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LEI DE DROGAS (11.

343/2006)

Aspectos Gerais:

Art. 3º (FINALIDADE) x Art. 4º (PRINCÍPIOS) x Art. 5º (OBJETIVOS)


- Não confundir as hipóteses.
- Dica: art. 3º se resume às funções PREVENTIVA e REPRESSIVA do Direito Penal. Em seguida, basta decorar as
hipóteses do Art. 4º (OBJETIVOS). Por exclusão, o que sobrar corresponde a um PRINCÍPIO do SISNAD (as hipóteses
de princípios contém mandamentos mais generalizados).

Art. 7º.
- A orientação do SISNAD é CENTRALIZADA, enquanto que a execução é DESCENTRALIZADA.

Art. 8º.
- Não confundir os objetivos do Plano Nacional de Políticas sobre Drogas com os objetivos do SISNAD.
- Os objetivos do Plano Nacional de Políticas sobre drogas têm substancialmente determinações de cunho mais prático.
- Duração do Plano será de 5 anos, contados de sua APROVAÇÃO.

Art. 8º-E
- Os Conselhor de Políticas sobre Drogas tem atuação regionalizada (Estados, DF e Municípios), fato que leva que seus
OBJETIVOS tenham um viés complementar e colaborativo quanto a política sobre drogas.

Art. 16.
- O atendimento aos usuários deve ser comunicado ao respectivo sistema MUNICIPAL de saúde.

Art. 23.
- Obrigatoriedade de previsão orçamentária ADEQUADA para programas de atenção ao usuário/dependente.

Art. 23-A
- Regra: tratamento AMBULATORIAL do usuário/dependente
- Exceção: INTERNAÇÃO do usuário/dependente

§3º: Espécies de internação:


1. VOLUNTÁRIA: exige o CONSENTIMENTO do usuário/dependente (exige-se declaração ESCRITA)

2. INVOLUNTÁRIA: quando existentes MOTIVOS JUSTIFICADORES, por PEDIDO FAMILIAR ou por


PROFISSIONAL DA ÁREA, excepcionados os servidores da SEGURANÇA PÚBLICA.
Obs: mesmo que existam MOTIVOS JUSTIFICADORES, apenas será determinada na IMPOSSIBILIDADE de
ALTERNATIVAS TERAPÊUTICAS ou no caso dos recursos EXTRA-HOSPITALARES se mostrarem
INSUFICIENTES, bem como perdurará pelo prazo máximo de 90 dias (a lei não fala em prorrogação).
Obs: é vedada qualquer modalidade de internação (voluntária ou involuntária) em COMUNIDADES TERAPÊUTICAS
ACOLHEDORAS, por conta da ausência de caráter hospitalar.

Art. 26-A.
- A adesão e permanência na Comunidade Terapêutica Acolhedora se da de forma VOLUNTÁRIA (por escrito).
- É vedado o ISOLAMENTO FÍSICO do usuário/dependente.
- Não será possível o acolhimento de pessoas com comprometimentos biológicos e psicológicos de natureza GRAVE.

Art.28. (PORTE DE DROGAS PARA CONSUMO PESSOAL)


§1º Atenção para a quantidade de plantio que deve ser PEQUENA.
§2º Requisitos para definição do consumo pessoal:
1. Natureza
2. Quantidade
3. Local
4. Condições em que se desenvolveu a ação
5. Circunstâncias sociais e pessoais
6. Conduta do agente
7. Antecedentes do agente

- Prazo das penas:


Primário: 5 meses
Reincidente: 10 meses

§6º. No caso de recusa de cumprimento das medidas educativas, o juiz poderá (a lei não coloca como dever do juiz):
1º – Admoestação Verbal
2º – Multa: dias-multa entre 40 e 100 dias
valor 1/30 até 3 x salário mínimo – capacidade econômica
OBS: a lei fala em aplicação SUCESSIVA, ou seja, o juiz, no caso de descumprimento, não pode determinar
prontamente a aplicação de MULTA, exigindo que já tenha superado a etapa de admoestação verbal.

§7º: a lei destaca um prazo prescricional de 2 ANOS para IMPOSIÇÃO e EXECUÇÃO das penas do art. 28.

Art. 32.
- A lei destaca que o próprio DELEGADO DE POLÍCIA determinada a imediata destruição de plantações ilícitas de
drogas (não passe pelo crivo do Judiciário).
- Para a destruição da plantação por meio de queimada NÃO é necessária autorização prévia do SISNAMA.

Art. 33.
- Haverá caracterização do tráfico de drogas mesmo que ainda que o fornecimento da substância seja GRATUITO.
- Agente primário + bons antecedentes + não se dedicar atividade criminosa + não integrar organização criminosa:
possibilidade de redução da pena entre 1/6 a 2/3 (§4º)

§1º: condutas equiparadas ao tráfico


Incisos I e II: pune quem detém ou cultiva qualquer tipo de MATÉRIA-PRIMA da droga
Incisos III: pune qualquer tipo de DIREITO REAL (propriedade, posse, administração, guarda ou até
vigilância) sobre imóvel utilizado para o tráfico ou CONSENTE quem outrem o utilize
Inciso IV: para a caracterização do tráfico de droga/matéria-prima junto a policial disfarçado, exige-se a prévio
existência de provas que demonstrem a atividade de traficância (se não existir provas anteriores, poderá caracterizar
eventual flagrante preparado/forjado).
- Agente primário + bons antecedentes + não se dedicar atividade criminosa + não integrar organização criminosa:
possibilidade de redução da pena entre 1/6 a 2/3 (§4º)

§2º. Núcleos do tipo:


- INDUZIMENTO (não existe a ideia do consumo em terceiro, o agente a cria)
- INSTIGAÇÃO (existe prévia ideia do consumo por terceiro, o agente apenas reforça o desejo)
- AUXÍLIO (relacionado ao aspecto material da conduta do consumo da droga – injetar, emprestar objeto, ect.)
Obs: o uso da droga tem que ser INDEVIDO (PROIBIDO)
Previsão de pena de DETENÇÃO.

§3
Núcleo do tipo: OFERECER + EVENTUALMENTE (esporádico, não repetitivo) + SEM OBJETIVO DE LUCRO +
PESSOA DE SEU RELACIONAMENTO + CONSUMO DA DROGA DEVE SER SIMULTÂNEO POR AMBOS.
Obs: a ausência de qualquer elementar, configura a figura do caput do 33.
Obs: além de pena de DETENÇÃO e multa, a lei prevê aplicação cumulativa das penas do art. 28.

Art. 35. (Associação para o tráfico)


- Para caracterização da associação a lei exige a presença mínima de 2 agentes.
- Estará caracterizada a associação para o tráfico mesmo que os agentes tenham se reunido para a prática de um único
crime de tráfico (“reiteradamente ou não”).
Obs: a lei não prevê hipótese de associação para a prática dos crimes de INDUZIMENTO, INSTRAÇÃO E AUXÍLIO
(§2º) ou OFERECIMENTO EVENTUAL PARA CONSUMO COMPARTILHADO (§3º).
Aplica-se apenas para:
- o tráfico geral (caput, art. 33)
- cultivo ou posse de matéria-prima/utiliza propriedade para o tráfico/vende droga a policial disfarçado (§1º)
- utilização de qualquer objeto voltar para operacionalização do tráfico de drogas (art. 34).
- financiamento do tráfico, neste caso exigindo a lei que necessariamente o agente financiador tenha se associado para a
prática REITERADA (exceção à regra geral - “reiteradamente ou não”).

Art. 36 (Financiamento ao tráfico)


- Para a caracterização a lei exige um único ato de financiar/custear o tráfico
- Caso haja reiteração da atividade financiadora, concurso de crimes com o delito de associação para o tráfico (art.35)
Art. 37.
- Para caracterização do crime, a lei existe que colabore com GRUPO/ORGANIZAÇÃO/ASSOCIAÇÃO (pluralidade
de pessoas) destinada ao tráfico. Por decorrência, a colaboração com um único traficante não configurará o crime, mas
sim hipótese de mera participação no crime de tráfico praticado.
- A lei deixa claro que a atividade deve ser meramente INFORMATIVA (ex: fogueteiro), pois caso realize algum ato de
colaboração material (vender, transportar, ect.), além da prática do próprio crime de tráfico de drogas, também
responderá pelo crime de associação criminosa (art. 35).

Art. 38.
- Consta como elementar do crime que a ação do agente seja CULPOSA (negligência/imprudência/imperícia). Caso
exista ação DOLOSA, poderá configurar tráfico de drogas (caput do art. 33).

Art. 39.
- Lei fala apenas em EMBARCAÇÃO e AERONAVA (interpretação restritiva)
- A lei exige para a configuração MERA EXPOSIÇÃO a dano, não exigindo sua ocorrência para caracterização do
delito.

Art. 40 (Causas gerais de aumento de pena)


Inciso I: prevê a figura do tráfico internacional de entorpecentes
Inciso II: o agente necessariamente deve se valer de uma condição ou facilidade gerada pela sua POSIÇÃO de
FUNÇÃO PÚBLICA.
Inciso III: dependências e imediações nas entidades mencionadas. No caso de transportes públicos, a traficância deve se
dar em seu INTERIOR.
Inciso IV:
Inciso V: tráfico inter-regional
Inciso VI:
Inciso VII:

Art. 41
- A colaboração doa gente deve ser VOLUNTÁRIA

Art. 42 (circunstâncias preponderantes na dosimetria da pena)


- Natureza
- Quantidade
- Personalidade e conduta social do agente

Art. 43 (pena de multa)


- Leva em conta as condições econômicas do agente
- 1/30 até 5 vezes o salário mínimo
- No caso de ineficácia por conta da situação econômica do acusado, juiz pode aumentar em até 10 vezes o valor da
multa
- No caso de concurso de crimes, a aplicação de multa será CUMULATIVA

Art. 44
- A lei veda a concessão de livramento condicional ao reincidente ESPECÍFICO (praticou novamente o mesmo crime).

Arts. 45 e 46 (Agente que pratica crime sob efeito de drogas)


1º: se for INTEIRAMENTE incapaz de entender o caráter ilícito = ISENÇÃO de pena
2º: se tem REDUZIDA a capacidade de entender o caráter ilícito = REDUÇÃO DE 1/3 a 2/3 da pena

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