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EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Elaine Alvarenga, brasileira, casada,


professora, portadora da cédula de identidade nº 3.517.063-9 e inscrita no CPF
sob nº 757.562.147-68, residente e domiciliada na Rua Luiz Ronaldo Freitas,
302, apto. 43, bloco C, Campo Comprido, Cep.: 81.230-250, nesta capital, por
seu Procurador e Defensor Público que ao final assina, integrante do quadro de
advogados da Defensoria Pública do Paraná, situada na Alameda Cabral, nº
184, Centro, nesta Capital, onde recebe intimações e notificações, vem
respeitosamente interpor,

RECURSO ESPECIAL

Com fulcro jurídico no artigo 541, do Código de Processo Civil, c/c o


artigo 105, III, “a”, da Constituição Federal, pelos fundamentos de fato e de
direito que passo a expor.

1. PRELIMINARMENTE

1.1 Da Justiça Gratuita

Inicialmente vem requerer de Vossa Excelência o deferimento da


Assistência Judiciária Gratuita, conforme prescreve a Lei 1.060/50.

1.2 Da Tempestividade

Requer seja o presente Recurso Especial, recebido dentro do prazo


em dobro, de acordo com o artigo 5o, parágrafo 5o da Lei 1.060/50, verificando-
se que assim, o recurso intentado preenche o requisito da tempestividade, pois
o Acórdão recorrido fora publicado em 06 de maio de 2008. Portanto, a
apresentação deste recurso esta sendo feito estritamente em obediência ao
prazo em dobro de quinze dias iniciado na publicação do acórdão.

2. DOS FATOS

A recorrida ajuizou ação de reintegração de posse contra a


recorrente, alegando que, mediante contrato verbal de comodato por prazo
indeterminado, a recorrente passou a utilizar terreno e casa de madeira de
propriedade da recorrida.
Restando infrutífera a conciliação em audiência preliminar, foram
fixados os pontos controvertidos. Sendo, também admitida a produção de
prova testemunhal e pericial.
As partes foram intimadas por intermédio da imprensa oficial para
comparecimento à audiência de instrução e julgamento e da conseqüente
prolação da sentença julgando procedente o pedido exordial.
A recorrente, inconformada pela falta de regular intimação pessoal
do Defensor Público, seu patrono na causa, dos atos ocorridos desde às fls.
60, ou seja, desde o momento em que deveria haver a manifestação sobre o
laudo pericial, apresentou recurso de apelação contra a decisão do juiz
monocrático.
Já no Acórdão, os Desembargadores da 3° Câmara Cível do
Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, não reconheceram a nulidade
argüida e mantiveram a sentença de primeiro grau.

3. DO DIREITO

Com efeito, nos termos do artigo 5o, parágrafo 5o da Lei 1.060/50, é


prerrogativa dos membros da Defensoria Pública receber intimação pessoal em
qualquer processo e grau de jurisdição. E, de acordo com o artigo 247, do
CPC, "as citações e as intimações serão nulas, quando feitas sem observância
das prescrições legais."

In casu, muito embora a recorrente estivesse assistida pela


defensoria pública, no exercício do auxílio judiciário aos necessitados, não
houve a intimação pessoal do respectivo membro para manifestação sobre o
laudo pericial, tampouco para seu comparecimento à audiência de instrução e
julgamento.

Nesse sentido, decide a jurisprudência desta Corte,

RECURSO ESPECIAL - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO - DEFENSORIA


PÚBLICA - INTIMAÇÃO PESSOAL - OBRIGATORIEDADE -
AUSÊNCIA - PREJUÍZO À DEFESA - RECURSO PROVIDO.1 - A
teor da jurisprudência desta Corte, o Defensor Público deve ser
intimado pessoalmente de todos os atos do processo, sob pena de
nulidade. 2 - Recurso conhecido e provido para, anulando o feito a
partir da intimação para a produção de provas, determinar a
realização de nova intimação da defensoria pública da união, desta
vez, pessoalmente. (REsp 808411 / PR, RECURSO ESPECIAL
2006/0002905-1, Relator Ministro JORGE SCARTEZZINI,
QUARTA TURMA, Julg. em 16/03/2006, DJ 10.04.2006 p.
227).

RECURSO ESPECIAL. PARTE REPRESENTADA PELA


DEFENSORIA PÚBLICA. OBRIGATORIEDADE DE SE FAZER A
INTIMAÇÃO PESSOAL DO ÓRGÃO DE ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA
SOB PENA DE NULIDADE. SOMENTE A PARTIR DA INTIMAÇÃO
PESSOAL É QUE CORRE O PRAZO PARA EVENTUAL RECURSO.
RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E PROVIDO. (REsp
599.432/RS, Rel. Min. JOSÉ ARNALDO DA FONSECA , DJ de
06/12/2004)
Assim, a recorrente se viu prejudicada quando a falta de
manifestação sobre o laudo pericial e pela ausência de seu procurador na
audiência de instrução e julgamento, o que foi determinante para a
improcedência do respectivo pedido.

4. DO PEDIDO

Ante o exposto, requer seja recebido e processado o presente


Recurso Especial, posto que tempestivo e preenchidos os requisitos de
admissibilidade, diante da contrariedade à lei federal.

Termos em que,
Pede deferimento.

Curitiba, 05 de junho de 2008

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Paulo Henrique Souza
Defensor Público – OAB/PR n° 00000

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