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PROCESSO Nº 0010527-10.2020.8.14.0401
RESPOSTA À ACUSAÇÃO
Ainda de acordo com o que consta na denúncia, no dia em questão, a vítima estava em
uma festa na companhia de outro homem que acabara de conhecer, quando encontrou o
denunciado no mesmo local.
Ainda segundo seu relato, após voltar para sua casa, enquanto estava dormindo, o
denunciado entrou na residência da vítima por volta da 5:00h, e supostamente, passou a
agredi-la com puxões de cabelo, batendo sua cabeça contra a cama e pressionando a
mão contra seu rosto, causando lesões que constam no laudo pericial de fls. 10.
Rua Municipalidade, nº 985, Ed. Mirai Offices, sala 1508, bairro Umarizal, Belém - Pará, CEP.: 66050-350.
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Nos termos do artigo 396 do Código de Processo Penal, o denunciado foi intimado para,
no prazo de 10 (dez) dias, apresentar sua Resposta à Acusação, o que vem fazer,
tempestivamente, pelos motivos de fato e direito a seguir delineados.
02 - PRELIMINARMENTE
Conforme consta nos autos do processo não há nenhum registro que desabone a ilibada
conduta do Denunciado.
Isto é, o acusado jamais respondeu a processos criminais ou teve seu nome ligado a
inquéritos policiais.
Assim sendo, de posse das informações exaradas dos autos, conclui-se que o
Denunciado é uma pessoa idônea.
Excelência, conforme podemos observar, a denúncia tem sua base formada apenas pelo
depoimento da vítima, que de fato, foi à única pessoa que presenciou o acontecimento.
A prova (neste caso, o depoimento da vítima), tem por finalidade o convencimento do
Juiz, que é o seu destinatário, de que uma pessoa cometeu ou não um ato delituoso.
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O que podemos ver no caso em tela, é que, apenas o depoimento da vítima embasa a
pretensão condenatória, o que se mostra completamente incabível num país que tem
como princípio constitucional fundamental a dignidade da pessoa humana.
Claro se mostra Excelência, que toda a situação fática teria ocorrido no interior da
residência da vítima, não restando sequer uma testemunha idônea que tenha presenciado
toda a suposta ação delituosa praticada pelo ora acusado. A denúncia do Ministério
Público se funda única e exclusivamente nos fatos narrados pela suposta vítima.
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A acusação tem de apontar sérios indícios para que a ação penal seja deflagrada. Tal
exigência encontra fundamento de validade na Constituição da República, nos
princípios de tutela da dignidade da pessoa, que se projeta no processo penal de modo a
que só ação penal com justa causa, isto é, com indícios mínimos da viabilidade do
pedido de condenação, possa deflagrar processo regular.
É o fumus commissi delicti (fumaça da prática do delito) para o exercício da ação penal.
Como a instauração do processo já atenta contra o status dignitatis do demandado, não
se pode permitir que a ação seja uma aventura irresponsável, lançando-se no polo
passivo, sem nenhum critério, qualquer pessoa. Nos dizeres de Afrânio Silva Jardim,
"torna-se necessário ao regular exercício da ação penal a demonstração, prima focie, de
que a acusação não é temerária ou leviana, por isso que lastreada em um mínimo de
prova. Este suporte probatório mínimo se relaciona com os indícios de autoria,
existência material de uma conduta típica e alguma prova de sua antijuridicidade e
culpabilidade”. (TAVORA, Nestor. Curso de Direito Processual Penal, 8ª Edição,
Editora Jus Podivm, Bahia, 2013).
3 – DO MÉRITO
A peça acusatória traz grave omissão quanto à descrição dos acontecimentos. E essa
lacuna, por si só, é capaz de colocar por terra toda pretensão condenatória.
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Nesse contexto, tendo-se em conta que o Réu agiu almejando se defender da agressão
em liça e, mais, utilizando-se moderadamente dos meios (empurrão), necessário se faz
aplicar a excludente da ilicitude da legítima defesa.
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Ausente, ou não provado a conduta dolosa na ação (animus laedendi), o crime de lesão
corporal, em qualquer das modalidades, (gravíssimo, grave e leve) será desclassificado
para a forma culposa, descrita no § 6º do art. 129 do Código Penal, sendo essa
modalidade a menos grave. Segue julgado:
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Nos casos em que não forem suficientes as provas para o convencimento do magistrado,
deverá ele absolver o acusado (a) nos termos do artigo 386 do CPP.
04 - DOS PEDIDOS
a) a REJEIÇÃO TARDIA da denúncia, por faltar justa causa para o exercício da ação
penal, conforme manda o artigo 395, inciso III do Código de Processo Penal.
c) Caso não seja este o entendimento deste Douto Juiz, a absolvição ainda é medida que
se impõe conforme o artigo 386, inciso VI, do Código de Processo Penal e assim
aplicado o princípio do “in dubio pro reo”.
e) Por fim, requer, desde logo, que sejam intimadas e inquiridas às testemunhas
arroladas pelo o membro do Ministério Público.
Termos em que,
Pede Deferimento
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