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Recibido: 10 setiembre 2018 | Aceptado: 15 julio 2019 | Publicación en línea: 1ro. octubre
2019.
Esta obra está bajo una Licencia Creative Commons Atribución-
NoComercial 4.0 Internacional
1
Acadêmica de direito da Faculdade de Direito de Vitória – FDV.
larissaav96@hotmail.com
2
Doutor em Direitos e Garantias Fundamentais pela Faculdade de Direito de Vitória – FDV.
Mestre em Direito Internacional e Comunitário pela Pontifícia Universidade Católica de
Minas Gerais/PUC-MG. Especialista em Direito Internacional pela Fundação Escola de
Sociologia e Política de São Paulo, FESP-SP. Graduado em Direito pela Universidade
Federal do Espírito Santo, UFES.
mfqobregon@yahoo.com.br
INTRODUÇÃO
O presente artigo visa traçar uma breve análise acerca da problemática do
tráfico internacional de pessoas, haja vista tratar de uma grande realidade
mundial, conhecido como a “escravidão do século XXI”. Esse tipo de prática
movimenta lucros anuais de cerca de 31,6 bilhões de dólares e chegam a
traficar por volta de 2,4 milhões de pessoas3 que passam a serem submetidas
a trabalhos escravos, exploração sexual ou mesmo para venda de órgãos.
Dessas milhões de pessoas traficadas, 43% são destinadas à exploração
sexual, 32% exploração econômica e 25% por outras razões combinadas,
demonstrando o envolvimento desse tipo de crime com questões como o
3
ARY, Thalita Carneiro; MAIA, Ana Clara. Tráfico de seres humanos na sociedade
internacional contemporânea, globalização, políticas migratórias e os esforços
multilaterais de combate. Revista Interdisciplinar da Mobilidade Urbana – REMHU. Ano
XVI, nº 38, 2008.
4
Ibid.
5
CHALHOUB, Sidney. A força da escravidão: Ilegalidade e costume no Brasil oitocentista.
1ª. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. Disponível em:
https://www.companhiadasletras.com.br/trechos/13359.pdf. Acesso em: 27 set. 2018.
6
Ibid.
7
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Martin Claret, 2007.
8
TEIXEIRA, Carla Noura. Direito Internacional para o Século XXI. São Paulo: Saraiva,
2013. Saraiva online.
9
Ibid.
10
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2000. p. 514.
11
BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Teoria do Estado e Ciência Política. São Paulo: Celso
Bastos, 2004, p. 31.
12
TEIXEIRA, Carla Noura. Direito Internacional para o Século XXI. São Paulo: Saraiva,
2013. Saraiva online.
14
NÓS, OS POVOS DAS
NAÇÕES UNIDAS, RESOLVIDOS
a preservar as gerações vindouras do flagelo da guerra, que por duas vezes, no espaço da nossa
vida, trouxe sofrimentos indizíveis à humanidade, e a reafirmar a fé nos direitos fundamentais
do homem, na dignidade e no valor do ser humano, na igualdade de direito dos homens e das
mulheres, assim como das nações grandes e pequenas, e a estabelecer condições sob as quais a
justiça e o respeito às obrigações decorrentes de tratados e de outras fontes do direito
internacional possam ser mantidos, e a promover o progresso social e melhores condições de
vida dentro de uma liberdade ampla.
E PARA TAIS FINS,
praticar a tolerância e viver em paz, uns com os outros, como bons vizinhos, e unir as nossas
forças para manter a paz e a segurança internacionais, e a garantir, pela aceitação de princípios e
a instituição dos métodos, que a força armada não será usada a não ser no interesse comum, a
empregar um mecanismo internacional para promover o progresso econômico e social de todos
os povos (NAÇÕES UNIDAS DO BRASIL. O que são direitos humanos? Disponível em:
https://nacoesunidas.org/direitoshumanos/. Acesso em: 27 agosto 2018).
15
SILVA NETO, Augusto Rolim da. O tráfico internacional de pessoas em face aos direitos
humanos e ao direito internacional. Jus, outubro, 2015. Disponível em:
https://jus.com.br/artigos/43950/o-trafico-internacional-de-pessoas-em-face-aos-direitos-
humanos-e-ao-direito-internacional. Acesso em: 27/08/18.
16
JESUS. Damásio de. Tráfico Internacional de Mulheres e Crianças - Brasil. São Paulo:
Saraiva, 2003, p. 20.
17
Ibid, p. 14.
18
MEDEIROS, Maria Alice de Brito Silva. Tráfico Internacional de Pessoas: A escravidão
moderna fundada na vulnerabilidade da vítima. Jusbrasil, 15 set. 2016. Disponível em:
https://alicebsm.jusbrasil.com.br/artigos/383893203/trafico-internacional-de-pessoas. Acesso
em: 28/08/18.
19
JESUS. Damásio de. Tráfico Internacional de Mulheres e Crianças - Brasil. São Paulo:
Saraiva, 2003, p. 2.
20
Ibid, p. 13-14.
21
MEDEIROS, Maria Alice de Brito Silva. Tráfico Internacional de Pessoas: A escravidão
moderna fundada na vulnerabilidade da vítima. Jusbrasil, 15 set. 2016. Disponível em:
https://alicebsm.jusbrasil.com.br/artigos/383893203/trafico-internacional-de-pessoas. Acesso
em: 28/08/18.
22
Para efeitos do presente Protocolo:
a) A expressão "tráfico de pessoas" significa o recrutamento, o transporte, a transferência, o
alojamento ou o acolhimento de pessoas, recorrendo à ameaça ou uso da força ou a outras
formas de coação, ao rapto, à fraude, ao engano, ao abuso de autoridade ou à situação de
vulnerabilidade ou à entrega ou aceitação de pagamentos ou benefícios para obter o
consentimento de uma pessoa que tenha autoridade sobre outra para fins de exploração. A
exploração incluirá, no mínimo, a exploração da prostituição de outrem ou outras formas de
exploração sexual, o trabalho ou serviços forçados, escravatura ou práticas similares à
escravatura, a servidão ou a remoção de órgãos;
b) O consentimento dado pela vítima de tráfico de pessoas tendo em vista qualquer tipo de
exploração descrito na alínea a) do presente Artigo será considerado irrelevante se tiver sido
utilizado qualquer um dos meios referidos na alínea a);
c) O recrutamento, o transporte, a transferência, o alojamento ou o acolhimento de uma criança
para fins de exploração serão considerados "tráfico de pessoas" mesmo que não envolvam
nenhum dos meios referidos da alínea a) do presente Artigo;
d) O termo "criança" significa qualquer pessoa com idade inferior a dezoito anos.
23
JESUS. Damásio de. Tráfico Internacional de Mulheres e Crianças - Brasil. São Paulo:
Saraiva, 2003, p. 19.
24
JESUS. Damásio de. Tráfico Internacional de Mulheres e Crianças - Brasil. São Paulo:
Saraiva, 2003, p. 7-9.
25
LAPOUGE, Gilles. Jornal O Estado de S. Paulo, 17 abr. 2001.
26
Ibid.
27
JESUS. Damásio de. Tráfico Internacional de Mulheres e Crianças - Brasil. São Paulo:
Saraiva, 2003, p. 13.
28
MEDEIROS, Maria Alice de Brito Silva. Tráfico Internacional de Pessoas: A escravidão
moderna fundada na vulnerabilidade da vítima. Jusbrasil, 15 set. 2016. Disponível em:
https://alicebsm.jusbrasil.com.br/artigos/383893203/trafico-internacional-de-pessoas. Acesso
em: 04 set. 2018.
29
CENTRO DE INFORMAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS RIO DE JANEIRO. Declaração
Universal dos Direitos Humanos. UNIC/Rio/005, jan. 2005. Disponível em:
https://nacoesunidas.org/img/2014/09/DUDH.pdf. Acesso em: 04 set.18.
30
DORNELLES, João Ricardo W. O que são Direitos Humanos. 2. ed. 5ª reimpressão. São
Paulo: Brasiliense, 2013.
31
UNITED NATIONS OFFICE ON DRUGS AND CRIME. Convenção das nações unidas
contra o crime organizado transnacional. Brasília. Disponível em:
https://www.unodc.org/lpo-brazil/pt/crime/marco-legal.html. Acesso em: 04 set. 2018.
32
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. Cartilha da Política Nacional de Enfrentamento ao
Tráfico de Pessoas. Brasília, 2007. Disponível
em: http://reporterbrasil.org.br/documentos/cartilha_trafico_pessoas.pdf. Acesso em: 05 set.
2018.
33
MEDEIROS, Maria Alice de Brito Silva. Tráfico Internacional de Pessoas: A escravidão
moderna fundada na vulnerabilidade da vítima. Jusbrasil, 15 set. 2016. Disponível em:
https://alicebsm.jusbrasil.com.br/artigos/383893203/trafico-internacional-de-pessoas. Acesso
em: 04 set. 2018.
34
UNITED NATIONS OFFICE ON DRUGS AND CRIME. Convenção das nações unidas
contra o crime organizado transnacional. Brasília. Disponível em:
https://www.unodc.org/lpo-brazil/pt/crime/marco-legal.html. Acesso em: 05 set. 2018
35
CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS CONTRA O CRIME ORGANIZADO
TRANSNACIONAL. Protocolo adicional à convenção das nações unidas contra a
criminalidade organizada transnacional relativo à prevenção, à repressão e à punição do
tráfico de pessoas, em especial de mulheres e crianças, de 29 de setembro de 2003.
Disponível em: http://sinus.org.br/2014/wp-content/uploads/2013/11/OIT-Protocolo-de-
Palermo.pdf. Acesso em: 05 set. 2018.
36
Ibid.
37
HOFFMANN, Henrique. Lei de tráfico de pessoas (Lei 13.344/16). Jusbrasil, 28 out. 2016.
Disponível em: https://henriquehmc.jusbrasil.com.br/artigos/399990751/lei-de-trafico-de-
pessoas-lei-13344-16. Acesso em: 05 set. 2018.
38
BRASIL. Decreto-lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Artigo 231 e 231-A. Código
Penal Brasileiro. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-
Lei/Del2848.htm#art231. Acesso em: 05 set. 2018.
39
CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS CONTRA O CRIME ORGANIZADO
TRANSNACIONAL. Protocolo adicional à convenção das nações unidas contra a
criminalidade organizada transnacional relativo à prevenção, à repressão e à punição do
tráfico de pessoas, em especial de mulheres e crianças, de 29 de setembro de 2003.
Disponível em: http://sinus.org.br/2014/wp-content/uploads/2013/11/OIT-Protocolo-de-
Palermo.pdf. Acesso em: 05 set. 2018.
40
BRASIL. Decreto nº 5.948, de 26 de outubro de 2006. Aprova a Política Nacional de
enfrentamento ao tráfico de pessoas e institui grupo de trabalho interministerial com objetivo de
elaborar proposta do plano nacional de enfrentamento ao tráfico de pessoas. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/Decreto/D5948.htm. Acesso em: 05
set. 2018.
41
BRASIL. Decreto nº 6.347, de 08 de janeiro de 2008. Aprova o plano nacional de
enfrentamento ao tráfico de pessoas – PNETP e institui grupo assessor de avaliação e
disseminação do referido plano. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Decreto/D6347.htm>. Acesso
em: 05 set. 2018.
42
I - ampliar e aperfeiçoar a atuação de instâncias e órgãos envolvidos no enfrentamento ao
tráfico de pessoas, na prevenção e repressão do crime, na responsabilização dos autores, na
atenção às vítimas e na proteção de seus direitos;
II - fomentar e fortalecer a cooperação entre órgãos públicos, organizações da sociedade civil e
organismos internacionais no Brasil e no exterior envolvidos no enfrentamento ao tráfico de
pessoas;
III - reduzir as situações de vulnerabilidade ao tráfico de pessoas, consideradas as identidades e
especificidades dos grupos sociais;
IV - capacitar profissionais, instituições e organizações envolvidas com o enfrentamento ao
tráfico de pessoas;
V - produzir e disseminar informações sobre o tráfico de pessoas e as ações para seu
enfrentamento; e
VI - sensibilizar e mobilizar a sociedade para prevenir a ocorrência, os riscos e os impactos do
tráfico de pessoas.
43
Tráfico de Pessoas
Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa,
mediante grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso, com a finalidade de:
I - remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo;
II - submetê-la a trabalho em condições análogas à de escravo;
III - submetê-la a qualquer tipo de servidão;
IV - adoção ilegal; ou
V - exploração sexual.
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
44
HOFFMANN, Henrique. Lei de tráfico de pessoas (Lei 13.344/16). Jusbrasil, 28 out. 2016.
Disponível em: https://henriquehmc.jusbrasil.com.br/artigos/399990751/lei-de-trafico-de-
pessoas-lei-13344-16. Acesso em: 13 set. 2018.
45
SOUTO, Robson. Breves considerações acerca da Lei nº 13.344/16: Lei de Tráfico de
Pessoas. Megajurídico, 04 março 2017., Disponível em:
https://www.megajuridico.com/breves-consideracoes-acerca-da-lei-no-13-344-de-2016-lei-de-
trafico-de-pessoas/.Acesso em: 13 set. 2018.
46
SOUTO, Robson. Breves considerações acerca da Lei nº 13.344/16: Lei de Tráfico de
Pessoas. Megajurídico, 04 março 2017., Disponível em:
https://www.megajuridico.com/breves-consideracoes-acerca-da-lei-no-13-344-de-2016-lei-de-
trafico-de-pessoas/.Acesso em: 13 set. 2018.
47
NUCCI, Guilherme de Souza. Curso de direito penal: parte especial – arts. 121 a 212 do
código penal, v2. Rio de Janeiro: Forense, 2017, p. 279.
48
BRASIL. Lei nº 13.344, de 6 de outubro de 2016. Dispõe sobre prevenção e repressão ao
tráfico interno e internacional de pessoas e sobre medidas de atenção às vítimas. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm. Acesso em: 13
set. 2018.
49
CUNHA, Rogério Sanches; BATISTA, Ronaldo Pinto. Tráfico de Pessoas –
Lei 13.344/2016 comentada por artigos. 1ª ed. Salvador: Juspodium, 2016, p. 192.
50
BRASIL. Lei Federal nº 13.344, de 06 de outubro de 2016. Dispõe sobre prevenção e
repressão ao tráfico interno e internacional de pessoas e sobre medidas de atenção às vítimas. de
6 de outubro de 2016. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-
2018/2016/Lei/L13344.htm. Acesso em: 13 set. 2018.
51
Ibid.
52
BRASIL. Lei Federal nº 13.344, de 06 de outubro de 2016. Dispõe sobre prevenção e
repressão ao tráfico interno e internacional de pessoas e sobre medidas de atenção às vítimas. de
6 de outubro de 2016. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-
2018/2016/Lei/L13344.htm. Acesso em: 13 set. 2018.
53
ALMEIDA, Vinicius Margato de. Tráfico de Pessoas e a Lei 13.344/16: O Marco Regulatório
do Tráfico de Pessoas. Jusbrasil, 02 jul. 2017. Disponível em:
https://margato10.jusbrasil.com.br/artigos/474235018/trafico-de-pessoas-e-a-lei-13344-2016.
Acesso em: 13 set. 2018.
outras formas de ajudar as vítimas deste delito, seja uma ajuda jurídica,
social, de trabalho e saúde”.
Mais adiante, o art. 9º da lei 13.344/16 faz remissão à lei das organizações
criminosas nº 12.850/13, permitindo sua aplicação subsidiária aos casos de
tráfico de pessoas, esta última, conceitua como organização criminosa, em
seu art. 1º, §1º, conforme segue:
Art. 1o Esta Lei define organização criminosa e dispõe sobre a investigação
criminal, os meios de obtenção da prova, infrações penais correlatas e o
procedimento criminal a ser aplicado.
§ 1o Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais
pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas,
ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente,
vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas
penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter
transnacional.54
Nesse contexto, a aplicação subsidiária da lei de organização criminosa no
caso do tráfico de pessoas, tem como intuito colaborar para identificação e
repressão dos crimes de tráfico, por meio da colaboração premiada, uma
vez que, aquele que pertence a algum tipo de organização criminosa, tem
possibilidade de delatar quais seriam seus associados e, em contrapartida,
receberia um bônus pelo auxílio na resolução do crime.
Importante relembrar que o art. 26, item 2 da Convenção de Palermo, da
qual o Brasil é signatário, prevê a oportunidade de utilização de
mecanismos como o da delação premiada, disposto na lei de organizações
criminosas, como se observa abaixo:
[...] cada Estado Parte poderá considerar a possibilidade, nos casos
pertinentes, de reduzir a pena de que é passível um argüido que coopere de
forma substancial na investigação ou no julgamento dos autores de uma
infração prevista na presente Convenção.55
54
BRASIL. Lei nº 12.850, de 2 de agosto de 2013. Define organização criminosa e dispõe
sobre a investigação criminal, os meios de obtenção da prova, infrações penais correlatas e o
procedimento criminal, Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
2014/2013/lei/l12850.htm. Acesso em: 13 set. 2018.
55
CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS CONTRA O CRIME ORGANIZADO
TRANSNACIONAL. Protocolo adicional à convenção das nações unidas contra a
criminalidade organizada transnacional relativo à prevenção, à repressão e à punição do
tráfico de pessoas, em especial de mulheres e crianças, de 29 de setembro de 2003.
Disponível em: http://sinus.org.br/2014/wp-content/uploads/2013/11/OIT-Protocolo-de-
Palermo.pdf. Acesso em: 13 set. 2018.
56
PINTO, Ronaldo Batista. Colaboração premiada é arma de combate ao crime. Conjur, 02
set. 2013. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2013-set-02/ronaldo-pinto-lei-12850-
regulamenta-colaboracao-premiada. Acesso em: 13 set 2018.
57
BRASIL. Lei Federal nº 13.344, de 6 de outubro de 2016. Dispõe sobre prevenção e
repressão ao tráfico interno e internacional de pessoas e sobre medidas de atenção às
vítimas. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-
2018/2016/Lei/L13344.htm. Acesso em: 13 set. 2018.
58
Ibid.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Grande parte dos cidadãos brasileiros tem consciência das barbaridades que
ocorreram durante nossa história de colonização portuguesa com os índios
e os africanos que passaram a ser escravizados vendo sua liberdade
restringida e tratados como mercadoria, ante a ignorância e noção de
superioridade dos colonos portugueses.
Porém, não é apenas nesse fato histórico que houve grande violação aos
direitos mais fundamentais dos seres humanos, vindo, mais a frente, e em
outros países, eventos que feriram profundamente à vida, à dignidade e a
liberdade da pessoa humana. Assim, a fim de erradicar tais práticas e
salvaguardar os direitos e garantias essenciais a cada um, os países se
uniram em forma de tratados e convenções internacionais afirmando que
ninguém deverá ser submetido a tratamento desumano, cruel ou a qualquer
tipo de tortura devendo ser reconhecido como pessoa perante a lei.
Apesar dos esforços das nações, ainda hoje existe no mundo inteiro a
chamada escravidão moderna, mascarada pela prática do tráfico
internacional de pessoas, que grande parte da população mundial não tem a
ligeira noção de que esse tipo de crime é uma realidade, uma vez que a
mídia não faz questão de tratar dessa problemática com a devida
preocupação.
Dessa forma, por meio da “Convenção de Palermo”, o Brasil instituiu
medidas em seu ordenamento jurídico, com escopo de enfrentar o problema
do tráfico de pessoas através da Lei nº 13.344/16, vigente no país a pouco
tempo, porém que, ficou conhecida como o marco regulatório para auxiliar
no combate a esse tipo de prática, vedada pelas leis nacionais e
internacionais.
A lei representa o início de uma grande batalha que deverá ser travada não
apenas pela criação de um tipo penal que criminaliza esse tipo de conduta,
mas também, através de diversas áreas, como a educação, saúde, cultura,
assistência social e de toda a sociedade, uma vez que se trata de crime
complexo, de caráter transnacional, devendo ser combatido por meio de
uma abordagem multidisciplinar, com a colaboração de todos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins
Fontes, 2000.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
2014/2013/lei/l12850.htm.
BRASIL. Lei Federal nº 13.344, de 6 de outubro de 2016. Dispõe sobre
prevenção e repressão ao tráfico interno e internacional de pessoas e
sobre medidas de atenção às vítimas. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-
2018/2016/Lei/L13344.htm.
CENTRO DE INFORMAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS RIO DE
JANEIRO. Declaração Universal dos Direitos Humanos.
UNIC/Rio/005, jan. 2005. Disponível em:
https://nacoesunidas.org/img/2014/09/DUDH.pdf.
CHALHOUB, Sidney. A força da escravidão: Ilegalidade e costume no
Brasil oitocentista. 1ª. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
Disponível em:
https://www.companhiadasletras.com.br/trechos/13359.pdf. Acesso
em: 27 set. 2018.
CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS CONTRA O CRIME
ORGANIZADO TRANSNACIONAL. Protocolo adicional à
convenção das nações unidas contra a criminalidade organizada
transnacional relativo à prevenção, à repressão e à punição do
tráfico de pessoas, em especial de mulheres e crianças, de 29 de
setembro de 2003. Disponível em: http://sinus.org.br/2014/wp-
content/uploads/2013/11/OIT-Protocolo-de-Palermo.pdf.
CUNHA, Rogério Sanches; BATISTA, Ronaldo Pinto. Tráfico de
Pessoas – Lei 13.344/2016 comentada por artigos. 1ª ed. Salvador:
Juspodium, 2016.
DORNELLES, João Ricardo W. O que são Direitos Humanos. 2. ed. 5ª
reimpressão. São Paulo: Brasiliense, 2013.
HOFFMANN, Henrique. Lei de tráfico de pessoas (Lei 13.344/16).
Jusbrasil, 28 out. 2016. Disponível em:
https://henriquehmc.jusbrasil.com.br/artigos/399990751/lei-de-
trafico-de-pessoas-lei-13344-16.
JESUS. Damásio de. Tráfico Internacional de Mulheres e Crianças –
Brasil. São Paulo: Saraiva, 2003.
LAPOUGE, Gilles. Jornal O Estado de S. Paulo, 17 abr. 2001.
MEDEIROS, Maria Alice de Brito Silva. Tráfico Internacional de Pessoas:
A escravidão moderna fundada na vulnerabilidade da vítima.