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- Infração Penal: Crimes = Delitos (preceito secundário, via de regra, aplica pena de
reclusão / detenção, cumulados ou não, alternados ou não com multa); Contravenções
Penais (preceito secundário aplica prisão simples ou multa cominada isoladamente).
Exceção: art. 28 da Lei 11.343/06 – STF considera crime.
- Conceito Material de crime: ocorre crime quando há lesão a algum bem jurídico
tutelado pelo Direito Penal (conceito insuficiente e superado)
2. FATO TÍPICO:
- Teorias da Ação:
Defeitos Principais:
x – O deixar de mover o corpo, quando se deveria fazê-lo,
induvidosamente, pode provocar a intervenção do direito penal.
Portanto, os comportamentos omissivos devem ser vistos como
condutas relevantes. A teoria causal da ação não os explica
adequadamente, pois ela vincula a conduta penalmente relevante à
ocorrência de algum “movimento corporal”;
x – Atrelar a ocorrência de conduta à modificação do mundo
exterior gera impossibilidade da ocorrência de fato punível em relação
àquelas situações cujo resultado é meramente jurídico = criação de
perigo, bens jurídicos como sofrimento moral, violação à dignidade,
honra... ficam prejudicados;
x – A ideia fundamental do modelo clássico é tornar a análise do
fato típico e antijurídico, ao máximo, objetiva. Assim, os elementos do
crime que precisem de análise subjetiva (consciência e vontade...) ficam
ao cargo da culpabilidade. Ex.: dolo e culpa são estudados no âmbito da
culpabilidade.
iii. Modelo Finalista: Hans Welzel (Ler - O Novo Sistema Jurídico Penal)
- Anos 50 – Século XX
Destaque para o Funcionalismo Penal, trabalhado por Claus Roxin, que também interfere
diretamente no conceito de Ação.
x – Sonambulismo;
x – Ataques epilépticos;
x – Atos reflexos;
x – Hipnose;
Cuidado: teses como a da teoria da ação livre na origem ("actio libera in causa")
e teoria da cegueira deliberada, se trabalhadas num grau muito alto, rompem a
noção de responsabilidade penal subjetiva. Flertam com a responsabilidade
penal objetiva, que viola o princípio da culpabilidade.
Neurociência aplicada ao direito penal – será que, de fato, as escolhas do ser humano são livres
e tão racionais como imaginamos? – Algumas conclusões da neurociência dizem que não. Isso
interferiria diretamente em toda a forma como a gente estuda conduta e culpa (pelo menos).
b) Tipo Penal:
- Classificação:
x. Tipicidade Formal:
x. Tipicidade Material:
Existência de relevância / significância da lesão ou perigo de lesão
causada ao bem jurídico protegido. Se a lesão for irrelevante / insignificante, não
haverá tipicidade material.
Desvalor do resultado.
A G .REG. NO HABEAS CORPUS 115.850 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. LUIZ FUX AGTE.( S )
: FERNANDO FERREIRA PROC.( A / S)(ES ) : DEFENSOR PÚBLICO -GERAL FEDERAL AGDO.( A /
S ) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA EMENTA : PENAL E PROCESSUAL PENAL. AGRAVO
REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. HC SUBSTITUTIVO DE RECURSO ORDINÁRIO
CONSTITUCIONAL. COMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PARA JULGAR HABEAS
CORPUS: CF. ART. 102, I, “D” E “I”. ROL TAXATIVO. MATÉRIA DE DIREITO ESTRITO.
INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA: PARADOXO. ORGANICIDADE DO DIREITO. FURTO (ART. 155,
CAPUT, DO CP). REINCIDÊNCIA NA PRÁTICA CRIMINOSA. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA.
INAPLICABILIDADE. FURTO FAMÉLICO. ESTADO DE NECESSIDADE X INEXIGIBILIDADE DE
CONDUTA DIVERSA. AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS A QUE SE NEGA
PROVIMENTO. 1. O princípio da insignificância incide quando presentes, cumulativamente,
as seguintes condições objetivas: (a) mínima ofensividade da conduta do agente, (b)
nenhuma periculosidade social da ação, (c) grau reduzido de reprovabilidade do
comportamento, e (d) inexpressividade da lesão jurídica provocada. 2. A aplicação do
princípio da insignificância deve, contudo, ser precedida de criteriosa análise de cada caso,
a fim de evitar que sua adoção indiscriminada constitua verdadeiro incentivo à prática de
pequenos delitos patrimoniais. 3. O valor da res furtiva não pode ser o único parâmetro a
ser avaliado, devendo ser analisadas as circunstâncias do fato para decidir-se sobre seu
efetivo enquadramento na hipótese de crime de bagatela, bem assim o reflexo da conduta
no âmbito da sociedade. 4. In casu, o paciente foi condenado pela prática do crime de furto
(art. 155, caput, do Código Penal) por ter subtraído 4 (quatro) galinhas caipiras, avaliadas
em R$ 40,00 (quarenta reais). As instâncias precedentes deixaram de aplicar o princípio da
insignificância em razão de ser o paciente contumaz na prática do crime de furto. 5. Trata-
se de condenado reincidente na prática de delitos contra o patrimônio. Destarte, o
reconhecimento da atipicidade da conduta do recorrente, pela adoção do princípio da
insignificância, poderia, por via transversa, imprimir nas consciências a ideia de estar sendo
avalizada a prática de delitos e de desvios de conduta. 6. O furto famélico subsiste com o
princípio da insignificância, posto não integrarem binômio inseparável. É possível que o
reincidente cometa o delito famélico que induz ao tratamento penal benéfico. 7. In casu, o
paciente é conhecido - consta na denúncia - por “Fernando Gatuno”, alcunha sugestiva de
que se dedica à prática de crimes contra o patrimônio; aliás, conforme comprovado por sua
extensa ficha criminal, sendo certo que a quantidade de galinhas furtadas (quatro), é apta a
indicar que o fim visado pode não ser somente o de saciar a fome à falta de outro meio para
conseguir alimentos. 8. Agravo regimental em habeas corpus a que se nega provimento.
Observações:
i. não basta analisar o valor da coisa subtraída – a insignificância precisa
ser verificada em relação ao impacto da conduta no bem jurídico. De
acordo com os critérios do STF, perigosidade social e ausência de
reiteração no mesmo delito, são dados também essenciais à aplicação
do princípio.
ii. Insignificância = Crime de Bagatela não é a mesma coisa que “furto
famélico”. Por que? O primeiro exclui a tipicidade material e, portanto,
o fato típico, ao passo em que o segundo exclui da ilicitude, uma vez que
configura situação de estado de necessidade.
x. Tipicidade Conglobante:
- Tipo Doloso:
x. Espécies de Dolo:
x. Espécies de Culpa:
Culpa Imprópria:
x. Modalidades de Culpa:
Imprudência:
Negligência:
Imperícia:
f) Relação de Causalidade:
Algumas conclusões:
3. ILICITUDE / ANTIJURIDICIDADE:
O fato é ilícito se não estiver presente alguma causa de justificação / causa excludente
da ilicitude. Quais são as causas de justificação?
a) Estado de Necessidade
- Não pode ser possível / razoável exigir do agente que, ao invés de provocar aquele
resultado danoso, tivesse provocado um resultado menos grave
- Pode ser usado em favor de terceiro – nesse caso, a doutrina majoritária tem
entendido que nesses casos, o bem jurídico protegido seja indisponível
b) Legítima Defesa:
- Injusta agressão: não se trata, pois, de um confronto entre bens jurídicos que
mereçam legítima proteção legal
- É possível agir para defender outra pessoa, mesmo em situações de bens jurídicos
disponíveis
Dever - Poder
e) Consentimento do Ofendido:
Causa extralegal.
Cuidado: os crimes que tem o dissenso como elemento do tipo penal (ex.:
constranger....), quando da ocorrência do consentimento do ofendido, haverá a
exclusão da própria tipicidade formal, antes mesmo de se falar em exclusão da
ilicitude.