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SUMÁRIO
LEI DE DROGAS (11.343/2006) .......................................................................................................................... 2
CONSIDERAÇÕES GERAIS ............................................................................................................................... 2
SEMANA NACIONAL DE POLÍTICA SOBRE DROGAS ....................................................................................... 2
CONCEITO DE DROGAS .................................................................................................................................. 2
DOS CRIMES E DAS PENAS ............................................................................................................................. 4
PORTE OU POSSE DE DROGAS PARA CONSUMO PESSOAL (ART. 28)........................................................ 4
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 6
GABARITO .................................................................................................................................................... 10
CONCEITO DE DROGAS
Como mencionado, a Lei de Drogas não trouxe a definição exata do que se trata o termo
“DROGA”, tanto assim que fez constar em seu artigo 1º, parágrafo único:
Art. 1º: (...)
Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se como drogas
as substâncias ou os produtos capazes de causar dependência,
assim especificados em lei ou relacionados em listas
atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da União.
E, em conjugação com o referido parágrafo único, também merece destaque a lição do
art. 66 da Lei de Drogas:
Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo único do art. 1º desta Lei,
até que seja atualizada a terminologia da lista mencionada no
preceito, denominam-se drogas substâncias entorpecentes,
psicotrópicas, precursoras e outras sob controle especial, da
Portaria SVS/MS nº 344, de 12 de maio de 1998.
Constata-se, portanto, que definição de Drogas encontra definição em uma Portaria
editada pela Secretaria de Vigilância Sanitária, vinculada ao Ministério da Saúde.
COMENTÁRIO IMPORTANTE:
A opção do legislador foi de editar uma NORMA PENAL EM BRANCO (ou
também chamada de PRIMARIAMENTE REMETIDA) – que é aquela que depende de
complemento normativo (no preceito primário da norma – em que consta a
descrição da conduta), extraída da própria Lei ou através de outro órgão normativo.
Esta opção se deu em razão de que alterar uma lista de responsabilidade do
Poder Executivo mostra-se menos burocrático do que se fosse necessário passar
por todo o processo legislativo.
LEI PENAL EM BRANCO – CLASSIFICAÇÕES:
A doutrina classifica a norma penal em Branco em duas categorias:
Homogêneas e Heterogêneas.
a) Homogêneas/Homólogas/Sentido Amplo/Imprópria: São aquelas
em que o COMPLEMENTO NORMATIVO DERIVA DA MESMA FONTE LEGISLATIVA.
Exemplo: Art. 338 do Código Penal, que disciplina o crime de reingresso de
estrangeiro expulso do território nacional. Referido artigo encontra complemento no
próprio Código Penal, em seu artigo 5º, em que temos a disposição daquilo que se
entende por território nacional.
Ainda, importante recordar que a doutrina classifica a Norma Penal em Branco
Homogênea em outras duas classificações:
a.1) Norma Penal em Branco Homogênea Homovitelina: a norma
complementar é do mesmo ramo do direito e de dentro do mesmo caderno que a
principal, ou seja, um dispositivo do código penal será complementado por outro
dispositivo que também pertença ao código penal (ex.: art. 338, que é
complementado pelo art. 5, §1º, CP).
a.2) Norma Penal em Branco Homogênea Heterovitelina: tem sua
norma complementar oriunda de outro ramo do direito, por exemplo, o art. 237 do
CP, que possui complemento normativo no art. 1521 do Código Civil.
Perceba, nesta hipótese, que a FONTE NORMATIVA das normas (principal e a
complementadora) são LEIS, expedidas pelo poder legislativo, porém, se
encontram em livros (leis) distintas. A norma principal, no Código Penal, e a norma
complementadora no Código Civil.
Aqui também não pode ficar esquecida a grande discussão acerca da natureza jurídica
da infração penal em comento. Isso porque não conseguimos enquadrá-la, tecnicamente,
como crime nem como contravenção.
A Lei de Introdução ao Código Penal trouxe esta distinção, com o seguinte enunciado:
Art. 1º Considera-se crime a infração penal que a lei comina
pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer
alternativa ou cumulativamente com a pena de multa;
contravenção, a infração penal a que a lei comina,
isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas,
alternativa ou cumulativamente.
Admoestação verbal;
Multa.
Ressaltando que as duas últimas não são consideradas sanções, mas sim
medidas coercitivas de garantia de cumprimento.
As penalidades aplicáveis aos indivíduos condenados por porte de droga para consumo
pessoal possuem prazos predeterminados pela legislação. Sendo o agente primário, as penas
previstas no caput do art. 28 não poderão ser superiores a 5 meses (art. 28, §3º). Se o agente
for reincidente, a pena poderá ser de até 10 meses (art. 28, §4º).
CUIDADO!!!! (1)
A reincidência exigida pelo artigo 28,§4º, da Lei de Drogas, é a reincidência
específica, ou seja, o agente já deve ter sido condenado por crime de igual
natureza.
Além disso, é importante também destacar que a condenação pelo artigo 28
não gera reincidência para outros crimes, apenas para fins de determinação da
reincidência específica.
CUIDADO!!!! (2)
É possível aplicação do PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA ao crime contido no
artigo 28?
A RESPOSTA É NEGATIVA, tendo em vista que a pouca quantidade de droga
já é pressuposto para a caracterização do delito em tela, razão pela qual os
Tribunais Superiores entendem que não há aplicação do instituto.
CUIDADO!!!! (3)
Ao delito previsto neste artigo NÃO CABE PRISÃO EM FLAGRANTE. Uma vez
sendo surpreendido o agente na posse das substâncias, ele deverá ser conduzido à
autoridade judiciária e, na ausência desta, apresentado à autoridade policial para
que assuma compromisso comparecer em juízo.
EXERCÍCIOS
1. Ano: 2017 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: SEJUS - CE Prova: INSTITUTO AOCP - 2017
- SEJUS - CE - Agente Penitenciário
Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para
consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar será submetido às seguintes penas, EXCETO
GABARITO: A
A análise da referida questão passa pela análise do artigo 28 da Lei de
Drogas, bastando recordar quais são as penas aplicadas. Para o caso em tela, é
importante lembrar o entendimento dos Tribunais Superiores, no sentido de que
houve a DESPENALIZAÇÃO da referida conduta. Porém, a expressão mencionada
remete à ideia de que não haverá pena privativa de liberdade. Preferível e mais
fácil lembrar a expressão doutrinária, que remete à DESCARCEIRIZAÇÃO.
2. Ano: 2016 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PC-PE Prova: CESPE - 2016 - PC-PE -
Delegado de Polícia
Se determinada pessoa, maior e capaz, estiver portando certa quantidade de droga para
consumo pessoal e for abordada por um agente de polícia, ela
a) estará sujeita à pena privativa de liberdade, se for reincidente por este mesmo fato.
b) estará sujeita à pena privativa de liberdade, se for condenada a prestar serviços à
comunidade e, injustificadamente, recusar a cumprir a referida medida educativa.
c) estará sujeita à pena, imprescritível, de comparecimento a programa ou curso educativo.
d) poderá ser submetida à pena de advertência sobre os efeitos da droga, de prestação de
serviço à comunidade ou de medida educativa de comparecimento a programa ou curso
educativo.
e) deverá ser presa em flagrante pela autoridade policial.
GABARITO: D
Novamente a questão exige conhecimento da letra de lei (arts. 28 a 30), em
razão disso, é importante recordar:
O delito de posse/porte de drogas para consumo pessoal não é suscetível
de pena privativa de liberdade;
Para recapitular as penas, lembrar da técnica do MACPA (ao inverso),
Advertência; Prestação de serviço comunitário; Comparecimento a cursos ou
palestras sobre os efeitos das drogas. As outras duas situações não são penas, mas
são medidas garantidoras, e serão aplicadas sucessivamente, sendo: Admoestação
verbal e Multa.
3. Ano: 2007 Banca: TJ-DFT Órgão: TJ-DFT Prova: TJ-DFT - 2007 - TJ-DFT - Juiz -
Objetiva.2
Qual o entendimento do Supremo Tribunal Federal relativamente ao art. 28 da Lei n.
11.343/2006 (Nova Lei de Tóxicos)?
4. Ano: 2018 Banca: UEG Órgão: PC-GO Prova: UEG - 2018 - PC-GO - Delegado de Polícia
Dispõe a Lei n. 11.343/2006, em seu art. 28, que quem adquirir, guardar, tiver em
depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou
em desacordo com determinação legal ou regulamentar, será submetido às seguintes penas: I
- advertência sobre os efeitos das drogas; II - prestação de serviços à comunidade; III - medida
educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. Referida lei dispõe ainda que
as penas previstas nos incisos II e III do caput do referido artigo serão aplicadas pelo prazo
máximo de
a) quatro meses e, em caso de reincidência, serão aplicadas pelo prazo máximo de oito
meses.
b) cinco meses e, em caso de reincidência, serão aplicadas pelo prazo máximo de dez
meses.
c) três meses e, em caso de reincidência, serão aplicadas pelo prazo máximo de seis meses.
d) dois meses e, em caso de reincidência, serão aplicadas pelo prazo máximo de quatro
meses.
e) um mês e, em caso de reincidência, serão aplicadas pelo prazo máximo de dois meses.
Gabarito: B
5. Ano: 2019 Banca: Instituto Acesso Órgão: PC-ES Prova: Instituto Acesso - 2019 - PC-ES
- Delegado de Polícia
João Pedro foi abordado por policiais militares que faziam ronda próximo a uma
Universidade particular. Ao perceberem a atitude suspeita de João, os policiais resolveram
proceder a revista pessoal e identificaram que João portava um cigarro de maconha para
consumo pessoal. Nessa situação hipotética, a expressão “não se imporá prisão em flagrante”,
descrita no art. 48 da lei 11.343/06, significa que é vedado a autoridade policial: a) Efetuar a
condução coercitiva até a delegacia de polícia.
b) Efetuar a lavratura do auto de prisão em flagrante.
c) Lavrar o termo circunstanciado.
d) Apreender o objeto de crime.
e) Realizar a captura do agente.
Gabarito: B
É necessário que o candidato recorde a providência adotada pela autoridade
após a captura de sujeito que tenha drogas destinada ao consumo. Neste caso, a lei
de drogas, em seu art. 48, §2º, veta a prisão em flagrante. Entretanto, não há
impedimento para a condução do agente e apreensão das substâncias ilícitas.
GABARITO
1. A
2. D
3. B
4. B
5. B
SUMÁRIO
LEI DE DROGAS (11.343/2006) .......................................................................................................................... 2
DOS CRIMES E DAS PENAS ............................................................................................................................. 2
TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS E SUAS FIGURAS EQUIPARADAS (ART. 33 E SEUS PARÁGRAFOS) .............. 2
ART. 33, §1º, I - TRÁFICO POR EQUIPARAÇÃO – TRÁFICO DE MATÉRIA-PRIMA, INSUMO OU PRODUTO
QUÍMICO DESTINADO À PREPARAÇÃO DA DROGA ................................................................................... 5
ART. 33, §1º, II – PLANTAS PARA O TRÁFICO............................................................................................. 5
ART. 33, §º1, III – USO DE LOCAL PARA O TRÁFICO................................................................................... 6
RT. 33, §º1, IV – NOVA MODALIDADE DE TRÁFICO EQUIPARADO, INCLUÍDA PELO PROJETO ANTICRIME
................................................................................................................................................................... 6
RT. 33, §2º: INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO AO USO INDEVIDO DE DROGA ............................ 7
AR. 33, §3º: OFERECIMENTO DE DROGAS PARA CONSUMO EVENTUAL .................................................. 7
ART. 33, §4º - TRÁFICO PRIVILEGIADO ...................................................................................................... 8
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 9
GABARITO .................................................................................................................................................... 14
Características do delito:
O crime em estudo é um crime comum, pois pode ser praticado por qualquer
pessoa.
Ressalva-se o núcleo PRESCREVER, oportunidade que o delito se torna
próprio, pois somente um médico ou um dentista detém autorização legal para
prescrever determinadas substâncias.
Trata-se também de crime de perigo abstrato, eis que não se exige perigo de
dano para sua ocorrência.
PONTOS RELEVANTES!
Acerca do delito em questão, deve ser destacado que, quando se fala em sucessão
de leis penais no tempo (art. 5º, XL, CF), o entendimento consolidado dos Tribunais
é o de que não se admite a combinação da antiga Lei 6368/76 (art. 12) com o
privilégio contido no §4º do novo art. 33 da Lei 11.343/2006 (Súmula 501, STF).
Em resumo, o magistrado deve fazer a análise do caso concreto para definir qual
das leis mostra-se mais vantajosa ao acusado.
O crime de tráfico só se pune mediante DOLO. Porém, há entendimento em que se
menciona a punição da tentativa, mas esta é de difícil configuração.
Além disso, os núcleos PRESCREVER e MINISTRAR possuem a previsão de delito
culposo, porém não para o tráfico. Ensejam, pois, o art. 38, de Prescrição Culposa
de Medicamento.
Acerca da aplicação do princípio da insignificância, é pacífica a orientação de que
referido princípio não tem aplicação, pois é um crime de potencialidade máxima.
Para a aplicação deste princípio, é imperioso lembrar da MARI (requisitos
definidos pelo STF para aplicação:
M ínima ofensividade da conduta;
A usência de periculosidade social da ação;
R eduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento;
I nexpressividade da lesão.
O regime inicial de cumprimento de pena para o crime previsto no art. 33 não vai
ser necessariamente o fechado. Isto porque foi declarada a inconstitucionalidade
deste dispositivo (que está previsto na lei de crimes hediondos), assim como todos
os dispositivos que vedavam a concessão de liberdade provisória ou concessão de
qualquer outro benefício para o Tráfico (o mesmo entendimento se aplica ao
Terrorismo e Tortura e demais crimes hediondos). A definição do regime inicial de
cumprimento da pena deve observar o quantum de pena aplicada e seguir os
ditames do art. 33 do Código Penal.
Situação que vem ganhando os holofotes diz respeito à figura do índio como sujeito
ativo da conduta. Inclusive, o STF já se manifestou no sentido de que pode ser
sujeito ativo do tráfico de entorpecentes sem a necessidade de ser submetido a
exame criminológico para avaliar seu grau de integração social.
1. CANNABIS SATIVUM
2. CLAVICEPS PASPALI
3. DATURA SUAVEOLANS
4. ERYTROXYLUM COCA
5. LOPHOPHORA WILLIAMSII (CACTO PEYOTE)
6. PRESTONIA AMAZONICA (HAEMADICTYON AMAZONICUM)
Caso o cultivo seja destinado a uso pessoal, incide a figura do §1º do art. 28, mas
lembre que não há regra específica, deve ser analisado caso a caso.
a) A reunião deve ser pacífica e sem armas, previamente noticiada à autoridade, sem
incitação à violência;
b) Não pode haver incitação, incentivo ou estímulo ao consumo de entorpecentes;
c) Não pode haver consumo de entorpecente, apenas expressar o pensamento;
d) Não pode haver participação ativa de crianças ou adolescentes.
AR. 33, §3º: OFERECIMENTO DE DROGAS PARA CONSUMO EVENTUAL
§ 3º Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa
de seu relacionamento, para juntos a consumirem:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700
(setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das
penas previstas no art. 28.
Um crime de menor potencial ofensivo, mas que recebe severas críticas da doutrina e da
jurisprudência em razão do quantum de pena de multa prevista. Isso porque o máximo se
equipara ao máximo previsto para o crime de tráfico de drogas, o que se mostra como um
disparate, já que a penalidade aqui prevista é drasticamente menor do que a pena prevista
para o tráfico, modalidade do caput e §1º.
Para a configuração deste delito, é imprescindível a presença de 4 (quatro) requisitos
cumulativos:
a) oferecimento eventual de droga;
b) sem objetivo de lucro;
c) a pessoa deve ser de relacionamento do agente;
d) o consumo deve ser conjunto.
A causa redutora de pena aqui prevista tem por intuito beneficiar o traficante de
primeira viagem, conhecido no meio do crime como “mula”, que é aquele que exerce a
atividade de transporte dos entorpecentes.
Para definir o quantum de diminuição a ser aplicado, o magistrado deve observar a
natureza e a quantidade do entorpecente.
Por muito tempo, o crime de tráfico privilegiado foi considerado como hediondo, tanto
que o STJ tinha entendimento sumulado neste sentido:
“Súmula 512 do STJ: a aplicação da causa de diminuição de pena
prevista no artigo 33, §4º, da Lei 11.343/2006 não afasta a
hediondez do crime de tráfico de drogas”.
Todavia, o entendimento representado pela súmula mencionada foi revisto 1, pois,
considerando que o privilégio elencado no §4º representava e representa um benefício aos
que, muitas vezes se envolviam pela primeira oportunidade no mundo do crime, não havia
razão para repreendê-lo tão severamente. Assim, referida súmula foi revogada em 2016
(overruling).
1
HC 118.533/MS, rel. Min. Cármen Lúcia, Plenário, j. 19.09.2016.
EXERCÍCIOS
1. Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: DPE-RJ Prova: FGV - 2019 - DPE-RJ - Técnico
Superior Jurídico
Plínio foi flagrado enquanto transportava 10 (dez) “sacolés” de maconha. Na ocasião,
admitiu para os policiais que a droga destinava-se a seu consumo pessoal e também de sua
esposa, que não estava com ele na oportunidade, sendo que ele adotaria essa conduta de
transportar o material para usar com sua esposa recorrentemente. Os policiais, nas suas
declarações, disseram que alguns usuários próximos a Plínio conseguiram se evadir antes da
abordagem. Diante das declarações, o Ministério Público ofereceu denúncia imputando a
Plínio a prática do crime de tráfico de drogas (Art. 33, caput, da Lei nº 11.343/06). Finda a
instrução, com a juntada do laudo definitivo confirmando que o material era entorpecente,
sendo apresentadas em juízo as mesmas versões colhidas na fase policial e restando certo que
Plínio era primário e de bons antecedentes, os autos foram conclusos para a sentença.
Preocupado com sua situação jurídica, e as consequências no caso de condenação, Plínio
procura a Defensoria Pública.
GABARITO: B
Importante que o candidato mostre ciência acerca da letra de lei, bem como
ao entendimento dos Tribunais Superiores.
a) INCORRETA. A incidência do privilégio disposto no §4º do art. 33, além de
afastar a hediondez do crime, também permite a substituição da Pena Privativa de
Liberdade por Restritiva de Direitos, uma vez que o trecho da Lei que vetava esta
substituição foi considerado inconstitucional.
b) CORRETA. Com a declaração de inconstitucionalidade de todos os
dispositivos que violavam a individualização da pena, tornou-se possível, não só ao
Tráfico, mas a todos os crimes hediondos e equiparados, a aplicação do regime
prisional adequado, observando as regras do art. 33 do CP. Em suma, aos crimes
hediondos e equiparados não se exige a concessão de regime inicial fechado.
c) INCORRETA. De início, impende ressaltar que o crime previsto no art. 28 da
Lei de Drogas não é suscetível de pena privativa de liberdade, em hipótese
alguma. No caso de descumprimento das penas previstas no caput do referido
artigo, cabem como medidas coercitivas sucessivas apenas a admoestação verbal e
a multa.
d) INCORRETA. Com a alteração do art. 112 da LEP pelo pacote anticrime, o
condenado por crime hediondo, se primário, poderá progredir de regime após o
cumprimento de 40% da pena ou 50% se houver resultado morte (Art. 112, V, e
VI, “a”, LEP). Ao reincidente em crime hediondo (reincidência específica), poderá
ser deferida a progressão de regime, mediante cumprimento de 60% da pena.
e) INCORRETA. Aquele que induz, instiga ou auxilia outrem a consumir droga
não responde pela mesma pena daquele que pratica a conduta descrita no art. 33,
caput. De plano, a conduta é mais branda, pois estimula o consumo, e não a
traficância em si. Ademais, o art. 33, §2º prevê pena de 01 a 03 anos de detenção,
além de multa de 100 a 300 dias multa. Enquanto a figura do caput prevê pena
privativa de liberdade de 5 a 15 anos, além de multa de 500 a 1500 dias multa.
2. Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-ES Prova: INSTITUTO AOCP -
2019 - PC-ES - Escrivão de Polícia
GABARITO: A
a) CORRETA. Redação da Súmula 528, do STJ.
b) INCORRETA. Os crimes previstos nos artigos mencionados são, de fato,
inafiançáveis e insuscetíveis de graça e anistia, porém, segundo entendimento atual
é permitida a concessão de liberdade provisória e a conversão de pena privativa de
liberdade em restritiva de direitos.
C) INCORRETA. A vista ao membro do MP deve ser dada em até 24 horas,
conforme art. 50.
3. Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-ES Prova: INSTITUTO AOCP -
2019 - PC-ES - Escrivão de Polícia
Luciano, morador de Fortaleza – CE, réu primário e de bons antecedentes, foi flagrado na
posse de 20 quilos de cocaína durante blitz de trânsito realizada pela polícia militar. Em
razão disso, foi denunciado pelo Ministério Público do Estado do Ceará e, ao final do
processo, condenado pelo crime de tráfico de drogas.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item a seguir, com base na Lei de Drogas
(Lei n.º 11.343/2006).
A natureza e a quantidade da substância entorpecente não devem ser consideradas
como circunstâncias preponderantes entre os critérios para aplicação da pena
estabelecidos no Código Penal.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO.
A Lei de Tóxicos, em seu artigo 42, é enunciativa no sentido de que o juiz, na
fixação das penas, considerará, com preponderância sobre o previsto no art. 59 do
Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a
personalidade e a conduta social do agente.
5. Ano: 2019 Banca: Quadrix Órgão: CRF - SE Prova: Quadrix - 2019 - CRF - SE -
Farmacêutico Fiscal Júnior
Com base nas Leis n.º 11.343/2006, n.º 11.903/2009 e n.º 13.021/2014, julgue o item.
As plantações ilícitas serão imediatamente destruídas pelo delegado de polícia, que
recolherá quantidade suficiente para exame pericial.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
A Lei de Tóxicos, em seu artigo 32, estabelece que as plantações ilícitas serão
imediatamente destruídas pelo delegado, sem necessidade de autorização judicial e
sem necessidade de conter presença do MP. Antes de fazer a destruição, o
delegado recolherá quantidade suficiente para exame pericial, de tudo lavrando
auto de levantamento das condições encontradas, com delimitação do local,
asseguradas as medidas necessárias para a preservação da prova.
6. Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: MPE-RJ Prova: FGV - 2019 - MPE-RJ - Analista do
Ministério Público - Processual
Diego, 20 anos, reincidente, foi denunciado pela suposta prática do crime de tráfico de
drogas, tendo em vista que trazia consigo 300g de Cannabis Sativa L., popularmente
conhecida como maconha. No curso da instrução, por ocasião de seu interrogatório, Diego
confirmou que estava portando as drogas mencionadas na denúncia, mas assegurou que o
material seria destinado ao seu próprio consumo e não para comercialização.
Considerando apenas as informações narradas, de acordo com a jurisprudência dos
Tribunais Superiores, no momento da análise de aspectos relacionados à dosimetria da pena
em alegações finais, o promotor de justiça deverá destacar que a:
a) atenuante da confissão espontânea deverá ser reconhecida, podendo ser
compensada com a agravante da reincidência, mas não caberá reconhecimento da
atenuante da menoridade relativa;
b) atenuante da menoridade relativa e a atenuante da confissão espontânea devem
ser reconhecidas, não podendo, porém, a pena intermediária ser fixada abaixo do
mínimo legal;
c) quantidade de drogas poderá ser considerada na fixação da pena base, devendo
ser reconhecida a atenuante da menoridade relativa, mas não a da confissão
espontânea;
d) atenuante da menoridade relativa e a atenuante da confissão espontânea devem
ser reconhecidas, podendo a pena intermediária ser fixada abaixo do mínimo legal;
e) causa de diminuição de pena do tráfico privilegiado poderá ser reconhecida,
possibilitando a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de
direitos.
Gabarito: C
Lembrando do entendimento já sumulado (Súm. 630, STJ), a atenuante da
confissão espontânea somente será ponderada se o agente assumir o tráfico.
GABARITO
1. B
2. A
3. B
4. E
5. C
6. C
SUMÁRIO
LEI DE DROGAS (11.343/2006) .......................................................................................................................... 2
DOS CRIMES E DAS PENAS ............................................................................................................................. 2
ART. 34 – OBJETOS E MAQUINISMOS DESTINADOS À PRODUÇÃO DE DROGAS ...................................... 2
ART. 35, – ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO................................................................................................. 3
ART. 36 – FINANCIAMENTO OU CUSTEIO DO TRÁFICO ............................................................................. 3
ART. 37 – INFORMANTE COLABORADOR .................................................................................................. 3
ART. 38: PRESCRIÇÃO OU MINISTRAÇÃO CULPOSA .................................................................................. 4
ART. 39: CONDUÇÃO DE EMBARCAÇÃO OU AERONAVE SOB INFLUÊNCIA DE DROGA ............................ 4
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 5
GABARITO ...................................................................................................................................................... 8
Trata-se de delito em que a legislação exige a pluralidade de agentes (pelo menos dois),
para a sua consumação.
Para a corrente majoritária, este delito não se enquadra no rol dos crimes hediondos, e
não receberá o mesmo tratamento do tráfico ilícito de entorpecentes.
O tipo previsto no art. 35 somente será caracterizada se demonstrada a estabilidade e
permanência entre seus integrantes. Para a consumação, é imprescindível que exista o dolo de
se associar com a referida permanência e estabilidade. Ocorrendo um ânimo associativo
eventual, a conduta será atípica.
Ressalte-se também que a associação para o tráfico só será considerada para a prática das
figuras descritas nos arts. 33 caput e §1º e art. 34.
Em outro prisma, se o objetivo dos agentes é praticar o financiamento ao tráfico (art. 36),
incidirá o parágrafo único do art. 35, nominado de associação para o financiamento.
Para a consumação deste delito, exige-se finalidade específica, consistente em ter a
finalidade de praticar o tráfico de drogas ou de petrechos ou de financiamento, na
hipótese do parágrafo único.
ART. 36 – FINANCIAMENTO OU CUSTEIO DO TRÁFICO
Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes
previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 desta Lei:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de 1.500
(mil e quinhentos) a 4.000 (quatro mil) dias-multa.
Pelo fato de este delito permitir o desenvolvimento da atividade da traficância, é
equiparado a hediondo.
O financiamento ou custeio aqui mencionado não precisa necessariamente ser realizado
apenas em dinheiro. O Supremo Tribunal Federal entendeu como típica a conduta de indivíduo
que fornecia veículos para transporta das drogas, ou para que fossem negociadas.
O delito em comento só terá incidência quando o agente não tenha participado do tráfico
de drogas. Se tiver participado como financiador e como agente efetivo na traficância,
responderá por apenas um crime (tráfico), acrescido de causa de aumento prevista no art. 40,
VII 1 da Lei 11.343/2006.
ART. 37 – INFORMANTE COLABORADOR
Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou
associação destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos
arts. 33, caput e § 1º , e 34 desta Lei:
1
“Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se:
(...)
VII - o agente financiar ou custear a prática do crime.
2
HC 156.656/RJ, rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, 6ª Turma, j. 15.05.2014.
EXERCÍCIOS
1. Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-ES Prova: INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-
ES - Investigador
Considerando o disposto na Lei nº 11.343/06 (Lei Antidrogas), assinale a alternativa
correta.
a) Constitui crime punido com pena de reclusão a conduta de oferecer droga,
eventualmente e sem objetivo de lucro, à pessoa de seu relacionamento, para juntos a
consumirem.
b) A Lei nº 11.343/06 não criminaliza a conduta de conduzir embarcação ou aeronave após
o consumo de drogas, expondo a dano potencial a incolumidade de outrem.
c) Quem adquirir, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar poderá ser submetido à pena de prestação de
serviços à comunidade.
d) Prescreve em 1 ano a imposição e a execução da pena para quem adquirir, para consumo
pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar.
e) O tráfico transnacional de drogas não configura uma causa de aumento de pena.
Gabarito: C
a) INCORRETA: O crime mencionado está descrito no artigo 33, §3º, da Lei de
Drogas e é punido com pena de DETENÇÃO.
b) INCORRETA: A Lei incrimina a conduta descrita na alternativa, com previsão
no artigo 39 da Lei de Drogas.
c) CORRETA: Trata-se da figura do usuário, que não recebe pena privativa de
liberdade, em razão da despenalização que a conduta sofreu. Previsão no art. 28 da
Lei de Drogas.
d) INCORRETA: O prazo prescricional para o crime de posse/porte para
consumo de drogas, nos termos do artigo 30, é de dois anos.
e) INCORRETA: O tráfico internacional é causa de aumento de pena, conforme
art. 40, I da Lei 11.343/2006.
2. Ano: 2018 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PC-SE Prova: CESPE - 2018 - PC-SE -
Delegado de Polícia
Acerca do tráfico ilícito de entorpecentes, de ações de prevenção e repressão a delitos
praticados por organizações criminosas, de abuso de autoridade e de delitos previstos na Lei
de Tortura, julgue o item que se segue.
Situação hipotética: Em um mesmo contexto fático, um cidadão foi preso em flagrante por
manter em depósito grande variedade de drogas, entre elas, cocaína, maconha, haxixe e crack,
todas para fins de mercancia. Foram apreendidos também maquinários para o preparo de
drogas, entre eles, uma balança digital e uma serra portátil. Assertiva: Nessa situação, afastada
a existência de contextos autônomos entre as condutas delitivas, o crime será único.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO.
3. Ano: 2018 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: Polícia Federal Prova: CESPE - 2018 - Polícia
Federal - Delegado de Polícia Federal
Acerca de tráfico ilícito de entorpecentes, crimes contra o meio ambiente, crime de
discriminação e preconceito e crime contra o consumidor, julgue o próximo item.
Aquele que adquirir, transportar e guardar cocaína para consumo próprio ficará sujeito
às mesmas penas imputadas àquele que adquirir, transportar e guardar cocaína para fornecer
a parentes e amigos, ainda que gratuitamente.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO.
GABARITO
1. C
2. Certo
3. Errado
SUMÁRIO
LEI DE DROGAS (11.343/2006) .......................................................................................................................... 2
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA ................................................................................................................... 2
DISPOSIÇÕES IMPORTANTES ACERCA DA DEFINIÇÃO DA PENA ............................................................... 3
PROCEDIMENTO PENAL................................................................................................................................. 4
ETAPA DE INVESTIGAÇÃO .......................................................................................................................... 5
ETAPA DE INSTRUÇÃO PROCESSUAL ......................................................................................................... 6
DESTRUIÇÃO DE PLANTAÇÕES APREENDIDAS........................................................................................... 8
EXERCÍCIOS ...................................................................................................................................................... 10
GABARITO .................................................................................................................................................... 12
A segunda parte exige, para a configuração do aumento, que o agente pratique o delito no
desempenho de missão de educador, durante o exercício do poder familiar, guarda ou
vigilância.
Por sua vez, o contido no inciso III tem por objetivo evitar a disseminação de drogas em
ambientes coletivos, onde se percebe uma vulnerabilidade dos agentes que se pretende a
proteção.
Para configurar a situação de aumento do inciso IV, é imprescindível que o agente tenha
agido com violência, grave ameaça e empregado efetivamente o uso da arma de fogo, ou
utilizado-se de qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva (ex.: toque de recolher em
comunidades comandadas pelo tráfico).
CUIDADO!
A mera existência de arma de fogo não é suficiente para ensejar na causa de
aumento mencionada. É preciso sua efetiva utilização (finalidade específica), bem
como demonstração de seu uso, pena de não se aplicar o aumento.
Sobre a ocorrência de concurso de crimes entre o tráfico e o porte ou posse de
arma, é necessária a análise do caso concreto. A posição que prevalece e é
encampada pelo STJ e pela maioria da doutrina é a de que, se a única finalidade do
emprego da arma de fogo é o cometimento do crime previsto na lei de drogas, o
crime da Lei 10.826/03 será absorvido, incidindo, pois, a presente majorante. Mas,
se o porte já estava consumado antes mesmo do delito da traficância, em situação
fática diversa, haverá concurso material entre o porte/posse de arma, com a lei de
drogas, sem, contudo, incidir a majorante.
PROCEDIMENTO PENAL
Art. 48. O procedimento relativo aos processos por crimes definidos
neste Título rege-se pelo disposto neste Capítulo, aplicando-se,
subsidiariamente, as disposições do Código de Processo Penal e da Lei
de Execução Penal.
§ 1º O agente de qualquer das condutas previstas no art. 28 desta Lei,
salvo se houver concurso com os crimes previstos nos arts. 33 a 37
desta Lei, será processado e julgado na forma dos arts. 60 e seguintes
da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, que dispõe sobre os
Juizados Especiais Criminais.
§ 2º Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se
imporá prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser
imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste,
O sujeito que for surpreendido com drogas para o consumo pessoal não se submete ao
rito de julgamento previsto nesta lei. Por se tratar de delito de menor potencial ofensivo, a
competência para julgamento será do Juizado Especial Criminal.
Ademais, ao usuário de drogas não se imporá a prisão em flagrante, por expressa
determinação da Lei. Ora, se mesmo após uma condenação o agente não será submetido a pena
privativa de liberdade, não há por que se permitir a custódia cautelar.
ETAPA DE INVESTIGAÇÃO
Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia
judiciária fará, imediatamente, comunicação ao juiz competente,
remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do qual será dada vista ao
órgão do Ministério Público, em 24 (vinte e quatro) horas.
§ 1º Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e
estabelecimento da materialidade do delito, é suficiente o laudo de
constatação da natureza e quantidade da droga, firmado por perito
oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea.
§ 2º O perito que subscrever o laudo a que se refere o § 1º deste artigo
não ficará impedido de participar da elaboração do laudo definitivo.
(...)
Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta)
dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto.
Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo podem ser
duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pedido
justificado da autoridade de polícia judiciária.
Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a
autoridade de polícia judiciária, remetendo os autos do inquérito ao
juízo:
I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as
razões que a levaram à classificação do delito, indicando a
quantidade e natureza da substância ou do produto apreendido, o
local e as condições em que se desenvolveu a ação criminosa, as
circunstâncias da prisão, a conduta, a qualificação e os antecedentes
do agente; ou
1Lei de Drogas: aspectos penais e processuais / Cleber Masson, Vinícius Marçal. Rio de Janeiro:
Forense; São Paulo: MÉTODO, 2019.
EXERCÍCIOS
1. A respeito do procedimento penal previsto na Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006,
relacionado com a repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas,
assinale a alternativa correta.
a) Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a notificação do acusado para oferecer defesa
prévia, por escrito, no prazo de 10 dias.
b) Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia judiciária fará comunicação
imediata ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do qual será dada
vista ao representante do Ministério Público, em 72 horas.
c) A destruição das drogas será executada pelo escrivão de polícia no prazo de 90 dias na
presença do Delegado de Polícia e da autoridade sanitária.
d) O inquérito policial será concluído no prazo de 60 dias, se o indiciado estiver preso, e de
120 dias, quando solto.
e) Na audiência de instrução e julgamento, após o interrogatório do acusado e a inquirição
das testemunhas, será dada a palavra, sucessivamente, ao defensor do acusado e ao
representante do Ministério Público, pelo prazo improrrogável de 20 minutos para cada
um.
GABARITO: A
A) CORRETA. Com base no art. 55 da lei 11343, uma vez oferecida a denúncia,
o juiz ordenará a notificação do acusado para oferecer defesa prévia, por escrito, no
prazo de 10 dias.
B) INCORRETA. Após prisão em flagrante, a autoridade de polícia judiciária
fará comunicação imediata ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado,
do qual será dada vista ao representante do Ministério Público, em 24 horas,
conforme art. 50 da lei 11343.
C) INCORRETA. De acordo com o art. 50 e seguintes da Lei de Drogas, a
destruição será sempre realizada pela autoridade policial, e não pelo escrivão de
polícia.
D) INCORRETA. Nos crimes da Lei de Drogas, o Inquérito Policial será
concluído em 30 dias se o investigado estiver preso, ou em 90 dias, se solto. Prazos
estes que podem ser duplicados.
E) INCORRETA. Nos termos do art. 57 da Lei 11.343/2006, na audiência de
instrução e julgamento, após o interrogatório do acusado e a inquirição das
testemunhas, será dada a palavra, sucessivamente, ao representante do Ministério
Público e ao defensor do acusado, para sustentação oral, pelo prazo de 20 (vinte)
minutos para cada um, prorrogável por mais 10 (dez), a critério do juiz.
2. Com base no entendimento do STJ, julgue o próximo item, a respeito de aplicação da pena.
Condenação anterior por delito de porte de substância entorpecente para consumo
próprio não faz incidir a circunstância agravante relativa à reincidência, ainda que não tenham
decorrido cinco anos entre a condenação e a infração penal posterior.
Certo ( ) Errado ( )
3. No item que segue, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a
ser julgada com base em disposições das Leis n. 9.605/1998, 11.343/2006 e
13.445/2017.
Durante uma vistoria, no estado do Paraná, em passageiros que viajavam de ônibus de
Foz do Iguaçu – PR para Florianópolis – SC, policiais rodoviários federais encontraram seis
quilos de maconha na mochila de Lucas, que foi preso em flagrante delito. Nessa situação, no
cálculo da pena de Lucas, não se considerará a majorante do tráfico interestadual de drogas,
pois a transposição da fronteira entre os estados ainda não tinha ocorrido.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO. A transposição de fronteiras não é imprescindível para a
configuração da majorante em tela, bastando que as circunstâncias indiquem que
haveria referida destinação para outro estado da federação, conforme entendimento
consolidado na Súmula 587, STJ.
5. Em cada item seguinte, é apresentada uma situação hipotética seguida de uma assertiva
a ser julgada, a respeito de crime de tráfico ilícito de entorpecentes, crime contra a
criança e adolescente e crimes licitatórios.
Em viagem pela Europa, Ronaldo, primário, de bons antecedentes e não integrante de
organização criminosa, adquiriu quinze cápsulas do entorpecente LSD com o objetivo de obter
lucro capaz de custear as despesas com a viagem. De volta ao Brasil, Ronaldo foi preso em
flagrante quando tentava vender a droga. Nessa situação, caso seja condenado pelo crime
tráfico de entorpecentes, Ronaldo poderá obter a redução da pena de um sexto a dois terços.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO. A jurisprudência já é pacífica no sentido de que não importa
qual a potencialidade lesiva da droga ou a quantidade apreendida, se o agente
preencher os requisitos exigidos pela legislação (art. 33, §4º, da Lei de Drogas), a
figura privilegiada poderá ser aplicada.
6. Em cada item que segue, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva
a ser julgada.
Em um aeroporto no Rio de Janeiro, enquanto estava na fila para check-in de um voo com
destino a um país sul-americano, Fábio, maior e capaz, foi preso em flagrante delito por estar
levando consigo três quilos de crack. Nessa situação, ainda que não esteja consumada a
transposição de fronteiras, Fábio responderá por tráfico transnacional de drogas e a
comprovação da destinação internacional da droga levará a um aumento da pena de um sexto
a dois terços.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO. Consoante súmula 607 do STJ, a transnacionalidade
independe da efetiva transposição de fronteiras, bastando que as circunstâncias
indiquem que a droga seria levada ao exterior para incidir o aumento previsto no art.
40, I, da LD.
GABARITO
1. A
2. C
3. E
4. E
5. C
6. C
SUMÁRIO
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (LEI 8.069/1990) ........................................................................ 2
1. PARTE INTRODUTÓRIA .............................................................................................................................. 2
2. QUESTÕES RELACIONADAS À INIMPUTABILIDADE (ART. 228, CF): ........................................................... 2
3. DIREITOS FUNDAMENTAIS ........................................................................................................................ 3
A) DIREITO À VIDA E SAÚDE: ..................................................................................................................... 3
B) DO DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À DIGNIDADE (ARTS. 15 A 18-B) ....................................... 3
C.1) DAS CLASSIFICAÇÕES DAS FAMÍLIAS .................................................................................................. 7
4. AUTORIZAÇÃO PARA VIAJAR ................................................................................................................... 12
5. CRIMES EM ESPÉCIE................................................................................................................................. 14
A) PROMESSA DE ENTREGA DE FILHO OU PUPILO A TERCEIRO E PROMOÇÃO/AUXÍLIO DE ENVIO DE
MENOR AO EXTERIOR .............................................................................................................................. 14
B) CONTEÚDO PORNOGRÁFICO ENVOLVENDO MENOR ......................................................................... 14
C) VENDER, FORNECER (AINDA QUE GRATUITAMENTE) OU ENTREGAR ARMA, MUNIÇÃO OU
EXPLOSIVO OU BEBIDA ALCOÓLICA À CRIANÇA OU ADOLESCENTE ....................................................... 16
D) PROSTITUIÇÃO OU EXPLORAÇÃO SEXUAL (ART. 244-A, ECA)............................................................. 16
E) CORRUPÇÃO DE MENORES (ART. 244-B, ECA). ................................................................................... 16
QUESTÕES COMENTADAS ............................................................................................................................... 17
QUESTÕES NÃO COMENTADAS ................................................................................................................... 20
GABARITO .................................................................................................................................................... 25
Obs. 3: Termo “menor”, ainda pode ser utilizado? Não é recomendado, tendo em vista que a
Lei 8.069/90 promoveu distinções entre Criança e Adolescente. Portanto, não é recomendado.
Entretanto, o STJ ainda utiliza. ATENÇÃO: não é errado, não é recomendado.
3. DIREITOS FUNDAMENTAIS
A) DIREITO À VIDA E SAÚDE:
“Art. 7º A criança e ao adolescente têm direito a proteção à vida e à
saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que
permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em
condições dignas de existência. ”
Obs. 1: Com relação ao direito à vida, é mister recordar que este direito não é absoluto, pois a
vida pode ser restringida em situações excepcionais, como nos casos de aborto sentimental/
humanitário (gravidez decorrente de estupro) ou aborto necessário (quando a gravidez
representa risco à vida da gestante, e, ainda, nos casos de antecipação terapêutica do parto de
feto anencéfalo, conforme decidido na ADPF 54, de relatoria do Min. Marco Aurélio, bem como
a utilização de células tronco, nos termos da ADI 3.510, de lavra do ex Min. Ayres Britto).
Obs. 2: Com relação ao direito à saúde, é de fundamental relevância a leitura dos arts. 8º ao 14,
eis que boa parte desses dispositivos teve reflexo da alteração legislativa trazida pela Lei
13.257/2016, especialmente com relação ao direito à saúde da gestante.
B) DO DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À DIGNIDADE (ARTS. 15
A 18-B)
“Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:
I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários,
ressalvadas as restrições legais;
II - opinião e expressão;
III - crença e culto religioso;
IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;
V - participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação;
VI - participar da vida política, na forma da lei;
VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.
Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da
integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente,
abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia,
dos valores, ideias e crenças, dos espaços e objetos pessoais.
Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do
adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano,
violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.
Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser educados e
cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou
degradante, como formas de correção, disciplina, educação ou
qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família
ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes públicos executores de
medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada de
cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los.
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se:
I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva aplicada
com o uso da força física sobre a criança ou o adolescente que resulte
em:
a) sofrimento físico; ou
b) lesão;
Comentário: A ideia da fixação do prazo previsto neste artigo é fazer com que
o procedimento de adoção tenha seu início rapidamente, fazendo assim com que o
menor permaneça “desamparado”/sem um lar o menor tempo possível.
A guarda poderá ser revogada a qualquer tempo, mediante ato judicial fundamentado,
ouvido o Ministério Público.
3.2. TUTELA (ARTS. 36 E 37, ECA)
A tutela será deferida, nos termos da lei civil, a pessoa de até 18 (dezoito) anos incompletos,
pois visa a regulamentar a representação e administração patrimonial.
O deferimento da tutela pressupõe a prévia decretação da perda ou suspensão do poder
familiar e implica necessariamente o dever de guarda.
O tutor nomeado por testamento ou qualquer documento autêntico deverá, no prazo de 30
(trinta) dias após a abertura da sucessão, ingressar com pedido destinado ao controle judicial
do ato, observando o procedimento previsto nos arts. 165 a 170 do ECA.
Somente sendo deferida a tutela à pessoa indicada no testamento, se restar comprovado que
a medida é vantajosa ao tutelando e que não existe outra pessoa em melhores condições de
assumi-la.
Somente se destitui a tutela por decisão judicial.
Obs. 1: Esses dispositivos devem ser analisados com a Resolução 131/2011 do CNJ.
Obs. 2: Quadro geral da autorização para viajar.
AUTORIZAÇÃO PARA VIAJAR
II. Viagens internacionais (art. 84, ECA c/c Res. 131 do CNJ)
Crianças e adolescentes:
a) desacompanhados, com autorização judicial;
b) desacompanhados, com autorização de ambos os pais por documento com firma
reconhecida.
c) acompanhados de ambos os pais.
d) acompanhados de um dos pais, desde que haja autorização expressa do outro,
por documento com firma reconhecida;
e) acompanhados de terceiros maiores e capazes com autorização de ambos os pais
por documento com firma reconhecida.
5. CRIMES EM ESPÉCIE
A) PROMESSA DE ENTREGA DE FILHO OU PUPILO A TERCEIRO E
PROMOÇÃO/AUXÍLIO DE ENVIO DE MENOR AO EXTERIOR
Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro,
mediante paga ou recompensa:
Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa.
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou efetiva a
paga ou recompensa.
Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio
de criança ou adolescente para o exterior com inobservância das
formalidades legais ou com o fito de obter lucro:
Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa.
Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça ou
fraude:
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena
correspondente à violência.
§1º. Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem pratica
as condutas ali tipificadas utilizando-se de quaisquer meios
eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da internet.
§2º. As penas previstas no caput deste artigo são aumentadas de um
terço no caso de a infração cometida ou induzida estar incluída no
rol do art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990.”
Trata-se de crime comum, não se exigindo qualidade ou condição especial do agente.
O sujeito passivo pode ser qualquer pessoa, menor de dezoito anos, e, seguindo o
atual posicionamento do STJ, aplica-se, ainda que o menor já seja corrompido,
consoante súmula 500 do STJ (a configuração do crime do art. 244-B do ECA
independe da prova da efetiva corrupção do menor, por se tratar de delito formal).
Ou seja, basta a participação do menor que a conduta já se encontra consumada.
O crime só é punido a título de dolo.
QUESTÕES COMENTADAS
Flávia, com vinte e três anos de idade, deu entrada no hospital estadual de sua cidade em
trabalho de parto, acompanhada de uma amiga à qual comunicou sua decisão de entregar o
filho para adoção logo após o nascimento. Do início ao final do parto, a jovem falou ao médico
sobre sua decisão, mas nada foi feito pelo profissional em questão. Flávia está desempregada,
encontra-se em situação de extrema pobreza e alega que, além disso, não conta com o apoio de
familiares. Segundo ela, o pai da criança, seu ex-companheiro, está envolvido com tráfico de
drogas e não reúne condições psicossociais para criar a criança, uma vez que é agressivo e
apresenta atitudes com as quais Flávia não concorda, como, entregar com frequência sua arma
de fogo, como se fosse um brinquedo, para um sobrinho de oito anos de idade que mora com
ele.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item que se segue, à luz do Estatuto da
Criança e do Adolescente.
1. Caso não haja indicação do ex-companheiro de Flávia e não exista outro representante
da família extensa apto a receber a guarda do recém-nascido, a autoridade judiciária
competente deverá decretar a extinção do poder familiar.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
A questão está correta porque o §4º do art. 19-A do ECA estabelece que, na
hipótese de não haver a indicação do genitor e de não existir outro representante da
família extensa apto a receber a guarda do menor, a autoridade judiciária competente
deverá decretar a extinção do poder familiar e determinar a colocação da criança sob
a guarda provisória de quem estiver habilitado a adotá-la ou de entidade que
desenvolva programa de acolhimento familiar ou institucional.
2. Considerando essa situação hipotética, julgue o item que se segue, à luz do Estatuto da
Criança e do Adolescente.
Dado o relato de Flávia, a atitude de seu ex-companheiro de entregar a arma ao sobrinho
de oito anos de idade constitui crime em espécie, com pena de reclusão de três a seis anos.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO.
Consoante previsão do art. 242 do ECA, a conduta de vender, fornecer ainda
que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente arma,
munição ou explosivo gera pena de reclusão de 3 a 6 anos.
5. Joana, de vinte e cinco anos de idade, é mãe de Maria, de dois anos de idade, cujo pai
falecera antes de ela ter nascido. Para que Joana fosse submetida a tratamento médico
em outro estado da Federação, a guarda judicial de Maria foi concedida aos avós
paternos, João e Clarissa. Na sentença que concedeu a guarda, o magistrado impôs a Joana
o dever de prestar alimentos a Maria. Por todos serem hipossuficientes, Clarissa
procurou a Defensoria Pública para orientação jurídica.
Considerando a situação hipotética apresentada, julgue o item seguinte, de acordo com a
legislação pertinente e a jurisprudência dos tribunais superiores.
A guarda dada aos avós paternos de Maria é irrevogável, porque foi concedida por
sentença judicial e obriga a prestação de assistência material, moral e educacional.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO
A guarda, como situação excepcional e provisória, é REVOGÁVEL. A única
modalidade de colocação em família substituta que é considerada irrevogável é a
adoção.
Gabarito: ERRADO
A guarda não implica extinção ou suspensão do poder familiar. É ferramenta
utilizada justamente para regularizar a situação do menor frente a ausência do
genitor. Assim, o art. 33, §4º do ECA dispõe que nada impede que seja estabelecido
um valor a título de pensão alimentícia para o filho.
10. A respeito do Ministério Público, da proteção judicial dos interesses individuais, difusos
e coletivos e dos crimes e infrações administrativas previstos no Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA), julgue o item subsecutivo.
Caso o gerente de um hotel hospede um adolescente desacompanhado dos pais, sem
autorização escrita dos responsáveis legais ou autorização judicial, estará ele cometendo crime
punível com pena de detenção.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: ERRADO.
A conduta praticada pelo gerente do hotel se equipara a uma infração
administrativa, prevista no art. 250 do ECA, punível com pena de multa.
11. Em cada um dos itens que se seguem, é apresentada uma situação hipotética, seguida de
uma assertiva a ser julgada com base em disposições das Leis n. 8.069/1990,
12.037/2009 e 13.445/2017 e suas alterações.
Godofredo, maior e capaz, recorrentemente fingia ser adolescente, entrava em jogos
online e tentava aliciar menores para a venda de drogas a colegas de suas escolas. Em uma de
suas tentativas, em uma sala de bate-papo, enquanto conversava com um menor de dezesseis
anos, ele foi preso em flagrante delito. Nessa situação, Godofredo responderá por crime
previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente, independentemente da prova da efetiva
corrupção do menor.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito: CERTO
O crime por ele praticado é análogo à corrupção de menores e, consoante
súmula 500 do STJ, tal crime é formal, consumando-se independentemente da
efetiva corrupção.
GABARITO
1. C
2. C
3. C
4. C
5. E
6. E
7. C
8. C
9. E
10. E
11. C
12. D
13. C
14. D
15. C
16. D
17. C
18. B
19. D
20. B
21. C
22. B
23. D
24. C
SUMÁRIO
LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE (LEI 13.869/2019) ........................................................................................... 2
CONSIDERAÇÕES GERAIS ............................................................................................................................... 2
SUJEITOS DO CRIME .................................................................................................................................. 3
AÇÃO PENAL .............................................................................................................................................. 4
EFEITOS DA CONDENAÇÃO........................................................................................................................ 5
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 6
GABARITO ...................................................................................................................................................... 7
Ademais, é sabido que o arbítrio estatal deve ser coibido na fonte. O Poder Público deve
funcionar como uma ferramenta de controle social, e não um instrumento de abusos e
desrespeito aos direitos e garantias fundamentais.
Esta Nova Lei, embora promulgada em 2019, começou a produzir efeitos no território
nacional em 03 de janeiro de 2020 e, dentre as características gerais, definições e conceitos,
apresenta um rol de 45 condutas consideradas criminosas.
Naturalmente que o exercício de uma função pública deve ser idealizado pelas premissas
constitucionais, priorizando-se a legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência.
A criação da nova lei tem por intuito conter os excessos e permitir segurança aos
jurisdicionados.
De uma simples leitura, resta evidente que a lei permite que o crime de abuso de
autoridade pode ser praticado por agente público, servidor ou não, que, no exercício das
funções ou a pretexto dela, exceda seu limite de atuação. Além disso, outro ponto importante,
disposto no §1º, diz respeito à finalidade específica do agente em prejudicar alguém ou
beneficiar-se propriamente ou a terceiro ou até mesmo para uma satisfação pessoal.
Acerca da natureza jurídica do instituto, há debates. Uma corrente sugere que se trata de
causa excludente de ilicitude e outra de que se trata de afastamento do dolo.
SUJEITOS DO CRIME
Art. 2º É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade qualquer
agente público, servidor ou não, da administração direta, indireta
ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal, dos Municípios e de Território, compreendendo,
mas não se limitando a:
I - servidores públicos e militares ou pessoas a eles equiparadas;
II - membros do Poder Legislativo;
III - membros do Poder Executivo;
IV - membros do Poder Judiciário;
V - membros do Ministério Público;
VI - membros dos tribunais ou conselhos de contas.
Parágrafo único. Reputa-se agente público, para os efeitos desta
Lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem
remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo,
emprego ou função em órgão ou entidade abrangidos pelo caput
deste artigo.
Este artigo dispõe de maneira cautelosa quem são as pessoas que praticam o abuso de
autoridade, trata-se, pois, de delito próprio, eis que só podem ser praticados por um grupo
determinado de pessoas, que tenham a condição exigida pelo tipo.
Aqui, verifica-se também um excesso de zelo, pois apenas o caput já tem o condão de
demonstrar o âmbito de aplicação da Lei, sendo desnecessária a imposição dos incisos.
Sobre os militares, de se ressaltar que não foram excluídos da prática de crimes, todavia,
deve ser observado de maneira categórica as regras de competência, a fim de se verificar se o
AÇÃO PENAL
Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública
incondicionada.
§ 1º Será admitida ação privada se a ação penal pública não for
intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a
1
Avaliar as especificidades dos critérios de competências estabelecidos pela Lei 13.491/2017, que alterou o art. 9º do
Código Penal Militar.
2
SOUZA, Renee do Ó. Comentários à Nova Lei de Abuso de Autoridade. 1. Ed. São Paulo: Juspodivm, 2020, p. 40.
Acerca da modalidade da ação penal a ser utilizada para dar início à fase judicial, não
vemos novidades. Isso porque labora com a regra de que as infrações serão judicializadas
através de Ação Penal Pública Incondicionada (independe do preenchimento de condições
autorizadoras) e, no caso de inércia do órgão acusador, dá-se início à persecução penal
através da ação penal substitutiva (ação penal privada subsidiária da pública), ressalvando-se
a contagem do prazo decadencial, que se inicia a partir do decurso do prazo legal do MP.
EFEITOS DA CONDENAÇÃO
Art. 4º São efeitos da condenação:
I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime,
devendo o juiz, a requerimento do ofendido, fixar na sentença o
valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração,
considerando os prejuízos por ele sofridos;
II - a inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função
pública, pelo período de 1 (um) a 5 (cinco) anos;
III - a perda do cargo, do mandato ou da função pública.
Parágrafo único. Os efeitos previstos nos incisos II e III do caput
deste artigo são condicionados à ocorrência de reincidência em
crime de abuso de autoridade e não são automáticos, devendo ser
declarados motivadamente na sentença.
Relativamente aos efeitos da condenação, podemos observar o efeito penal, que consiste
no cumprimento da pena prevista, bem como efeitos extrapenais, que atingem a esfera cível e
a administrativa.
Neste exato sentido, o TRF da 4ª Região editou a súmula 131, que menciona: “Para que o
juiz possa fixar o valor mínimo para a reparação dos danos causados pela infração, é necessário
que a denúncia contenha pedido expresso nesse sentido ou que a controvérsia desta natureza
tenha sido submetida ao contraditório da instrução criminal”.
O inciso II, que só pode ter sua aplicação destinada aos reincidentes, dispõe que o
magistrado pode proibir o condenado de praticar atos da vida pública, estendendo a
“indisponibilidade”, até mesmo ao exercício de mandato. E o período de duração varia num
intervalo de 1 a 5 anos.
Porém, muita cautela! Os efeitos dos incisos II e III somente poderão atingir o indivíduo
nos casos de reincidência e desde que seja declarado expressa e motivadamente na sentença.
EXERCÍCIOS
1. Pessoa jurídica pode ser sujeito ativo do crime de abuso de autoridade
Certo ( ) Errado ( )
3. Pode haver concurso de pessoas com relação ao particular que atua em coautoria com o
agente público, desde que o particular conheça a condição funcional do agente.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
1. E
2. E
3. C
4. E
SUMÁRIO
LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE (LEI 13.869/2019) ........................................................................................... 2
DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO E DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS ................................................... 2
EFEITOS DA CONDENAÇÃO (ART. 4º) ........................................................................................................ 2
PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS (ART. 5º)............................................................................................... 3
DAS SANÇÕES DE NATUREZA CIVIL E ADMINISTRATIVA (ARTS. 6º A 8º) .................................................. 4
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 5
GABARITO ...................................................................................................................................................... 6
Relativamente aos efeitos da condenação, podemos observar o efeito penal, que consiste
no cumprimento da pena prevista, bem como efeitos extrapenais, que atingem a esfera cível e
a administrativa.
Neste exato sentido, o TRF da 4ª Região editou a súmula 131, que menciona: “Para que o
juiz possa fixar o valor mínimo para a reparação dos danos causados pela infração, é necessário
que a denúncia contenha pedido expresso nesse sentido ou que a controvérsia desta natureza
tenha sido submetida ao contraditório da instrução criminal”.
O inciso II, que só pode ter sua aplicação destinada aos reincidentes, dispõe que o
magistrado pode proibir o condenado de praticar atos da vida pública, estendendo a
“indisponibilidade”, até mesmo ao exercício de mandato. E o período de duração varia num
intervalo de 1 a 5 anos.
Porém, muita cautela! Os efeitos dos incisos II e III somente poderão atingir o indivíduo
nos casos de reincidência e desde que seja declarado expressa e motivadamente na sentença.
Por esta razão, e fazendo coro também ao Princípio da Dignidade da Pessoa Humana,
que objetiva o privilégio à condição existencial do indivíduo, é que se exige uma alternativa à
pena privativa de liberdade.
Entretanto, a lei foi omissa no que diz respeito aos requisitos para a substituição. Nessa
toada, prudente tomar a aplicação da Lei Geral ao caso, cuja previsão remete ao artigo 44 do
Código Penal, in verbis:
Os destaques em amarelo, por nós acrescentados, dizem respeito à natureza jurídica das
causas que autorizam a substituição.
Cuidado, com a nova lei, temos duas variações de pena, uma que remete ao regramento
do JeCrim, e outra que tramitará perante a Vara Criminal Comum.
Assim, às infrações que correm perante o JeCrim será possível aplicar a substituição
mesmo que praticados com violência ou grave ameaça, eis que a aplicação da pena deve
analisar o art. 611 da Lei 9.099/95.
O inciso II, embora tenha uma punição relativamente branda, recebe diversas críticas
doutrinárias. Isso porque é possível que o agente público tenha dependentes. Nesse prisma,
suspender seus rendimentos pode impossibilitar o mesmo de custear as despesas básicas
vitais, alimentação aos herdeiros, pagamento de mensalidades etc. Assim, alguns entendem
que este dispositivo é revestido de inconstitucionalidade em razão de que a pena nesse caso
transcenderia a pessoa do condenado.
Por derradeiro, a aplicação das penas aqui previstas pode se dar de maneira isolada ou
cumulativa.
1
“Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções
penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa.
Como preceito básico, a prática de um crime não irá desaguar numa única possibilidade
de sanção. Isso porque existe independência entre as esferas criminal, cível e administrativa.
Por isso, após a prática do abuso de autoridade, é possível a punição nas três esferas possíveis,
sem que isso se configure em bis in idem.
O art. 7º, por sua vez, traz a consagração da jurisprudência no aspecto de que, uma vez
transitada em julgado a sentença criminal que decida sobre a existência ou autoria do fato na
esfera criminal, o argumento não pode ser utilizado nas esferas cível e administrativa. Assim,
podemos também analisar o dispositivo sobre duas vertentes:
O artigo 8º consagra, igualmente, uma importante regra, mas com redação que pode
levar o intérprete ao engano.
Em verdade, o que este artigo buscou atingir foi o de evitar a rediscussão da matéria em
outros âmbitos relativamente às excludentes.
EXERCÍCIOS
1. As penas previstas na Lei de abuso de autoridade ficam vinculadas a eventuais sanções
administrativas e cíveis.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
1. E
2. E
SUMÁRIO
LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE (LEI 13.869/2019) ........................................................................................... 2
DOS CRIMES EM ESPÉCIE ............................................................................................................................... 2
ARTS. 9º A 20 ............................................................................................................................................. 2
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 7
GABARITO ...................................................................................................................................................... 8
E sobre o dolo, vale recordar que o §1º do art. 1º estabelece que o dolo deve ser
específico (para prejudicar outrem ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro, ou, ainda, por mero
capricho ou satisfação pessoal).
ARTS. 9º A 20
Art. 9º Decretar medida de privação da liberdade em manifesta
desconformidade com as hipóteses legais:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judiciária
que, dentro de prazo razoável, deixar de:
I - relaxar a prisão manifestamente ilegal;
II - substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa ou de
conceder liberdade provisória, quando manifestamente cabível;
III - deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando
manifestamente cabível.
Neste dispositivo, intimamente ligada a atos judiciais, deve ser relacionado e analisado
dentro de um contexto processual penal, especialmente com o que determina o art. 283 do
CPP (“Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e
fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de prisão cautelar ou em
virtude de condenação criminal transitada em julgado”).
O delito em estudo é formal, pois a simples decretação já faz com que o crime se
consume sendo que, se o indivíduo tiver, de fato, a liberdade restrita, consideramos mero
exaurimento.
Naturalmente que esta disposição não se aplica à testemunha, que tem a obrigação
moral e legal de dizer a verdade, não podendo invocar o direito ao silêncio (salvo nas
hipóteses por lei autorizadas – vide art. 206, CPP).
Este dispositivo visa a compatibilizar a legislação ordinária com o que preconiza o texto
constitucional (art. 5º, LXII, CF), bem como a legislação ordinária (art. 306, caput, §1º e 2º,
CPP), que preconizam que a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão
comunicados imediatamente à família do preso ou à pessoa por ele indicada, sem prejuízo de,
em até 24 horas, encaminhar cópia do Auto de Prisão em Flagrante ao juiz competente,
defensor ou defensoria pública, bem como, no mesmo prazo, emitir a nota de culpa.
Para os delitos aqui previstos, o sujeito ativo pode ser a autoridade que possui obrigação
legal de comunicar o flagrante, aquele que executa a prisão e deixa de comunicar
imediatamente a prisão, ou, ainda, o agente ou autoridade que deixa de cumprir a ordem de
soltura.
Essas formas de conduta não podem ser confundidas com o crime de Tortura (Lei
9.455/97). Nesta as condutas são mais intensas, causando na vítima maior sofrimento. A linha
entre as condutas é, de fato, tênue, mas a análise da casuística permitirá melhor análise para
correto enquadramento.
O sujeito ativo é qualquer agente ou autoridade que constrange o preso, podendo ser
desde um agente penitenciário, até a autoridade policial, membro do MP etc.
Aqui estamos diante do chamado “crime de ação vinculada”, uma vez que o
constrangimento é executado mediante uma ameaça indevida de prisão.
Ademais, é prudente recordar o art. 207 do CPP, que define que “são proibidas de depor
as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo
se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho”.
Devemos elencar duas situações importantes, uma com relação ao parlamentar, que não
será obrigado a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício
do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações (art.
53, §6º, CF) e os médicos, que não são obrigados a revelar fato de que tenha conhecimento em
virtude do exercício da profissão, salvo por justo motivo, dever legal ou com o consentimento
do paciente.
Evidentemente que outras profissões também não obrigam o profissional a depor, como
o psicólogo, por exemplo. Entretanto, exemplificamos com duas das situações que são
bastante corriqueiras e cobradas pelas bancas.
ATENÇÃO!
Em se tratando de flagrante delito, não há a proibição para que se realize
durante o repouso noturno, mas deve haver consentimento do preso.
A identificação dos sujeitos ativos para caput e parágrafo único são bem definidas e de
fácil constatação. No caput, pode praticar o crime o agente ou autoridade que retarda, de
alguma forma e sem justificação o envio do pleito. No parágrafo único, só o magistrado pode
praticar a conduta.
Como existe previsão idêntica pelo mesmo fato, a solução será aplicar a
norma mais benéfica ao agente.
EXERCÍCIOS
1. Constitui crime de abuso de autoridade decretar medida de privação da liberdade em
manifesta desconformidade com as hipóteses legais.
Certo ( ) Errado ( )
2. Não constitui crime de abuso de autoridade o ato de impedir, sem justa causa, a
entrevista pessoal e reservada do preso com seu advogado, por se tratar de uma
faculdade, que deverá ser analisada casuisticamente pelo magistrado.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
1. C
2. E
3. E
SUMÁRIO
LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE (LEI 13.869/2019) ........................................................................................... 2
Dos Crimes em Espécie .................................................................................................................................. 2
Arts. 21 a 38 ............................................................................................................................................... 2
Procedimento ............................................................................................................................................ 8
Exercícios ........................................................................................................................................................... 9
Gabarito ......................................................................................................................................................... 9
O disposto neste artigo tem por objetivo manter a lisura e conferir a igualdade ao
sistema prisional, evitando a junção de pessoas de sexos distintos, bem como aglomerando
pessoas tecnicamente capazes de responder por um crime com os indivíduos inimputáveis
(aqui, no aspecto biológico – menores de 18 anos).
Não é tarde para recordar que o art. 82 da Lei de Execuções Penais trata com bastante
clareza o tema, vejamos:
O sujeito ativo neste delito é aquele agente ou autoridade que invade ou adentra imóvel
alheio, pratica coação para adentrar em imóvel alheio ou cumpre mandado fora do horário
estabelecido.
Trata-se de uma modalidade especial referente ao tipo de fraude processual (art. 347,
CP), aqui, temos que o crime consuma-se coma a alteração, modificação, substituição ou
deformação referente ao estado de pessoa ou coisa, para tentar fugir da responsabilização ou
para responsabilizar criminalmente alguém ou tentar majorar-lhe a pena. A inovação
fraudulenta deve ser apta a enganar, pena de não consumar o crime.
O sujeito ativo é aquele agente público que pratica a conduta (inovação artificiosa) para
eximir-se da responsabilidade ou responsabilizar ou aumentar a pena de outrem.
Aqui, o sujeito ativo, que é aquele agente público que pratica o constrangimento, age
com violência ou grave ameaça no intuito de obrigar funcionário ou empregado de instituição
hospitalar pública ou privada a admitir para tratamento pessoa já morta, com o objetivo de
modificar o local do óbito ou o seu momento. A ideia é que o agente retira o cadáver do local
do crime, emprega constrangimento contra o funcionário do hospital, para atender ao defunto
como se vivo estivesse, visando a alterar o local do crime dificultando sua apuração.
Trata-se de delito que tem por objetivo preservar a lisura na produção da prova.
A CF em seu art. 5, inciso LVI dispõe que são inadmissíveis as provas obtivas por meio
ilícito. E considera-se como prova ilícita toda a prova que viola o procedimento estabelecido
pela Lei ou pelo Texto Maior.
Em que pese existir distinção doutrinária entre prova ilícita e prova ilegítima,
não adentraremos neste mérito pois irrelevante para a compreensão.
Importante asseverar também que o STJ possui julgados no sentido de ser ilícita a prova
obtida a partir de acesso não autorizado ao aplicativo WhatsApp.
Entretanto, noutro julgado também de 2017, o STJ entendeu como legítima a devassa em
celular de vítima de homicídio. Ressaltou também que neste caso sequer era necessária ordem
judicial, pois não havia como proteger a intimidade de quem foi morto, sendo que o objeto da
apreensão destinava-se a esclarecer o responsável pela morte.
Não se pode confundir este delito com os contidos na Lei de Interceptação Telefônica
(Lei 9.296/1996), pois nesta existe a punição para as interceptações ou captações ilegais,
enquanto que a conduta do art. 28 da Lei de Abuso de Autoridade refere-se a uma
interceptação/captação lícita, mas com abuso no manejo do conteúdo obtido.
Este tipo penal tem conteúdo delicado e se assemelha com a denunciação caluniosa (art.
339, CP). Porém, na conduta prevista no código penal, exige-se que ocorra a imputação de
crime ou contravenção a outrem. Por sua vez, no art. 30 da Lei de Abuso de autoridade não
existe a exigência, bastando a instauração sem justa causa ou contra pessoa que sabe inocente,
não importando a natureza do fato imputado.
Ora, é natural que todo aquele que é submetido a um procedimento de investigação tem
o direito de saber quais as razões ensejadoras do procedimento.
A conduta ora guerreada tem por ideal punir o magistrado que decreta a
indisponibilidade de ativos em montante que extrapole exacerbadamente o valor estimado
para garantia da dívida e que deixa de corrigi-la após a demonstração da excessividade pela
parte contrária.
Note também que a norma é composta de dois momentos para permitir a consumação. A
decretação e o deixar de corrigir.
Trata-se da punição ao agente afoito, que emite na imprensa ou outro meio de difusão de
conteúdo conceitos prévios sobre determinado investigado antes mesmo de haver acusação
formal.
PROCEDIMENTO
Art. 39. Aplicam-se ao processo e ao julgamento dos delitos
previstos nesta Lei, no que couber, as disposições do Decreto-Lei nº
3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), e da Lei
nº 9.099, de 26 de setembro de 1995.
Para as infrações de menor potencial ofensivo (aquelas cuja pena máxima não
ultrapassam os 2 anos), será observada a Lei 9.099/95. Já para os crimes cuja pena máxima
transcendam os dois anos, o procedimento a ser adotado é o estabelecido pelo Código
Processual Penal.
EXERCÍCIOS
1. É permitida a manutenção de presos de sexos distintos na mesma cela, sem que isso
configure crime, quando não existir possibilidade de separação.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
1. E
2. E
3. C
SUMÁRIO
LEI DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA (LEI 12.850/2013) ................................................................................... 2
CONSIDERAÇÕES GERAIS ......................................................................................................................... 2
CRIMES EM ESPÉCIE ................................................................................................................................. 2
CRIME ORGANIZADO POR NATUREZA E POR EXTENSÃO ....................................................................... 2
OBSTRUÇÃO OU EMBARAÇO DE INVESTIGAÇÃO DE INFRAÇÃO PENAL REFERENTE À ORGANIZAÇÃO ... 3
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA ............................................................................................................... 3
AFASTAMENTO CAUTELAR DO SERVIDOR PÚBLICO DE SUAS FUNÇÕES .................................................... 3
PERDA DO CARGO, FUNÇÃO, EMPREGO OU MANDATO ELETIVO E INTERDIÇÃO PARA O EXERCÍCIO DE
FUNÇÃO OU CARGO PÚBLICO .................................................................................................................. 4
POLICIAIS ENVOLVIDOS COM ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS..................................................................... 4
NOVOS DISPOSITIVOS INSERIDOS PELA LEI 13.964/2019 – PACOTE ANTICRIME ....................................... 4
EXERCÍCIOS .................................................................................................................................................. 5
GABARITO ................................................................................................................................................ 6
CRIMES EM ESPÉCIE
CRIME ORGANIZADO POR NATUREZA E POR EXTENSÃO
Art. 2º Promover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente ou
por interposta pessoa, organização criminosa:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa, sem prejuízo das
penas correspondentes às demais infrações penais praticadas.
Trata-se de crime comum, ou seja, o tipo penal não exige qualidade ou condição especial
do agente. Ademais, sujeito passivo é a coletividade (crime vago).
O crime é plurissubjetivo ou de concurso necessário. Pois para sua ocorrência, depende-
se da existência de, pelo menos, 4 pessoas.
O bem jurídico tutelado por esta Lei é a paz pública, ou seja, o sentimento coletivo de
segurança e de confiança na ordem e proteção jurídica, que, pelo menos em tese, se veem
atingidos pela societas criminis.
Em se tratando de crime formal, de consumação antecipada ou de resultado cortado,
consuma-se o crime de organização com a simples associação de quatro ou mais pessoas para
a prática de crimes com pena máxima superior a 4 anos, ou de caráter transnacional, que
coloquem em risco a paz pública. Percebe-se, portanto, que a lei não exige a ocorrência de
resultado naturalístico, bastando a prática de um dos núcleos do tipo para a sua consumação.
Atentemos para o fato de que o prazo previsto para a interdição para o exercício será de
8 anos após o fim da pena.
ofensa aos princípios do devido processo legal, ampla defesa, individualização e dignidade da
pessoa humana (STF, HC 115.539/RO).
De acordo com a doutrina, trata-se de benefício condicionado, mas não há impedimento
absoluto. Caso o preso continue a liderar, por algum modo, a organização criminosa, não há
merecimento, que se trata de um critério subjetivo, para a progressão ou para o livramento
condicional.
EXERCÍCIOS
1. (CESPE/CEBRASPE – 2020 – MPE-CE) A respeito de aspectos penais da Lei de
Licitações e Contratos (Lei n.º 8.666/1993), da Lei de Lavagem de Dinheiro (Lei n.º
9.613/1998) e da Lei de Organização Criminosa (Lei n.º 12.850/2013), julgue o item
seguinte. A perda do cargo público constitui efeito automático extrapenal da
condenação transitada em julgado por crime de organização criminosa praticado por
servidor público.
Certo ( ) Errado ( )
Nos termos do que preconiza o art. 2º, § 6º da lei em estudo, a condenação
com trânsito em julgado acarretará ao funcionário público a perda do cargo, função,
emprego ou mandato eletivo e a interdição para o exercício de função ou cargo
público pelo prazo de 8 (oito) anos subsequentes ao cumprimento da pena, sendo,
pois, um efeito automático da condenação.
3. Rita, depois de convencer suas colegas Luna e Vera, todas vendedoras em uma joalheria,
a desviar peças de alto valor que ficavam sob a posse delas três, planejou
detalhadamente o crime e entrou em contato com Ciro, colecionador de joias, para que
ele adquirisse a mercadoria. Luna desistiu de participar do fato e não foi trabalhar no
dia da execução do crime. Rita e Vera conseguiram se apossar das peças conforme o
planejado; entretanto, como não foi possível repassá-las a Ciro no mesmo dia, Vera
levou-as para a casa de sua mãe, comunicou a ela o crime que praticara e persuadiu-a a
guardar os produtos ali mesmo, na residência materna, até a semana seguinte.
Considerando que o crime apresentado nessa situação hipotética venha a ser
descoberto, julgue o item que se segue, com fundamento na legislação pertinente.
Nessa situação hipotética, estão presentes os requisitos que caracterizam uma organização
criminosa, uma vez que houve o envolvimento de quatro pessoas, com prejuízo de alto valor,
além de planejamento e divisão de tarefas para a prática de um determinado crime.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
1. C
2. E
3. E
SUMÁRIO
LEI DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA (LEI 12.850/2013) ................................................................................... 2
DA INVESTIGAÇÃO E DOS MEIOS PARA A OBTENÇÃO DA PROVA .............................................................. 2
1) COLABORAÇÃO PREMIADA .............................................................................................................. 2
2) AÇÃO CONTROLADA......................................................................................................................... 7
3) INFILTRAÇÃO DE AGENTES ............................................................................................................... 8
4) DO ACESSO A REGISTROS, DADOS CADASTRAIS, DOCUMENTOS E INFORMAÇÕES ...........................11
EXERCÍCIOS .................................................................................................................................................11
GABARITO ...............................................................................................................................................14
A forma que se encontra em voga, muito difundida e discutida na sociedade, diz respeito
à delação premiada. Pois bem, neste aspecto, é importante destacar que o próprio STF já
possui entendimento sobre a validade do que se denomina justiça negocial (vide RHC 43.776),
que considera a colaboração premiada como meio de prova, que, contudo, restou incorporado
à novel legislação.
1) COLABORAÇÃO PREMIADA
Seção I
Da Colaboração Premiada
Seção I
Da Colaboração Premiada
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
Trata-se de benefício que pode representar uma drástica redução de pena ou, até
mesmo, a concessão do perdão judicial.
O prêmio pela delação pode ser: a) o perdão judicial, b) redução da pena até 2/3 ou a
substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, ficando, contudo,
condicionada aos seguintes aspectos:
I - a identificação dos demais coautores e partícipes da organização criminosa e das
infrações penais por eles praticadas;
II - a revelação da estrutura hierárquica e da divisão de tarefas da organização
criminosa;
III - a prevenção de infrações penais decorrentes das atividades da organização
criminosa;
IV - a recuperação total ou parcial do produto ou do proveito das infrações penais
praticadas pela organização criminosa;
V - a localização de eventual vítima com a sua integridade física preservada.
Os envolvidos são estabelecidos pelo art. 4º, §6º: "O juiz não participará das negociações
realizadas entre as partes para a formalização do acordo de colaboração, que ocorrerá entre o
delegado de polícia, o investigado e o defensor, com a manifestação do Ministério Público, ou,
conforme o caso, entre o Ministério Público e o investigado ou acusado e seu defensor."
2) AÇÃO CONTROLADA
Seção II
Da Ação Controlada
Art. 8º Consiste a ação controlada em retardar a intervenção
policial ou administrativa relativa à ação praticada por
organização criminosa ou a ela vinculada, desde que mantida sob
observação e acompanhamento para que a medida legal se
concretize no momento mais eficaz à formação de provas e
obtenção de informações.
§ 1º O retardamento da intervenção policial ou administrativa será
previamente comunicado ao juiz competente que, se for o caso,
estabelecerá os seus limites e comunicará ao Ministério Público.
§ 2º A comunicação será sigilosamente distribuída de forma a não
conter informações que possam indicar a operação a ser efetuada.
Trata-se da hipótese em que a polícia retarda sua atuação com o intuito de obter mais
informações e de conseguir ir mais a fundo da estrutura criminosa.
Como decorrência do texto legal, a atuação do agente não pode se dar de maneira livre,
depende de comunicação ao juiz competente, tendo em vista que ele poderá estabelecer os
limites de atuação do agente policial.
3) INFILTRAÇÃO DE AGENTES
Seção III
Da Infiltração de Agentes
Art. 10. A infiltração de agentes de polícia em tarefas de
investigação, representada pelo delegado de polícia ou requerida
pelo Ministério Público, após manifestação técnica do delegado de
polícia quando solicitada no curso de inquérito policial, será
precedida de circunstanciada, motivada e sigilosa autorização
judicial, que estabelecerá seus limites.
§ 1º Na hipótese de representação do delegado de polícia, o juiz
competente, antes de decidir, ouvirá o Ministério Público.
§ 2º Será admitida a infiltração se houver indícios de infração penal
de que trata o art. 1º e se a prova não puder ser produzida por
outros meios disponíveis.
§ 3º A infiltração será autorizada pelo prazo de até 6 (seis) meses,
sem prejuízo de eventuais renovações, desde que comprovada sua
necessidade.
§ 4º Findo o prazo previsto no § 3º , o relatório circunstanciado será
apresentado ao juiz competente, que imediatamente cientificará o
Ministério Público.
§ 5º No curso do inquérito policial, o delegado de polícia poderá
determinar aos seus agentes, e o Ministério Público poderá
requisitar, a qualquer tempo, relatório da atividade de infiltração.
Art. 10-A. Será admitida a ação de agentes de polícia infiltrados
virtuais, obedecidos os requisitos do caput do art. 10, na internet,
com o fim de investigar os crimes previstos nesta Lei e a eles
conexos, praticados por organizações criminosas, desde que
demonstrada sua necessidade e indicados o alcance das tarefas dos
policiais, os nomes ou apelidos das pessoas investigadas e, quando
possível, os dados de conexão ou cadastrais que permitam a
identificação dessas pessoas. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)
Será admitida a infiltração se houver indícios de infração penal de que trata o art. 1º e se
a prova não puder ser produzida por outros meios disponíveis. Além disso, a infiltração será
autorizada pelo prazo de até 6 (seis) meses, sem prejuízo de eventuais renovações, desde que
comprovada sua necessidade.
A legislação, complementada e atualizada pelo pacote anticrime, autoriza a infiltração de
agentes virtuais, obedecidos os requisitos anteriores.
A prova que não observar o procedimento indicado será considerada nula.
EXERCÍCIOS
1. (CESPE – 2020) Delegado da PF instaurou IP para apurar crime cometido contra órgão
público federal. Diligências constataram sofisticado esquema de organização criminosa
criada com a intenção de fraudar programa de responsabilidade desse ente público.
Com base nessas informações e com relação à prática de crime por organização
criminosa, julgue o item seguinte.
Conforme preconiza o art. 10, a infiltração será autorizada pelo prazo de até 6
(seis) meses, sem prejuízo de eventuais renovações, desde que comprovada sua
necessidade.
GABARITO
1. E
2. C
3. E
4. C
5. E
SUMÁRIO
LEI 10.826/2003 – ESTATUTO DO DESARMAMENTO .................................................................................... 2
CONSIDERAÇÕES GERAIS ......................................................................................................................... 2
DOS CRIMES EM ESPÉCIE ......................................................................................................................... 2
POSSE ILEGAL DE ARMA DE FOGO ........................................................................................................ 2
OMISSÃO DE CAUTELA ......................................................................................................................... 4
PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO ........................................................................ 4
DISPARO DE ARMA DE FOGO ............................................................................................................... 5
PORTE OU POSSE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO RESTRITO .......................................................... 6
COMÉRCIO ILEGAL DE ARMA DE FOGO................................................................................................. 6
TRÁFICO INTERNACIONAL DE ARMAS ................................................................................................... 7
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA ........................................................................................................... 7
EXERCÍCIOS .................................................................................................................................................. 8
GABARITO ...............................................................................................................................................10
Trata-se de crime comum (pode ser praticado por qualquer pessoa). Para agir em
desacordo com a regulamentação, o agente não pode ter o registro válido da arma.
Para fins de definir a elementar "em seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o
responsável legal pelo estabelecimento”, analisa-se o contrato social, com poderes de
gerência/administração. Por sua vez, o sujeito passivo é a coletividade (sociedade).
Por "interior da residência ou dependência desta" compreende-se o imóvel habitado, com
regularidade, e as áreas agregadas, tais como quintal, jardim, garagem, edícula etc.
Aos habitantes de imóvel rural, houve a inserção de um §5º ao art. 5º (através da Lei
13.870/2019, que assim prevê:
§ 5º Aos residentes em área rural, para os fins do disposto no caput
deste artigo, considera-se residência ou domicílio toda a extensão do
respectivo imóvel rural.
Perceba-se também que a Lei traz no caput do art. 12 a figura da munição, no singular.
Porém a jurisprudência dos Tribunais Superiores já estão uniforme com a ideia de que pode ser
aplicado o princípio da insignificância para aquelas condutas que não sejam capazes de colocar
em risco o bem jurídico tutelado.
O delito aqui trazido é doloso, não havendo previsão para modalidade culposa.
OMISSÃO DE CAUTELA
Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que
menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência
mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse ou que
seja de sua propriedade:
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou
diretor responsável de empresa de segurança e transporte de valores
que deixarem de registrar ocorrência policial e de comunicar à
Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de
arma de fogo, acessório ou munição que estejam sob sua guarda, nas
primeiras 24 (vinte quatro) horas depois de ocorrido o fato.
Entende-se que se trata de crime próprio, na medida em que as figuras previstas no caput
(crime omissivo próprio) e no parágrafo único só poderão ser praticadas pelo proprietário ou
possuidor da arma de fogo. O sujeito passivo é a coletividade e o menor ou pessoa portadora de
deficiência que, no caso do caput, apodere-se da arma.
Para a configuração do delito constante do parágrafo único, exige-se a omissão dolosa das
duas condutas, não registrar a ocorrência policial E não comunicar a Polícia Federal. Portanto,
não estará caracterizado o crime, por exemplo, se o proprietário pela empresa apenas
comunicar a polícia civil.
O crime previsto no caput é considerado culposo enquanto a figura equiparada é tratada
pela doutrina como um crime no qual a omissão deve ser dolosa, sob pena de configurar
responsabilidade penal objetiva.
O primeiro núcleo, portar, diz respeito ao agente que carrega a arma de maneira ostensiva,
sem o devido porte. Não é necessário que o agente tenha a arma em suas mãos, bastando que
seja fácil o seu acesso (ex.: porta luvas do veículo).
Deter, consiste no ato de conservar o objeto em seu poder, de forma momentânea, sem
ser o proprietário.
Transportar, trata-se da conduta de, irregularmente, levar a arma (desmontada e dentro
do porta malas) de um lugar para o outro.
Fornecer consiste no ato de entregar a outrem. Ceder, consiste no ato de passar a outra
pessoa a posse do objeto.
Ter em depósito é o mesmo que guardar, manter armazenado, desde que o objetivo não
seja a venda.
Ter em depósito e manter sob guarda são situações distintas, eis que, na
primeira, a manutenção do objeto com o agente se dá em nome de terceiro. Como
ensina a doutrina:
“O sujeito não é o proprietário nem o possuidor do objeto material, mas por
algum motivo guarda para o seu proprietário ou detentor."
Consigne-se, por fim, que o STF julgou inconstitucional o parágrafo único do art. 14, razão
pela qual o magistrado pode conceder fiança, bem como liberdade provisória ao preso por porte
ilegal de arma de fogo.
Havendo crime contra vida mediante disparo de arma de fogo, o crime fim absorve o crime
meio (princípio da consunção).
PORTE OU POSSE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO RESTRITO
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em
depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar,
remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo,
acessório ou munição de uso restrito, sem autorização e em
desacordo com determinação legal ou regulamentar: (Redação
dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: (Redação dada pela Lei nº
13.964, de 2019)
I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de
identificação de arma de fogo ou artefato;
II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la
equivalente a arma de fogo de uso proibido ou restrito ou para fins
de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro autoridade policial,
perito ou juiz;
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou
incendiário, sem autorização ou em desacordo com determinação
legal ou regulamentar;
IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo
com numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação
raspado, suprimido ou adulterado;
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de
fogo, acessório, munição ou explosivo a criança ou adolescente; e
VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou
adulterar, de qualquer forma, munição ou explosivo.
§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste artigo
envolverem arma de fogo de uso proibido, a pena é de reclusão, de 4
(quatro) a 12 (doze) anos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
O crime previsto no caput deixou de ser hediondo com a vigência do pacote anticrime, eis
que no novo rol somente consta o porte ou posse de armamento de uso proibido, que são as
situações previstas no §2º.
A ideia aqui alocada tem por intuito evitar a disseminação e proliferação de armas no
mercado.
Essa conduta, que também só é punida a título de dolo, é considerada crime hediondo.
A ideia aqui alocada tem por intuito evitar a disseminação e proliferação de armas no
mercado brasileiro, criminalizando com pena bastante grave (aumentada recentemente,
inclusive) o sujeito ativo (qualquer pessoa) que pratica esta conduta.
Essa conduta, que também só é punida a título de dolo, é considerada crime hediondo.
EXERCÍCIOS
1. (CESPE/ CEBRASPE – 2019 – PRF) Luizinho de Jesus, famoso bicheiro de Duque de
Caxias, região do Rio de Janeiro, durante um protesto na BR 040, altura da Vila São
Sebastião, afirmou que já havia sido preso várias vezes, apesar de não o merecer; por
isso, iria continuar chefiando o jogo. Considerava absurdo o jogo ser proibido, pois este
ajudava financeiramente muitas pessoas e apenas lhes fazia o bem. Em suas palavras,
manifestava que “o jogo do bicho deve continuar, pois este dinheiro realmente ajuda as
pessoas carentes”. Em razão de suas falas, os policiais rodoviários que acompanhavam a
manifestação às margens da rodovia federal prenderam Luizinho de Jesus em flagrante.
O bicheiro portava um revólver marca Taurus, calibre 38, sem a documentação para tal.
Com base nessa situação hipotética, julgue o item a seguir.
Pelo fato de Luizinho ter sido abordado e estar de posse da arma de fogo (revólver Taurus,
calibre 38), os policiais rodoviários federais não poderiam lavrar termo circunstanciado de
ocorrência.
( ) Certo ( ) Errado
A questão exige do candidato o conhecimento do procedimento a ser lavrado
em razão do crime praticado. Na espécie, não se trata de infração de menor potencial
ofensivo, já que a pena prevista para o delito em tela é de 01 a 03 anos, razão pela
qual, ao invés do Termo Circunstanciado (só aplicável para infrações com pena
máxima de até 02 anos), deveria ter sido dada voz de prisão em flagrante.
5. Em cada item que segue, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva
a ser julgada.
Samuel disparou, sem querer, sua arma de fogo em via pública. Nessa situação, ainda que o
disparo tenha sido de forma acidental, culposamente, Samuel responderá pelo crime de disparo
de arma de fogo, previsto no Estatuto do Desarmamento.
( ) Certo ( ) Errado
O crime descrito no artigo 15 do Estatuto do Desarmamento não possui
previsão de conduta culposa. Dessa forma, só se admite sua punição a título de dolo.
GABARITO
1. C
2. E
3. E
4. E
5. E
SUMÁRIO
LEI DE LAVAGEM DE DINHEIRO – LEI Nº 9.613/98 ....................................................................................... 2
1. ASPECTOS RELEVANTES ........................................................................................................................ 2
1.1. NOÇÕES GERAIS ............................................................................................................................ 2
1.2. REDAÇÃO ATUAL – APLICADA PELA LEI 12.683/2012 ..................................................................... 3
1.3. BEM JURÍDICO TUTELADO E CLASSIFICAÇÕES DO DELITO .............................................................. 3
1.4. AÇÃO PENAL.................................................................................................................................. 4
2. REGRAS PROCESSUAIS.......................................................................................................................... 4
2.1. ASPECTOS IMPORTANTES RELACIONADOS À INFRAÇÃO ANTECEDENTE ......................................... 5
3. EFEITOS DA CONDENAÇÃO................................................................................................................... 5
4. MEDIDAS ASSECURATÓRIAS ................................................................................................................. 6
Fato é que se percebeu que havia um número indiscriminado de condutas que poderiam
gerar produtos ilícitos e estas condutas não faziam parte do rol do art. 1º da Lei 9.613/98.
E foi neste contexto que a Lei 12.683/2012 abandonou a taxatividade do rol até então
existente e trouxe um gênero mais amplo, considerando agora, como infração antecedente
apta a produzir a lavagem de dinheiro qualquer infração penal (a infração penal é gênero, da
qual são espécies o crime e a contravenção penal).
- A 2ª geração, por sua vez, é aquela que apresenta um rol um pouco mais
flexível, apresentando outras infrações suscetíveis de serem consideradas crimes
antecedentes (como era a redação originária da Lei 9.613/98).
Merece destaque também a disposição que prevê aumento de pena de 1 a 2/3 para casos
em que o crime é praticado de forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa.
Por fim, o parágrafo 5º, prevê a possibilidade de redução da pena pela delação premiada,
prevendo que a pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime
aberto ou semiaberto, facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a
qualquer tempo, por pena restritiva de direitos, se o autor, coautor ou partícipe
colaborar espontaneamente com as autoridades, prestando esclarecimentos que
conduzam à apuração das infrações penais, à identificação dos autores, coautores e
partícipes, ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime.
Por derradeiro, o pacote anticrime inseriu o §6º na Lei 9613/98, prevendo agora, a
possibilidade para utilização da Ação Controlada e da infiltração de agentes (requisitos das
modalidades previstos na Lei 12.850/2013).
2. REGRAS PROCESSUAIS
Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei:
I – obedecem às disposições relativas ao procedimento comum dos
crimes punidos com reclusão, da competência do juiz singular;
II - independem do processo e julgamento das infrações penais
antecedentes, ainda que praticados em outro país, cabendo ao juiz
competente para os crimes previstos nesta Lei a decisão sobre a
unidade de processo e julgamento;
III - são da competência da Justiça Federal:
a) quando praticados contra o sistema financeiro e a ordem
econômico-financeira, ou em detrimento de bens, serviços ou
interesses da União, ou de suas entidades autárquicas ou empresas
públicas;
A resposta é: DEPENDE!
3. EFEITOS DA CONDENAÇÃO
Art. 7º São efeitos da condenação, além dos previstos no Código
Penal:
I - a perda, em favor da União - e dos Estados, nos casos de
competência da Justiça Estadual -, de todos os bens, direitos e
valores relacionados, direta ou indiretamente, à prática dos crimes
previstos nesta Lei, inclusive aqueles utilizados para prestar a
fiança, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-
fé; (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
II - a interdição do exercício de cargo ou função pública de qualquer
natureza e de diretor, de membro de conselho de administração ou
de gerência das pessoas jurídicas referidas no art. 9º, pelo dobro do
tempo da pena privativa de liberdade aplicada.
§ 1o A União e os Estados, no âmbito de suas competências,
regulamentarão a forma de destinação dos bens, direitos e valores
cuja perda houver sido declarada, assegurada, quanto aos processos
de competência da Justiça Federal, a sua utilização pelos órgãos
federais encarregados da prevenção, do combate, da ação penal e
do julgamento dos crimes previstos nesta Lei, e, quanto aos
processos de competência da Justiça Estadual, a preferência dos
órgãos locais com idêntica função. (Incluído pela Lei nº
12.683, de 2012)
§ 2o Os instrumentos do crime sem valor econômico cuja perda em
favor da União ou do Estado for decretada serão inutilizados ou
4. MEDIDAS ASSECURATÓRIAS
Vale destacar que o texto da Lei prevê pela possibilidade da realização de medidas
assecuratórias. Registre-se, que são as mesmas inseridas na Lei Processual Penal (arresto,
sequestro, especialização de hipoteca legal).
Para tanto, nosso destaque fica por conta de que essas medidas, relativamente à Lei de
Lavagem de Capitais serão deferidas pelo juiz, que, inclusive poderá deferi-las de ofício ou a
partir de representação/requerimento do membro do Ministério Público ou da Autoridade
policial.
SUMÁRIO
LEI DE TORTURA – LEI Nº 9.455/97 .............................................................................................................. 2
1. NOÇÕES GERAIS ................................................................................................................................... 2
2. CARACTERÍSTICAS GERAIS .................................................................................................................... 3
2.1. BEM JURÍDICO ............................................................................................................................... 3
2.2. COMPETÊNCIA PARA PROCESSAMENTO ........................................................................................ 3
2.3. PRESCRIÇÃO .................................................................................................................................. 3
2.4. HEDIONDEZ ................................................................................................................................... 3
3. AÇÃO PENAL, CONDUTA E SUJEITOS DA INFRAÇÃO .............................................................................. 3
4. CRIMES EM ESPÉCIE ............................................................................................................................. 4
4.1. TORTURA PROVA/CONFISSÃO ....................................................................................................... 4
4.2. TORTURA CRIME ........................................................................................................................... 4
4.3. TORTURA DISCRIMINATÓRIA/PRECONCEITO ................................................................................. 5
4.4. TORTURA CASTIGO/PUNITIVA/PENA ............................................................................................. 6
4.5. TORTURA POR EQUIPARAÇÃO ....................................................................................................... 6
4.6. TORTURA OMISSÃO....................................................................................................................... 7
5. QUALIFICADORAS - ART. 1°, §3°............................................................................................................ 7
6. EFEITOS DA CONDENAÇÃO - ART. 1º, §5°, §6° E §7° .............................................................................. 8
7. EXTRATERRITORIALIDADE - ART. 2º ...................................................................................................... 9
Como mencionado, a CF não trouxe em seu corpo a definição do que seria a tortura,
razão pela qual, a doutrina nominou de mandado de criminalização, na medida em que a
Constituição "impõe" que a Lei defina a tortura.
Art. 1º:
Inciso I: Tortura Prova, Tortura Crime e Tortura Discriminatória;
§3º: Qualificadoras.
Art. 2º:
Extraterritorialidade.
2. CARACTERÍSTICAS GERAIS
2.1. BEM JURÍDICO
O bem jurídico tutelado pela Lei 9.455/97, é a dignidade da pessoa humana, sendo mais
específico a proteção deste valor relacionado à integridade física e psíquica do indivíduo.
2.3. PRESCRIÇÃO
O crime de tortura é prescritível, ou seja, pode prescrever. Aplicam-se os prazos
prescricionais previstos no Código Penal. Os únicos crimes imprescritíveis no nosso
ordenamento jurídico são (art. 5, XLII e XLIV CF):
Racismo;
Ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o
Estado Democrático.
O que é imprescritível relativamente à tortura é a ação de reparação por
danos morais a ser ajuizada no âmbito civil, ajuizadas em decorrência de atos de
tortura cometidos durante o Regime Militar.
2.4. HEDIONDEZ
Os crimes comissivos (praticados mediante uma ação) da Lei de Tortura (art. 1, I, II e
§1°) são equiparados a hediondos.
A ressalva fica por conta da tortura por omissão, prevista no art. 1º, §2° da presente lei,
que não é considerado equiparado a hediondo.
No caso dos crimes da Lei de Tortura, todos serão cometidos mediação ação (conduta
comissiva), exceto o crime do art. 1, §2°, o qual exigirá omissão por parte do sujeito ativo.
Ademais, os tipos penais descritos nesta lei somente são praticados mediante dolo,
inexistindo previsão para a figura culposa.
Não obstante, para os delitos do art. 1°, I (a, b, c) e II (tortura/ castigo) exige-se, além do
simples dolo, a presença de dolo específico.
Os crimes de Tortura previstos no art. 1°, inciso I (a, b, c), são classificados como
comuns, ou seja, qualquer pessoa poderá praticá-los.
Noutro giro, as condutas previstas no art. 1°, II (tortura castigo), §1° (tortura por
equiparação) e §2° (tortura omissão) da Lei, segundo a posição majoritária, são classificados
como próprios, na medida em que é necessária uma condição especial do agente.
4. CRIMES EM ESPÉCIE
4.1. TORTURA PROVA/CONFISSÃO
O núcleo do tipo é “constranger” alguém, ou seja, obrigar, forçar, compelir alguém. Além
disso, esse constrangimento será exercido mediante o emprego de violência (violência física
ou própria) ou grave ameaça (violência moral).
O emprego da violência ou grave ameaça deve ter a aptidão de causar sofrimento físico
(violência) ou mental (grave ameaça) na vítima. Como exemplo de sofrimento físico, temos
desde vias de fato, lesão corporal e até homicídio. Como exemplo de sofrimento mental, temos
situações de extrema angústia, medo ou abalo psicológico.
Exige-se a finalidade específica em torturar o agente para que ele pratique um ato ilícito.
Ainda, se a coação tiver como objetivo a prática de ato infracional análogo a algum
crime, estaremos diante da tortura.
Aqui, diferentemente do que acontece nas modalidades anteriores, o agente não exige
que a vítima adote qualquer tipo de conduta (ação ou omissão). A tortura acontece em razão
da discriminação racial ou religiosa.
Nesta modalidade de tortura, vemos a conduta do agente que submete alguém que
esteja sob sua guarda/poder/autoridade, mediante o emprego de violência ou grave ameaça, a
intenso sofrimento físico ou mental, com o intuito de castiga-lo ou aplicar-lhe medida de
caráter preventivo.
Por evidente que se trata de crime doloso. Porém, perceba que aqui também identifica-
se o dolo específico do agente, na medida em que a tortura é aplicada com a finalidade de
castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.
Aqui estamos diante de um crime próprio, ou seja, na medida em que só pode ser autor
do fato aquele detentor da guarda, poder ou autoridade sobre alguém. O sujeito passivo
também depende de uma situação especial, pois é aquele que está sob guarda, poder ou
autoridade de outrem. Por essas condições, alguns doutrinadores trazem a nomenclatura de
crime bipróprio.
Na tortura por equiparação temos a conduta do agente que submete pessoa presa ou
sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, mediante a prática de ato não
previsto em lei ou não resultante de medida legal.
Cuidado! Para que seja tipificada a tortura por equiparação a pessoa presa
deve cumprir uma prisão de ordem LEGAL. Em se tratando de prisão ilegal
estaremos diante de outras condutas.
Quanto ao sujeito ativo, apesar de haver divergência doutrinária, a banca CESPE adotou
posicionamento de que se trata de crime próprio, pois só pode ser praticado pelo servidor que
é responsável pelos detentos. O sujeito passivo é o preso ou a pessoa submetida à medida de
segurança.
Para que ocorra a forma qualificada do delito é imperioso que o resultado ocorra a título
de culpa (delito preterdoloso). O dolo específico é de torturar, porém, por descuido do agente,
ocorre lesão corporal grave ou gravíssima ou o óbito.
Outro ponto importante que tem prevalecido é o de agente que inicia uma conduta com
o dolo de torturar mas, posteriormente resolve matar a vítima. Prevalece o entendimento de
que o agente responderá por crime de tortura (simples) em concurso material com o delito de
homicídio (art. 121 CP), na medida em que se tratam de condutas isoladas, que ofendem bens
jurídicos distintos.
As causas de aumento, cuja incidência deve recair na terceira fase da dosimetria, são de
redação simples e de fácil aplicação.
Elas podem ser aplicadas em todas as figuras delitivas, inclusive na tortura qualificada.
Nas hipóteses descritas no inciso II, é imprescindível que o agente tenha ciência da idade
do agente ou da condição de gestante da vítima.
Mas, para que ocorra a aplicação deste efeito, o crime deverá ter sido praticado no
exercício de função pública ou em razão da função.
Os benefícios cuja concessão são vedadas estão elencadas também na Lei 8.072/90 que
veda a concessão do indulto. Embora a Lei de Tortura não faça menção expressa, o
entendimento é que intrinsicamente o indulto também não pode ser concedido.
Sobre este artigo, temos sua revogação tácita eis que declarado inconstitucional pelo
STF no HC 111840 pois fere o princípio constitucional da individualização da pena, na medida
em que o magistrado é o responsável pela aplicação da pena, e não o legislador.
7. EXTRATERRITORIALIDADE - ART. 2º
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não
tenha sido cometido em território nacional, sendo a vítima
brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição
brasileira.
SUMÁRIO
LEI 12.846/2013 – LEI ANTICORRUPÇÃO ...................................................................................................... 2
1. NOÇÕES GERAIS ................................................................................................................................... 2
2. DISPOSIÇÕES INICIAIS........................................................................................................................... 2
3. ATOS LESIVOS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (NACIONAL OU ESTRANGEIRA) ......................................... 3
3.1. SANÇÕES ADMINISTRATIVAS ......................................................................................................... 4
3.2. SANÇÕES CIVIS .............................................................................................................................. 5
4. ACORDO DE LENIÊNCIA ........................................................................................................................ 6
Assim, esta lei trouxe em seu corpo importantes mecanismos de punição com o claro
intuito de blindar a Administração Pública de qualquer ato ilícito bem como aplicando graves
sanções às Pessoas Jurídicas.
2. DISPOSIÇÕES INICIAIS
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva
administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos
contra a administração pública, nacional ou estrangeira.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto nesta Lei às sociedades
empresárias e às sociedades simples, personificadas ou não,
independentemente da forma de organização ou modelo societário
adotado, bem como a quaisquer fundações, associações de entidades
ou pessoas, ou sociedades estrangeiras, que tenham sede, filial ou
representação no território brasileiro, constituídas de fato ou de
direito, ainda que temporariamente.
Art. 2º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas objetivamente,
nos âmbitos administrativo e civil, pelos atos lesivos previstos nesta
Lei praticados em seu interesse ou benefício, exclusivo ou não.
Art. 3º A responsabilização da pessoa jurídica não exclui a
responsabilidade individual de seus dirigentes ou administradores
ou de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe do ato
ilícito.
§ 1º A pessoa jurídica será responsabilizada independentemente da
responsabilização individual das pessoas naturais referidas no
caput .
§ 2º Os dirigentes ou administradores somente serão
responsabilizados por atos ilícitos na medida da sua culpabilidade.
Art. 4º Subsiste a responsabilidade da pessoa jurídica na hipótese de
alteração contratual, transformação, incorporação, fusão ou cisão
societária.
§ 1º Nas hipóteses de fusão e incorporação, a responsabilidade da
sucessora será restrita à obrigação de pagamento de multa e
reparação integral do dano causado, até o limite do patrimônio
transferido, não lhe sendo aplicáveis as demais sanções previstas
nesta Lei decorrentes de atos e fatos ocorridos antes da data da
fusão ou incorporação, exceto no caso de simulação ou evidente
intuito de fraude, devidamente comprovados.
§ 2º As sociedades controladoras, controladas, coligadas ou, no
âmbito do respectivo contrato, as consorciadas serão
solidariamente responsáveis pela prática dos atos previstos nesta
Lei, restringindo-se tal responsabilidade à obrigação de pagamento
de multa e reparação integral do dano causado.
Percebe-se que o ato denominado lesivo é todo aquele que interfira, de alguma forma, no
bom andamento de um processo/procedimento público ou que tenha por intuito desvirtuá-lo.
Ainda, acerca do processo administrativo para a apuração destes atos, vale destacar que
o processo será conduzido por 02 ou mais servidores estáveis na carreira, assegurado o prazo
de 30 dias para defesa da empresa e, além disso, os servidores deverão concluir o processo
em 180 dias, ressalvada possibilidade de prorrogação mediante ato fundamentado do órgão
instaurador.
3.2. SANÇÕES CIVIS
Avançando às sanções civis, estas somente poderão ser decretadas em procedimento
judicial.
Tais sanções, da mesma forma que as sanções administrativas, podem ser aplicadas de
maneira isoladas ou cumulativas.
4. ACORDO DE LENIÊNCIA
Vale destacar também a previsão do acordo de leniência, que é uma hipótese de
colaboração da empresa com o intuito de auxiliar nas investigações.
De acordo com a redação do art. 16, é preciso que da colaboração resulte a identificação
dos demais envolvidos, se for o caso e a obtenção célere de informações e documentos que
comprovem o ilícito sob apuração.
Tal acordo somente será permitido se preenchidos os seguintes requisitos (que são
cumulativos):
SUMÁRIO
LEI 9.605/98 – LEI DE CRIMES AMBIENTAIS .................................................................................................. 2
1. CONSIDERAÇÕES GERAIS...................................................................................................................... 2
2. COMPETÊNCIA PARA PROCESSAMENTO DAS DEMANDAS .................................................................... 2
3. NOVAS DISPOSIÇÕES APLICÁVEIS À ESPÉCIE ......................................................................................... 2
4. APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA ................................................................................... 2
5. RESPONSABILIDADE DA PESSOA FÍSICA E JURÍDICA............................................................................... 3
6. DA APLICAÇÃO DA PENA ...................................................................................................................... 3
7. CONSIDERAÇÕES ACERCA DA AÇÃO PENAL E DEMAIS DISPOSIÇÕES PROCESSUAIS ............................... 6
6. DA APLICAÇÃO DA PENA
Art. 6º Para imposição e gradação da penalidade, a autoridade
competente observará:
I - a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas
consequências para a saúde pública e para o meio ambiente;
II - os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da
legislação de interesse ambiental;
III - a situação econômica do infrator, no caso de multa.
Art. 7º As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem
as privativas de liberdade quando:
I - tratar-se de crime culposo ou for aplicada a pena privativa de
liberdade inferior a quatro anos;
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a
personalidade do condenado, bem como os motivos e as
circunstâncias do crime indicarem que a substituição seja suficiente
para efeitos de reprovação e prevenção do crime.
Quando estivermos diante de infrações de menor potencial ofensivo (aquelas cuja pena
máxima não ultrapasse dois anos), será permitida a aplicação dos benefícios da Lei 9.099/95,
porém, a Lei de Crimes Ambientais condiciona a aplicação dos benefícios à prévia reparação
do dano ambiental.
Quando o benefício for a suspensão condicional do processo, devem ainda ser
observados os seguintes requisitos:
SUMÁRIO
LEI 9.605/98 – LEI DE CRIMES AMBIENTAIS .................................................................................................. 2
1. DOS CRIMES CONTRA A FAUNA ............................................................................................................ 2
2. DOS CRIMES CONTRA A FLORA ............................................................................................................. 4
3. POLUIÇÃO E OUTROS CRIMES .............................................................................................................. 6
4. DOS CRIMES CONTRA O ORDENAMENTO URBANO E O PATRIMÔNIO CULTURAL ................................. 8
O primeiro destaque, e talvez o mais importante, é a inserção do § 1º-A no art. 32, que
prevê uma figura mais gravosa para o crime praticado contra animal doméstico (cão e gato),
que agora prevê pena de reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, multa e proibição da guarda,
dispositivo que foi inserido em 2020.
De plano, perceba-se que é possível ceifar a vida de um animal selvagem, desde que
autorizado pela autoridade competente. Por exemplo, o proprietário de um rebanho, que tem
perdido suas reses por ataques de onça. Neste caso, o proprietário pode abate-la, desde que
munido da autorização da autoridade.
Além disso, acerca do art. 34, que estabelece sobre a pesca em período de defeso. A
jurisprudência o considera como crime formal, ou seja, a infração estará consumada mesmo
que não apreendidos animais.
Além disso, no art. 37 prevê causas excludentes de ilicitude, que devem ser analisadas
com muito cuidado.
Neste rol, devem-se destacar os arts. 54,55 e 60. O art. 54 traz a seguinte conduta:
“causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em
danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição
significativa da 'ora”. Em seu §1o, há a previsão desse delito em sua forma culposa, além de
circunstância agravante (§ 2o), essas últimas, por disposição do §3 o, também aplicáveis àquele
que: “... deixar de adotar, quando o assim exigir a autoridade competente, medida de
precaução em caso de risco de dano ambiental grave ou irreversível”. Outra menção
necessária se dá com o disposto no art. 55, caput, que traz previsão tipificando como crime:
“Executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem a competente autorização,
permissão, concessão ou licença, ou em desacordo com a obtida”. Assim como aquele que
(parágrafo único): “... deixa de recuperar a área pesquisada ou explorada, nos termos da
autorização, permissão, licença, concessão ou determinação do órgão competente”. Porém,
nesse rol, destaca-se o art. 60, que apresenta condutas potencialmente poluidoras, como
construir, reformar, instalar, sem licença ou autorização dos órgãos ambientais ou em
desacordo com as normas e regulamentos pertinentes.
Na seção V, abrangida neste item 4, vale o destaque das condutas descritas nos arts. 62,
64 e 65.
O art. 62 cuida das condutas de destruir, inutilizar ou deteriorar bens que contam com a
proteção legal, administrativa ou judicial, assim como registro, arquivo, museu, biblioteca,
instalação científica e congêneres.
Já o art. 64, por sua vez, trata da proteção ao solo não edificável e seu entorno,
tipificando a conduta de construir nesses locais, sem autorização do órgão competente ou em
desacordo com essa.
Por fim, o mais relevante, diz respeito a conduta prevista no art. 65, que criminaliza a
pichação, prática muito comum nos centros urbanos, que se traduz em considerável
incremento da poluição visual e estética. Vale destacar que a grafitagem, desde que realizada
com o objetivo de valorizar o patrimônio público ou privado mediante manifestação artística,
desde que consentida pelo proprietário e, quando couber, pelo locatário ou arrendatário do
bem privado e, no caso de bem público, com a autorização do órgão competente e a
observância das posturas municipais e das normas editadas pelos órgãos governamentais
responsáveis pela preservação e conservação do patrimônio histórico e artístico nacional não
é considerada crime.
SUMÁRIO
LEI 13.964/2019 – PACOTE ANTICRIME ........................................................................................................ 2
1) CONSIDERAÇÕES GERAIS...................................................................................................................... 2
2) ALTERAÇÕES SUBSTANCIAIS ................................................................................................................. 2
2.1. INTRODUÇÃO – DISPOSITIVOS SUSPENSOS .................................................................................... 2
2.2. ATERAÇÕES SUBSTANCIAIS NO CÓDIGO PENAL ............................................................................. 3
2.2.1. PARTE GERAL.............................................................................................................................. 3
2.2.2. PARTE ESPECIAL.......................................................................................................................... 3
2.3. ALTERAÇÕES SUBSTANCIAIS NO CÓDIGO PROCESSUAL PENAL....................................................... 5
A referida Lei foi publicada no DOU em 24/12/2019 com período de vacatio de 30 dias.
2) ALTERAÇÕES SUBSTANCIAIS
2.1. INTRODUÇÃO – DISPOSITIVOS SUSPENSOS
O Ministro Luiz Fux, poucos dias antes da vigência efetiva da Lei suspendeu a eficácia de
três pontos da Nova Lei, uma vez que teríamos uma saturação do sistema penal.
Todavia, mesmo que os dispositivos estejam com eficácia jurídica plena, eles constam
das respectivas leis.
Este dispositivo passou a prever a chamada legítima defesa funcional. Porém, trata-se de
uma mera reprodução tautológica do caput do art. 25 do CP.
A doutrina atual já tem criticado a inserção deste dispositivo, tendo em vista que, para a
configuração da legítima defesa, basta que o agente encontre-se diante de uma agressão atual
ou iminente e repila esta agressão, valendo-se dos meios necessários.
Outro ponto de enfoque, que, embora fuja um pouco dos editais das carreiras policiais,
mas que pode aparecer dentro do tema “sucessão de leis no tempo, diz respeito à alteração do
art. 75 do CP, que agora, possui a seguinte redação:
Vale frisar que a Lei anterior previa prazo máximo de cumprimento de pena em 30 anos.
Portanto, a nova lei é um exemplo claro de Novatio legis in pejus.
Houve a inclusão do inciso VII do §1º, que corresponde ao uso da arma branca. Dessa
forma, houve uma adequação precisa da legislação para um aumento gradativo das penas
quanto ao uso da arma branca (aumento da pena 1/3 à metade); uso de arma de fogo
(aumento em 2/3) e uso de arma de fogo de uso proibido ou restrito (pena em dobro).
Importante destaque também fica por conta da inclusão do art. 171, §5º, que trouxe uma
alteração acerca da ação penal a ser adotada, vejamos:
Assim, a conduta de estelionato passa a ser, via de regra, suscetível de ação penal pública
condicionada, ressalvadas as alterações constantes dos incisos I a IV.
Por derradeiro, acerca das alterações do Código Penal, houve a alteração da pena da
conduta de concussão – que antes era de 02 a 08 anos de reclusão -, que agora passa a ter a
pena prevista de 02 a 12 anos.
A primeira figura relevante inserida no CPP, diz respeito à inclusão do juiz das garantias.
A presença deste juiz consagra a presença do sistema acusatório. Justamente para evitar
qualquer tipo de comprometimento do magistrado do processo ao ter contato com a etapa de
produção dos elementos informativos da fase administrativa.
A ideia, em si, é justamente assegurar que este magistrado atue exclusivamente na fase
inquisitiva, permitindo ao juiz do processo uma autonomia e imparcialidade acerca de sua
atuação.
Por derradeiro, insta observar que o juiz das garantias permanecerá IMPEDIDO de atuar
na fase processual.
Todavia, este dispositivo encontra-se com a eficácia suspensa, nos termos da
ADI 6.298/DF.
SUMÁRIO
LEI 13.964/2019 – PACOTE ANTICRIME ........................................................................................................ 2
1) CONSIDERAÇÕES GERAIS...................................................................................................................... 2
2) ALTERAÇÕES SUBSTANCIAIS NO CPP .................................................................................................... 2
2.1. CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA NO IP ...................................................................................... 2
2.2. ARQUIVAMENTO DO IP ................................................................................................................. 3
2.3. ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL .......................................................................................... 4
2.4. PRISÃO OBRIGATÓRIA PÓS JÚRI..................................................................................................... 6
A referida Lei foi publicada no DOU em 24/12/2019 com período de vacatio de 30 dias.
A inserção do art. 14-A gera muita polêmica nos dias atuais, especialmente por
consagrar o contraditório e ampla defesa na fase de Inquérito.
Assim, quando os agentes das forças de segurança ou militares (que atuem em missão de
garantia de Lei e da Ordem) forem investigados em Inquéritos Policiais, Militares ou
responderem a Procedimentos Administrativos que tenham por objeto a investigação de fatos
relacionados ao uso letal da força praticados no exercício funcional, seja consumado ou
tentado, o mesmo poderá constituir defensor.
2.2. ARQUIVAMENTO DO IP
Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de
quaisquer elementos informativos da mesma natureza, o órgão do
Ministério Público comunicará à vítima, ao investigado e à
autoridade policial e encaminhará os autos para a instância de
revisão ministerial para fins de homologação, na forma da
lei. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar com o
arquivamento do inquérito policial, poderá, no prazo de 30 (trinta)
dias do recebimento da comunicação, submeter a matéria à revisão
da instância competente do órgão ministerial, conforme dispuser a
respectiva lei orgânica. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em detrimento
da União, Estados e Municípios, a revisão do arquivamento do
inquérito policial poderá ser provocada pela chefia do órgão a
quem couber a sua representação judicial. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)
a) Oferecer a Denúncia;
b) Devolver para a DEPOL para novas diligências; ou
c) Ordenar o arquivamento.
O novo artigo 28 tirou de cena o controle jurisdicional sobre o ato de arquivamento, uma
antiga reivindicação do Ministério Público.
Todavia, este dispositivo encontra-se com a eficácia suspensa, nos termos da
ADI 6.298/DF.
a) se for cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais Criminais, nos
termos da lei;
b) se o investigado for reincidente ou se houver elementos probatórios que indiquem
conduta criminal habitual, reiterada ou profissional, exceto se insignificantes as infrações
penais pretéritas;
c) ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao cometimento da
infração, em acordo de não persecução penal, transação penal ou suspensão condicional do
processo; e
d) nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar, ou praticados
contra a mulher por razões da condição de sexo feminino, em favor do agressor.