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Lei de Drogas- 11.

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Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo
pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será
submetido às seguintes penas:

I - advertência sobre os efeitos das drogas;

II - prestação de serviços à comunidade;

III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.

§ 1º Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe
plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar
dependência física ou psíquica.

§ 2º Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à


quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às
circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente.

§ 3º As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo
máximo de 5 (cinco) meses.

§ 4º Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão
aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses.

§ 5º A prestação de serviços à comunidade será cumprida em programas comunitários, entidades


educacionais ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins
lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação de
usuários e dependentes de drogas.

§ 6º Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refere o caput, nos incisos I,
II e III, a que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a:

I - admoestação verbal;

II - multa.

§ 7º O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do infrator, gratuitamente,


estabelecimento de saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento especializado.

Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda,
oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a
consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar:

Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e
quinhentos) dias-multa.

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:

I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece,
tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico
destinado à preparação de drogas;

II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal
ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas;

III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração,
guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização
ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.

IV - vende ou entrega drogas ou matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à


preparação de drogas, sem autorização ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a
agente policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal
preexistente.       (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 2º Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga:         (Vide ADI nº 4.274)

Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa.

§ 3º Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento,


para juntos a consumirem:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e
quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.

§ 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um
sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos  , desde que o agente seja
primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização
criminosa.         (Vide Resolução nº 5, de 2012)

Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer
título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou
qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite o paciente, ou
fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 50 (cinqüenta) a 200


(duzentos) dias-multa.

Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao Conselho Federal da categoria profissional a


que pertença o agente.

Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite o paciente, ou
fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 50 (cinqüenta) a 200


(duzentos) dias-multa.

Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao Conselho Federal da categoria profissional a


que pertença o agente.

Lei 12.850 organização criminosa


DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA

Art. 1º Esta Lei define organização criminosa e dispõe sobre a investigação criminal, os meios de
obtenção da prova, infrações penais correlatas e o procedimento criminal a ser aplicado.

§ 1º Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas


estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com
objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de
infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter
transnacional.

§ 2º Esta Lei se aplica também:

I - às infrações penais previstas em tratado ou convenção internacional quando, iniciada a


execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;

II - às organizações terroristas internacionais, reconhecidas segundo as normas de direito


internacional, por foro do qual o Brasil faça parte, cujos atos de suporte ao terrorismo, bem como os
atos preparatórios ou de execução de atos terroristas, ocorram ou possam ocorrer em território
nacional.

II - às organizações terroristas, entendidas como aquelas voltadas para a prática dos atos de
terrorismo legalmente definidos.             (Redação dada pela lei nº 13.260, de 2016)

Art. 2º Promover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente ou por interposta pessoa,


organização criminosa:

Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa, sem prejuízo das penas correspondentes às
demais infrações penais praticadas.

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem impede ou, de qualquer forma, embaraça a investigação de
infração penal que envolva organização criminosa.

§ 2º As penas aumentam-se até a metade se na atuação da organização criminosa houver


emprego de arma de fogo.

§ 3º A pena é agravada para quem exerce o comando, individual ou coletivo, da organização


criminosa, ainda que não pratique pessoalmente atos de execução.

§ 4º A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois terços):

I - se há participação de criança ou adolescente;

II - se há concurso de funcionário público, valendo-se a organização criminosa dessa condição para


a prática de infração penal;

III - se o produto ou proveito da infração penal destinar-se, no todo ou em parte, ao exterior;

IV - se a organização criminosa mantém conexão com outras organizações criminosas


independentes;

V - se as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade da organização.


§ 5º Se houver indícios suficientes de que o funcionário público integra organização criminosa,
poderá o juiz determinar seu afastamento cautelar do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da
remuneração, quando a medida se fizer necessária à investigação ou instrução processual.

§ 6º A condenação com trânsito em julgado acarretará ao funcionário público a perda do cargo,


função, emprego ou mandato eletivo e a interdição para o exercício de função ou cargo público pelo
prazo de 8 (oito) anos subsequentes ao cumprimento da pena.

§ 7º Se houver indícios de participação de policial nos crimes de que trata esta Lei, a Corregedoria
de Polícia instaurará inquérito policial e comunicará ao Ministério Público, que designará membro para
acompanhar o feito até a sua conclusão.

§ 8º As lideranças de organizações criminosas armadas ou que tenham armas à disposição


deverão iniciar o cumprimento da pena em estabelecimentos penais de segurança máxima.    (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 9º O condenado expressamente em sentença por integrar organização criminosa ou por crime


praticado por meio de organização criminosa não poderá progredir de regime de cumprimento de pena
ou obter livramento condicional ou outros benefícios prisionais se houver elementos probatórios que
indiquem a manutenção do vínculo associativo.      (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Lei de abuso de autoridade- resumo

Disposições gerais

O primeiro ponto é importante é compreender o que a Lei considera como crimes de abuso de


autoridade.

Da análise do artigo primeiro, vemos que são: os cometidos por agente público, servidor ou não, que,
no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las, abuse do poder que lhe tenha sido atribuído.

Importante. Para configurar abuso de autoridade é necessário dolo específico, pois o agente age com
finalidade especifica de (Art. 1, §º):

 prejudicar outrem; ou
 beneficiar a si mesmo ou a terceiro; ou
 por mero capricho ou satisfação pessoal

Obs. Na divergência na interpretação de lei ou na avaliação de fatos e provas não configura abuso de


autoridade (Art. 1, §2º).

Sujeito ativo

Vejamos quem é considerado sujeito ativo do crime de abuso de autoridade, ou seja, aquele que prática
o crime.

Sujeito ativo: qualquer agente público, servidor ou não, da administração direta, indireta ou


fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de
Território, (Art. 2º)

Assim, é valido conhecer a definição trazida para agente público.


Agente público: todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição,
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato,
cargo, emprego ou função em órgão ou entidade (Art. 2º, § único)

Perceba que o rol é bem amplo, englobando “praticamente todos” que tenham relação com a
administração pública.

Da ação penal

Os crimes de abuso de autoridade são em regra de ação penal pública incondicionada (Art. 3).

Entretanto caso o Ministério Público permanecer inerte cabe ação privada subsidiária no prazo de 6
meses, contado da data em que se esgotar o prazo para oferecimento da denúncia (Art. 3, §1º e §2º).

Dos Efeitos da Condenação

No artigo quarto da Lei são apresentados os efeitos secundários da condenação.

Efeitos da condenação:

 indenizar o dano causado pelo crime, conforme valor fixado na sentença


 a inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função pública, pelo período de 1 a 5
anos;*
 a perda do cargo, do mandato ou da função pública.*

*Os efeitos são condicionados à ocorrência de reincidência em crime de abuso de autoridade e não são


automáticos, devendo ser declarados motivadamente na sentença.

Das Penas Restritivas de Direitos

A Lei de Abuso de Autoridade previu hipóteses de Penas Restritivas de Direitos que substituem as
penas privativas de liberdade (Art. 5º), sendo elas:

 prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas;


 suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, pelo prazo de 1 a 6 meses, com a
perda dos vencimentos e das vantagens;

Sanções de natureza civil e administrativa 

Temos que compreender que as penas serão aplicadas independentemente das sanções de


natureza civil ou administrativa cabíveis (Art. 6º).

Assim como as responsabilidades civil e administrativa são independentes da criminal, entretanto não


se pode questionar a existência ou a autoria do fato quando essas questões tenham sido decididas
no juízo criminal (Art. 7º).

Ainda, faz coisa julgada em âmbito cível e administrativo-disciplinar, a sentença penal que reconhecer
ter sido o ato praticado em (Art. 8º):

 estado de necessidade;
 legítima defesa;
 estrito cumprimento de dever legal; ou
 exercício regular de direito
Dos crimes e das penas

Pessoal, chegamos ao ponto das hipóteses dos crimes, não há muito o que fazer se não ler e tentar
memorizar as hipóteses. Teceremos alguns comentários quando necessário.

Decretar medida privativa de liberdade em desacordo com as hipóteses autorizadas pela lei (Art. 9)
Trata-se de um crime possível ser cometido (sujeito ativo) pela autoridade judiciária (Magistrado),
sendo o sujeito passivo quem teve a liberdade irregularmente privada.

O crime formal, assim não depende da produção de resultado para consumação.

Assim, temos a conduta de quem decretar medida de privação da liberdade em manifesta


desconformidade com as hipóteses legais.

Incorrendo na mesma pena  a autoridade judiciária que, dentro de prazo razoável, deixar de:

 I –  relaxar a prisão manifestamente ilegal;


 II –  substituir a prisão preventiva  por medida cautelar diversa ou de conceder liberdade
provisória, quando manifestamente cabível;
 III – deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando manifestamente cabível.’

Levar compulsoriamente para prática de ato processual (Art. 10)


Trata-se de um crime em que a testemunha ou investigado é levado compulsoriamente de forma
descabida para realizar alguma prática de ato processual.

Esse tipo de crime pode ser cometido além da autoridade judiciária por autoridade policial, membro do
MP ou CPI, por exemplo.

Assim, cometerá o crime quem decretar a condução coercitiva de testemunha ou investigado:

 manifestamente descabida,  ou
 sem prévia intimação de comparecimento ao juízo

Deixar de comunicar prisão em flagrante (Art. 12)


Perceba que apesar de algumas hipóteses o crime basicamente é a ausência de comunicação ao realizar
algum tipo de prisão.

Deixar  injustificadamente  de comunicar prisão em flagrante à autoridade judiciária no prazo legal.

Incorre na mesma pena  quem:

 I – deixa de comunicar, imediatamente, a execução de prisão temporária ou preventiva  à


autoridade judiciária que a decretou;
 II – deixa de comunicar, imediatamente, a prisão de qualquer pessoa e o local onde se
encontra à sua família ou à pessoa por ela indicada;
 III – deixa de entregar ao preso, no prazo de  24 horas, a nota de culpa, assinada pela
autoridade, com o  motivo da prisão  e os nomes do condutor e das testemunhas;
 IV – prolonga a execução de pena privativa de liberdade, de prisão temporária, de prisão
preventiva, de medida de segurança ou de internação,  deixando, sem motivo  justo e
excepcionalíssimo, de executar o alvará de soltura  imediatamente após recebido ou de
promover a soltura do preso quando esgotado o prazo judicial ou legal.
Constranger o preso mediante violência ou ameaça (Art. 13)
Veja que se trata de um crime contra a pessoa presa. Para ser tipificado deve ser mediante violência,
grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência.

Além disso, atente-se que a possível violência tem pena autônoma.

Temos a conduta de constranger o preso ou o detento,  mediante violência,  grave ameaça ou  redução


de sua capacidade de resistência, a:

 I –  exibir-se ou ter  seu corpo  ou parte dele exibido à curiosidade pública;


 II – submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não autorizado em lei;
 III – produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro:           

Constranger a depor pessoa que deva guardar sigilo (Art. 15)


O crime ocorre quando a autoridade (policial ou judiciária) constranger a depor,  sob ameaça de
prisão,  pessoa que, em razão de função,  ministério, ofício ou profissão, deva guardar segredo ou
resguardar sigilo.

Incorre na mesma pena  quem  prossegue com o interrogatório:      

 I – de  pessoa que tenha decidido  exercer o direito ao silêncio; ou


 II – de  pessoa que tenha  optado por ser assistida por advogado ou defensor público, sem a
presença de seu patrono.

Deixar de se identificar ao preso por ocasião de prisão (Art. 16)


Trata-se de um direito constitucionalmente garantido, lembremos do artigo 5º inciso LXIV da
Constituição que “o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu
interrogatório policial”

Assim, temos na Lei que Deixar de identificar-se ou identificar-se falsamente ao preso por ocasião de


sua captura  ou quando deva fazê-lo durante sua detenção ou prisão.

Incorre na mesma pena quem, como  responsável por interrogatório em sede de procedimento


investigatório de infração penal,  deixa de identificar-se ao preso ou atribui a si mesmo falsa identidade,
cargo ou função.

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