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Andrea Glioche
TEORIA DO ERRO
MODALIDADES DE ERRO EM
DIREITO PENAL
Erro de proibição
O termo biopirataria foi criado em 1992 após o tratado assinado na Convenção da Diversidade
Biológica. Grosso modo, biopirataria pode ser definida como a apropriação de um organismo ou do
conhecimento sobre ele com a intenção de lucro econômico fora de sua região de origem, sem
repartição justa de benefícios com a comunidade local.
Um dos casos recentes de biopirataria foi o flagrante sobre o alemão Marc Baumgarten, detido em
aranhas caranguejeiras na bagagem.
'A prisão foi correta, mas quem vai estudar essas caranguejeiras aqui para extrair os compostos
bioativos e vendê-los dentro da lei?', pergunta o biólogo Charles Clement, do Inpa (Instituto Nacional
de Pesquisas da Amazônia). Enquanto ninguém faz as pesquisas, a floresta que concentra mais de
10% de toda a biodiversidade mundial fica à mercê dos biopiratas que conseguem passar
despercebidos pelo aeroporto.
OBS: Parcela da doutrina entende que se trata de erro de proibição, tendo em vista
a redação do texto legal que menciona: “é isento de pena” e assim, afastaria a
culpabilidade (Mirabete)
OBS: O erro essencial sempre exclui o dolo. Como o dolo deve abranger todas as elementares do
tipo penal, resta afastado pelo erro de tipo, pois o sujeito não possui a necessária vontade de
praticar integralmente a conduta tipificada em lei como crime ou contravenção penal.
O erro escusável exclui o dolo e a culpa, acarretando na impunidade total do fato, enquanto
o inescusável exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei
(excepcionalidade do crime culposo).
OBS: Excepcionalmente, em virtude do erro se opera a desclassificação para outro crime
MODALIDADES DE ERRO
ERRO DE TIPO
ERRO ACIDENTAL
Erro de tipo acidental é o que recai sobre dados diversos dos elementos
constitutivos do tipo penal, ou seja, sobre as circunstâncias* (agravantes
genéricas e causas de aumento da pena) e fatores irrelevantes da figura
típica. A infração penal subsiste íntegra, e esse erro não afasta a
responsabilidade penal.
Art. 20, § 3.º, do Código Penal: “O erro quanto à pessoa contra a qual
o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste
caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa
contra quem o agente queria praticar o crime”.
Art. 73. Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o
agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge
pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra
aquela, atendendo-se ao disposto no § 3.º do art. 20 deste Código. No
caso de ser também atingida pessoa que o agente pretendia ofender,
aplica-se a regra do art. 70 deste Código.
O sujeito age com falsa percepção da realidade no que diz respeito a uma
qualificadora do crime. Exemplo: O agente furta um carro depois de conseguir,
por meio de fraude, a chave verdadeira do automóvel. Acredita praticar o crime
de furto qualificado pelo emprego de chave falsa (CP, art. 155, § 4.º, inc. III),
quando na verdade não incide o tipo derivado por se tratar de chave verdadeira.
Esse erro não afasta o dolo nem a culpa relativamente à modalidade básica do
delito. Desaparece a qualificadora, por falta de dolo, mas se mantém intacto o
tipo fundamental, ou seja, subsiste o crime efetivamente praticado, o qual deve
ser imputado ao seu responsável.
Estabelece o art. 20, § 2.º, do Código Penal: “Responde pelo crime o terceiro que
determina o erro”.
Quem pratica a conduta tem uma falsa percepção da realidade no que diz
respeito aos elementos constitutivos do tipo penal em decorrência da atuação de
terceira pessoa, chamada de agente provocador.
O agente não erra por conta própria (erro espontâneo), mas sim de
forma provocada, isto é, determinada por outrem.
O erro provocado pode ser doloso ou culposo, dependendo do elemento
subjetivo do agente provocador.
Quando o provocador atua dolosamente, a ele deve ser imputado, na forma
dolosa, o crime cometido pelo provocado. Exemplo: “A”, apressado para não
perder o ônibus, pede na saída da aula para “B” lhe arremessar seu aparelho de
telefone celular que esquecera na mesa. “B”, dolosamente, entrega o telefone
pertencente a “C”, seu desafeto.
DESCRIMINANTES PUTATIVAS
Art. 20, § 1.º : É isento de pena quem, por erro plenamente justificado
pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria
a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de
culpa e o fato é punível como crime culposo.
Descriminante é a causa que exclui o crime, retirando o caráter ilícito do fato típico
praticado por alguém. Essa palavra é sinônima, portanto, de causa de exclusão da
ilicitude.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
a) imputabilidade.
b) culpabilidade.
c) punibilidade.
d) antijuridicidade
e) conduta.
MP-DFT- Promotor de Justiça – 2013
Examine os itens que se seguem e assinale a alternativa CORRETA:
a) Nos termos da legislação penal brasileira, a aberratio ictus com resultado
duplo conduz à aplicação da regra da continuidade delitiva.
b) O erro de proibição invencível por parte de um dos coautores do delito
impede a aplicação de pena aos demais concorrentes.
c) Na omissão, o erro de mandamento se caracteriza quando o omitente se
abstém da ação ordenada pelo direito, na justificável crença de inexistir o
dever de agir.
d) Segundo o Código Penal, atua em erro de proibição o agente que, diante
da aproximação de pessoa que acredita tratar-se de um ladrão, desfere-lhe
golpes com pedaço de madeira.
e) Para o finalismo, é erro de tipo o que incide sobre a consciência da ilicitude,
que pode ser meramente potencial.
a) Certo
b) Errado