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2 – NEOKANTISMO: nesta teoria, a base ainda continua sendo a conduta, porém esta já
é não mais é entendida apenas objetivamente, apenas como um ato voluntário, começa-
se a ver a tipicidade como algo valorativamente negativo para o legislador.
Entretanto, ainda existiam problemas sem solução, como por exemplo aquele que
coagido comete um ilícito (falsifica a assinatura em um documento sob a ameaça de um
revólver na cabeça).
Na culpabilidade a imputabilidade passou a ser elemento; o dolo e culpa continuaram
como elementos; incluiu-se a exigibilidade de conduta diversa (Frank); a culpabilidade
passou a ser psicológica normativa, juízo de reprovação jurídica do ato que recai sobre o
autor, sendo-lhe exigível atuação de outra forma.
O dolo foi entendido como: normativo composto de: vontade, representação e consciência
da ilicitude.
Teoria Psicológica-
normativa
CRIME
Teoria Normativa
pura
CRIME
CONDUTA DOLOSA
Dolo direto: quando o agente quer cometer a conduta descrita no tipo penal.
Dolo geral: fala-se em dolo geral quando o agente acredita ter realizado o seu objetivo,
mas este somente ocorre por meio de uma ação posterior. (quando acreditando ter
matado A, o joga do abismo, vindo ele a falecer em virtude da queda).
CONDUTA CULPOSA
Quando o agente, mesmo sem querer o resultado acaba por produzi-lo, agindo
de forma imprudente, imperita ou negligente.
Sublinha-se que para que haja um crime culposo deve haver expressa previsão
legal.
Ademais, sua caracterização dependerá da verificação das seguintes
hipóteses:
a) Conduta humana;
b) Inobservância de um dever objetivo de cuidado (imprudência, imperícia e
negligência);
c) Resultado lesivo não querido, tampouco assumido pelo agente;
d) Nexo causal entre a conduta e o resultado;
e) Previsibilidade; e
f) Tipicidade.
Imperícia: esta se relaciona ao ofício, o sujeito não está naquele momento apto ao
exercício de um determinado ofício. Ex. médico sem formação em cirurgia plástica e a
realiza.
Diferença entre culpa consciente e inconsciente:
Por fim, duas observações devem ser feitas, primeira: não há em direito penisal
compensação e concorrências de culpas, assim, se duas pessoas agem de forma culposa
uma com a outra, ambas responderão por suas condutas.
Segunda: não se pode cogitar em presunção de culpa. Por ser o tipo penal
para o crime culposo considerado aberto, isto é, não descreve a conduta, o juiz deve, na
análise do caso concreto, valorar a conduta do agente para verificar se agiu com culpa ou
não.
Em conclusão, vale ressaltar que, não há que se falar em tentativa nos crimes
culposos.
AUSÊNCIA DE CONDUTA
a) Força irresistível;
b) Movimentos reflexos; e
c) Estados de inconsciência.
Cumpre observar quando aos movimentos reflexos que se houver por parte do
agente previsibilidade haverá responsabilidade penal.
CONDUTA COMISSIVA/OMISSIVA
Crimes omissivos
Omissivos próprios: quando a lei determina uma determinada conduta e o agente deixa
de praticá-la. Não há necessidade de nenhum resultado naturalístico. Ex. arts. 135 -
Omissão de socorro; 244 – abandono de incapz.
Obs: nesses crimes não há prévia descrição típica, cabe ao julgador fazer um juízo de
adequação verificando a posição de garantidor do agente, e se efetivamente podia ele
naquela circunstância realmente agir.
Nexo causal
Ex. Manoel, saiu de sua casa, comprou uma arma, passou no bar, lá bebeu uma birita e
após dirigiu-se a casa de seu desafeto onde efetuou 3 disparos contra ele, levando-o a
morte.
Se suprimirmos a ação de Manoel ir ao bar tomar uma birita, ela seria relevante a
ocorrência do resultado, ou seja, sem essa ação o resultado não ocorreria? A resposta é
negativa, essa ação de Manoel é irrelevante. Entretanto, a ação de comprar uma arma é
relevante, se não houvesse comprado o resultado não ocorreria, ao menos da maneira
como aconteceu, disparos de arma de fogo.
Não obstante, essa teoria levaria a uma cadeia infinita de “culpados”, pois se não
houvesse o vendedor da arma, o crime não ocorreria, bem como, se a mãe e o pai do
vendedor da arma não existissem o vendedor também não existiria... e assim por diante.
Dessa forma, limitamos a teoria até o momento de quem não teve mais dolo ou culpa pela
produção do resultado.
EX: Maria, por volta das 20 h, serve, insidiosamente, veneno para João, seu marido. Uma
hora depois, João é atingido por um disparo efetuado por Antônio, seu desafeto.
Socorrido, a vítima morre na madrugada do dia seguinte em razão dos efeitos do veneno.
Neste caso, a pessoa que envenenou responde pelo homicídio consumado, já o atirador,
não foi causa do resultado. Eliminando seu comportamento, a vítima morreria
envenenada do mesmo modo. Deve então responder por tentativa de homicídio.
EX: Maria, por volta das 20h, serve, insidiosamente, veneno para seu marido. Na mesma
hora, coincidentemente, a vítima é alvo de um disparo efetuado por Antônio, seu desafeto,
vindo a morrer. Antônio responde por homicídio consumado. A esposa, que ministrou o
veneno, responde por tentativa de homicídio. É que, eliminando seu comportamento, a
morte de João ocorreria como ocorreu.
Ex: Maria, por volta das 20h, serve, insidiosamente, veneno para seu marido João. Antes
mesmo do veneno fazer efeito, cai um lustre na cabeça de João, que descansava na sala,
causando sua morte por traumatismo craniano. Maria responde por tentativa de
homicídio, pois, eliminando seu comportamento do processo causal, a morte de João
ocorreria do mesmo modo.
O que podemos observar então nas concausas absolutamente independente: não importa
a espécie (preexistente, concomitante ou superveniente) o comportamento paralelo será
sempre punido de forma tentada.
EX: João, portador de hemofilia, é vítima de um golpe de faca executado por Antônio. O
ataque efetuado para matar, isoladamente considerado, em razão da sede e da natureza
da lesão, não geraria a mote da vítima que, entretanto, tendo dificuldade de estancar o
sangue dos ferimentos, acaba morrendo. Antônio, responsável pelo ataque (com intenção
de matar), responderá por homicídio consumado, pois eliminando seu comportamento do
processo causal, João não morreria.
EX: Antônio, com intenção de matar, atira em João, mas não atinge o alvo. A vítima,
entretanto, assustada, tem um colapso cardíaco e morre. Antônio responderá por
homicídio consumado, pois, se não tivesse atirado, a vítima não sofreria a violenta
perturbação emocional que gerou o colapso cardíaco.
C) Supervenientes: a causa efetiva acontece após a causa concorrente. Está previsto no
artigo 13 p.1º. CP que anuncia a causalidade adequada. O que importa aqui é se há nexo
normal atrelando o atuar do agente, como causa, ao resultado, como efeito.
EX: João é vítima de um disparo de arma de fogo efetuado por Antônio, que age com
intenção de matar. Levado ao hospital, João morre em decorrência de erro médico
durante a cirurgia. O atirador (que tinha a intenção de matar) responderá por homicídio
consumado. O médico, conforme o caso, homicídio culposo.
EX: Antônio, com vontade de matar, desfere um tiro em João, que segue em uma
ambulância até o hospital. Quando está convalescendo, todavia, o nosocômio pega fogo,
matando o paciente queimado. Antônio responderá por tentativa, estando o incêndio no
hospital fora da linha de desdobramento causal de um tiro e, portando imprevisível.
Tipicidade