Você está na página 1de 5

alfaconcursos.com.

br

SUMÁRIO
LEI nº 11.340/06 (LEI MARIA DA PENHA) ..................................................................................... 2
ALTERAÇÃO DADA PELA LEI Nº 13.827/19 ............................................................................. 2
MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA .................................................................................. 2
LEI MARIA DA PENHA E OS INSTITUTOS PROCESSUAIS ............................................... 2
CONCEITO .................................................................................................................................. 3
COMPETÊNCIA PARA CONCESSÃO DA MEDIDA PROTETIVA ...................................... 4
Exercícios ............................................................................................................................................. 5
Gabarito ............................................................................................................................................ 5

MUDE SUA VIDA!


1
alfaconcursos.com.br

LEI Nº 11.340/06 (LEI MARIA DA PENHA)


Caro aluno,
Inicialmente, tomo a liberdade de orientá-lo na utilização deste material de apoio.
Como o objetivo é atender o maior número possível de alunos, mas oferecer um material
que atenda ao seu interesse e que, de fato, facilite uma rápida consulta perto da prova,
faço as seguintes considerações:
 O grau de exigência no tema abordado vai depender do cargo público almejado,
assim, por exemplo, se sua intenção é ser Delegado de Polícia, o assunto deverá ser
estudado com bastante profundidade ao ponto de entender, inclusive, temas
laterais;
 Por outro lado, se seu objetivo são outras carreiras, não jurídicas, da segurança
pública (por exemplo, PRF, DEPEN, Polícia Federal ou Civil), o grau de
conhecimento pode ser mais “raso”;
 Assim, no início de cada tópico, quando o tema for de aprofundamento, vou
ressaltar tal circunstância e, se o seu concurso almejado não seja um cargo jurídico,
PODE PULAR sem cerimônia e sem medo!
 Tenho bastante consciência de que Direito Penal é apenas um dos assuntos que
serão cobrados no certame, por isso, minha intenção é otimizar o máximo possível
o seu tempo, mas sem prejudicar a qualidade do material disponibilizado;
 Por fim, lembre-se de que o melhor material não é, necessariamente, o mais
completo, mas aquele que vai ser uma ferramenta para auxiliá-lo na revisão
próxima à prova.
Feitos os esclarecimentos, desejo a você muito sucesso nesta caminhada dura, mas que
vai, com toda a certeza, mudar a sua vida (como mudou a minha)!

ALTERAÇÃO DADA PELA LEI Nº 13.827/19


O ano de 2019 trouxe importantes alterações na Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/06)
e, dentre elas, destacam-se as inovações trazidas pela Lei nº 13.827/19.
Tal inovação legislativa trouxe a possibilidade de a autoridade policial, em
determinadas hipóteses, conceder medida protetiva de urgência em favor da mulher.

MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA


LEI MARIA DA PENHA E OS INSTITUTOS PROCESSUAIS
Inicialmente, é importante ressaltar que a Lei Maria da Penha foi criada no intuito de
disciplinar regras processuais protetivas da mulher vítima da violência doméstica.
Dito de outra forma, a Lei Maria da Penha, em sua redação original, não tipificou
nenhuma conduta criminosa, mas trouxe uma série de restrições ao acesso de benefícios
processuais penais, até então, à disposição do agressor.
Por exemplo, é possível citar os institutos da suspensão condicional do processo e a
transação penal da Lei nº 9.099/95 (JECRIM) que são vedados aos crimes praticados com
violência doméstica e familiar contra a mulher.
Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar
contra a mulher, independentemente da pena prevista, não se aplica
a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995.

MUDE SUA VIDA!


2
alfaconcursos.com.br

CONCEITO
É claro que o objetivo do presente módulo não é exaurir a Lei Maria da Penha, mas para
entender as alterações trazidas pela Lei nº 13.827/19, é interessante revisar o tema: medidas
protetivas de urgência.
Nesse sentido, medidas protetivas são providências que servem para proteger a mulher
vítima de violência doméstica e estão elencadas na Lei nº 11.340/03 (Arts. 22 ao 24).
É importante destacar que o rol de medidas protetivas não é exaustivo, ou seja, é
possível que a autoridade judicial adeque ao caso concreto a melhor medida a ser adotada à
vítima.
Pelo mesmo motivo, nada impede que o juiz cumule mais de uma medida protetiva em
favor da vítima.
Em suma:

Providências adotadas pelo juiz para proteger a mulher vítima de


violência doméstica.

O rol (Arts. 22 ao 24) é exemplificativo, ou seja, admite-se a


adoção de outras medidas não previstas na Lei Maria da
Penha.

As medidas protetivas podem ser adotadas de forma cumulativa,


desde que atendam à proteção da vítima.

DÚVIDA: O que acontece caso o agressor descumpra a medida protetiva


imposta pelo juiz?

As consequências para o agressor que descumpre a medida protetiva são diversas:


 Imposição de multa;
 Decretação de prisão preventiva, se presentes os requisitos legais;
 Imputação do crime do Art. 24-A da Lei Maria da Penha.
ALERTA! TEMA MUITO IMPORTANTE!

Como dito no início do módulo, a Lei Maria da Penha previa apenas mecanismos
processuais de proteção à mulher vítima de violência doméstica.
Contudo, com o advento da Lei nº 13.641/18, a Lei Maria da Penha passa a prever um
tipo penal em seu Art. 24-A:
Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas
de urgência previstas nesta Lei: (Incluído pela Lei nº 13.641, de
2018)
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos. (Incluído pela
Lei nº 13.641, de 2018)

MUDE SUA VIDA!


3
alfaconcursos.com.br

§ 1º A configuração do crime independe da competência civil ou


criminal do juiz que deferiu as medidas. (Incluído pela Lei nº
13.641, de 2018)
§ 2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autoridade
judicial poderá conceder fiança. (Incluído pela Lei nº 13.641, de
2018)
§ 3º O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras sanções
cabíveis. (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)
Com certeza, o novo tipo penal será objeto de cobrança nos concursos públicos em cujo
edital conste a Lei Maria da Penha.
COMPETÊNCIA PARA CONCESSÃO DA MEDIDA PROTETIVA
A regra é que a concessão de medida protetiva de urgência seja concedida pelo Poder
Judiciário.
ALERTA! TEMA MUITO IMPORTANTE!

Contudo, a Lei nº 13.827/19 trouxe uma importante exceção à regra acima apontada e
possibilitou que, excepcionalmente, o Delegado de Polícia possa conceder a medida protetiva.
Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à vida
ou à integridade física da mulher em situação de violência
doméstica e familiar, ou de seus dependentes, o agressor será
imediatamente afastado do lar, domicílio ou local de convivência
com a ofendida: (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
I - pela autoridade judicial; (Incluído pela Lei nº 13.827, de
2019)
II - pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede de
comarca; ou (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
III - pelo policial, quando o Município não for sede de comarca e não
houver delegado disponível no momento da denúncia. (Incluído
pela Lei nº 13.827, de 2019)
§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput deste artigo, o juiz
será comunicado no prazo máximo de 24 (vinte e quatro) horas e
decidirá, em igual prazo, sobre a manutenção ou a revogação da
medida aplicada, devendo dar ciência ao Ministério Público
concomitantemente. (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
§ 2º Nos casos de risco à integridade física da ofendida ou à
efetividade da medida protetiva de urgência, não será concedida
liberdade provisória ao preso. (Incluído pela Lei nº 13.827, de
2019)
Da leitura do dispositivo legal, percebe-se que a regra continua a ser a apreciação
judicial acerca da medida protetiva de urgência.
Contudo, caso o Município da ocorrência dos fatos não seja sede de Comarca, caberá ao
Delegado de Polícia conceder a medida protetiva de afastamento do lar em desfavor do
agressor.
DÚVIDA: O Delegado de Polícia pode conceder outras medidas protetivas de
urgência, além do afastamento do lar?

A resposta é NÃO.
Não há dúvidas de que a imposição de medida protetiva é gravosa ao agressor, dessa
forma, faz-se necessária a obediência ao princípio da legalidade, não sendo possível, portanto,
a aplicação da analogia in malam partem.

MUDE SUA VIDA!


4
alfaconcursos.com.br

ALERTA! TEMA MUITO IMPORTANTE!

O Art. 12-C da Lei Maria da Penha permite, inclusive, que não só o Delegado de Polícia,
mas o agente policial conceda a medida protetiva, desde que a autoridade policial não esteja
disponível no momento da denúncia.
Abaixo, segue o esquema para facilitar a memorização.
OBS: Caso o agressor descumpra a medida protetiva estabelecida pelo Delegado de
Polícia, não será possível imputar o crime do Art. 24-A da Lei Maria da Penha, pois o tipo
penal exige o descumprimento de decisão judicial.

REGRA Juiz

EXCEÇÃO Delegado
Município não é

01 sede de Comarca

EXCEÇÃO Agente
Município não é
sede de Comarca

02 e o Delegado está
indisponível

EXERCÍCIOS
1. CESPE – TJ-BA (Juiz) - De acordo com a jurisprudência do STJ acerca da Lei Maria da
Penha — Lei n.º 11.340/2006 —, o delito de descumprimento de medida protetiva de
urgência constitui crime mesmo que a determinação da medida protetiva tenha partido
do juízo cível.
Certo ( ) Errado ( )
2. No âmbito da Lei Maria da Penha, a autoridade policial poderá fixar qualquer medida
protetiva, desde que fundamente a necessidade da medida cautelar.
Certo ( ) Errado ( )
3. O agente policial pode conceder medida protetiva de afastamento do lar contra o
agressor, desde que o Município da ocorrência não seja sede de comarca e que a
autoridade policial não esteja disponível.
Certo ( ) Errado ( )

GABARITO
1. Certo
2. Errado
3. Certo

MUDE SUA VIDA!


5

Você também pode gostar