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VARA CRIMINAL DA
COMARCA DE ... NO ESTADO DE ...
XXXXXXXXXXX, já qualificado nos autos do processo criminal em epígrafe, que lhe move o
Ministério Público, vem à presença de Vossa Excelência, por meio de sua advogada
devidamente constituída (procuração em anexo), apresentar RESPOSTA À ACUSAÇÃO,
dentro do prazo legal, com base no art. 396-A, do Código de Processo Penal, pelas razões de
fato e de direito a seguir expostas.
I. DOS FATOS
Narra a peça exordial que o acusado foi ao estabelecimento comercial da vítima, demonstrando
interesse em adquirir seu veículo YYYYY cor preta, o qual estava à venda.
O réu foi encontrado e preso em flagrante pela Policia Militar na Zona Rural de ZZZZ. O
automóvel subtraído foi apreendido e devolvido à vítima, conforme Termo de Entrega de fl. 32.
O Ministério Público ofereceu denúncia pela prática de furto qualificado com base no art. 155,
§4º, II, do Código Penal, perante esta Vara Criminal.
A ação penal inicia-se por meio de denúncia do Ministério Público, esta, no entanto,
deve obedecer certos requisitos, visto que é subordinada a uma validade formal definida em lei.
Assim, expõe o Código de Processo Penal (Decreto-lei n.º 3.689/41) que:
Dessa forma, a imputação deve ser certa e determinada de modo que permita ao acusado
rebater os fatos que lhe são imputados, efetivando o seu direito de defesa assegurado
constitucionalmente, sendo, consequentemente, uma condição de regularidade do
procedimento, sob a ótica do interesse público e da promoção do contraditório.
Resta claro que a possibilidade da ampla defesa foi reduzida pela referida contradição da inicial
acusatória, que não respeitou os requisitos exigidos legalmente pelo art. 41 do Código de
Processo Penal, dificultando, portanto, a promoção da ampla defesa do acusado, acarretando
sua inépcia.
III. DA NÃO INCIDÊNCIA DA QUALIFICADORA
O jurista Fernando Capez esclarece que a confiança a qual a lei se refere é decorrente de
certas relações estabelecidas entre o agente e o proprietário do objeto, como a empregatícia,
de amizade ou parentesco. O agente, deste modo, aproveita-se da confiança nele depositada
para praticar o furto.
Nelson Hungria, por sua vez, afirma que o abuso de confiança ocorre quando há uma prévia
credibilidade entre as partes, como, por exemplo, no furto praticado por uma empregada
doméstica ou diarista.
No caso em tela, em momento algum restou verificada relação de confiança entre vítima e
acusado. Estes nem mesmo se conheciam antes da data do fato.
Dito isso, claro está que a qualificadora imputada ao acusado não deve prosperar.
De forma que provará por oportunidade da instrução todo o alegado, por todos os meios de
prova admitidos em direito, inclusive prova testemunha, requerendo para tanto a intimação
pessoal das testemunhas a seguir arroladas:
ROL DE TESTEMUNHAS
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local, data.
Advogada
OAB