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LEI N. 11.

343/06
Lei de Entorpecentes

LEI DE ENTORPECENTES

A majorante tem relação com locais nos quais há um maior interesse do legislador em pro-
teger os indivíduos, como locais em que há um maior fluxo de pessoas.

16. Majorantes (art. 40)

III – a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos prisio-
nais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recrea-
tivas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem
espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes de
drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em transportes públicos;

• STJ (Informativo 622): “(...) é desnecessária a efetiva comprovação de que a mercancia


tinha por objetivo atingir os estudantes, sendo suficiente que a prática ilícita tenha
ocorrido em locais próximos, ou seja, nas imediações de tais estabelecimentos, diante
da exposição de pessoas ao risco inerente à atividade criminosa da narcotraficância”.
(...) Não incide a causa de aumento de pena se a prática de narcotraficância ocorrer
em dia e horário em que não facilite a prática criminosa e a disseminação de drogas em
área de maior aglomeração de pessoas. Exemplo: se o tráfico de drogas é praticado no
domingo de madrugada, dia e horário em que o estabelecimento de ensino não estava
funcionando, não deve incidir a majorante.
• Caderno 131, STJ – Tese 41: A incidência da majorante prevista no art. 40, inciso III,
da Lei n. 11.343/2006 deve ser excepcionalmente afastada na hipótese de não existir
nenhuma indicação de que houve o aproveitamento da aglomeração de pessoas ou a
exposição dos frequentadores do local para a disseminação de drogas, verificando-se,
caso a caso, as condições de dia, local e horário da prática do delito.

Exemplo: um estádio de futebol, em Brasília – que já é pouco utilizado –, na pandemia


não há fluxo de pessoas, pois está fechado. Nessa situação, não incidirá a majorante.

• Estabelecimentos prisionais – qualquer pessoa, interno ou não. Basta ser nas


imediações, não é necessário ter como destinatários os frequentadores desses locais
(STF, HC 138944/SC).

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Obs.: Não é necessário que se comprove que essa droga se destina aos presos, basta que
este tráfico seja praticado nas imediações do estabelecimento prisional.
5m

• Informativo 659, STJ: se o agente comanda o tráfico de drogas de dentro do presídio,


deverá incidir a causa de aumento de pena do art. 40, III, da Lei n. 11.343/2006, mesmo
que os efeitos destes atos tenham se manifestado a quilômetros de distância. Não
é necessário que a droga passe por dentro do presídio para que incida a majorante
prevista no art. 40, III, da Lei n. 11.343/2006. Esse dispositivo não faz a exigência de
que as drogas efetivamente passem por dentro dos locais que se busca dar maior
proteção, mas apenas que o cometimento dos crimes tenha ocorrido em seu interior.
STJ. 5ª Turma. HC 440888-MS, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 15/10/2019.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
13. O sujeito que, de dentro de unidade prisional, organiza a dinâmica de grupo e comanda o
tráfico de drogas, dando ordens para que seus comparsas, de fora do presídio, executem
a comercialização do entorpecente, responde pelo crime de tráfico de drogas, sendo
inaplicável a majorante do art. 40, III (infração cometida nas dependências ou imediações
de estabelecimentos prisionais), tendo em vista que a droga não passou por dentro
do presídio.

COMENTÁRIO
Basta que a atividade de tráfico de drogas se dê nas imediações do presídio.

• Transporte Público: se o agente leva a droga em transporte público, mas não a


comercializa dentro do meio de transporte, incidirá essa majorante? NÃO. A majorante
do art. 40, II, da Lei n. 11.343/2006 somente deve ser aplicada nos casos em que ficar
demonstrada a comercialização efetiva da droga em seu interior. STF - Informativo 749.
STJ - Informativo 543. Tese 42, Caderno de Teses 131.

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ATENÇÃO

Aqui, não se trata de pessoa que transporta droga dentro do transporte público, acondicionado
na mochila ou bagagem, e sim da pessoa que trafica dentro do transporte público.

DIRETO DO CONCURSO
14. (CESPE/2017/DPU/DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL) Segundo o entendimento do
STJ, em eventual condenação, o juiz sentenciante não poderá aplicar ao réu a causa
de aumento de pena relativa ao tráfico de entorpecentes em transporte público, se o
acusado tiver feito uso desse transporte apenas para conduzir, de forma oculta, droga
para comercialização em outro ambiente, diverso do transporte público.

COMENTÁRIO
Apenas o transporte da droga não configura tráfico.

VI – sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por qual-
quer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e determinação (como por
exemplo uma pessoa com deficiência mental);

Obs.: "Envolver" consiste em trazer a criança ou o adolescente para participar da prática


criminosa; "visar a atingir" significa ter a intenção de que a criança ou o adolescente
adquira a droga. É possivel que as duas práticas aconteçam simultaneamente.

• Especial em relação ao art. 244-B do ECA (corrupção de menores)


(não se aplica por ser um delito mais específico, que é o art. 33 com a majorante do
art. 40, VI).
• Agente que envolve menor e retribui com drogas – justifica o aumento acima do patamar
mínimo (STJ, HC 250.455-RJ).
10m

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• Informativo 576, STJ: A participação de menor pode ser considerada para configurar
o crime de associação para o tráfico (art. 35) e, ao mesmo tempo, como causa de
aumento de pena.

Ele pode responder pelo art. 33 cumulado com o art. 40, VI e, também, pelo art. 35
cumulado com o art. 40, VI, porque são delitos autônomos e, neste caso, as duas majorantes
podem ser recebidas e aplicadas.

• Informativo 576, STJ: A participação do menor pode ser aplicada tanto para agravar o
crime de tráfico de drogas (art. 33) quanto para agravar o de associação para o tráfico
(art. 35) praticados no mesmo contexto. Não há bis in idem porque são delitos diversos
e totalmente autônomos, com motivação e finalidades distintas.

VII – o agente financiar ou custear a prática do crime.

A pessoa não responderá pelo art. 36 com esse aumento de pena, porque este já está
dentro da estrutura do art. 36, que é o financiamento ou custeio, não sendo possível juntar o
art. 36 a essa majorante. Contudo, tal majorante pode ser aplicada em duas situações:
• Financiamento ou custeio eventual e
• Autofinanciamento ou auto custeio.

Obs.: Quando o sujeito eventualmente financia ou custeia o tráfico de outrem, ou quando ele
se auto financia, é possível a aplicação dessa majorante, conforme o art. 33.

DIRETO DO CONCURSO
15.(ADAPTADA/FCC/2019/MPE-MT/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) A
participação do menor não pode ser considerada para configurar o crime de associação
para o tráfico (art. 35) e, ao mesmo tempo, para agravar a pena como causa de aumento do
art. 40, VI, da Lei n. 11.343/2006.

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COMENTÁRIO
A participação do menor ser considerada para integrar o número mínimo da associação
para o tráfico e, ao mesmo tempo, será uma causa de aumento ao art. 35. Além disso, se
houver sujeito maior de idade, este responderá pelo art. 33, com a majorante do art. 40, VI,
e pelo art. 35, com a majorante do art. 40, VI.

GABARITO

13. E
14. C
15. E

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Diego Fontes.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.

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