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DIREITO PENAL IV – LEIS ESPECIAIS

LEI DE DROGAS – LEI 11343/06


Conteúdo
• Lei 11343, de 2006: Lei de Drogas
• O dispositivo legal institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas
sobre Drogas (Sisnad). Esse sistema estabelece as políticas públicas
para o enfrentamento da questão das substâncias de uso proscrito
(proibido) no Brasil. Entre elas estão a prevenção do uso indevido
dessas substâncias, além de estabelecer as bases da política de
assistência social aos dependentes químicos.
• Além disso, a Lei de Drogas define as políticas de repressão à
produção e ao tráfico ilícito de substâncias entorpecentes e também
os crimes relacionados a essas atividades.
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• A Lei de Drogas também foi influenciada pela Lei 13.964/19, também chamada de
“Pacote Anticrime”. Nesse sentido podemos destacar:
• Retirada da pena de privação de liberdade para crime de porte de drogas para consumo
próprio. Ao invés disso, devem ser implantadas medidas de advertência sobre os efeitos da
droga, serviços à comunidade e comparecimento à programas educativos em um prazo
máximo de 5 a 10 meses;
• Introdução no sistema processual penal da figura do agente de polícia disfarçado,
adicionando assim ao art. 33 como condição para o crime de reclusão de 5 (cinco) a 15
(quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-
multa: “venda ou entrega drogas ou matéria-prima, insumo ou produto químico destinado
à preparação de drogas, sem autorização ou em desacordo com a determinação legal ou
regulamentar, a agente policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios
razoáveis de conduta criminal preexistente.
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• Lei de Drogas: o que mudou com a Lei 14.322/2022?
• No dia 6 de abril de 2022 entrou em vigor a Lei 14.322/2022, que altera
essencialmente os artigos 60 e 61 da Lei 11343 de 2006. As principais modificações
dizem respeito à possibilidade de apreensão definitiva dos veículos utilizados para o
transporte de droga ilícita. Além disso, também indica que tais instrumentos ou
formas de transporte envolvidas, deverão ser ” imediatamente comunicadas pela
autoridade de polícia judiciária responsável pela investigação ao juízo competente.”

• A Lei 14.322/2022 especifica sobre a apreensão de: “veículos, embarcações,


aeronaves e quaisquer outros meios de transporte e dos maquinários, utensílios e
instrumentos envolvidos no transporte de drogas ilícitas”.
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• – Crimes dolosos e culposos previstos na Lei de Drogas


• De modo geral, a natureza da imensa maioria dos crimes previstos na Lei de
Drogas (Lei 11.343/06) é dolosa. Na lista de crimes dolosos temos, portanto:
• O uso ilegal ou posse de drogas, ainda que exclusivamente para uso pessoal;
• Praticar o tráfigo de drogas (importar, exportar, transportar, preparar, vender,
etc);
• Semear, cultivar ou fazer a colheita de substâncias que serão matéria-prima
para droga;
• Induzir, auxiliar ou mesmo intigar alguém ao uso de drogas;
• Oferecer drogas a pessoas de seu relacionamento, ainda que sem objetivo
de lucro;
• Associar-se com outros para o tráfico;
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• Art. 28 da Lei 11.343/06: do uso de drogas
• O artigo 28 da Lei de Drogas é um dos que mais discussões gerou, uma vez que ele trata do uso
de drogas – diferente do tráfego. O uso de drogas é caracterizado por algumas ações, como a
compra e o transporte, sempre com a finalidade de consumo pessoal. E, pelas suas penas, resta
claro que seria semelhante a contravenção penal, e não de crime propriamente. Na letra da lei:

• Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para
consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar será submetido às seguintes penas:

• I – advertência sobre os efeitos das drogas;


• II – prestação de serviços à comunidade;
• III – medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo
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• A conduta prevista no art.28 da Lei 11.343/06 é de competência dos
Juizados Especiais Criminais, incumbindo ao Ministério Público,
quando do oferecimento da proposta de transação penal, indicar a
pena ou penas que deverão ser impostas ao usuário. Diferentemente
do que ocorria na disciplina anterior, sob a dicção da lei 6368/76, na
ocorrência de descumprimento da transação, o ministério público
não oferecerá denúncia pelo porte, podendo, o juiz, realizar nova
censura verbal ou aplicar o pagamento de uma multa. É possível,
também, que o usuário obtenha nova proposta de transação penal,
ainda que já beneficiado há menos de 05(cinco) anos.
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• A outra discussão diz respeito a determinação do que caracteriza o porte para consumo pessoal. A própria Lei de
Drogas traz a seguinte determinação:

• Art. 28 […] § 2º Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à
quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias
sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente.

• A ausência de definição mais precisa levou a dezenas de pedidos de desclassificação (suplantação do


enquadramento por tráfico, pelo de porte para consumo pessoal). Ao fim e ao cabo, o STJ que mesmo uma ínfima
quantidade de droga não pode ser descaracterizadora de tipicidade:

• A quantidade ínfima da droga não desnatura o ilícito, o crime de uso de entorpecente é contra a saúde publica e a
porção mínima utilizada pelo agente é irrelevante para a configuração do delito. STJ – JSTJ 68/384
• VALE DESTACAR QUE ESTÁ EM ANDAMENTO NO STF DISCUSSÃO PARA DESCRIMINALIZAÇÃO DA MACONHA, BEM
COMO ANÁLISE DO QUANTITATIVO DE DROGA PARA AVALIAR SE SERIA TRÁFICO OU USO - Recurso Extraordinário
(RE) 635659
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• Art. 33 da Lei 11.343/06: do tráfico de drogas
• No artigo 33 da Lei de Drogas, encontra-se tipificado o crime popularmente conhecido como
tráfico de drogas. Atente-se para o fato de que são 18 os verbos utilizados para caracterizar
essa conduta criminosa. Conforme segue:

• Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à
venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar,
entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em
desacordo com determinação
• legal ou regulamentar:

• Pena – Reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil
e quinhentos) dias-multa (Brasil, 2006a).
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• CLASSIFICAÇÃO DO CRIME – ART.33
• NORMA PENAL EM BRANCO – ART.66 DA LEI E PORTARIA N
344 DA ANVISA
• SUJEITOS
• AÇÃO PENAL
• COMPETÊNCIA
• BEM JURÍDICO
DIREITO PENAL III
• O que é Tráfico Privilegiado?
• Tráfico privilegiado é uma modalidade específica do crime de tráfico de drogas, prevista no artigo 33, parágrafo 4º
, da Lei de Drogas (Lei nº 11.343/06). Essa modalidade permite a redução da pena para aqueles réus que atendem
a determinados requisitos legais.
• Requisitos do Tráfico Privilegiado
• Para um réu ser beneficiado com o tráfico privilegiado, ele deve cumprir os seguintes requisitos:
1. Ser réu primário: Isso significa que a pessoa não pode ter condenações anteriores por crimes, excluindo os
relacionados ao tráfico de drogas.
2. Ter bons antecedentes: Não ter um histórico criminal negativo é fundamental para essa concessão.
3. Não se dedicar a atividades criminosas: O réu não pode estar envolvido em outras atividades ilícitas além
do tráfico de drogas.
4. Não integrar organização criminosa: Deve ficar comprovado que o réu não faz parte de uma organização
criminosa voltada para o tráfico de drogas.
• Redução da Pena no Tráfico Privilegiado: caso o réu atenda a todos esses requisitos, sua pena pode ser
reduzida conforme o § 4º do artigo 33 da Lei de Drogas. Essa redução pode variar de um sexto (1/6) a dois terços
(2/3) da pena total.
• Natureza Não Hedionda: é importante destacar que, desde 2014, STF entende não seria hediondo

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