Você está na página 1de 5

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 4ª VARA FEDERAL

DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARÁ

Processo xxxxxxxxxxxxxxxx

*************, brasileira, servidora pública, portadora do CPF nº @@@@@@@


e identidade nº ==== TEM/PA, residente e domiciliada na Avenida Gentil Bitencourt,
++++++++++++, vem, respeitosamente, por meio de sua advogada, procuração anexada,
interpor

RECURSO EM SENTIDO ESTRITO

Nos termos do art. 581, II do CPP, em face da decisão prolatada por este
juízo, com fundamentos e razões em anexo.

Termos em que

Pede e espera deferimento.

Belém, 14 de agosto de 2020.

ANA CELINA FONTELLES ALVES


OAB/PA 16.037
RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO

RECORRENTE: SUZAN THAIS MENDES MARTINS

RECORRIDA: Justiça Pública

Processo 1018654-89.2020.4.01.3900

Egrégio Tribunal,

Colendos Desembargadores,

Douto Procurador,

Em que pese o indiscutível saber jurídico do MM. juiz "a quo", impõe-se a

reforma de respeitável que concluiu pela incompetência da Justiça Federal para

processar e julgar atos supostamente cometidos pela Recorrente, pelas seguintes razões

de fato e fundamentos a seguir expostas:

1. TEMPESTIVIDADE

Conforme art. 586, parágrafo único do CPP, o prazo para interposição de

Recurso em Sentido Estrito é de 5 dias. Tendo em consideração que a Advogada da

Recorrente teve acesso à decisão, por meio do sistema PJE no dia 12 de agosto de 2020, o
prazo fatal se encerra no dia 17 de agosto de 2020 (segunda-feira).

2. DA SÍNTESE FÁTICA E PROCESSUAL

A Polícia Federal e o MPF-PA investigaram por meio do Inquérito Policial

00094/97-DPF/RDO/PA suposta prática de crimes de fraude à licitação e desvio de verbas

públicas federais, envolvendo empresas, empresários e servidores públicos da Secretaria

Estadual de Transportes (SETRAN), e dentre estes últimos estaria inclusa a Recorrente.

No bojo da investigação houve representação por busca e apreensão, sendo

a Postulante um dos alvos, quebra de sigilo bancário, prisões cautelares, todas decididas
e despachadas por Juízo Federal.
Após a coleta de provas, o MPF decidiu denunciar os investigados,

requerendo o declínio para a Justiça Estadual nos atos referentes à Sra. Suzan.

Em decisão proferida pelo Juízo da 4ª Vara da Seção Judiciária do Pará,

houve o acolhimento deste pedido, considerando incompetente a Justiça Federal para

processar e julgar os supostos atos cometidos pela Recorrente, declinando a competência

para a Justiça Estadual.

3. DOS FUNDAMENTOS

A decisão que decidiu pela incompetência da Justiça Federal não merece

prosperar, pois ignora questões probatórias feitas na investigação policial, com aval do

magistrado federal e do órgão de acusação.

Em vários trechos da inicial acusatória, o MPF cita a Sra. Suzan como

integrante do suposto grupo criminoso, para ao final pedir que sua conduta seja
analisada pela Justiça Estadual.

Vejamos os momentos em que a inicial é construída levando em

consideração a pessoa da Recorrente:

[...]
[...]

[...]

É desarrazoada tal postura do Órgão Ministerial e da decisão atacada, afinal

as pessoas com quem a Recorrente supostamente agia em conluio constam como rés na

Justiça Federal.

Repise-se ainda que as provas colhidas e que denunciam supostas condutas

da Postulante foram obtidas por meio de decisões em medidas cautelares proferidas por

um Juízo Federal, logo, o mais lógico é que o prosseguimento se dê junto com os demais
réus na esfera federal.

Ora, Exas., se a Sra. Suzan não teria cometido delitos de competência da

justiça federal, por que a mesma é citada diversas vezes na inicial?


Claramente, há então um nexo causal que faz ligar as condutas da Recorrente

à competência da 4ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado do Pará, o que pode se

ver pelas provas colhidas a partir das medidas cautelares.

Tanto isto é verdade, que a advogada signatária do presente recurso,

solicitou pedido de habilitação nestes autos, afinal sua cliente havia sido alvo de busca e

apreensão e investigação autorizadas pela Justiça Federal.

Sendo assim, requer seja mantida a investigação sobre as supostas condutas


da Recorrente sob ordem da 4ª Vara da Seção Judiciária do Pará.

4. PEDIDOS

Isto posto, requer:

a) Seja recebido o presente recurso;


b) Seja reformada a decisão de declínio de competência para manter na
Justiça Federal a investigação referente à Sra. Suzan.

Termos em que

Pede e espera deferimento.

Belém, 14 de agosto de 2020.

ANA CELINA FONTELLES ALVES


OAB/PA 16.037

Você também pode gostar