O recurso especial não foi conhecido por não ter impugnado todos os fundamentos do acórdão recorrido, incidindo a Súmula 283 do STF por analogia. O Tribunal de origem entendeu que não houve oposição expressa ao julgamento virtual, embora intimado, e o recurso não rebateu tal fundamento.
O recurso especial não foi conhecido por não ter impugnado todos os fundamentos do acórdão recorrido, incidindo a Súmula 283 do STF por analogia. O Tribunal de origem entendeu que não houve oposição expressa ao julgamento virtual, embora intimado, e o recurso não rebateu tal fundamento.
O recurso especial não foi conhecido por não ter impugnado todos os fundamentos do acórdão recorrido, incidindo a Súmula 283 do STF por analogia. O Tribunal de origem entendeu que não houve oposição expressa ao julgamento virtual, embora intimado, e o recurso não rebateu tal fundamento.
RECORRENTE : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO RECORRIDO : ECM ADVOGADO : GUSTAVO MATSUNO DA CÂMARA - SP279563 RECORRIDO : M DA S ADVOGADOS : DANIELA DE LIMA AMORIM - SP357916 MURILO AGUTOLI PEREIRA - SP347056
DECISÃO
Trata-se de recurso especial interposto pelo MINISTÉRIO PÚBLICO DO
ESTADO DE SÃO PAULO, com fundamento no art. 105, inciso III, alínea a, da Constituição Federal, contra acórdão prolatado pelo TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO (Embargos de Declaração na Apelação Criminal n. 2001191-51.2020.8.26.0000/50000).
A controvérsia tratada nos autos foi devidamente relatada no parecer
ministerial: 1. Trata-se de recurso especial interposto pelo MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO, com fulcro no artigo 105, inciso III, alínea “a” da Constituição Federal, contra o v. acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que rejeitou a denúncia oferecida em face dos ora recorridos. 2. O recorrente sustenta, em síntese, “negativa de vigência ao disposto no artigo 41, inciso IV, da Lei no 8.625/93, nos artigos 6º e 7º, ambos da Lei no 8.038/90, no artigo 89 da Lei no 8.666/93, no artigo 1º, inciso I, do Decreto-lei no 201/67, no artigo 299, parágrafo único, c.c. artigo 304, ambos do Código Penal, no artigo 29, “caput”, do mesmo Código, bem como no artigo 370, § 4º , e artigos 41 e 395, incisos I, II e III, todos do Código de Processo Penal” (e- STJ Fl. 2447), ao argumento de nulidade processual na não intimação pessoal do MP para que tivesse a oportunidade de fazer sustentação oral e de indevida rejeição da denúncia. 3. Requer o conhecimento e provimento do recurso “recebendo-se a denúncia e determinando-se o prosseguimento do feito” (e-STJ Fl. 2476). 4. Em contrarrazões, a defesa pugnou pela inadmissão ou pelo desprovimento do recurso. 5. Decisão de admissibilidade à e-STJ Fl. 2552. 6. É o relatório.
Edição nº 0 - Brasília, Publicação: quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022
Documento eletrônico VDA31414759 assinado eletronicamente nos termos do Art.1º §2º inciso III da Lei 11.419/2006 Signatário(a): ANTONIO SALDANHA PALHEIRO Assinado em: 15/02/2022 19:00:10 Publicação no DJe/STJ nº 3336 de 17/02/2022. Código de Controle do Documento: c71c17f2-ff8f-4e25-ab48-f8c741c26ab7 O Mistério Público Federal manifestou-se pelo provimento do recurso.
É o relatório.
Decido.
O recurso não comporta conhecimento.
Sobre a pretensão aduzida, o Tribunal de origem entendeu que (e-STJ fl.
2.435): Os autos foram distribuídos aos 8 de janeiro de 2020 (fl. 1236) e o Ministério Público, à fl. 1238, no dia 14 de janeiro, protocolizou petição apenas requerendo juntada de mídia em cartório, não manifestando oposição ao julgamento virtual. O julgamento foi realizado somente quatro meses após, em 12 de maio de 2020. Portanto, não tendo havido oposição expressa do Ministério Público para o julgamento virtual do feito que, ressalte-se, ocorreu no início da pandemia causada pelo coronavírus, não há que se falar em nulidade.
Do confronto do acórdão recorrido com as razões do especial, verifica-se
que, em nenhum momento, o Parquet impugnou os fundamentos autônomos relativos ao fato de que, embora intimado nos termos do art. 1º, caput, da Resolução n. 772/2017, do Órgão Especial do TJSP, não fez oposição expressa ao julgamento virtual. Assim, ao limitar-se a alegar a necessidade de intimação pessoal, deixando de rebater o fundamento autônomo específico relativo à ausência de oposição expressa ao julgamento virtual, embora ciente da distribuição do feito, vislumbra-se, na hipótese dos autos, a incidência da Súmula n. 283/STF, aplicada por analogia, in verbis: "É inadmissível o recurso extraordinário, quando a decisão recorrida assenta em mais de um fundamento suficiente e o recurso não abrange todos eles". Nesse sentido: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PENAL. CRIME CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA. ART. 2.º, § 1.º, DA LEI N. 12.850/2013. CONTRARIEDADE A ARTIGO DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. ANÁLISE. DESCABIMENTO. ATIPICIDADE DA CONDUTA. AFERIÇÃO. INVIABILIDADE. ENUNCIADO N. 7 DO STJ. SUJEITO ATIVO E NATUREZA DO CRIME. FUNDAMENTOS NÃO IMPUGNADOS. SÚMULA N. 283/STF. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. [...] 3. Quanto à impossibilidade de o Acusado ser considerado sujeito ativo da conduta, bem assim no tocante à natureza do delito, não houve a impugnação específica aos fundamentos do acórdão objurgado. Aplicação do Enunciado n. 283 da Súmula do Supremo Tribunal Federal. 4. Agravo regimental desprovido (AgRg no AREsp 1.603.565/MS, Rel. Ministra LAURITA VAZ, SEXTA TURMA, julgado em 23/02/2021, DJe 01/03/2021).
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Documento eletrônico VDA31414759 assinado eletronicamente nos termos do Art.1º §2º inciso III da Lei 11.419/2006 Signatário(a): ANTONIO SALDANHA PALHEIRO Assinado em: 15/02/2022 19:00:10 Publicação no DJe/STJ nº 3336 de 17/02/2022. Código de Controle do Documento: c71c17f2-ff8f-4e25-ab48-f8c741c26ab7 AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. CRIME TRIBUTÁRIO. ABSOLVIÇÃO DOS RÉUS. PEDIDO DE ANULAÇÃO DA SENTENÇA DE ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA. TESE DE VIOLAÇÃO DO ART. 10 DO CPC, ANTE A FALTA DE OITIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO APÓS A RESPOSTA À ACUSAÇÃO. FALTA DE PREQUESTIONAMENTO. VIOLAÇÃO DO ART. 619 DO CPP NÃO VERIFICADA. [...] 3. O aresto recorrido se assenta em mais de um fundamento, não impugnado pela parte. O Ministério Público não alegou, nas razões de seu apelo, que a falta de abertura de vista dos autos depois da resposta à acusação lhe causou prejuízo, por ofensa ao contraditório. Assim, não havia como o Tribunal a quo reconhecer a nulidade sem a demonstração de prejuízo, pois nem sequer podia aferir se a defesa articulou, ou não, fatos novos, então desconhecidos pelo órgão. O recurso especial não abrange esta motivação, o que enseja a aplicação da Súmula n. 283 do STF. O vício não pode ser corrigido em agravo regimental. 4. Agravo regimental não provido (AgRg no AREsp 1.387.706/BA, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 27/10/2020, DJe 12/11/2020).
Ante o exposto, não conheço do recurso especial.
Publique-se. Intimem-se.
Brasília, 15 de fevereiro de 2022.
Ministro ANTONIO SALDANHA PALHEIRO
Relator
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