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Universidade Uninove

Angélica de Lima Scanfella


RA: 1621100123

Questão aplicada prova da OAB em 11/12/2024

“O Município ABC instituiu, por meio de lei ordinária, uma taxa de serviços
públicos exclusivamente de coleta domiciliar, remoção e tratamento ou destinação
de lixo ou resíduos domiciliares, com base de cálculo atrelada à área do imóvel, e
previu a isenção da referida taxa para funcionários públicos municipais. Diante de
tal quadro, responda aos itens a seguir. A) O fato gerador da taxa está de acordo
com a Constituição? Justifique. (Valor: 0,65) B) Pode o Município instituir tal
isenção? Justifique. (Valor: 0,60)”

1- O fato gerador da taxa de acordo com a Constituição

O fato gerador da taxa, sendo a prestação de serviço público de coleta


domiciliar de lixo ou resíduos, está em conformidade com a Constituição Federal.
Conforme o Artigo 145, II CF, é permitida a instituição de taxas em razão do
exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços
públicos específicos e divisíveis, prestadores ao contribuinte ou postos à sua
disposição. Nesse sentido, a coleta domiciliar de lixo se enquadra como um
serviço público especifico e divisível, passível de ser remunerado por meio de
taxa

2- Pode o Município instituir tal isenção

O município tem competência para instituir isenções tributárias, desde que


observados os princípios constitucionais tributários. No entanto, a isenção
concedida exclusivamente aos funcionários públicos municipais, pode violar o
princípio da igualdade tributária, consagrado no Artigo 150, II, da CF, que veda
tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação
equivalente. Dessa forma, a isenção para os funcionários públicos.

3- Quanto à questão adicional

O imposto cobrado e exigido pelo Fisco é considerado FISCAL. Isso se deve ao


fato de que a principal finalidade desse imposto é a arrecadação de recursos
para o Estado, visando financiar suas atividades e despesas gerais.
O fato gerador deste imposto é a posse ou a propriedade de um bem imóvel,
conforme determinado pela legislação municipal.
A Limitação de Poder Constitucional Tributário que se aplica ao caso é o
Princípio de Capacidade Contributiva. Este princípio estabelece que os
tributos devem ser graduados conforme a capacidade econômica do
contribuinte, de modo que aqueles que possuem maior capacidade contributiva
devem arcar com uma parcela maior de carga tributária. No entanto, ao conceder
isenção apena aos funcionários públicos municipais, o município pode estar
violando esse princípio, pois não está considerando a capacidade econômica de
todos s contribuintes de forma equitativa.

Caso 2
“Soluções Informáticas Ltda., sociedade empresária com sede no Município Alfa,
Estado Beta, por demanda da sociedade empresária ABC Ltda., sociedade
empresária sediada no Município Gama, no mesmo Estado, elaborou um programa
específico de computador (desenvolvido e programado pelos funcionários de
Soluções Informáticas Ltda. na sede dessa empresa), a ser utilizado apenas por ABC
Ltda. no Município Gama. O contrato de elaboração do programa e transferência
de sua propriedade foi assinado no Município Alfa entre as duas sociedades
empresárias. O Estado Beta entende que tal situação configura fato gerador de
ICMS, pretendendo cobrar de Soluções Informáticas Ltda. tal tributo. Diante desse
cenário, responda os itens a seguir. A) A criação de tal programa de computador
constitui fato gerador de ICMS? (Valor: 0,65) B) Poderia o Município Gama cobrar
algum imposto sobre a elaboração de tal programa de computador?”

1- O fato gerador da taxa de acordo com a Constituição


A criação de tal programa de computador não constitui fato gerador de
ICMS. O ICMS, incide sobre a circulação de mercadorias e prestação de serviços
de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação. No caso
apresentado, a elaboração do programa de computador não configura uma
operação de circulação de mercadoria, tampouco de prestação de serviços de
transporte ou comunicação. Portanto, não há fato gerador de ICMS nessa
situação.

2- Pode o Município instituir tal isenção

O município Gama não poderia cobrar nenhum imposto sobre a


elaboração de tal programa de computador, pois a competência para instituição
de impostos sobre serviços de qualquer natureza (ISSQN) é do município onde
o serviço é efetivamente prestador. No caso apresentado, a elaboração do
programa de computador ocorreu no município Alfa, onde está localizada a sede
da Soluções Informáticas LTDA, não havendo, portanto, fato gerador par aa
cobrança de ISSQN pelo município Gama.

3- Quanto à questão adicional

O imposto cobrado e exigido pelo Fisco é considerado FISCAL. Isso


porque tanto o ICMS, quanto o ISSQN são impostos de natureza fiscal, cuja
finalidade principal é a arrecadação de recursos para o Estado ou o Município,
respectivamente, visando financiar suas atividades e serviços públicos.
O fato gerador do ICMS é a circulação de mercadoria, a prestação de
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação,
conforme estabelecido pelo artigo 155, II, da CF.
A limitação de poder Constitucional Tributário que se aplica ao caso é o
Princípio da Não Cumulatividade. Este princípio estabelece que o imposto
sobre a circulação de mercadorias e serviços não deve incidir sobre o valor total
da operação ou prestação, mas apenas sobre o valor adicionado em cada fase
da cadeia produtiva. No caso do ICMS, a cobrança sobre a elaboração do
programa de computador poderia implicar em uma cumulatividade indevida do
imposto, uma vez que a mesma operação seria tributada mais de uma vez.
Caso 3
“O Estado Alfa, no ano de 2022, pretende conceder uma isenção temporária de ICMS com
duração de 1 ano em favor de setor econômico, que foi fortemente afetado pelo
isolamento social decorrente da pandemia da Covid19. Por isso, o Secretário de Fazenda
do Estado Alfa levou a questão ao Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ),
para que fosse deliberada pelos demais Estados e Distrito Federal a autorização para tal
concessão de isenção. O CONFAZ, em deliberação unânime, autorizou mediante convênio
tal concessão. Em razão disto, o Governador do Estado Alfa publicou Decreto concedendo
tal isenção com efeitos imediatos. Diante desse cenário, responda aos itens a seguir. A)
Tal concessão de uma isenção de ICMS, após autorização pelo CONFAZ, com efeitos
imediatos, viola o princípio da anterioridade tributária? (Valor: 0,60) B) Tal concessão de
isenção de ICMS, após autorização pelo CONFAZ, por meio de Decreto do Governador,
viola o princípio da legalidade tributária?”

1- O fato gerador da taxa de acordo com a Constituição

Tal concessão de uma isenção de ICMS, após autorização pelo CONFAZ,


com efeitos imediatos, não viola o princípio de anterioridade tributária. O princípio
da anterioridade tributária estabelece que não haverá aumento de tributos no
mesmo exercício financeiro em que tenha sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou. No entanto, a com cessão de isenção de ICMS não se enquadra
nesse princípio, pois a isenção não implica aumento da carga tributária, mas sim
sua redução ou eliminação. Portanto, a isenção de ICMS pode ter efeitos
imediatos, não necessitando obedecer ao princípio da anterioridade.

2- Pode o Município instituir tal isenção

tal concessão de isenção de ICMS, após autorização pelo CONFAZ, por


meio de Decreto do Governador, não viola o princípio de legalidade tributária. O
princípio da legalidade tributária estabelece que a instituição ou majoração de
tributos deve ser realizada por meio de lei, respeitando o devido processo
legislativo e as competências legislativas estabelecidas na CF. no entanto, a
concessão de isenção de ICMS autorizada pelo CONFAZ por meio de convênio
tem natureza de norma complementar à legislação estadual e, portanto, não viola
a princípio da legalidade tributária. O Decreto do Governador, apenas
regulamenta a aplicação da isenção já autorizada pelo convênio do CONFAZ,
não criando ou majorando tributos.

3- Quanto à questão adicional

O imposto cobrado e exigido pelo Fisco é considerado FISCAL. O ICMS,


é um tributo de natureza fiscal, incidindo sobre a circulação de mercadorias e
prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação.
O fato Gerador do ICMS é a circulação de mercadorias, conforme
estabelecer o Art. 155 , II, da CF.
A limitação de Poder Constitucional Tributário que se aplica ao caso é o
Princípio da Legalidade Tributária. Este princípio estabelece que a instituição
ou majoração de tributos deve ser realizada por meio de lei, respeitando o devido
processo legislativo e as competências legislativas estabelecidas na CF. No
caso da concessão de isenção de ICMS, autorizada pelo CONFAZ por meio de
convênio, a violação desse princípio não ocorre, pois o convênio possui natureza
de norma complementar à legislação estadual, conforme jurisprudência
consolidada do Supremo Tribunal Federal.

Caso 4
“Nova lei federal complementar, publicada em 10/10/2021, com o fim de garantir a
manutenção do equilíbrio das contas da seguridade social, criou nova contribuição
social residual de seguridade social. Nos termos desta lei, esta passaria a produzir
seus efeitos em 01/01/2022, data a partir da qual a nova contribuição começaria a
ser cobrada. Diante desse cenário, responda aos itens a seguir. A) Era necessária a
edição de lei complementar para a criação deste tributo? (Valor: 0,65) B) Está
correto o início do prazo de cobrança de tal contribuição previsto na lei?”

1- O fato gerador da taxa de acordo com a Constituição


Era necessário a edição de lei complementar para a criação deste tributo.
Conforme estabelece o art. 195, § 4º, CF, a instituição de novo o tributo ou a
majoração de tributos já existente na área da seguridade social deve ser
realizada por meio de lei complementar. Portanto, a criação da nova contribuição
social residual de seguridade social demandava a edição de uma lei
complementar, em conformidade com o texto constitucional.

2- Pode o Município instituir tal isenção

Está correto o início do prazo de cobrança previsto na lei. O início da


cobrança da nova contribuição social residual de seguridade social em
01/01/2022 está em conformidade com os princípios da anterioridade
nonagesimal. De acordo com esse princípio, estabelecido no 195, § 6º, da CF, a
cobrança de novas contribuições sociais ou o aumento das já existentes somente
pode ocorrer após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as
instituiu ou aumentou. Nesse sentido, a nova contribuição somente poderia
começar a ser cobrada após esse prazo, a partir de 01/01/2022.

3- Quanto à questão adicional

O imposto cobrado e exigido pelo Fisco considerado FISCAL. No entanto,


no caso mencionado, trata-se de uma contribuição social, que é uma espécie de
tributo com finalidade específica de financiar a seguridade social,
compreendendo a previdência social, a assistência social e a saúde. Portanto, a
contribuição social é considerada um tributo fiscal.
O fato gerador desta contribuição é a situação em lei como necessária e
suficiente para sua ocorrência, ou seja, é o evento que faz surgir a obrigação
tributária. No caso da nova contribuição social residual de seguridade social, o
fato gerador seria definido pela própria lei que a instituiu, estabelecendo as
hipóteses de incidência que ensejam sua cobrança.
A Limitação de Poder Constitucional Tributário que se aplica ao caso é o
Princípio da Anterioridade Nonagesimal. Este princípio determina que a
cobrança de novos tributos ou o aumento daqueles já existente somente pode
ocorrer após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que os instituiu
ou aumentou. A observância desse princípio visa garantir segurança jurídica e
previsibilidade aos contribuintes, impedindo que sejam surpreendidos por
alterações abruptas na carga tributária.

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