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DIREITO TRIBUTÁRIO

Questões sobre Tributos em Espécie


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QUESTÕES SOBRE TRIBUTOS EM ESPÉCIE

21. (CESPE/JUIZ/TJ-BA/2019) Conforme a CF, as contribuições de intervenção no domínio


econômico:
a. são de competência exclusiva da União.
b. podem incidir sobre as receitas decorrentes de exportação.
c. não podem incidir sobre a importação de serviços.
d. devem ter alíquota somente ad valorem.
e. podem instituir tratamento desigual entre contribuintes exclusivamente em razão de
ocupação profissional.

COMENTÁRIO
a) O Art. 149 da Constituição Federal prevê três espécies de contribuição que devem ser
de competência privativa da União. São elas: as contribuições sociais, as contribuições de
intervenção no domínio econômico, conhecidas pela sigla CIDE, e as contribuições de in-
teresses de categorias profissionais econômicas. Já no Art. 149-A são citadas as contribui-
ções de iluminação pública, que é dos municípios e do Distrito Federal, por não ser dividido
em municípios. Contudo, existe uma única exceção a essa regra, que são as contribuições
para a previdência dos servidores públicos estaduais e municipais. Portanto, em nenhuma
hipótese pode município, estado ou Distrito Federal tratar sobre a CIDE.
b) Pode incidir sobre as receitas. No sistema tributário brasileiro, existe uma lógica de
oneração, de tributação, das importações e de desoneração, de não tributação, das ex-
portações. Isso porque se visa exportar mercadorias e serviços para competir no mercado
internacional, e não exportar tributos.
Art. 149. § 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput
deste artigo:
5m I – não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação
II – incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços;
III – poderão ter alíquotas:
a. ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de
importação, o valor aduaneiro;
b. específica, tendo por base a unidade de medida adotada.
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Quanto a isso, há uma decisão recente e importante do Supremo Tribunal Federal. O STF
definiu que a imunidade também se aplica no caso de exportação indireta, ou seja, da em-
presa que vende para outra que faz apenas a parte de exportar. Logo, a empresa X vende
para Y, esta que exporta. Contudo, ao vender para a empresa Y, a empresa X tem uma
receita, que pode estar sujeita a PIS/Confins. A Receita Federal sempre tratou esse tipo
de exportação como uma operação interna, portanto, as receitas das empresas não estão
abrangidas pela imunidade. Na prática, faria com que a mercadoria interna que está sendo
exportada, fosse condenada pela tributação das receitas da empresa X que vendeu para
a empresa Y.
c) Incide sobre a importação de serviços.
d) A alíquota pode também ser específica.
e) O Art. 150 da Constituição Federal proíbe que a União, estados, Distrito Federal e mu-
nicípios instituam tratamento tributário diferente em situação equivalente. Ou seja, quem
está em situação equivalente, deve ser tratado de madeira equivalente. Quem está em
situação desigual, deve ser tratado de maneira desigual na proporção das desigualdades,
como prevê o princípio da isonomia.

22. (CESPE/SEFAZ-SC/AFRE/2018) No que se refere à contribuição para o custeio da ilu-


minação pública e à contribuição de intervenção no domínio econômico, a Constituição
Federal dispõe que:
a. compete à União e aos Estados instituir a contribuição de intervenção e compete aos
Municípios instituir a contribuição de iluminação, garantido assim os meios necessá-
rios para prover segurança pública, com polícia e iluminação.
b. a contribuição de intervenção no domínio econômico pode incidir nas importações e
nas exportações.
c. compete aos Municípios instituir a contribuição referente à iluminação pública e com-
pete à União instituir a contribuição referente a intervenção no domínio econômico.
d. compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir a contribuição da iluminação
pública nas estradas e rodovias iluminadas que cortam seus territórios.
e. a contribuição para o custeio da iluminação pública não pode incidir sobre receitas de
exportação ou de importação, nem sobre templos ou arenas de esportes, e a contri-
buição de intervenção precisa ser aprovada pelo Senado e pela Assembleia Legisla-
tiva do Estado.
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COMENTÁRIO
a) A contribuição de intervenção é exclusivamente da União. A contribuição de iluminação
pública é apenas para custear o serviço de iluminação pública.
10m
b) Conforme o Art. 149 da Constituição Federal, as contribuições de intervenção da União
no domínio econômico e as contribuições sociais não incidem mais receitas de exportação,
somente nas importações.
c) A iluminação pública pode ser de competência dos municípios e Distrito Federal, além
disso, CIDE e contribuições corporativas são somente competência da União.
d) Não existe previsão, sendo que a previsão é competência do município e do Distrito Fe-
deral para a contribuição de iluminação pública da cidade, mas eles não podem criar uma
nova contribuição de iluminação.
e) A CIDE é de competência da União, logo, deve ser aprovada pelo Senado, porque preci-
sa ser aprovada por lei. Porém, não há relação com a Assembleia Legislativa. É importante
frisar que não se menciona quem irá decidir a contribuição, mas não é sobre a exporta-
ção. Cada município possui uma regra diferente sobre isso, alguns consideram a área do
imóvel ou os valores fixos, entre outras formas. As regras diferentes existem, pois não há
previsão no texto constitucional de que uma lei complementar de caráter nacional defina as
regras gerais sobre contribuições. A Constituição Federal, nos Art. 150 e 146, inc. III, “a”,
estabelece que uma lei complementar irá dispor sobre normas gerais em matéria tributária,
que são fatores para base de cálculo dos impostos. Portanto, os impostos são uniformes
em todo território nacional nesse aspecto, ou seja, os fatos geradores e as alíquotas são
os mesmos em qualquer lugar do país, mas, na contribuição à iluminação pública, há uma
certa liberdade para o legislador local.
15m

23. (CESPE/PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS DA UNIÃO/2015)


Conforme o STF, a contribuição destinada ao SEBRAE ostenta natureza de contribui-
ção social geral.
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COMENTÁRIO
Quando se falava sobre as contribuições para o SESI/SENAI e serviços sociais autôno-
mos, a tendência da doutrina sempre foi entender que as contribuições seriam de interesse
de categorias profissionais econômicas. Por exemplo, em relação ao SESC, a categoria
dos comerciários tem interesses nas contribuições ao SEST, até para gozar os benefícios
dados por essas instituições. Porém, houve uma discussão no âmbito do Supremo, onde
se chegou à conclusão de que o desenvolvimento do comércio, da indústria, a manuten-
ção das escolas e os interesses de toda a sociedade, essas contribuições servem como
contribuições sociais gerais. No tocante ao SEBRAE, a decisão do Supremo definiu que
é Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, porque seria uma maneira de se
cobrar para esta contribuição ser utilizada na atividade física que o Sebrae faz ajudando
pequenas e micro empresas a desenvolverem mais empregos no país. Sempre quando se
faz em Cide, se menciona os casos de imposto sobre a importação e exportação, quando
o Estado tributa mais uma atividade que ele quer desestimular, por exemplo, o IOF, ou
desonera as informações que ele quer incentivar, diminuindo impostos sobre importação
sobre certo item, por exemplo, a agricultura. Nesse sentido, lembre-se que sempre que,
quando a mão do Estado atua para gerar os efeitos, há intervenção no domínio econômi-
co, não apenas com o aumento de carga tributária sobre atividades que o Estado deseja
desestimular ou estimular. Nesse caso, também há tributação de algo para gerar dinheiro
para incentivar a atividade de fomento.

24. (IBFC/TRF2/JUIZ FEDERAL/2018) A contribuição ao SEBRAE é qualificada, pelo


Supremo Tribunal Federal, como tendo natureza de contribuição de intervenção no
domínio econômico – CIDE, e não como contribuição social de interesse de categorias
profissionais e econômicas.

COMENTÁRIO
O STF definiu que para o SEBRAE há Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico.
Isso porque a contribuição para o SEBRAE é especificamente incentivar microempresas e
empresas de pequeno porte, portanto, a ideia é intervir no domínio econômico.
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25. (INÉDITA/ELABORADA PELO PROFESSOR) Segundo a Constituição Federal, os


Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus
servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata
o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de
cargos efetivos da União.
20m

COMENTÁRIO
O item apresenta a antiga redação do Art. 149, § 1º, da Constituição Federal, ou seja, an-
tes era correto, hoje, a situação não é a mesma, já que o texto foi alterado. Nesse sentido,
existem as contribuições para custear a previdência dos servidores públicos estaduais,
municipais e federais, essas continuam sendo passíveis de criação dos entes federados.
A exceção é a regra de que as contribuições do Art. 149 da Constituição são exclusivas
da União. Antes da Reforma da Previdência, não havia outra regra quanto às alíquotas
dessas contribuições, a não ser de que todas as contribuições estaduais não poderiam ser
inferiores à alíquota adotada pela União. Por exemplo, um contracheque foi recebido com
a contribuição de 8%, mas o mínimo era 11%. Nesse caso, a situação não está correta.
Hoje, a alíquota não tem o mínimo fixado sempre, é uma atividade que pode valer em al-
guns casos.
Art. 149. § 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por meio de lei,
contribuições para custeio de regime próprio de previdência social, cobradas dos servidores ativos,
dos aposentados e dos pensionistas, que poderão ter alíquotas progressivas de acordo com o va-
lor da base de contribuição ou dos proventos de aposentadoria e de pensões. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
25m
Não há mais no Art. 149, § 1º, menção à necessidade de obediência à lista de alíquota.
Nesse caso, a regra que foi colocada é a autorização expressa para a progressividade des-
sas alíquotas. Em 1998, houve uma reforma durante a presidência do governo Fernando
Henrique Cardoso, em que na lei que trata da contribuição previdenciária dos servidores
públicos federais colocaram uma progressividade. Nessa situação, o valor teria progressi-
vidade do Imposto de Renda, começando mais baixo e subindo, já para quem recebesse
níveis mais elevados a alíquota seria de 25%. Entretanto, o Supremo entendeu que, da
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maneira como foi feita a progressividade, era confiscatória e declarou inconstitucional o


dispositivo. Nos termos atuais, enquanto não houver o julgamento sobre a constitucionali-
dade, a contribuição pode ser progressiva.
Além disso, é importante frisar que, apesar de o dispositivo não mencionar alíquota míni-
ma, ainda existe alíquota mínima até que essa matéria venha a ser regulamentada por lei,
como previsto na Constituição Federal.
EC n. 103/2019
Art. 9º Até que entre em vigor lei complementar que discipline o § 22 do Art. 40 da Constituição
Federal, aplicam-se aos regimes próprios de previdência social o disposto na Lei n. 9.717, de 27
de novembro de 1998, e o disposto neste artigo.
30m
A obediência à lei que foi colocada pela União apenas existe enquanto não vier Lei Com-
plementar citando na matéria ser e, além disso, há uma exceção à regra de que a alíquota
mínima é da União.
Lembre-se que o equilíbrio financeiro é no atual momento, ou seja, o dinheiro que se tem
atualmente é suficiente para pagar as despesas de agora. Já o equilíbrio atuarial se protrai
no tempo, são verificadas as despesas futuras, as condições do mercado de trabalho, ex-
pectativa de vida, e são calculados todos esses aspectos para identificar se o dinheiro será
suficiente para cobrir no futuro.
§ 4º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios não poderão estabelecer alíquota inferior à da
contribuição dos servidores da União, exceto se demonstrado que o respectivo regime próprio de
previdência social não possui déficit atuarial a ser equacionado, hipótese em que a alíquota não
poderá ser inferior às alíquotas aplicáveis ao Regime Geral de Previdência Social.

GABARITO
21. a
22. c
23. E
24. C
25. E

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
ANOTAÇÕES

preparada e ministrada pelo professor Ricardo Alexandre de Almeida Santos.


A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.

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