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TRABALHO INTEGRADOR

TRÁFICO HUMANO

Resumo

O tráfico de pessoas é caracterizado pelo recrutamento, transporte, transferência, abrigo


ou recebimento de pessoas, por meio de ameaça ou uso da força ou outras formas de coerção, de
rapto, de fraude, de engano, do abuso de poder ou de uma posição de vulnerabilidade ou de dar
ou receber pagamentos ou benefícios para obter o consentimento para uma pessoa ter controle
sobre outra pessoa, para o propósito de exploração que inclui prostituição, exploração sexual,
trabalhos forçados, escravidão, remoção de órgãos e práticas semelhantes. Para verificar se uma
circunstância particular constitui tráfico de pessoas, considere a definição de tráfico no protocolo
sobre tráfico de pessoas e os elementos constitutivos do delito, conforme definido pela legislação
nacional pertinente.

Palavras-chave: Tráfico de pessoas, Vulnerabilidade social.

INTRODUÇÃO
Há tráfico de pessoas quando a vítima é retirada de seu ambiente, de sua
cidade e até de seu país e fica com a mobilidade reduzida, sem liberdade de sair
da situação de exploração sexual ou laboral ou do confinamento para remoção de
órgãos ou tecidos.
A mobilidade reduzida caracteriza-se por ameaças à pessoa ou aos familiares ou
pela retenção de seus documentos, entre outras formas de violência que
mantenham a vítima junto ao traficante ou à rede criminosa.

Os aliciadores, homens e mulheres, são, na maioria das vezes, pessoas


que fazem parte do círculo de amizades da vítima ou de membros da família. São
pessoas com que as vítimas têm laços afetivos. Normalmente apresentam bom
nível de escolaridade, são sedutores e têm alto poder de convencimento. Alguns
são empresários que trabalham ou se dizem proprietários de casas de show,
bares, falsas agências de encontros, matrimônios e modelos. As propostas de
emprego que fazem geram na vítima perspectivas de futuro, de melhoria da
qualidade de vida.
 Tráfico de seres humanos é um crime bastante complexo, pois implica
diferentes ações, formas de violência e de exploração. Para facilitar a
identificação de possíveis situações de tráfico de seres humanos, podemos
recorrer a alguns indicadores, como os seguintes:

 - A pessoa não tem o controlo dos seus documentos de identificação ou de


viagem;
 - A pessoa teve indicações específicas sobre o que dizer quando estivesse
perante um agente da autoridade;

 - A pessoa foi recrutada para fazer um trabalho, e depois forçada a fazer


outro;

 - Está a ser retirada uma parte do ordenado à pessoa, para pagar as


despesas da viagem;

 - A pessoa está a ser forçada a práticas sexuais;

 - A pessoa não tem liberdade de movimentos;

 - Caso tente escapar, a pessoa ou a sua família pode sofrer vinganças;

 - A pessoa foi ameaçada que seria deportada ou sofreria outra


consequência se procurasse ajuda das autoridades;

 - A pessoa foi agredida ou privada de comida, água, sono, cuidados


médicos ou outras necessidades básicas;

 - A pessoa não pode, livremente, contactar amigos e familiares;

 - A pessoa não pode livremente socializar com outras pessoas, nem pode
livremente praticar a sua religião.

A presença de um ou mais destes indicadores sugerem fortemente que a


pessoa está a sofrer algum tipo de exploração e pode ser vítima de tráfico de
seres humanos.

As políticas sobre o tráfico de pessoas ganharam força a partir do ano de


2000, com a criação do Protocolo de Prevenção, Repressão e Punição do Tráfico
de Pessoas, popularmente conhecido como Protocolo de Palermo, o principal
aparato jurídico internacional sobre o tema e o grande marco da regulamentação
desse crime.
O mencionado Protocolo surgiu a partir da Convenção das Nações Unidas
contra o Crime Organizado Transnacional, aprovada pela Assembleia Geral da
Organização das Nações Unidas (ONU) em novembro de 2000.

O conceito de tráfico de pessoas no Protocolo está previsto em seu artigo


3º, alínea “a”. Já na alínea “b”, acrescenta que o consentimento dado pela vítima
será considerado irrelevante caso existe qualquer uma das modalidades de vício
previstas na alínea “a”.

Legislação Nacional

No Brasil, a regulamentação se dá por meio do artigo 149-A do Código


Penal, o qual conceitua o tráfico de pessoas da seguinte forma:

Art. 149-A: Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alojar


ou acolher pessoa, mediante grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso,
com a finalidade de:
(…)
V – exploração sexual.

Nota-se que para existir o crime de tráfico de pessoas é necessário que se


tenha a presença de algum vício de consentimento, ou seja, é necessário que
tenha ocorrido grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso, conforme
previsto no caput do artigo. Inexistindo o vício, o consentimento dado pela vítima
é válido, descaracterizando o crime.

Contudo, nem sempre foi dessa forma. A redação anterior do Código Penal
não incluía os vícios de consentimento como partes do conceito do crime, apenas
como causas de aumento da pena. Assim, o consentimento da vítima era sempre
irrelevante e desconsiderado em qualquer contexto, pois não era necessária a
existência de vícios para que o crime fosse caracterizado.

Porém, com o advento da Lei n. 13.344 de 2016, os vícios passaram a


fazer parte do conceito do crime de tráfico de pessoas e, por isso, sem eles o
crime não existe. Assim, atualmente, o consentimento válido/livre de vícios dado
pela vítima é relevante e faz com que não exista a conduta criminosa.
O crime de trafico de pessoas possui, conforme os parágrafos 1° e 2° do
art. 149-A quatro causas de aumento de pena, em que se elevará a pena de um
terço a metade e uma causa de diminuição, caso em que se reduzirá de um a
dois terços. Vejamos:

§ 1o A pena é aumentada de um terço até a metade se:

I - o crime for cometido por funcionário público no exercício de suas funções ou a


pretexto de exercê-las;

Quanto a esta causa de aumento de pena, entende-se que o injusto será


mais gravoso em razão da violação do dever funcional e da confiança depositada
ao agente funcionário público.

Naturalmente, o tráfico de pessoas torna-se muito mais grave quando o


servidor público o comete, visto que está atuando contra os interesses da própria
Administração para a qual presta seu trabalho. Ademais, em muitos casos, quem
pratica esse delito é um servidor encarregado da segurança pública, vale dizer, a
pessoa responsável pela luta contra a criminalidade. É relevante anotar o
seguinte: o funcionário pode estar em pleno exercício de sua função como
também estar fora dela, mas valer-se disso para o cometimento do delito;
(NUCCI, 2020, p 967)

Deste modo, parece acertada a decisão do legislador em tornar mais


penosa à punição quando o autor do delito se tratar de funcionário público, ainda
que não esteja no exercício de suas funções, mas que comete o crime se
aproveitando desta condição específica.

II - o crime for cometido contra criança, adolescente ou pessoa idosa ou


com deficiência;

A segunda causa de aumento de pena relaciona-se intrinsecamente com a


vulnerabilidade da vítima. Neste caso, pune-se com maior rigor o agente que
comete crimes contra crianças, adolescentes, pessoas idosas ou pessoas com
deficiência. Tal acréscimo de pena justifica-se pela alta reprovabilidade social e
cultural da conduta quando a vítima apresenta vulnerabilidade defensiva.

FORMAS DE COMBATE AO TRÁFICO HUMANO NO BRASIL:

Considerando que o tráfico humano e pouco falado, segundo o site da CNN


BRASIL “Cerca de 37% das vítimas de tráfico de pessoas confiavam no aliciador”
isto causa uma grande problemática pois, o nível de vulnerabilidade e muito
grande. Segundo a agência de notícias da CNJ (Conselho Nacional de Justiça)
“Mulheres correspondem a 96,36% das vítimas de tráfico internacional de
pessoas”.

A elaboração de documentos para agências de modelos, para fim


fiscalizador onde o proprietário ficará responsável Civil e Criminalmente, caso
aconteça um possível sequestro ou até mesmo um desaparecimento da vítima.

Criação de um site gerenciado pelo governo, para saber relatos de pessoas


que já trabalharam em empresas que oferecem empregos nas mídias sociais.

Elaborar juntamente ao Governo Federal, vídeos de prevenção e formas de


se cuidar para não cair nestes golpes que muita das vezes vem em formas de
propostas de empregos.

Trazer uma central de emergências onde as vítimas vão conseguir


por meio de ligações telefônicas, ser rastreadas e encontradas pelo setor policial
responsável.

REFERÊNCIAS:
CNJ, Tráfico de pessoas, Brasília, disponível em:
https://www.cnj.jus.br/programas-e-acoes/trabalho-escravo-e-trafico-de-pessoas/trafico-de-
pessoas/. Acesso em 31mar. 2023.

APAV, Apoio às vitimas, Lisboa, Portugal. Disponível em: apav.sede@apav.pt. Acesso em


31mar. 2023.

IDP, Análise da vulnerabilidade das vítimas. Disponível em:


https://direito.idp.edu.br/blog/direito-penal/trafico-pessoas-exploracao-sexual/. Acesso em: 30 mar.
2023.

RAMOS, Danielle Paranhos dos Reis. et al. Tráfico de pessoas: análise crítica e doutrinaria da
nova ótica penal do delito. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 27, n. 6882, 5
mai. 2022. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/97512. Acesso em: 31 mar. 2023.
Participantes:

Anna Caroline:.

Adriel Marques:

Daniel Evaristo:

Ezequias Neto:

Hugo Araújo:

Kayky Gonçalves:

Maria Laura:

Naira Rakel:

Luismar Júnior:

Patrícia Gonçalves:

Reylla Lorranny:

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