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SUMÁRIO
ERRO DE PROIBIÇÃO .......................................................................................................................................... 2
ESCUSÁVEL, DESCULPÁVEL OU INEVITÁVEL .............................................................................................. 4
INESCUSÁVEL, INDESCULPÁVEL OU EVITÁVEL .......................................................................................... 5
ERRO DE PROIBIÇÃO DIRETO E INDIRETO ................................................................................................. 5

MUDE SUA VIDA!


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ERRO DE PROIBIÇÃO
Na aula passada, tratamos sobre as modalidades de ERRO DE TIPO, que recai sobre os
pressupostos fáticos. Nesta aula, versaremos sobre outra modalidade de erro-jurídico, mas que
recai sobre o caráter ilícito do fato em si. Esse se encontra no art. 21 do Código Penal, aquele,
no art. 20. Além disso, veremos os efeitos gerados nos casos de ERRO DE PROIBIÇÃO DIRETO e
INDIRETO, evitável ou, além da sua relação com as descriminantes putativas, tipificadas no Art.
20, §1º.
Erro sobre a ilicitude do fato
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a
ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá
diminuí-la de um sexto a um terço.

ERRO DE PROIBIÇÃO

(Erro sobre a ilicitude do Fato)

INEVITÁVEL EVITÁVEL

ISENTA REDUÇÃO
A PENA DA PENA
1/6 – 1/3

Enquanto o Erro de Tipo pode excluir o crime ou punir a título de culpa, quando previsto
em lei, o autor que comete delito em ERRO DE PROIBIÇÃO pode resultar em isenção de pena,
quando inevitável; ou diminuí-la de 1/6 a 1/3, quando evitável. Isso porque, na teoria tripartite
do crime, esse erro-jurídico está localizado na Potencial Consciência da Ilicitude, que é uma das
características da Culpabilidade.
(CESPE) É considerado erro evitável, capaz de reduzir a pena, aquele em que
o agente atue ou se omita sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era
possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIO: questão bem clara e objetiva que elenca as regras do erro
sobre a ilicitude do fato, que está topograficamente na Culpabilidade. Lembre-se de
que se for inevitável, ISENTARÁ A PENA do autor, mas se for evitável, como está na
questão, a pena será REDUZIDA de 1/3 – 1/6.
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do
fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto
a um terço.
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite
sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias,
ter ou atingir essa consciência.

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CONDUTA

TEORIA TRIPARTITE
NEXO CAUSAL
FATO TÍPICO
TIPICIDADE

RESULTADO

ANTIJURÍDICO

EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA

CULPÁVEL IMPUTABILIDADE PENAL

POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE

O desconhecimento da lei é indesculpável/inescusável, não havendo possibilidade de


permissivo para prática de crimes por causa disso. O conhecimento do que está escrito em lei
têm presunção legal absoluta, isto é, todo. Portanto, conhecer a norma escrita é uma presunção
legal absoluta. Por outro lado, se por falta de acesso, justificadamente, à informação de
conteúdo normativa, poderá o indivíduo se valer do erro de proibição. O autor pratica
determinada conduta com vontade livre e consciente de agir, ou seja, com dolo, mas acredita
que está amparado por lei.
Exemplo: Nucci1 se utiliza de um exemplo bem prático, em que um
soldado que está em guerra juntamente de sua tropa, mas se perde
dela, sem ter consciência de que foi celebrada a paz. Se esse soldado
mata um inimigo acreditando que ainda está em situação de
combate, é plenamente aplicável o instituto do Erro de Proibição.
Ora, o autor praticou o homicídio com animus de cometer aquela
conduta, mas errou quanto à ilicitude do fato, pois achava que estava
em período de guerra.
Em outras palavras, o Erro de Proibição está associado à característica da Potencial
Consciência da Ilicitude do Fato sob o aspecto cultural, e não em relação à capacidade
biológica ou psíquica do indivíduo, pois, nesses últimos casos, estaríamos diante da
Imputabilidade Penal. Portanto, sendo o fato típico, ilícito e culpável, sendo mentalmente são e
maior de 18 anos, será analisado o desconhecimento da lei sob o aspecto cultural.

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Nucci, Guilherme de Souza. Curso de Direito Penal: parte geral: arts. 1º a 120 do Código Penal / Guilherme de Souza
Nucci. – 3.ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2019.

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(CESPE) Na confraternização de final de ano de um tribunal de justiça, Ulisses,


servidor do órgão, e o desembargador ganharam um relógio da mesma marca — em
embalagens idênticas —, mas de valores diferentes, sendo consideravelmente mais
caro o do desembargador. Ao ir embora, Ulisses levou consigo, por engano, o
presente do desembargador, o qual, ao notar o sumiço do relógio e acreditando ter
sido vítima de crime, acionou a polícia civil. Testemunhas afirmaram ter visto Ulisses
com a referida caixa. No dia seguinte, o servidor tomou conhecimento dos fatos e
dirigiu-se espontaneamente à autoridade policial, afirmando que o relógio estava na
casa de sua namorada, onde fora apreendido.
Nessa situação hipotética, a conduta de Ulisses na festa caracterizou erro de
proibição.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO: Observe os seguintes detalhes quando estiver diante de
questões sobre Erro de Tipo x Erro de Proibição:
1º) Sabe que está levando o patrimônio de outra pessoa?
2º) Se ele sabe o que está fazendo, tem consciência de que é crime?
3º) Seguindo 1º e 2º apontamentos: está recaindo sobre algo que constitui o
crime, aquilo que está escrito no artigo, ou sobre a consciência da ilicitude?
Ulisses ganhou um relógio da mesma marca e em embalagens idênticas que o
do desembargador. Por uma falsa percepção da realidade, de que estaria levando o
relógio que era dele, Ulisses nem sabia que estava diante de uma conduta delituosa,
até porque não tinha conhecimento de que era o relógio do desembargador. Perceba
que o erro recai sobre os elementos constitutivo do tipo legal, não caracterizando
uma conduta criminosa, já que haverá a exclusão do dolo por causa de erro de tipo
plenamente escusável/desculpável. Portanto, não estamos em um caso de erro de
proibição como afirmado na questão. Se assim fosse, o indivíduo teria consciência do
de sua conduta, mas acreditando que estaria diante de uma prática lícita, recaindo
em erro sobre a ilicitude do fato, que é analisado sob o aspecto cultural do indivíduo
em relação às circunstâncias do caso concreto, que não é a situação hipotética da
questão.

ESCUSÁVEL, DESCULPÁVEL OU INEVITÁVEL


Considera-se escusável quando o agente não possuía, no momento da prática delituosa,
consciência da ilicitude e nem teria condições alguma de saber o caráter ilícito do fato, por causa
das circunstâncias culturas levadas ao caso concreto, embora mentalmente são e maior de
idade. Nesses casos da falta de consciência potencial da ilicitude do fato, o autor será ISENTO
DE PENA. A banca vai tentar te enganar, afirmando que o Erro de Proibição exclui o crime, mas
não é verdade. A exclusão do crime se dá quando há a supressão de um fato típico ou quando
se torna jurídico um ato, como nos casos de Legítima Defesa. Quando se trata da exclusão da
Culpabilidade, estar-se-á diante da ISENÇÃO DE PENA.
ERRO DE PROIBIÇÃO ESCUSÁVEL
Exemplos:
• Holandês, com 40 anos de idade, que resolve vir ao Brasil e é flagrado fumando
maconha na rua. Na Holanda, é plenamente autorizado o uso da maconha.
• Indígena que foi criado em uma tribo isolada da sociedade. Ao possuir maioridade
penal, resolve conhecer a cidade de Recife e quebra uma loja que vende animais,
acreditando que está salvando-os, pois na sua cultura os animais devem viver
livres.

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INESCUSÁVEL, INDESCULPÁVEL OU EVITÁVEL


Será indesculpável se o agente, no momento do crime, apesar de não possuir plenamente
a consciência da ilicitude, teria condições suficientes de entender o caráter ilícito do fato
diante das circunstâncias culturais dele. Nesses casos, o autor terá sua pena reduzida de 1/6 a
1/3.
 ISENÇÃO DE PENA: DESCULPÁVEL/ESCUSÁVEL/INEVITÁVEL.
 REDUÇÃO DE PENA: INDESCULPÁVEL/INESCUSÁVEL/EVITÁVEL.
 Se a banca afirmar, simplesmente, que o indivíduo será isento de pena
por cometer um crime em Erro de Proibição, a questão estará errada!
 Na mesma esteira, ao afirmar que terá sua pena reduzida de 1/6 a
1/3 por erro de proibição o autor da conduta delituosa, também
estará errada.
 É necessário verificar o verbo PODER ou, em caso impositivo, observar
se foi por Erro Inevitável (que isentará a pena); ou por Erro Evitável
(que reduzirá a pena – 1/6 a 1/3).

ERRO DE PROIBIÇÃO DIRETO E INDIRETO


Sendo objetivo, porque é o que interessa para a sua prova, o Erro de Proibição Direto
recai sobre a falta de conhecimento da ilicitude do fato (achado não é roubado). O agente sabe
o que está fazendo, mas não tem a consciência de que é crime. Por outro lado, o Erro de
Proibição Indireto, recai sobre a existência de uma excludente de ilicitude (cria na sua cabeça
uma causa de justificação que não existe) ou sobre os limites dela. E trataremos sobre isso
logo em seguida: Descriminantes Putativas e seus efeitos no caso concreto.

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