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Direito

Tributário I

Prof. Alexandre Costa


Prof. Alexandre Costa
“As diversas espécies tributárias, determinadas pela hipótese de incidência ou pelo fato gerador
da respectiva obrigação (CTN, art. 4º), são as seguintes: a) os impostos (C.F., arts. 145, I, 153,
154, 155 e 156); b) as taxas (C.F., art. 145, II); c) as contribuições que podem ser assim
classificadas: c.1. de melhoria (C.F., art. 145, III); c.2. parafiscais (C.F., art. 149), que são: c.2.1.
sociais, c.2.1.1. de seguridade social (C.F., art. 195, I, II, III), c.2.1.2. outras de seguridade social
(C.F., art. 195, parág. 4º), c.2.1.3. sociais gerais (o FGTS, o salário-educação, C.F., art. 212,
parág. 5º, contribuições para o SESI, SENAI, SENAC, C.F., art. 240); c.3. especiais, c.3.1. de
intervenção no domínio econômico (C.F., art. 149) e c.3.2. corporativas (C.F. art. 149).
Constituem, ainda, espécie tributária: d) os empréstimos compulsórios (C.F., art. 148)”. (Min.
Carlos Velloso, Relator, RE 138.284/CE)”
Qual a teoria acerca da classificação das espécies tributárias adotada pelo STF no julgado
acima? Qual a característica que permite diferenciá-la das demais teorias? Justifiquem a
resposta

Prof. Alexandre Costa


A teoria adotada no julgado apresentado é a tetrapartida.
Ela se diferencia por atribuir relevância à finalidade e
destinação do produto da arrecadação.
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O Presidente da República instituiu, por meio de medida provisória, empréstimo
compulsório para atender a despesas extraordinárias decorrentes de
calamidade pública, em razão de grave seca em certa região nordestina. No
referido instrumento normativo, está previsto que 80% dos recursos
provenientes do empréstimo compulsório devem ser aplicados na solução dos
problemas diretamente relacionados a calamidade pública e 20%, na
construção de novas escolas públicas na mesma região.
Na hipótese apresentada, é legítima a cobrança do empréstimo compulsório?
Fundamente e justifique a resposta.
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O empréstimo compulsório em tela viola a Constituição Federal
nos seguintes pontos:

A instituição ocorreu por meio de medida provisória,


enquanto deveria ser obrigatoriamente por meio de lei
complementar;
Os recursos arrecadados deveriam ser utilizados
integralmente na despesa que fundamentou a sua instituição
e cobrança, enquanto no presente caso há um desvio de 20%.

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O Estado Alfa instituiu duas contribuições mensais compulsórias devidas por todos
os seus servidores.
A primeira, com alíquota de 10% sobre a remuneração mensal de cada servidor,
destina-se ao custeio de regime previdenciário próprio, mantido pelo Estado Alfa.
A segunda, no valor equivalente a 1/60 (um sessenta avos) da remuneração mensal
de cada servidor, destina-se ao custeio da assistência à saúde do funcionalismo
público daquele Estado.
Isto posto, pergunta-se: É válida a contribuição compulsória instituída pelo Estado
Alfa para a assistência à saúde de seus servidores? Justifique sua resposta.

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Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de
intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou
econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o
disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, §
6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.

§ 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por meio


de lei, contribuições para custeio de regime próprio de previdência social,
cobradas dos servidores ativos, dos aposentados e dos pensionistas, que poderão
ter alíquotas progressivas de acordo com o valor da base de contribuição ou dos
proventos de aposentadoria e de pensões.

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Não. O art. 149, §1º da CF/88 permite a cobrança de contribuições
sociais pelos Estados e Municípios exclusivamente para o custeio
de regimes de previdência social próprios.

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Será válida a instituição pelo Município da Corrupção de taxa
de cadastro e inscrição, a ser cobrada dos proprietários de
imóveis em sua área geográfica, a qual tem por suporte os
serviços de criação de um cadastro imobiliário e da inscrição
dos contribuintes nesse mesmo cadastro, tendo este a finalidade
de facilitar a tributação pelo Imposto Predial e Territorial
Urbano? Justifiquem a resposta.

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Não. As taxas somente podem ser instituídas em razão do
exercício do poder de política ou pela prestação de serviço,
potencial ou efetivo, específico e divisível ao contribuinte.
No presente caso o cadastro não preenche estes requisitos.

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Projeto de lei do Município da Corrupção pretende criar contribuição
de melhoria para custeio das despesas com construção de parque no
bairro da Inflação. Das informações publicadas previamente para
atendimento ao que dispõe o art. 82, I, do Código Tributário Nacional,
verifica-se que apenas 10% do custo da obra será financiado através
do tributo, que será repartido, nos termos do projeto, na proporção da
área dos imóveis localizados na zona beneficiada. Luiz Inácio Brahma,
seu cliente, questiona-lhe acerca da correção da exação instituída.
Responda-lhe de forma fundamentada.

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A cobrança está incorreta, por violar o disposto no parágrafo 1º
do art. 82 do CTN que estabelece o rateio do custo da obra:

"§ 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo


rateio da parcela do custo da obra a que se refere a alínea c, do
inciso I, pelos imóveis situados na zona beneficiada em função dos
respectivos fatores individuais de valorização."

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A União promulgou uma lei que criou um imposto
incidente sobre a atividade de assistir a filmes
projetados em salas de cinema localizadas apenas
em shoppings, prevendo que o produto da
arrecadação se destina integralmente à Agência
Nacional do Cinema – ANCINE. A destinação da
receita do imposto é constitucional? Fundamente a
resposta.

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Art. 167. São vedados:
(...)
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa,
ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se
referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços
públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para
realização de atividades da administração tributária, como determinado,
respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de
garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no
art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo;

Prof. Alexandre Costa


Não, haja vista a violação ao disposto no art. 167, inciso IV da
CF/88 que proíbe a vinculação da receita de imposto a órgão,
fundo ou despesa.

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Quais são as espécies
tributárias? A destinação
da arrecadação é relevante
para a classificação das
espécies tributárias?

Prof. Alexandre Costa


Pode ser adotada qualquer das teorias classificatórias das
espécies tributárias (Dicotômica, Tricotômica, Tetrapartida e
Pentapartida).
Requisito indispensável da resposta é que haja coerência entre a
teoria adotada e a importância da destinação do produto da
arrecadação.
Teorias dicotômica e tricotômica consideram este elemento irrelevante;
Teorias tetrapartida e pentapartida consideram o elemento essencial.

Prof. Alexandre Costa


O estudo “Custo Unitário do Processo de Execução Fiscal na Justiça Federal”
realizado pelo IPEA — Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada — mostrou
que “As taxas de fiscalização, mensalidades e anuidades cobradas pelos
conselhos de fiscalização das profissões liberais são o principal objeto da
ação de execução fiscal (37,3%), seguido de impostos federais (27,1%),
contribuições sociais federais (25,3%) e outras verbas destinadas à União,
como multas, aforamentos, laudêmios e obrigações contratuais diversas
(10,1%)”. Sobre estas taxas dos conselhos de fiscalização das profissões
liberais, responda: qual a natureza jurídica destas exações? São elas
tributos, de qual espécie?

Prof. Alexandre Costa


Estas taxas são tributos da espécie
contribuições especiais, haja vista serem
contribuições no interesse de categoria
profissional ou econômica.

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Município situado na região XYZ do Brasil realizou serviços e obras de rede de água potável e
esgoto de certo bairro, durante o primeiro semestre de 2020, o que resultou na valorização de
100 (cem) imóveis da região.
O custo total da obra correspondeu a R$ 3.500.000,00 (três milhões e quinhentos mil reais).
Com isso, o Município editou Decreto, em 02/09/2020, a fim de disciplinar a instituição e
cobrança de contribuição de melhoria incidente sobre os imóveis alcançados pela valorização
imobiliária em questão.
A municipalidade, para efetuar a respectiva cobrança, considerou somente a diferença entre o
valor venal dos referidos imóveis antes da realização das obras e seu valor venal ao término das
obras públicas, com base no cadastro do IPTU local.
Em 10/10/2020, os contribuintes foram notificados, mediante recebimento de cobrança, para,
no prazo máximo de 30 (trinta) dias, efetuarem o pagamento da referida exação fiscal.
Com base nesse cenário, está correta a cobrança da exação? Justifique e fundamente sua
resposta.

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Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos
mínimos:
I - publicação prévia dos seguintes elementos:
a) memorial descritivo do projeto;
b) orçamento do custo da obra;
c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição;
d) delimitação da zona beneficiada;
e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona
ou para cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas;
II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos
interessados, de qualquer dos elementos referidos no inciso anterior;
III - regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da
impugnação a que se refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial.

Prof. Alexandre Costa


O art. 82 do CTN exige que a lei seja publicada previamente à
realização da obra. No presente caso houve a publicação de
decreto da cobrança da contribuição de melhoria e ele foi
posterior à realização da obra.

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É possível a instituição de
empréstimo compulsório para
absorção temporária de poder
aquisitivo? Justifique e fundamente
sua resposta
Prof. Alexandre Costa
As hipóteses permissivas à instituição de
empréstimo compulsório são aquelas
constantes do art. 148 da CF/88.
A hipótese proposta na questão encontra-
se no art. 15, inciso III do CTN e não foi
recepcionada pela CF/88.

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A Lei de Mantena estabelece a Taxa de Asfaltamento de Ruas, declarando
expressamente que o fato gerador desta taxa é “a realização de obra
pública de asfaltamento, reparo e conservação das vias urbanas do
Município”. Dispõe a Lei, ainda, que contribuinte é o “proprietário de
imóvel urbano beneficiado pela prestação dos serviços” e que a taxa será
cobrada por cada “obra realizada, mediante o rateio do custo para todos
os proprietários de imóveis do Município, independente da localização do
imóvel ou de sua valorização”. Pergunta-se: Qual é a espécie tributária
descrita pela Lei de Mantena? Justifique.

Prof. Alexandre Costa


O tributo descrito na questão é uma contribuição de
melhoria: ela decorre de obra pública (ato vinculado)
e será cobrada de proprietários de imóveis (ato não
vinculado).
Entretanto, esta contribuição de melhoria é ilegal,
haja vista que a sua cobrança não decorrerá da
valorização imobiliária, conforme exigência do art.
81 do CTN (“instituída para fazer face ao custo de
obras públicas de que decorra valorização
imobiliária”).

Prof. Alexandre Costa


Quais os aspectos em que se
desdobra a finalidade das
contribuições especiais
consagrada no art. 149 da
Constituição Federal?

Prof. Alexandre Costa


Os aspectos são:
Finalidade, ou seja, aquele objetivo indicado na lei
para fundamentar a cobrança da contribuição
especial;
Destinação, ou seja, a aplicação efetiva dos recursos
arrecadados através da contribuição especial naquela
finalidade que fundamentou a sua cobrança.

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