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SUMÁRIO
LEI nº 11.340/06 (LEI MARIA DA PENHA) ..................................................................................... 2
ALTERAÇÃO DADA PELA LEI Nº 13.827/19 ............................................................................. 2
MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA .................................................................................. 2
LEI MARIA DA PENHA E OS INSTITUTOS PROCESSUAIS ............................................... 2
CONCEITO .................................................................................................................................. 3
COMPETÊNCIA PARA CONCESSÃO DA MEDIDA PROTETIVA ...................................... 4
Exercícios ............................................................................................................................................. 5
Gabarito ............................................................................................................................................ 5
CONCEITO
É claro que o objetivo do presente módulo não é exaurir a Lei Maria da Penha, mas para
entender as alterações trazidas pela Lei nº 13.827/19, é interessante revisar o tema: medidas
protetivas de urgência.
Nesse sentido, medidas protetivas são providências que servem para proteger a mulher
vítima de violência doméstica e estão elencadas na Lei nº 11.340/03 (Arts. 22 ao 24).
É importante destacar que o rol de medidas protetivas não é exaustivo, ou seja, é
possível que a autoridade judicial adeque ao caso concreto a melhor medida a ser adotada à
vítima.
Pelo mesmo motivo, nada impede que o juiz cumule mais de uma medida protetiva em
favor da vítima.
Em suma:
Como dito no início do módulo, a Lei Maria da Penha previa apenas mecanismos
processuais de proteção à mulher vítima de violência doméstica.
Contudo, com o advento da Lei nº 13.641/18, a Lei Maria da Penha passa a prever um
tipo penal em seu Art. 24-A:
Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas
de urgência previstas nesta Lei: (Incluído pela Lei nº 13.641, de
2018)
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos. (Incluído pela
Lei nº 13.641, de 2018)
Contudo, a Lei nº 13.827/19 trouxe uma importante exceção à regra acima apontada e
possibilitou que, excepcionalmente, o Delegado de Polícia possa conceder a medida protetiva.
Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à vida
ou à integridade física da mulher em situação de violência
doméstica e familiar, ou de seus dependentes, o agressor será
imediatamente afastado do lar, domicílio ou local de convivência
com a ofendida: (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
I - pela autoridade judicial; (Incluído pela Lei nº 13.827, de
2019)
II - pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede de
comarca; ou (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
III - pelo policial, quando o Município não for sede de comarca e não
houver delegado disponível no momento da denúncia. (Incluído
pela Lei nº 13.827, de 2019)
§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput deste artigo, o juiz
será comunicado no prazo máximo de 24 (vinte e quatro) horas e
decidirá, em igual prazo, sobre a manutenção ou a revogação da
medida aplicada, devendo dar ciência ao Ministério Público
concomitantemente. (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
§ 2º Nos casos de risco à integridade física da ofendida ou à
efetividade da medida protetiva de urgência, não será concedida
liberdade provisória ao preso. (Incluído pela Lei nº 13.827, de
2019)
Da leitura do dispositivo legal, percebe-se que a regra continua a ser a apreciação
judicial acerca da medida protetiva de urgência.
Contudo, caso o Município da ocorrência dos fatos não seja sede de Comarca, caberá ao
Delegado de Polícia conceder a medida protetiva de afastamento do lar em desfavor do
agressor.
DÚVIDA: O Delegado de Polícia pode conceder outras medidas protetivas de
urgência, além do afastamento do lar?
A resposta é NÃO.
Não há dúvidas de que a imposição de medida protetiva é gravosa ao agressor, dessa
forma, faz-se necessária a obediência ao princípio da legalidade, não sendo possível, portanto,
a aplicação da analogia in malam partem.
O Art. 12-C da Lei Maria da Penha permite, inclusive, que não só o Delegado de Polícia,
mas o agente policial conceda a medida protetiva, desde que a autoridade policial não esteja
disponível no momento da denúncia.
Abaixo, segue o esquema para facilitar a memorização.
OBS: Caso o agressor descumpra a medida protetiva estabelecida pelo Delegado de
Polícia, não será possível imputar o crime do Art. 24-A da Lei Maria da Penha, pois o tipo
penal exige o descumprimento de decisão judicial.
REGRA Juiz
EXCEÇÃO Delegado
Município não é
01 sede de Comarca
EXCEÇÃO Agente
Município não é
sede de Comarca
02 e o Delegado está
indisponível
EXERCÍCIOS
1. CESPE – TJ-BA (Juiz) - De acordo com a jurisprudência do STJ acerca da Lei Maria da
Penha — Lei n.º 11.340/2006 —, o delito de descumprimento de medida protetiva de
urgência constitui crime mesmo que a determinação da medida protetiva tenha partido
do juízo cível.
Certo ( ) Errado ( )
2. No âmbito da Lei Maria da Penha, a autoridade policial poderá fixar qualquer medida
protetiva, desde que fundamente a necessidade da medida cautelar.
Certo ( ) Errado ( )
3. O agente policial pode conceder medida protetiva de afastamento do lar contra o
agressor, desde que o Município da ocorrência não seja sede de comarca e que a
autoridade policial não esteja disponível.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
1. Certo
2. Errado
3. Certo