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UD III – LEGISLAÇÃO NACIONAL DE TUTELA DOS DH E DO

EMPREGO DA TROPA NA GLO E NAS AÇÕES SUBSIDIÁRIAS


As c.2 Aspectos mais relevantes dos direitos humanos na
Constituição Federal e na legislação infraconstitucional
2023
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OBJETIVOS

• Compreender os aspectos mais relevantes dos DH


presentes na CF/88 e na legislação infraconstitucional.
• Reconhecer condutas que afrontam os ditames
constitucionais e/ou tipificadas como crime em legislação
penal infraconstitucional
• Decidir, de forma mais eficiente e eficaz, pela ação
correspondente à previsão normativa que a regule e à
missão a ser cumprida

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SUMÁRIO c.2 (slides 32-70)

3 LEI Nº 11.343/2006 (LEI DE DROGAS)


3.1 Finalidade da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006
3.2 Atualização legislativa
3.3 Conceito de drogas (art. 1º, § ú, da Lei nº 11.343/06)
3.4 O crime de tráfico de drogas como delito equiparado a
hediondo
3.5 Principais artigos da Lei nº 11. 343/06

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SUMÁRIO c.2 (slides 32-70)

4 LEI Nº 13.260/2016 (LEI DO TERRORISMO)


4.1 Considerações Iniciais
4.2 O terrorismo como crime equiparado a hediondo (art. 5º,
inciso XLIII/CF c/c art. 2º, incisos I e II, da Lei nº 8.072/90)
4.3 Conceito de terrorismo
4.4 Organização terrorista
4.5 Preparação de terrorismo
4.6 Financiamento ao terrorismo (art. 6º, caput) e às
organizações terroristas (art. 6º, § único)
4.7 Competência para o processo e julgamento
4.8 Caso de terrorismo no Brasil

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3 LEI Nº 11.343/2006 (LEI DE DROGAS)

3.1 Finalidade da Lei nº 11.343, de 23 de


agosto de 2006
• Ementa: “Institui o Sistema Nacional de
Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad;
prescreve medidas para prevenção do uso
indevido, atenção e reinserção social de
usuários e dependentes de drogas;
estabelece normas para repressão à
produção não autorizada e ao tráfico ilícito
de drogas; define crimes e dá outras
providências.”

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3 LEI Nº 11.343/2006 (LEI DE DROGAS)

• Trouxe inovações no tratamento ao usuário de drogas


e ao traficante.
‒ Endureceu com o tráfico e despenalizou a
conduta do usuário, visando a educação deste
último
‒ Portar ou traficar drogas é crime
➢ Para tanto, o material encontrado com a
pessoa deve ser apreendido, não importando
a quantidade

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3 LEI Nº 11.343/2006 (LEI DE DROGAS)

3.2 Atualização legislativa


• A Lei de Drogas foi muito alterada pelos seguintes
diplomas normativos:
– Lei nº 13.840, de 5 de junho de 2019
➢ Alterou inúmeras normas legais para dispor sobre
o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre
Drogas e as condições de atenção aos usuários
ou dependentes de drogas e para tratar do
financiamento das políticas sobre drogas

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3 LEI Nº 11.343/2006 (LEI DE DROGAS)

– Lei nº 13.886, de 17 de outubro de 2019


➢ Alterou inúmeras normas legais para acelerar a
destinação de bens apreendidos ou sequestrados
que tenham vinculação com o tráfico ilícito de
drogas.
– Lei nº 13.964, de 24 de dezembro de 2019
(PACOTE ANTICRIME)
➢ Minirreforma na legislação penal e processual
penal no Brasil, com o fito de combater o crime
organizado, a criminalidade violenta e o incisivo
combate à corrupção

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3 LEI Nº 11.343/2006 (LEI DE DROGAS)


3.3 Conceito de drogas (art. 1º, § ú, da Lei nº 11.343/06)
• “Para fins desta Lei, consideram-se como drogas as
substâncias ou os produtos capazes de causar
dependência, assim especificados em lei ou
relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo
Poder Executivo da União.”
– Trata-se de uma norma penal em branco
(heterogênea)
– A Portaria nº 344/1998, da Secretaria de Vigilância
Sanitária, do Ministério da Saúde, ato normativo
mais importante que complementa a Lei de
Drogas, relaciona as substâncias e produtos
capazes de causar dependência, referidos no § 1º
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3 LEI Nº 11.343/2006 (LEI DE DROGAS)

3.4 O crime de tráfico de drogas como delito equiparado


a hediondo
• Art. 5º, XLIII/CF 88: “A lei considerará crimes inafiançáveis
e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles
respondendo os mandantes, os executores e os que,
podendo evitá-los, se omitirem;”
• Art. 2º da Lei 8.072/90: “Os crimes hediondos, a prática da
tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins
e o terrorismo são insuscetíveis de: [...].”

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3 LEI Nº 11.343/2006 (LEI DE DROGAS)

3.5 Principais artigos da Lei nº 11. 343/06


• “Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito,
transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal,
drogas sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar será submetido às
seguintes penas:
I - advertência sobre os efeitos das drogas;
II - prestação de serviços à comunidade;
III - medida educativa de comparecimento a programa ou
curso educativo.”

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3 LEI Nº 11.343/2006 (LEI DE DROGAS)


• Art. 48, § 2º: “Tratando-se da conduta prevista no art. 28
desta Lei, não se imporá prisão em flagrante, devendo o
autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo
competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de
a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e
providenciando-se as requisições dos exames e perícias
necessários.”
– Obs.: o agente que pratica a conduta do art. 28,
por se tratar de infração de menor potencial
ofensivo, não poderá ser preso em flagrante,
devendo ser conduzido à Delegacia de Polícia para a
lavratura do Termo Circunstanciado

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3 LEI Nº 11.343/2006 (LEI DE DROGAS)

• Tráfico de drogas
– Segundo a doutrina majoritária, somente o caput do
art. 33, os incisos I, II e III, do seu § 1º, e o art. 34
são considerados crimes de tráfico de drogas. Tal
observação é importante devido ao fato de que
somente o tráfico é considerado EQUIPARADO A
HEDIONDO, nos termos do art. 2º da Lei nº
8.072/1990

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3 LEI Nº 11.343/2006 (LEI DE DROGAS)

– “Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar,


produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda,
oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo,
guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou
fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem
autorização ou em desacordo com determinação legal
ou regulamentar:
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e
pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e
quinhentos) dias-multa.”

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3 LEI Nº 11.343/2006 (LEI DE DROGAS)

“§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:


I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire,
vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em
depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda
que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo
com determinação legal ou regulamentar, matéria-
prima, insumo ou produto químico destinado à
preparação de drogas;
II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização
ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar, de plantas que se constituam em
matéria-prima para a preparação de drogas;

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3 LEI Nº 11.343/2006 (LEI DE DROGAS)

III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que


tem a propriedade, posse, administração, guarda ou
vigilância, ou consente que outrem dele se utilize,
ainda que gratuitamente, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar,
para o tráfico ilícito de drogas.”

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3 LEI Nº 11.343/2006 (LEI DE DROGAS)

– A inclusão do inciso IV, do art. 33


➢ “IV - vende ou entrega drogas ou matéria-prima,
insumo ou produto químico destinado à
preparação de drogas, sem autorização ou em
desacordo com a determinação legal ou
regulamentar, a agente policial disfarçado,
quando presentes elementos probatórios
razoáveis de conduta criminal preexistente.”
➢ A inclusão desse inciso, promovida pela Lei nº
13.964/19, buscou evitar o reconhecimento do
chamado flagrante provocado

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3 LEI Nº 11.343/2006 (LEI DE DROGAS)

“Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer,


vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir,
guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente,
maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto
destinado à fabricação, preparação, produção ou
transformação de drogas, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e
pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois mil)
dias-multa.”

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3 LEI Nº 11.343/2006 (LEI DE DROGAS)

• Tipos penais autônomos


– “§ 2o Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso
indevido de droga:
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa
de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa.
§ 3o Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo
de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos
a consumirem:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e
pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e
quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas
previstas no art. 28.”
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3 LEI Nº 11.343/2006 (LEI DE DROGAS)

– § 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste


artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a
dois terços, vedada a conversão em penas
restritivas de direitos, desde que o agente seja
primário, de bons antecedentes, não se dedique às
atividades criminosas nem integre organização
criminosa. (Vide Resolução nº 5, de 2012)
➢ Obs.: a resolução do Senado Federal nº 5, de
2012, suspende a execução da expressão
"vedada a conversão em penas restritivas de
direitos"

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3 LEI Nº 11.343/2006 (LEI DE DROGAS)

• Causas de aumento de pena (incisos I a VII, do art. 40)


– “Art. 40. As penas previstas nos Arts. 33 a 37 desta
Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se:
I - a natureza, a procedência da substância ou do
produto apreendido e as circunstâncias do fato
evidenciarem a transnacionalidade do delito;
II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de
função pública [...];

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3 LEI Nº 11.343/2006 (LEI DE DROGAS)

III - a infração tiver sido cometida nas


dependências ou imediações de estabelecimentos
prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de
entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas,
esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho
coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou
diversões de qualquer natureza, de serviços de
tratamento de dependentes de drogas ou de
reinserção social, de unidades militares ou policiais
ou em transportes públicos;
[...].”

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4 LEI Nº 13.260/2016 (LEI DO TERRORISMO)

4.1 Considerações Iniciais


• O Terrorismo não é só um fenômeno global,
mas também uma realidade, na qual um único
indivíduo, um grupo ou até um Estado lesa o
direito à vida, à integridade ou à propriedade
de forma ameaçadora ou violenta com o intuito
de causar pânico ou terror, por motivações
políticas, religiosas ou ideológicas
– Exemplo:
➢ atentados terroristas contra o World
Trade Center em 11 de setembro de
2001, nos EUA

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4 LEI Nº 13.260/2016 (LEI DO TERRORISMO)

• A promulgação desta lei veio para regulamentar o disposto


no inciso XLIII do art. 5º da CF.
– O inciso foi o último mandado de criminalização a ser
concretizado pelo legislador ordinário, atinente ao
crime de terrorismo, pois tratava-se de norma de
eficácia limitada que só foi regulamentado em 17
MAR 2016, com a entrada em vigor da Lei nº
13.260/16, portanto, após vinte e oito anos da
promulgação da Constituição

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4 LEI Nº 13.260/2016 (LEI DO TERRORISMO)

– Vale lembrar que no ano de 2016 o Brasil estava na


iminência de sediar os Jogos Olímpicos e havia
um temor de que a maior festa do esporte mundial
fosse utilizada como palco para algum atentado
terrorista, como o ocorrido nos Jogos de
Munique/1972
– O País estava sendo pressionado em âmbito
internacional, bem como pelo próprio Comitê
Olímpico Internacional (COI) para que fosse
aprovada a nova legislação criminalizando o
terrorismo no Brasil, sob pena de não participação
de diversas delegações estrangeiras nas Olimpíadas
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4 LEI Nº 13.260/2016 (LEI DO TERRORISMO)

4.2 O terrorismo como crime equiparado a hediondo


(art. 5º, inciso XLIII/CF c/c art. 2º, incisos I e II, da Lei nº
8.072/90)
• Art. 5º, inciso XLIII/CF:
– “A lei considerará inafiançáveis e insuscetíveis de
graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito
de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os
definidos como crimes hediondos, por eles
respondendo os mandantes, os executores e os que,
podendo evitá-los, se omitirem.”

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4 LEI Nº 13.260/2016 (LEI DO TERRORISMO)

• O art. 2º, incisos I e II, da Lei nº 8.072/90:


– “Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico
ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo
são insuscetíveis de:
I - anistia, graça e indulto;
II - fiança.”

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4 LEI Nº 13.260/2016 (LEI DO TERRORISMO)


4.3 Conceito de terrorismo
• “Art. 2º - O terrorismo consiste na prática por um ou mais
indivíduos dos atos previstos neste artigo, por razões de
xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor,
etnia e religião, quando cometidos com a finalidade de
provocar terror social ou generalizado, expondo a perigo
pessoa, patrimônio, a paz pública ou a incolumidade
pública.”
– Xenofobia: do grego: xénos (estrangeiro) e phóbos
(medo). Trata-se de uma espécie de preconceito
caracterizado pela aversão, hostilidade, repúdio
ou ódio aos estrangeiros, que pode estar
fundamentado em diversos fatores históricos,
culturais, religiosos, dentre outros
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4 LEI Nº 13.260/2016 (LEI DO TERRORISMO)

• O parágrafo 1º deste artigo informa quais são os atos


de terrorismo, bem como a pena imputada
– “§ 1o São atos de terrorismo:
I - usar ou ameaçar usar, transportar, guardar, portar
ou trazer consigo explosivos, gases tóxicos, venenos,
conteúdos biológicos, químicos, nucleares ou outros
meios capazes de causar danos ou promover
destruição em massa;
II – (VETADO);
III - (VETADO);

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4 LEI Nº 13.260/2016 (LEI DO TERRORISMO)

IV - sabotar o funcionamento ou apoderar-se, com


violência, grave ameaça a pessoa ou servindo-se de
mecanismos cibernéticos, do controle total ou parcial,
ainda que de modo temporário, de meio de
comunicação ou de transporte, de portos, aeroportos,
estações ferroviárias ou rodoviárias, hospitais, casas
de saúde, escolas, estádios esportivos, instalações
públicas ou locais onde funcionem serviços públicos
essenciais, instalações de geração ou transmissão de
energia, instalações militares, instalações de
exploração, refino e processamento de petróleo e gás
e instituições bancárias e sua rede de atendimento;

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4 LEI Nº 13.260/2016 (LEI DO TERRORISMO)

V - atentar contra a vida ou a integridade física de


pessoa:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos, além das
sanções correspondentes à ameaça ou à violência.”

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4.4 Organização terrorista


• “Art. 3º Promover, constituir, integrar ou prestar auxílio,
pessoalmente ou por interposta pessoa, a organização
terrorista:
Pena - reclusão, de cinco a oito anos, e multa.”
– Embora o art. 3º da Lei nº 13.260/16 não tenha
fornecido o nomen iuris do crime, a doutrina o tem
denominado de organização terrorista

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4 LEI Nº 13.260/2016 (LEI DO TERRORISMO)

– A doutrina tem se manifestado no sentido da


utilização do conceito de organização criminosa,
previsto no art. 1º, § 1º da Lei nº 12.850/13
➢ “§ 1º Considera-se organização criminosa a
associação de 4 (quatro) ou mais pessoas
estruturalmente ordenada e caracterizada pela
divisão de tarefas, ainda que informalmente,
com objetivo de obter, direta ou indiretamente,
vantagem de qualquer natureza, mediante a
prática de infrações penais cujas penas
máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou
que sejam de caráter transnacional.

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4.5 Preparação de terrorismo


• “Art. 5º Realizar atos preparatórios de terrorismo com o
propósito inequívoco de consumar tal delito:
Pena - a correspondente ao delito consumado, diminuída
de um quarto até a metade.”
– Levando-se em consideração os efeitos devastadores
de todo e qualquer atentado terrorista, o legislador
optou por antecipar a intervenção do Direito Penal
de modo a abranger a realização de meros atos
preparatórios de terrorismo

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4.6 Financiamento ao terrorismo (art. 6º, caput) e às


organizações terroristas (art. 6º, § único)
• “Art. 6º Receber, prover, oferecer, obter, guardar, manter
em depósito, solicitar, investir, de qualquer modo, direta ou
indiretamente, recursos, ativos, bens, direitos, valores ou
serviços de qualquer natureza, para o planejamento, a
preparação ou a execução dos crimes previstos nesta Lei:
Pena - reclusão, de quinze a trinta anos.”

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• “Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem oferecer


ou receber, obtiver, guardar, mantiver em depósito,
solicitar, investir ou de qualquer modo contribuir para a
obtenção de ativo, bem ou recurso financeiro, com a
finalidade de financiar, total ou parcialmente, pessoa, grupo
de pessoas, associação, entidade, organização criminosa
que tenha como atividade principal ou secundária, mesmo
em caráter eventual, a prática dos crimes previstos nesta
Lei.”

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– Ao prever como delito autônomo a atividade de


financiar ou custear o terrorismo e as
organizações terroristas, a Lei nº 13.260/16
objetivou punir o agente que não tem participação
direta na execução do terrorismo ou em organizações
terroristas, limitando-se a fornecer dinheiro ou bens
para subsidiar o planejamento, a preparação ou a
execução dos crimes previstos na Lei de Terrorismo

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4.7 Competência para o processo e julgamento


• “Art. 11. Para todos os efeitos legais, considera-se que os
crimes previstos nesta Lei são praticados contra o
interesse da União, cabendo à Polícia Federal a
investigação criminal, em sede de inquérito policial, e à
Justiça Federal o seu processamento e julgamento, nos
termos do inciso IV do art. 109 da Constituição Federal.”

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4.8 Caso de terrorismo no Brasil


• Em 4 MAIO 17 houve a condenação de 8 brasileiros pela
Justiça Federal do Paraná. Os acusados foram
condenados pelos crimes de promoção de organização
terrorista e associação criminosa, previstos,
respectivamente, no art. 3º da Lei do Terrorismo e no art.
288 do Código Penal

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4 LEI Nº 13.260/2016 (LEI DO TERRORISMO)

• A Polícia Federal apurou que os réus utilizavam as redes


sociais e aplicativos de celular para fazer apologia ao
Estado Islâmico e, além disso, planejavam atentados
no Brasil durante as Olimpíadas. Em julho de 2018 O
TRF/4, com sede em Porto Alegre, confirmou as penas dos
acusados, que já tinham recebido entre 5 e 15 anos de
prisão, em primeira instância

Seção Ensino B 40
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ÉTICA
PROFISSIONAL
MILITAR
CONCLUSÃO

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