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FACULADADE DE TECNOLOGIA DE CURITIBA (FATEC)

FACULDADE DE DIREITO

EVELLYN FABIANE DE ASSIS

TRÁFICO INTERNACIONAL DE PESSOAS PARA FINS DE EXPLORAÇÃO


SEXUAL

CURITIBA, PR
2023

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EVELLYN FABIANE DE ASSIS

TRÁFICO INTERNACIONAL DE PESSOAS PARA FINS DE EPLORAÇÃO SEXUAL

Projeto de Pesquisa apresentado disciplina


de Civil de graduação em Direito
da Pontifícia Faculdade Tecnologica do Paraná.
Orientador: Prof. Dr Thierry Chozem Zamboni Kotinde .

CURITIBA, PR
2023
Sumário
1 RESUMO..............................................................................................................................................1
2 PROBLEMA..........................................................................................................................................2
3 HIPÓTESES...........................................................................................................................................2
4 OBJETIVOS...........................................................................................................................................3
4.1 OBJETIVO GERAL...........................................................................................................................3
4.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS...............................................................................................................3
5 JUSTIFICATIVA.....................................................................................................................................3
6 REFERENCIAL TEÓRICO........................................................................................................................4
6.1 Prostituição..................................................................................................................................4
6.2 TRISMO SEXUAL............................................................................................................................6
6.3 O INÍCIO DA EXPLORAÇÃO SEXUAL...............................................................................................6
6.4 EXPLORAÇÃO SEXUAL INFANTIL PORNOGRAFIA E PEDOFILIA......................................................7
6.5 LENOCINIO....................................................................................................................................9
6.6 POSIÇÃO DA LEI 13.344/2016.....................................................................................................10
6.7 DESRRESPEITO AOS DIREITOS HUMANOS..................................................................................12
7 REFERÊNCIAS.....................................................................................................................................13
1 RESUMO

O presente artigo analisa as características e como ocorre o crime do tráfico


internacional de pessoas para fins de exploração sexual, o tráfico humano não é um
crime apenas dos tempos atuais, visto que se arrasta a séculos, em 2020 a ONU
apresentou uma pesquisa que indica que mais de 30 bilhões de dólares são
lucrados por ano através do tráfico de pessoas, acarretando cada vez mais os
índices de sequestros internacionais. Os países com mais vulnerabilidade de tráfico,
seriam àqueles considerados os mais pobres, por sua grande falta de oportunidades
de emprego. Faz-se presente também o grande descaso da sociedade em relação
ao tráfico humano e a exploração internacional. Infelizmente ainda consta um
número muito baixo de informações disponíveis sobre o delito, o que se sabe é que
se trata de um dos crimes mais lucrativos para os criminosos, faz-se necessário
também o acolhimento e a prevenção de novos casos de tráfico de pessoas e
exploração sexual. Por fim, com o grande número de novos casos, vemos uma
atenção maior a maneira com a legislação brasileira aborda o caso, e está cada vez
mais empenhada na prevenção do tráfico humano.

Palavras-chave: Exploração Internacional; Tráfico Humano; Exploração Sexual.

1
2 PROBLEMA

O tráfico pode ser conceituado de modo amplo como uma forma de vendas de
objetos, mercadorias ou qualquer outro item, e de maneira mais singular como a
comercialização ilegal, sabe-se que o que chamamos hoje de tráfico de pessoas
originou-se no período da colonização com o tráfico negreiro, que teve início em
meados de 1808, e naquela época foi considerado como um crime que atentava
contra a humanidade.
O Brasil, por sua vez, tem um grande marco em sua história em relação ao
tráfico, a aproximadamente 300 anos, milhões de pessoas são trazidas ao Brasil
para a prestação de trabalho escravo, entre as principais formas de escravidão,
estavam o trabalho forçado, a servidão doméstica e a exploração sexual.
Hoje a escravidão ainda é algo vivenciado no Brasil, através do tráfico de
pessoas, que seria considerado a escravidão moderna, seria um dos crimes com
maior rendimento financeiro dentro do crime organizado, perdendo somente para
tráfico de armas e drogas, se trata de um crime que entra em pratica com muita
calma e agem minuciosamente.
Diante da pesquisa, o questionamento seria pela seguinte indagação: teria algum
meio legal para a aplicação de novas leis e medidas para diminuir o grande índice
de tráfico humano no meio jurídico do brasil

3 HIPÓTESES

 A princípio, independentemente do quão empenhado o brasil esteja na


diminuição do tráfico humano, até mesmo com a aplicação de novas leis, o
rendimento lucrativo em volta do tráfico humano vem crescendo cada vez
mais, o índice de tráfico apenas cresce ao decorrer dos anos.

 A sociedade não oferece acolhimento a devida situação para o crime em


questão, se trata de uma sociedade adoecida que prefere não se envolver, e
faz descaso a situação.
4 OBJETIVOS

4.1 OBJETIVO GERAL

O tráfico de pessoas para fins de exploração sexual, tem como objetivo principal
tirar proveito da prostituição alheia, obtendo algum benefício com a atividade de
outra pessoa.

4.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS

 Identificar um meio legal para a diminuição do índice de tráfico humano, gerar


novas oportunidades de emprego para que o aumento de novos casos de
prostituição, possam diminuir.

 A maior compreensão e empatia da sociedade diante ao aumento cada vez


mais iminente de casos.

 O aumento de penalidade nos casos, ao criminoso.

5 JUSTIFICATIVA

Segundo o artigo 3º, alínea A do Protocolo de Palermo, constitui “Tráfico de


Pessoas”:
“o recrutamento, transporte, transferência, abrigo ou recebimento de pessoas, por
meio de ameaça ou uso da força ou outras formas de coerção, de rapto, de fraude, de
engano, do abuso de poder ou de uma posição de vulnerabilidade ou de dar ou receber
pagamentos ou benefícios para obter o consentimento para uma pessoa ter controle
sobre outra pessoa, para o propósito de exploração. A exploração deverá incluir, pelo
menos, a exploração da prostituição de outrem ou outras formas de exploração sexual,
o trabalho ou serviços forçados, a escravatura ou práticas similares à escravatura, a
servidão ou a extração de órgãos”
A pena, por sua vez, não se trata de uma pena alta, sendo de reclusão de 4 a 8
anos, e multa, podendo ser aumentada de um terço até a metade caso a vítima seja
retirada do território nacional, e podendo ser reduzida de um a dois terços se o
agente for primário e não fizer parte de organização criminosa. Sobre o agravante
presente no §1º, IV, do art. 149-A do Código Penal.
O tráfico de pessoas, não segue nenhuma regra, por isso sua definição é mais
difícil, visto que não tem um ponto de partida ou destino específico, e não tem um
tipo de pessoa específico ao qual os traficantes escolhem. A variedade infinita de
possibilidades dificulta não só o estudo, como também repressão a este delito.

Atualmente, o quadro do Tráfico Internacional de Pessoas encontra cada vez


mais visibilidade e espaço para debate, bem como sendo realizadas medidas
concretas buscando findá-lo. O primeiro passo realizado em busca ao combate
dessa prática foi, e continua sendo, a realização de coleta de dados, para obtenção
de informações, por órgãos como o Ministério da Justiça, Conselho Nacional de
Justiça, Conselho Nacional do Ministério Público, ONGs etc.

Em seguida, a partir das informações e dados obtidos, realizam-se medidas


concretas, como o aperfeiçoamento da regulação nas principais rotas utilizadas
pelos traficantes; fortalecimento de políticas públicas e redes de atendimento;
capacitação de pessoal; disseminação de informação e mobilização de pessoas.

6 REFERENCIAL TEÓRICO

6.1 Prostituição

O tráfico de pessoas para fins de exploração sexual é praticado com o intuito de


tirar proveito da prostituição alheia. No Brasil a prostituição não é crime, o crime é a
exploração da prostituição elencado no artigo 149-A por advento da lei 13.344/2016
que diz que:
Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alojar ou
acolher pessoa, mediante grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso, com a
finalidade de: I - remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo; II - submetê-la a
trabalho em condições análogas à de escravo; III - submetê-la a qualquer tipo de
servidão; IV - adoção ilegal; ou V - exploração sexual. Pena - reclusão, de 4 (quatro)
a 8 (oito) anos, e multa.
As vítimas possuem uma rotina exaustiva, muitas vezes usando drogas pesadas
para suportar a situação de constrangimento causado e a rotina cansativa,
acontecendo muitas vezes de se suicidarem ou terem overdose.
A prostituição é uma porta de saída conducente ao tráfico humano, sendo ambos
os conceitos indissociáveis um do outro, já que, tantos os compradores de sexo
como os proxenetas são os mesmos nos dois meios, sendo, todavia, a técnica de
exploração a mesma, uma vez que as mulheres se encontram à mercê dos mesmos,
sofrendo coação, danos psicológicos e físicos, para além de ainda serem expostas a
comentários nocivos, o que prova que as mulheres necessitam de encaixar nos
padrões de gosto dos seus clientes, como se de um objeto se tratasse.
Outra questão relevante a considerar é a relação entre a migração e o sistema de
prostituição, que continua a expandir-se a um ritmo considerável, “à custa de
mulheres e raparigas migrantes, que perfazem a maioria das pessoas na
prostituição nos países europeus”.

No caso específico de exploração sexual, o crime acontece da seguinte forma,


primeiro é feita uma falsa oferta e recursos, seja de trabalho, estudo, etc. Em seguida
é orquestrado a forma de transporte e admissão das vítimas nos países destino, onde
ocorre a falsificação de documentos e algumas vezes até mesmo o suborno dos
agentes responsáveis pelo controle migratório. Seguido do momento da chegada da
vítima no ambiente da exploração, permanecendo neste, em cárcere privado, sob
condições de agressões físicas e psicológicas intensas. Se trata de um crime que fere
o princípio da dignidade humana, tira o direito da pessoa de escolha, de ir e vir, e
causa todo tipo de violência física e moral.
O que interessa a esse estudo é o tráfico de pessoas, que é definido pela ONU –
Organização das Nações Unidas, no Protocolo de Palermo, como:
 O recrutamento, o
transporte, a transferência, o alojamento ou o acolhimento de pessoas,
recorrendo-se à ameaça ou ao uso da força ou a outras formas de coação, ao
rapto, à fraude, ao engano, ao abuso de 8 autoridade ou à situação de
vulnerabilidade ou à entrega ou aceitação de pagamentos ou benefícios para
obter o consentimento de uma pessoa que tenha autoridade sobre outra para
fins de exploração.” (PROTOCOLO DE PALERMO, 2003)

Ao abordar sobre a leniência, Guilherme Nucci (2009.P.75) define a prostituição:


A prostituição é elemento normativo do tipo, significando o comércio habitual da
atividade sexual. Demanda tempo e frequência, razão pela qual não se pode
considerar uma pessoa prostituída porque uma vez teve relação sexual com alguém
mediante contraprestação em dinheiro ou outro valor.
6.2 TRISMO SEXUAL

O Brasil é um país mundialmente conhecido pela beleza de suas mulheres. Apesar


de apresentar diversos atrativos, como por exemplo praias paradisíacas e uma
cultura extremamente rica, sempre que se vê propaganda do país, infelizmente, é
apresentada a imagem de uma mulher praticamente nua. Este estereótipo e outros
fatores como falta de conhecimento sobre a cultura local e o machismo, fazem com
que o Brasil seja muito procurado para o turismo sexual. Hoje em dia é usado com
muita frequência pacotes turísticos que além da passagem aérea e a estadia, disponibiliza o
direito ao turista de uma ou várias acompanhantes no país de destino.
Um depoente afirmou que um pacote turístico pode ser vendido a qualquer pessoa na
Alemanha pela quantia de 10 mil dólares. Tal pacote inclui uma passagem de ida para o
Brasil, duas de volta para Alemanha, hospedagem no R.P. Hotel e também dinheiro para
compras. O bilhete sobressalente é para que a garota vá para a Alemanha. As que chegam a
ir, normalmente, ficam trancadas dentro de casa e são impedidas de aprender a língua do
país. Alguns indivíduos querem recuperar o dinheiro investido nas moças e as emprestam
mediante pagamento para seus amigos. Outras acabam por cair em mãos de gigolôs e não
conseguem mais voltar para o Brasil”.[JESUS, Damásio de. Tráfico internacional de mulheres
e crianças. São Paulo: Saraiva, 2003].
O turismo sexual é praticado por meio das viagens promovidas no mundo
turístico, ou fora dele, que apresentam em seus pacotes o fornecimento de atividade
sexual com pessoas do local de destino, em sua maioria, o crime pé praticado por
estrangeiro que vistam o país. Ou seja, o que ocorre é a comercialização de homens
ou mulheres de um local para satisfazer os desejos sexuais de turistas. Sendo
notório que o ilícito está estreitamente ligado ao tráfico de pessoas e a exploração
sexual.

6.3 O INÍCIO DA EXPLORAÇÃO SEXUAL

Um dos temas que mais geram comoção social é a exploração sexual de


crianças e adolescentes, que atualmente ganharam maior repercussão devido ao
sentimento de repulsa e a percepção de que vêm aumentando os registros desse
tipo de violência. Foi na década de 1990 com a aprovação do Estatuto da Criança e
do Adolescente que ficou assegurado o respeito à integridade física, psicológica e
moral.
Os pilares que sustentam as redes de exploração sexual são: a oferta (fruto da
vulnerabilidade socioeconômica e psicológica da vítima) e a demanda (o cliente,
aquele que se beneficia pela impunidade e até mesmo por uma cultura machista).
As consequências desse crime para as vítimas são muitas, tanto físicas quanto
psicológicas. E a reintegração social desta criança ou adolescente geralmente é um
processo complexo e lento. O crime é tipificado e a penalidade estabelecida no
Código Penal. Há previsão também no ECA e em várias normas internacionais, além
de projetos de lei que estão em tramitação no Congresso Nacional.
Hoje vemos que, o tráfico de pessoas ainda está presente na sociedade, e nos
mostra que, por mais que a escravidão tenha sido abolida, o tráfico de pessoas
ainda ocorre, e ainda tem influências diretas na economia e na migração em todo o
mundo.
O autor Nederstigt traz:

“Ao analisar as estratégias e metodologias de enfrentamento ao tráfico de


pessoas no seu contexto histórico é importante entender a sua
multidimensionalidade: O conceito de tráfico de pessoas, consequentemente,
é uma mescla de vários fenômenos e enfoques, juntando movimentos que se
13 organizam em torno de questões tais como direitos humanos, migração,
discriminação (racial e/ou de gênero), exploração sexual, prostituição,
trabalho sexual, exploração do trabalho, direitos trabalhistas, escravidão
moderna, globalização, crime transnacional, etc.” (NEDERSTIGT, 2009

O ato de traficar pessoas aterroriza as pessoas por ser uma prática


desumana, e por estar a cada dia mais potente e em dimensões maiores.
Tanto nacionalmente quanto internacionalmente, o tráfico vem crescendo
quanto a quantidade de rotas utilizadas para transportar pessoas, dinheiro
etc. Com a evolução das técnicas utilizadas pelos traficantes para que não
sejam pegos, tornou-se necessário que todo o mundo se unisse para a
criação de políticas públicas e estratégias que impeçam o crescimento desta
prática.

6.4 EXPLORAÇÃO SEXUAL INFANTIL PORNOGRAFIA E PEDOFILIA

O tráfico de crianças e de adolescentes pode ocorrer para fins de adoção ilegal, exploração
sexual, comércio de órgãos, casamento precoce ou trabalho forçado.
Na exploração sexual infantil a criança é vista pelos agentes como uma mercadoria lucrativa,
sem qualquer autonomia ou escolha, sendo forçada a ofertar serviços sexuais a terceiros.
Sendo assim é necessário entender a diferença entre exploração sexual infantil e abuso sexual
infantil.
A pornografia infantil e os atos ligados a ela, tem suas penas estabelecidas nos
artigos 240 à 241-C, do Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei nº 8.069 de
13 de julho de 1990. O artigo 240, CAPUT, define a pornografia sendo: produzir,
reproduzir, digitar, fotografar, filmar o registar, por qualquer meio, cena de sexo
explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente (grifo deste trabalho).
Os demais artigos tratam sobre os atos que envolvem a pornografia, como a venda
e uso de materiais pornográficos.

Constituição Federal:
Art. 227 - É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização,
à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-
los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
§ 4.º A lei punirá severamente o abuso, a violência e a exploração sexual da criança e do
adolescente.
Estatuto da Criança e do Adolescente - Lei 8.069/1990, com alterações da Lei 11.829/2008
Art. 5° - Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado,
por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de
sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. § 1o Incorre nas mesmas penas quem
agencia, facilita, recruta, coage, ou de qualquer modo intermedeia a participação de criança ou
adolescente nas cenas referidas no caput deste artigo, ou ainda quem com esses contracena.
§ 2o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete o crime:
I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de exercê-la;
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade; ou
III – prevalecendo-se de relações de parentesco consanguíneo ou afim até o terceiro grau, ou
por adoção, de tutor, curador, preceptor, empregador da vítima ou de quem, a qualquer outro
título, tenha autoridade sobre ela, ou com seu consentimento.”

Código Penal:

Corrupção de menores
Art. 218: "Corromper ou facilitar a corrupção de pessoa maior de catorze e menor de
dezoito anos, com ela praticando ato de libidinagem, ou induzindo-a a praticá-lo ou presenciá-
lo."
Pena: reclusão, de um a quatro anos.
Pornografia
Art. 234: "Fazer, importar, exportar, adquirir ou ter sob sua guarda, para fim de comércio ou
distribuição ou de qualquer exposição pública, escrito, desenho, pintura, estampa ou qualquer
objeto obsceno."
Pena: detenção, de seis meses a dois anos ou multa.
Abuso, violência e exploração sexual de crianças e adolescentes são enquadrados
penalmente como corrupção de menores (art. 218) e atentado violento ao pudor (art.214),
caracterizado por violência física ou grave ameaça. O abuso sexual de meninas e meninos e
de adolescentes inclui a corrupção de menores, o atentado violento ao pudor e o estupro (art.
213).
Com a Lei 8.072, de 25 de julho de 1990, o estupro e o atentado violento ao pudor passaram
a ser considerados crimes hediondos e tiveram as penas aumentadas. Os autores de crimes
hediondos não têm direito a fiança, indulto ou diminuição de pena por bom comportamento.
Desde 1996, com a generalização do computador, e do acesso à rede
internacional, houve um aumento considerável da pornografia por meio da internet.
Assim, não somente o mercado ilegal passou a oferecer maiores “oportunidades”
para as crianças e adolescentes, como também criou a figura daquela pessoa que
alicia as crianças e as remete para locais distantes de sua família.

6.5 LENOCINIO

Lenocínio é uma prática criminosa que consiste em explorar, estimular ou


facilitar a prostituição sob qualquer forma ou aspecto, havendo ou não mediação
direta ou intuito de lucro.
O lenocínio compreende toda ação que visa a facilitar ou promover a prática de
atos de libidinagem ou a prostituição de outras pessoas, ou dela tirar proveito, que é
um grave problema social. O crime de lenocínio não pune a própria prática da
prostituição, mas sim toda conduta que incentiva, favorece e facilita tal prática, com
intenção lucrativa ou profissionalmente (conhecido juridicamente como lenocínio
questuário).
Este crime está tipificado no artigo 227 ao 230 do Código Penal Brasileiro. De
acordo com a lei, a pena pode variar de um a três anos de reclusão; se o crime for
praticado contra maiores de 14 anos e menores de 18 anos, a reclusão pode variar
entre os dois e cinco anos; no entanto, caso seja cometido seguido de violência ou
Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual:

Art. 228. Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de exploração sexual,
facilitá-la, impedir ou dificultar que alguém a abandone: (Redação dada pela Lei nº
12.015, de 2009)

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 12.015,
de 2009)

§ 1o Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge,


companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou se assumiu, por
lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância: (Redação dada pela Lei
nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)

§ 2º - Se o crime, é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou


fraude:

Pena - reclusão, de quatro a dez anos, além da pena correspondente à


violência.

§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.

Casa de Prostituição:

Art. 229. Manter, por conta própria ou de terceiros, estabelecimento em que


ocorra exploração sexual, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do
proprietário ou gerente: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)

Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Quando há mediação no lenocínio, esta é chamada de cafetinagem, ou seja, é feita


por um sujeito apelidado de “cafetão”, que é um agente para as prostitutas,
responsável por recolher parte dos seus lucros em troca de serviços de publicidade,
proteção física, ou para fornecer um local onde elas possam “atender” seus clientes.
Uma mulher que dirige um bordel é conhecida simplesmente por “senhora” ou
“cafetina”.
A relação cafetão - prostituta pode ser abusiva, sendo baseada em técnicas de
dispõe sobre prevenção e repressão ao tráfico interno e internacional de pessoas e
sobre medidas de atenção às vítimas; altera a Lei no 6.815, de 19 de agosto de
1980, o Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal),
e o Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); e revoga
dispositivos do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal)
intimidação psicológica, manipulação, força física e agressão sexual para controlar
as prostitutas (ou garotos de programa).

6.6 POSIÇÃO DA LEI 13.344/2016

Dispõe sobre prevenção e repressão ao tráfico interno e internacional de pessoas


e sobre medidas de atenção às vítimas; altera a Lei no 6.815, de 19 de agosto de
1980, o Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal),
e o Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); e revoga
dispositivos do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal)
Para que se cumpra o objetivo prevenir a prática deste delito, a Lei traz em
seu art. 4º, medidas relevantes a serem tomadas:

Art. 4º A prevenção ao tráfico de pessoas dar-se-á por meio: I - da


implementação de medidas intersetoriais e integradas nas áreas de saúde,
educação, trabalho, segurança pública, justiça, turismo, assistência social,
desenvolvimento rural, esportes, comunicação, cultura e direitos humanos; II -
de campanhas socioeducativas e de conscientização, considerando as
diferentes realidades e linguagens; III - de incentivo à mobilização e à
participação da sociedade civil; e IV - de incentivo a projetos de prevenção ao
tráfico de pessoas. (BRASIL, 2016)

Rogério Sanches e Ronaldo Batista Pinto explicam:

“Art. 5º A repressão ao tráfico de pessoas dar-se-á por meio: I - da


cooperação entre órgãos do sistema de justiça e segurança, nacionais e
estrangeiros; II - da integração de políticas e ações de repressão aos crimes
correlatos e da responsabilização dos seus autores; III - da formação de
equipes conjuntas de investigação.” (BRASIL, 2016)

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta


e eu sanciono a seguinte Lei:

ART. 10 Esta Lei dispõe sobre o tráfico de pessoas cometido no território nacional
contra vítima brasileira ou estrangeira e no exterior contra vítima brasileira.

Parágrafo único. O enfrentamento ao tráfico de pessoas compreende a prevenção


e a repressão desse delito, bem como a atenção às suas vítimas.

O objetivo da lei em estudo é adaptar a legislação brasileira ao Protocolo de


Palermo, de modo que, passou a punir outras formas de exploração praticadas, a
exemplo da remoção de órgãos, adoção ilegal e trabalho escravo.
6.7 DESRRESPEITO AOS DIREITOS HUMANOS
Que, tanto o tráfico de pessoas, quanto a exploração sexual
violam diretamente os direitos humanos nós já sabemos. Deste modo, faz-se
necessário de que tratam os direitos humanos. De acordo com a ONU (Organização
das Nações Unidas), Direitos Humanos é definido da seguinte forma:

“Os direitos humanos são direitos inerentes a todos os seres humanos,


independentemente de raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer
outra condição. Os direitos humanos incluem o direito à vida e à liberdade, à liberdade
de opinião e de expressão, o direito ao trabalho e à educação, entre e muitos outros.
Todos merecem estes direitos, sem discriminação.” (ONU – Organização das Nações
Unidas)

O tráfico internacional de pessoas para a exploração sexual viola diretamente os


direitos fundamentais do ser humano, visto que, há privação de liberdade,
exploração sexual, tortura, sequestro, além de, poucas condições de sobrevivência.

Pela Constituição de 1988, o homem se sobrepõe ao Estado. As garantias e os direitos


fundamentais do cidadão aparecem logo nos primeiros artigos. No primeiro, por
exemplo, é estabelecido o princípio da cidadania, da dignidade da pessoa humana e os
valores sociais do trabalho. Direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais
dos cidadãos estão no texto constitucional. Resguardados pela Carta Magna, os
direitos fundamentais colocam o Brasil como um dos países com o mais completo
ordenamento jurídico em relação aos direitos humanos.

Ademais, é possível perceber que, mesmo que existem mecanismos de proteção


aos Direitos Humanos, estes ainda são desrespeitados sem o menor temor por parte
dos criminosos, que sequer se preocupam se a condição em que estão levando a
vítima é suficiente para que ela sobreviva, e vale salientar que, os traficantes tratam
as vítimas como se fossem seus donos.

7 REFERÊNCIAS
referencias RODRIGUES, Maria. Tipos de Tráfico. S.l., 2015. Disponível em:
https://prezi.com/p3v7b__cfywu/tipos-de-trafico/. Acesso em: 11 mar. 2021

LEAL, Maria Lúcia; LEAL, Maria de Fátima, Pesquisa sobre tráfico de mulheres,
crianças e adolescentes para fins de exploração sexual comercial no Brasil.
Disponível em: http://pascal.iseg.utl.pt/~socius/publicacoes/wp/wp200504.pdf,
Acesso em: 07 dez.2019.

HOFFMANN, Henrique. Lei de Tráfico de Pessoas (Lei no 13.344/16). S.l., 2016.


Disponível em: https://jus.com.br/artigos/53293/lei-de-trafico-de-pessoas-lei-n-13
344-16. Acesso em: 11 mar. 2020.

HOFFMANN, Henrique. Lei de Tráfico de Pessoas (Lei no 13.344/16). S.l., 2016.


Disponível em: https://jus.com.br/artigos/53293/lei-de rafico-de-pessoas-lei-n-13-
344-16. Acesso em: 11 mar. 2020.

MASSON, Cleber. Direito penal: parte especial: arts. 121 a 212 / Cleber Masson. –
11. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2018.

https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-internacional/trafico-de-mulheres-para-
fim-de-exploracao-sexual/amp/

https://www.justica.gov.br/news/campanha-coracao-azul-difunde-disque-denuncia-
contra-o-trafico-de-pessoas
https://saboia69.jusbrasil.com.br/artigos/806148041/o-trafico-internacional-de-
pessoas-para-fins-de-exploracao-sexual O TRÁFICO INTERNACIONAL DE
PESSOAS PARA FINS DE EXPLORAÇÃO SEXUAL | Jusbrasil

CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal, volume 2, parte especial: arts. 121 a 212 /
Fernando Capez. — 18. ed. atual. — São Paulo: Saraiva Educação, 2018

MARCÃO, Renato. GENTIL, Plínio. Crimes contra a dignidade sexual. São


Paulo:Saraiva, 2011RODRIGUES. Bruno Porangaba. Tráfico internacional de
pessoas: reflexões históricas dos documentos internacionais e das conferências.
Disponível em: Acesso em: 05 mar. 2021.

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