os estudantes consigam atingir as metas e objetivos propostos para os
anos escolares em que estão inseridos e os ciclos nos quais trabalham.

Por João Luís de Almeida Machado

Disponível em: < http://www.vithais.com.br/search/label/Internet.> Acesso em: 14 fev.2012

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GÊNEROS ACADÊMICOS

1.1 RESUMO CIENTÍFICO

O resumo científico é a apresentação concisa do conteúdo de um texto, ressaltando


os pontos relevantes, como o assunto, o objetivo, a metodologia, os resultados e as
conclusões. Para elaborá-lo, é necessário considerar as normas da Associação Brasileira de
Normas Técnicas – ABNT. A NBR 6028/2003 estabelece orientações para os resumos, que
têm como função social apresentar as partes principais de uma pesquisa científica.
Normalmente o resumo vem no início de um trabalho científico (monografia, dissertação de
mestrado, tese de doutorado, artigo científico).
Esse tipo de resumo também pode ser publicado em Anais de Congressos,
Encontros, Seminários, etc. Sobre isso, atente para a seguinte informação:
A UNITAU realiza, anualmente, no mês de outubro, o Encontro de Iniciação
Científica (ENIC), evento que tem como objetivo incentivar a prática de pesquisa na
Graduação. Neste ano de 2019, acontecerá o XXIV ENIC, ocasião em que qualquer
acadêmico poderá submeter resumo de seu trabalho para avaliação.

Partes estruturantes e constitutivas do resumo científico:

Introdução: apresentação do tema, da delimitação do tema e da justificativa;


Desenvolvimento: apresentação dos objetivos da pesquisa, da metodologia, do
embasamento teórico e dos resultados;
Conclusão: fechamento do resumo.

Você precisa conhecer alguns elementos constitutivos de cada parte:


a) objetivos: é o que se espera vir a conseguir com a realização da pesquisa. É expresso
por um verbo de ação do que se deseja realizar (identificar, comparar, descrever, explicar,
verificar etc,);

b) metodologia: é a descrição dos procedimentos adotados; pretende responder a


pergunta: “como a pesquisa será feita?”;

c) resultados: são os dados obtidos no estudo; eles são apresentados, comentados,


interpretados e discutidos;

d) conclusão: é a síntese do trabalho; parte traz uma reflexão para amarrar todo o
conteúdo do resumo.

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Confira as exigências para inscrever o trabalho no ENIC 2018 (Encontro de Iniciação


Científica - 2018). É um evento que ocorrerá também em 2019, do qual você poderá
participar, realizado pela Universidade de Taubaté, durante o CICTED (Congresso
Internacional de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento):

1. Área e Subárea do Conhecimento;

2. Até 7 autores ( 1 orientador, 1 autor principal e 5 coautores);

3. Título ( 5 -20 palavras);

4. Introdução (20 – 150 palavras)

5. Metodologia (50 – 300 palavras);

6. Resultados (20 – 150 palavras);

7. Figuras (até 2 imagens no modo paisagem) [opcional];

8. Conclusão (20-100 palavras);

9. Referências Bibliográficas (20-100 palavras);

10. Palavras-chave (3-6).

Modelo de resumo para o ENIC 2018:

XXXXX XXXXX XXXXXX XXXXXXXX XX XXXXXX XXXXXXXX XXXX XXXXXXX XXXX


XXXXXXX: XXXXXXXX XXXXXXX

Título, caixa alta, entre 5 e 20


palavras

RESUMO
O resumo está dividido em 5 partes, são elas:
 Introdução – de 20 a 150 palavras;
 Metodologia – de 50 a 300 palavras;
 Resultados – de 20 a 150 palavras;
 Conclusão – de 20 a 100 palavras;
 Referências Bibliográficas – de 20 a 100 palavras;

Texto em português. Serão permitidas figuras no modo paisagem. O espaço deve


ser simples; não será permitido o uso de parágrafos ou recuos. Não devem ser inseridas
linhas entre cada um destes itens.

Palavras-chave: Devem ser indicadas de 3 (três) a 6 (seis) palavras-chave separadas por


vírgula [,].

A seguir, um exemplo de resumo publicado nos Anais do VI CICTED:

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BALEIA AZUL: A INTERNET COMO MEIO EXECUTÓRIO DE UM CRIME, A


APLICAÇÃO DA LEI PENAL E UM CONVITE AO DILOGO
ENIC201787351
FERNANDA CAPELETI DE MATOS CASTRO, MARCELA PEIXOTO DA SILVA, BRAD
MARIM SANTOS, MATHEUS WILLIAM SANTOS REGO BETTIN

Orientador(a): DANIEL ESTEFANO SANTOS

Introdução:
Conforme a ascensão estatística dos suicídios consumados em território nacional, o presente trabalho
trata da relação entre o “jogo” Baleia Azul e o art. 122 do Código Penal Brasileiro. Parece assustador,
mas o Brasil é o oitavo país do mundo onde mais se cometem suicídios, segundo uma pesquisa feita
pela OMS (Instituto Mundial de Saúde). O “jogo” advindo da Rússia ganhou repercussão no Brasil
quando se tomou conhecimento da primeira vitima (Maria de Fatima da Silva Oliveira) em Cuiabá, Mato
Grosso. A falta de informação e disseminação dos dados estatísticos, bem como os perigos ocultos em
redes sociais, justifica a necessidade e importância dessa pesquisa, cujos resultados transcendem a
preocupação com a segurança individual e da sociedade, chamando a atenção para os reflexos
jurídicos do novo fato que precisa encontrar a segura adequação típica e correspondentes meios de
coerção e prevenção do injusto.
Metodologia:
A sistemática do presente trabalho é fruto da convergência de pesquisas individuais implementadas por
cada integrante do grupo. A primeira etapa foi caracterizada por uma breve discussão acerca da
delimitação e do aprofundamento do tema a ser descrito e apresentado neste artigo científico. Em
seguida, a cada novo progresso alcançado em relação às pesquisas individuais, o grupo se reuniu no
mês de julho, semanalmente com o objetivo de debater o material adquirido, e obter conclusões
parciais com vistas a iniciar o desenvolvimento do material escrito. Vale ressaltar que, a cada novo
encontro, um integrante do grupo responsabilizou-se por enviar um e-mail ao Professor Orientador, no
intuito de que o mesmo estivesse ciente da elaboração e evolução do trabalho. A abordagem teórica
iniciou-se nos estudos do Curso de Direito Penal IV, o qual foi ministrado no primeiro semestre de 2017,
com a introdução do conceito do delito tipificado como induzimento, auxílio e instigação ao suicídio –
período concomitante à notoriedade alcançada pelo “jogo” da Baleia Azul no Brasil. Posteriormente,
desenvolveram-se os procedimentos de coleta e análise de dados baseados em pesquisas, leituras de
reportagens, estatísticas e, primordialmente, de doutrinas da área penal, do próprio Código Penal
Brasileiro de 1940 e a Carta Magna de 1988. Diante dos últimos instrumentos essenciais, foi possível o
aprofundamento do tema e a conclusão favorável a um frequente debate e a necessidade de se discutir
novas leis ou novas formas de se interpretar leis já existentes em nosso código.
Resultado:
A internet é uma ferramenta extraordinária fruto de todo esse processo de. Todavia, sua má utilização
pode gerar efeitos devastadores, capazes de chegar ao que hoje se denomina de “Jogo da Baleia
Azul”. O Jogo, originalmente russo, corresponde a uma serie de propostas intermediadas por um
“curador” com 50 desafios, dentre os quais, o último fatal. É preciso que os pais percebam e
permaneçam atentos e presentes, porque o problema existe e não está distante, ao contrário, ele está
acessível ao interesse de toda e qualquer pessoa. Essa não deve ser a preocupação somente da
família, mas de toda a sociedade. A falta de atenção faz parecer que o problema é invisível, e com isso
dando lugar a estímulos inversos, como as mídias digitais que encorajam a prática do suicídio. O maior
obstáculo jurídico enfrentado é que eventualmente aquele que pratica o verbo incriminador não está no
Brasil.
Conclusão:
Conclui-se que o “Jogo” gerou a necessidade de um diálogo intenso com a participação de todos,
sendo a solução mais eficaz a prevenção. Os meios tecnológicos viabilizaram o contato direto e
ultrapassaram o conceito de presença física. A PL7.430/2017 penalizaria a utilização da internet e
redes sociais como meio de execução, acrescentando o inciso III ao art. 122 do CP, como causa de
aumento de pena. Mesmo recente a identificação do problema, a aplicação imediata da lei brasileira é
possível, posto que o art. 5º, CP, estabelece como local do crime tanto onde se deu a ação quanto o
resultado.

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Observe os exemplos de resumos científicos que seguem e responda às


questões propostas.

TEXTO 1
ANÁLISE DA QUALIDADE MICROBIOLÓGICA EM QUEIJOS FRACIONADOS
O queijo é um alimento nutritivo, de sabor e textura agradáveis e apresenta cerca de 1000
variações. A utilização de produtos fracionados tem aumentado, proporcionando ao
consumidor adquirir porções menores podendo variar o consumo. O objetivo do presente
estudo foi avaliar a qualidade microbiológica de queijos fracionados e embalados,
comercializados em um supermercado do município de Taubaté, no dia do fracionamento,
no vencimento da validade e 7 após o vencimento. Foram analisados queijos Provolone,
Mussarela, Reino, Prato, Edam, Gouda, Estepe, Gruyere, Brie, Gorgonzola, Faixa Azul,
Parmeggiano Regiano fracionados. As amostras foram submetidas à análise de coliformes
totais e fecais, contagem de microrganismos mesófilos, detecção de Salmonella, contagem
de Staphylococcus. Os valores obtidos foram comparados com a RDC 12/2001 ANVISA que
regulamenta os padrões microbiológicos para alimentos. Nenhuma amostra apresentou
contagens de coliformes totais e fecais acima do valor máximo aceitável, quanto a
Stapylococcus coagulase positiva e Salmonella não houve colônias características em
nenhuma das análises. Os resultados deste trabalho mostram que o prazo de validade
determinado é perfeitamente compatível com a conservação dos queijos.
(Maria Juliana da Cruz, Mariana G. Alves e Mariko Ueno - VIII Mostra de Pós-graduação da UNITAU -
2007 –Engenharia de Alimentos – UNITAU)

a) Qual é o tema da pesquisa?


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__________________________________________________________________
b) O título está adequado ao tema? Por quê?
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
c) No resumo, é apresentada a justificativa da pesquisa?
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
d) Quais são os objetivos da pesquisa?
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
e) Como esses objetivos são expressos? Estão suficientemente claros para o leitor?
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
f) Os resultados são apresentados de maneira clara e objetiva?
__________________________________________________________________
g) O autor apresenta conclusão coerente com os resultados apresentados?
__________________________________________________________________
h) Onde começa e termina cada parte do resumo científico apresentado (Introdução,
desenvolvimento e conclusão)?
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________

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TEXTO 2
LEITURA E AVALIAÇÃO: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Em anos recentes, tem havido um crescente interesse, por parte dos pesquisadores, pelos
aspectos relacionados às práticas avaliativas no ambiente escolar. Por outro lado, tem
ocorrido também uma intensificação das pesquisas relacionadas ao ensino de leitura. O
presente estudo tem como objetivo examinar como o professor de Língua Portuguesa avalia
a leitura de seus alunos, com a finalidade de realizar uma reflexão em torno dessa prática e
das implicações aos que nela estão envolvidos. Os pontos teóricos de sustentação são a
leitura sob o prisma da Análise do Discurso de Linha Francesa e as teorias da Educação
referentes à avaliação do rendimento escolar. O material analisado constitui-se de provas de
interpretação de texto do ensino fundamental e médio. Embora a análise tenha focalizado as
questões, examinou-se também a avaliação que o professor faz das respostas dadas pelos
alunos às questões propostas. Os resultados apontam que a avaliação de leitura, da forma
como vem sendo feita, apenas cumpre o ritual escolar de avaliar o aluno por meio de provas
bimestrais. Assim, estima-se que o ato de avaliar a leitura não tem função de diagnóstico,
mas apenas de constatação. Conclui-se que, ao avaliar a leitura do aluno, o professor não
fornece oportunidade para que haja questionamentos e reflexões, parece somente estimular
a repetição de idéias e conteúdos cristalizados. (Profª MS. Maria do Carmo Souza de Almeida.
50° SEMINÁRIO DO GEL. 2002)

a) Qual é o tema da pesquisa?


______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
b) O título está adequado ao tema? Por quê?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
c) No resumo, é apresentada a justificativa da pesquisa?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
d) Quais são os objetivos da pesquisa?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
e) Como esses objetivos são expressos? Estão suficientemente claros para o leitor?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
f) Os resultados são apresentados de maneira clara e objetiva?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
g) O autor apresenta conclusão coerente com os resultados apresentados?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
h) Onde começa e termina cada parte do resumo científico apresentado?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

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TEXTO 3
POLUIÇÂO SONORA NA REGIÃO CENTRAL DA CIDADE DE TAUBATÉ

A poluição sonora é a terceira poluição mais grave no meio ambiente, perdendo apenas
para a poluição das águas e solos. O som como poluente tem efeito imediato, pois ele não
se mantém no ambiente, ao contrário de outras formas de poluição. Esta pesquisa teve por
objetivo medir os níveis de ruídos em pontos centrais em Taubaté, em conseqüências dos
impactos ambientais incidirem diretamente sobre as pessoas, causando transtornos à
saúde. As medições dos níveis de ruídos foram feitas por dosímetro e realizadas em
06/08/2004. Foram coletadas quinze amostras em diferentes locais e concomitantemente
entrevistadas 473 pessoas, obtendo-se os seguintes dados: sexo, idade, freqüência no
local, incômodo do barulho e a intensidade. Um dos locais mais críticos foi no cruzamento
da Avenida Granadeiro Guimarães com a Rua Jacques Félix, próximo do hospital
universitário, registrando um nível de 81,1dB (A). O trânsito local foi de 53 veículos/min e
paralelamente foram entrevistadas 39 pessoas, sendo 41% com idade acima de 25 anos e
46% transitam mais de cinco vezes por semana no local. Destas, 92% consideram o ruído
no local desconfortável e 85% afirmam ser um ruído forte. Conclui-se que o nível registrado
está 62,2% acima dos limites da NBR 10151 – Avaliação do ruído em áreas habitadas,
visando o conforto da comunidade, a qual determina ser de 50 dB (A). Esses níveis podem
gerar fadiga, distúrbios gástricos, impotência, dores de cabeça, irritabilidade, dentre outros
sintomas, conforme a sensibilidade.
(Ângela Sena de Lima; Antônio César da Silva; Maria José Mendes; Maria Conceição Rivoli
Costa. Orientador: Geraldo Cesar N. Miranda – Engenharia Civil, IX Encontro de Iniciação
Científica, UNITAU, 2004.)

a) Qual é o objetivo do trabalho? Ele está claro para o leitor?


__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
b) No resumo, é apresentada a justificativa da pesquisa?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
c) Qual a metodologia empregada para a realização do trabalho?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
d) Os resultados são apresentados de maneira clara e objetiva?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
e) O autor apresenta conclusão coerente com os resultados apresentados?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
f) O título está adequado à pesquisa? Justifique sua resposta.
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

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RESENHA CRÍTICA E ACADÊMICA

Bibliografia básica: MACHADO, A. R.; LOUSADA, E.; ABREU-TARDELLI, L. S. Resenha. São


Paulo: Parábola Editorial, 2004.

RESENHA CRÍTICA: É um gênero presente em jornais e revistas que apresenta


informações selecionadas, resumidas, com comentários e avaliações sobre o que
está sendo resenhado, como filmes, peças teatrais, livros, CDs de músicas, etc.

Resenha: A origem dos sabores – Celso Masson

Dez anos depois de lançado pela editora do Museu começou a se espalhar a partir da China há cerca
Britânico, sai no Brasil Sabores perigosos: a de 6 mil anos. Eles navegaram para o Ocidente até
história das especiarias, de Andrew Dalby Madagascar e, do lado oposto, até a Ilha de
(Editora Senac São Paulo, tradução de Lenita Rinoli Páscoa, ocupando uma região que cobre 8.000
Esteves, 240 páginas, R$ 55). Linguista de quilômetros de norte a sul e 10.500 quilômetros de
formação, Dalby dirigiu por 15 anos a biblioteca da leste a oeste. Na bagagem, segundo Dalby, os
Universidade de Cambridge. Mas foi pesquisando a austronésios levaram mudas de gengibre, talvez a
história da alimentação humana que ele se tornou mais antiga das especiarias. Isso explica como a
um intelectual reconhecido, obtendo prêmios por planta se tornou nativa em uma área tão vasta (o
suas obras sobre gastronomia na Antiguidade. que seria biologicamente impossível sem a
intervenção humana). E qual a razão de os
Para escrever Sabores perigosos, ele pesquisou as austronésios carregarem o gengibre em seus
especiarias de forma obstinada. Sua meta: corrigir barcos rudimentares, em que não havia espaço
algumas das noções equivocadas sobre o modo para luxos? Eles o consideravam vital para suas
como o interesse por ervas, temperos, condimentos viagens. Muito mais que um condimento, o gengibre
e remédios exóticos definiu as rotas comerciais e era então um remédio.
deu início à globalização. “Vários historiadores
britânicos do século XX me disseram que, em Ao rever mitos criados em torno das especiarias,
épocas medievais, os temperos serviam para Dalby recupera a origem de três condimentos muito
‘mascarar o gosto da comida podre’”, escreveu importantes na Índia: o coentro, o cominho e o
Dalby. Ele diz que a informação é falsa. açafrão. Essas espécies são nativas do
Mediterrâneo. Elas podem ter sido transplantadas
Por serem produtos extremamente caros naquele pelos persas, por Alexandre, o Grande ou pelo
período, as especiarias só poderiam ser compradas imperador budista Asoka, que governou o norte da
pelos ricos, que tinham acesso a alimentos frescos Índia no século III a.C.
e de qualidade. Outro mito derrubado por Dalby é
que o empreendimento renascentista das grandes Mais que corrigir noções equivocadas de história, o
navegações, motivado pelo comércio das livro é um banquete para quem gosta de comida:
especiarias, se deveu ao papel desses produtos na ele disseca cerca de 60 especiarias contando sua
gastronomia. É uma meia verdade. Plantas origem, seus usos e suas propriedades. Traz ainda
aromáticas, afirma, têm servido aos humanos como gravuras que ilustram aspectos da fisiologia das
“aperitivos, digestivos, antissépticos, remédios, plantas e da vida cotidiana em diferentes regiões.
tônicos e afrodisíacos”. Tais propriedades, muito Por fim, tenta decifrar o efeito de iguarias como a
mais que temperar a comida, teriam justificado o pimenta ou o chocolate naqueles que os provaram
investimento na criação de rotas terrestres e com desconfiança pela primeira vez, antes de se
marítimas. deixar seduzir por seus sabores e aromas. “Que
nosso paladar e olfato continuem a ser estimulados
Um caso contado por Dalby para comprovar suas de forma variável, imprevisível e exótica”, diz Dalby.
teorias é o dos austronésios, uma civilização que

Fonte: Revista ÉPOCA, 5/12/2010

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Após a leitura da resenha crítica A origem dos sabores, complete o quadro:

Livro resenhado
Autor do livro resenhado
Autor da resenha
Contextualização da
obra resenhada
Público alvo previsto

Fonte da resenha

Contextualização:

Resumo:

Organização
(partes que compõem a Comentários críticos:
resenha lida, indicar os
parágrafos em que elas
aparecem) Conclusão:

Linguagem usada pelo


resenhador

Exercício adaptado de: GOLDSTEIN, N. et al. O texto sem mistério: leitura e escrita na universidade. São Paulo:
Ática, 2009.

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RESENHA ACADÊMICA

É um gênero presente em revistas e sites especializados, com resumo e


crítica de um livro acadêmico ou de um artigo, dissertação, tese. Essa crítica deve
ser fundamentada, isto é, embasada em autor(es) de importância no cenário
científico. A resenha é dirigida a um leitor da área acadêmica, por isso sua
linguagem é técnica e objetiva. Não se faz crítica ao autor, mas à sua obra que está
sendo resenhada.
É elaborada sempre na terceira pessoa do singular. Entretanto, é comum
aparecer na primeira pessoa do singular (por exemplo, “Penso...”), quando a pessoa
que resenha a obra é um expoente na área. A escolha de um autor favorável, ou
outro desfavorável ao texto resenhado já mostra nossa opinião. Geralmente, é
publicada em uma ou duas laudas ( lauda:cada lado de uma folha de papel); pode ser
maior, dependendo da solicitação.

Partes da resenha

a) Contextualização: da obra (título, número de páginas, editora) e do autor (outras


obras, local, escola, grupo de pesquisa de origem, importância no cenário teórico,
outras obras já publicadas...); aproximadamente 1/6 do tamanho total da resenha.

b) Resumo: por seleção/construção, seguindo-se o roteiro do original; 2/6 do


tamanho total da resenha, aproximadamente.

c) Análise e crítica: nesta parte aparece a opinião do(a) resenhador (a), sempre

fundamentada em outro(s) texto(s). Observam-se os pontos fortes ou fracos da obra

resenhada; 2/6 do tamanho total, aproximadamente.

d) Considerações finais: para finalizar a resenha, incluem-se sugestões sobre:


público indicado para ler o texto, textos que poderão facilitar a leitura do texto
resenhado, textos complementares para pesquisa na área...; aproximadamente 1/6
do tamanho total da resenha.
A seguir, apresentamos um exemplo de resenha acadêmica.

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MODALIDADES TERAPÊUTICAS

EM MEDICINA ESPORTIVA
Willian E. Prentice
4ª ed., São Paulo: Manole, 2002. 375p. R$75,60
ISBN 85-204-1125-8

O livro Modalidades Terapêuticas em Medicina Esportiva, que está em sua


quarta edição ampliada e atualizada pelo professor doutor William E. Prentice e
colaboradores, renomado autor norte-americano atuante nas áreas de medicina,
educação física e fisioterapia, surge naturalmente com o desenvolvimento da
especialidade de treinamento esportivo.
É uma obra traduzida neste ano de 2002 para sua primeira edição brasileira,
que enfatiza as orientações para a prática do uso das modalidades terapêuticas e se
dirige a estudantes de fisioterapia, educação física e a todos os profissionais da área
da saúde envolvidos com a área de treinamento esportivo. Os autores relatam que,
no cenário norte-americano, os treinadores esportivos são profissionais que atuam
na área de esportes, sendo originalmente fisioterapeutas ou professores de
educação física que se especializaram nesse campo de atuação e recebem um
certificado para exercer a atividade.
Os capítulos introdutórios relatam a modernidade e a evolução do
conhecimento na área do treinamento esportivo e das modalidades terapêuticas que
auxiliam na prevenção e no tratamento de lesões. Composto por cinco partes, cada
uma delas subdivididas em capítulos que descrevem os fundamentos das
modalidades terapêuticas que influenciam o processo de reparação tecidual e o
controle da dor, sendo classificados em uma ordem lógica em relação aos recursos
eletromagnéticos, acústicos, térmicos e mecânicos. As modalidades elétricas são
detalhadas por meio de princípios básicos da eletricidade, correntes elétricas,
iontoforese e biofeedback. Em cada capítulo são discutidas as bases fisiológicas, as
aplicações clínicas e as técnicas de aplicações relevantes ao meio esportivo.
Cada capítulo começa com a exposição de seus objetivos, que servem como
indicadores do que transcorre ao longo do conjunto e do que deve ser levado como
ensinamento para a prática profissional. Possui figuras e quadros que ilustram de
forma clara os conteúdos que são expostos no texto, como glossários e analogias
que auxiliam a compreensão dos conceitos. Apresenta, também, resumos e
perguntas de revisão ao final de cada capítulo.
Uma característica positiva do livro é a interligação que o autor faz entre os
capítulos, citando temas que são aprofundados no capítulo seguinte e discutindo
vários assuntos de forma sucinta, mas com o aprofundamento necessário ao
entendimento das modalidades terapêuticas. Isso estimula o interesse pela leitura
completa da obra.
Cabe ressaltar, ainda, a importância que esta publicação terá no aprimoramento
e no desenvolvimento das intervenções na área esportiva.
Luciana Cezimbra Weis * Pós-graduação em Fisioterapia (Unimep)
* Correspondências: Rua Dom Pedro II, 567 - Centro, 13400-390, Piracicaba – SP
E-mail: luciana.weis @bol .com. br

FONTE: Revista Saúde, Piracicaba, v.5,


nº10, maio/agosto-2003

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Após a leitura da resenha Modalidades terapêuticas em medicina esportiva,


complete o quadro:

Livro resenhado

Autor do livro resenhado


Autor da resenha
Contextualização da
obra resenhada
Público alvo previsto

Fonte da resenha

Contextualização:

Resumo:

Organização
(partes que compõem a Comentários críticos:
resenha lida)

Conclusão:

Linguagem usada pelo


resenhador

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1- Leia os textos abaixo e responda o que se pede:

Resumo ou resenha? Justifique


_________________________________________________________________
_________________________________________________________________

Parasita
Toda a família de Ki-taek está desempregada, vivendo num porão sujo e apertado.
Uma obra do acaso faz com que o filho adolescente da família comece a dar aulas
de inglês à garota de uma família rica. Fascinados com a vida luxuosa dessas
pessoas, pai, mãe, filho e filha bolam um plano para se infiltrarem também na família
burguesa, um a um. No entanto, os segredos e mentiras necessários à ascensão
social custarão caro a todos.

Resumo ou resenha? Justifique


_________________________________________________________________________

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PARÁGRAFO PADRÃO
Bibliografia Básica:
GARCIA, O. M. Comunicação em prosa moderna. 24. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2004.
SOARES, M. B. Técnica de redação. Rio de Janeiro: Ao livro técnico, 1978.

O CONCEITO DE PARÁGRAFO
Quando você escreve um texto, você o divide em parágrafos? Qual o critério
utilizado para isso? Por exemplo, dão-lhe um tema para redigir, e você, em sua
redação, constrói parágrafos?
A mudança de parágrafo implica uma mudança de assunto? Ou cada parágrafo
apresenta um aspecto novo de abordagem do mesmo assunto?
Pense em sua própria experiência. Aprofunde sua reflexão com algumas
explicações dadas abaixo:

O parágrafo é uma unidade de composição [...] em que se desenvolve


determinada ideia central, ou nuclear, a que se agregam outras,
secundárias, intimamente relacionadas pelo sentido e logicamente
decorrentes dela.” (Garcia, Comunicação em Prosa Moderna, 1985, p. 203)

“Considere o parágrafo, sempre que possível, como uma unidade de


pensamento.” (Manual de Estilo da Editora Abril, 1990, p. 27)

Quando se diz que “parágrafo é uma unidade de composição”, não se quer afirmar
que cada parágrafo desenvolve um tema. Pretende-se dizer que cada parágrafo vai
desenvolver um aspecto novo, uma ideia nova, embora o tema permaneça o mesmo
em todo o texto. Há uma mudança de parágrafo quando há uma mudança de ideia
central a ser desenvolvida. Mas as diversas idéias desenvolvidas nos vários
parágrafos giram em torno do mesmo tema, caso contrário não haveria unidade.

DIVISÃO DO TEXTO EM PARÁGRAFOS


A divisão do texto em parágrafos exige de quem escreve que saiba organizar as
ideias, de forma que o leitor possa acompanhar, sem dificuldade, o desenvolvimento
da abordagem dado ao tema. Se as ideias não forem bem ordenadas, o texto se
tornará confuso, incoerente, ilógico.

EXTENSÃO DO PARÁGRAFO
A extensão do parágrafo resulta da própria natureza da ideia a ser explanada e do
tipo de desenvolvimento que se dará a ela. Por isso, o tamanho dos parágrafos
varia.
A maioria dos textos apresenta-se dividido em parágrafos, isto é, em blocos de texto
cuja primeira linha se inicia em margem especial, maior do que a margem normal do
texto; em cada um desses blocos, o leitor encontra uma parte da mensagem que o
autor quer transmitir.

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PARÁGRAFO PADRÃO - Estrutura


Tópico Frasal: geralmente, a primeira ou as primeiras frases, as quais deixam claro
a ideia única que será abordada no parágrafo.
Desenvolvimento: as ideias que vão embasar o ponto de vista do parágrafo; há
várias formas de desenvolvimento.
Conclusão: é o ponto a que se chega ao fim da reflexão do parágrafo. Sintetiza o
seu conteúdo.

O parágrafo padrão será o tipo de escrita que evidenciaremos de agora em


diante. Isso devido a vários motivos:
treinar sua capacidade de redigir sobre um só assunto;
educar o raciocínio, no sentido de prestar atenção na produção de um texto
que possua começo (introdução), meio (desenvolvimento) e fim (conclusão),
pois no corpo escrito do Parágrafo Padrão há os elementos básicos de
articulação das ideias com um raciocínio completo;
praticar formas diversificadas de abordar assuntos com ordenações diferentes
do desenvolvimento a fim de observar o uso facilitador de marcadores, tanto
para nossa escrita, como guia, até para os leitores virtuais do nosso texto.

MODELO DE PARÁGRAFO PADRÃO

“A tevê, apesar de nos trazer uma imagem concreta, não fornece uma reprodução
fiel da realidade. Uma reportagem de tevê, com transmissão direta, é o resultado de vários
pontos de vista: 1) do realizador, que controla e seleciona as imagens num monitor; 2) do
produtor, que poderá efetuar cortes arbitrários; 3) do cameraman, que seleciona os ângulos
de filmagem; finalmente de todos aqueles capazes de intervir no processo da transmissão.
Por outro lado, alternando sempre os closes (apenas o rosto de um personagem no vídeo,
por exemplo) com cenas reduzidas (a vista geral de uma multidão), a televisão não dá ao
espectador a liberdade de escolher o essencial ou o acidental, ou seja, aquilo que ele deseja
ver em grandes ou pequenos planos. Dessa forma, o veículo impõe ao receptor a sua
maneira especialíssima de ver o real”.
Fonte: Muniz Sodré, A comunicação do grotesco. In SOARES, Magda B. Técnica de redação. Rio de Janeiro:
Ao Livro Técnico, 1978

Assunto: A televisão
Delimitação do assunto: a realidade na televisão
Objetivo: mostrar que a televisão não fornece uma representação fiel da realidade.

Tópico frasal: “A tevê, apesar de nos trazer uma imagem concreta, não fornece
uma reprodução fiel da realidade.”

Desenvolvimento: começa em “Uma reportagem” e vai até “pequenos planos”.

Conclusão: Dessa forma, o veículo impõe ao receptor a sua maneira especialíssima


de ver o real.

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Tópico frasal
O tópico frasal indica sinteticamente o conteúdo do parágrafo, isto é, enuncia a
ideia-tópico que vai ser desenvolvida. Um bom tópico frasal deve ser: claro,
específico e detalhado.

Um tópico frasal é claro quando não permite dupla interpretação da ideia


central que será tratada. Um tópico frasal obscuro é inútil; no momento em que o
leitor não consegue distinguir qual será a ideia central do parágrafo simplesmente
lendo o tópico frasal, este perdeu sua finalidade.
Observe: “José Maria está zangado. Pela primeira vez, ele, a mulher e os dois filhos
não vão passar o Natal com a família em Ribeirão Preto, São Paulo. Sem dinheiro,
adeus, viagem”.
- o tópico frasal: “José Maria está zangado” informa a ideia central
claramente. As outras frases sustentam essa ideia, dão o porquê da zanga.

Em sua opinião, o tópico frasal: - Ler é importante – é um tópico frasal claro?


Deixa clara a ideia principal a ser desenvolvida?
Percebemos que esse tópico frasal oferece ao leitor somente vagas indicações
sobre qual seria o assunto do parágrafo; há várias possibilidades, o que deixa o
leitor desorientado.
Observe como esse tópico frasal poderia tornar-se claro:
a) “A leitura desenvolve no leitor o domínio das possibilidades expressivas de
sua língua”.
b) “A leitura introduz as crianças no saudável hábito de refletir por si mesmas, na
tranquilidade da solidão”.

Agora é sua vez – Escreva um tópico frasal claro para desmanchar a informação
geral de:
Ler é importante:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

Um tópico frasal específico limita a ideia-núcleo. Ele não pode ser tão amplo ou tão
genérico que precise de um ensaio inteiro para explorá-lo. Ele será específico
quando puder ser explicado num parágrafo de dimensão normal (de cinco a oito
frases).
Ex.: “Como podemos economizar gasolina?” é um tópico frasal não específico.
- Específico – “Para o motorista, a melhor maneira de economizar gasolina é não
forçar as marchas de seu carro.”
39
GRUPO DE ESTUDOS EM LÍNGUA PORTUGUESA – GELP - 2020

Treino: os tópicos frasais abaixo não são específicos. Se possível, proponha duas
correções para cada um deles:
1)Você pode aprender a dançar em dez lições.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

2) Os perigos de um incêndio são muitos.


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

Um tópico frasal detalhado apresenta uma visão prévia de todos os aspectos


da ideia-tópico que serão desenvolvidos. Uma vez estabelecido um tópico frasal
claro e específico convém detalhá-lo, a fim de que constitua, também, um bom plano
de parágrafo.
Compare os pares abaixo: o primeiro tópico frasal de cada par não está
detalhado, enquanto o segundo, subdividido, já exprime com maior precisão o
desenvolvimento que o parágrafo terá.
a- Para o motorista, a maneira mais simples de economizar gasolina é não forçar as
marchas.
- Para o motorista, a maneira mais simples de economizar gasolina é trocar as
marchas no momento adequado, evitar o uso da reduzida e andar, sempre que
possível, em terceira ou quarta.

b- Tudo farei para que meu filho não cometa os mesmos erros que cometi.
- Tudo farei para que meu filho não perca o ano na escola por falta de estudo, não
deixe de ir periodicamente ao dentista e não deixe de praticar esportes desde
pequeno.

Detalhe os tópicos frasais abaixo:


a) Poderá chover hoje.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

b) A comunicação entre idosos e jovens é muito difícil

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

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PROCESSO DE ORGANIZAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DO PARÁGRAFO

1. Enumeração: consiste em citar, enumerar uma série de características, de fatos,


de funções, de fatores. Esse tipo de ordenação do parágrafo é frequentemente
identificado por algumas das marcas lingüísticas a seguir:

- Primeiramente..., a seguir..., por fim....,


- Um primeiro elemento..., já outro..., finalmente...
- Para começar...., outro exemplo..., o último...

“Durante três anos, o epidemiologista Trevo Orchard e sua equipe, da Universidade de


Pittsburg, acompanharam duzentos e quarenta pacientes, divididos em três grupos. O
primeiro foi tratado com placebo. O segundo, com metformina, um medicamento indicado
para controlar o diabete. O terceiro seguiu uma dieta adequada e um programa de atividade
física. Conclusão: esse último foi o que apresentou os melhores resultados, com 58% de
redução no risco de desenvolver diabete, contra 31% do grupo tratado com metformina”

(texto adaptado. FERNANDES, Beth. À beira do diabete. Saúde! É vital. São Paulo: Abril, n.261, p.36,
jun.2005.).

2. Definição ou conceituação: consiste em esclarecer o sentido que atribuímos a


um termo, destacando as características essenciais a sua identificação, isto é,
explicamos o termo por meio de sua definição.

Marcas lingüísticas:

- tal coisa é...


- consiste em...
- caracteriza-se por...
- apresenta-se como...
- resume-se em...
- parece-se com...

“O maracujá é uma planta pertencente à família das Passifloráceas, gênero Passiflora.


Segundo alguns estudiosos, parece que provém do vocabulário indígena mara-cuiá, cuja
significação é “comida na cuia”. É uma trepadeira, provida de gavinhas que se firmam em
outras plantas. Caracteriza-se por ter frutos globosos, aromáticos de polpa amarela e
gelatinosa. Existem dezenas de espécies de maracujás indígenas no Brasil. De modo geral, são
usados em refrescos, licores, vinhos, geléias, doces e bolos.

41
GRUPO DE ESTUDOS EM LÍNGUA PORTUGUESA – GELP - 2020

3. Exemplificação: o conceito é explicado por meio de exemplos que esclarecem o


sentido do conceito.
Marcas linguísticas:

por exemplo... como exemplo...

“Todos os pacientes com doença de refluxo gastroesofágico deveriam modificar


hábitos para amenizar o distúrbio. A obesidade, por exemplo, comprime o abdômen,
facilitando o refluxo. Portanto, é indicada a redução de calorias de dieta e a prática de
exercícios físicos para reduzir esse mal.”

4. Analogia: o conceito ou processo é explicado por meio de outro que lhe seja
semelhante e mais familiar ao interlocutor.
Marcas linguísticas:

a mesma coisa que .. semelhante a...


semelhantemente em analogia a ...

“Você entra num supermercado e vai direto ao produto com a marca que você quer, nesse
momento não interessa o preço. O motivo é simples: ao longo dos anos, você aprendeu a
confiar nela. Na vida profissional é a mesma coisa. Você se apresentou a uma empresa, ela o
recebeu. Assim, começou uma, talvez longa, parceria, baseada em confiança”.

5. Causa e consequência: as ideias são encadeadas de tal forma que as


consequências de um fato ou fenômeno sejam causas de outros fenômenos ou
fatos. Marcas linguísticas:

causa: consequência:
já que... graças a ( sentido positivo )...
porque... em decorrência de ...
como consequência ...
visto que ...
de modo que ...
em virtude de...
como resultado...
uma vez que...
por conseguinte....
por isso...

“O acelerado desenvolvimento da humanidade vem gerando crescentes e apreensivos


problemas, em que se destacam os referentes ao equilíbrio homem/meio ambiente. A ligação
de ambos pode ser vista como danosa no que tange à poluição, pois a redução dos recursos
naturais e a diminuição da produtividade vêm matando principalmente as civilizações mais
evoluídas. Essa é uma das razões por que a poluição, consequente do desenvolvimento
industrial, é considerada como um dos principais problemas da atualidade. Por isso, é
necessária uma campanha rigorosa para combatê-la. Entretanto, para isso, é fundamental que
tenhamos uma base ecológica.” (SOARES, M. B. Técnica de redação. Rio de Janeiro: Ao
livro Técnico, 1978.)

42
GRUPO DE ESTUDOS EM LÍNGUA PORTUGUESA – GELP - 2020

6. Comparação ou confronto: utilizamos a comparação ou o confronto quando


desejamos relacionar duas realidades, ressaltando as semelhanças (comparação)
ou as diferenças ( confronto ) existentes entre elas.
Em ambos os casos, precisamos ter o cuidado de selecionar nas realidades
relacionadas aspectos ou equivalentes nas realidades postas em comparação ou
confronto. Comparação ou confronto podem ser organizados, tomando-se como
ponto de referências o tempo, o espaço ou outro aspecto particular.

Marcas lingüísticas:

da mesma maneira... / de maneira diferente...


de um lado... / de outro... / por outro lado...
antigamente...
atualmente...
em contraste...
enquanto...
mais do que.../ menos do que...
mais.../ menos...
melhor... / pior...

Confronto:
“A visão do sertanejo não está, como a do homem do litoral, fechada pela floresta,
pelos canaviais; ela se estende até o infinito. O homem que vive na costa é prisioneiro do lodo
que lhe cola aos pés, das ervas que retardam sua marcha, das árvores que sufocam, dos velhos
engenhos em ruínas, cheios de fantasmas, dos bosques sagrados cheios de encantamentos.
Em contraste, o homem da caatinga nada tem diante de si, a não ser um céu imenso
implacavelmente azul estendendo-se sobre seu chapéu de couro, em que raras nuvens se
esgarçam devoradas pelo sol insaciável. A seus pés, há grande extensão de areias, de
espinhos. Tudo o incita à partida, em luta contra o espaço.”( SOARES, M.B. Técnica de
redação. Rio de Janeiro: Ao livro Técnico, 1978.)

Comparação:
“A energia assume todas as formas possíveis. Comparável a uma serpente, animal
que se” transforma “ou ”renova”, ao mudar a pele ( a sua forma externa ), também a energia
se transforma: qualquer gesto do corpo vivo, desde o levantar de um peso até o mero ato de
raciocinar, gasta energia; o estudo bioquímico do metabolismo mede-lhe a intensidade e o
ritmo. Como a ondulação da serpente, também a energia pode ser representada como uma
pulsação, um ritmo ou vibração constante. Pois tanto faz compararmos as batidas do nosso
coração, os raios gama, os ciclos das estações do ano ou da corrente elétrica da bateria de um
carro – tudo pode ser representado em gráficos que têm, como característica básica uma linha
ondulatória.” (texto adaptado. WEIL P & TOMPAKOW R. O corpo que fala. In SOARES,
M.B. Técnica de redação. Rio de Janeiro: Ao livro Técnico, 1978.)

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7. Ordenação temporal: consiste na construção de parágrafos e textos


narrativos ou dissertativos, sobretudo em notícias de jornal, em que fatos
costumam ser relatados cronologicamente, segundo sua linha de acontecimento
no tempo.

Marcas linguísticas: datas, momentos, horários expressos por:

 advérbios e locuções adverbiais de tempo: agora, já, ante, breve, cedo,


ultimamente, logo depois...
 preposições e locuções prepositivas: após, antes de, até, depois de
 conjunções e locuções conjuntivas: à medida que, até que, sempre
que, depois que...
 adjuntos adverbiais de tempo: ontem, no mês passado, no século XX,
alguns meses depois, por alguns minutos...

“Os meios de transporte terrestre evoluíram muito, durante o século XX. Por volta de 1900,
predominavam os veículos de tração animal, como charretes, carroças, bondes. O trem a
vapor era o mais rápido meio de locomoção. Havia também os bondes elétricos. Já nas
primeiras décadas do século, o automóvel passou a fazer parte da paisagem das grandes
cidades. Nas décadas seguintes, surgiram o ônibus, o metrô, a motocicleta e os caminhões.
Todos esses meios de transporte foram aperfeiçoados para oferecer mais conforto e rapidez
aos usuários.”

8. Ordenação espacial: os acontecimentos são apresentados, seguindo uma


linha de acontecimentos no espaço (lugares).

Marcas linguísticas:

 advérbios e locuções adverbiais de lugar: longe, perto, à direita, ao lado, em cima,


 locuções prepositivas: perto de, junto a, em frente de, ao redor de,..
 adjuntos adverbiais de lugar: no Brasil, nas pequenas cidades, na parte inferior, no
campo...

“O estudo de botânica pode acontecer em vários lugares. Em um local aberto, os


alunos são expostos a todo tipo de variedade encontrada na natureza. Em sala de aula, eles
devem imaginar como seria a planta, qual sua altura real, qual seu habitat, a partir de gravuras
ou explicações de livros. Por esse motivo, atualmente muitos professores procuram levar seus
alunos para pesquisar in loco, em vez de exigir deles a memorização de detalhes de um livro”.
(folheto informativo)

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EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

TEXTO 1
Há muitos motivos para os jovens de hoje lerem muito pouco. A televisão pode ser uma
das causas de o jovem afastar-se dos livros. Uma outra razão pode ser o incentivo que se tem
dado, hoje em dia, aos esportes. É possível incluir, dentre essas causas, os videogames, a
ausência de incentivo à leitura dentro de casa ou mesmo na escola. Consequentemente, os
alunos do ensino fundamental e médio, assim como os universitários, enfrentam sérios
problemas nos estudos, principalmente quando têm que ler livros técnicos da área em que
pretendem se desenvolver e no momento da redação. É necessário, portanto, que os pais, os
professores e a mídia promovam uma campanha de incentivo à leitura, demonstrando a
importância dessa atividade para o aperfeiçoamento pessoal e profissional. (ULISSES)

Leia o texto 1 e complete o quadro abaixo:


Tópico frasal

Assunto

Delimitação do assunto

Objetivo do autor

Desenvolvimento (início/ fim)

Tipo de ordenação do
desenvolvimento

“marcas” que, no
desenvolvimento,
indicam o tipo de ordenação

TEXTO 2
“A utilização da energia das ondas sempre fascinou os cientistas. Existem três tipos de
energia nas ondas. Em primeiro lugar, a de seu movimento rotativo, provavelmente
impossível de ser aproveitada, porque as ondas sucessivas variam muito. Em segundo lugar, a
energia cinética do movimento que elas fazem para a frente – também de difícil
aproveitamento, porque as ondas movem-se muito devagar e não carregam grandes volumes
de água. Em terceiro lugar, vem a energia que está sendo considerada a mais promissora: a
distância vertical entre a crista e a base das ondas, que representa uma força de gravidade
potencialmente aproveitável.”

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Leia o texto 2 e complete o quadro abaixo:

Tópico frasal

Assunto

Delimitação do assunto

Objetivo do autor

Desenvolvimento (início/ fim)

Tipo de ordenação do
desenvolvimento

“Marcas” que, no
desenvolvimento,
indicam o tipo de ordenação

Coloque F (FALSO) ou V (VERDADEIRO), diante das afirmações:


( ) O texto 1 pode ser considerado um parágrafo padrão.
( ) O texto 2 pode ser considerado um parágrafo padrão.
( ) O texto 1 não é parágrafo padrão.
( ) O texto 2 não é parágrafo padrão.
( ) Nos dois textos, o desenvolvimento foi ordenado da mesma maneira.
( ) Em nenhum dos textos há delimitação do assunto.
( ) Em nenhum dos textos há conclusão.
( ) O texto 1 não apresenta marcas que nos possibilitam indicar o tipo de desenvolvimento.
( ) No texto 1 há conclusão.

OUTROS EXERCÍCIOS

1. No parágrafo a seguir, sublinhe o tópico frasal e verifique se seu desenvolvimento


é correto.

Há três razões pelas quais João não vai para a universidade federal. Em primeiro
lugar, é órfão de pai e sua mãe ficaria sozinha em casa. Ela tem alguns amigos, mas
eles não moram próximo e, assim, ficaria isolada a maioria das noites. Apesar de
João desejar muito fazer o curso superior, preferiu trabalhar perto de sua casa.

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

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2. Analise cada um dos parágrafos abaixo e apresente as informações pedidas:

a) Nos Estados Unidos, cientistas desenvolveram um robô que jamais perde o


equilíbrio, mesmo que alguém tente derrubá-lo com uma rasteira. Como um joão-
bobo de borracha, ele balança, balança, mas não cai. O segredo é um programa de
computador que calcula, num abrir e fechar de olhos, a velocidade e a direção do
robô, de modo a corrigir qualquer movimento que o faça perder o equilíbrio.

Tópico frasal :_______________________________________________________


__________________________________________________________________

Como se desenvolveu o parágrafo:______________________________________

b) A mítica brasileira procede de três fontes étnicas: influência negra, abrangendo a


área da cana-de-açúcar, da mineração e grande parte da cafeeira; influência
indígena, envolvendo o extremo Norte e o Oeste, isto é, a Amazônia Legal; e
influência branca, predominantemente no Sul do país.

Tópico frasal:_________________________________________________________
___________________________________________________________________

Como se desenvolveu o parágrafo? _____________________________________

3. Um parágrafo bem construído não pode incluir elementos que não estejam
contidos na ideia-núcleo. Sublinhe, nos parágrafos abaixo, as ideias irrelevantes.

a) Os tomates, reconhecidos hoje como um alimento muito rico em vitaminas,


especialmente a vitamina C, que previne contra o escorbuto, enfermidade que em
outros tempos foi o terror dos marinheiros, foram considerados por nossos
antepassados, até meados do século XVIII, venenosos.

b) O assassinato do presidente Kennedy, naquela triste tarde de novembro, quando


percorria a cidade de Dallas, aclamado por numerosa multidão, cercado pela
simpatia do povo do grande Estado do Texas, terra natal, aliás, do seu sucessor, o
presidente Johnson, chocou a humanidade inteira não só pelo impacto emocional
provocado pelo sacrifício do jovem estadista americano, tão cedo roubado à vida,
mas também por uma espécie de sentimento de culpa coletiva, que nos fazia, por
assim dizer, responsáveis por esse crime estúpido, que a história, sem dúvida,
gravará como o mais inominável do século.

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4. A seguir, você terá uma questão dissertativa, referentes à formação geral,


retirada do ENADE (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes), realizado em
2018. Você deverá elaborar um parágrafo padrão, atendendo ao solicitado:

Texto 1

O Museu Nacional do Rio de Janeiro talvez fosse o lugar mais importante do Brasil dado o
seu valor como patrimônio cultural e histórico não só brasileiro, mas mundial. O incêndio ocorrido no
início de setembro de 2018 destruiu o lugar que era o símbolo da gênese do país como nação
independente e continha um acervo inestimável, não só do ponto de vista da história da cultura e da
natureza brasileiras, mas também do acervo de peças de significado mundial.
O Museu Nacional abrigava vários departamentos da Universidade Federal do Rio de
Janeiro. Era um museu de exposição, mas também de pesquisa. A biblioteca de Antropologia, que
devia ter uns 200 mil títulos e era um instrumento de trabalho fundamental para a pesquisa de vários
docentes, foi construída ao longo de 50 anos, e perdeu-se. Parte pode ser recuperada, mas os
fósseis, os insetos, as coleções de estudo, são insubstituíveis.
Outra perda incalculável refere-se ao material do acervo relativo a povos que foram
destroçados pelo colonialismo europeu e que estavam ali como testemunhas mudas da história da
invasão da América.
Disponível em: <https://www.publico.pt/2018/09/04/culturaipsilon/entrevista/eduardo-viveiros-de-
castro-gostaria-que-o-museu-nacional-permanecesse-como-ruina-memoria-das-coisas-mortas-
1843021>. Acesso em: 10 set. 2018 (adaptado)

Texto 2

Ao consumir parte significativa do acervo de 20 milhões de peças da instituição, o incêndio


arrasou também anos de trabalho e afetou, de forma irremediável, a pesquisa, com impactos na
ciência brasileira e internacional. Segundo uma pesquisadora dessa instituição, apesar de o foco
muitas vezes permanecer na perda do passado, quando perdemos um acervo que era usado para
fazer pesquisa, perdemos também o futuro.
Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/>. Acesso em: 10 set. 2018 (adaptado).

Considerando os trechos apresentados, redija um texto a respeito da importância dos


museus para a sociedade contemporânea sob o ponto de vista da memória e das
perspectivas de futuro, abordando três aspectos da função social dessas instituições.
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5. Considerando o tópico frasal apresentado abaixo, escreva um parágrafo padrão,


obedecendo às instruções:

A escrita domina a nossa vida profissional e acadêmica.

a) desenvolvimento por causa e consequência. Faça a adequação do tópico frasal


de acordo com o desenvolvimento indicado.
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COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAIS


Bibliografia básica:
KOCH, I. G. V. Desvendando os segredos do texto. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2002
__________. Ler e compreender os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2006

COESÃO TEXTUAL
O texto é uma unidade básica de sentido, em que cada elemento linguístico
(palavra, frase, parágrafo) se relaciona, direta ou indiretamente, com todos os
outros. A coesão textual resulta das articulações gramaticais existentes entre as
palavras, orações, frases, parágrafos e partes maiores de um texto que garantem
sua conexão seqüencial. Denominamos mecanismos de coesão as pistas que nos
fazem interligar o que se segue ao que foi dito antes; interpretar como são
relacionadas pelo sentido, palavras, partes de frases ou frases; agrupar, organizar e
hierarquizar idéias.

Para estabelecer a coesão, realizamos dois movimentos:

a) Um desses movimentos é o de remissão ou referência a elementos do próprio


texto ou da situação enunciativa.
Os principais meios de coesão por remissão são:
a) repetição de palavras;
b) substituição de uma palavra ou expressão por outra de sentido equivalente ou
semelhante;
c) pronomes.

Observe, no texto abaixo, como o antropônimo (nome) Fernanda Montenegro é


retomado ao longo do texto pela expressão nominal (a atriz) e pelos pronomes que
e ela
“O sucesso de Central do Brasil virou pelo avesso a vida de Fernanda Montenegro. De
repente, a atriz que se habitou a ser chamada de grande dama do teatro brasileiro – título
que considera bobo – passou a ser a sensação das telas. Ela já se havia destacado em
filmes como “ A Falecida” e “ Eles não usam black-tie”, este premiado no Festival de
Veneza, mas nenhum deles alcançou a projeção de Central. Para promover o filme, ela vem
fazendo uma maratona de viagens pelo mundo, orquestrada pela Sony Classics,
encarregada de distribuir Central do Brasil nos mercados internacionais.” (fragmento)
( Fonte:VEJA. São Paulo: Abril, ed. 1582, ano 32, nº4, p.147, 27 jan.1999)

Observe, no exemplo que segue, a concordância, tanto verbal quanto nominal,


como elemento de coesão: não só o verbo faz referências ao substantivo, que
funciona como sujeito, como também os adjetivos ligados ao substantivo-sujeito:

“As piadas que um país faz sobre si mesmo deveriam merecer profundas análises,
talvez fossem mais reveladoras que caríssimas enquetes e vastos tratados analíticos.
Narradas nos intervalos dos coquetéis e jantares, funcionam como recreio, discurso
cômico e crítico.
(Fonte: SANT’ANNA, A.R. de. Política e paixão. 2.ed. Rio de Janeiro: Rocco, 1984)

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b) O outro movimento é o de progressão, que nos permite estabelecer relações


lógicas entre as ideias do texto. As conjunções ou articuladores trabalham para a
progressão das ideias de um texto.
A articulação das ideias se faz considerando o significado resultante das
interligações dos termos, orações e frases. As palavras podem expressar, por seu
valor semântico, relações de causa, conseqüência, finalidade, conclusão, etc.

Observe, no quadro abaixo, alguns articuladores e a função que podem exercem na


coesão textual:
Indicadores de Oposição, mas, porém, todavia,contudo,entretanto,no
Contraste entanto, ao contrário, etc.
Indicadores de Adição, e, também, nem, não só...mas também, além de, além disso,
Continuação ainda, tanto...como, etc.
Indicadores de embora, ainda que, mesmo que, se bem que, mesmo, apesar
Concessão de, etc.
portanto, então, assim, logo, por isso, pois, por conseguinte, de
Indicadores de Conclusão
modo que, em vista disso, etc.
Indicadores de da mesma forma, semelhantemente, tanto...quanto, mais...(do)
Comparação, que, menos...(do) que, tal qual, assim também, do mesmo
Semelhança modo, por analogia, em analogia a, como, assim como, etc.
se, caso, contanto que, a não ser que, desde que, a menos que,
Indicadores de Condição
etc.
Indicadores de
ou...ou, ora...ora, etc.
Alternância
Indicadores de
Por exemplo, como exemplo, etc.
Exemplificação
Indicadores de
a fim de, a fim de que, com o intuito de, para, para que, com o
Finalidade, Intenção,
objetivo de, com o propósito de, etc.
Propósito, Mediação
Indicadores de Causa e porque, visto que, em virtude de, já que, uma vez que, devido a,
Consequência – ou por motivo de, graças a, em decorrência de, por causa de, por
Explicação consequência, por conseguinte, etc.
Indicadores de Proporção à proporção que, ao passo que, tanto quanto, tanto mais, etc.
Indicadores de
Segundo, conforme, como, de acordo com, etc.
Conformidade
Indicadores de Tempo quando, mal, nem bem, assim que, logo que, no momento em
(simultâneo, anterior, que, agora, desde que, antes, depois, pouco antes, pouco
posterior, contínuo ou depois, logo depois, nesse meio tempo, enquanto, à medida
progressivo) que, sempre que, etc.
Indicadores de Lugar lá, aqui, ali, acima, abaixo, etc.
Indicadores de Dúvida Talvez, possivelmente, é provável, etc.
Indicadores de Certeza certamente, sem dúvida, com toda certeza, por certo, etc.
Em suma, em síntese, enfim, em resumo, dessa forma, assim,
Indicadores de Resumo,
dessa maneira, a hipótese acima aventada, fazendo um balanço
Recapitulação
do que foi discutido até o momento, etc.
Indicadores de Em primeiro lugar, antes de mais nada, primeiramente, primeiro,
Prioridade, Relevância acima de tudo, sobretudo, etc.
Indicadores de Correção,
Isto é, quer dizer, ou seja, em outras palavras, ou melhor, de
Redefinição,
fato, pelo contrário
Rearfimação

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EXERCÍCIOS
1. Identifique o termo a que cada um dos vocábulos gramaticais abaixo, em
destaque, faz referência:
a) “Combustíveis – O governo promete que não haverá reajuste. Mas isso não
depende muito dele, pois o Brasil ainda importa uma parte do petróleo que
consome.” ( Fonte:VEJA 1582,1999 p.45.)

isso:__________________________________
(d) ele:________________________________
que:__________________________________

b) “Da minha janela eu vejo dois homens. Eles agora se ajeitaram no degrau de
terra defronte ao lixo na ribanceira. Aquele que tem nas mãos uma arma,
limpa-a com uma flanela. Digo a mim mesmo: limpam a arma como nós
limpamos o carro nos fins-de-semana. A arma lhes é familiar, não os
ameaça.” (fragmento adaptado).
(Fonte:SANT’ANNA, A. R. de. Porta de colégio e outras crônicas. São Paulo: Ática,1995.)

eles:_________________________________
a:___________________________________
lhes: ________________________________
os: _________________________________

c) (Faap-SP) “Ouvindo-te dizer: Eu te amo,


creio, no momento, que sou amado.
No momento anterior
E no seguinte
Como sabê-lo?”
O pronome o refere-se a : ____________________

2. Indique a função dos articuladores em destaque nos textos abaixo:

2.1. Xampu serve para maquiar imperfeições, mas não trata. Assim, não espere
que um xampu de melhor qualidade vá, por si só, restaurar o viço do cabelo.
Para recuperar um cabelo danificado, só cortando e deixando crescer de novo.
mas:_____________________________
assim: ___________________________
para:____________________________

2.2. Paulo ainda vai aos encontros do grupo porque não se considera curado.
ainda:____________________________
porque:___________________________

2.3. A maioria dos jovens vai a esses lugares apenas para se divertir e encontrar
amigos. Uma boa parte, no entanto, acaba viciada em jogo.
apenas:____________________________
no entanto:_________________________

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3. (PUC-SP) No período: “Da própria garganta saiu um grito de admiração, que


Cirino acompanhou, embora com menos entusiasmo”, a palavra em destaque
expressa uma relação de:
a) explicação b) concessão c) comparação d) modo e) consequência

4. “Podemos falar qualquer coisa: estou absolutamente calmo.”


Os dois pontos do período poderiam ser substituídos pelo articulador:
a) e b) portanto c) logo d) pois e) mas
A ideia que esse articulador traz a frase é de _________________________

5. Que sentido o articulador mas, que introduz a conclusão do conto, indica:


“Todos os dias esvaziava entregava ao mar.
uma garrafa, colocava Nunca recebeu resposta
dentro sua mensagem, e a Mas tornou-se alcoólatra. _______________

6. Preencha as lacunas com conectivos adequados


a) No segundo semestre, os franceses deverão modificar sua Constituição
___________ introduzir o conceito de proteção ambiental. __________ a
proposta do presidente Jacques Chirac for aprovada sem grandes
modificações, estará assegurado o direito a um ambiente equilibrado, saudável
e protegido. O texto torna a proteção ambiental “norma que se impõe a todos,
poderes públicos, jurisdições e sujeitos de direito”. O projeto também consagra
o chamado princípio da precaução, __________, a noção de que,
____________ houver dúvida, __________ pequena, sobre os efeitos de uma
determinada medida, deve-se sempre optar pela solução que resguarde o meio
ambiente.

b) Desde o início da civilização, o homem tinha consciência de quanto ele


dependia da água para viver, __________ não sabia exatamente por que a
água era tão imprescindível. _________ ela adquiriu uma conotação divina
para os povos da Antiguidade.

__________, ao longo do tempo, o desenvolvimento da ciência trouxe a


desmistificação da água, que passou a ser vista como fonte de higiene e
saneamento, melhorando as condições de saúde da população.
______________ a ciência forneceu o entendimento, o respeito pela água e a
preocupação com a sua preservação se esvaneceram. _____________ o
homem não readquirir a consciência de que a água é vital e está se tornando
cada vez mais escassa por causa da sua atitude predatória, o próprio futuro da
humanidade estará ameaçado.

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7. Nos períodos abaixo foi empregado o pronome "onde". Em alguns deles, esse
emprego é inadequado. Assinale as alternativas em que ocorre o problema e
reescreva o trecho de modo a saná-lo.

(a) A literatura médica de vários países serviu de base para uma pesquisa, onde o
resultado mostrou que dois terços dos cegos do mundo estão concentrados na
Índia, China e na África.
(b) Para as crianças de países pobres, onde as condições de saúde são precárias,
o risco de cegueira é dez vezes maior comparativamente ao risco de cegueira
que correm as crianças de países ricos.
(c) Após mais de uma década de controvérsia, os artefatos da caverna sul-
africana, onde se encontram também ossadas humanas, já estão sendo
aceitos como a mais antiga evidência de que o homem surgiu na África.
(d) Talvez por conta de um maior número de pobres, o Nordeste é a região do país
onde as marcas dos produtos estão menos presentes nas cabeças das
pessoas.
(e) Aqueles produtos da pesquisa Top of Mind onde as marcas estão mais
presentes nas cabeças femininas são margarina, chocolate e desodorante.
(f) Para a Unilever Brasil, fabricante do produto, é mais do que razão para
comemorar, já que o Brasil é o país onde mais se vende Omo no mundo.

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
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___________________________________________________________________
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COERÊNCIA TEXTUAL

A coerência é a ligação semântica (sentido), é o resultado da articulação das


idéias de um texto. Há coerência num texto quando não há contradição de ideias,
quando suas palavras e frases compõem um todo significativo para os
interlocutores.
Abreu (2005:42) apresenta uma situação em que os elementos
contextualizadores – data, local, assinatura, elementos gráficos, que “ancoram” um
texto em uma situação comunicativa determinada – são decisivos para o
estabelecimento do sentido. Diz ele:

Imagine o seguinte texto contextualizado de duas maneiras diferentes:

‘Hoje, eu, o rei, convido todos a comparecer em massa, para assistir ao massacre de Israel’
a) assinado: Imperador Tito, Jerusalém, ano 70
b) assinado: Pelé, Rio de Janeiro, 1995.”

No caso (a), teríamos o relato de um fato relacionado à história do povo judeu.


No (b), um prognóstico sobre um jogo de futebol, envolvendo duas seleções.
Mas a coerência de um texto depende também do nosso conhecimento de
mundo. Alguém que não conheça a história de Roma, da ocupação da Judeia pelos
romanos e a sua destruição pelo imperador Tito, terá mais dificuldades para
entender a primeira contextualização.”

Entretanto, a par desses fatores, parece inegável que um texto deva ter
algumas qualidades que garantam a coerência. Um estudioso francês (Michel
Charolles) propôs quatro princípios responsáveis pela coerência textual. Tratemos
aqui de três desses princípios, já que o primeiro diz respeito à coesão, que já vimos
anteriormente.

1. Princípio da progressão: para ser coerente, um texto deve apresentar


informações novas.
2. Princípio da não-contradição: em um texto coerente, o que se diz depois não
pode contradizer o que se disse antes ou ficou pressuposto.
3. Princípio da relação: o conteúdo de um texto coerente deve ser adequado a
um estado de coisas no mundo real ou em mundos possíveis.
Vejamos alguns casos de textos em que esses princípios não foram observados.

Texto 1 - Trata-se de um texto que circulou pela Internet, aparentemente verídico,


escaneado de uma prova ou trabalho de aluno, com correção, em vermelho, pelo
professor, que considerou a resposta meio certa.

Pergunta do professor: Todas as células, a partir da célula que sofre mutação serão
anômalas? Justifique sua resposta.

Resposta do aluno: Não, porque umas são anômalas e outras não. Se algumas células são
anômalas e algumas não são, conclui-se que nem todas são anômalas, já que não são todas
que apresentam anomalia. Se não são todas que apresentam anomalias, não se pode dizer
que todas são anômalas. E vice-versa.

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Texto 2

João Carlos vivia em uma pequena casa construída no alto de uma colina árida, cuja frente
dava para leste. Desde o pé da colina se espalhava em todas as direções, até o horizonte, uma
planície coberta de areia. Na noite em que completava 30 anos, João, sentado nos degraus da
escada colocada à frente de sua casa, olhava o sol poente e observava como a sua sombra ia
diminuindo no caminho coberto de grama. De repente, viu um cavalo que descia para sua
casa. As árvores e as folhagens não lhe permitiam ver distintamente; entretanto, observou
que o cavalo era manco. Ao olhar de mais perto verificou que o visitante era seu filho
Guilherme, que há vinte anos tinha partido para alistar-se no exército e, em todo esse tempo,
não havia dado sinal de vida. Guilherme, ao ver seu pai, desmontou imediatamente, correu
até ele, lançando-se nos seus braços, e começou a chorar.

Exercícios

(Este exercício foi retirado de Abreu (2005:45-47). O que está marcado com
asterisco foi acrescentado)

1. Identifique, em cada um dos textos a seguir, a incoerência:


a) *Estamos tentando explicar como as coisas estão, e elas estão como elas estão.
Algumas coisas vão bem e outras obviamente não vão bem. Você tem dias
bons e dias ruins. No caminho da democracia este é um momento, e teremos
outros momentos. E serão bons momentos e momentos não tão bons. (Donald
Rumsfeld, ex-Secretário de Defesa dos EUA. Veja, 14/04/2004, n. 15, edição
1849, p. 43)
___________________________________________________________________

b) É realmente apropriado que nos reunamos aqui hoje, para homenagear


Abraham Lincoln, o homem que nasceu numa cabana de troncos que ele
construiu com suas próprias mãos. (Político, em um discurso, homenageando
Lincoln)
___________________________________________________________________

c) Damos cem por cento na primeira parte do jogo e, se isso não for suficiente, na
segunda parte damos o resto. (Yogi Berra, jogador norte-americano de
beisebol, famoso por suas declarações exdrúxulas)
___________________________________________________________________

d) Mantle rebate com as duas mãos por que é anfíbio. (Idem)


___________________________________________________________________

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e) Encontrando um milhão de dólares na rua, eu procuraria o cara que o perdeu e,


se ele fosse pobre, devolveria (Idem)
___________________________________________________________________

f) Alguma força sinistra entrou, aplicou uma outra fonte de energia e apagou as
informações contidas na fita. (Alexandre Haig, oferecendo ao juiz John Sirica uma
teoria sobre um buraco de 18,5 minutos nas fitas de Nixon, durante o caso
Watergate)
___________________________________________________________________

g) Nós não temos censura. O que temos é uma limitação do que os jornais podem
publicar. (Louis Net, ex-vice-ministro da Informação da África do Sul)
___________________________________________________________________

h) ... considerando etc., etc., este Conselho resolve: a) que uma nova cadeia seja
construída; b) que a ;nova cadeia seja construída com os materiais da velha
cadeia; c) que a velha cadeia seja usada até que a nova esteja pronta.
(Resolução da Junta dos Conselheiros, Canto, Mississipi, 1800)
__________________________________________________________________________

i) Por que judeus e árabes não podem se reunir e discutir a questão como bons
cristãos? (Arthur Balfour, estadista britânico, primeiro-ministro e ministro do
Exterior)
___________________________________________________________________

j) Quando um grande número de pessoas não consegue encontrar trabalho, o


resultado é o desemprego. (Calvin Coolidge, presidente americano em 1931)
___________________________________________________________________

2. A seguir, há mais um texto, leia-o e responda: ele é coerente ou incoerente?


Justifique sua resposta com elementos do texto:

“Os pesquisadores recomendam aos dentistas o uso de luvas, óculos de proteção e outras
precauções no tratamento de qualquer paciente devido à abundância de microorganismos a
que são expostos. Segundo John Molinari, diretor da faculdade de Odontologia da
Universidade de Detroit (EUA), os dentistas não devem tratar todos os seus pacientes
como se fossem potencialmente contagiantes”. (Folha de S.Paulo, 27/11/ 1988)
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

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AMBIGUIDADE – PARALELISMO
Bibliografia básica:
MORENO, C.; GUEDES, P. C. Curso básico de redação. 6.ed. São Paulo, Ática, 1991.

Ao escrever um texto, pode acontecer de uma frase ficar ambígua. Ela é


ambígua quando dá margem a mais de uma interpretação.
Na publicidade, a frase ambígua é considerada uma qualidade, pois é proposital.
Veja um exemplo:

Disponível em:<http://blog.educacional.com.br/glaucegram/2010/02/19/variações-linguisticas-
teoria> acesso em 14 março 2012

A propaganda apresenta uma frase que pode ter dois significados:


a) O dicionário Aurélio é muito bom.
b) O dicionário Aurélio é bom para quem é “burro”.

A imagem também pode ser ambígua. Observe:

Disponível em: http://www.google.com.br Acesso em 03 março 2020


O que você vê?

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GRUPO DE ESTUDOS EM LÍNGUA PORTUGUESA – GELP - 2020

Observe alguns exemplos de frases com ambiguidade:

1- João ficou com Mariana em sua casa.


- Na casa de quem: de João ou de Mariana?

2- Levaram o computador da sala que eu usava.


- Usava o computador ou a sala?

3- Pedro perguntou ao amigo se ele havia recebido o convite para a festa.


- Quem havia recebido: Pedro ou o amigo?

4- Maria recebeu da professora um volume do seu livro preferido.


- Livro preferido de quem: de Maria ou da professora?

Além de a frase cumprir seu papel comunicacional,


é importante estar atento aos significados das
palavras que podem dar margem a mais de uma
interpretação. Quando isso ocorre, temos a
ambiguidade.

EXERCÍCIOS

Identifique a ambiguidade e escreva os dois sentidos possíveis.

1. Crianças que comem chocolate com frequência ficam doentes.

_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
2. Nós vimos o incêndio da casa.

_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

3. O policial deteve o suspeito do crime em sua casa.

_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

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GRUPO DE ESTUDOS EM LÍNGUA PORTUGUESA – GELP - 2020

4. Comprei uma televisão por meio do site da firma, que logo depois apresentou
problemas.
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

5. O político falou da reunião na prefeitura.

_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

6. Há cinco meses ela espera o primeiro filho do marido, que mora no exterior.

_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

7. João encontrou o ladrão em seu quarto.


_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

8. Observe o anúncio.

Disponível em:<http://blog.educacional.com.br/glaucegram/2010/02/19/variações-linguisticas-
teoria> acesso em 14 março 2012

A fala do personagem Cebolinha apresenta ambiguidade. Se substituirmos


a palavra celta por certa, o efeito de sentido seria o mesmo? Justifique:
_________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

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GRUPO DE ESTUDOS EM LÍNGUA PORTUGUESA – GELP - 2020

PARALELISMO

O princípio do paralelismo baseia-se em que a ideias semelhantes


correspondem estruturas similares. Elementos coordenados, por terem o mesmo
valor, devem apresentar a mesma forma. O paralelismo ajuda a tornar a frase
gramaticalmente clara. Quando isso não acontece, quebra-se a harmonia estrutural.
Vejamos exemplos de paralelismo, retirados da Constituição Federal.
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e
do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.

Observe que os cinco fundamentos informados no artigo 1º são constituídos por


artigos definidos mais substantivos, deixando-os paralelos.

Isso também acontece no artigo 3º da Constituição.


Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
outras formas de discriminação.

Observe que os quatro objetivos fundamentais são constituídos por verbos no


infinitivo, o que deixa a frase com paralelismo.
Na propaganda, há a presença do paralelismo:

Disponível em: <http://se.quebarato.com.br/aracaju/terral-comunicacao-propaganda-e-marketing-


politico-aracaju-se__6527D8.html> Acesso em 25 abril 2012

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Vejamos alguns exemplos de falta de paralelismo:

1- Aquela moça passa os dias estudando e nas compras.

O verbo estudando, no gerúndio, não está paralelo com o substantivo


compras. Temos duas opções para deixar a frase correta quanto ao paralelismo:
- Aquela moça passa os dias estudando e comprando.
- Aquela moça passa os dias nos estudos e nas compras.

2- Quando viajou, ele visitou Portugal, França, Itália e sua prima.

A expressão de parentesco sua prima recebeu, incorretamente, o mesmo


tratamento que os países Portugal, França e Itália, como se fosse o último item de
uma série de quatro elementos equivalentes. A construção correta da frase é:
Quando viajou, ele visitou Portugal, França e Itália. Aproveitou para visitar sua
prima.

3- Eu desejo sua vinda e que tragas minha encomenda.

Não há possibilidade de se escrever e que na segunda oração, se não há um


quê na oração anterior. A construção correta é:
- Eu desejo que venhas e que tragas minha encomenda.

EXERCÍCIOS

Corrija as frases a seguir, observando o paralelismo:

1- Meu amigo gosta de conversar e de televisão.


___________________________________________________________________

2- É preciso ler o livro e que você faça o resumo.

___________________________________________________________________

3- O que mais procuro é ser honesto e lealdade.

___________________________________________________________________

4- Pessoas aprendem muito quando escrevem e como leitores de bons livros.

___________________________________________________________________

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5- Eu passo o dia todo na biblioteca e estudando na faculdade.

___________________________________________________________________

6- O preço de um avião é diferente de um carro.

___________________________________________________________________

7- O presidente negou estar a inflação descontrolada e que a população mostrou


preocupação com isso.
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

8- Encontramos dois tipos de alunos: os que estudam todos os dias e os que


procuram estudar só na hora da prova.
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

9- Ele afirmou ser o fumo prejudicial e que a bebida faz mal à saúde.

___________________________________________________________________

10- Para se inscrever no concurso é preciso: levar cópia do RG, 2 fotos e pagamento
da taxa de inscrição.
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

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Gênero Discursivo Acadêmico:


Artigo Científico

O Artigo Científico é parte de uma publicação com autoria declarada, que


apresenta e discute idéias, métodos, técnicas, processos e resultados nas diversas
áreas do documento. (ABNT NBR 6022, 2003, p.2)
A NBR 6022:2003 estabelece regras de apresentação dos elementos que
constituem o artigo em publicação periódica científica impressa. Por publicação
periódica científica impressa entende-se um tipo de publicação seriada que se
apresenta sob a forma de revista, boletim, anuário, editada em fascículo com
indicação numérica, cronológica em intervalos prefixados, por tempo indeterminado,
com a colaboração, frequentemente, de diversas pessoas, tratando de assuntos
diversos e que é objeto de Número Internacional Normalizado (ISSN).
As orientações que aqui apresentamos são baseadas na norma da ABNT; no
entanto, ao submeter seu artigo científico a uma revista, o autor deverá seguir as
normas editoriais adotadas pelo periódico.
O artigo é constituído de:

1) Elementos pré-textuais
- título e subtítulo, se houver, diferenciados tipograficamente ou separados
por dois pontos;
- nome do autor (ou dos autores), acompanhado de um breve currículo, que o
qualifique na área do conhecimento do artigo. O currículo e o endereço eletrônico
devem aparecer em rodapé indicado por asterisco na página de abertura;
- resumo na língua do texto;
- palavras-chave na língua do texto

2) Elementos textuais
- Introdução: parte inicial do artigo em que devem constar a delimitação do
assunto, os objetivos da pesquisa e outros elementos necessários para situar o tema
do artigo.

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- Desenvolvimento: parte do artigo que contém a exposição do assunto


tratado. Divide-se em seções e subseções.
- Conclusão: parte final do artigo em que se apresentam as conclusões que
devem corresponder aos objetivos estabelecidos no trabalho, bem como às
hipóteses.

3) Elementos pós-textuais
- título e subtítulo em língua estrangeira
- resumo em língua estrangeira;
- palavras-chave em língua estrangeira;
- referências
- apêndice (opcional)
- anexo(s) (opcional)

Pesquise um artigo científico publicado em periódico de sua área.


Observe se ele apresenta todos os elementos da NBR 6022:2003 ou se o autor
adotou uma variação dos elementos, de acordo com o solicitado pelo periódico.

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APOIO GRAMATICAL

Emprego dos Pronomes Relativos


Bibliografia básica:
FERREIRA , M. Aprender e praticar gramática. Ed. Renovada. São Paulo: FTD, 2003.

Observe:
As pessoas estudiosas têm chance de vencer.
pessoas = determinado
estudiosas – determinante (representado por um adjetivo).
As pessoas que estudam têm chance de vencer.
pessoas = determinado
que estudam = determinante (representado por uma oração)

Podemos transformar dois períodos simples em um período composto, suprimindo


as palavras repetidas e em seu lugar empregando um pronome relativo. Exemplo:
Os micróbios estão em toda parte. +
Os micróbios são invisíveis a olho nu.
Os micróbios, que são invisíveis a olho nu, estão em toda parte.

Os pronomes relativos substituem o antecedente e relacionam as orações entre si.

Pronomes relativos

Eu trarei as flores que são


Substitui nomes de pessoas, seres bonitas.
personificados e coisas. A moça que me atendeu era
QUE bonita.
Refere-se a pessoas ou seres
QUEM personificados. A moça de quem Pedro gosta tem
Observação: o pronome relativo QUEM 20 anos.
vem sempre antecedido de preposição.
O QUAL Eu trarei as flores as quais são
A QUAL Podem ser empregados no lugar de bonitas.
OS QUAIS QUE, QUEM. A moça da qual Pedro gosta tem
AS QUAIS 20 anos.
CUJO Indicam posse do antecedente. Passeio pelo jardim cujas flores
CUJA Observação: o pronome relativo CUJO são belas.
CUJOS não admite artigo nem antes nem ERRADO: Passeio pelo jardim
CUJAS depois dele. cujas as flores são belas.
ONDE Dá ideia de lugar. A casa onde moro é nova.

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Uso da preposição antes dos pronomes relativos

Oração principal Preposição Pronome Oração Justificativa


exigida pelo relativo subordinada
verbo
Havia condições a Que nos opúnhamos opor-se a
(v. trans. Ind.)
Havia condições com Que não concordar com
concordávamos. (v. trans. Ind.)
Havia condições de Que desconfiávamos. desconfiar de
(v. trans. Ind.)
Havia condições em Que insistíamos Insistir em
(v. trans. Ind.)
Havia condições - Que nos prejudicavam. = sujeito
(não pode ser preposicionado)

Regência do Pronome Relativo

LÍNGUA ORAL LÍNGUA ORAL NORMA CULTA “MÁGICA”


POPULAR INFORMAL
Ela é a menina que Ela é a menina que Ela é a menina de (quem gosta, gosta
eu gosto dela. eu gosto. quem eu gosto. de)
A cidade que eu A cidade que eu A cidade em que/ na (quem nasce, nasce
nasci nela é muito nasci é muito bonita. qual/ onde nasci é em)
bonita. muito bonita.
O ano de 86, onde O ano de 86, que O ano de 86, de (o que data, data de)
(sic) data seu data seu primeiro quando data seu
primeiro quadro, foi quadro, foi um bom primeiro quadro, foi
um ano bom. ano. um bom ano.
Elas são as pessoas Elas são as pessoas Elas são as pessoas (quem se refere,
que me referi a elas que me referi ontem. a quem/às quais me refere-se a)
ontem. referi ontem.
Eles são os donos Eles são os donos Eles são os donos (o que vem antes
que os filhotes deles que os filhotes vão cujos filhotes vão ser possui o que vem
vão ser vendidos. ser vendidos. vendidos. depois)
Aquelas são as Aquelas são as Aquelas são as (quem se lembra,
marcas que eu marcas que eu marcas de que/ das lembra-se de)
lembro delas. lembro. quais eu me lembro.
Aquelas são as Aquelas são as Aquelas são as (quem se lembra,
marcas que eu marcas que eu marcas de cujos lembra-se de)
lembro o nome delas. lembro o nome. nomes me lembro.

OBSERVAÇÃO:

Preposições com mais de uma sílaba exigem QUAL. Por exemplo:

A inveja é um mal contra o qual há poucos remédios.

Ali vigora o critério segundo o qual é preciso ser fiel ao mestre.

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Exercícios

1. São excelentes técnicos ___________ colaboração não podemos prescindir.


a) cuja b) de cuja c) que a d) de que a e) dos quais.

2. Assinale a alternativa em que o pronome relativo está empregado corretamente:


a) É um cidadão em cuja honestidade se pode confiar.
b) Feliz o pai cujo os filhos são ajuizados.
c) Comprou uma casa maravilhosa, cuja casa lhe custou uma fortuna.
d) Preciso de um pincel delicado, sem o cujo não poderei terminar meu quadro.
e) Os jovens, cujos pais conversam com eles, prometeram mudar de atitude.

3. Ligue as frases, usando o pronome adequado. Preste atenção na eventual


necessidade de preposicionar o pronome relativo. Observe o modelo:

a) Foi muito apreciado como pintor de nus femininos. As formas desses nus
transpareciam sob véus, pintadas com habilidade.
- Foi muito apreciado como pintor de nus femininos cujas formas transpareciam
sob véus, pintados com habilidade.

b) Entrevistei o escritor. Você gosta dos livros desse escritor.


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

c) Gostei mais dos desenhos. As cores deles eram suaves.


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

d) Ouvimos palavras tolas. Não demos importância a elas.


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

e) Eu irei à cidade. Você nasceu nessa cidade.


___________________________________________________________________

f) Todos conhecem a criança. Você está falando dessa criança.


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

4. Complete as frases com o pronome relativo adequado ao padrão culto:


a) A moça ___________ você gosta está namorando Pedro.
b) As pessoas_________ casas você frequenta não parecem confiáveis.
c) Lembra-se daquela fazenda_________ fomos no carnaval passado?
d) Nada sei sobre o candidato___________ você se refere.
e) Finalmente chegaram as férias ___________ tanto ansiávamos.

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f) Foi derrubado o prédio __________________ morei.


g) Eis aqui o prédio _____________ construção assisti.
h) A festa _________________ compareci estava ótima.

5. Reescreva as frases abaixo de acordo com a norma culta:

a) As ruas que passamos por elas estavam alagadas.


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

b) Foi movimentado o espetáculo onde compareci ontem à noite.


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

c) A situação é esta, onde precisamos fazer alguma coisa por ela.


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

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CONCORDÂNCIA

Concordância é a adequação das flexões das palavras para se obter harmonia


na frase.
Quando os substantivos, adjetivos, artigos, pronomes, numerais, estão em
harmonia entre si, isto é, concordam em gênero e número, dizemos que a frase está
correta quanto à concordância nominal.
Quando o sujeito e o verbo concordam em número e pessoa, dizemos que a
frase está correta quanto à concordância verbal.

Concordância nominal

Principais regras de concordância nominal

- o artigo, o adjetivo e as
palavras adjetivas (pronome As cidades mortas
1. Regra Geral e numeral) concordam em quinhentos gramas de café
gênero e número com o muita grama no jardim
substantivo (ou nome) a que
se referem.

2. Regras especiais
- do mesmo gênero: o
adjetivo vai para o plural
2.1 Adjetivo vem deste gênero ou concorda Toalha e mesa sujas
posposto a dois ou com o mais próximo Copo e prato quebrado/quebrados
mais substantivos: - de gêneros diferentes: o Marinha e Exército brasileiros/brasileiro
adjetivo vai para o Rios e floresta imensos/imensa
masculino plural ou
concorda com o mais
próximo.

2.2 Adjetivo vem - adjetivo concorda com o Escolheste bom lugar e hora.
anteposto a dois ou mais próximo. Escolheste boa hora e lugar.
mais substantivos.
* Se os substantivos * o adjetivo deverá ir para o Os famosos Alencar e Machado.
forem nomes plural
próprios:

há três tipos de 1º - A bandeira brasileira e portuguesa.


2.3 Um substantivo concordância: 2º - A bandeira brasileira e a
modificado por dois - substantivo no singular; portuguesa.
ou mais adjetivos no - substantivo no singular 3º - As bandeiras brasileira e
singular: com a repetição do artigo; portuguesa.
- substantivo no plural.

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3. Certas palavras e expressões:


3.1 UM OUTRO, - o substantivo fica no Um e outro problema.
NEM UM NEM singular Nem uma nem outra atividade.
OUTRO, seguidas - se vier adjetivo, este Um e outro problema insolúveis.
de substantivo: ficará no plural.
Crime de lesa-pátria.
3.2 LESO Crime de lesos-direitos.
PRÓPRIO, Nós próprios faremos o trabalho.
MESMO, JUNTO, - concordam com o nome As crianças saíram juntas.
ANEXO, INCLUSO, a que se referem. As declarações seguem anexas.
QUITE, Estão inclusas as taxas e os impostos.
OBRIGADO, TAL e Eu estou quite com o clube.
os particípios Muito obrigada, disse Fernanda.
(adjetivos): Que tais estas músicas?
Encerrada a reunião, saíram.
3.3 MENOS, Mais amor e menos confiança.
PSEUDO, ALERTA, - ficam sempre São pseudo-intelectuais.
QUANTO invariáveis. Os soldados estão alerta.
POSSÍVEL Bebi tantas cervejas quanto possível.
Adjetivo: Havia muitas alunas.
Eram bastantes problemas.
3.4 POUCO, - se adjetivos, variam Eles saíram sós (sozinhos).
MUITO, (acompanham o É meio-dia e meia (hora).
BASTANTE, SÓ, substantivo) Advérbio: As alunas eram muito boas.
MEIO, CARO, - se advérbios, invariáveis Estavam bastante longe.
BARATO, ALTO, (acompanham verbo, Só eles não saíram. (somente)
etc. adjetivos, advérbios). A porta estava meio aberta.
Os sapatos custaram caro..

4. Plural dos adjetivos


4.1 Com os - só varia (gênero e Centros médico-cirúrgicos
adjetivos número) o último guerra ítalo-soviética
compostos: elemento,.
4.2 Com os - os dois termos são vestidos azul-claros
adjetivos adjetivos, varia o último blusa azul-escura
compostos que - o último termo é Exceções: azul-marinho e ultravioleta
indicam cor. substantivo, fica invariável (invariáveis)
4.3 A palavra que - é adjetivo; portanto varia sapatos pretos
indica cor blusas brancas
4.4 Quando um - transforma-se em sapatos gelo (da cor de)
substantivo é usado adjetivo, ficando blusas rosa (da cor de)
para indicar cor invariável, porque está camisas cinza (da cor de)
subentendido “da cor de”

5. Verbo ser
5.1 Predicativo do - se vem sem Cerveja é bom. A cerveja é boa.
tipo: É BOM, É modificador, fica É proibido entrada. É proibida a entrada.
CLARO, É invariável. É necessário apresentação de
EVIDENTE, É - se vem com documentos.
PRECISO, É modificador, concorda É necessária a apresentação de
NECESSÁRIO com o nome a que se documentos.
refere.

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6. Outros casos (adjetivo)


6.1 Adjetivo - concorda com o sexo da Vossa Alteza está satisfeito (o
referindo-se a pessoa (silepse de gênero) príncipe).
pronome de Vossa Alteza está satisfeita (a
tratamento: princesa).
6.2 Adjetivo - concorda com o gênero O delicioso Lágrima de Cristo (o vinho)
referindo-se a das palavras rio, cidade e A maravilhosa São José (a cidade)
nomes de cidades, vinho (silepse de gênero)
rios, vinhos:

Exercícios

1. Assinale a alternativa em que a concordância nominal está correta:


a) Os fatos falam por si só.
b) O relógio bateu meio-dia e meio.
c) Todos se moviam cautelosamente, alertas ao perigo.
d) Chegada a sua hora e a sua vez, intimidou-se.

2. Preencha os espaços com o adjetivo indicado, obedecendo à concordância:


a) Gemido e palavra__________________ (derradeiro)
b) Situações e fatos___________________ (inesperado)
c) Névoa e céu______________________ (desterrado)
d) Cofres e carteira de moedas__________ (cheio)
e) ________________ a ré e o réu. (condenado)
f) Ré e réu ___________________ (condenado)

3. Assinale as frases com concordância incorreta; indique a forma correta:

a) Ela estava meia morta. ( )_______________________________


b) As notas fiscais seguem anexa. ( )_________________________
c) Amores e paixões doentia. ( ) ____________________________
d) Suas palavras são vãs. ( )_______________________________
e) Estavam todos meio cansados. ( ) ________________________
f) Ela conservou limpo as mãos e o rosto. ( ) ___________________
g) Mãe e filho desterrados. ( ) ______________________________
h) Segue anexo a procuração e o abaixo-assinado. ( ) ___________

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Concordância verbal

Concordância verbal é aquela que ocorre entre o verbo e o sujeito. Na


linguagem informal, são muito comuns as falhas de concordância na voz passiva
sintética (Aluga-se casas.) ou do verbo, quando anteposto ao sujeito (Falta cinco
documentos, neste processo.).
Consulte a tabela abaixo, em caso de dúvida, para evitar solecismos (erros)
de concordância verbal.

Principais regras de concordância verbal

o verbo concorda com o Eu falo, tu falas, Maria fala, eles


1. Regra Geral sujeito em número e falam.
pessoa.

2. Sujeito composto
2.1 Antes do - verbo vai para o plural O boi e a vaca mugem.
verbo
verbo no plural
- Cantam a moça e o pássaro.
2.2 Depois do (sempre certo) Cantam as moças e o pássaro.
verbo - verbo concorda com o Canta a moça e o pássaro.
mais próximo
2.3 De pessoas - verbo na 1ª pessoa
diferentes: do plural (nós) Eu, tu e João iremos.
 a 1ª domina a - verbo na 2ª pessoa Tu e João ireis.
2ª e a 3ª do plural (vós) Tu e João irão.
 a 2ª domina a ou 3ª pessoa do plural
3ª (popular)
2.4 Resumido por: - verbo no singular Chefes, políticos, técnicos,
tudo, nada, ninguém se entende.
alguém, ninguém,
isto...
- se há exclusão, verbo no Ou José ou Pedro será vencedor.
2.5 Ligado por OU singular. Maçã ou figo me agradam.
- não há exclusão, verbo no
plural.
2.6 Sendo UM E - verbo normalmente no Um e outro rapaz chegaram.
OUTRO, NEM UM plural, Um e outro rapaz chegou.
NEM OUTRO ou ou no singular Nem Carlos nem eu fizemos a
ligado por NEM... tarefa.
Nem Carlos nem eu fiz a tarefa.
2.7 Ligado pela - verbo no singular. Cada jogador, cada torcedor, cada
palavra CADA comentarista tinha uma
justificativa.

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GRUPO DE ESTUDOS EM LÍNGUA PORTUGUESA – GELP - 2020

3. Casos especiais de sujeito


O grupo está preparado.
- verbo no singular O grupo de mulheres já está
- singular ou plural, se preparado.
3.1 O sujeito é coletivo: o adjunto adnominal for O grupo de mulheres já estão
plural, ou o coletivo preparadas.
O povo, apesar da confusão,
estiver distanciado. conseguiu o que queria.
O povo, apesar da confusão,
conseguiram o que queriam.
3.2 O sujeito é o - o verbo concorda com Fui eu que bati.
pronome relativo QUE: o antecedente Fomos nós que batemos.
- o verbo concorda com
3.3 O sujeito é o o antecedente ou fica Fui eu quem bateu.
pronome relativo QUEM: na 3º pessoa do Fui eu quem bati.
singular (popular)
- o verbo concorda com O Amazonas une duas regiões.
3.4 O sujeito é nome o artigo. Os Andes se elevam aos céus.
próprio no plural - sem artigo, verbo no Minas Gerais elegeu seu governador.
singular.
3.5 O sujeito é pronome - verbo na 3º pessoa Vossa Excelência se enganou.
de tratamento Vossas Excelências se enganaram.
- pronome indefinido
(interrogativo) no
singular - verbo no Algum de nós falhou.
3.6 O sujeito é pronome singular. Qual de vocês chegou antes?
indefinido (ou - pronome indefinido Alguns de nós falharam.
Alguns de nós falhamos.
interrogativo) + pronome (interrogativo) no plural Quais dentre vós chegaram antes?
pessoal preposicionado – verbo na 3ª pessoa Quais dentre vós chegastes antes?
do plural, ou concorda
com o pronome
pessoal.
3.7 O sujeito é uma frase - verbo na 3ª pessoa do Amar o próximo é seu lema.
singular

4. Sujeito com expressões


4.1 MAIS DE, MENOS DE, - o verbo concorda com o Mais de um aluno saiu.
PERTO DE, CERCA DE numeral Cerca de vinte soldados morreram.
4.2 A MAIORIA DE,
PERTO DE, O RESTO DE,
GRANDE NÚMERO DE, - o verbo fica no singular A maioria dos alunos foi aprovada.
UMA PORÇÃO DE – ou no plural A maioria dos alunos foram
quando a expressão é aprovados.
seguida de nome no
plural
4.3 UM DOS QUE, UMA - o verbo, de preferência, Paulo é um dos que mais estudam.
DAS QUE... fica no plural (singular, Paulo é um dos que mais estuda.
mais raramente) Foi um dos meninos que falaram.
Foi um dos meninos que falou.
4.4 CADA UM - verbo na 3ª pessoa do Cada um dos ladrões busca sua
singular. defesa.

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GRUPO DE ESTUDOS EM LÍNGUA PORTUGUESA – GELP - 2020

5. Casos centrados no verbo


5.1 Verbo
acompanhado do - o verbo concorda com o
pronome sujeito (sempre presente na Ouviram-se gritos no corredor.
apassivador SE oração) Ouviu-se um grito na rua.
(voz passiva
sintética – verbo
transitivo direto)
5.2 verbo
acompanhado do
pronome SE – - verbo na 3ª pessoa do Precisa-se de novos reforços.
índice de singular
indeterminação do
sujeito (sujeito
indeterminado)
5.3 Verbos DAR, - o verbo concorda com o
BATER e SOAR, sujeito, que pode vir antes ou Bateram dez horas no relógio.
na indicação de depois do verbo. Bateu dez horas o relógio.
horas.
5.4 BASTAR, Falta uma semana.
FALTAR - o verbo concorda com o Faltam dez dias.
(significando sujeito. Basta um quilo.
suficiência e falta) Bastam dois exemplos.

6. Verbos impessoais (oração sem sujeito)


6.1 Verbos que - sempre na 3ª pessoa do Choveu muitos dias.
indicam fenômeno singular. Trovejou e ventou.
da natureza
6.2 Verbo FAZER - sempre na 3ª pessoa do Faz dez anos que a conheço.
indicando tempo singular. Fazia vinte dias que ele viajara.
Faz muito calor.
6.3 Verbo HAVER
no sentido de - sempre na 3ª pessoa do
existir ou singular. Havia canções e vinho.
indicando tempo Isto aconteceu há muitos anos.
passado. Obs.: o verbo EXISTIR
Obs. o verbo concorda sempre com o Obs. Existiam canções e vinho.
EXISTIR não é sujeito.
impessoal.
6.4 Locução Deverá chover nestes dias.
verbal com verbo - o verbo auxiliar sempre na Costuma haver festas aqui.
impessoal 3ª pessoa do singular. Vai fazer cinco anos que o
conheci.

7.1 Nas Quinze quilos é muito.


indicações de - o verbo SER fica no Cem reais é pouco.
quantidade, singular. Três metros é menos do que
preço, medida preciso.
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8. Concordância ideológica

a. silepse de gênero: Vossa Senhoria é bom. (porque se refere ao


homem – masculino)
A gente já está atrasado. (porque se refere ao homem - masculino)
b silepse de pessoa:
Os paulistas somos de iniciativa. (eu também sou paulista)
c. silepse de número :
É 15 de maio. (concorda com a ideia de dia)

EXERCÍCIOS
1. Reescreva no plural de acordo com a indicação:
a) Daqui à praia é um quilômetro. (troque um por três)
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

b) Quando ele chegou, devia ser uma hora da manhã. (troque uma por duas)
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

2. Nas frases abaixo, o sujeito está destacado. Complete com a forma verbal
adequada a esse sujeito:
a) O velho relógio da igreja ........................... dez horas. (batia/batiam)
b) No velho relógio da igreja ......................... dez horas. (batia/batiam)
c) O viajante e seu amigo ............................... a notícia. (espalhou/ espalharam)
d) O céu e o vento .......................... outra tempestade. (anunciava/ anunciavam)
e) Os Estados Unidos................................ o Iraque. (invadiu/invadiram)
f) A Itália ou a Inglaterra .......................... o campeonato. (vencerá/vencerão)
g) Canoas ..................... no Rio Grande do Sul. (fica/ficam)
h) Os Andes ........................... por sua beleza. (caracteriza-se / caracterizam-se)

3. Preencha as frases com a forma apropriada do verbo entre parênteses:


a) _____________ várias coisas inesperadas na tarde de ontem. (acontecer)
b) _____________ –nos poucos dias de férias. (restar)
c) _____________ alguns poucos amigos fiéis no fim da festa. (ficar)
d) _____________ alguns doces da festa de ontem. (sobrar)
e) ______________ ainda surpresas nesse campeonato. (dever existir)
f) ____________ torcedores e dirigentes ontem à tarde, depois do jogo. (discutir)
g) Vocês e seus amigos______________ das reuniões da classe. (dever participar)
h) É provável que ainda _____________lembranças daquele passado. (sobreviver)

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4. Preencha as lacunas das frases abaixo com a forma apropriada dos verbos entre
parênteses:
a) Os preparativos para a conferência intercontinental ___________ontem.
(terminar)
b) As acusações ao antigo presidente do partido______ a polícia a abrir
investigações. (levar)
c) Cerca de dez mil pessoas___________ das manifestações contra a corrupção.
(participar)
d) Mais de um sonhador_______________ seu dinheiro em loterias. (gastar)
e) A maior parte dos acidentes de trânsito_________ pela imprudência dos
envolvidos. (ser provocado)
f) 40% dos participantes nunca________ participado de um concurso antes. (ter)
g) Fui eu que ______________esses pacotes. (trazer)
h) 1% dos entrevistados_____________ a declarar seu voto. (negar-se)
i) Ela é uma das candidatas que____________ a pena de morte. (repudiar)
j) Não fui eu quem______________esses presentes. (comprar)

5. Passe para o plural os termos destacados. Faça as mudanças necessárias em


cada frase:

a) Anunciou-se a reforma administrativa.


_____________________________________________________________
b) Amanhã se fará o último exame.
_____________________________________________________________
c) Revogar-se-á a lei.
__________________________________________________________
d) Definiu-se o objetivo da reforma fiscal.
__________________________________________________________
e) Obteve-se um microprocessador mais veloz.
__________________________________________________________

6. Corrija as frases abaixo, de acordo com a norma culta.


a) Fazem anos que não o vejo. _________________________
b) Filmes, novelas, boas conversas, nada o tiravam da apatia. _________
c) Comprou-se terrenos no subúrbio. _____________________
d) Podem haver, no campo, dias terríveis. _________________

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Pontuação
A função da pontuação é assinalar as pausas, separar as orações ou
palavras, esclarecer o sentido da frase. Os principais sinais são: a vírgula, o ponto, o
ponto-e-vírgula, os dois pontos, o ponto de interrogação, o de exclamação, os
parênteses, as reticências, as aspas e o travessão.

A vírgula: sua utilização é basicamente sintática:


a) indica que entre os elementos essenciais de uma oração foram incluídas
informações;
Ex.: Júlio César, famoso imperador romano, foi morto por Brutus, seu filho adotivo,
em pleno Senado.
a) é utilizada para separar os elementos de uma enumeração:
Ex.:Ela comprou sapatos, bolsa, meias, luvas e toucas.
b) para separar orações:
Ex.: Nada pedi, nada quero.
e) assinalar a supressão do verbo:
Atenção: A vírgula nunca deve
Ex.: Comprei livros, ele, discos
separar o sujeito do predicado
Lembre-se de que:

A vírgula pode ser uma pausa... ou não.


Não, espere.
Não espere.
Ela pode sumir com seu dinheiro.
23,4.
2,34.
Pode ser autoritária.
Aceito, obrigado.
Aceito obrigado.
Pode criar heróis.
Isso só, ele resolve.
Isso só ele resolve.
E vilões.
Esse, juiz, é corrupto.
Esse juiz é corrupto.
Ela pode ser a solução.
Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.
A vírgula muda uma opinião.
Não queremos saber.
Não, queremos saber.
Uma vírgula muda tudo.
ABI: 100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da sua informação'.

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O ponto final: é utilizado para:


a) finalizar um período. Ex.: Deus criou o mundo.
b) indicar uma abreviatura: ex., Ilmo. Dr.

Leia o texto abaixo e coloque o ponto final onde achar necessário:

Quem dá uma dentada num suculento sanduíche Big Mac ouve, ao longe, o
gemido de mais uma centenária árvore amazônica sendo derrubada, pelo menos
é o que querem provar os ecologistas ingleses David Morris e Helen Steel, do
grupo London Greenpeace, eles acusam o Mac Donald’s de fazer seus
hambúrgueres, no Brasil, com carne e gado que almoça e janta sobre antigas
florestas devastadas, os executivos da potência americana dos sanduíches juram
que seus Big Macs são politicamente corretos e estão processando os dois
ecologistas, além de uma indenização que pode chegar a US$ 10 milhões, a
empresa quer proibir os irrequietos Morris e Steel de distribuir o folheto O que
está errado com o Mac Donald’s, do qual já foram feitos 1,5 milhão de cópias,
em 24 idiomas.

O ponto e vírgula: é usado:


a) para separar itens de uma enumeração. Veja o exemplo:
Os problemas do time são:
a) falhas na defesa;
b) meio de campo esburacado;
c) goleiro frangueiro;
d) ataque ineficiente;
e) excesso de jogadores ruins.
Obs. Essa enumeração poderia também ser contínua (os itens seriam dispostos
na mesma linha).

b) no meio de uma sentença ou de uma sequência de sentenças. Exemplos:

 Os maias construíram uma civilização admirável; apesar disso, nada


sobrou além de ruínas.
 O problema não é exatamente o preço alto; o problema é o salário
baixo.
 Cansado de esperar, ele acabou indo para casa; no entanto, deixou
um recado embaixo da porta.

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Obs. Quando usado nesse caso, o ponto e vírgula poderia ser substituído por
ponto final. Assim, é possível adotar o seguinte procedimento: use o ponto e
vírgula se ele puder ser substituído por ponto final, sem problemas. Isso permitirá
que você empregue o ponto e vírgula de forma adequada na maioria dos casos.
Além disso, nunca use o ponto e vírgula para separar um segmento dependente
sintaticamente de outro. Por exemplo, nunca escreva

 Imaginando o que poderia ter acontecido; o vizinho saiu à procura do


filho.
 A colisão do meteoro, que deve ocorrer no dia 20; tão esperada pelos
astrônomos, é notícia no mundo inteiro.

Nesses casos, é obrigatório o uso da vírgula:


 Imaginando o que poderia ter acontecido, o vizinho saiu à procura do
filho.
 A colisão do meteoro, que deve ocorrer no dia 20, tão esperada pelos
astrônomos, é notícia no mundo inteiro.

Exercício (emprestado de Faraco e Tezza, 2008:118-119)

Use o ponto e vírgula onde ele couber:


1. Na verdade, o ministério não é coeso, existem diferenças ideológicas
substanciais entre algumas pastas.
2. A falta de verbas é um aspecto importante, igualmente importante,
entretanto, é a vontade política.
3. Definir “povo brasileiro” com algum rigor não é uma tarefa fácil, é preciso
fundamentar o conceito sob algum ponto de vista teórico e não
simplesmente defini-lo de acordo com uma impressão pessoal.
4. É fato que a pena de morte encontra respaldo popular, as pessoas tendem
a confundir a idéia de justiça com a idéia de vingança.

O “ponto parágrafo”

Deve-se distinguir o “ponto simples” do “ponto parágrafo”

Há estudantes que escrevem um texto sem nunca mudar de parágrafo; há outros


que fazem de cada período um novo parágrafo. É difícil ler textos desenvolvidos
num único parágrafo, pois eles não deixam o leitor tomar fôlego e dificultam
perceber quando se está abordando um aspecto distinto do tema. Já os textos
fragmentados não permitem que o leitor capte o fio do discurso. Deve-se usar o
ponto simples quando o texto continua a tratar da mesma idéia do período anterior; o
ponto-parágrafo, quando se acaba de desenvolver uma idéia e se inicia uma nova.

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Exercício

O texto abaixo compreende alguns parágrafos, que foram englobados em um só.


Reescreva-o, dividindo-o em parágrafos:

O jornalismo era ainda então planta quase exótica entre nós. Durante os três
séculos coloniais, não se publicara no Brasil um só jornal ou periódico, nem
mesmo um livro, um folheto qualquer. Não havia tipografias. As próprias
publicações holandesas do tempo datadas do Recife, eram feitas na Europa.
Com a vinda de D. João VI é que se estabeleceu a Imprensa Régia e foram
aparecendo outras oficinas tipográficas na corte e nas províncias. Datam daí os
primeiros passos do jornalismo no Brasil. Nos dias da independência e do
primeiro imperador, tomou ele certo incremento. Eram, porém, tempos de
grandíssima agitação, os partidos agrediam-se terrivelmente, e a linguagem
jornalística era a linguagem grosseira de espíritos bulhentos, que se insultavam.
Nada de doutrina e de apreciação calma de princípios.
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
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_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________

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EMPREGO DO HÍFEN

OS PRINCIPAIS PREFIXOS E FALSOS PREFIXOS QUE EXIGEM HÍFEN DIANTE DAS


LETRAS LISTADAS EM CADA COLUNA
H O I A E R B
aero- aero- ______ ______ ______ ______ ______
agro- agro- ______ ______ ______ ______ ______
ante- ______ ______ ______ ante- ______ ______
anti- ______ anti- ______ ______ ______ ______
arqui- ______ arqui- ______ ______ ______ ______
auto- auto- ______ ______ ______ ______ ______
Bio- bio- ______ ______ ______ ______ ______
contra- ______ ______ contra- ______ ______ ______
eletro- eletro- ______ ______ ______ ______ ______
entre- ______ ______ ______ entre- ______ ______
extra- ______ ______ Extra- ______ ______ ______
geo- geo- ______ ______ ______ ______ ______
hidro- hidro- ______ ______ ______ ______ ______
hiper- ______ ______ ______ ______ hiper- ______
infra- ______ ______ Infra- ______ ______ ______
inter- ______ ______ ______ ______ inter- ______
intra- ______ ______ Intra- ______ ______ ______
macro- macro- ______ ______ ______ ______ ______
maxi- ______ maxi- ______ ______ ______ ______
micro- micro- ______ ______ ______ ______ ______
mini- ______ mini- ______ ______ ______ ______
multi- ______ multi- ______ ______ ______ ______
neo- neo- ______ ______ ______ ______ ______
pluri- ______ pluri- ______ ______ ______ ______
proto- proto- ______ ______ ______ ______ ______
pseudo- pseudo- ______ ______ ______ ______ ______
retro- retro- ______ ______ ______ ______ ______
semi- ______ semi- ______ ______ ______ ______
sobre- ______ ______ ______ sobre- ______ ______
sub- ______ ______ ______ ______ sub- sub-
super- ______ ______ ______ ______ super- ______
supra- ______ ______ supra- ______ ______ ______
tele- ______ ______ ______ tele- ______ ______
ultra- ______ ______ Ultra- ______ ______ ______

BRASIL, Lucila Medeiros. Para entender o novo acordo ortográfico. Rio de Janeiro: Walk Editora,
2009

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REGRAS DO EMPREGO DO HÍFEN

1. Os seguintes prefixos são sempre seguidos de hífen: além-, aquém-, recém-,


sem-, pré-, pró-, pós-, ex-, vice-, grão-, grã-, sota-, soto-.

2. Emprega-se o hífen quando o radical se inicia por h.

3. Emprega-se o hífen quando a última letra do prefixo e a primeira do radical forem


iguais.

4. Emprega-se o hífen com os prefixos circum- e pan- , quando o radical se inicia


por vogal, h, m, ou n.

5. Emprega-se o hífen com mal- antes de vogal, h e l.

6. Emprega-se o hífen com bem- antes de vogal, h e m. Porém, há inúmeras


exceções: bem-casado, bem-criado, bem-fadado, bem-falante, bem-nascido,
bem-pensante, bem-vindo, bem-visto.

7. Não se emprega o hífen quando o prefixo termina por vogal e o radical se inicia
por s ou r. Nesses casos, dobra-se o s ou o r.

8. Não se emprega o hífen quando o prefixo termina por vogal e o radical seinicia
por vogal diferente.

9. Nos demais casos, não se emprega o hífen, ou seja, quando o prefixo termina
por vogal, e o radical começa por consoante diferente de h, r e s.

Exercícios

1-Aplique, agora, as novas regras do hífen apresentadas anteriormente, escreva a


palavra composta sugerida na coluna da esquerda e indique o número da regra
aplicada:

a) além/mar: ________________________ (regra n°_____)

b) ante/sala: _________________________(regra n°_____)

c) anti/didático: _______________________(regra n°_____)

d) anti/hemorrágico:___________________ (regra n°_____)

e) anti/escravismo:____________________ (regra n°_____)

f) arqui-milionário: _____________________(regra n°_____)

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g) auto/biografia:______________________ (regra n°_____)

h) auto/suficiente:_______________________(regra n°_____)

i) bem/comportado: _____________________(regra n°_____)

j) contra/ofensiva:_______________________(regra n°_____)

k) contra/ponto:_________________________ (regra n°_____)

l )contra/senso:_________________________ (regra n°_____)

m) extra/regulamentar:___________________ (regra n°_____)

n) extra/oficial: _________________________(regra n°_____)

o) infra/vermelho:_______________________ (regra n°_____)

p )intra/venoso:_________________________ (regra n°_____)

q) mal/agradecido:______________________ (regra n°_____)

r) mal/criado:__________________________ (regra n°_____)

s) neo/modernismo:____________________ (regra n°_____)

t) neo/socialismo:______________________ (regra n°_____)

u) pró-democracia:______________________(regra n°_____)

v) pré-vestibular: _______________________(regra n°_____)

1- Sublinhe as palavras que devem ser escritas com hífen. Indique o número da
regra aplicada:

a) anti alérgico b) aquém mar c) mini incubadora

d) ex aluno e) ex vice reitor f) super resistente

g) retro alimentação h) mono ocular i) inter relacionar

2- Das palavras abaixo, quais , pela nova ortografia, devem ter a consoante
inicial da segunda palavra dobrada, conforme a regra 7?

a) auto suficiente b) sobre saia c) sub oficial

d) auto retrato e) anti higiênico

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ACENTUAÇÃO GRÁFICA

Quadro geral
Acentuam-se:
1- Monossílabos A, E, O (s)
má, más, pé, sós
tônicos terminados EM, nos verbos ter e vir, na terceira
eles têm, eles vêm
em pessoa do plural
2. Oxítonos A, E, O (s) sofá, café, através, avô
terminados em EM, ENS e ditongo aberto: ÉU, ÉI, ÓI vintém, parabéns,
chapéu, herói
3. Paroxítonos R caráter, éter
terminados em L agradável
N (en, on, ons) hífen, nêutron
X tórax, ônix
I, IS júri, tênis
US vênus
UM (uns) álbum
à (s) ímã
ÃO (s) órfão
EI (s) jóquei, amáveis
Ditongo crescente óleo, mágoa, cárie
PS bíceps
4. Proparoxítonos Todos único, cronômetro
5. Vogais I e U quando formarem hiato com a vogal saída, saúde
tônicas anterior e vierem sozinhas na sílaba país, baú
ou seguidas de s. rainha
Obs.: seguidas de nh, não se
acentuam.

Observação:

Quanto à acentuação, as palavras da esquerda se opõem às da direita:


pôde (verbo poder - pretérito) pode (verbo poder - presente)
pôr (verbo) por (preposição)

Exercícios

1. Acentue, se necessário, os monossílabos tônicos da frase que segue:


“Nos ja nos responsabilizamos pela ma atuação da equipe”.

2. Quanto às palavras intuito, gratuito, fortuito, fluido, é correto afirmar que:


a) Devem receber acento gráfico no i, porque ele é a segunda vogal do hiato, está
sozinho na sílaba e não está seguido de nh.

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b) A vogal tônica é o i.
c) Não devem receber acento gráfico, pois a vogal tônica é o u e não há separação
do u e i, porque formam um ditongo.

3. Justifique a presença e a ausência do acento gráfico nas palavras destacadas na


frase: “A fábrica em que se fabrica esse produto fica no Nordeste”.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

4. Complete as frases com a forma correta entre parênteses:

a) Resolveu _______ tudo em ordem, mas não aceitou opiniões _______ razões
pessoais; ______ isso, não vamos ______ em dúvida a sua competência. (pôr, por )

b) Ontem, o professor não _____ vir, mas hoje ele _____ vir. (pode, pôde)

5. Justifique a acentuação das palavras que estão destacadas em negrito, no trecho


que segue:
“A jovem caminhava sorridente por Paris. Era primavera, a cidade inteira floria. Encantada
observava os pequenos vasos de gerânios pelas janelas dependurados, as árvores
verdejantes, as esquinas onde floristas juntavam cores e levezas em românticos e simples
buquês.”
(Texto adaptado. ABRAMOVICH, Fanny. “Em Paris, na Primavera.” In As Cerejas, SP: Atual,1992.)
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

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Estudo do PORQUÊ

Usa-se Por que Por quê Porque Porquê


nas frases interrogativas diretas e X
indiretas.
sempre que estiverem
subentendidas as palavras motivo/ X
razão.
quando a expressão puder ser
substituída por pelo qual, pela X
qual, pelos quais, pelas quais.
em títulos / manchetes. X
em final de frase interrogativa ou
X
quando estiver sozinho.
quando equivaler a pois, uma vez
X
que, para que
em respostas, em explicações. X
quando for sinônimo de motivo,
razão. Funciona como substantivo,
X
aparece precedido de artigo ou
pronome.

Exercícios
1. Empregue por que, porque, por quê, ou porquê:
a) Pedro, ____________ você não comprou o que lhe pedi?
b) Não ouvi o discurso ____________ não acredito na sua mensagem.
c) Gostaria de saber, ____________ ?
d) Você vai me criticar? ____________?
e) Eis a razão ____________ faltei ontem.
f) Felizes os que conhecem o ____________ dos acontecimentos.
g) O motivo ____________ abandonei o curso é evidente.

2. Duas das frases abaixo apresentam a forma errada do porquê, no contexto.


Assinale-as:
a) O médico não veio porque tinha uma consulta.
b) Creio em Deus por que não há criatura sem criador.
c) Ele abandonou a família, por quê?
d) O titulo da reportagem é: Porque o novo Código de Trânsito tem falhas?

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3. Que alternativa completa corretamente a frase:

“_________ o carro não quer pegar? Não será _________ está frio?”
a) porque / porque b) por que / por que c) por que / por quê
d) por que / porque e) porque / por quê

4. Assinale a alternativa que substitui adequadamente a palavra assinalada nas


frases:
4.1. A prova foi muito cansativa, pois as questões eram muito extensas.
a) por que b) por quê c) porquê d) porque

4.2. Ele conseguiu a promoção pela qual sempre lutou.

a) porquê b) porque c) por que d) por quê

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REGÊNCIA

É a relação que se estabelece entre um termo principal (termo regente) e o


seu complemento (termo regido). A regência pode ser nominal (se o termo regente é
um nome) ou verbal (se o termo regente é um verbo).

Quadro das preposições essenciais


a – ante – até – após – com – contra – de – desde – em – entre – para – perante –
por – sem – sob – sobre – trás

Regência nominal

Amor - Tenha amor a seus livros.


“Meu amor pelos moços divinizava outrora a mocidade.” (Rui Barbosa)

Ansioso - Olhos ansiosos de novas paisagens.


Estava ansioso por vê-la.

Eis uma pequena relação de substantivos e adjetivos


acompanhados de suas preposições mais usuais:

afável com, para com cruel com, para com imune a, de


aflito com, por curioso de, por junto a, de
alheio a, de desgostoso com, de lento em
aliado a, com desprezo a, de, por peculiar a
antipatia a, contra, por devoção a, para com, por próximo a, de
apto a, para devoto a, de respeito a, com, de, para
atencioso com, para com dúvida acerca de, de, em, com, por
aversão a, para, por sobre simpatia a, para com, por
avesso a empenho de, em, por situado a, em, entre
compaixão de, para com, fácil a, de, para suspeito a, de
por falho de, em último a, de, em
conforme a, com feliz com, de, em, por união a, com, entre
constituído com, de, por fértil de, em vizinho a, com, de
contente com, de, em, por hostil a, para com

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Regência verbal
Há verbos que admitem mais de uma regência, sem mudar de sentido; outros,
pelo contrário, assumem outra significação, quando se lhes muda a regência:

Aspirei o aroma das flores. (sorver, absorver)


Aspirei ao sacerdócio. (desejar, pretender)
Bonifácio assistiu ao jogo. (presenciar, ver)
O médico assistiu o enfermo. (prestar assistência, ajudar)
Olhe para ele. (fixar o olhar)
Olhe por ele. (cuidar, interessar-se)

Regência de alguns verbos:


Verbos se o verbo Prep. Exemplos emprego do
significar... pronome oblíquo
1. agradar = fazer carinho - A mãe agradou o filho. A mãe agradou-o.
= satisfazer a A novela agradou a todos A novela agradou-
lhes.
2. aspirar = cheirar - Aspira o perfume. Aspira-o.
= desejar a Aspirar ao cargo. Aspira a ele.
3. assistir = estar presente a Assistiu ao jogo. Assistiu a ele.
(ver) - Assistiu o doente. Assistiu-o.
= cuidar a Este direito assiste ao Este direito lhe
= caber em jovem. assiste.
= morar (em Assisto em Taubaté.
desuso)
4. chegar = atingir a meta a Chegou a casa. -
= parar de Chega de barulho. -
5. implicar = acarretar, exigir - Isto implica outra solução. -
= ter rixa com Carlos implica com todos -
= envolver-se em Implicou-se em roubo de -
(implicar-se) carros.
6. querer = desejar - Não queria o emprego. Não o queria.
= amar, estimar a Queria bem ao filho. Queria-lhe bem.
7. visar = mirar, apontar - Visava o alvo. Visava-o.
para - Visava o passaporte. Visava-o
= pôr o visto a Visava ao novo cargo. Visava a ele.
desejar, ter por
finalidade
8. Informar / alguma coisa - Informou o dia da reunião Informou-o ao
avisar a alguém a Ao diretor. diretor.
alguém - Informou o diretor Informou-lhe o dia
de (sobre) alguma Do (sobre o) dia da da reunião.
coisa reunião Informou-o do
(sobre o) dia da
reunião.
9. ir a algum lugar a Foi ao clube. -
10. preferir uma coisa - Prefiro passear a estudar. -
a outra a Prefiro maçã a pêra. -

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11. pagar / alguma coisa - Pagava o imposto. Perdoava-o.


Perdoar a alguém a Perdoava a dívida Perdoava-a.
Pagava ao dentista. Pagava-lhe.
Perdoava ao filho. Perdoava-lhe.
Pagava a conta ao Pagava-lha.
padeiro. Perdoava-lho.
Perdoava o erro ao rapaz.

12. namorar - Ele namora Helena. Ele a namora.

13.obedecer/ a Obedece às leis. Obedece-lhe.


desobedecer a Desobedece ao pai. Desobedece-lhe.

14. pisar - Não pise a grama. Não a pise.


15. lembrar/ - Lembrou o recado. Lembrou-o
esquecer. - Esqueceu o livro. Esqueceu-o
lembrar-se/ de Lembrou-se do recado. -
esquecer-se de esqueceu-se do livro. -
16. residir/ em Residir em São Paulo. -
morar em Moro na rua América. -
17. simpatizar/ com Simpatizou com a garota. -
antipatizar com Antipatizou com o diretor.

ATENÇÃO: Não se deve usar um complemento comum a termos de


regências diferentes.
Assim, não se diz: Assisti e gostei do filme.
Porque: assisti ao filme - assistir exige preposição a
gostar do filme - gostar exige preposição de.
O correto: Assisti ao filme e gostei dele. ou Gostei do filme a que assisti.

Exercícios

1. Preencha as lacunas com as preposições adequadas:


a. Não confio ________ pessoas que desistem ________ as tarefas no meio do caminho.
b. Ela estava com tanta enxaqueca, que não atinava _________ nada.
c. Os médicos insistiram tanto _________ ela, que conseguiram demovê-la ________ a
ideia de se operar em outro lugar.
d. O patrão condoeu-se _________ seus empregados e intercedeu _________ eles.
e. Os governos não simpatizam ________ aqueles que pactuam __________ o seu
inimigo.

2. Preencha as lacunas com o (a, os, as) ou lhe (s):


a. Encontrei _______ logo, agradecendo- _______ a boa vontade.
b. Você não estava na última aula? Procurei-_______ mas não _______ vi.
c. Convenceram- _______ a acompanhar- _______ até a porta.
d. Não adianta: os netos não _______ respeitam nem _______ obedecem.
e. Porque _______ estimamos muito, convidamos- _______ para jantar lá em casa.
f. Convenceram- _______ a pagar- _______ a dívida.
g. Preveniram- _______ de que _______ proibiriam o consumo de gordura animal.
h. Atribuíram- _______ tarefas difíceis e, por isso, permitiram- _______ faltar um dia ao
serviço.

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3. Reescreva as frases abaixo, substituindo os verbos destacados pelos que estão entre
parênteses:

a. Você viu o último capítulo da novela? (assistir)


_______________________________________________________________

b. Nós objetivamos um aumento de salário. (almejar)


________________________________________________________________

c. As economias que tenho são poucas. (dispor)


________________________________________________________________

d. Os bombons que aprecio são artesanais. (gostar)

4. Complete com a preposição adequada, se necessário, as seguintes frases, observando a


regência verbal:
a) A companhia aérea avisou ________ os passageiros que o vôo foi adiado.
b) A companhia aérea avisou ________ os passageiros de que o vôo foi adiado.
c) A renovação do empréstimo implicou ________ aumento de juros.
d) Ninguém obedece ________ o que não tem direito de mandar.
e) Os americanos sempre preferiram carros conversíveis ________ carros convencionais.
f) A Secretaria da Saúde pede ________ que ninguém acumule água parada ao ar livre.
g) Muitas casas situadas ________ rua da Assembléia foram demolidas.

5. Preencha os espaços com a preposição adequada;


a) O pai foi justo_______os filhos.
b) Encaminhou recursos________juíza.
c) Residente______Rua Augusta.
d) Ficaram alegres________a novidade.
e) São todos viciados________jogos de azar.
f) Foi o último_________chegar.
g) São devotos________ Santo Antônio.
h) Os advogados mostraram empenho_______absolvê-lo.
i) Sentiu raiva________vê-la chorar.
j) Ele foi injusto________julgar o amigo.

6. Assinale as frases abaixo que não estão de acordo com a norma culta:
a) Com quem você está namorando agora? ( )
b) Lá em casa somos em quatro filhos. ( )
c) Isto implicará em sua suspensão. ( )
d) O filho obedece aos pais. ( )
e) Ele aspira ao ar puro do campo. ( )
f) Não gostaria que você deixasse esse problema para mim resolver. ( )
g) Pagaremos pela casa preço justo. ( )

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CRASE

Conceito: crase é a fusão da preposição A com:

o artigo A: Assisti à festa.


A + A (s) = À (s)
o demonstrativo A (s) = aquela (s): Sua casa é igual à que
A + A (s) = À (s). comprei.
o relativo “a qual”, “as quais”: Eis a filha à qual dedico
A + A QUAL = À QUAL muito amor.
A + AS QUAIS = ÀS QUAIS
o A inicial do demonstrativo AQUELE
(S), AQUELA (S), AQUILO : Dirijo-me àquele senhor.
A + AQUELE (S) = ÀQUELE (S)
A + AQUELA (S)_ = ÀQUELA (S)
A + AQUILO = ÀQUILO

A crase é indicada, na língua escrita, pelo acento grave ( ` ).


Modo prático para verificar a ocorrência da crase:

Quando o nome for Troque o feminino por masculino. Encostei a cabeça à parede.
comum Se aparecer AO antes do (ao muro)
masculino, existe crase (À) diante
do feminino.
Quando o nome for Troque a preposição A por DE
próprio de lugar usando o verbo voltar. Fui à Bolívia (Voltei da...)
Se A transformar-se em DA, há
crase. Fui a Brasília (Voltei de...)
Se A transformar-se em DE, não
há crase.
Se o nome próprio é obrigatório o emprego da crase. Fui a Minas.
de lugar vier Fui à Minas de Tiradentes.
especificado,
qualificado
Eis minha filha à qual dedico
Quando for Verifique a substituição pelo muito amor.
pronome relativo e o masculino. (meu filho ao qual...)
demonstrativo A Sua casa é igual à que comprei.
(seu apartamento é igual ao
que...)
Quando for Troque pelo demonstrativo ESTE, Dirigi-me àquele senhor. (a este
pronome ESTAS, ISTO. senhor)
demonstrativo Se antes ocorrer preposição A, há
AQUELE, AQUELA, crase.
AQUILO Se antes não ocorrer, não há
crase.

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Regras do uso da crase


Crase obrigatória Crase facultativa Crase proibida
1. antes do numeral que 1. diante de pronomes 1. antes de masculinos
indica hora determinada: adjetivos possessivos. Andei a cavalo.
Chegar à uma hora. às Dirigi-me a sua irmã / à Fui a pé.
2h15min. sua irmã.

2. quando subentender 2. diante de nomes de 2. antes de verbos no infinitivo


“moda”, “maneira”. pessoas (femininos). Comecei a ler o livro.
Bife à milanesa. (à moda) Oferecer à Cecília / a Ficou a ver navios.
Calçado à Luís XV (à moda) Cecília.
Estilo à Camões (à maneira
de)

3. locuções formadas de 3. depois da preposição 3. antes de pronomes:


palavras femininas: ATÉ: a- pessoais: Recorrer a ela.
à maneira de Ir até à vila / a vila. b- de tratamento: Recorrer a você
à medida que c- demonstrativos: Recorrer a esta
à espera de mulher
à força de d- indefinidos: Recorrer a ninguém
à noite e- interrogativos: Recorrer a
à direita ... quem?

4. Diante de pronomes 4. Nas locuções 4. antes de nomes próprios


substantivos possessivos: femininas adverbiais femininos em que não se observa
Dirigi-me à sua irmã/a sua como: intimidade:
irmã e não à minha. Escrever à máquina/ a Recorrer a Nossa Senhora
máquina Rezo a Virgem Maria

5. Antes de nomes de 5. Antes de locuções formadas


pessoas (femininos) quando com a repetição da mesma
especificados: palavra:
Ofereci flores à Cecília de Tomar o remédio gota a gota
meus sonhos. Estavam frente a frente

6. Diante dos pronomes de 6. Diante de palavra de sentido


tratamento “senhora”, indefinido:
“senhorita”: Falar a uma/a certa/a cada
Ofereci flores à senhora. pessoa.

7. Não se acentua o a simples


antes de elementos no plural:
Falar a alunas interessadas.

Casos especiais de crase


Palavra sem qualificativo  a com qualificativo  à
Casa Voltarei cedo a casa. Voltarei cedo à casa de meu pai.
Palavra no sentido que se opõe a No sentido de chão, lugar  à
Terra “estar a bordo”  a Ir à terra onde nasceu. (ao lugar)
O navio regressou a terra.
Palavra quando indeterminada - a Quando determinada - à
Distância Ver a distância. Ver à distância de um quilômetro.

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Observações
Repare que o acento grave, além de ser o sinal indicador da crase, é também
esclarecedor, ou seja, deixa a frase com um sentido único. Melhor explicando, o
acento grave, muitas vezes, define o sentido que o autor quer dar à mensagem. Sua
não colocação (ou colocação desnecessária) pode mudar todo o sentido de uma
frase..

Veja os exemplos:
Despediu-se a francesa. (A francesa foi despedida por alguém.)
Despediu-se à francesa. (Ele se despediu à moda francesa.)
Recebeu o cangaceiro a bala. (O cangaceiro pegou a bala que lhe ofertaram.)
Recebeu o cangaceiro à bala. (Ele recebeu o cangaceiro com tiros de espingarda...)

Há ou a
a indica tempo futuro Daqui a pouco chegaremos.
indica distância A escola fica a 100 metros daqui.
Há indica tempo passado Chegou há pouco.
existir Há alunos no pátio.

Exercícios
1. Preencha os espaços com: a - à - às - ao
a) Ele chegou _____ conclusão do trabalho.
b) Ele chegou _____ essa conclusão.
c) Ele chegou _____ conclusões completamente diferentes.
d) Ele chegou _____ ver o fim do túnel.
e) Ele chegou _____ sete horas.
f) Ele chegou _____ fim de criar problemas.

2. Nas frases que seguem, use o acento indicador da crase, quando necessário:
- Resistimos a paixão mais por sua fraqueza do que por nossa força
- A rebelião contra os tiranos é obediência a Deus.
- Cristina chegou a uma hora e estava a procura do Maurício.
- Simone voltou duas vezes a casa, a procurar o passaporte.
- Aquele que sobrevive a seu inimigo, um dia só que seja, atingiu a sua meta.
- O amor vê, a distância, a liberdade, mas prefere ficar preso a doçura de um sorriso.
- Apressemo-nos a ceder a tentação, antes que ela se vá.
- Os restaurantes de bordo servem lanches a base de sanduíche.
- Quanto as experiências, os clubes enviam propostas a Ciranda da Ciência.
- Há pessoas que compram a fama e outras que se vendem a ela.
- Renunciamos a paz, a medida que queremos preservar nossa liberdade.

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- A visita a National Gallery, em Londres, favoreceu a compreensão dos quadros de


Monet.
- Atribuía-se a iniciativa privada a maioria dos benefícios sociais.
- A visita a reserva da Lagoa São Paulo provocou uma reação a crise ecológica.
- A felicidade não é o pão, mas o sonho que se oferece as pessoas.
- A lógica matemática permite as pessoas ordenar fatos, objetos e números.
- É importante ser sensível as diferenças entre as pessoas e as suas emoções.

3. Escolha a alternativa correta:

A. Muitas vezes os educadores erram, porque pretendem que_______ vida da


criança não seja diferente da do jovem e _______ deste da do homem maduro.
Aquilo que agrada _____ velhice geralmente não atrai _______ juventude. É
preciso compreender ______ diferenças individuais e etárias para se dosar _______
educação.
a) à - a - a - a - às - a;
b) a - a - à - a - as - a;
c) a - à - à - a - as - à;
d) à - à - à - a - as - a;
e) a - a - a - à - às - à.

B. Ela sentiu-se ____ vontade, falando _____ claras _____ respeito do crime.
a) a - as - a;
b) à - as - à;
c) à - às - à;
d) à - às - a
e) a - às - a.

C. __ muitos anos ele __ procura, percorrendo__ estrada que vai __ Santa Maria.
a) Há - a - a - a;
b) Há - a - a - à;
c) A - a - a - a;
d) A - a - à - a;
e) Há - à - a - a.

4 Complete:

___ medida que o tempo passava, ele sentia que perdia ___ vontade de viver e que
___ morte chegaria ___ qualquer momento.

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BIBLIOGRAFIA

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