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DIREITO CONSTITUCIONAL

Princípios Fundamentais e DGF


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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS E DGF

DIRETO DO CONCURSO
1. (CESPE/MP-CE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2020) Ao tratar dos princípios fundamen-
tais, a CF estabelece, em seu art. 1º,
a. A forma republicana de Estado, cláusula pétrea expressa, caracterizada pela eletivi-
dade, temporariedade e responsabilidade do governante.
b. A forma republicana de governo, caracterizada pela eletividade, temporariedade e
responsabilidade do governante.
c. A forma federativa de Estado, cláusula pétrea implícita, caracterizada pela tripartição
dos poderes da União.
d. A forma federativa de Estado e o sistema presidencialista de governo.

COMENTÁRIO
O art. 1º dispõe sobre os fundamentos da república.
a) A forma republicana é de governo. Além disso, existem o sistema presidencialista de
governo, a forma federativa de Estado e o regime democrático de governo. Essas quatro
nomenclaturas não podem ser confundidas.
b) A forma republicana de governo, caracterizada pela eletividade, temporariedade e res-
ponsabilidade do governante.
Em relação à temporariedade, deve-se lembrar da possiblidade de mandatos e uma re-
eleição. Em relação à responsabilidade do governante, lembre-se da possibilidade do
impeachment.
c) O art. 60, § 4º dispõe sobre as cláusulas pétreas explícitas ou expressas. A doutrina do
professor Gilmar Mendes dispõe que os princípios fundamentais (Título I da Constituição
Federal) seriam uma cláusula pétrea implícita. O art. 60, § 4º cita como cláusulas pétreas
expressas a forma federativa de Estado; os direitos e as garantias individuais; o voto dire-
to, secreto, universal e periódico; separação de poderes. Veja que a forma federativa de
Estado é cláusula pétrea explícita.
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d) Existe a forma federativa de Estado e existe o sistema presidencialista de governo. No


entanto, perceba que o enunciado pede o que consta no art. 1º. Não há menção ao sistema
presidencialista de governo no art. 1º.

2. (CESPE/SEFAZ-AL/AUDITOR FISCAL/2020) Acerca dos direitos e garantias funda-


mentais, das cláusulas pétreas e da organização político-administrativa do Estado, jul-
gue o item a seguir.
A Constituição Federal de 1988 prevê expressamente a exigência de inscrição em con-
selho de fiscalização para o exercício de qualquer atividade profissional.

COMENTÁRIO
A regra é a liberdade do exercício profissional (art. 5º, XIII).
Chegou ao STF o recurso de uma senhora formada em Direito, com o registro da OAB,
mas que não estava fazendo o pagamento das anuidades. A OAB suspendeu o exercício
da atividade profissional. Ela reclamou na Justiça. De acordo com o STF, o registro no
órgão de classe não pode suspenso pelo simples fato de a pessoa estar inadimplente.
Para quem está inadimplente, existem meios próprios de cobrança (ex.: inscrição na dívida
ativa, protesto).
O art. 5º, XIII dispõe que é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, aten-
didas as qualificações que a lei exigir. Veja que o registro é excepcional, mas pode ser
exigido. Logo, a norma é de eficácia contida.
O art. 5º não tem nenhuma norma programática; tem uma norma de eficácia limitada, que
é a que aborda a defesa do consumidor em juízo.
10m

3. (FCC/CLDF/CONSULTOR LEGISLATIVO/2018) Considere o seguinte excerto de emen-


ta de acórdão do Supremo Tribunal:
(...) a Lei Fundamental proclamou o repúdio...... como um dos princípios essenciais que devem
reger o Estado brasileiro em suas relações internacionais (CF, art. 4º, VIII), além de haver qualifi-
cado......, para efeito de repressão interna, como crime equiparável aos delitos hediondos, o que o
expõe, sob tal perspectiva, a tratamento jurídico impregnado de máximo rigor, tornando-o inafian-
çável e insuscetível da clemência soberana do Estado e reduzindo-o, ainda, à dimensão ordinária
dos crimes meramente comuns (CF, art. 5º, XLIII).
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Refere-se o excerto, respectivamente, à disciplina constitucional dispensada ao repúdio


a. Ao racismo, como princípio regente das relações internacionais da República Fede-
rativa do Brasil, e à prática do racismo, como crime inafiançável e imprescritível.
b. Ao terrorismo, como princípio regente das relações internacionais da República
Federativa do Brasil, e ao terrorismo, como crime inafiançável e insuscetível de graça
ou anistia.
c. À discriminação, como princípio regente das relações internacionais da República
Federativa do Brasil, e à prática do racismo, como crime inafiançável e insuscetível
de graça ou anistia.
d. Ao terrorismo, como princípio regente das relações internacionais da República Fede-
rativa do Brasil, e à ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem cons-
titucional e o Estado Democrático, como crime inafiançável e imprescritível.
e. Ao terrorismo, como princípio regente das relações internacionais da República Fede-
rativa do Brasil, e à prática da tortura, como crime inafiançável e imprescritível.

COMENTÁRIO
O art. 4º dispõe sobre vários princípios que regem o Brasil em suas relações internacio-
nais, entre os quais ele menciona repúdio ao terrorismo e repúdio ao racismo.
Existem os crimes hediondos e os equiparados. Lembre-se das iniciais HTTT: hediondos,
tortura, terrorismo e tráfico de drogas. A tortura, o terrorismo e o tráfico de drogas são equi-
parados a hediondo.
A clemência é a graça ou anistia.
15m
d) De fato, existe a consideração de que o crime de golpe de Estado é imprescritível. Mas,
quando se pensa no art. 4º, não há a menção a grupos armados.
e) Tortura não é imprescritível.
De acordo com a Constituição, os crimes imprescritíveis são: racismo e golpe de Estado.
De acordo com o Supremo Tribunal Federal, além dos dois previstos na Constituição, den-
tro de racismo, estão as condutas de homofobia/transfobia, antissemitismo/antissionismo,
injúria racial.
Vale lembrar que os crimes hediondos, a tortura, o tráfico e o terrorismo são prescritíveis.
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4. (FCC/TJ-MS/JUIZ DE DIREITO/2020) À luz da jurisprudência do Supremo Tribunal Fe-


deral, em matéria de direitos e garantias fundamentais e aspectos correlatos,
20m
a. O uso de células-tronco embrionárias, ainda que em pesquisas científicas para fins
terapêuticos, autorizadas em lei federal, viola o direito à vida, pela potencialidade de
formação de pessoa humana, cuja dignidade recebe proteção máxima constitucional.
b. É compatível com a Constituição Federal a interpretação segundo a qual a interrup-
ção da gravidez de feto anencéfalo viola o direito à vida, recaindo na esfera de prote-
ção que a legislação penal outorga a esse bem jurídico, vedando sua prática.
c. A obrigatoriedade de aceitação de transferência de alunos entre universidades, ainda
que instituída por lei e observada a identidade de natureza jurídica das instituições
de ensino superior envolvidas, é incompatível com a Constituição, segundo a qual
o acesso aos níveis mais elevados do ensino é assegurado segundo a capacidade
de cada um.
d. Admitem-se limitações ao livre exercício de atividade econômica, ainda que sob a
forma de cobrança indireta de tributos, desde que estabelecidas por lei e com vistas à
tutela de outros princípios constitucionais da ordem econômica, como a livre concor-
rência e a redução das desigualdades regionais e sociais.
e. Admitem-se limitações por lei ao livre exercício das profissões, sendo consideradas
legítimas quando o inadequado exercício de determinada atividade possa vir a causar
danos a terceiros e desde que obedeçam a critérios de adequação e razoabilidade.

COMENTÁRIO
a) O STF se deparou com um hard case, que são casos difíceis, os quais envolvem, nor-
malmente, mais de uma área da vida. De um lado, existe a proteção à vida; de outro, a
ciência buscando a descoberta de cura para algumas situações; e ainda, a religião. A pes-
quisa com embriões congelados, pela religião, era indevida, porque estaria destruindo um
embrião que já teria vida. O Supremo Tribunal Federal discute com frequência a possibili-
dade da interrupção até a 12ª semana. Fala-se em 12ª semana devido à formação do tubo
neural, em que não teria viabilidade de vida externa até a 12ª semana. Existe um julgado
isolado que dispõe que é possível interromper a gestação.
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Mesmo diante da ponderação entre ciência e religião, o Supremo Tribunal Federal fez
prevalecer a possibilidade do uso de células-tronco embrionárias para fins de tratamento,
buscando conferir dignidade humana à pessoa que já está viva.
b) No Direito Penal, fala-se que a mulher pode interromper a gestação em duas situa-
ções, chamadas de aborto terapêutico e aborto sentimental. O aborto terapêutico acontece
quando, para salvar a vida da mãe, é preciso interromper a gestação. A segunda hipótese
é quando acontece uma gravidez decorrente de estupro. O Código Penal só dispõe sobre
essas duas situações. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal acrescenta o aborto
eugênico, que é a possibilidade de interrupção em caso de anencefalia, ou seja, quando
não teria viabilidade plena.
Por que isso tem a ver com controle de constitucionalidade? Muitas vezes, aprende-se que
o Judiciário não pode legislar. Esse caso citado não seria legislar ao criar mais uma hipó-
tese de interrupção da gravidez? Isso é uma técnica de Controle de Constitucionalidade
chamada de sentença intermediária, decisão normativa aditiva. Nesse caso, o Judiciário
está claramente legislando.
25m
c) Normalmente, casos como esse envolvem militares. É comum o militar ser removido
de um canto para outro no território nacional. Imagine que o militar tenha um filho de 20
anos, que está cursando Medicina em uma universidade privada no estado do Rio Grande
do Sul. O militar foi deslocado para o Distrito Federal. O filho deseja continuar cursando
Medicina. Pergunta: ele pode ocupar uma vaga de Medicina na UnB? Veja que ele era de
uma universidade privada e quer uma vaga na pública. De acordo com o STF, o primeiro
requisito é a congeneridade. Se o aluno estava em uma pública, ele vai para pública; se
particular, ele vai para particular.
Recentemente, o Supremo Tribunal Federal julgou um caso peculiar. A pessoa saiu de uma
universidade particular. O pai foi removido para outra unidade da federação. Chegando lá,
não havia universidade privada. Só existia pública. Nesse caso, o STF assegurou a vaga.
30m
d) Admitem-se limitações ao livre exercício de atividade econômica, mas a forma de co-
brança indireta de tributos não pode acontecer.
e) Quando se fala em critério de adequação e razoabilidade, é possível recordar de um
julgamento do STF em que a OMB (Ordem dos Músicos do Brasil) não poderia fazer res-
trição exigindo que o cidadão que quisesse exercer a atividade de músico tivesse registro
no órgão. Para exigir registro no órgão, a profissão precisa demonstrar a potencialidade de
dano à coletividade.
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GABARITO
1. b
2. E
3. b
4. e

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Aragonê Nunes Fernandes.
�A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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