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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR LÁZARO

GUIMARÃES, RELATOR DO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0801959-


69.2015.4.05.0000 – TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO.

Ref.:
Agravo de Instrumento nº 0801959-69.2015.4.05.0000
Impetrante: Vanildo Oliveira de Albuquerque
Impetrado: Juízo de Direito da Comarca de Major Izidoro/AL
Relator: Lázaro Guimarães

VANILDO OLIVEIRA DE ALBUQUERQUE, brasileiro, casado,


advogado regularmente inscrito na OAB/PB. sob o n° 8446, neste ato,
advogando em causa própria, com escritório profissional localizado na Rua
Severino Nicolau de Melo, n° 52, bairro do Bessa, na cidade de João
Pessoa/PB., onde decerto receberá as intimações de estilo, a molde do que
estabelece o art. 39, inciso I, do Código de Processo Civil vigente, vêm muito
respeitosamente, perante Vossa Excelência, inconformadas com a r. decisão
exarada nos autos do Agravo de Instrumento – Processo nº
0801959.69.2015.4.05.0000, interpor, tempestivamente, com fundamento no
art. 557, § 1º, do CPC, c/c o art. 200 do Regimento Interno do Tribunal
Regional Federal da 5ª Região, o presente

RECURSO DE AGRAVO
NA FORMA REGIMENTAL
requerendo, de logo, a sua juntada aos autos do Agravo de Instrumento em
epígrafe, para que o mesmo seja processado como Agravo Interno na forma
Regimental, nos termos do que dispõem os trâmites do Regimento Interno
deste Tribunal.
Requer, ainda, caso não haja reconsideração da decisão
monocrática, que o presente Agravo seja apresentado pelo Relator, em mesa,
para julgamento na sessão seguinte para que o colegiado competente sobre
ela se pronuncie, computando-se o seu voto e, sendo provido, que se dê
seguimento ao Agravo de Instrumento impetrado pelo Agravante (CPC, art.
557, § 1º), para que o pedido liminar e o mérito sejam analisados por essa
Egrégia Corte, com a concessão definitiva da gratuidade processual requerida,
por ser de Justiça.

Termos em que,
Pede e espera deferimento.
João Pessoa-PB, 01 de julho de 2015.

VANILDO OLIVEIRA DE ALBUQUERQUE


Advogado – OAB/PB 8.446

RAZÕES EM RECURSO DE AGRAVO


NA FORMA REGIMENTAL

Agravante (s):
Maria Aparecida de Albuquerque Machado Soares e outras
Referência:
Mandado de Segurança – Processo nº 999.2010.000213-1/001
Relator - Des. Romero Marcelo da Fonseca Oliveira
Colendo Tribunal,
Eminentes Desembargadores,

I – SINOPSE DOS FATOS

01. As Agravantes impetraram Mandado de Segurança com pedido


de liminar, contra ato abusivo e ilegal do Excelentíssimo Senhor Secretário de
Estado da Administração, Doutor Antonio Fernandes Neto, que se recusa, de
forma injustificada, em cumprir integralmente decisão judicial transitada em
julgado, prolatada pela 6ª Vara da Fazenda Pública da Capital, nos autos do
Processo nº 200.2005.020.164-5.

02. A decisão assegura às Agravantes e a outros 50 (cinqüenta)


servidores inativos e pensionistas da Secretaria de Estado da Receita, a
percepção de proventos e pensões no mesmo valor do subsídio determinado
pela Lei Estadual nº 8.438/2007, que é de R$ 13.421,62 (treze mil quatrocentos
e vinte e um reais e sessenta e dois centavos).

03. As Agravantes vêm enfrentando verdadeira via crucis para


exercício do direito líquido e certo garantido em decisão judicial.

04. O próprio Juízo da 6ª Vara da Fazenda Pública já adotou, dentro


de sua competência, e por meio dos instrumentos previstos em lei, várias
medidas coercitivas, como relatadas e comprovadas nos autos do Mandado de
Segurança referenciado, as quais não surtiram, até o presente, quaisquer
efeitos práticos, haja vista que a autoridade apontada coatora, revestida do
senso de impunidade, recusa-se injustificadamente em cumprir a decisão
judicial passada em julgado.

05. A última proeza da autoridade coatora, para ganhar tempo, foi


peticionar ao Juízo da 6ª Vara da Fazenda Pública da Capital, cinco meses
após a notificação das medidas coercitivas adotadas (imposição de multa
processual punitiva, imposição de multa pessoal e ordem de seqüestro de
valores, comunicação à Curadoria do Patrimônio Público e à CAIMP, para
providências de natureza cível e criminal em relação à autoridade coatora),
alegando maliciosamente que deixou de atender ao comando judicial “por um
lapso próprio do gigantismo e da complexidade do serviço público, aliado a
falibilidade inerente ao ser humano”, o que é inadmissível a uma autoridade
pública que detém, em suas mãos, plena competência, condição e
possibilidade de cumprir a decisão judicial.

06. Há comprovação, nos autos do Mandado de Segurança citado, de


que a autoridade coatora tem sido reincidente na prática de recusar
cumprimento de decisões judiciais passadas em julgado contra o Governo do
Estado, inclusive decisões prolatadas pelo TJ/PB, tamanha é a sua confiança
na certeza da impunidade.
07. Imperioso mencionar que, nos autos do Mandado de Segurança,
a prova do não cumprimento da decisão judicial encontra-se clarividente com a
exibição de contracheques recentes das Impetrantes, ora Agravantes, todas
maiores de 65 anos, que estão sendo penalizadas, sobremaneira, com a
desídia da autoridade coatora.

08. Apesar de todos os esforços envidados pelo Juízo da 6ª Vara da


Fazenda Pública da Capital, mediante os diversos requerimentos das
Agravantes, informando a recusa no cumprimento da decisão judicial, a
autoridade coatora tem se colocado numa posição de superioridade e
desrespeito em relação ao Poder Judiciário, atitude que somente poderia ser
estancada, no nosso entender, pela intervenção do Tribunal de Justiça da
Paraíba, órgão máximo do Judiciário Estadual, via Mandado de Segurança, já
que o que se busca, com o remédio heróico impetrado, é exatamente proteger
o direito líquido e certo das Impetrantes e de mais 50 (cinqüenta) inativos e
pensionistas, os quais não podem esperar, eternamente, pelo cumprimento de
uma decisão judicial passada em julgado.

09. No Mandado de Segurança impetrado, as Agravantes pugnam,


finalmente, pelo seguinte: concessão da gratuidade judiciária, nos termos da
Lei nº 1.060/50; prioridade no julgamento do feito, nos termos dos arts. 1.211-A
e 1.211-B do CPC, c/c o art. 71, § 1º, da Lei nº 10.741/2003; notificação da
autoridade coatora para prestar informações no prazo legal; a ciência do feito
ao órgão de representação judicial da Secretaria de Estado da Administração
(Lei nº 12.016/2009, art. 7º, inciso II); a manifestação da Procuradoria Geral de
Justiça, no prazo e na forma legal e regimental; a concessão liminar da tutela,
nos termos do art. 83, § 1º, da Lei nº 10.741/2009 (Estatuto do Idoso), c/c o art.
213 do CPC; a concessão definitiva da segurança, para imediato cumprimento
integral da decisão transitada em julgado prolatada pela 6ª Vara da Fazenda
Pública da Capital nos autos do Processo nº 200.2005.020164-5; a extensão
da decisão concessiva do Mandado de Segurança aos demais beneficiados
com a decisão judicial não cumprida, nos termos do § 3º do art. 1º da Lei
Federal nº 12.016/2009; a imputação de multa processual punitiva e multa
pessoal diária à autoridade coatora, em caso de descumprimento da decisão
concessiva da segurança (art. 14, inciso V e 461, § 4º, do CPC); pela mesma
razão, a decretação da prisão da autoridade coatora; e ainda pela mesma
razão, o imediato seqüestro dos valores a que fazem jus as Impetrantes (CPC,
art. 822, IV), junto á conta oficial do Governo do Estado, já que se tratam de
verbas de caráter salarial/alimentar.

10. Após conclusão dos autos do Mandado de Segurança ao Relator,


o seu despacho/decisão, de plano, foi pelo indeferimento da inicial, sob a
alegativa de que o pedido “é juridicamente impossível, porquanto não é o
Mandado de Segurança o remédio jurídico cabível contra ato de
autoridade que se nega a dar cumprimento a ordem judicial, que aliás
deve ser comunicada ao próprio Juízo de onde partiu a decisão, que
poderá adotar as medidas previstas na legislação”.

11. Com esse despacho, o Relator do Mandado de Segurança


considerou inepta a petição inicial (art. 294, parágrafo único, III, do CPC),
indeferindo-a sumariamente e denegando a segurança (art. 10 da Lei nº
12.016/2009, c/c o art. 267, I, do CPC), com extinção do feito sem resolução de
mérito.

12. É o resumo dos fatos.

II – DA ADMISSIBILIDADE E TEMPESTIVIDADE DO AGRAVO

13. A decisão que indeferiu sumariamente o Mandado de Segurança


impetrado pelas Agravantes É AGRAVÁVEL, nos termos do § 1º do art. 10 da
Lei nº 12.016/2009 (Nova Lei do Mandado de Segurança). Trata-se de
Mandado de Segurança contra ato de Secretário de Estado, que se recusa a
cumprir decisão judicial passada em julgado, cuja competência para processar
e julgar é originária do Tribunal de Justiça da Paraíba (art. 6º, inciso XXVIII,
letra “d”, do RITJ/PB).

14. A petição inicial do Mandado de Segurança foi considerada


inepta, ante a alegação, pelo Relator, de impossibilidade jurídica do pedido.

15. Considerando que o remédio heróico fulminado por


despacho/decisão do Relator tramitou no Pleno do TJ/PB, é a este órgão do
Tribunal que deve ser dirigido o presente Agravo (§ 2º do art. 284 do
Regimento Interno do TJ/PB).

16. O presente Agravo É TEMPESTIVO. A publicação da decisão que


indeferiu de plano o Mandado de Segurança, no Diário da Justiça, ocorreu em
17/04/2010 (sábado). Sua interposição obedece ao prazo de 05 (cinco) dias
consignado no art. 557 do CPC e art. 284, caput, do RITJ/PB, cuja contagem
computa-se pela regra do art. 184, caput e seu § 2º, do CPC, devendo o
presente Recurso ser processado e apreciado, independente de preparo, nos
próprios autos do Mandado de Segurança referenciado (§§ 3º, 6º e 7º do art.
284 do Regimento Interno do TJ/PB).
III – DO RISCO DE DANO IRREPARÁVEL, OU PREJUÍZO DE DIFÍCIL E
DUVIDOSA REPARAÇÃO AO DIREITO PATRIMONIAL E AO
DIREITO DE AÇÃO DAS AGRAVANTES

17. A decisão agravada, se confirmada e executada, acarretará


prejuízo irreparável, ou de difícil e duvidosa reparação, às Agravantes, que
estão a meses aguardando a implantação, em seus contracheques, dos
proventos e pensões a que fazem jus, por força da decisão judicial passada em
julgado, que a autoridade coatora se recusa, injustificadamente, em cumprir.

18. O dano, potencial ou efetivo, se agrava ainda mais em virtude da


idade das Agravantes e demais beneficiários, todos maiores de 65 (sessenta e
cinco anos).
19. Em sua decisão/despacho, o eminente Desembargador Relator
alude ao fato de que, não sendo o Mandado de Segurança remédio cabível
contra ato de autoridade que se nega a cumprir decisão judicial, o fato deve ser
comunicado ao próprio Juízo prolator da decisão, para que adote as medidas
cabíveis.

20. Na verdade, essa comunicação foi feita pelas Agravantes, no


processo originário, por diversas vezes, conforme atesta a farta documentação
acostada aos autos do Mandado de Segurança. O Juízo da 6ª Vara da
Fazenda Pública da Capital, por sua vez, em atenção aos sucessivos pedidos
de providências formulados pelas Agravantes e demais autores da ação
originária, aplicou diversas medidas coercitivas à autoridade coatora, que se
deu por silente, desobedecendo vergonhosamente as determinações do
Judiciário, restando apenas a sua prisão, como medida extrema para levar a
cabo o cumprimento da decisão judicial.

21. Exigir, a esta altura, de sexagenários, que ingressem, na esfera


do primeiro grau de jurisdição, com novas medidas judiciais para fazer valer um
direito líquido e certo, garantido por lei e por decisão judicial transitada em
julgado, reabrindo todos os prazos para contestação, impugnação, produção de
provas, agravos, recursos e demais instrumentos previstos em lei, apenas pelo
capricho de um Secretário de Estado, prorrogando a discussão da matéria no
tempo, com as delongas próprias das ações de rito ordinário, tornando ineficaz
o direito líquido e certo das Agravantes, com prejuízo irreparável, ou de difícil e
duvidosa reparação.

22. Patentes, pois, se mantida a decisão agravada, os danos de


natureza patrimonial e processual infligidos às partes Agravantes, a serem
amparados pelo presente Recurso de Agravo Interno, na forma Regimental,
nos termos do art. 284 do RITJ/PB.

IV – DO MÉRITO

A) DA NECESSIDADE DE RECONSIDERAÇÃO E REFORMA


DA DECISÃO AGRAVADA E SEUS FUNDAMENTOS (CPC, art. 524, II)

23. A decisão agravada, com a devida vênia, merece reconsideração


e reforma.

24. O pedido formulado pelas Agravantes, no Mandado de


Segurança, não se insurge contra decisão judicial, mas contra a recusa
injustificada no seu cumprimento, pela autoridade coatora, Secretário de
Estado da Administração, Doutor Antonio Fernandes Neto.

25. A petição inicial não é inepta. Preenche todos os requisitos


previstos no Estatuto Processual Civil e na Lei nº 12.016/2009 (Nova Lei do
Mandado de Segurança). Pelo mesmo fundamento, não se pode dizer que o
pedido seja juridicamente impossível. Há direito líquido e certo a ser amparado
pela via mandamental.

26. O eminente Relator alega, como fundamento para sua decisão de


indeferimento liminar da inicial e denegação na segurança, que o não
cumprimento de decisão judicial deve ser comunicado ao próprio Juízo de onde
partiu a decisão, para que adote as medidas previstas na legislação.

27. Isso foi feito, à saciedade, pelas Agravantes, conforme farta


documentação acostada aos autos do Mandado de Segurança. Foram diversas
as petições e requerimentos formulados pelas Agravantes, nos autos do
processo de origem, requerendo providências ao Juízo da 6ª Vara da Fazenda
Pública da Capital, para garantir o cumprimento integral da decisão judicial pela
autoridade coatora.

28. E aqui é oportuno ressaltar que, em todos os momentos, o Juízo


da 6ª Vara da Fazenda Pública da Capital foi diligente em cobrar,
coercitivamente, da autoridade coatora, o cumprimento da decisão judicial.
Faltou apenas decretar a sua prisão por desobediência/prevaricação, medida
extrema que nem as Agravantes nem os demais beneficiários da decisão
transitada em julgado gostariam que se ultimasse.

29. O Juízo da 6ª Vara da fazenda Pública da Capital chegou,


inclusive, a oficiar a Curadoria do Patrimônio Público e a CAIMP, requerendo a
adoção de providências cíveis e criminais contra a autoridade coatora,
procedimentos ainda em andamento, conforme atestam os documentos
acostados à inicial do Mandado de Segurança.

30. Desta forma, na esfera do primeiro grau de jurisdição foram


adotadas todas as medidas cabíveis para compelir a autoridade coatora no
cumprimento integral da sentença de mérito transitada em julgado. Mas sem
qualquer êxito.

31. A verdade é que tanto as Agravantes quanto o Juízo da 6ª Vara


da Fazenda Pública da Capital estão diante de uma autoridade pública que
tenta, a todo custo, recusar o cumprimento de uma decisão judicial transitada
em julgado, como se estivesse, em razão do cargo que ocupa, acima da lei e
da justiça, soberano senhor da vida dos servidores ativos e inativos do
Governo do Estado da Paraíba.

32. A hipótese é sim de Mandado de Segurança, e todos os requisitos


para sua concessão, previstos em lei, se encontram sobejamente
demonstrados e atendidos pelas Agravantes, conforme se depreende dos itens
21 a 31 da petição inicial indeferida e de toda a documentação inclusa no ato
da impetração.

33. Curioso notar, com a devida vênia, que na decisão agravada o


Relator sustenta a impossibilidade jurídica do pedido e a inépcia da inicial,
afirmando expressamente que o faz com fundamento no “art. 294, parágrafo
único, III, do CPC”.

34. Ocorre que o dispositivo invocado pelo eminente Relator, qual


seja o art. 294 do CPC, não possui parágrafo único nem incisos. Trata de
matéria completamente estranha à “possibilidade jurídica do pedido” e à
“inépcia da inicial”. Veja-se, para tanto, a sua redação: “Art. 294. Antes da
citação, o autor poderá aditar o pedido, correndo à sua conta as custas
acrescidas em razão dessa iniciativa”.

35. Repita-se, o art. 294 do CPC não tem qualquer relação com
pedido juridicamente impossível e muito menos com inépcia da inicial. Assim,
falece à decisão monocrática agravada a devida fundamentação legal,
violando, dessa forma, a regra constitucional que impõe adequada
fundamentação a toda e qualquer decisão judicial (CF/88, art. 93, inciso IX).

36. Tais matérias processuais são tratadas em outro dispositivo do


CPC, qual seja o art. 295. Este, sim, possui parágrafo único e inciso III.

37. Portanto, a decisão que indeferiu a inicial e denegou a segurança


merece retoques.

B) DA DIVERGÊNCIA ENTRE A DECISÃO AGRAVADA E O


ENTENDIMENTO DO COLENDO STJ

38. O STJ tem admitido o cabimento de Mandado de Segurança para


fazer cumprir Portaria, a exemplo do julgado no MS 13156/DF, Relator Ministro
NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, Terceira Seção, julgado em 12/12/2007,
publicado no DJ de 14/02/2008, p. 143.

39. Se o remédio heróico é admissível para fazer cumprir Portaria, por


que não o seria para fazer valer o cumprimento de uma decisão judicial
transitada em julgado, ante a recusa injustificada da autoridade coatora,
Secretário de Estado, em cumprí-la, apesar de todas as medidas adotadas pelo
Juízo de onde partiu a decisão, no sentido de garantir o seu efetivo
cumprimento?

40. No caso dos autos, já se disse, estão presentes todos os


pressupostos para impetração e concessão da segurança.

41. Há direito líquido e certo a ser amparado pela via mandamental,


demonstrado de plano com a impetração. Existe recusa explícita de autoridade
da Administração Pública Estadual no sentido de cumprir decisão judicial
passada em julgado, que assegura o direito líquido e certo das impetrantes à
implantação, em seus contracheques, de proventos e pensões no valor do
subsídio previsto na Lei Estadual nº 8.438/2007, configurando ilegalidade e
abusividade. Há comprovação de que o juízo prolator da decisão não cumprida
adotou diversas medidas coercitivas para o seu cumprimento, sem resultados.
A autoridade coatora é a única que detém, por lei (Lei Complementar Estadual
nº 67/2005, art. 18, inciso IX, letra “c”), competência para o seu cumprimento,
sendo o gestor da folha de pagamento dos ativos e inativos do Governo do
Estado da Paraíba.

42. A impetração obedece ao prazo legal de 120 dias. Com a inicial


vieram todos os documentos necessários para exame da segurança requerida.

43. Como pode, então, se dizer que o pedido formulado no remédio


heróico, pelas Agravantes, é juridicamente impossível?

44. Impossível, na verdade, é admitir tamanha desídia e confiança na


impunidade por parte da autoridade coatora, que assim vai ganhando tempo e
mais tempo para cumprir, efetivamente, sabe-se quando, a decisão judicial
passada em julgado.

45. E enquanto a sua desídia vai ganhando força e contornos de


legalidade, 53 (cinqüenta e três) servidores inativos e pensionistas,
contemplados com a decisão judicial, todos sexagenários, estão sendo
penalizados com prejuízo de ordem patrimonial, salarial e alimentar.

C) DA OFENSA AO PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA INAFASTABILIDADE


DA JURISDIÇÃO (Art. 5º, XXXIV, “b”, da CF/88)

46. A decisão agravada ofende ao princípio da inafastabilidade da


jurisdição, ou seja, o direito de obter, do Estado, uma prestação jurisdicional.

47. Ao indeferir liminarmente a inicial do Mandado de Segurança, a


decisão agravada torna impossível a análise, pelo TJ/PB, da ilegalidade e
abusividade perpetrada pela autoridade coatora, Secretário de Estado da
Administração, Doutor Antonio Fernandes Neto, contra o direito líquido e certo
das Agravantes, e de 50 (cinqüenta) outros inativos e pensionistas da
Secretaria de Estado da Receita, contemplados na decisão judicial cuja
autoridade se recusa, injustificadamente, em cumprir.
48. Por todos esses fundamentos, é de se reconsiderar e reformar
integralmente a decisão agravada, para que seja conhecido o Mandado de
Segurança interposto pelas Agravantes, absolutamente admissível e
juridicamente possível, devendo o Tribunal de Justiça se pronunciar sobre o
pleito de liminar formulado e, ao final, sobre o mérito da segurança.

V – DO PREQUESTIONAMENTO

49. Fica prequestionado, desde já, a esse Colendo Tribunal, que a


decisão agravada, ao indeferir sumariamente o mandado de segurança, negou
vigência aos seguintes dispositivos legais: CF, art. 5º, incisos XXXV, LXIX; art.
7º, inciso X e art. 230; Lei nº 10.741/2003 (Estatuto do Idoso), arts. 3º, 4º, 10 e
82; Constituição do Estado da Paraíba, arts. 3º, § 3º, 4º e 249; CPC, art. 14,
inciso V; além disso, negou vigência, ainda, ao princípio da inafastabilidade da
jurisdição (art. 5º, inciso XXXIV, letra “b”, da CF/88) e ao direito de ação
consagrado no art. 5º, inciso XXXV, da Constituição Federal de 1988.

50. Nesse sentido, todas as questões suscitadas no Mandado de


Segurança e neste Agravo, envolvendo os dispositivos legais mencionados,
merecem apreciação por parte dessa Egrégia Corte de Justiça, em futuro
julgamento.

51. A apreciação futura dos questionamentos levantados pelas


Agravantes em relação a esses dispositivos legais implicará, por parte desse
Colendo Tribunal, manter abertas as vias recursais Especial, Ordinária e
Extraordinária, previstas na Carta Constitucional e no Código de Processo Civil.

VI – DO PEDIDO FINAL

52. Ante o exposto, as Agravantes requerem:

a) Renovação do pedido de gratuidade judiciária, pelos mesmos


fundamentos e elementos explicitados no Mandado de
Segurança indeferido, tudo nos termos da Lei nº 1.060/50;

b) o recebimento e processamento do presente Recurso de


Agravo, como Agravo Interno na forma Regimental, nos
termos dos §§ 6º e 7º do art. 284 do RITJ/PB;

c) caso não haja reconsideração da decisão monocrática, o


presente Agravo seja apresentado pelo Relator, em mesa,
para julgamento (CPC, art. 557, § 1º) perante o Pleno do
Tribunal de Justiça da Paraíba (art. 284, § 2º, do RITJ/PB);

d) o provimento do presente Agravo com reforma integral da r.


decisão agravada, para conhecimento do Mandado de
Segurança por esse Colendo Tribunal e, no mérito, seja
concedida a segurança pleiteada pelas impetrantes, por ser de
Justiça.

Termos em que,
Pede e espera deferimento e Justiça.

João Pessoa-PB, 26 de abril de 2010.


FRANCISCO DE MORAES DE LIMA
Advogado – OAB/PB 993

CLÁUDIO OLIVEIRA DE ALBUQUERQUE


Advogado – OAB/PB 15.168

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