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Equipe Direito Constitucional Estratégia Concursos

Aula 16

QUESTÕES COMENTADAS
1. (FGV/TJ-DFT - 2022) A organização religiosa Alfa alugou o imóvel de João para ali instalar o seu
templo. Ato contínuo, foi comunicada, pela imobiliária que administrava a relação locatícia, sobre a
necessidade de pagar o IPTU incidente sobre o imóvel, o que estaria previsto no contrato de locação. Por
ter dúvida a respeito da compatibilidade da cobrança com a ordem constitucional, consultou seu
advogado, que respondeu, corretamente, que ela era:

a) inconstitucional, pois os templos de qualquer culto estão imunes à cobrança de qualquer tributo;

b) inconstitucional, pois os templos de qualquer culto não podem figurar como contribuintes de direito em
relação a qualquer imposto;

c) inconstitucional, pois, apesar de a organização religiosa Alfa figurar como contribuinte de fato, não de
direito, ela é imune à cobrança do IPTU;

d) constitucional, pois os templos de qualquer culto não estão imunes ao pagamento de impostos quando
figurarem como contribuintes de fato;

e) constitucional, pois os templos de qualquer culto, quando figurarem como contribuintes de fato, somente
estão imunes ao pagamento de impostos sobre a renda, não sobre o patrimônio.

Comentários:

A alternativa A está incorreta. Não estão imunes à cobrança de qualquer tributo. Não é uma cláusula geral
aberta. O art. 150, inciso VI da CF/88 fala de impostos, que é uma das espécies de tributos.

A alternativa B está incorreta. Segundo o art. 150 da CRFB/88: "Sem prejuízo de outras garantias
asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI - instituir
impostos sobre: b) templos de qualquer culto".

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão.

De acordo com o art. 156 da CRFB/88:

Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:

I - propriedade predial e territorial urbana;

§ 1º - A - O imposto previsto no inciso I do caput deste artigo não incide sobre templos de
qualquer culto, ainda que as entidades abrangidas pela imunidade de que trata a alínea "b"
do inciso VI do caput do art. 150 desta Constituição sejam apenas locatárias do bem imóvel.
(Incluído pela Emenda Constitucional no 116, de 2022).

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A alternativa D está incorreta. É inconstitucional, uma vez que com relação aos templos de qualquer culto,
considerando a EC nº 116/22, estão imunes ao pagamento de IPTU mesmo quando figurarem como
contribuintes de fato.

A alternativa E está incorreta. É inconstitucional, uma vez que a imunidade trazida pela EC 116/22, se refere
ao IPTU.

2. (FGV/MP-GO - 2022) Lei do Estado Alfa publicada em 31/12/2021 majorou as bases de cálculo do
Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) pelo valor de mercado, estabelecendo que
as alterações teriam efeitos a partir de 01/01/2022. Também em 31/12/2021, Decreto do Prefeito da
Capital do Estado Alfa estabeleceu a atualização, pelo índice inflacionário oficial, do valor monetário da
base de cálculo do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), determinando que as
alterações também teriam efeitos a partir de 01/01/2022. Diante desse cenário:

a) tanto a lei estadual como o decreto municipal violaram o princípio da anterioridade nonagesimal, e o
decreto municipal também violou o princípio da legalidade tributária.

b) a lei estadual violou o princípio da anterioridade nonagesimal, mas o decreto municipal apenas violou
o princípio da legalidade tributária.

c) a lei estadual não violou o princípio da anterioridade nonagesimal, mas o decreto municipal violou tanto
o princípio da legalidade tributária como o da anterioridade nonagesimal.

d) nem a lei estadual nem o decreto municipal violaram o princípio da anterioridade nonagesimal, mas o
decreto municipal violou o princípio da legalidade tributária.

e) nem a lei estadual nem o decreto municipal violou o princípio da anterioridade nonagesimal, e o decreto
municipal tampouco violou o princípio da legalidade tributária.

Comentários:

A alternativa E está correta e é o gabarito da questão.

Em primeiro lugar, precisamos ter em mente que, para majorar tributo, precisamos de uma lei.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;

Em segundo lugar, é importante sabermos que, para atualizar o valor monetário da base de cálculo, não há
necessidade de lei.

CTN. Art. 97, § 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II
deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo.

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De acordo com a Súmula 160 – STJ:

É defeso, ao Município, atualizar o IPTU, mediante decreto, em percentual superior ao


índice oficial de correção monetária, uma vez que atualizar acima dos índices monetários
é aumentar o tributo, nesse caso precisaria de uma lei.

Ou seja, como para apenas atualizar o valor monetário da base de cálculo não há necessidade de lei, então
o decreto municipal não violou o princípio da legalidade tributária.

Com relação à lei do Estado Alfa publicada em 31/12/2021, que majorou as bases de cálculo do Imposto
sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), não houve violação ao princípio da anterioridade
nonagesimal, uma vez que a alteração de base de cálculo de IPVA é uma exceção a esse princípio.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu
ou aumentou, observado o disposto na alínea b;

As bases de cálculo do IPVA é uma exceção a esse princípio, graças ao dispositivo constitucional (parte final,
que cita esses impostos, previstos nos artigos 155, III e 156, I, ambos da Constituição Federal):

Art. 150, § 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I,
153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos
arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos
nos arts. 155, III, e 156, I.

Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:

III - propriedade de veículos automotores.

3. (FGV/TCE-AM - 2021) João, Vereador na Câmara Municipal de Gama, tomou conhecimento de que
a União teve considerável arrecadação do “imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguros, ou
relativas a títulos ou valores mobiliários”, incidente sobre o ouro, enquanto ativo financeiro ou
instrumento cambial. Como as operações de origem foram realizadas em grande parte no Município Gama,
João consultou sua assessoria se a União iria transferir a esse ente federativo uma parte da arrecadação,
bem como se isto teria alguma influência sobre a receita que integraria a base de cálculo do percentual
afeto às despesas do Poder Legislativo municipal.

A assessoria respondeu, corretamente, que o Município Gama:

a) deve receber 30% do montante arrecadado com as operações realizadas em seu território e o valor assim
transferido integrará apenas a base de cálculo do limite percentual das despesas de pessoal do Legislativo
municipal;

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b) deve receber 50% do montante arrecadado com as operações realizadas em seu território e o valor assim
transferido integrará apenas a base de cálculo do limite percentual das despesas de pessoal do Legislativo
municipal;

c) é responsável pela arrecadação do montante total das operações realizadas em seu território e o valor
assim arrecadado integrará a base de cálculo do limite percentual do total das despesas do Legislativo
municipal;

d) deve receber 70% do montante arrecadado com as operações realizadas em seu território e o valor assim
transferido integrará a base de cálculo do limite percentual do total das despesas do Legislativo municipal;

e) é responsável pela arrecadação do valor devido nas operações realizadas em seu território e 50% desse
montante integrará a base de cálculo do limite percentual das despesas de pessoal do Legislativo municipal.

Comentários:

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão.

Segundo o art. 29-A da CRFB/88, o total da despesa do Poder Legislativo Municipal, incluídos os subsídios
dos Vereadores e excluídos os gastos com inativos, não poderá ultrapassar os seguintes percentuais,
relativos ao somatório da receita tributária e das transferências previstas no § 5º do art. 153 e nos arts. 158
e 159, efetivamente realizado no exercício anterior: (...)

A questão testou conhecimento do candidato acerca do art. 153, §5º da CF/88, vejamos:

Art. 153, §5º O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento
cambial, sujeita-se exclusivamente à incidência do imposto de que trata o inciso V do
"caput" deste artigo, devido na operação de origem; a alíquota mínima será de um por
cento, assegurada a transferência do montante da arrecadação nos seguintes termos:

II - setenta por cento para o Município de origem.

4. (FGV/TCE-AM - 2021) O Município Alfa editou a Lei nº XX/2021, instituindo a taxa de uso e
ocupação de faixas de domínio público nas vias públicas, devida em razão do poder de polícia exercido
sobre as atividades de estruturação de rede de transmissão e de distribuição de energia elétrica,
desenvolvidas por sociedades empresárias privadas. O exercício do poder de polícia consistiria na
verificação da localização e da dimensão das instalações, incluindo a distância mínima necessária entre
elas.

À luz da sistemática constitucional, a Lei nº XX/2021 é:

a) constitucional, considerando se tratar de matéria de interesse local, decorrendo a cobrança do efetivo


exercício do poder de polícia;

b) constitucional, já que a cobrança de taxas decorre do efetivo exercício do poder de polícia pelo ente
federativo, com abstração da natureza da matéria;

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c) inconstitucional, considerando competir à União explorar os serviços e instalações de energia elétrica e


legislar sobre a matéria;

d) inconstitucional, considerando não competir aos Municípios a edição de leis visando à instituição de taxas
pelo exercício do poder de polícia;

e) inconstitucional, pois o uso e a ocupação de faixas de domínio público, em razão de suas características
ontológicas, não podem configurar fato gerador da taxa.

Comentários:

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão.

De acordo com o enunciado, o Município Alfa editou a Lei nº XX/2021, instituindo a taxa de uso e ocupação
de faixas de domínio público nas vias públicas, devida em razão do poder de polícia exercido sobre as
atividades de estruturação de rede de transmissão e de distribuição de energia elétrica, desenvolvidas por
sociedades empresárias privadas. O exercício do poder de polícia consistiria na verificação da localização e
da dimensão das instalações, incluindo a distância mínima necessária entre elas.

Questionamento: a lei é constitucional?

Vejamos como a Constituição Federal e a jurisprudência tratam o assunto:

Art. 21. Compete à União:

XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:

b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos


de água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

IV - águas, energia, informática...

Agora veja o entendimento do STF:

TEMA 261 - STF

Descrição: Recurso extraordinário em que se discute, à luz dos artigos 145, II; e 155, XII, §
3º, da Constituição Federal, a constitucionalidade, ou não, da Lei nº 1.199/2002, do
Município de Ji-Paraná/RO, que instituiu a taxa de ocupação do solo e do espaço aéreo,
correspondente à implantação de postes para extensão da rede elétrica.

Tese Firmada:

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É inconstitucional a cobrança de taxa, espécie tributária, pelo uso de espaços públicos dos
municípios por concessionárias prestadoras do serviço público de fornecimento de energia
elétrica.

Assim, podemos concluir que a lei é inconstitucional, considerando competir à União explorar os serviços e
instalações de energia elétrica e legislar sobre a matéria.

5. (FGV/SEFAZ-ES - 2021) A União resolveu exercer sua competência tributária residual criando um
novo Imposto sobre Movimentações Financeiras. Acerca de tal imposto, assinale a afirmativa correta.

a) Poderá ser instituído por lei ordinária.

b) Poderá ser cumulativo.

c) Seu fato gerador poderá ser coincidente com o de outro imposto já previsto na Constituição.

d) Sua base de cálculo poderá ser coincidente com a de outro imposto já previsto na Constituição.

e) Do produto de sua arrecadação, 20% pertencerá aos Estados e ao Distrito Federal.

Comentários:

A alternativa E está correta e é o gabarito da questão.

A questão apresentada cobrou do candidato o conhecimento do art. 154, I e do art. 157, II, ambos da CF/88.

Art. 154 - A União poderá instituir:

I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam
não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados
nesta Constituição.

Com base no artigo acima citado, já eliminaríamos as alternativas, sobrando apenas a alternativa E.
Por sua vez, o Art. 157, II, da CF/88 prevê:

Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal:

II - vinte por cento do produto da arrecadação do imposto que a União instituir no exercício
da competência que lhe é atribuída pelo art. 154, I.

6. (FGV / ISS Niterói – 2015) Determinada lei federal disciplinou os prazos de prescrição, para a
cobrança de créditos oriundos de contribuições previdenciárias regularmente constituídas em favor da
União. Um contribuinte, ao ser notificado para pagamento do débito, isso com observância do prazo
prescricional estabelecido na referida lei, argumentou com a sua inconstitucionalidade. À luz da
Constituição da República Federativa do Brasil, é correto afirmar que a lei é:

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a) constitucional, pois os prazos de prescrição de qualquer crédito da União podem ser disciplinados em lei
ordinária.

b) inconstitucional, pois os prazos de prescrição dos créditos tributários devem ser disciplinados em lei
complementar.

c) constitucional, pois apenas os prazos de prescrição dos créditos tributários devem ser disciplinados em lei
complementar.

d) inconstitucional, pois a legislação infraconstitucional não pode disciplinar essa espécie de prazo
prescricional.

e) constitucional, já que a prescrição configura projeção da competência tributária de cada ente federativo.

Comentários: ==1c1f95==

Cabe à lei complementar estabelecer normais gerais acerca da prescrição e decadência tributários (art. 146,
III, alínea “b”). O gabarito é a letra B.

7. (FGV / TCM-SP – Ciências Jurídicas – 2015) A Câmara dos Vereadores de determinado Município
recém-criado constituiu comissão com o objetivo de oferecer sugestões a respeito das taxas que poderiam
ser criadas à luz das competências municipais. Entre as proposições a seguir, todas formuladas pela
referida comissão, a única que se mostra compatível com a Constituição da República é:

a) o serviço de energia elétrica, de competência municipal, é remunerado mediante taxa;

b) não há relação de proporcionalidade necessária entre a taxa e o custo do serviço;

c) o serviço público de tratamento ou destinação de lixo não pode ser remunerado mediante taxa;

d) taxas e preços públicos têm sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária;

e) o serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.

Comentários:

Letra A: errada. Os serviços de energia elétrica são de competência da União (e não dos Municípios!). É o
que prevê o art. 21, XII, alínea “b”.

Letra B: errada. A taxa é um tributo vinculado e, portanto, a sua base de cálculo está relacionada ao custo
da atividade estatal prevista em sua hipótese de incidência.

Letra C: errada. A Súmula Vinculante nº 19 prevê que “a taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços
públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não
viola o art. 145, II, da CF.” Com base nessa súmula, podemos fazer a seguinte diferenciação:

a) A coleta de lixo de logradouros públicos é um serviço geral, que tem a coletividade inteira como
destinatária e, portanto, não pode ser financiada por taxa, sob pena de inconstitucionalidade.

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b) A coleta de lixo proveniente de imóveis é serviço específico e divisível, pois tem destinatários
determinados: os donos dos imóveis. Portanto, pode ser financiada por taxa.

Letra D: errada. Os preços públicos não precisam ter autorização orçamentária para serem cobrados.

Letra E: correta. Segundo a Súmula Vinculante nº 41, “o serviço de iluminação pública não pode ser
remunerado mediante taxa”. Isso porque o serviço de iluminação é um serviço geral e indivisível.

O gabarito é a letra E.

8. (FGV / OAB – 2014) Determinado Estado, localizado na Região Norte do país, instituiu, mediante
lei específica, a contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública. Nessa linha, com base na
competência tributária prevista nas normas constitucionais em vigor, tal contribuição instituída pelo
respectivo estado- membro da Federação é:

a) constitucional, sendo possível sua cobrança com base nas regras constitucionais em vigor.

b) inconstitucional, por ser o referido tributo de competência tributária da União Federal.

c) inconstitucional, por ser o referido tributo de competência do Distrito Federal e dos Municípios.

d) inconstitucional, visto que somente lei complementar poderá instituir o referido tributo.

Comentários:

Segundo o art. 149-A, CF/88, os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição para o custeio
do serviço de iluminação pública. Assim, a lei estadual que instituiu essa contribuição será inconstitucional.
O gabarito é a letra C.

9. (FGV / OAB – 2014) José recebeu auto de infração pelo inadimplemento de determinado tributo
instituído por lei ordinária. José contesta a exigência fiscal sob o argumento, correto, de que o tributo em
questão deveria ter sido instituído por lei complementar. A partir da hipótese apresentada, assinale a
opção que indica o tributo exigido no referido auto de infração.

a) Contribuição de Interesse de Categoria Profissional.

b) Contribuição de Melhoria.

c) Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico.

d) Empréstimo Compulsório.

Comentários:

Dentre os tributos relacionados nas assertivas, o único que deve ser instituído mediante lei complementar é
o empréstimo compulsório. O gabarito é a letra D.

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10. (FGV / OAB – 2013) A respeito dos Princípios Tributários Expressos e Implícitos, à luz da Constituição
da República de 1988, assinale a opção INCORRETA.

a) É vedado à União instituir isenções de tributos de competência dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios.

b) O princípio da irretroatividade veda a cobrança de tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes
do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado.

c) É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e
serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.

d) Pelo princípio da anterioridade, para que os tributos possam ser cobrados a cada exercício, é necessária a
prévia autorização na lei orçamentária.

Comentários:

Letra A: correta. De fato, a União não pode instituir isenções de tributos de competência dos outros entes
federativos. Trata-se da vedação às isenções heterônomas.

Letra B: correta. Segundo o art. 150, III, “a”, é vedado aos entes federativos cobrar tributos em relação a
fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado.

Letra C: correta. Segundo o art. 152, é vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer
diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.
Trata-se do princípio da não-discriminação em razão da procedência ou destino.

Letra D: errada. Pelo princípio da anterioridade, é vedado aos entes federativos cobrar tributos no mesmo
exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou.

11. (FGV / Fundação Pró Sangue – 2013) O Estado “M” deseja majorar as suas receitas ordinárias e
extraordinárias. Com esse intuito reorganiza os serviços de fiscalização, remete à Assembleia Legislativa
projetos para cassar benefícios fiscais determinados por administrações anteriores e realiza convênios
com outros organismos da federação. Além disso, resolver majorar tributos da sua competência por
decreto do Governador do Estado. De acordo com as normas constitucionais federais em vigor, esse último
ato afronta o seguinte princípio:

a) da Igualdade.

b) da Legalidade.

c) da Personalidade.

d) da Fiscalidade.

e) da Anualidade.

Comentários:

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A majoração de tributos por meio de decreto do Governador do Estado viola o princípio da legalidade, que
determina que a instituição ou majoração de tributos depende deve ser feita mediante lei. A resposta,
portanto, é a letra B.

12. (FGV / Fundação Pró Sangue – 2013) A Constituição Federal possui diversas regras vinculadas à
limitação do poder de tributar estatal. Recentemente, estradas foram bloqueadas por protestos de
caminhoneiros e moradores contra a excessiva instituição de pedágios em estradas federais e estaduais,
bem como o alto custo estabelecido, encarecendo a atividade laboral daqueles que dependem desse meio
de transporte. O pedágio constitui uma exceção ao princípio constitucional da:

a) liberdade de empreendimento.

b) universalidade dos impostos.

c) destinação pública dos tributos.

d) uniformidade na instituição de tributos.

e) ilimitabilidade do tráfego de bens.

Comentários:

Segundo o art. 150, V, CF/88, é vedado aos entes federativos “estabelecer limitações ao tráfego de pessoas
ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela
utilização de vias conservadas pelo Poder Público”. Assim, o pedágio é uma exceção ao princípio da liberdade
de tráfego (ou ilimitabilidade do tráfego de bens). A resposta é a letra E.

13. (FGV / Fundação Pró Sangue – 2013) Em governos centralizados ou de molde unitário, a instituição
de tributos e benefícios fiscais são sempre concedidos pelo Governo central. Na Federação podem existir
vários modelos. No Brasil, nos termos da Constituição Federal atual, a União pode conceder isenções de
tributos federais, não mais podendo interferir na esfera dos demais entes federativos. Também não pode
incidir a tributação federal sobre o patrimônio das:

a) empresas de comunicação.

b) sociedades de economia mista.

c) entidades de previdência complementar.

d) sociedades uniprofissionais.

e) fundações vinculadas a partidos políticos.

Comentários:

A tributação federal não pode incidir sobre o patrimônio, renda e serviços das fundações vinculadas a
partidos políticos. Trata-se de imunidade tributária, prevista no art. 150, VI, alínea “c”. A resposta é a letra
E.

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14. (FGV / AL-MA – 2013) O Prefeito do município de Presal, preocupado com as finanças municipais,
busca aconselhamentos com seus partidários para reforçar o caixa local diante das múltiplas demandas
dos munícipes, não suportando o tesouro as despesas extraordinárias que tais pleitos acarretariam ao já
combalido orçamento anual. Após diversas sugestões, resolve apresentar projeto de lei, remetendo-o à
Câmara municipal para a criação de empréstimo compulsório.

Nos termos das normas constitucionais que regem a repartição de competências tributárias, assinale a
afirmativa correta.

a) O referido tributo é daqueles que podem ser instituídos pela União, Estados e municípios.

b) No regime de competência tributárias é típico tributo estadual.

c) É da competência da União a instituição de empréstimos compulsórios.

d) Autorizado por lei complementar pode o município instituir o tributo.

e) O tributo é residual e de competência dos territórios.

Comentários:

Os empréstimos compulsórios somente podem ser instituídos pela União, mediante lei complementar. É o
que dispõe o art. 148, CF/88. A resposta é a letra C.

15. (FGV / INEA – 2013) Eduardo resolve estudar teologia e, após cinco anos de intensa atividade
intelectual, resolve atuar na atividade missionária vinculando-se à Igreja protestante. Sua missão é
designada para o interior do Brasil onde, com a ajuda dos fiéis, constrói uma igreja e uma habitação
adjacente. O município onde o imóvel está localizado notifica o religioso para que pague imposto predial
urbano sobre a construção da igreja e da habitação adjacente. Nos termos da Constituição Federal, o caso
descrito caracteriza a aplicação de:

a) isenção.

b) imunidade.

c) não incidência.

d) supressão.

e) extraterritorialidade.

Comentários:

É vedado aos entes federativos instituir impostos sobre templos de qualquer custo. (art. 150, VI, alínea “b”).
Trata-se de imunidade tributária religiosa. A resposta é a letra B.

16. (FGV / OAB – 2013) Determinada editora de livros, revistas e outras publicações foi autuada pela
fiscalização de certo Estado, onde mantém a sede da sua indústria gráfica, pela falta de recolhimento de

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ICMS incidente sobre álbum de figurinhas. Nessa linha, à luz do entendimento do STF sobre a matéria em
pauta, tal cobrança é:

a) inconstitucional, por força da aplicação da isenção tributária.

b) inconstitucional, por força da aplicação da imunidade tributária.

c) constitucional, por força da inaplicabilidade da imunidade tributária.

d) inconstitucional, por estar o referido tributo adstrito à competência tributária da União Federal.

Comentários:

Segundo o art. 150, VI, “d”, é vedado aos entes federativos instituir impostos sobre livros, jornais, periódicos
e o papel destinado à sua impressão. Trata-se de imunidade tributária cultural, que também alcança os
álbuns de figurinha. Portanto, a lei estadual que instituir ICMS sobre os álbuns de figurinha será
inconstitucional. O gabarito é a letra B.

17. (FGV / SEFAZ – RJ – 2010) No que concerne à competência tributária dos entes federados, analise
as afirmativas a seguir:

I. a União não poderá, em nenhuma hipótese, instituir impostos que tenham fato gerador ou base de cálculo
próprios de impostos de competência estadual.

II. o Distrito Federal poderá instituir contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública.

III. os Municípios, em nenhuma hipótese, poderão instituir taxas com base de cálculo própria de impostos.

Assinale:

a) se somente a afirmativa I estiver correta.

b) se somente a afirmativa III estiver correta.

c) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

d) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

e) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

Comentários:

A primeira assertiva está errada. A União poderá instituir impostos extraordinários, os quais podem ter base
de cálculo próprios de impostos de competência estadual.

A segunda assertiva está correta. Segundo o art. 149-A, os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir
contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública.

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A terceira assertiva está correta. Segundo o art. 145, § 2º, as taxas não poderão ter base de cálculo própria
de impostos.

O gabarito é a letra E.

18. (FGV / SEFAZ-RJ – 2010) No que concerne à possibilidade de instituição de regime único de
arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
prevista no art. 145, parágrafo único da Constituição Federal de 1988, analise as afirmativas a seguir:

I. será opcional para o contribuinte.

II. não poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado.

III. a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes federados, adotado
cadastro nacional único de contribuintes.

Assinale:

a) se somente a afirmativa I estiver correta.

b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Comentários:

A primeira assertiva está correta. O regime único de arrecadação é opcional para o contribuinte. (art. 146,
parágrafo único, I)

A segunda assertiva está errada. Poderão, sim, ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas
por Estado. (art. 146, parágrafo único, II)

A terceira assertiva está correta. De fato, a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser
compartilhadas pelos entes federados, adotado cadastro nacional único de contribuintes (art. 146,
parágrafo único, IV)

O gabarito é a letra C.

19. (FGV / SEAD-AP – 2010) Relativamente ao Sistema Tributário Nacional, assinale a alternativa
correta.

a) Somente a União, os Estados e o Distrito Federal poderão instituir impostos, taxas e contribuições de
melhoria.

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b) Em casos de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência, investimento público de caráter
urgente e de relevante interesse nacional é permitido à União instituir empréstimos compulsórios, desde
que mediante lei ordinária, vedada a edição de medida provisória.

c) A Constituição autoriza que lei complementar institua um regime único de arrecadação dos impostos e
contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, observadas determinadas
disposições constitucionais, tais como o fato de que esse regime será opcional para o contribuinte.

d) As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico instituídas pela União não incidirão sobre
as receitas decorrentes de exportação ou importação.

e) As taxas poderão ter base de cálculo própria de impostos.

Comentários:

Letra A: errada. Os Municípios também instituir impostos, taxas e contribuições de melhoria.

Letra B: errada. A instituição de empréstimos compulsórios deverá ser feita mediante lei complementar.

Letra C: correta. O art. 146, parágrafo único, prevê que lei complementar irá instituir um regime único de
arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Esse
regime será opcional para o contribuinte.

Letra D: errada. As contribuições sociais e de intervenção no domínio não incidirão apenas sobre as receitas
decorrentes de exportação. Elas incidirão, normalmente, nas operações de importação.

Letra E: errada. As taxas não podem ter base de cálculo própria de impostos (art. 145, § 2º).

20. (FGV / SEFAZ-RJ – 2009) Em face da crise financeira internacional e da ameaça de recessão no Brasil,
o Presidente da República sanciona Lei Federal que estabelece isenção no ICMS, em operações referentes
à circulação de produtos farmacêuticos. A esse respeito, é correto afirmar que:

a) a lei é inconstitucional, pois as isenções tributárias não podem ser estabelecidas em face de produtos
específicos.

b) a lei é inócua, pois os produtos farmacêuticos já têm isenção do ICMS.

c) a lei é constitucional, pois somente a União pode criar isenções fiscais para todos os entes da federação.

d) a lei é inconstitucional, uma vez que a União se encontra vedada de instituir isenções tributárias sobre os
tributos de competência dos demais entes da federação.

e) a lei é inconstitucional, na medida em que dá tratamento discriminatório entre os diversos setores da


atividade econômica.

Comentários:

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No caso apresentado, a União está concedendo isenção em relação a um tributo de competência dos Estados
(o ICMS). Essa é uma conduta proibida, uma vez que a Constituição veda as isenções heterônomas. Nesse
sentido, estabelece o art. 151, I, que é vedado à União instituir isenções de tributos da competência dos
Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. Portanto, o gabarito é a letra D.

21. (FGV / SEFAZ-RJ – 2009) O Congresso Nacional, por meio de emenda à Constituição, autorizou os
Estados a instituírem um novo tributo, voltado à modernização dos serviços de segurança pública, e
estabeleceu que ele poderia ser cobrado imediatamente após sua instituição por lei. A partir da hipótese
apresentada, assinale a afirmativa correta.

a) O tributo seria constitucional, uma vez que houve expressa autorização constitucional para que os Estados
criassem o referido tributo.

b) O tributo seria inconstitucional, pois a emenda que autorizou sua instituição viola o princípio da
anterioridade tributária, considerado cláusula pétrea pelo STF.

c) O tributo somente poderia ser instituído se também houvesse a aprovação de uma emenda à Constituição
dos Estados.

d) A emenda seria inconstitucional, pois a Constituição Federal estabelece de forma exaustiva os tributos
que podem ser instituídos pelos Estados, não sendo possível a ampliação do rol de tributos, ainda que por
emenda à Constituição.

e) O tributo é inconstitucional, pois viola o princípio da anualidade tributária, considerado cláusula pétrea
pelo STF.

Comentários:

Na situação apresentada, uma emenda constitucional autorizou os Estados a instituírem um novo tributo, o
qual poderia ser exigido imediatamente, ou seja, não haveria necessidade de se observar o princípio da
anterioridade. Todavia, o STF considera que o princípio da anterioridade é uma cláusula pétrea. Assim, a
emenda constitucional estaria violando a Constituição, pois tendente a abolir uma cláusula pétrea. A
resposta é a letra B.

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