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QUESTÃO 01 - César, na vigência da Lei no 01, foi condenado à pena de dois meses de
detenção, pela prática de determinado delito. A sentença transitou em julgado. Antes do trânsito
em julgado, entrou em vigor a Lei no 02, que aumentou a pena desse crime para três meses de
detenção. Após o trânsito em julgado, entraram em vigor duas outras leis: a Lei no 03, que
reduziu a pena dessa infração penal para um mês de detenção, e a Lei no 04, que aboliu o
referido delito.Nesse caso,
a) aplica-se a Lei no 02, por ter entrado em vigor antes do trânsito em julgado da sentença.
b) aplica-se a Lei no 03, por ter mantido a incriminação, com redução da pena imposta.
c) aplica-se a Lei no 04, que deixou de incriminar fato que anteriormente era considerado ilícito
penal.
d) aplica-se a pena resultante da média aritmética entre as penas de todas as leis referentes à
mesma infração penal.
e) não se aplica nenhuma das leis novas, que entraram em vigor após o trânsito em julgado da
sentença.
e) proporcionalidade.
Resolução: O item correto é a letra D. O princípio da subsidiariedade dispõe que o Direito Penal
somente deverá atuar quando todos os demais ramos do Direito forem insuficientes para
salvaguardar o bem jurídico que se pretende tutelar, exatamente por ser o mais enérgico e,
portanto, o mais agressivo ao cidadão.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 03 – O princípio de intervenção mínima do Direito Penal encontra expressão
a) nos princípios da fragmentariedade e da subsidiariedade.
b) na teoria da imputação objetiva e no princípio da fragmentariedade.
c) no princípio da fragmentariedade e na proposta funcionalista.
d) na teoria da imputação objetiva e no princípio da subsidiariedade.
e) no princípio da subsidiariedade e na proposta funcionalista.
Resolução: O princípio da intervenção mínima propõe que o Direito Penal seja a última ratio, ou
seja, somente deve ser chamado a atuar na tutela do bem jurídico quando for inevitável sua
atuação. Trata-se de decorrência lógica dos princípios da subsidiariedade (Direito Penal deve
possuir atuação subsidiária, ou seja, apenas quando não for possível por outros ramos do Direito
a tutela) e da fragmentariedade (Direito Penal não pode ser usado para a tutela de quaisquer
bens jurídicos, mas apenas aqueles mais relevantes para a sociedade).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 04 – Antônio, quando ainda em vigor o inciso VII, do art. 107, do Código Penal,
que contemplava como causa extintiva da punibilidade o casamento da ofendida com o agente,
posteriormente revogado pela Lei n.º 11.106, publicada no dia 29 de março de 2005, estuprou
Maria, com a qual veio a casar em 30 de setembro de 2005. O juiz, ao proferir a sentença,
julgou extinta a punibilidade de Antônio, em razão do casamento com Maria, fundamentando tal
decisão no dispositivo revogado (art. 107, VII, do Código Penal). Assinale, dentre os princípios
adiante mencionados, em qual deles fundamentou-se tal decisão.
a) Princípio da isonomia.
b) Princípio da proporcionalidade.
c) Princípio da retroatividade da lei penal benéfica.
d) Princípio da ultratividade da lei penal benéfica.
e) Princípio da legalidade.
Resolução: Neste caso será aplicado o princípio da ULTRATIVIDADE da lei penal benéfica,
pois embora ela tenha sido revogada, por ser mais benéfica ao agente, continua a reger o fato
praticado durante sua vigência, nos termos do art. 5º, XL da CRFB/88: Art. 5º (...) XL – a lei
penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
“meio” para alcançar esta finalidade ficam ABSORVIDAS pelo crime de homicídio, pelo
princípio da consunção.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 16 - Carlos, primário e de bons antecedentes, subtraiu, para si, uma mini barra de
chocolate avaliada em R$ 2,50 (dois reais e cinquenta centavos). Denunciado pela prática do
crime de furto, o defensor público em atuação, em sede de defesa prévia, requereu a absolvição
sumária de Carlos com base no princípio da insignificância. De acordo com a jurisprudência dos
Tribunais Superiores, o princípio da insignificância:
a) funciona como causa supralegal de exclusão de ilicitude;
b) afasta a tipicidade do fato;
c) funciona como causa supralegal de exclusão da culpabilidade;
d) não pode ser adotado, por não ser previsto em nosso ordenamento jurídico;
e) funciona como causa legal de exclusão da culpabilidade.
Resolução: O princípio da insignificância atua excluindo a tipicidade material da conduta, por
ausência de lesão significativa ao bem jurídico tutelado pela norma penal. Assim, o princípio da
insignificância afasta a tipicidade (material) da conduta.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 17 - Pedro Paulo, primário e de bons antecedentes, foi denunciado pelo crime de
descaminho (Art. 334, caput, do Código Penal), pelo transporte de mercadorias procedentes do
Paraguai e desacompanhadas de documentação comprobatória de sua importação regular, no
valor de R$ 3.500,00, conforme atestam o Auto de Infração e o Termo de Apreensão e Guarda
Fiscal, bem como o Laudo de Exame Merceológico, elaborado pelo Instituo Nacional de
Criminalística. Em defesa de Pedro Paulo, segundo entendimento dos Tribunais Superiores, é
possível alegar a aplicação do
a) princípio da proporcionalidade.
b) princípio da culpabilidade.
c) princípio da adequação social.
d) princípio da insignificância ou da bagatela.
Resolução: Tratando-se de crime de descaminho, e sendo o valor de apenas R$ 3.500,00, deve
ser aplicado o princípio da insignificância, nos termos do entendimento pacífico do STF e do
STJ. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 18 - O Presidente da República, diante da nova onda de protestos, decide, por meio
de medida provisória, criar um novo tipo penal para coibir os atos de vandalismo. A medida
provisória foi convertida em lei, sem impugnações. Com base nos dados fornecidos, assinale a
opção correta.
a) Não há ofensa ao princípio da reserva legal na criação de tipos penais por meio de medida
provisória, quando convertida em lei.
b) Não há ofensa ao princípio da reserva legal na criação de tipos penais por meio de medida
provisória, pois houve avaliação prévia do Congresso Nacional.
c) Há ofensa ao princípio da reserva legal, pois não é possível a criação de tipos penais por meio
de medida provisória.
d) Há ofensa ao princípio da reserva legal, pois não cabe ao Presidente da República a iniciativa
de lei em matéria penal.
Resolução: Há, aqui, ofensa ao subprincípio da reserva legal (um dos subprincípios do
princípio da EGALIDADE), pois em matéria penal somente LEI EM SENTIDO ESTRITO
(Diploma legal emanado do Poder Legislativo) pode criar tipos penais, não podendo haver a
criação de tipo penal por meio de decretos, medidas provisórias, etc.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 19 - Relativamente ao princípio da presunção de inocência, analise as afirmativas a
seguir:
I. O indiciado em inquérito policial ou acusado em processo criminal deve ser tratado como
inocente, salvo quando preso em flagrante por crime hediondo, caso em que será vedada a
concessão de liberdade provisória.
II. Só é lícito o uso de algemas em caso de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo
à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a
excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente
ou da autoridade, e a nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da
responsabilidade civil do estado.
III. Milita em favor do indivíduo o benefício da dúvida no momento da prolação da sentença
criminal: in dubio pro réu.
IV. A presunção de inocência é incompatível com as prisões cautelares antes de transitada em
julgado a sentença penal condenatória.
Assinale:
(A) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
(B) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
(C) se apenas as afirmativas III e IV estiverem corretas.
(D) se apenas as afirmativas I, III e IV estiverem corretas.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.
Resolução: I - ERRADA: A discussão doutrinária e jurisprudencial acerca da possibilidade, ou
não, de decretação da liberdade provisória não guarda relação com o princípio da presunção de
inocência de uma maneira direta, mas apenas reflexamente. A afirmativa está errada pois, ainda
que fosse eminentemente proibida a liberdade provisória nestes casos, a existência de prisões
processuais e natureza cautelar não ofende o princípio da presunção de inocência, pois o
acusado não passa a ser considerado culpado, eis que não se cuida de prisão-pena (derivada de
condenação), mas de prisão-não pena, que é modalidade de prisão que visa a um fim não
punitivo, mas cautelar, de forma a assegurar a aplicação da lei penal, a instrução do processo,
etc. I - CORRETA: O uso indiscriminado de algemas pode levar à violação do princípio da
presunção de inocência, notadamente nos crimes de competência do Tribunal do Júri, eis que
nessa hipótese a decisão é proferida por pessoas leigas, que poderiam ser influenciadas pela
associação da imagem do indivíduo algemado à sua culpa (que pode ou não estar presente).
Nesse sentido, o Supremo Tribunal Federal editou a Súmula Vinculante nº 11 “Só é lícito o uso
de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física
própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito,
sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade
da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do
Estado”. III - CORRETA: Como vimos, um dos desdobramentos práticos do princípio da
presunção de inocência é o benefício da dúvida que labora em favor do réu, pois cabe à
acusação provar que acusado cometeu, de fato, o ato criminoso, pois somente prova cabal dessa
autoria é que pode ilidir a presunção de não-culpabilidade do réu. V - ERRADA: Conforme
passado durante a aula, a existência de prisões de natureza cautelar não ofende, de maneira
nenhuma, o princípio da presunção de inocência, por não se basearem em uma suposta culpa do
acusado, mas na necessidade de mantê-lo custodiado em razão da possibilidade de restar
frustrada a instrução processual, a aplicação da lei penal, etc. Portanto, a ALTERNATIVA
CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 20 - Relativamente aos princípios de direito penal, assinale a afirmativa incorreta.
(A) Não há crime sem lei anterior que o defina.
(B) Não há pena sem prévia cominação legal.
(C) Crimes hediondos não estão sujeitos ao princípio da anterioridade da lei penal.
(D) Ninguém pode ser punido por fato que a lei posterior deixa de considerar crime.
(E) A lei posterior que de qualquer modo favorece o agente aplica-se aos casos anteriores.
Resolução: O princípio da anterioridade da lei penal prevê que lei incriminadora só pode
atingir fatos praticados antes de sua vigência, por uma questão de lógica e de homenagem ao
princípio da segurança jurídica. Assim, os brocardos nullum crimen sine lege, nulla poena sine
lege, traduzem a necessidade de que a descrição do fato como crime bem como a previsão de
pena, devem ser anteriores a ele. Além disso, tanto a Constituição como o Código Penal
estabelecem a abolitio criminis , que é a hipótese de surgimento de uma lei que estabelece não
ser mais crime determinado fato. Essa lei nova abolitiva retroagirá, pois milita em benefício do
réu. Com relação vedação da retroatividade da lei, quando estivermos diante de lei que cria fato
típico, ou agrava a situação do réu, essa lei não retroagirá, nem mesmo em relação aos crimes
hediondos, que também devem respeitar o princípio da anterioridade da lei penal. Portanto, a
ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
(D) O princípio da ultra atividade da lei penal permite que todos aqueles que pratiquem o crime
no intervalo de três anos a partir do fim do prazo de vigência da lei temporária sejam
processados criminalmente.
(E) Terminado o prazo de vigência da lei temporária, ocorrerá a abolitio criminis, libertando-se
os
que estiverem presos em razão da prática do crime previsto nessa lei.
Resolução: As leis chamadas de “intermitentes” (temporárias e excepcionais) são leis que
produzem efeitos também após sua revogação, dado o seu caráter meramente temporário. Se
assim não o fosse, todos os crimes praticados sob a égide destas leis ficariam impunes, pois
deveriam ser julgados, o acusado ser condenado e cumprir integralmente a pena ainda durante a
vigência da lei, o que é um absurdo. Assim, como vimos na aula, a lei excepcional é ultra ativa,
aplicando-se aos fatos praticados durante a sua vigência (não após esta), mesmo que venha a,
posteriormente, ser revogada (até porque isso necessariamente irá acontecer). Não há, nesses
casos, abolitio criminis . Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 23 - A respeito do tema da retroatividade da lei penal,
assinale a afirmativa correta.
(A) A lei penal posterior que de qualquer forma favorecer o agente não se aplica aos fatos
praticados durante a vigência de uma lei temporária.
(B) A lei penal posterior que de qualquer forma favorecer o agente aplica-se aos fatos
anteriores, com exceção daqueles que já tiverem sido objeto de sentença condenatória transitada
em julgado.
(C) A lei penal mais gravosa pode retroagir, aplicando-se a fatos praticados anteriormente à sua
vigência, desde que trate de crimes hediondos, tortura ou tráfico de drogas, como expressamente
ressalvado na Constituição.
(D) Quando um fato é praticado na vigência de uma determinada lei e ocorre uma mudança que
gera uma situação mais gravosa para o agente, ocorrerá a ultratividade da lei penal mais
favorável, salvo se houver a edição de uma outra lei ainda mais gravosa, situação em que
prevalecerá a lei intermediária.
(E) A lei penal posterior que de qualquer forma prejudicar o agente não se aplica aos fatos
praticados anteriormente, salvo se houver previsão expressa na própria lei nova.
Resolução: Conforme estudamos, o princípio da anterioridade determina que a lei incriminadora
deva ser, necessariamente, anterior ao crime. Além disso, a lei penal que agrava a situação do
réu, de qualquer forma, também deve ser anterior ao crime. Disto resulta o princípio da
irretroatividade da lei penal, previsto no art. 5°, XL da Constituição Federal. Essa regra só é
excepcionada pela possibilidade de retroatividade da lei penal caso esta seja mais benéfica ao
réu, seja porque não mais considera o fato como crime, seja porque prevê consequências menos
gravosas para estes fatos. Os crimes hediondos (principalmente, aliás) também devem respeitar
o princípio da anterioridade da lei penal. No entanto, a lei penal nova mais benéfica não
retroage para alcançar fatos praticados quando da vigência de uma lei temporária, pois esta
continua a produzir efeitos mesmo após sua revogação, pois, por sua própria natureza, a sua
revogação não é sinônimo de alteração do pensamento do legislador acerca da necessidade de se
criminalizar ou não a conduta, mas decorrência natural da cessação de uma determinada
situação temporária, nos termos do art. 3° do CP. Assim, A ALTERNATIVA CORRETA É A
LETRA A.
QUESTÃO 24 - Não há crime sem lesão efetiva ou ameaça concreta ao bem jurídico tutelado.
Tal enunciado refere-se ao princípio da
A) proporcionalidade.
B) intervenção mínima.
C) ofensividade.
D) bagatela imprópria.
E) alteridade.
Resolução: O princípio da ofensividade estabelece que não basta que o fato seja formalmente
típico (tenha previsão legal como crime) para que possa ser considerado crime. É necessário que
este fato ofenda (por meio de uma lesão ou exposição a risco de lesão), de maneira grave, o bem
jurídico pretensamente protegido pela norma penal. Assim, condutas que não são capazes de
afetar o bem jurídico são desprovidas de ofensividade e, portanto, não podem ser consideradas
criminosas.
GABARITO: Letra C
QUESTÃO 25 -O afastamento da tipicidade, quando verificada lesão penalmente irrelevante
decorrente de conduta formalmente incriminada, dá-se por:
A) princípio da adequação social.
B) princípio da intervenção mínima.
C) princípio da humanidade das sanções.
D) princípio da insignificância.
E) ineficácia absoluta do meio ou absoluta impropriedade do objeto (crime impossível).
Resolução: O princípio citado pelo enunciado é o princípio da insignificância, pois neste caso,
apesar de haver tipicidade formal (previsão de que a conduta configura crime), não há tipicidade
formal, por ausência de ofensa relevante ao bem jurídico penalmente protegido pela norma
(insignificância penal da conduta).
GABARITO: Letra D
QUESTÃO 26 - O que nos parece é que as duas dimensões do bem jurídico-penal ― a
valorativa e a pragmática ― apresentam áreas de intensa interpenetração, o que origina a
tendencial convergência entre elevada dignidade penal e necessidade de tutela penal, assim
como, inversamente, entre reduzida dignidade penal e desnecessidade de tutela penal. (CUNHA,
e) adequação social.
Resolução: Tais previsões são decorrências lógicas do princípio da humanidade, que não se
restringe à vedação a determinados tipos de penas (humanidade das penas), mas se aplica a todo
o sistema penal e processual penal.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 31 - Dentre as ideias estruturantes ou princípios abaixo, todos especialmente
importantes ao direito penal brasileiro, NÃO tem
expressa e literal disposição constitucional o da
a) legalidade.
b) proporcionalidade.
c) individualização.
d) pessoalidade.
e) dignidade humana.
Resolução: Dentre os princípios elencados pela questão, apenas o princípio da
proporcionalidade não está expressamente previsto na Constituição Federal, embora possa ser
extraído de forma implícita. Os demais encontram previsão no art. 5º, caput e incisos XLVI,
XLV e art. 1º, III da Constituição. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 32 - A terrível humilhação por que passam familiares de presos ao visitarem seus
parentes encarcerados consiste na obrigação de ficarem nus, de agacharem diante de espelhos e
mostrarem seus órgãos genitais para agentes públicos. A maioria que sofre esses procedimentos
é de mães, esposas e filhos de presos. Até mesmo idosos, crianças e bebês são submetidos ao
vexame. É princípio de direito penal que a pena não ultrapasse a pessoa do condenado". (DIAS,
José Carlos. "O fim das revistas vexatórias". In: Folha de São Paulo. São Paulo: 25 de julho de
2014, 1º caderno, seção Tendências e Debates, p. A-3) Além da ideia de dignidade humana, por
esse trecho o inconformismo do autor, recentemente publicado na imprensa brasileira, sustenta-
se mais diretamente também no postulado constitucional da
a) individualização.
b) fragmentariedade.
c) pessoalidade.
d) presunção de inocência.
e) legalidade.
Resolução: O texto do autor está relacionado ao princípio da PERSONALIDADE da pena, ou
da PESSOALIDADE DA PENA (Ou, ainda, INTRANSCENDÊNCIA da pena), segundo o qual
a pena não passará da pessoa do apenado. É claro que, pelo relato do texto, a pena em si não
está sendo aplicada aos familiares. Contudo, embora quem cumpra pena seja o infrator, é
aplicada aos seus familiares toda uma situação de flagelo e humilhação, como se o sofrimento
excessivo fosse deliberadamente imposto aos parentes do infrator. Além disso, o texto é claro ao
final ao dizer: “É princípio de direito penal que a pena não ultrapasse a pessoa do condenado”, o
que evidencia a relação com o princípio da pessoalidade da pena. Portanto, A ALTERNATIVA
CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 33 - Dispõe o artigo 1º do Código Penal: "Não há crime sem lei anterior que o
defina. Não há pena sem prévia cominação legal". Tal dispositivo legal consagra o princípio da
a) ampla defesa. b) legalidade.
c) presunção de inocência.
d) dignidade.
e) isonomia.
Resolução: a) ERRADA: Trata-se de descrição do princípio legal e também constitucional da
legalidade, que, conforme se extrai da própria redação do artigo, divide-se em Princípio da
anterioridade e da Reserva Legal, na medida em que a norma penal incriminadora deve ser
prévia e prevista em Lei em sentido estrito (decorrente de ato do Poder Legislativo que obedeça
ao processo legislativo previsto na Constituição, não servindo MP ou Decreto);
b) CORRETA: Como disse, trata-se de descrição do princípio legal e também constitucional da
legalidade, que, conforme se extrai da própria redação do artigo, divide-se em Princípio da
anterioridade e da Reserva Legal, na medida em que a norma penal incriminadora deve ser
prévia e prevista em Lei em sentido estrito (decorrente de ato do Poder Legislativo que obedeça
ao processo legislativo previsto na Constituição, não servindo MP ou Decreto);
c) ERRADA: A presunção de inocência está ligada à impossibilidade de se considerar culpado o
indivíduo que não possui contra si sentença penal condenatória transitada em julgado;
d) ERRADA: O princípio da dignidade não está relacionado à descrição do enunciado da
questão, estando previsto no art. 1°, III da CRFB/88;
e) ERRADA: O princípio constitucional da isonomia determina que todos são iguais perante a
lei, sem que possa ser legítima qualquer distinção arbitrária (que não se fundamente na
necessidade de equalizar distorção fática existente). Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É
A LETRA B.
QUESTÃO 34 - O princípio constitucional da legalidade em matéria penal encontra efetiva
realização na exigência, para a configuração do crime, de
a) culpabilidade.
b) tipicidade.
c) punibilidade.
d) ilicitude.
e) imputabilidade.
Resolução:
a) ERRADA: A culpabilidade está afeta a aspectos subjetivos do indivíduo, e não ao fato
criminosoem si, à conduta prevista na lei. Veremos mais sobre isso na aula própria;
D) Legalidade.
E) Especialidade.
Resolução: O art. 1º do CP, retratado no enunciado da questão (“Não há crime sem lei anterior
que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.”), estabelece o princípio da legalidade,
em suas duas ramificações, tanto o da reserva legal (“sei LEI que o defina”) quanto o da
anterioridade (“Sem lei ANTERIOR...”).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
O princípio constitucional da legalidade em matéria penal
a) não vigora na fase de execução penal.
b) impede que se afaste o caráter criminoso do fato em razão de causa supralegal de exclusão da
ilicitude.
c) não atinge as medidas de segurança.
d) obsta que se reconheça a atipicidade de conduta em função de sua adequação social.
e) exige a taxatividade da lei incriminadora, admitindo, em certas situações, o emprego da
analogia.
Resolução: A) ERRADA: Até mesmo na fase de execução, isto é, após trânsito em julgado da
sentença penal condenatória, o princípio será aplicado.
b) ERRADA: As excludentes da ilicitude são, em regra, aquelas previstas em lei (ex: legítima
defesa, estrito cumprimento do dever legal, exercício regular de direito e estado de
necessidade). Nada impede, contudo, a existência de causas excludentes da ilicitude que não
estejam expressamente em lei. As causas supralegais de ilicitude são admitidas, já que
beneficiam o sujeito. C) ERRADA: Quando se diz, no artigo 1º do CP, que não há pena sem
prévia cominação legal, devemos entender também que não haverá medida de segurança sem
prévia cominação legal. A editada de segurança não se confunde com pena. Mas a ela também
se aplica o princípio da legalidade, pois é modalidade de sanção penal. D) ERRADA: A
legalidade não impede o reconhecimento da atipicidade por adequação social, eis que se trata de
um benefício ao réu, de forma que a legalidade visa a impedir que o réu seja prejudicado por
uma conduta tipificada posteriormente à sua prática, mas não impede o contrário.
E) CORRETA: A taxatividade da lei penal incriminadora é imprescindível, para que o cidadão
possa saber, precisamente, qual a conduta está sendo proibida. Até por isso, a analogia é vedada,
em regra, sendo permitida apenas para beneficiar o réu.Portanto, a ALTERNATIVA
CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 41 - Julia, primária e de bons antecedentes, verificando a facilidade de acesso a
determinados bens de uma banca de jornal, subtrai duas revistas de moda, totalizando o valor
inicial do prejuízo em R$15,00 (quinze reais). Após ser presa em flagrante, é denunciada pela
prática do crime de furto simples, vindo, porém, a ser absolvida sumariamente em razão do
COMENTÁRIOS a) ERRADA: A lei penal que for mais favorável ao réu deverá retroagir (ser
aplicada a fatos cometidos anteriormente à sua vigência), nos termos do art. 5°, XL da
Constituição: XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; b) ERRADA: O crime
de racismo é crime, previsto no art. 5°, XLII da Constituição, e pode ser cometido contra
qualquer pessoa: XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível,
sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; c) ERRADA: Os presos têm direito tanto à
integridade física quanto à integridade moral, conforme art. XLIX: XLIX - é assegurado aos
presos o respeito à integridade física e moral; d) CORRETA: A pena de trabalhos forçados,
como vimos, é vedada expressamente pela Constituição, sendo vedado ao legislador ordinário
instituí-la, pois se trata de cláusula pétrea da Constituição (imutável). Nos termos do art. 5°,
XLVII, c da Constituição: XLVII - não haverá penas: (...) c) de trabalhos forçados; e)
ERRADA: Como vimos, em razão do princípio da intranscendência da pena, que veda a
aplicação da pena à pessoa diversa daquela que cometeu o crime e que fora condenada, os
sucessores do condenado não podem cumprir pena privativa de liberdade por este, embora a
obrigação de reparar o dano e os reflexos patrimoniais da condenação, até o limite do
patrimônio transferido pelo falecido aos herdeiros, nos termos do art. 5°, XLV da Constituição:
XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano
e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra
eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; Portanto, a ALTERNATIVA
CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 49 - Assinale a alternativa correta.
(A) Expirado o prazo de validade da lei temporária, não se poderá impor prisão em flagrante
àqueles que pratiquem o crime após a expiração, mas ainda será possível a instauração de
processo criminal.
(B) Todos aqueles que praticaram o crime durante a vigência da lei temporária poderão ser
processados, mesmo depois de expirado seu prazo de vigência.
(C) Cessada a vigência da lei temporária, consideram-se prescritos os crimes praticados durante
sua vigência.
(D) O princípio da ultra atividade da lei penal permite que todos aqueles que pratiquem o crime
no intervalo de três anos a partir do fim do prazo de vigência da lei temporária sejam
processados criminalmente.
(E) Terminado o prazo de vigência da lei temporária, ocorrerá a abolitio criminis, libertando-se
os que estiverem presos em razão da prática do crime previsto nessa lei.
COMENTÁRIOS
As leis chamadas de “intermitentes” (temporárias e excepcionais) são leis que produzem efeitos
também após sua revogação, dado o seu caráter meramente temporário. Se assim não o fosse,
todos os crimes praticados sob a égide destas leis ficariam impunes, pois deveriam ser julgados,
o acusado ser condenado e cumprir integralmente a pena ainda durante a vigência da lei, o que é
um absurdo. Assim, como vimos na aula, a lei excepcional é ultra ativa, aplicando-se aos fatos
praticados durante a sua vigência (não após esta), mesmo que venha a, posteriormente, ser
revogada (até porque isso necessariamente irá acontecer). Não há, nesses casos, abolitio
criminis . Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 50 – A respeito do tema da retroatividade da lei penal,
assinale a afirmativa correta.
(A) A lei penal posterior que de qualquer forma favorecer o agente não se aplica aos fatos
praticados durante a vigência de uma lei temporária.
(B) A lei penal posterior que de qualquer forma favorecer o agente aplica-se aos fatos
anteriores, com exceção daqueles que já tiverem sido objeto de sentença condenatória transitada
em julgado.
(C) A lei penal mais gravosa pode retroagir, aplicando-se a fatos praticados anteriormente à sua
vigência, desde que trate de crimes hediondos, tortura ou tráfico de drogas, como expressamente
ressalvado na Constituição.
(D) Quando um fato é praticado na vigência de uma determinada lei e ocorre uma mudança que
gera uma situação mais gravosa para o agente, ocorrerá a ultratividade da lei penal mais
favorável, salvo se houver a edição de uma outra lei ainda mais gravosa, situação em que
prevalecerá a lei intermediária.
(E) A lei penal posterior que de qualquer forma prejudicar o agente não se aplica aos fatos
praticados anteriormente, salvo se houver previsão expressa na própria lei nova.
COMENTÁRIOS Conforme estudamos, o princípio da anterioridade determina que a lei
incriminadora deva ser, necessariamente, anterior ao crime. Além disso, a lei penal que agrava a
situação do réu, de qualquer forma, também deve ser anterior ao crime. Disto resulta o princípio
da irretroatividade da lei penal, previsto no art. 5°, XL da Constituição Federal. Essa regra só é
excepcionada pela possibilidade de retroatividade da lei penal caso esta seja mais benéfica ao
réu, seja porque não mais considera o fato como crime, seja porque prevê consequências menos
gravosas para estes fatos. Os crimes hediondos (principalmente, aliás) também devem respeitar
o princípio da anterioridade da lei penal. No entanto, a lei penal nova mais benéfica não
retroage para alcançar fatos praticados quando da vigência de uma lei temporária, pois esta
continua a produzir efeitos mesmo após sua revogação, pois, por sua própria natureza, a sua
revogação não é sinônimo de alteração do pensamento do legislador acerca da necessidade de se
criminalizar ou não a conduta, mas decorrência natural da cessação de uma determinada
situação temporária, nos termos do art. 3° do CP. Assim, A ALTERNATIVA CORRETA É A
LETRA A.
QUESTÃO 51 - Não há crime sem lesão efetiva ou ameaça concreta ao bem jurídico tutelado.
Tal enunciado refere-se ao princípio da
A) proporcionalidade.
B) intervenção mínima.
C) ofensividade.
D) bagatela imprópria.
E) alteridade.
COMENTÁRIOS O princípio da ofensividade estabelece que não basta que o fato seja
formalmente típico (tenha previsão legal como crime) para que possa ser considerado crime. É
necessário que este fato ofenda (por meio de uma lesão ou exposição a risco de lesão), de
maneira grave, o bem jurídico pretensamente protegido pela norma penal. Assim, condutas que
não são capazes de afetar o bem jurídico são desprovidas de ofensividade e, portanto, não
podem ser consideradas criminosas .GABARITO: Letra C
QUESTÃO 52 - O afastamento da tipicidade, quando verificada lesão penalmente irrelevante
decorrente de conduta formalmente incriminada,dá-se por:
A) princípio da adequação social.
B) princípio da intervenção mínima.
C) princípio da humanidade das sanções.
D) princípio da insignificância.
E) ineficácia absoluta do meio ou absoluta impropriedade do objeto (crime impossível).
COMENTÁRIOSO princípio citado pelo enunciado é o princípio da insignificância, pois neste
caso, apesar de haver tipicidade formal (previsão de que a conduta configura crime), não há
tipicidade formal, por ausência de ofensa relevante ao bem jurídico penalmente protegido pela
norma (insignificância penal da conduta). GABARITO: Letra D
QUESTÃO 53 - O que nos parece é que as duas dimensões do bem jurídico-penal ― a
valorativa e a pragmática ― apresentam áreas de intensa interpenetração, o que origina a
tendencial convergência entre elevada dignidade penal e necessidade de tutela penal, assim
como, inversamente, entre reduzida dignidade penal e desnecessidade de tutela penal. (CUNHA,
Maria da Conceição Ferreira da. Constituição e crime: uma perspectiva da criminalização e da
descriminalização. Porto: Universidade Católica Portuguesa Editora, 1995, p. 424) Nesse
tópico, o tema central do raciocínio da jurista portuguesa radica primacialmente no campo da
ideia constitucional de
a) individualização.
b) dignidade humana.
c) irretroatividade.
d) proporcionalidade.
e) publicidade.
aqueles bens jurídicos especialmente relevantes, cabendo aos demais ramos do Direito a tutela
daqueles bens que não sejam dotados de tamanha importância social. Além disso, pelo caráter
SUBSIDIÁRIO do Direito Penal, ele só deve tutelar esses bens jurídicos extremamente
relevantes quando não for possível aos demais ramos do Direito exercer esta tarefa, já que o
Direito Penal é um instrumento extremamente invasivo. Portanto, a ALTERNATIVA
CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 56 - Pedro subtraiu bem móvel pertencente à Administração pública, valendo-se da
facilidade propiciada pela condição de funcionário público. Pedro responderá pelo crime de
peculato e não pelo delito de furto em
decorrência do princípio da
a) subsidiariedade.
b) consunção.
c) especialidade.
d) progressão criminosa.
e) alternatividade.
COMENTÁRIOS Em tese, Pedro teria de responder pelo delito de furto, previsto no art. 155 do
CP. Contudo, existe um tipo penal ESPECÍFICO, ESPECIAL, que é o do art. 312, §1º do CP
(peculato-furto). Neste caso, por existir um tipo penal específico para o caso, aplica-se este tipo
penal específico, pelo princípio da ESPECIALIDADE. Portanto, a ALTERNATIVA
CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 57 - A proscrição de penas cruéis e infamantes, a proibição de tortura e maus-tratos
nos interrogatórios policiais e a obrigação imposta ao Estado de dotar sua infraestrutura
carcerária de meios e recursos que impeçam a degradação e a dessocialização dos condenados
são desdobramentos do princípio da
a) proporcionalidade.
b) intervenção mínima do Estado.
c) fragmentariedade do Direito Penal.
d) humanidade.
e) adequação social.
COMENTÁRIOS Tais previsões são decorrências lógicas do princípio da humanidade, que não
se restringe à vedação a determinados tipos de penas (humanidade das penas), mas se aplica a
todo o sistema penal e processual penal. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA
D.
QUESTÃO 58 - Dentre as ideias estruturantes ou princípios abaixo, todos especialmente
importantes ao direito penal brasileiro, NÃO tem expressa e literal disposição constitucional o
da
a) legalidade.
b) proporcionalidade.
c) individualização.
d) pessoalidade.
e) dignidade humana.
COMENTÁRIOS Dentre os princípios elencados pela questão, apenas o princípio da
proporcionalidade não está expressamente previsto na Constituição Federal, embora possa ser
extraído de forma implícita. Os demais encontram previsão no art. 5º, caput e incisos XLVI,
XLV e art. 1º, III da Constituição. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 59 - "A terrível humilhação por que passam familiares de pre-sos ao visitarem seus
parentes encarcerados consiste na obrigação de ficarem nus, de agacharem diante de espelhos e
mostrarem seus órgãos genitais para agentes públicos. A maioria que sofre esses procedimentos
é de mães, esposas e filhos de presos. Até mesmo idosos, crianças e bebês são submetidos ao
vexame. É princípio de direito penal que a pena não ultrapasse a pessoa do condenado". (DIAS,
José Carlos. "O fim das revistas vexatórias". In: Folha de São Paulo. São Paulo: 25 de julho de
2014, 1º caderno, seção Tendências e Debates, p. A-3) Além da ideia de dignidade humana, por
esse trecho o inconformismo do autor, recentemente publicado na imprensa brasileira, sustenta-
se mais diretamente também no postulado
constitucional da
a) individualização.
b) fragmentariedade.
c) pessoalidade.
d) presunção de inocência.
e) legalidade.
COMENTÁRIOS O texto do autor está relacionado ao princípio da PERSONALIDADE da
pena, ou da
PESSOALIDADE DA PENA (Ou, ainda, INTRANSCENDÊNCIA da pena), segundo o qual a
pena não passará da pessoa do apenado . É claro que, pelo relato do texto, a pena em si não está
sendo aplicada aos familiares. Contudo, embora quem cumpra pena seja o infrator, é aplicada
aos seus familiares toda uma situação de flagelo e humilhação, como se o sofrimento excessivo
fosse deliberadamente imposto aos parentes do infrator. Além disso, o texto é claro ao final ao
dizer: “É princípio de direito penal que a pena não ultrapasse a pessoa do condenado”, o que
evidencia a relação com o princípio da pessoalidade da pena. Portanto, A ALTERNATIVA
CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 60 Dispõe o artigo 1º do Código Penal: "Não há crime sem lei anterior que o defina.
Não há pena sem prévia cominação legal". Tal dispositivo legal consagra o princípio da
a) ampla defesa
b) legalidade.
c) presunção de inocência.
d) dignidade.
e) isonomia.
COMENTÁRIOS a) ERRADA: Trata-se de descrição do princípio legal e também
constitucional da legalidade, que, conforme se extrai da própria redação do artigo, divide-se em
Princípio da anterioridade e da Reserva Legal, na medida em que a norma penal incriminadora
deve ser prévia e prevista em Lei em sentido estrito (decorrente de ato do Poder Legislativo que
obedeça ao processo legislativo previsto na Constituição, não servindo MP ou Decreto);
b) CORRETA: Como disse, trata-se de descrição do princípio legal e também constitucional da
legalidade, que, conforme se extrai da própria redação do artigo, divide-se em Princípio da
anterioridade e da Reserva Legal, na medida em que a norma penal incriminadora deve ser
prévia e prevista em Lei em sentido estrito (decorrente de ato do Poder Legislativo que obedeça
ao processo legislativo previsto na Constituição, não servindo MP ou Decreto);
c) ERRADA: A presunção de inocência está ligada à impossibilidade de se considerar culpado o
indivíduo que não possui contra si sentença penal condenatória transitada em julgado; d)
ERRADA: O princípio da dignidade não está relacionado à descrição do enunciado da questão,
estando previsto no art. 1°, III da CRFB/88; e) ERRADA: O princípio constitucional da
isonomia determina que todos são iguais perante a lei, sem que possa ser legítima qualquer
distinção arbitrária (que não se fundamente na necessidade de equalizar distorção fática
existente). Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 61 - O princípio constitucional da legalidade em matéria penal encontra efetiva
realização na exigência,
para a configuração do crime, de
a) culpabilidade.
b) tipicidade.
c) punibilidade.
d) ilicitude.
e) imputabilidade.
COMENTÁRIOS a) ERRADA: A culpabilidade está afeta a aspectos subjetivos do indivíduo, e
não ao fato criminoso em si, à conduta prevista na lei. Veremos mais sobre isso na aula própria;
b) CORRETA: A tipicidade é a previsão de uma determinada conduta como crime. Assim,
quando se faz a subsunção de uma norma penal incriminadora a uma conduta ocorrida no
mundo físico, diz-se que se está a fazer o Juízo de tipicidade da conduta, a fim de se verificar se
sobre ela recai previsão legal incriminadora. Portanto, a alternativa está correta; c) ERRADA: A
punibilidade é a existência de um Poder conferido ao Estado para aplicar a sanção penal no caso
concreto. Deriva da conjugação de dois fatores: legal e fático. Não basta a previsão legal, pois
deve haver a prática de uma conduta que nela se enquadre para que surja o Poder dever de
COMENTÁRIOS Se a norma posterior incrimina um fato que ainda não era incriminado, temos
o que se chama de novatio legis incriminadora. Neste caso, ela não retroage, pois seria hipótese
de retroatividade mais gravosa. Assim, teremos irretroatividade desta nova lei.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 65 - O Artigo 5º, Inciso XL da Constituição da República prevê que “a lei penal não
retroagirá, salvo para beneficiar o réu”. Tal dispositivo constitucional refere-se ao princípio da:
a) individualização da pena.
b) legalidade estrita
c) retroatividade benéfica da lei penal.
d) irretroatividade total da lei penal.
e) aplicação imediata da lei processual penal.
COMENTÁRIOS Tal dispositivo constitucional consagra o princípio da irretroatividade da lei
penal mais gravosa, ou, por outro lado, da retroatividade da lei penal mais benéfica. Portanto, a
ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 66 - O postulado da fragmentariedade em matéria penal relativiza
a) a proporcionalidade entre o fato praticado e a consequência jurídica.
b) a dignidade humana como limite material à atividade punitiva do Estado.
c) o concurso entre causas de aumento e diminuição de penas.
d) a função de proteção dos bens jurídicos atribuída à lei penal.
e) o caráter estritamente pessoal que decorre da norma penal.
COMENTÁRIOS A fragmentariedade estabelece que, embora existam diversos bens jurídicos
dignos de proteção pelo Estado, nem todos serão tutelados pelo Direito Penal, mas somente
aqueles mais relevantes. Assim, ela relativiza a função de proteção de bens jurídicos atribuída à
lei penal. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 67 - Assinale a alternativa correta.
a) O princípio da humanidade das penas está consagrado na Constituição Federal.
b) O princípio da aplicação da lei mais benéfica não é utilizado pelo direito penal.
c) O princípio da intervenção mínima não se confunde com o princípio da ultima ratio.
d) Por força do princípio da insignificância não são punidos os crimes de menor potencial
ofensivo.
e) A existência de crimes funcionais ofende o princípio da igualdade.
COMENTÁRIOS A) CORRETA: Tal princípio está previsto no art. XLVII da CRFB/88, sendo
também conhecido como “princípio da limitação das penas”: Art. 5º (...) XLVII - não haverá
penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter
perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis;
B) ERRADA: O item está errado, pois a lei penal mais benéfica será aplicada, ainda que
somente entre em vigor após a prática do fato, nos termos do art. 5º, XL da CRFB/88: Art. 5º
(...) XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; C) ERRADA: O princípio da
intervenção mínima é sinônimo de ultima ratio. Este é um princípio limitador do poder punitivo
estatal, que estabelece uma regra a ser seguida para conter possíveis arbítrios do Estado. Assim,
por força deste princípio, num sistema punitivo, como é o Direito Penal, a criminalização de
condutas só deve ocorrer quando se caracterizar como meio absolutamente necessário à
proteção de bens jurídicos ou à defesa de interesses cuja proteção, pelo Direito Penal, seja
absolutamente indispensável à coexistência harmônica e pacífica da sociedade. Embora não
esteja previsto na Constituição, nem na legislação infraconstitucional, decorre daprópria lógica
do sistema jurídico-penal. D) ERRADA: O item está errado, pois o princípio da insignificância
determina que aqueles que delitos em que a lesão seja insignificante não deverão ser punidos
pelo Direito Penal. Isso em nada tem a ver com os crimes de menor potencial ofensivo, cuja
lesão, embora menor que a dos demais, é penalmente relevante. E) ERRADA: O item está
errado. Crime funcional é aquele que é praticado por alguém no exercício de determinada
função ou em razão dela, como o crime de peculato ou a prevaricação (arts. 312 e 319 do CP,
respectivamente). Isso não fere a isonomia, pois os destinatários da norma não se encontram na
mesma situação, de forma que não podem ser tratados da mesma forma. Por outro lado, todos
que se encontrem na mesma situação (a situação de funcionário público, nos exemplos citados)
estarão sujeitos ao mesmo regramento.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 68 - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação
legal. O primeiro artigo do Código Penal refere-se a qual dos princípios regentes do Direito
Penal?
A) Fragmentariedade.
B) Adequação social.
C) Consunção.
D) Legalidade.
E) Especialidade.
COMENTÁRIOS O art. 1º do CP, retratado no enunciado da questão (“Não há crime sem lei
anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.”), estabelece o princípio da
legalidade, em suas duas ramificações, tanto o da reserva legal (“sei LEI que o defina”) quanto
o da anterioridade (“Sem lei ANTERIOR...”). Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A
LETRA D.
QUESTÃO 69 - O princípio constitucional da legalidade em matéria penal
a) não vigora na fase de execução penal.
b) impede que se afaste o caráter criminoso do fato em razão de causa supralegal de exclusão da
ilicitude.
c) não atinge as medidas de segurança.
aplicada em favor do acusado, ainda que o fato já tenha ocorrido. Vejamos o § único do art. 2º
do CP: Art. 2º - (...) Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente,
aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em
julgado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) No entanto, no caso concreto, além de
uma lei posterior mais benéfica (lei nº 03), houve a edição de uma lei que aboliu o delito (Lei nº
04), devendo ser aplicada, ainda que o processo já tenha posterior deixa de considerar crime,
cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Assim, a Lei a ser aplicada é a lei nº 04, por ter provocado
o fenômeno da abolitio criminis. Portanto, a alternativa CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 71 - O princípio, segundo o qual se afirma que o Direito Penal não é o único
controle social formal dotado de recursos coativos, embora seja o que disponha dos
instrumentos mais enérgicos, é reconhecido pela doutrina como princípio da
a) lesividade.
b) intervenção mínima.
c) fragmentariedade.
d) subsidiariedade.
e) proporcionalidade.
COMENTÁRIOS O item correto é a letra D. O princípio da subsidiariedade dispõe que o
Direito Penal somente
deverá atuar quando todos os demais ramos do Direito forem insuficientes para salvaguardar o
bem jurídico que se pretende tutelar, exatamente por ser o mais enérgico e, portanto, o mais
agressivo ao cidadão. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 72 - O princípio de intervenção mínima do Direito Penal
encontra expressão
a) nos princípios da fragmentariedade e da subsidiariedade.
b) na teoria da imputação objetiva e no princípio da fragmentariedade.
c) no princípio da fragmentariedade e na proposta funcionalista.
d) na teoria da imputação objetiva e no princípio da subsidiariedade.
e) no princípio da subsidiariedade e na proposta funcionalista.
COMENTÁRIOS O princípio da intervenção mínima propõe que o Direito Penal seja a ultima
ratio, ou seja, somente deve ser chamado a atuar na tutela do bem jurídico quando for inevitável
sua atuação. Trata-se de decorrência lógica dos princípios da subsidiariedade (Direito Penal
deve possuir atuação subsidiária, ou seja, apenas quando não for possível por outros ramos do
Direito a tutela) e da fragmentariedade (Direito Penal não pode ser usado para a tutela de
quaisquer bens jurídicos, mas apenas aqueles mais relevantes para a sociedade). Portanto, a
ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 73 - Antônio, quando ainda em vigor o inciso VII, do art. 107, do Código Penal,
que contemplava como causa extintiva da punibilidade o casamento da ofendida com o agente,
posteriormente revogado pela Lei n.º 11.106, publicada no dia 29 de março de 2005, estuprou
Maria, com a qual veio a casar em 30 de setembro de 2005. O juiz, ao proferir a sentença,
julgou extinta a punibilidade de Antônio, em razão do casamento com Maria, fundamentando tal
decisão no dispositivo revogado (art. 107, VII, do Código Penal). Assinale, dentre os princípios
adiante mencionados, em qual deles
fundamentou-se tal decisão.
a) Princípio da isonomia.
b) Princípio da proporcionalidade.
c) Princípio da retroatividade da lei penal benéfica.
d) Princípio da ultratividade da lei penal benéfica.
e) Princípio da legalidade.
COMENTÁRIOS Neste caso será aplicado o princípio da ULTRATIVIDADE da lei penal
benéfica, pois embora ela tenha sido revogada, por ser mais benéfica ao agente, continua a reger
o fato praticado durante sua vigência, nos termos do art. 5º, XL da CRFB/88: Art. 5º (...) XL - a
lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 74 - De acordo com o que dispõe a Constituição Federal, é crime inafiançável e
imprescritível:
a) o estupro.
b) a tortura.
c) o terrorismo.
d) o racismo.
e) o crime hediondo.
COMENTÁRIOS A CRFB/88 estabelece como crime inafiançável e imprescritível o
RACISMO, nos termos do art. 5º, XLII: Art. 5º (...) XLII - a prática do racismo constitui crime
inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; Portanto, a
ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 75 - No direito brasileiro, é vedada a pena de.
a) suspensão ou interdição de direitos.
b) perda de bens.
c) trabalhos forçados.
d) privação da liberdade.
e) restrição da liberdade
COMENTÁRIOS A CRFB/88 elenca algumas penas que são vedadas no nosso ordenamento
jurídico. Vejamos: Art. 5º (...) XLVII - não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra
declarada, nos termos do art. 84, XIX;b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de
banimento;
e) cruéis; Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 76 - Segundo a Constituição Federal, para que alguém seja considerado culpado é
suficiente.
a) condenação recorrível do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
b) sentença judicial criminal de primeira instância recorrível.
c) decisão unânime do tribunal do júri da qual ainda caiba recurso.
d) denúncia do Ministério Público recebida pelo Poder Judiciário
e) sentença penal condenatória transitada em julgado.
COMENTÁRIOS Para que alguém seja considerado culpado é necessário o trânsito em julgado
de sentença penal condenatória, nos termos do art. 5º, LVII da CRFB/88: Art. 5º (...) LVII -
ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;
Este dispositivo consagra o princípio da presunção de inocência. Portanto, a ALTERNATIVA
CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 77 - São penalmente inimputáveis os:
a) maiores de dezesseis anos
b) menores de vinte e um anos.
c) maiores de vinte e um anos.
d) menores de dezoito anos.
e) maiores de dezoito anos.
COMENTÁRIOS Nos termos do art. 228 da CRFB/88, são penalmente inimputáveis os
menores 18 anos. Vejamos: Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos,
sujeitos às normas da legislação especial. Isso significa que eles não respondem penalmente,
estando sujeitos, porém, às normas específicas, atualmente previstas no Estatuto da Criança e do
Adolescente.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 78 - penal condenatória determinou a aplicação da sanção de pena privativa de
liberdade ao réu e a decretação do perdimento de bens que, nos termos da lei, acabaram por
afetar seus familiares, exatamente no montante do patrimônio transferido pelo réu.
Considerando essa situação hipotética e os princípios constitucionais que regem o Direito Penal,
assinale a alternativa correta.
(A) A imposição da pena privativa de liberdade ao réu e não a seus familiares, que não
praticaram crime, corresponde à aplicação integral do princípio constitucional da
individualização da pena.
(B) A imposição do perdimento de bens aos familiares do condenado acabou por não observar o
princípio constitucional da personalidade ou responsabilidade pessoal.
(C) A extensão dos efeitos da condenação, com a decretação do perdimento de bens, afetando os
familiares do condenado não poderia ocorrer, em virtude da necessidade de se observar o
princípio constitucional da legalidade estrita.
(D) O fato de a pena privativa de liberdade ter atingido apenas a pessoa do condenado com
extensão, aos familiares, da obrigação de reparar o dano, atende integralmente o que prescreveo
princípio constitucional da personalidade ou responsabilidade pessoal.
(E) O princípio da personalidade ou da responsabilidade pessoal é um princípio implícito na
Constituição Federal vigente.
COMENTÁRIOS O princípio da personalidade, da responsabilidade pessoal ou da
intranscendência da pena (qualquer destes nomes serve!) está expresso na Constituição Federal.
Vejamos: Art. 5º (...) XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a
obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei,
estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio
transferido; Vemos, assim, que a pena nunca poderá passar da pessoa do apenado e atingir
qualquer outra pessoa, inclusive seus familiares. Contudo, a utilização do patrimônio do infrator
(patrimônio este transferido aos herdeiros) para o cumprimento da decisão de perdimento de
bens ou para a reparação do dano não estão abarcados pela personalidade da pena.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 79 - À luz da aplicação da lei penal no tempo, dos princípios da anterioridade, da
irretroatividade, retroatividade e ultratividade da lei penal, julgue as afirmações abaixo relativas
ao fato de Mévio ter sido processado pelo delito de adultério em dezembro de 2004, sendo que a
Lei n. 11.106, de 28 de março de 2005, aboliu o crime de adultério:
I. Caso Mévio já tenha sido condenado antes de março de 2005, permanecerá sujeito à pena
prevista na sentença condenatória.
II. A lei penal pode retroagir em algumas hipóteses.
III. Caso Mévio não tenha sido condenado no primeiro grau de jurisdição, poderá ocorrer a
extinção de punibilidade desde que a mesma seja provocada pelo réu.
IV. Na hipótese, ocorre o fenômeno da abolitio criminis.
a) Todas estão corretas.
b) Somente I está incorreta.
c) I e IV estão corretas.
d) I e III estão corretas.
e) II e IV estão corretas.
COMENTÁRIOS
AFIRMATIVA I - ERRADA: A abolitio criminis faz cessar todos os efeitos penais da
condenação, deforma que Mévio deveria ser solto, pela extinção da punibilidade.
AFIRMATIVA II - CORRETA: A lei penal retroage sempre que for mais benéfica ao réu, não
havendo possibilidade de retroatividade in pejus (para prejudicar o réu).
AFIRMATIVA III - ERRADA: A extinção da punibilidade é automática, não dependendo de
provocação do réu.
AFIRMATIVA IV - CORRETA: De fato, tendo lei nova deixado de considerar o fato como
crime, ocorre a abolitio criminis, prevista no art. 2º, § único do CP.
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 80 - O princípio da fragmentariedade do Direito Penal significa:
a) que, uma vez escolhidos aqueles bens fundamentais, comprovada a lesividade e a
inadequação das condutas que os ofendem, esses bens passarão a fazer parte de uma pequena
parcela que é protegida pelo Direito Penal.
b) que o legislador valora as condutas, cominando-lhes penas que variam de acordo com a
importância do bem a ser tutelado.
c) que apesar de uma conduta se subsumir ao modelo legal não será considerada típica se for
socialmente adequada ou reconhecida, isto é, se estiver de acordo com a ordem social da vida
historicamente condicionada.
d) que as proibições penais somente se justificam quando se referem a condutas que afetem
gravemente direitos de terceiros.
e) que a lei é a única fonte do Direito Penal quando se quer proibir ou impor condutas sob a
ameaça de sanção.
COMENTÁRIOS O princípio da fragmentariedade sustenta que o Direito Penal só pode se
dedicar a tutelar aquelas condutas que se configurem como graves ofensas a determinados bens
jurídicos, considerados extremamente relevantes. Ou seja, de todo o rol de bens jurídicos
valiosos para a sociedade, apenas aqueles MAIS valiosos é que poderão ser protegidos pelo
Direito Penal, devendo os demais serem protegidos por outros ramos do Direito, menos
invasivos.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 81 - Assinale a alternativa que apresenta o princípio que deve ser atribuído a Claus
Roxin, defensor da tese de que a tipicidade penal exige uma ofensa de gravidade aos bens
jurídicos protegidos.
a) Insignificância.
b) Intervenção mínima.
c) Fragmentariedade.
d) Adequação social.
e) Humanidade.
COMENTÁRIOS
O princípio que prega que o tipo penal deve exigir uma ofenda grave ao bem jurídico, não se
satisfazendo com uma ofensa irrelevante, é o princípio da insignificância. O princípio tem
origem no Direito Romano, embora tenha sido feita uma releitura, no século XX, pelo Jurista
alemão Claus Roxin.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 82 - Em relação ao princípio da legalidade (artigo 1º do Código Penal), assinale a
afirmação correta.
a) Estabelece que as condutas consideradas como imorais pelo corpo social podem ser
penalmente sancionadas, diante da magnitude da lesão causada à coletividade.
b) Permite concluir que ninguém poderá ser punido por conduta praticada que não esteja
previamente definida como crime na lei.
c) Autoriza o uso de normas penais vagas e imprecisas para permitir ao julgador ampla
discricionariedade no momento de optar pela condenação ou pela absolvição dos acusados.
d) Conforme a extensão do dano causado, pode ser flexibilizado para viabilizar a condenação de
autores de fatos praticados antes da entrada em vigor da lei penal em questão, desde que
fundamentada a decisão pelo Juiz.
e) Não há crime sem lei anterior que o defina, mas o Juiz poderá determinar a pena sem prévia
cominação legal.
COMENTÁRIOS a) ERRADA: O princípio da legalidade estabelece que somente Lei formal
(reserva legal) e anterior (anterioridade) ao fato criminoso pode estabelecer crimes e cominar
penas.
b) CORRETA: Esta é a perfeita definição do princípio da legalidade, englobando seus dois
aspectos (reserva legal e anterioridade).
c) ERRADA: O princípio da legalidade impõe que as normas penais incriminadoras sejam
perfeitamente delimitadas, taxativas, de forma a deixar bastante claro qual o conteúdo da norma,
ou seja, aquilo que se pretende criminalizar.
d) ERRADA: Item errado, pois é absolutamente vedada a possibilidade de se aplicar uma
determinada lei penal INCRIMINADORA a um fato praticado antes de sua vigência.
e) ERRADA: Item errado, pois a cominação da pena também se submete ao princípio da
legalidade.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
(D) os tipos penais temporários poderão ser criados através de medida provisória;
(E) a combinação de leis favoráveis, de acordo com a atual jurisprudência do Superior Tribunal
de
Justiça, é admitida no momento da aplicação da pena.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errado, pois a lei nova mais benéfica é aplicável aos fatos anteriores
(retroatividade da lei mais benéfica) AINDA QUE JÁ TENHAM SIDO decididos por sentença
penal
condenatória transitada em julgado, na forma do art. 2º, § único do CP.
b) ERRADA: Item errado, pois a abolitio criminis faz cessar a pena e os efeitos PENAIS da
condenação (afasta a reincidência, por exemplo). A abolitio criminis, porém, não afeta os efeitos
EXTRAPENAIS da condenação (ex.: obrigação de reparar o dano, que é obrigação civil), na
forma
do art. 2º do CP.
c) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão contida no art. 3º do CP. Isso se dá
porque
as leis excepcionais e temporária são criadas para vigorar apenas em determinado período, por
razões excepcionais, motivo pelo qual sua saída do mundo jurídico (sua revogação natural) não
gera abolitio criminis, e aqueles que tiverem praticado o delito quando da vigência da lei
deverão
responder pelo crime praticado.
d) ERRADA: Item errado, pois MP não pode criar tipos penais ou estabelecer penas. De acordo
com o entendimento do STF, só é possível a edição de MPs que tragam benefícios ao réu.
e) ERRADA: Item errado, pois o STJ adota a teoria da ponderação unitária ou global, ou seja,
não
é cabível a combinação de leis penais. No caso de existirem duas ou mais leis, que ao mesmo
tempo trazem benefícios e prejuízo ao réu, deverá ser aplicada aquela que, em sua integralidade,
seja mais benéfica.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 85 - Arlindo desferiu diversos golpes de faca no
peito de Tom, sendo que, desde o início dos atos executórios, tinha a intenção de, com seus
golpes, causar a morte do seu desafeto. No início, os primeiros golpes de faca causaram lesões
leves em Tom. Na quarta facada, porém, as lesões se tornaram graves, e os últimos golpes de
faca foram suficientes para alcançar o resultado morte pretendido.
Arlindo, para conseguir o resultado final mais grave, praticou vários atos com crescentes
violações
ao bem jurídico, mas responderá apenas por um crime de homicídio por força do princípio da:
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; (Incluído pela Lei
nº 7.209, de 1984)
Nos casos de extraterritorialidade incondicionada, o agente é punido pela lei brasileira mesmo
que já tenha sido absolvido ou condenado no estrangeiro, na forma do art. 7º, §1º do CP.
Art. 7º (...) § 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira,
ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. (Incluído pela Lei nº 7.209, de
1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 87 - Em razão da situação política
do país, foi elaborada e publicada, em 01.01.2017, lei de conteúdo penal prevendo que,
especificamente durante o período de 01.02.2017 até 30.11.2017, a pena do crime de corrupção
passiva seria de 03 a 15 anos de reclusão e multa, ou seja, superior àquela prevista no Código
Penal, sendo que, ao final do período estipulado na lei, a sanção penal do delito voltaria a ser a
prevista no Art. 317 do Código Penal (02 a 12 anos de reclusão e multa). No dia 05.04.2017,
determinado vereador pratica crime de corrupção passiva, mas somente vem a ser denunciado
pelos fatos em 22.01.2018.
Considerando a situação hipotética narrada, o advogado do vereador denunciado deverá
esclarecer ao seu cliente que, em caso de condenação, será aplicada a pena de:
(A) 02 a 12 anos, observando-se o princípio da irretroatividade da lei penal mais gravosa;
(B) 03 a 15 anos, diante da natureza de lei temporária da norma que vigia na data dos fatos;
(C) 02 a 12 anos, observando-se o princípio da retroatividade da lei penal mais benéfica;
(D) 03 a 15 anos, diante da natureza de lei excepcional da norma que vigia na data dos fatos;
(E) 02 a 12 anos, aplicando-se, por analogia, a lei penal mais favorável ao réu.
COMENTÁRIOS
Neste caso, deve ser aplicada a lei vigente no momento da prática do delito, eis que se tratava de
lei temporária, de maneira que a expiração do prazo de validade da lei temporária não traz
reflexos
penais benéficos ao agente, na forma do art. 3º do CP. O fato de a pena relativa ao delito ter
voltado a ser mais branda não aproveita ao agente, caso contrário, todos os que praticaram o
crime no referido período deveriam ser processados, condenados e deveriam cumprir a pena
dentro do período de validade da lei, o que é um absurdo. Não há, portanto, aplicação da "lei
nova mais benéfica".
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 88 - Em razão do aumento do número de crimes
de dano qualificado contra o patrimônio da União (pena: detenção de 6 meses a 3 anos e multa),
foi editada uma lei que passou a prever que, entre 20 de agosto de 2015 e 31 de dezembro de
2015, tal delito (Art. 163, parágrafo único, inciso III, do Código Penal) passaria a ter pena de 2 a
e) não poderá ser aplicada a lei brasileira, já que o autor do crime é estrangeiro.
COMENTÁRIOS
Neste caso, será aplicável a lei penal brasileira, por força do art. 7º, I, “a” do CP, que traz uma
hipótese de extraterritorialidade incondicionada, pelo princípio da defesa ou proteção.
Neste caso, por se tratar de extraterritorialidade INCONDICIONADA, o agente poderá ser
punido
segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro, na forma do art. 7º,
§1º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 90 - No dia 25 de fevereiro de 2014, na cidade
de Ariquemes, Felipe, nascido em 03 de março de 1996, encontra seu inimigo Fernando na rua e
desfere diversos disparos de arma de fogo em seu peito com intenção de matá-lo. Populares que
presenciaram os fatos, avisaram sobre o ocorrido a familiares de Fernando, que optaram por
transferi-lo de helicóptero para Porto Velho, onde foi operado. No dia 05 de março de 2014,
porém, Fernando não resistiu aos ferimentos causados pelos disparos e veio a falecer ainda no
hospital de Porto Velho. Considerando a situação hipotética narrada e as previsões do Código
Penal sobre tempo e lugar do crime, é correto afirmar que, em relação a estes fatos, Felipe será
considerado:
a) inimputável, pois o Código Penal adota a Teoria da Atividade para definir o tempo do crime,
enquanto que o lugar do crime é definido pela Teoria da Ubiquidade;
b) inimputável, pois o Código Penal adota a Teoria da Atividade para definir o tempo do crime,
enquanto que o lugar é definido pela Teoria do Resultado;
c) imputável, pois o Código Penal adota a Teoria do Resultado para definir tanto o tempo
quanto
o lugar do crime;
d) imputável, pois o Código Penal adota a Teoria da Ubiquidade para definir o momento do
crime,
enquanto que a Teoria da Atividade determina o lugar;
e) inimputável, pois o Código Penal adota a Teoria da Atividade para definir tanto o tempo
quanto
o local do crime.
COMENTÁRIOS
O CP brasileiro adotou, para o lugar do crime, a teoria da ubiquidade (art. 6º do CP), e para o
tempo do crime a teoria da atividade (art. 4º do CP). No caso da questão, era necessário saber
que a teoria da atividade, adotada para o tempo do crime, prega que considera-se praticado o
crime no momento da CONDUTA (da ação ou omissão), ainda que outro seja o momento do
resultado.
Dito isto, podemos afirmar que o crime foi praticado no dia 25.02.2014, data da conduta
praticada.
Neste momento, portanto, Felipe ainda era considerado INIMPUTÁVEL, pois não tinha 18
anos.
Felipe, portanto, deve ser considerado inimputável pois tinha menos de 18 anos quando a
conduta
foi praticada.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 91 - Acerca da aplicação da lei penal no tempo e no espaço, assinale a alternativa
correta.
A) Se um funcionário público a serviço do Brasil na Itália praticar, naquele país, crime de
corrupção
passiva (art. 317 do Código Penal), ficará sujeito à lei penal brasileira em face do princípio da
extraterritorialidade.
B) O ordenamento jurídico-penal brasileiro prevê a combinação de leis sucessivas sempre que a
fusão puder beneficiar o réu.
C) Na ocorrência de sucessão de leis penais no tempo, não será possível a aplicação da lei penal
intermediária mesmo se ela configurar a lei mais favorável.
D) As leis penais temporárias e excepcionais são dotadas de ultra-atividade. Por tal motivo, são
aplicáveis a qualquer delito, desde que seus resultados tenham ocorrido durante sua vigência.
COMENTÁRIOS
Nos termos do art. 7º, I, c do CP, os crimes praticados contra a administração pública, por quem
está a seu serviço (hipótese do crime de corrupção passiva), são crimes abarcados pelo princípio
da extraterritorialidade, aplicando-se a lei brasileira a tais crimes, ainda que praticados no
estrangeiro. Desta forma, a letra A é correta. Vejamos:
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
I - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
(...)
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; (Incluído pela Lei
nº 7.209, de 1984)
As demais estão incorretas, eis que a jurisprudência não vem admitindo a combinação de leis
penais, embora haja alguns julgados em sentido contrário (letra b). Na sucessão de diversas leis
penais, aplicar-se-á sempre a lei mais favorável ao acusado, ainda que essa lei venha ser
posteriormente revogada por uma mais gravosa (lei intermediária mais benéfica), estando a letra
C errada também. As leis penais temporárias e excepcionais são, de fato, dotadas de ultra
atividade, aplicando-se aos delitos COMETIDOS durante sua vigência, ainda que o resultado se
dê posteriormente e ainda que ela venha a ser revogada, eis que a revogação é inerente à própria
natureza destas leis.
Portanto, a afirmativa CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 92 - No ano de 2005, Pierre, jovem francês
residente na Bulgária, atentou contra a vida do então presidente do Brasil que, na ocasião,
visitava
o referido país. Devidamente processado, segundo as leis locais, Pierre foi absolvido.
Considerando apenas os dados descritos, assinale a afirmativa correta.
A) Não é aplicável a lei penal brasileira, pois como Pierre foi absolvido no estrangeiro, não
ficou
satisfeita uma das exigências previstas à hipótese de extraterritorialidade condicionada.
B) É aplicável a lei penal brasileira, pois o caso narrado traz hipótese de extraterritorialidade
incondicionada, exigindo-se, apenas, que o fato não tenha sido alcançado por nenhuma causa
extintiva de punibilidade no estrangeiro.
C) É aplicável a lei penal brasileira, pois o caso narrado traz hipótese de extraterritorialidade
incondicionada, sendo irrelevante o fato de ter sido o agente absolvido no estrangeiro.
D) Não é aplicável a lei penal brasileira, pois como o agente é estrangeiro e a conduta foi
praticada
em território também estrangeiro, as exigências relativas à extraterritorialidade condicionada
não
foram satisfeitas.
COMENTÁRIOS
A questão traz uma hipótese de EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA da
aplicação da
lei penal brasileira, pois se trata de atentado à vida do Presidente da República. Vejamos:
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
I - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; (Incluído pela Lei nº
7.209, de 1984)
Nesse caso, a lei penal brasileira é aplicável AINDA que o agente tenha sido absolvido ou
condenado no exterior. Vejamos:
Art. 7º (...)
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que
absolvido ou condenado no estrangeiro.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 93 - Considere
que determinado agente tenha em depósito, durante o período de um ano, 300 kg de cocaína.
Considere também que, durante o referido período, tenha entrado em vigor uma nova lei
elevando a pena relativa ao crime de tráfico de entorpecentes. Sobre o caso sugerido, levando
em conta o entendimento do Supremo Tribunal Federal sobre o tema, assinale a afirmativa
correta.
a) Deve ser aplicada a lei mais benéfica ao agente, qual seja, aquela que já estava em vigor
quando
o agente passou a ter a droga em depósito.
b) Deve ser aplicada a lei mais severa, qual seja, aquela que passou a vigorar durante o período
em que o agente ainda estava com a droga em depósito.
c) As duas leis podem ser aplicadas, pois ao magistrado é permitido fazer a combinação das leis
sempre que essa atitude puder beneficiar o réu.
Renan Araujo
d) O magistrado poderá aplicar o critério do caso concreto, perguntando ao réu qual lei ele
pretende que lhe seja aplicada por ser, no seu caso, mais benéfica
COMENTÁRIOS
No caso em tela, temos um crime continuado, pois a execução do delito se prolonga no tempo.
Em se tratando de delitos continuados, a lei nova é aplicável desde que tenha entrada em vigor
antes da cessação da continuidade (ou seja, durante a execução do delito), ainda que seja mais
gravosa ao agente, nos termos da súmula 711 do STF:
SÚMULA Nº 711
A LEI PENAL MAIS GRAVE APLICA-SE AO CRIME CONTINUADO OU AO CRIME
PERMANENTE, SE A SUA VIGÊNCIA É ANTERIOR À CESSAÇÃO DA
CONTINUIDADE OU DA PERMANÊNCIA.
Vejam que não se trata de retroatividade (o que seria vedado), mas de aplicação da lei vigente
DURANTE a prática do crime.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 94 - Com relação ao tempo e ao
local do crime, analise as afirmativas a seguir.
I. O tempo do crime, de acordo com o Código Penal, é definido pelo momento em que o
resultado ocorre. Tanto é assim, que a competência territorial do magistrado leva em
consideração
esse mesmo critério.
II. A Teoria da Atividade foi utilizada pelo Código Penal para definir o local do crime, tendo em
vista que se considera local do crime apenas aquele em que ocorreu a ação ou omissão.
III. Para efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e
aeronaves brasileiras de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se
encontrem.
Assinale:
a) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
d) se somente a afirmativa II estiver correta.
e) se somente a afirmativa III estiver correta.
COMENTÁRIOS:
I – ERRADA: O tempo do crime se define pelo momento da conduta, ou seja, teoria da
atividade,
nos termos do art. 4º do CP.
II – ERRADA: A teoria que define o local do crime é a teoria da UBIQUIDADE, nos termos do
art.
6º do CP.
III – CORRETA: Esta é a previsão do art. 5º, §1º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 95 - John, cidadão
inglês, capitão de uma embarcação particular de bandeira americana, é assassinado por José,
cidadão brasileiro, dentro do aludido barco, que se encontrava atracado no Porto de Santos, no
Estado de São Paulo.
Nesse contexto, é correto afirmar que a lei brasileira
a) não é aplicável, uma vez que a embarcação é americana, devendo José ser processado de
acordo com a lei estadunidense.
b) é aplicável, uma vez que a embarcação estrangeira de propriedade privada estava atracada em
território nacional.
c) é aplicável, uma vez que o crime, apesar de haver sido cometido em território estrangeiro, foi
praticado por brasileiro.
d) não é aplicável, uma vez que, de acordo com a Convenção de Viena, é competência do
Tribunal
Penal Internacional processar e julgar os crimes praticados em embarcação estrangeira atracada
em território de país diverso.
COMENTÁRIOS: No caso, a lei brasileira é aplicável, por se tratar de crime praticado em
embarcação atracada em porto brasileiro. Vejamos:
Territorialidade
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras
de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 1984)
(...)
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de
aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se
aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo
correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.(Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO96 - ) Relativamente ao tema da territorialidade e extraterritorialidade, analise as
afirmativas a seguir.
I. Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro os crimes contra a
administração
pública, por quem está a seu serviço.
II. Ficam sujeitos à lei brasileira, os crimes praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras,
mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro ainda que julgados no
estrangeiro.
III. Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro os crimes contra o
patrimônio
da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território ou de Município quando não sejam
julgados
no estrangeiro.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
COMENTÁRIOS:
I – CORRETA: Item correto, nos termos do art. 7º, I, c do CP.
II – ERRADA: Neste caso, tais embarcações não são consideradas território nacional por
extensão.
Assim, somente será aplicada a lei brasileira caso o delito não seja julgado no país em que
ocorreu
o crime, nos termos do art. 7º, II, c do CP.
III – ERRADA: Item errado, pois tais crimes, ainda quando cometidos no estrangeiro, poderão
ser
julgados pela lei penal brasileira, ainda que já tenham sido julgados no estrangeiro, nos termos
do
A depender do crime, pode ser que seja aplicada a lei brasileira, mas isso não se dará pelo
princípio
da territorialidade, e sim pelo princípio da BANDEIRA.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 98 - A respeito do tema da retroatividade da lei penal,
assinale a afirmativa correta.
a) A lei penal posterior que de qualquer forma favorecer o agente não se aplica aos fatos
praticados durante a vigência de uma lei temporária.
b) A lei penal posterior que de qualquer forma favorecer o agente aplica-se aos fatos anteriores,
com exceção daqueles que já tiverem sido objeto de sentença condenatória transitada em
julgado.
c) A lei penal mais gravosa pode retroagir, aplicando-se a fatos praticados anteriormente à sua
vigência, desde que trate de crimes hediondos, tortura ou tráfico de drogas, como expressamente
ressalvado na Constituição.
d) Quando um fato é praticado na vigência de uma determinada lei e ocorre uma mudança que
gera uma situação mais gravosa para o agente, ocorrerá a ultratividade da lei penal mais
favorável,
salvo se houver a edição de uma outra lei ainda mais gravosa, situação em que prevalecerá a lei
intermediária.
e) A lei penal posterior que de qualquer forma prejudicar o agente não se aplica aos fatos
praticados anteriormente, salvo se houver previsão expressa na própria lei nova.
COMENTÁRIOS
A Lei penal, em regra, não retroage, ou seja, não pode ser aplicada a fatos praticados antes de
sua vigência.
Contudo, se a lei penal for mais favorável ao agente, ela poderá retroagir, ou seja, ser aplicada a
fatos praticados antes de sua entrada em vigor.
Contudo, se os fatos foram praticados durante a vigência de lei temporária, a simples expiração
do prazo desta lei não faz com que a nova regulamentação penal (mais benéfica, por natureza)
seja aplicável, pois temos aqui uma espécie de lei penal excepcional.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 99 - Em relação ao tempo do crime, o Código Penal adotou:
a) a teoria da atividade, pela qual considera-se praticado o delito no momento da conduta, ainda
que distinto o momento do resultado, jurídico ou naturalístico;
b) a teoria do resultado, pela qual considera-se praticado o delito no momento da ocorrência do
resultado, jurídico ou normativo;
c) a teoria da ubiquidade, pela qual considera-se cometido o delito tanto no momento da
conduta
vigência for anterior ao início da prática delitiva, em razão do princípio da irretroatividade da lei
penal mais severa.
C) as contravenções praticadas contra a Administração pública, por quem está a seu serviço
ficam
sujeitas à lei brasileira, embora cometidas no estrangeiro.
D) a pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando
idênticas, ou nela é computada, quando diversas.
E) a lei temporária aplica-se ao fato praticado durante sua vigência, embora decorrido o período
de sua duração.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errado, pois a lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente (lei
nova
mais benéfica ou novatio legis in mellius), aplica-se aos fatos anteriores, AINDA QUE já
decididos
por sentença condenatória transitada em julgado, conforme art. 2º, § único do CP.
b) ERRADA: Item errado, pois a lei penal mais grave se aplica ao crime continuado ou
permanente
se sua vigência é ANTERIOR À CESSAÇÃO DA CONTINUIDADE OU PERMANÊNCIA,
ou seja, se
a lei nova mais grave entra em vigor DURANTE o crime.
Aplica-se, aqui, o verbete de súmula nº 711 do STF:
Súmula 711 do STF
"A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se
a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência."
c) ERRADA: Item errado, pois não há extraterritorialidade em relação a contravenções penais,
somente em relação a crimes.
d) ERRADA: Item errado, pois é exatamente o oposto: quando as penas são da mesma natureza
(ex.: privativas de liberdade), a pena cumprida no estrangeiro é computada na pena aplicada no
Brasil (abatimento da pena cumprida fora do país; quando as penas são de naturezas diversas, a
pena cumprida no estrangeiro serve para atenuar a pena aqui imposta (já que não é possível um
abatimento aritmético simples).
e) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão do art. 3º do CP:
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua
duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato
praticado durante sua vigência. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
GABARITOS: Letra E
Pela teoria adotada pelo CP, que é a teoria da UBIQUIDADE, considera-se praticado o delito no
lugar em que ocorreu a ação ou omissão (conduta), no todo ou em parte, bem como onde se
produziu ou deveria produzir-se o resultado, nos termos do art. 6º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 109 - Para fins da contagem do prazo no código penal,
a) o dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo
calendário comum.
b) não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o do vencimento.
c) o dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se as horas, os dias, os meses e os
anos.
d) não se computará no prazo o dia do crime, incluindo-se, porém, o do resultado.
e) o dia do começo e do vencimento deverão estar expressamente previstos em face do princípio
da reserva legal.
COMENTÁRIOS
Em relação à contagem dos prazos PENAIS (não se trata, portanto, de contagem dos prazos
PROCESSUAIS), inclui-se o dia do começo, ou seja, a contagem do prazo não começa no dia
útil
seguinte ao fato, começando a fluir o prazo no próprio dia do fato que gera a contagem. Além
disso, contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum, nos termos do art. 10 do
CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 110 - Rodrigo praticou no
exterior crime sujeito à lei brasileira e foi condenado a 1 ano de reclusão no exterior e a 2 anos
de reclusão no brasil. Cumpriu a pena no exterior e voltou ao brasil, tendo sido preso em razão
do mandado de prisão expedido pela justiça brasileira. Nesse caso, a pena cumprida no exterior
a) implicará na transformação automática da pena imposta no Brasil em sanção pecuniária.
b) será considerada circunstância atenuante e a pena fixada no Brasil será objeto de nova
dosimetria.
c) implicou exaurimento da sanção penal cabível e Rodrigo não estará sujeito ao cumprimento
da
pena imposta no Brasil.
d) será descontada da pena imposta no Brasil e, assim, Rodrigo terá que cumprir mais 1 ano de
reclusão.
e) é irrelevante para a lei brasileira e Rodrigo deverá cumprir integralmente os 2 anos de
reclusão
impostos pela justiça brasileira.
COMENTÁRIOS
Questão polêmica! Isso porque falta uma informação importante no enunciado da questão. Caso
estejamos diante de um crime submetido à extraterritorialidade incondicionada (art. 7º, I do CP),
a alternativa correta será a letra D (gabarito dado pela Banca), eis que será aplicável o art. 8º do
CP:
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo
mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Isto ocorre porque, em se tratando de hipótese de extraterritorialidade incondicionada, será
aplicável a lei brasileira ainda que o agente tenha sido absolvido ou condenado no estrangeiro
(aplicando-se a detração do art. 8º, caso lá tenha cumprido pena).
Contudo, a questão não trouxe esta informação. Caso estejamos diante de uma hipótese de
extraterritorialidade CONDICIONADA, prevista no art. 7º, II do CP (também há aplicação da
lei
brasileira, mas há alguns outros requisitos), a alternativa correta será a letra C, pois o agente não
poderia cumprir pena novamente no Brasil, nos termos do art. 7º, §2º, “d” do CP.
Assim, a pesar de o Gabarito ser letra D, entendo que a questão merecia ser ANULADA.
QUESTÃO 111 - No que concerne à aplicação da lei penal no
espaço, o princípio pelo qual se aplica a lei do país ao fato que atinge bem jurídico nacional,
sem
nenhuma consideração a respeito do local onde o crime foi praticado ou da nacionalidade do
agente, denomina-se princípio
a) da nacionalidade.
b) da territorialidade.
c) de proteção.
d) da competência universal.
e) de representação.
COMENTÁRIOS
O princípio segundo o qual deve ser aplicada a lei do país cujo bem jurídico NACIONAL é
afetado
pelo fato criminoso é o princípio da proteção, ou da defesa, que está, inclusive, previsto no
nosso
CP, nos termos do art. 7º, I, “a”, “b” e “c” do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 112 - A respeito da aplicação da lei penal, considere:
I. Aplica-se a lei brasileira a crimes praticados a bordo de embarcações brasileiras a serviço do
governo brasileiro que se encontrem ancorados em portos estrangeiros.
II. A sentença estrangeira pode ser executada no Brasil para obrigar o condenado a reparar o
dano
independentemente de homologação.
III Consideram-se extensões do território brasileiro as embarcações brasileiras de propriedade
privada em alto mar.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I
b) II
c) I e III
d) I e II
e) II e III.
COMENTÁRIOS
I – CORRETA: Trata-se de aplicação da lei penal brasileira em razão da
TERRITORIALIDADE, pois
tais embarcações são consideradas como extensão do território nacional onde quer que se
encontrem, nos termos do art. 5º, §1º do CP.
II – ERRADA: Item errada, pois será necessária a prévia homologação da sentença estrangeira,
nos
termos do art. 9º, I e seu §1º, “a” do CP.
III – CORRETA: Tais embarcações são consideradas como território nacional por extensão
quando
se encontrem em alto-mar, nos termos do art. 5º, §1º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 113 - Acusado em processo que apurou o
crime de lavagem de dinheiro em concurso com o crime de organização criminosa teve uma
pena
altíssima. Quando lhe restava um terço para o cumprimento da pena, as modalidades criminosas
praticadas tiveram suas penas reduzidas na metade. Nesse caso, o agente
a) não será favorecido com o reconhecimento da extinção da pena, haja vista que a lei posterior
que favoreça o agente será aplicada somente com os fatos ocorridos posteriormente,
acompanhando as normas do processo penal.
b) será favorecido com o reconhecimento da extinção de metade da pena restante para o
cumprimento, haja vista que a lei posterior que favoreça o agente será aplicada neste patamar
proporcionalmente, diante dos fatos praticados anteriormente.
c) será favorecido com o reconhecimento da possibilidade de indenização pelo Estado, diante da
lei posterior, devendo cumprir integralmente sua pena em face do trânsito em julgado.
d) será favorecido com o reconhecimento da extinção da pena, haja vista que a lei posterior que
E) permanecendo na lei nova a definição do crime, mas aumentadas suas consequências penais,
esta norma será aplicada ao autor do fato
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: A lei nova se aplica, se mais benéfica, ainda que o processo esteja em fase de
execução de sentença, nos termos do art. 2°, § único do CPB.
B) CORRETA: Nos termos do art. 2° e 107, III do CPB.
C) ERRADA: Nesse caso, não desaparecerá o crime, pois a lei complementar, que especifica a
situação excepcional, quando revogada, não gera abolitio criminis.
D) ERRADA: A lei temporária se aplica aos fatos ocorridos durante sua vigência, mesmo após
sua revogação, pela própria natureza da lei, nos termos do art. 3° do CP.
E) ERRADA: Não se aplicará, pois ela traz prejuízo ao réu, aplicando-se a regra geral dos
efeitos da lei penal, ou seja, apenas para o futuro. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A
LETRA B.
QUESTÃO 119 - No tocante à aplicação da lei penal,
A) a lei brasileira adotou a teoria da ubiquidade quanto ao lugar do crime.
B) a lei penal mais grave não se aplica ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua
vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência, segundo entendimento
sumulado do Supremo Tribunal Federal.
C) a lei brasileira adotou a teoria do resultado quanto ao tempo do crime.
D) o dia do fim inclui-se no cômputo do prazo, contando- se os meses e anos pelo calendário
comum, desprezados os dias.
E) Compete ao juízo da causa a aplicação da lei mais benigna, ainda que transitada em julgado a
sentença condenatória, segundo entendimento sumulado do Superior Tribunal de Justiça.
COMENTÁRIOS
A) CORRETA: No que se refere ao local do crime, a teoria adotada é a da ubiquidade.
Lembrando que isso só se aplica a crimes cuja ação acontece num país e o resultado se verifica
em outro. Quando a pluralidade é apenas de comarcas, existem regras próprias.
B) ERRADA: O STF entende que, nesses casos, a lei nova mais grave deve ser aplicada, nos
termos de sua súmula n° 711.
C) ERRADA: Quanto ao tempo do crime a teoria adota é a da atividade, nos termos do art. 4°
do CP.
D) ERRADA: Nos termos do art. 10, computa-se o dia do começo, não o do fim. Este tópico
não faz parte do nosso conteúdo! J
E) ERRADA: No caso de já estar em fase de execução, compete ao Juiz da execução a
aplicação da lei mais benigna, nos termos da súmula 611 do STF Se for necessário mais que um
mero cálculo aritmético, será necessário ajuizar revisão criminal.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
COMENTÁRIOS
Nos termos do art. 10 do CP: Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo.
Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. Como se vê, a lei estabelece que
os prazos previstos na Lei Penal sejam contados de forma a incluir o dia do começo. O art. 11
do CP, por sua vez, diz o seguinte: Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e
nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro. Desta
maneira, se o autor do crime é condenado a 9 dias de prisão, aumentada de metade (9 + 4,5 =
13,5) a pena será de 13 dias, desprezando-se as 12 horas do cálculo. Portanto, a
ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 125 - Dispõe o artigo 1º do código penal: "não há crime sem lei anterior que o
defina. Não há pena sem prévia cominação legal". Tal dispositivo legal consagra o princípio da
a) ampla defesa.
b) legalidade.
c) presunção de inocência.
d) dignidade.
e) isonomia.
COMENTÁRIOS
Trata-se de descrição do princípio constitucional da legalidade, que, conforme se extrai da
própria redação do artigo, divide-se em Princípio da anterioridade e da Reserva Legal, na
medida em que a norma penal incriminadora deve ser prévia e prevista em Lei em sentido
estrito (decorrente de ato do Poder Legislativo que obedeça ao processo legislativo previsto na
Constituição, não servindo MP ou Decreto);
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 126 - Em matéria penal, a lei posterior, que de qualquer modo
favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores,
a) desde que o representante do Ministério Público não tenha apresentado a denúncia.
b) desde que a autoridade policial ainda não tenha instaurado inquérito policial a respeito.
c) ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
d) desde que ainda não tenha sido recebida a denúncia apresentada pelo Ministério Público.
e) desde que a sentença condenatória ainda não tenha transitado em julgado.
COMENTÁRIOS
A lei penal mais favorável se aplica aos fatos praticados antes de sua entrada em vigor, ainda
que
decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
Esta é a previsão contida no art. 2°, § único do CP. Além disso, o STF possui verbete de súmula
(n° 611) determinando que, nos casos de processo já em fase de execução, compete ao Juiz da
execução aplicar a lei nova mais benéfica, e não ao Juiz que proferiu a sentença.
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a
extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar
extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. (Incluído pela Lei nº 7.209, de
1984)
Assim, a lei penal brasileira só será aplicável a estes crimes caso estejam presentes todas estas
condições.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 128 - É certo que se aplica a lei brasileira aos crimes praticados
a bordo de
a) embarcações mercantes brasileiras que estejam em mar territorial estrangeiro.
b) embarcações mercantes brasileiras que estejam em porto estrangeiro.
c) aeronaves mercantes brasileiras que estejam em espaço aéreo estrangeiro.
d) aeronaves mercantes brasileiras que estejam em pouso em aeroporto estrangeiro.
e) embarcação estrangeira de propriedade privada que esteja em mar territorial brasileiro.
COMENTÁRIOS
Aqui, devemos entender, primeiro, o princípio da Representação ou da Bandeira.
Por este princípio, aplica-se a lei penal brasileira aos crimes cometidos no estrangeiro, a bordo
de
aeronaves e embarcações privadas, mas que possuam bandeira brasileira, quando, no país em
que
ocorreu o crime, este não for julgado.
Assim, se um cidadão mexicano comete um crime contra um cidadão alemão, a bordo de uma
aeronave pertencente a uma empresa aérea brasileira, enquanto esta se encontra parada no
aeroporto de Nova York, pelo Princípio da Bandeira, a este crime poderá ser aplicada a lei
brasileira, caso não seja julgado pelo Judiciário americano. A previsão está no art. 7°, II, “c” do
CPB:
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
(...)
II - os crimes:
(...)
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de
propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.
Percebam que a lei penal brasileira até pode ser aplicada a este crime, mas só no caso de ele não
ser julgado no local onde ocorreu. Assim, estamos diante de um caso de extraterritorialidade
11.7.1984)
B) ERRADA: Item errado porque as leis excepcionais ou temporárias são ultra-ativas, ou seja,
continuam a reger os fatos praticados durante sua vigência mesmo após o decurso de seu prazo
de validade, nos termos do art. 3º do CP.
C) ERRADA: Item errado, pois o CP adotou, quanto ao tempo do crime, a teoria da atividade,
ou
seja, o crime se considera praticado no momento da conduta, nos termos do art. 4º do CP.
D) ERRADA: Em razão da subsidiariedade do CP em relação às leis especiais, as normas do CP
somente serão aplicáveis a estas quando as leis especiais não dispuserem de forma diversa, nos
termos do art. 12 do CP.
E) ERRADA: Item errado, pois esta lei será aplicável ainda que o fato já tenha sido decidido
por
sentença transitada em julgado, nos termos do art. 2º, § único do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 131 - José foi processado e condenado por crime
previsto em lei vigente à época do fato delituoso. Posteriormente, entraram em vigor duas leis:
a primeira reduziu a pena prevista para o delito; a segunda o aboliu. Nesse caso, em relação à
condenação imposta a José, se a sentença já tiver transitado em julgado,
a) as duas leis novas retroagem.
b) apenas a lei que aboliu o delito retroage.
c) apenas a lei que reduziu a pena prevista para o delito retroage.
d) as duas leis novas não retroagem.
e) as duas leis só retroagem se contiverem norma expressa prevendo a aplicação a casos
pretéritos.
COMENTÁRIOS
Neste caso, as duas leis irão retroagir. Primeiro a lex mitior (lei nova mais benéfica). Depois irá
retroagir a lei abolitiva, por ser ainda mais benéfica que a anterior, nos termos do art. 2º e seu §
único do CP:
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar
crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença
condenatória. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente,
aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória
transitada em julgado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o advindo da aplicação da
Lei
n° 6.368/76, permitida, no entanto, a combinação das mencionadas leis para beneficiar o agente.
C) O Código Penal Brasileiro não adotou o princípio da representação na eficácia espacial da lei
penal.
D) A lei penal mais grave não se aplica ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua
vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.
COMENTÁRIOS
a) CORRETA: Item correto, pois em relação ao lugar do crime a teoria da ubiquidade foi
adotada,
na forma do art. 6º do CP, estabelecendo que se “considera praticado o crime no lugar em que
ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria
produzir-se o resultado”.
b) ERRADA: Item errado, pois o STJ possui entendimento sumulado no sentido de ser vedada a
combinação de leis penais, devendo ser aplicada a lei que, no todo, seja mais benéfica ao
agente.
A referida súmula, inclusive, foi editada para este caso específico:
SÚMULA Nº 501
É cabível a aplicação retroativa da Lei n. 11.343/2006, desde que o resultado da
incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o
advindo da aplicação da Lei n. 6.368/1976, sendo vedada a combinação de leis.
c) ERRADA: Item errado, pois o princípio da representação, da bandeira ou pavilhão foi
adotado
para definir uma das hipóteses de extraterritorialidade da lei penal, na forma do art. 7º, II, “c” do
CP.
d) ERRADA: Item errado. Em relação aos crimes continuados e aos crimes permanentes, a lei
nova
é aplicável, ainda quando mais severa, desde que entre em vigor durante a prática do delito
(antes
da cessação da atividade criminosa), nos termos da súmula 711 do STF.
GABARITO: LETRA A
QUESTÃO 135 - No que diz respeito ao lugar do crime, o cp
adotou a teoria
(A) da territorialidade estendida, ou seja, considera-se praticado no Brasil o crime cometido a
bordo de embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou privada, onde quer que se
encontrem.
(B) da atividade, ou seja, considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou
Neste caso temos um crime permanente, ou seja, um crime que se prolonga no tempo. Neste
caso, entende-se que o crime está ocorrendo enquanto não cessar a permanência, ou seja,
enquanto a vítima estiver privada de sua liberdade (no caso da questão).
Nos crimes permanentes, caso sobrevenha uma lei nova, que entre em vigor durante a prática do
crime (durante a permanência), ela será aplicada ao crime que está em andamento,
independentemente de ser mais benéfica ou mais gravosa. Neste caso, não há retroatividade,
pois
a lei entrou em vigor DURANTE a prática do crime, e não depois. Este é o entendimento
sumulado
do STF (súmula 711 do STF).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 146 - CONSIDERA-SE PRATICADO O
CRIME NO MOMENTO
a) do resultado.
b) em que o agente inicia os atos preparatórios.
c) em que o agente cogita e planeja a prática criminosa.
d) da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.
e) da ação ou omissão, bem como no momento em que se produziu o resultado.
COMENTÁRIOS
Considera praticado o crime no momento da conduta (ação ou omissão), ainda que outro seja o
momento do resultado, conforme art. 4º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 147 - Acerca da aplicação da lei
penal, assinale a alternativa correta.
(A) A lei excepcional ou temporária aplica-se ao fato praticado durante sua vigência, ainda que
decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram.
(B) A lei posterior, que de alguma forma favorecer o agente, será aplicada aos fatos anteriores,
desde que não decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
(C) Considera-se praticado o crime no momento do resultado.
(D) Um crime praticado contra a vida ou a liberdade do Presidente da República, se cometido
no
estrangeiro, ficará sujeito à legislação do país em que tenha ocorrido.
(E) Ao crime cometido no território nacional aplica-se a lei brasileira, sem possibilidade de
aplicação de qualquer tratado ou regra de direito internacional.
COMENTÁRIOS
A) CORRETA: Esta é a exata previsão do art. 3º do CP.
B) ERRADA: Item errado, pois tal lei será aplicada AINDA que estes fatos já tenham sido
decididos
por sentença transitada em julgado, nos termos do art. 2º, § único do CP.
C) ERRADA: Item errado, pois considera-se praticado o crime no momento da AÇÃO OU
OMISSÃO (CONDUTA), ainda que outro seja o momento do resultado, nos termos do art. 4º
do
CP.
D) ERRADA: Embora também possa estar sujeito à legislação do país de origem, nesse caso
também é aplicável a lei penal brasileira, por se tratar de caso de extraterritorialidade
incondicionada, nos termos do art. 7º, I, a, § 1º do CP.
E) ERRADA: Item errado, pois o CP é expresso ao ressalvar a possibilidade de que tratados ou
convenções internacionais apresentem exceções à regra da territorialidade (art. 5º do CP).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 148 - De acordo com o código
penal,
(A) considera-se lugar do crime aquele em que o resultado se produziu.
(B) no cômputo do prazo, não se inclui o dia do começo, mas sim o do vencimento.
(C) aplica-se a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de embarcações estrangeiras, de
propriedade privada, que estejam em porto ou mar territorial do Brasil.
(D) a sentença estrangeira não pode ser homologada no Brasil para obrigar o condenado à
reparação do dano.
(E) em se tratando de pena cumprida no estrangeiro pelo mesmo crime, caso sejam diferentes as
penas impostas, aquela cumprida no estrangeiro não atenuará a imposta no Brasil.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: Lugar do crime é o lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte,
bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado, nos termos do art. 6º do CP
(teoria da ubiquidade).
B) ERRADA: Na contagem de prazos penais (não processuais) inclui-se o dia do começo, nos
termos do art. 10 do CP.
C) CORRETA: Item correto, pois esta é a previsão contida no art. 5º, §2º do CP.
D) ERRADA: Item errado, pois esta possibilidade está expressamente prevista no art. 9º, I do
CP.
E) ERRADA: Item errado, pois neste caso a pena cumprida atenuará a pena imposta no Brasil:
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo
mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
(C) em relação ao lugar do crime, o Código Penal, no artigo 6º, adotou a teoria da atividade.
(D) a nova lei, que deixa de considerar criminoso determinado fato, cessa, em favor do agente,
todos os efeitos penais e civis.
(E) o princípio da retroatividade da lei penal mais benéfica é absoluto, previsto
constitucionalmente, sobrepondo-se até mesmo à ultratividade das leis excepcionais ou
temporárias.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: Em relação ao tempo do crime o CP adotou a teoria da atividade, nos termos do
art.
4º do CP.
B) CORRETA: Em relação aos crimes continuados e aos crimes permanentes, a lei nova é
aplicável,
ainda quando mais severa, desde que entre em vigor durante a prática do delito (antes da
cessação
da atividade criminosa), nos termos da súmula 711 do STF (faltou essa observação no
enunciando
da afirmativa, o que poderia ter conduzido à anulação).
C) ERRADA: Item errado, pois em relação ao lugar do crime o CP adotou a teoria da
UBIQUIDADE,
nos termos do art. 6º do CP.
D) ERRADA: Item errado, pois tal lei nova faz cessar, apenas, os efeitos penais, não afetando
os
civis, nos termos do art. 2º do CP.
E) ERRADA: Item errado, pois as leis excepcionais e temporárias aplicam-se aos fatos
praticados
durante sua vigência, mesmo após a sua retirada do mundo jurídico, nos termos do art. 3º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 151 - De acordo com a teoria da
aplicação da lei penal, pode-se afirmar:
(A) A lei penal, em razão das suas consequências, não retroage.
(B) A analogia, uma das fontes do direito, é vetada, no direito penal, em razão do princípio da
legalidade.
(C) Considera-se o crime praticado no momento do resultado, e não da ação ou omissão (artigo
4º, CP).
(D) Considera-se o crime praticado no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, bem como onde
se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
(E) No Brasil, os efeitos da lei penal não podem ultrapassar seus limites territoriais para regular
considerado crime por força de uma lei que passe a vigorar a partir de 02 de fevereiro de 2015,
assinale a alternativa correta no tocante à consequência dessa nova lei à condenação imposta ao
indivíduo B.
(A) A nova lei só irá gerar algum efeito sobre a condenação do indivíduo B se prever
expressamente que se aplica a fatos anteriores.
(B) A nova lei será aplicada para os fatos praticados pelo indivíduo B, contudo só fará cessar a
execução persistindo os efeitos penais da sentença condenatória, tendo em vista que esta já
havia
transitado em julgado.
(C) Não haverá consequência à condenação imposta ao indivíduo B visto que já houve o trânsito
em julgado da condenação.
(D) A nova lei só seria aplicada para os fatos praticados pelo indivíduo B se a sua entrada em
vigência ocorresse antes de 01 de fevereiro de 2015.
(E) A nova lei será aplicada para os fatos praticados pelo indivíduo B, cessando em virtude dela
a
execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
COMENTÁRIOS
Neste caso, a nova lei será aplicada para os fatos praticados pelo indivíduo B, cessando em
virtude
dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória, nos termos do art. 2º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 154 - No que diz respeito à contagem de prazo no código
penal, assinale a alternativa correta.
(A) O dia do começo é irrelevante no cômputo do prazo.
(B) O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo.
(C) O dia do começo exclui-se no cômputo do prazo.
(D) Inicia-se o cômputo do prazo dois dias após o dia do começo.
(E) O dia do começo exclui-se no cômputo do prazo nas hipóteses de crime contra a vida.
COMENTÁRIOS
Em se tratando de prazos penais, o dia do começo inclui-se no cômputo do prazo, nos termos do
art. 10 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 155 - Em virtude da seca que assola o país, considere a
hipótese em que seja promulgada uma lei federal ordinária que estabeleça como crime o
desperdício doloso ou culposo de água tratada, no período compreendido entre 01 de novembro
de 2014 e 01 de março de 2015. em virtude do encerramento da estiagem e volta à normalidade,
não houve necessidade de edição de nova lei ou alteração no prazo estabelecido na citada
legislação. nessa hipótese, o indivíduo a que em 02 de março de 2015 estiver sendo acusado em
um processo criminal por ter praticado o referido crime de “desperdício de água tratada”,
durante o período de vigência da lei,
(A) só poderá ser punido pelo crime de “desperdício de água tratada” se houver nova edição da
lei no próximo período de seca.
(B) poderá ser condenado pelo crime de “desperdício de água tratada”, no entanto esta
condenação não poderá ser executada.
(C) poderá ser condenado pelo crime de “desperdício de água tratada” ainda que o período
indicado na lei que previu essa conduta esteja encerrado.
(D) não poderá ser punido pelo crime de “desperdício de água tratada”.
(E) só poderá ser punido pelo crime de “desobediência” em virtude de não mais subsistir o
crime
de “desperdício de água tratada”.
COMENTÁRIOS
Neste caso o agente poderá ser condenado pelo crime de “desperdício de água tratada” ainda
que o período indicado na lei que previu essa conduta esteja encerrado, por se tratar de mera
expiração de prazo de lei temporária, que não implica abolitio criminis, nos termos do art. 3º do
CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 156 - Nos termos do código penal e em relação à
territorialidade, é correto afirmar que, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito
internacional, ao crime cometido a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de
propriedade privada
(A) será aplicada a lei brasileira se as aeronaves estiverem em pouso no território nacional ou
em
voo no espaço aéreo correspondente, e as embarcações estiverem em porto ou mar territorial do
Brasil.
(B) será aplicada a lei brasileira se as embarcações estiverem em porto brasileiro, mas é vedada
a
aplicação da lei brasileira se as embarcações estiverem em mar territorial do Brasil.
(C) não se aplica a lei brasileira ao crime cometido a bordo de aeronaves ou embarcações
estrangeiras de propriedade privada, ainda que aquelas estejam em pouso no território nacional
ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.
(D) será aplicada a lei brasileira se as aeronaves estiverem em pouso no território nacional,
sendo
vedada a aplicação da lei brasileira se as aeronaves estiverem em voo no espaço aéreo
correspondente.
(E) é vedada a aplicação da lei brasileira se as aeronaves estiverem em voo no espaço aéreo
correspondente e se as embarcações estiverem em mar territorial do Brasil.
COMENTÁRIOS
Neste caso, será aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou
embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território
nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do
Brasil,
nos termos do art. 5º, §2º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 157 - É correto afirmar que a pena cumprida
no estrangeiro
a) não é nela computada, quando de natureza idêntica.
b) não produz qualquer efeito, para os fins de atenuação ou de agravação de penas no Brasil
pelo
mesmo crime.
c) agrava a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando de natureza idêntica.
d) atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando de natureza diversa.
e) é nela computada, quando de natureza diversa.
COMENTÁRIOS
A pena cumprida no estrangeiro ATENUA a pena imposta no Brasil, se forem diversas. Se
forem
idênticas, é nela computada, ou seja, a pena cumprida no estrangeiro é computada na pena
aplicada no Brasil:
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo
mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 158 - Para os efeitos
penais, consideram-se como extensão do território nacional, nos termos do quanto determina o
art. 5.º, §1.º do CP, as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do
governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como
a) as aeronaves oficiais de chefes de Estado estrangeiro que estejam pousadas em solo nacional.
b) as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se
achem,
respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
c) as áreas de embaixadas e consulados brasileiros, além das residências particulares de
diplomatas instalados em países que mantêm relações de amizade com o Brasil.
processo penal, passa a vigorar lei nova, que deixa de considerar o fato imputado na denúncia
como criminoso. nessa hipótese, deve o juiz
a) absolver o acusado.
b) decretar a prescrição e arquivar o processo.
c) decretar a extinção da punibilidade do acusado.
d) encaminhar os autos ao Ministério Público, a fim de que adite a denúncia.
e) determinar o normal prosseguimento do processo, uma vez que o fato foi cometido sob a
égide
da lei antiga.
COMENTÁRIOS
Ocorrendo a chamada abolitio criminis, deverá o Juiz declarar EXTINTA A PUNIBILIDADE
do
acusado, por força do art. 107, III do CP:
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
(...)
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 161 - Pedro é sequestrado e os agentes exigem dinheiro de
familiares dele como preço do resgate. enquanto Pedro está privado da sua liberdade, é
promulgada lei aumentando a pena cominada ao crime de extorsão mediante sequestro, previsto
no art. 159, do código penal. os agentes são presos em flagrante, e Pedro, libertado pela polícia,
mas somente após a entrada em vigor da alteração legislativa. a pena a ser imposta aos agentes
do sequestro, neste caso, será:
a) a pena anteriormente prevista, pelo princípio da ultratividade da lei penal benéfica.
b) a pena anteriormente prevista, pois a extorsão mediante sequestro é crime instantâneo de
efeitos permanentes.
c) a pena prevista pela nova legislação, pelo princípio da retroatividade da lei penal.
d) a pena prevista pela nova legislação, pois a extorsão mediante sequestro é crime permanente.
COMENTÁRIOS
No caso em tela, como o crime de extorsão mediante sequestro é um crime permanente, será
aplicada a lei que vigorava quando cessou a atividade criminosa, ou seja, a lei nova, pois ela
chegou a vigorar DURANTE a prática do delito (logo, não se trata de retroatividade).
Aplica-se, aqui, o verbete de súmula nº 711 do STF:
Súmula 711 do STF
"A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se
a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência."
do art. 6º:
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou
omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzirse
o resultado.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Já com relação ao TEMPO do crime, o CP adotou a teoria da atividade, nos termos do art. 4º:
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda
que outro seja o momento do resultado.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 167 - Leandro, pretendendo causar a morte de
José, o empurra do alto de uma escada, caindo a vítima desacordada. Supondo já ter
alcançado o resultado desejado, Leandro pratica nova ação, dessa vez realiza disparo de
arma de fogo contra José, pois, acreditando que ele já estaria morto, desejava simular um
ato de assalto. Ocorre que somente na segunda ocasião Leandro obteve o que pretendia
desde o início, já que, diferentemente do que pensara, José não estava morto quando
foram efetuados os disparos.
Em análise da situação narrada, prevalece o entendimento de que Leandro deve responder
apenas
por um crime de homicídio consumado, e não por um crime tentado e outro consumado em
concurso, em razão da aplicação do instituto do:
(a) crime preterdoloso;
(b) dolo eventual;
(c) dolo alternativo;
(d) dolo geral;
(e) dolo de 2º grau.
COMENTÁRIOS
Aqui temos o que se entende por dolo geral, por erro sucessivo ou aberratio causae, que ocorre
quando o agente consegue obter o resultado inicialmente pretendido, mas por meio de uma
segunda conduta não voltada à obtenção do resultado. Entende-se que, como, ao fim e ao cabo,
o agente conseguiu obter o resultado pretendido, deverá responder apenas por um homicídio
doloso consumado.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 168 - Acreditando estar grávida, Pâmela, 18 anos,
desesperada porque ainda morava com os pais e eles sequer a deixavam namorar,
utilizando um instrumento próprio, procura eliminar o feto sozinha no banheiro de sua casa,
vindo a sofrer, em razão de tal comportamento, lesão corporal de natureza grave.
Encaminhada ao hospital para atendimento médico, fica constatado que, na verdade, ela não se
achava e nunca esteve grávida. O Hospital, todavia, é obrigado a noticiar o fato à autoridade
policial, tendo em vista que a jovem de 18 anos chegou ao local em situação suspeita, lesionada.
Diante disso, foi instaurado procedimento administrativo investigatório próprio e, com o
recebimento dos autos, o Ministério Público ofereceu denúncia em face de Pâmela pela prática
do crime de “aborto provocado pela gestante”, qualificado pelo resultado de lesão corporal
grave, nos termos dos Art. 124 c/c o Art. 127, ambos do Código Penal.
Diante da situação narrada, assinale a opção que apresenta a alegação do advogado de Pâmela.
A) A atipicidade de sua conduta.
B) O afastamento da qualificadora, tendo em vista que esta somente pode ser aplicada aos
crimes
de aborto provocado por terceiro, com ou sem consentimento da gestante, mas não para o delito
de autoaborto de Pâmela.
C) A desclassificação para o crime de lesão corporal grave, afastando a condenação pelo aborto.
D) O reconhecimento da tentativa do crime de aborto qualificado pelo resultado.
COMENTÁRIOS
A conduta, aqui, é atípica, em razão da ABSOLUTA IMPROPRIEDADE DO OBJETO, nos
termos
do art. 17 do CP, pois temos a figura do crime impossível. Isso se dá porque, nessas
circunstâncias,
Pâmela JAMAIS conseguiria alcançar o resultado pretendido (aborto), pois nunca esteve
grávida,
e o primeiro pressuposto para o praticar autoaborto é estar grávida.
Pâmela não irá responder, ainda, pela lesão corporal, eis que a lesão foi provocada pela própria
vítima, e o direito penal não pune a autolesão.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 169 - Oficial de Justiça ingressa em comunidade
no interior do Estado de Santa Catarina para realizar intimação de morador do local.
Quando chega à rua, porém, depara-se com a situação em que um inimputável em razão
de doença mental está atacando com um pedaço de madeira uma jovem de 22 anos que
apenas caminhava pela localidade. Verificando que a vida da jovem estava em risco e não
havendo outra forma de protegê-la, pega um outro pedaço de pau que estava no chão e
desfere golpe no inimputável, causando lesão corporal de natureza grave.
Com base apenas nas informações narradas, é correto afirmar que, de acordo com a doutrina
majoritária, a conduta do Oficial de Justiça:
a) não configura crime, em razão da atipicidade;
b) não configura crime, em razão do estado de necessidade;
c) configura crime, mas o resultado somente poderá ser imputado a título de culpa, em razão do
estado de necessidade;
na forma tentada fica por conta da chamada “culpa imprópria”, como ocorre, por exemplo, no
caso do art. 20, §1º do CP (descriminante putativa por erro evitável), em que o agente pratica
uma
conduta dolosa, mas, por questão de política criminal, responde a título de culpa.
e) ERRADA: Item errado, pois isso ocorre no dolo eventual. Na culpa consciente o agente prevê
a
possibilidade de ocorrência do resultado mas acredita que, com suas habilidades, conseguirá
evita-lo.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 171 - Diego e Júlio César, que exercem a mesma função,
estão trabalhando dentro de um armazém localizado no Porto de Salvador, quando se inicia
um incêndio no local em razão de problemas na fiação elétrica. Existe apenas uma pequena
porta que permite a saída dos trabalhadores do armazém, mas em razão da rapidez com
que o fogo se espalha, apenas dá tempo para que um dos trabalhadores saia sem se
queimar. Quando Diego, que estava mais próximo da porta, vai sair, Júlio César,
desesperado por ver que se queimaria se esperasse a saída do companheiro, dá um soco
na cabeça do colega de trabalho e passa à sua frente, deixando o armazém. Diego sofre
uma queda, tem parte do corpo queimada, mas também consegue sair vivo do local. Em
razão do ocorrido, Diego ficou com debilidade permanente de membro.
Considerando apenas os fatos narrados na situação hipotética, é correto afirmar que a conduta
de
Júlio César
a) configura crime de lesão corporal grave, sendo o fato típico, ilícito e culpável.
b) está amparada pelo instituto da legítima defesa, causa de exclusão da ilicitude.
c) configura crime de lesão corporal gravíssima, sendo o fato típico, ilícito e culpável.
d) está amparada pelo instituto do estado de necessidade, causa de exclusão da ilicitude.
e) está amparada pelo instituto do estado de necessidade, causa de exclusão da culpabilidade.
COMENTÁRIOS
Neste caso, a conduta do agente não configura crime, pois está amparada pelo instituto do
estado
de necessidade, previsto no art. 24 do CP, já que agiu assim para salvar de perigo atual, que não
provocou por sua vontade nem podia de outra forma evitar, um bem jurídico próprio (vida).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 172 - Durante uma discussão, Theodoro, inimigo
declarado de Valentim, seu cunhado, golpeou a barriga de seu rival com uma faca, com
intenção de matá-lo. Ocorre que, após o primeiro golpe, pensando em seus sobrinhos,
Theodoro percebeu a incorreção de seus atos e optou por não mais continuar golpeando
Valentim, apesar de saber que aquela única facada não seria suficiente para matá-lo.
Neste caso, Theodoro
A) não responderá por crime algum, diante de seu arrependimento.
B) responderá pelo crime de lesão corporal, em virtude de sua desistência voluntária.
C) responderá pelo crime de lesão corporal, em virtude de seu arrependimento eficaz.
D) responderá por tentativa de homicídio.
COMENTÁRIOS
Neste caso ocorreu o que se chama de “desistência voluntária”, pois o agente, mesmo podendo
prosseguir na execução do delito, voluntariamente desiste de dar continuidade. Neste caso, nos
termos do art. 15 do CP, o agente responde apenas pelos atos até então praticados, ou seja, pelos
resultados até então efetivamente obtidos, que são as lesões corporais provocadas na vítima,
desprezando-se o dolo inicial (que era de matar).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 173 - Cristiane, revoltada com a traição de seu
marido, Pedro, decide matá-lo. Para tanto, resolve esperar que ele adormeça para, durante
a madrugada, acabar com sua vida. Por volta das 22h, Pedro deita para ver futebol na sala
da residência do casal. Quando chega à sala, Cristiane percebe que Pedro estava deitado
sem se mexer no sofá. Acreditando estar dormindo, desfere 10 facadas em seu peito.
Nervosa e arrependida, liga para o hospital e, com a chegada dos médicos, é informada
que o marido faleceu. O laudo de exame cadavérico, porém, constatou que Pedro havia
falecido momentos antes das facadas em razão de um infarto fulminante. Cristiane, então,
foi denunciada por tentativa de homicídio.
Você, advogado (a) de Cristiane, deverá alegar em seu favor a ocorrência de
A) crime impossível por absoluta impropriedade do objeto.
B) desistência voluntária.
C) arrependimento eficaz.
D) crime impossível por ineficácia do meio.
No caso em tela tem-se o que se chama de crime impossível, pela absoluta impropriedade do
objeto, já que um cadáver não pode ser vítima de homicídio. A conduta de Cristiane, portanto,
não é punível, pois o CP brasileiro adotou a teoria objetiva da punibilidade do crime impossível,
prevendo a ausência de punição, já que o resultado é impossível, nos termos do art. 17 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 174 - Mário subtraiu uma TV do seu local de
trabalho. Ao chegar em casa com a coisa subtraída, é convencido pela esposa a devolvêla,
o que efetivamente vem a fazer no dia seguinte, quando o fato já havia sido registrado
na delegacia.
O comportamento de Mário, de acordo com a teoria do delito, configura
COMENTÁRIOS
O funcionário, aqui, praticou o delito de peculato (art. 312 do CP). Como se trata de peculato
doloso, a reparação do dano não gera a extinção da punibilidade (isso só ocorre no peculato
culposo, nos termos dos §§2º e 3º do CP).
Contudo, tal reparação do dano se evidencia como ARREPENDIMENTO POSTERIOR, nos
termos
do art. 16 do CP:
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado
o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato
voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Logo, o agente terá sua pena reduzida de um a dois terços.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 178 - São consideradas causas legais de exclusão da ilicitude:
a) estado de necessidade, legítima defesa e embriaguez voluntária.
b) estado de necessidade, legítima defesa, coação moral resistível e obediência hierárquica de
ordem não manifestamente ilegal.
c) estado de necessidade, legítima defesa, coação moral irresistível e obediência hierárquica de
ordem não manifestamente ilegal.
d) coação física irresistível, obediência hierárquica de ordem não manifestamente ilegal, estado
de necessidade, legítima defesa, exercício regular do direito, estrito cumprimento do dever legal
e embriaguez voluntária.
e) estado de necessidade, legítima defesa, exercício regular do direito e estrito cumprimento do
dever legal.
COMENTÁRIOS
As causas de exclusão da ilicitude estão previstas no art. 23 do CP:
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
I - em estado de necessidade; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - em legítima defesa;(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 179 - Filolau,
querendo estuprar Filomena, deu início à execução do crime de estupro, empregando
grave ameaça à vítima. Ocorre que ao se preparar para o coito vagínico, que era sua única
intenção, não conseguiu manter seu pênis ereto em virtude de falha fisiológica alheia à sua
vontade. Por conta disso, desistiu de prosseguir na execução do crime e abandonou o local.
Nesse caso, é correto afirmar que
a) trata-se de caso de desistência voluntária, razão pela qual Filolau não responderá pelo crime
de
estupro.
b) trata-se de arrependimento eficaz, fazendo com que Filolau responda tão somente pelos atos
praticados.
c) a conduta de Filolau é atípica.
d) Filolau deve responder por tentativa de estupro.
COMENTÁRIOS
No caso em tela, o agente deixou de prosseguir na execução em razão de circunstâncias alheias
à
sua vontade, e não por ter “se arrependido” de ter iniciado a conduta.
Assim, teremos crime em sua forma TENTADA (e não desistência voluntária).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 180 - Relativamente ao Direito Penal Brasileiro,
analise as afirmativas a seguir:
I. Os crimes unissubsistentes, habituais próprios, comissivos e permanentes na forma omissiva
não
admitem tentativa.
II. Considera-se desistência voluntária ou arrependimento posterior a conduta do agente que,
depois de consumado o crime, repara o dano causado respondendo o agente somente pelos fatos
praticados.
III. Considera-se impossível o crime quando o meio utilizado pelo agente é relativamente
incapaz
de alcançar o resultado.
IV. Nos crimes tentados, aplica-se a pena do crime consumado reduzindo-a de 1/3 a 2/3, ao
passo
que no arrependimento eficaz se aplica a pena do crime consumado reduzindo-a de 1/6 a 1/3.
Assinale:
a) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
b) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
c) se apenas as afirmativas I e IV estiverem corretas.
d) se nenhuma afirmativa estiver correta.
e) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
COMENTÁRIOS
I – ERRADA: Item errado, pois os crimes COMISSIVOS (aqueles praticados mediante ação, ou
seja,
uma conduta positiva) admitem tentativa, em regra, desde que o fracionamento do iter criminis
seja possível (fracionamento da conduta).
II – ERRADA: Item absolutamente errado. Na desistência voluntária o crime não se consuma
(art.
15 do CP). No arrependimento posterior, de fato, o crime se consuma e há reparação do dano,
mas neste caso o agente tem apenas uma redução de pena (art. 16). Portanto, absolutamente
errado.
III – ERRADA: O meio, neste caso, deve ser ABSOLUTAMENTE incapaz de produzir o
resultado,
nos termos do art. 17 do CP.
IV – ERRADA: Item errado. Embora no caso de crime tentado a pena, de fato, seja reduzida de
1/3 a 2/3, em se tratando de arrependimento eficaz, não se aplica a pena do crime consumado.
Neste caso, o agente responderá apenas pelos atos já praticados, expurgando-se o dolo pelo
resultado anteriormente pretendido.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 181 - Em relação à
responsabilidade do agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou
impede que o resultado se produza, é correto afirmar que:
a) não há nenhuma responsabilidade criminal possível.
b) o agente responde apenas pelos atos praticados.
c) o agente será punido com a pena do crime consumado, reduzida de 1/3 a 2/3.
d) não obstante a desistência ou o impedimento da produção do resultado, o agente responderá
pelo crime tal como se ele tivesse sido consumado.
e) se trata de hipótese de erro de tipo, que exclui a responsabilidade penal, salvo se inescusável.
COMENTÁRIOS
O agente, neste caso, estará praticando desistência voluntária ou arrependimento eficaz e, nesta
hipótese, responderá apenas pelos atos já praticados, nos termos do art. 15 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 182 - Apolo foi ameaçado de morte por
Hades, conhecido matador de aluguel. Tendo tido ciência, por fontes seguras, que Hades
o mataria naquela noite e, com o intuito de defender-se, Apolo saiu de casa com uma faca
no bolso de seu casaco. Naquela noite, ao encontrar Hades em uma rua vazia e escura e,
vendo que este colocava a mão no bolso, Apolo precipita-se e, objetivando impedir o
ataque que imaginava iminente, esfaqueia Hades, provocando-lhe as lesões corporais que
desejava. Todavia, após o ocorrido, o próprio Hades contou a Apolo que não ia matá-lo,
pois havia desistido de seu intento e, naquela noite, foi ao seu encontro justamente para
dar-lhe a notícia. Nesse sentido, é correto afirmar que
A) havia dolo na conduta de Apolo.
B) mesmo sendo o erro escusável, Apolo não é isento de pena.
C) Apolo não agiu em legítima defesa putativa.
D) mesmo sendo o erro inescusável, Apolo responde a título de dolo.
COMENTÁRIOS
Nesse caso Apolo agiu no que se chama de legítima defesa putativa, pois agiu acreditando estar
acobertando pela excludente de ilicitude da legítima defesa, o que não era o caso, estando, pois,
errada a letra C. No entanto, devemos analisar se o erro de Apolo é desculpável (invencível).
Como
Apolo já havia sido ameaçado de morte por Hades e Hades ainda fez menção a colocar a mão
no
bolso (denotando sacar uma arma), não se podia exigir de Apolo que pensasse o contrário,
motivo
pelo qual entendo que se trata de erro vencível (desculpável).
No caso de ser escusável o erro, Apolo estaria isento de pena, e caso inescusável, responderia a
título culposo, e não doloso, nos termos do art. 20, §1º do CP, motivo pelo qual as alternativas B
e D estão incorretas.
No entanto, mesmo tendo agido em legítima defesa e podendo ser punido a título culposo ou ser
isento de pena (a depender do tipo de erro), o certo é que a conduta de APOLO é DOLOSA, eis
que ele teve vontade de atirar contra Hades, com dolo de matar (animus necandi ).
Independentemente da circunstância de agir em legítima defesa putativa (o que influenciará nos
reflexos penais), a conduta é considerada dolosa, motivo pelo qual está correta a letra A.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 183 - José conversava com Antônio
em frente a um prédio. Durante a conversa, José percebe que João, do alto do edifício,
jogara um vaso mirando a cabeça de seu interlocutor. Assustado, e com o fim de evitar a
possível morte de Antônio, José o empurra com força. Antônio cai e, na queda, fratura o
braço. Do alto do prédio, João vê a cena e fica irritado ao perceber que, pela atuação
rápida de José, não conseguira acertar o vaso na cabeça de Antônio.
Com base no caso apresentado, segundo os estudos acerca da teoria da imputação objetiva,
assinale a afirmativa correta.
A) José praticou lesão corporal culposa.
B) José praticou lesão corporal dolosa.
C) O resultado não pode ser imputado a José, ainda que entre a lesão e sua conduta exista nexo
de causalidade.
D) O resultado pode ser imputado a José, que agiu com excesso e sem a observância de devido
cuidado.
COMENTÁRIOS
A questão retrata o exemplo mais clássico sobre a Teoria da Imputação Objetiva. Embora José
tenha empurrado João, e esta conduta tenha sido a causa das lesões sofridas por João em seu
braço, certo é que José não agiu com dolo de ferir João, tendo agido assim para evitar a
ocorrência de um evento ainda mais danoso para este, qual seja, a sua eventual morte em razão
do impacto que seria provocado pelo vaso jogado do alto do prédio por Antônio.
Assim, como José evitou a ocorrência de um resultado lesivo ainda maior, tendo sido movido
por
essa intenção, pela Teoria da Imputação Objetiva, não pode responder pelo delito de lesões
corporais.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 184 - No Direito Penal brasileiro, prevalece no
âmbito doutrinário e jurisprudencial a adoção da teoria tripartida do fato criminoso, ou seja,
crime é a conduta típica, ilícita e culpável. Nem toda conduta típica será ilícita, tendo em
vista que existem causas de exclusão da ilicitude.
As alternativas a seguir apresentam causas que excluem a ilicitude, de acordo com o Código
Penal, à exceção de uma. Assinale-a.
a) Legítima Defesa.
b) Obediência hierárquica.
c) Estrito cumprimento de dever legal.
d) Exercício regular de direito.
e) Estado de necessidade.
COMENTÁRIOS
As causas de exclusão da ilicitude estão previstas no art. 23 do CP:
Exclusão de ilicitude (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
I - em estado de necessidade; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - em legítima defesa;(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Vemos, portanto, que não se inclui entre as causas de exclusão da ilicitude a obediência
hierárquica, que é considerada causa de exclusão da CULPABILIDADE, na forma do art. 22 do
CP:
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a
a) a relação de contrariedade formal entre uma conduta típica e o ordenamento jurídico, tendo
como requisitos a imputabilidade, a potencial consciência da ilicitude e a inexigibilidade de
conduta diversa;
b) a relação de contrariedade formal e material entre uma conduta típica e o ordenamento
jurídico,
tendo como requisitos a imputabilidade, a potencial consciência da ilicitude e a inexigibilidade
de
conduta diversa;
c) a adequação formal e material entre uma conduta dolosa e/ou culposa frente a uma norma
legal
incriminadora, pressupondo-se ainda a sua prévia antijuridicidade;
d) o juízo de reprovabilidade que se exerce sobre uma determinada pessoa que pratica um fato
típico e antijurídico, tendo como requisitos a imputabilidade, a potencial consciência da ilicitude
e a exigibilidade de conduta diversa;
e) o juízo de reprovabilidade que se exerce sobre uma determinada pessoa que pratica um fato
típico e ilícito, tendo como requisitos a imputabilidade, a consciência plena da ilicitude e a
inexigibilidade de conduta diversa.
COMENTÁRIOS
O conceito doutrinário de culpabilidade pode ser melhor extraído do que dispõe a alternativa D,
ou seja, o “juízo de reprovabilidade que se exerce sobre uma determinada pessoa que pratica um
fato típico e antijurídico, tendo como requisitos a imputabilidade, a potencial consciência da
ilicitude e a exigibilidade de conduta diversa”.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 187 - Jorge pretende matar seu desafeto Marcos.
Para tanto, coloca uma bomba no jato particular que o levará para a cidade de Brasília.
Com 45 minutos de voo, a aeronave executiva explode no ar em decorrência da detonação
do artefato, vindo a falecer, além de Marcos, seu assessor Paulo e os dois pilotos que
conduziam a aeronave. Considerando que, ao eleger esse meio para realizar o seu intento,
Jorge sabia perfeitamente que as demais pessoas envolvidas também viriam a perder a
vida, o elemento subjetivo de sua atuação em relação à morte de Paulo e dos dois pilotos
é o:
a) dolo alternativo;
b) dolo eventual;
c) dolo geral ou erro sucessivo;
d) dolo normativo;
e) dolo direto de 2º grau ou de consequências necessárias.
COMENTÁRIOS
No caso concreto temos o que se chama de DOLO DIRETO DE SEGUNDO GRAU (ou de
consequências necessárias). Isto porque o agente, embora NÃO QUEIRA o resultado acessório
(no caso, a morte de Paulo e dos dois pilotos), ele aceita tal resultado como NECESSÁRIO para
que o resultado pretendido (a morte de Marcos) ocorra.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 188 - Carlos, imbuído de perniciosa lascívia
concupiscente em face de sua colega de trabalho, Joana, resolve estuprá-la após o fim do
expediente. Para tanto, fica escondido no corredor de saída do escritório e, quando a vítima
surge diante de si, desfere-lhe um violento soco no rosto, que a leva ao chão. Aproveitandose
da debilidade da moça, Carlos deita-se sobre a mesma, já se preparando para despi-la,
porém, antes da prática de qualquer ato libidinoso, repentinamente, imbuído de súbito
remorso por ver uma enorme quantidade de sangue jorrando do nariz de sua colega, faz
cessar sua intenção e a conduz ao departamento médico, para que receba o atendimento
adequado.
Em relação a sua conduta, Carlos:
a) responderá por estupro tentado, em virtude da ocorrência de tentativa imperfeita;
b) não responderá por estupro, em virtude da desistência voluntária;
c) não responderá por estupro, em virtude de arrependimento eficaz;
d) não responderá por estupro, em virtude de arrependimento posterior;
e) responderá por estupro consumado, pois atualmente a lei não exige a prática de conjunção
carnal para a configuração desse delito.
COMENTÁRIOS
Carlos, neste caso, não responderá por estupro. Carlos deu início à execução da conduta de
estupro, mas podendo continuar, não o fez, por ter se arrependido. Neste caso, ocorreu a
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA. Assim, o agente responderá, apenas, pelos atos já praticados
(no
caso, lesões corporais). Vejamos o que diz o CP sobre a desistência voluntária:
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou
impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 189 - Isadora, mãe da adolescente Larissa, de 12 anos
de idade, saiu um pouco mais cedo do trabalho e, ao chegar à sua casa, da janela da sala,
vê seu companheiro, Frederico, mantendo relações sexuais com sua filha no sofá. Chocada
com a cena, não teve qualquer reação. Não tendo sido vista por ambos, Isadora decidiu, a
partir de então, chegar à sua residência naquele mesmo horário e verificou que o fato se
repetia por semanas. Isadora tinha efetiva ciência dos abusos perpetrados por Frederico,
porém, muito apaixonada por ele, nada fez. Assim, Isadora, sabendo dos abusos cometidos
por seu companheiro contra sua filha, deixa de agir para impedi-los.
Nesse caso, é correto afirmar que o crime cometido por Isadora é
a) omissivo impróprio.
b) omissivo próprio.
c) comissivo.
d) omissivo por comissão.
COMENTÁRIOS
No caso em tela, Frederico está praticando o delito de estupro de vulnerável, previsto no art.
217-
A do CP. A mãe da vítima, Isadora, não está cometendo omissão de socorro, pois ela tem O
DEVER
LEGAL de evitar o resultado, já que a vítima é sua filha (tendo o dever de proteção, cuidado e
vigilância). Assim, Isadora responderá pelo mesmo delito praticado por Frederico (e que ela
deveria evitar), ou seja, estupro de vulnerável.
Tal imputação se dá por força da causalidade NORMATIVA imposta à conduta de Isadora (já
que
do ponto de vista “natural” ela não praticou qualquer ato relativo ao estupro).
Temos, aqui, o que se chama de crime COMISSIVO POR OMISSÃO, ou OMISSIVO
IMPRÓPRIO,
nos termos do art. 13, §2º do CP:
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável
a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o
resultado não teria ocorrido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Relevância da omissão (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir
para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:(Incluído pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; (Incluído pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (Incluído
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 191 - Diz-se crime tentado quando
a) ele não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente, após iniciada a execução.
GABARITO: Letra D
QUESTÃO 194 - Não há crime quando
o agente pratica o fato:
I. Em estado de necessidade.
II. Em estado de embriaguez culposa pelo álcool.
III. Em estrito cumprimento de dever legal.
IV. No exercício regular de direito.
V. Sob o efeito de emoção ou paixão.
Está correto o que se afirma APENAS em
A) I, II e III.
B) I, IV e V.
C) II, III e V.
D) II, IV e V.
E) I, III e IV.
COMENTÁRIOS
Dentre as alternativas apresentadas, apenas a letra D está correta. Vejamos o art. 23, I e III do
CP:
Exclusão de ilicitude (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
I - em estado de necessidade; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
(...)
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de
direito.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, vemos que apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas.
GABARITO: Letra E
QUESTÃO 195 - Legítima defesa
a) é meio de exclusão da ilicitude em face de qualquer injusta agressão, desde que os bens
jurídicos atacados sejam o patrimônio, a vida ou a integridade corporal.
b) é cabível ainda que o bem agredido esteja submetido a outra forma de especial proteção,
como
o proprietário que ameaça o inquilino para que preserve o imóvel.
c) se legitima como forma de exclusão da antijuridicidade diante de agressão injusta, entendida
como aquela realizada mediante comportamento do agressor que implique em crime doloso.
d) quando praticada em excesso, após cessada a agressão, implica em punição na modalidade
culposa.
e) exclui a antijuridicidade da conduta quando repele agressão injusta que esteja ocorrendo ou
em vias de ocorrer, desde que a ação defensiva seja moderada e utilize os meios necessários.
COMENTÁRIOS
A legítima defesa está regulamentada no art. 25 do CP. Vejamos:
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios
necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de
outrem.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Vemos, assim, que a alternativa E está correta.
Vamos às erradas:
a) ERRADA: Não é necessário que os bens jurídicos sejam estes (outros bens jurídicos também
pode ser protegidos por meio da legítima defesa).
b) ERRADA: Item errado, pois neste caso não há reação moderada e proporcional a uma
agressão
injusta atual ou iminente.
c) ERRADA: Item errado, pois a agressão injusta que está ocorrendo ou em vias de ocorrer
pode,
sequer, configurar fato típico (exemplo: José pega, à força, a bicicleta de Pedro, com intenção
de
apenas usar. Pedro, para repelir esta injusta agressão ao direito de propriedade, dá um soco em
José e vai embora com sua bicicleta. Neste caso, a agressão injusta perpetrada por José não
configura fato típico, pois é o chamado “furto de uso”. Todavia, é uma agressão injusta pois esta
violação ao direito de propriedade não está amparada pela Lei).
d) ERRADA: Não necessariamente. O excesso pode ser DOLOSO ou CULPOSO, a depender
das
circunstâncias, na forma do art. 23, § único do CP.
GABARITO: Letra E
QUESTÃO 196 - À luz do que dispõe o Ordenamento Penal brasileiro,
a) o agente que desiste de forma voluntária de prosseguir na execução do crime, ou impede que
o resultado se produza, terá sua pena reduzida de um a dois terços.
b) o arrependimento posterior, nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa,
deve ocorrer até o oferecimento da denúncia ou da queixa.
c) não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua
consumação.
d) crime impossível é aquele em que o agente, embora tenha praticado todos os atos executórios
à sua disposição, não consegue consumar o crime por circunstâncias alheias à sua vontade.
e) diz-se crime culposo, quando o agente assumiu o risco de produzi-lo.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errado, pois neste caso teremos desistência voluntária ou arrependimento
eficaz,
a depender do caso, e o agente responderá apenas pelos atos efetivamente já praticados,
desprezando-se seu intento inicial, na forma do art. 15 do CP.
b) ERRADA: Item errado, pois o arrependimento posterior, na forma do art. 16, deve ocorrer
até
o RECEBIMENTO da denúncia ou da queixa.
c) CORRETA: Item correto, pois neste caso teremos crime impossível, na forma do art. 17 do
CP,
não havendo crime. Há crime impossível pois a preparação do flagrante é uma grande
encenação,
não havendo possibilidade de o crime, de fato, vir a ocorrer. Há, inclusive, súmula do STF nesse
sentido (súmula 145 do STF).
d) ERRADA: Item errado, pois esta é a definição de tentativa perfeita ou acabada. No crime
impossível o agente JAMAIS conseguiria alcançar o resultado, dada a absoluta impropriedade
do
objeto ou absoluta ineficácia do meio, na forma do art. 17 do CP.
e) ERRADA: Item errado, pois aí teríamos um crime doloso por dolo eventual, na forma do art.
18, I do CP.
GABARITO: Letra C
QUESTÃO 197 - De
acordo com o que estabelece o Código Penal,
a) não há crime quando o agente pratica o fato no exercício regular de direito.
b) entende-se em legítima defesa quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não
provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar.
c) é possível a invocação do estado de necessidade mesmo para aquele que tinha o dever legal
de enfrentar o perigo.
d) é plenamente possível a compensação de culpas quando ambos os agentes agiram com
imprudência, negligência ou imperícia na prática do ilícito.
e) considera-se praticado o crime no momento do resultado, ainda que outro seja o momento da
ação ou omissão.
COMENTÁRIOS
a) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão do art. 23, III do CP, que traz as
excludentes
de ilicitude do estrtito cumprimento do dever legal e do exercício regular de direito.
b) ERRADA: Item errado, pois neste caso teremos estado de necessidade, conforme art. 24 do
CP.
c) ERRADA: Item errado, pois quem tem o dever legal de enfrentar o perigo não pode invocar o
estado de necessidade, conforme art. 24, §1º do CP.
d) ERRADA: Item errado, pois não há compensação de culpas no direito penal brasileiro (ex.:
José
e Pedro, ambos dirigindo de forma imprudente, provocam um acidente, um gerando lesão
corporal culposa no outro. Ambos responderão pelo crime de lesão corporal culposa na direção
de veículo automotor, não havendo “compensação das culpas”).
e) ERRADA: Item errado, pois considera-se praticado o crime no momento da CONDUTA,
ainda
que outro seja o momento do resultado (art. 4º do CP).
GABARITO: Letra A
QUESTÃO 198 - Arquimedes dirigia seu caminhão à noite,
por uma estrada de serra, com muitas curvas, péssima sinalização e sob forte chuva. Ele
estava sonolento e apenas aguardava o próximo posto de combustíveis para estacionar e
dormir. Motorista experiente que era, observava as regras de tráfego no local, imprimindo
ao veículo a velocidade permitida no trecho.
Entretanto, a 50 Km do posto de combustíveis mais próximo, após uma curva, Arquimedes
assustou-se com um vulto que de súbito adentrou a via, imediatamente acionando os freios, sem,
contudo, evitar o choque.
Inicialmente, pensou tratar-se de um animal, mas quando desembarcou do veículo, pôde
constatar
que se tratava de um homem. Desesperado ao vê-lo perdendo muito sangue, Arquimedes logo
acionou o serviço de socorro e emergências médicas, que chegou rapidamente ao local,
constatando o óbito do homem em cujo bolso foi encontrado um bilhete de despedida. Era um
suicida.
Da leitura do enunciado, pode-se afirmar que:
a) arquimedes não praticou crime, tendo em vista a incidência na hipótese da inexigibilidade de
conduta diversa − excludente de culpabilidade.
b) a arquimedes deve ser imputada a prática de homicídio culposo na direção de veículo
automotor, em razão de sua conduta negligente.
c) a conduta de arquimedes não reúne os elementos necessários à configuração do fato como
crime.
d) arquimedes não praticou crime, uma vez que agiu em exercício regular de direito −
excludente
de ilicitude.
e) a arquimedes deve ser imputada a prática de homicídio doloso (dolo eventual), tendo em vista
que, ao dirigir à noite, sonolento e sob chuva intensa, assumiu o risco de matar alguém.
COMENTÁRIOS
Neste caso, Arquimedes não praticou crime algum, pois sua conduta não foi dolosa, tampouco
culposa. Assim, sua conduta não reúne os elementos necessários à configuração do fato como
crime. Vale lembrar que a questão é CLARA ao dizer que a vítima se jogou na frente do
veículo,
não tendo como Arquimedes frear a tempo. Frise-se, ainda, que Arquimedes “observava as
regras
de tráfego no local, imprimindo ao veículo a velocidade permitida no trecho”.
GABARITO: Letra C
QUESTÃO 199 - Édipo, irritado com as constantes festas que
seu vizinho Laio promove à noite, atrapalhando seu descanso, resolve procurá-lo a fim de
resolver definitivamente a situação. Para tanto, arma-se de uma espingarda e se dirige à
casa de Laio, vindo a encontrá-lo distraído. Ato contínuo, aponta a arma em sua direção a
fim de efetuar um disparo contra sua cabeça. Contudo, Jocasta, que, por coincidência,
havia acabado de chegar ao local, surpreende e consegue impedir Édipo de seu intento,
retirando-lhe a arma de sua mão, evitando, assim, o disparo fatal. A conduta de Édipo, para
o Direito Penal, pode ser enquadrada no ordenamento jurídico como
a) arrependimento posterior.
b) desistência voluntária.
c) crime tentado.
d) circunstância atenuante.
e) arrependimento eficaz.
COMENTÁRIOS
Neste caso, podemos considerar ter havido o início da execução dada a análise do plano do
agente, de forma que o resultado só não ocorreu por circunstâncias alheias à vontade do agente,
caracterizando-se, portanto, a figura da tentativa, na forma do art. 14, II do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 200 - Considere:
I. Não provocação voluntária do perigo.
II. Exigibilidade de sacrifício do bem salvo.
III. Inexistência do dever legal de enfrentar o perigo.
IV. Conhecimento da situação justificante.
V. Agressão atual ou pretérita.
São requisitos do estado de necessidade o que se afirma APENAS em
a) I, III e IV.
b) II, III e IV.
c) I, II e V.
d) II, IV e V.
e) I, III e V.
COMENTÁRIOS
O estado de necessidade está disciplinado no art. 24 do CP: Art. 24 - Considera-se em estado de
necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade,
nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias,
não era razoável exigir-se. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de
enfrentar o perigo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Como se vê, portanto, é necessário que o agente não tenha provocado voluntariamente o perigo,
bem como inexista o dever legal de enfrentar o perigo. Por fim, é necessário, de acordo com a
Doutrina, que o agente saiba que está agindo em situação de estado de necessidade.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 201 - NÃO há crime quando o agente pratica o
fato típico descrito na lei penal
a) mediante coação irresistível ou em estrita obediência a ordem de superior hierárquico.
b) por culpa, dolo eventual, erro sobre os elementos do tipo e excesso justificado.
c) somente em estado de necessidade e legítima defesa.
d) mediante erro sobre a pessoal contra a qual o crime é praticado, em concurso de pessoas
culposo e nos casos de excesso doloso.
e) em estado de necessidade, legítima defesa, em estrito cumprimento do dever legal e no
exercício regular de direito.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errado, pois neste caso não há causa de exclusão da ilicitude ou do fato
típico.
Há, neste caso, causa de exclusão da culpabilidade, que não é chamada pelo CP de “causa de
exclusão do crime”.
b) ERRADA: Item errado, pois no caso de crime praticado por dolo, culpa ou excesso culposo o
agente responde pelo crime praticado.
c) ERRADA: Item errado, pois além destas duas hipóteses, o CP prevê ainda que não haverá
crime
quando o fato for praticado em estrito cumprimento do dever legal e no exercício regular de
direito, na forma do art. 23 do CP.
d) ERRADA: Item errado, pois estas não são causas de exclusão do crime.
e) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão contida no art. 23 do CP:
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
grau) ou pela assunção do risco de sua ocorrência, sem que o agente se importe com o resultado
(dolo eventual), consagrando as teorias da vontade e do assentimento, respectivamente, nos
termos do art. 18 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 206 - O Código Penal adota no seu art. 13 a teoria
conditio sine qua non (condição sem a qual não). Por ela,
a) imputa-se o resultado a quem também não deu causa.
b) a causa dispensa a adequação para o resultado.
c) a ação e a omissão são desconsideradas para o resultado.
d) tudo que contribui para o resultado é causa, não se distinguindo entre causa e condição ou
concausa.
e) a omissão é penalmente irrelevante.
COMENTÁRIOS
A teoria da equivalência dos antecedentes, ou conditio sine qua non, prega que se considera
causa
a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido, na forma do art. 13 do CP. Essa
Teoria não discute o fenômeno das “concausas”, o que é explicado pela teoria da causalidade
adequada, prevista no §1º do art. 13 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 207 - São elementos da tentativa:
a) início de execução do tipo penal; falta de consumação por circunstâncias alheias à vontade do
agente; dolo e culpa.
b) início de execução do tipo penal; falta de consumação por circunstâncias alheias à vontade do
agente; dolo.
c) início de execução do tipo penal; falta de consumação por circunstâncias alheias à vontade do
agente; culpa consciente.
d) atos preparatórios; Início de execução do tipo penal; falta de consumação por circunstâncias
alheias à vontade do agente; dolo e culpa.
e) atos preparatórios; Início de execução do tipo penal; falta de consumação por circunstâncias
alheias à vontade do agente; dolo.
COMENTÁRIOS
A tentativa ocorre quando, uma vez “iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias
alheias à vontade do agente”, nos termos do art. 14, II do CP.
Isto posto, são elementos da tentativa o início de execução do tipo penal, a falta de consumação
por circunstâncias alheias à vontade do agente e o dolo.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 208 - Os crimes omissivos impróprios ou comissivos por omissão são
aqueles
a) cuja consumação se protrai no tempo, enquanto perdurar a conduta.
b) em que a relação de causalidade é normativa.
c) praticados mediante o “não fazer” o que a lei manda, sem dependência de qualquer resultado
naturalístico.
d) que se consumam antecipadamente, sem dependência de ocorrer ou não o resultado desejado
pelo agente.
e) que o agente deixa de fazer o que estava obrigado, ainda que sem a produção de qualquer
resultado.
COMENTÁRIOS
Os crimes omissivos impróprios, também chamados de crimes “comissivos por omissão”, são
aqueles em que o agente o agente tem a obrigação legal de agir para evitar o resultado, de
maneira que, se não o faz e o resultado ocorre, o agente responde pelo resultado ocorrido
(diferentemente dos crimes omissivos puros, em que o agente responde apenas pela omissão,
independentemente do resultado). Trata-se, aqui, de uma relação de causalidade normativa entre
a conduta (o não agir) e o resultado. Não há causalidade física, eis que “do nada, nada surge”. O
agente não deu “causa” (fisicamente falando) ao resultado, mas como devia e podia evitá-lo,
responde por ele.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 209 - Decididamente disposto a matar Tício, por
erro de pontaria o astuto Caio acerta-lhe de leve raspão um disparo no braço. Porém,
assustado com o estrondo do estampido, e temendo acordar a vizinhança que o poderia
prender, ao invés de descarregar a munição restante, Caio estrategicamente decide
socorrer o cândido Tício que, levado ao hospital pelo próprio algoz, acaba logo liberado
com curativo mínimo. Caio primeiramente diz, em sua autodefesa, que o tiro ocorrera por
acidente, chegando ardilosamente a indenizar de pronto todos os prejuízos materiais e
morais de Tício com o fato, mas sua trama acaba definitivamente desvendada pela límpida
investigação policial que se segue. Com esses dados já indiscutíveis, mais precisamente
pode-se classificar os fatos como
a) tentativa de homicídio.
b) desistência voluntária.
c) arrependimento eficaz.
d) arrependimento posterior.
e) aberratio ictus.
COMENTÁRIOS
Trata-se de questão polêmica. A Banca considerou como resposta correta a letra B, ou seja,
desistência voluntária. De fato, é possível considerar ter havido desistência voluntária, eis que o
d) Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver causado,
exceto culposamente.
e) Não se pune a tentativa quando, por absoluta impropriedade do meio ou por ineficácia
absoluta
do objeto, é impossível consumar-se o crime.
COMENTÁRIOS
a) CORRETA: Item correto, pois esta é a figura do arrependimento posterior, previsto no art. 16
do CP.
b) ERRADA: O agente, neste caso, apesar de beneficiado pela desistência voluntária ou pelo
arrependimento eficaz, nos termos do art. 15 do CP, responde pelos atos JÁ PRATICADOS.
c) ERRADA: Item errado, pois neste caso teremos um crime CONSUMADO, nos termos do art.
14,
I do CP.
d) ERRADA: Item errado, pois, “pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o
agente que o houver causado ao menos culposamente”, nos termos do art. 19 do CP, ou seja, o
agente responderá caso tenha dado causa ao resultado agravador PELO MENOS a título de
culpa
(e, claro, também responderá se o resultado agravador deriva de DOLO).
e) ERRADA: Item errado, pois a absoluta impropriedade deve ser do OBJETO, e a ineficácia
absoluta deve ser do MEIO EMPREGADO (a alternativa inverte as situações), nos termos do
art.
17 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 213 - Aprovada em Sessão Plenária de 15
de dezembro de 1976, a Súmula 554 do Supremo Tribunal Federal enuncia que “O
pagamento de cheque emitido sem suficiente previsão de fundos, após o recebimento da
denúncia, não obsta o prosseguimento da ação penal”. Com o advento da reforma da Parte
Geral do Código Penal pela Lei no 7.209/1984, o sentido normativo dessa súmula passou
a ser, no entanto, tensionado por importantes segmentos da doutrina brasileira,
notadamente à luz do instituto denominado
a) insignificância penal.
b) desistência voluntária.
c) arrependimento eficaz.
d) arrependimento posterior.
e) crime impossível.
COMENTÁRIOS
Quando da edição da súmula, vigorava a redação original do CP, que não previa a diminuição
de
pena em razão do arrependimento posterior (reparação do dano ou restituição da coisa antes do
recebimento da denúncia, nos crimes sem violência ou grave ameaça). Assim, o STF criou uma
hipótese de extinção da punibilidade em razão da reparação do dano no crime de estelionato
pela
emissão de cheque sem fundos. Ou seja, se o agente pagasse a quantia, ficaria extinta a
punibilidade. Todavia, com a reforma de 1984, e a criação do instituto do arrependimento
posterior, a Doutrina questionou a validade dessa súmula, ao argumento de que, atualmente, a
Renan Araujo
reparação do dano (antes do recebimento da denúncia), neste caso, não pode mais extinguir a
punibilidade, eis que há norma legal explicitando que será mera causa de diminuição de pena
(arrependimento posterior).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 214 - Segundo sua classificação doutrinária
dominante, o chamado ofendículo pode mais precisamente caracterizar situação de
exclusão de
a) antijuridicidade.
b) tipicidade.
c) periculosidade.
d) culpabilidade.
e) punibilidade.
COMENTÁRIOS
O ofendículo (também chamado de “ofendículas”) são mecanismos de defesa preordenada
(cacos
de vidro nos muros, cerca elétrica, etc.). Nesse caso, a Doutrina os considera como hipóteses de
exclusão da ilicitude (ou exclusão da antijuridicidade).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 215 - Em direito penal:
I. Reconhecida a tentativa, a pena há de ser diminuída na proporção inversa do iter criminis
percorrido pelo agente.
II. A causalidade, nos crimes comissivos por omissão, não é fática, mas jurídica, consistente em
não
haver atuado o omitente, como devia e podia, para impedir o resultado.
III. O crime culposo comissivo por omissão pressupõe a violação por parte do omitente do
dever
de agir para impedir o resultado.
IV. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, exclui a punibilidade e se confunde com o
desconhecimento da lei.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I, II e III.
b) I, II e IV.
c) II, III e IV.
d) III e IV.
e) I e III.
COMENTÁRIOS
I – CORRETA: Item correto, pois a tentativa, uma vez reconhecida, gera diminuição de pena. A
diminuição variará de acordo com a proximidade de alcance do resultado. Se a conduta esteve
próxima do resultado, a diminuição será próxima do mínimo possível. Caso a conduta tenha
estado
distante da consumação, a diminuição se aproximará do máximo possível.
II – CORRETA: Os crimes omissivos impróprios, também chamados de crimes “comissivos por
omissão”, são aqueles em que o agente o agente tem a obrigação legal de agir para evitar o
resultado, de maneira que, se não o faz e o resultado ocorre, o agente responde pelo resultado
ocorrido (diferentemente dos crimes omissivos puros, em que o agente responde apenas pela
omissão, independentemente do resultado). Trata-se, aqui, de uma relação de causalidade
normativa entre a conduta (o não agir) e o resultado. Não há causalidade física, eis que “do
nada,
nada surge”. O agente não deu “causa” (fisicamente falando) ao resultado, mas como devia e
podia evitá-lo, responde por ele.
III – CORRETA: Item correto, pois o agente, neste caso, responderá pelo resultado a título de
culpa quando, por inobservância do seu dever de cuidado, deixar de agir para evitar o resultado,
quando devia e podia.
IV – ERRADA: Item errado, pois o desconhecimento da lei ninguém pode alegar. Todavia, o
erro
sobre a ilicitude do fato, se inevitável, afasta a CULPABILIDADE, não a punibilidade, nos
termos
do art. 21 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 216 - É causa de exclusão da tipicidade,
a) a insignificância do fato ou a sua adequação social, segundo corrente doutrinária e
jurisprudencial.
b) o erro inevitável sobre a ilicitude do fato.
c) a coação moral irresistível.
culpabilidade.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 222 - A adequação perfeita entre
o fato natural, concreto, e a descrição abstrata contida na lei denomina-se
a) culpabilidade.
b) tipicidade.
c) antijuridicidade.
d) relação de causalidade.
e) consunção.
COMENTÁRIOS
Quando um fato ocorrido se amoldo perfeitamente a uma descrição prevista no tipo penal,
temos
o que se chama de “adequação típica”, ou juízo positivo de tipicidade.
Assim, a adequação do fato ao tipo penal gera a tipicidade (formal).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 223 - Considere:
I. Cícerus aceitou desafio para lutar.
II. Marcus atingiu o agressor após uma agressão finda.
III. Lícius reagiu a uma agressão iminente.
Presentes os demais requisitos legais, a excludente da legítima defesa pode ser reconhecida em
favor de
a) Lícius, apenas.
b) Cícerus e Marcus.
c) Cícerus e Lícius.
d) Marcus e Lícius.
e) Cícerus, apenas
COMENTÁRIOS
I – ERRADA: Cícerus não pode se valer da legítima defesa, pois a agressão de seu oponente
não
será injusta, posto que ambos concordaram em participar da luta.
II – ERRADA: Neste caso, como a agressão já havia cessado, Marcus não agiu em legítima
defesa,
tendo ocorrido vingança.
III – CORRETA: Se Lícius reagiu a uma agressão iminente (prestes a ocorrer), estará amparado
pela
legítima defesa (desde que presentes os demais requisitos, conforme apontado pela questão).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
a) I, II e IV.
b) III e IV.
c) I e III.
d) I e II.
e) II, III e IV.
COMENTÁRIOS
Essa questão se resolve facilmente da seguinte forma: As concausas ABSOLUTAMENTE
independentes (I e II) NUNCA geram a imputação do resultado ao agente (a conduta do agente
não é causa, pois pode ser suprimida mentalmente sem afetar o resultado).
As concausas RELATIVAMENTE independentes, preexistentes ou concomitantes, não
excluem a
imputação do resultado ao agente, pois há uma soma de “esforços” entre a concausa e a conduta
do agente (a conduta do agente é causa, pois NÃO pode ser suprimida mentalmente sem afetar
o resultado).
Em relação às concausas SUPERVENIENTES RELATIVAMENTE independentes, devemos
dividi-las
em:
a) Produziram, por si só, o resultado.
b) Agregaram-se ao nexo causal iniciado pela conduta do agente, contribuindo para a produção
do resultado.
No primeiro caso o agente NÃO responde pelo resultado, mas apenas pelos atos que praticou.
No segundo o caso o agente responde pelo resultado, pois a concausa superveniente, a despeito
de estar ligada à conduta inicial do agente, criou um novo nexo de causalidade, vindo a produzir
o resultado sem se inserir na cadeia causal da conduta do agente.
Assim, podemos verificar que somente na afirmativa III o agente responderá pelo resultado, por
se tratar de concausa superveniente, relativamente independente que SE AGREGOU à conduta
do agente para, conjuntamente, produzirem o resultado.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 226 - A respeito do dolo e da
culpa, é correto afirmar que
a) na culpa consciente o agente prevê o resultado e admite a sua ocorrência como consequência
provável da sua conduta.
b) no dolo eventual o agente prevê a ocorrência do resultado, mas espera sinceramente que ele
não aconteça.
c) a imprudência é a ausência de precaução, a falta de adoção das cautelas exigíveis por parte do
agente.
d) a imperícia é a prática de conduta arriscada ou perigosa, aferida pelo comportamento do
homem médio.
e) é previsível o fato cujo possível superveniência não escapa à perspicácia comum.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: Na culpa consciente, apesar de prever o resultado, o agente acredita que ele não
vá
acontecer.
B) ERRADA: Esta é a definição de culpa consciente. No dolo eventual o agente prevê o
resultado
como provável, mas sem se importar com sua eventual ocorrência.
C) ERRADA: Item errado, pois esta é a definição da NEGLIGÊNCIA.
D) ERRADA: A definição corresponde à IMPRUDÊNCIA. A imperícia é a prática de uma
conduta
por quem não tem os atributos exigidos para tal.
E) CORRETA: De fato, a doutrina entende que a previsibilidade objetiva deve ser aferida com
base
num juízo mediano de inteligência, ou seja, será previsível o fato que pudesse ser antevisto por
uma pessoa de inteligência mediana, inerente à maioria das pessoas.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 227 - Os crimes que resultam do não fazer o que a lei
manda, sem dependência de qualquer resultado naturalístico, são chamados de
A) comissivos por omissão.
B) formais.
C) omissivos próprios.
D) comissivos.
E) omissivos impróprios.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: Os crimes comissivos por omissão resultam de um “não fazer” o que a lei manda,
mas dependem de um resultado naturalístico.
B) ERRADA: Os crimes formais, de fato, independem da existência do resultado naturalístico,
mas
não necessariamente são omissivos.
C) CORRETA: Os crimes omissivos próprios são os únicos que reúnem ambas as
características,
pois decorrem de um “não fazer” o que a lei manda, e são formais, ou seja, independem de um
resultado naturalístico.
D) ERRADA: Os crimes comissivos não decorrem de “um não fazer”, mas de um ”fazer”.
Portanto,
instituto
(A) do arrependimento eficaz.
(B) da desistência voluntária.
(C) do arrependimento posterior.
(D) do crime impossível.
(E) da tentativa.
COMENTÁRIOS
Nessas circunstâncias há crime IMPOSSÍVEL (tentativa inidônea), conforme art. 17 do CPP:
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por
absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 233 - Aquele que pratica o fato para salvar de perigo
atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio
ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se,
(A) não comete crime, pois age amparado pelo estrito cumprimento do dever legal.
(B) não comete crime, pois age amparado pelo estado de necessidade.
(C) comete crime, embora esteja amparado por causa excludente de culpabilidade.
(D) não comete crime, pois age amparado pela legítima defesa.
(E) comete crime, embora esteja amparado por causa excludente de punibilidade.
COMENTÁRIOS
O agente, neste caso, atua em estado de necessidade, que é causa excludente de ilicitude,
conforme art. 24 do CP:
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar
de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo
evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável
exigir-se. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 234 - ) A respeito dos artigos 13 ao 25 do Código Penal, é
correto afirmar que
(A) a redução da pena em virtude do arrependimento posterior aplica-se a todos os crimes,
excepcionados apenas os cometidos com violência.
(B) o erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena, considerandose,
no entanto, as condições ou qualidades da pessoa contra quem o agente queria praticar o
crime e não as da vítima.
(C) o agente que, por circunstâncias alheias à própria vontade, não prossegue na execução do
crime, só responderá pelos atos já praticados.
(D) o dever de agir para evitar o resultado incumbe a quem tenha, por lei ou convenção social,
obrigação de cuidado, proteção e vigilância.
(E) são excludentes da ilicitude o estado de necessidade e a legítima defesa, não sendo punível o
excesso, se praticado por culpa.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errado, pois o arrependimento posterior não se aplica aos crimes cometidos
com
violência ou grave ameaça à pessoa, conforme art. 16 do CP.
b) CORRETA: Item correto, pois aplica-se a teoria da equivalência, ou seja, são consideradas as
condições da vítima visada, e não as da vítima efetivamente atingida, art. 20, §3º do CP.
c) ERRADA: Item errado, pois neste caso temos tentativa, conforme art. 14, II do CP.
d) ERRADA: Item errado, pois o dever de agir para evitar o resultado incumbe a quem tenha,
por
lei, obrigação de cuidado, proteção e vigilância, na forma do art. 13, §2º, “a” do CP (não há que
se falar em dever originado de convenção social).
e) ERRADA: Item errado, pois o excesso será punível, seja ele doloso ou culposo, na forma do
art.
23, § único do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 235 - Dentro do tema do crime consumado e tentado, é
correto afirmar que
(A) os crimes unissubsistentes admitem tentativa.
(B) os crimes omissivos impróprios consumam-se com a ação ou omissão prevista e punida na
norma penal incriminadora.
(C) só haverá consumação do crime quando ocorre resultado naturalístico ou material.
(D) há tentativa cruenta quando o objeto material não é atingido, ou seja, o bem jurídico não é
lesionado.
(E) não admitem tentativa os crimes de atentado ou de empreendimento.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errado, pois nos crimes unissubsistentes não é possível fracionar o iter
criminis,
de forma que ou o agente dá início à execução e o crime já está consumado ou o agente sequer
inicia a execução e temos um indiferente penal. Não há, portanto, possibilidade de tentativa.
b) ERRADA: Item errado, pois nos crimes omissivos impróprios a consumação se dá quando
ocorre
o resultado danoso que o agente deveria evitar.
c) ERRADA: Item errado, pois tal exigência só se dá nos crimes materiais. Nos crimes formais
a
ocorrência do resultado naturalístico é dispensável para a consumação. Nos crimes de mera
conduta sequer o tipo penal prevê resultado naturalístico.
d) ERRADA: Item errado, pois neste caso temos tentativa incruenta, ou branca. Na tentativa
cruenta (ou vermelha) o objeto material é atingido.
e) CORRETA: Item correto, pois nestes crimes o simples fato de dar início à execução já
consuma
o delito, de forma que não há como ocorrer o fenômeno da tentativa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 236 - O Código Penal, no art. 23, elenca as causas
gerais ou genéricas de exclusão da ilicitude. Sobre tais excludentes, assinale a alternativa
correta.
(A) Morador não aceita que funcionário público, cumprindo ordem de juiz competente, adentre
em sua residência para realizar busca e apreensão. Se o funcionário autorizar o arrombamento
da
porta e a entrada forçada, responderá pelo crime de violação de domicílio.
(B) O estrito cumprimento do dever legal é perfeitamente compatível com os crimes dolosos e
culposos.
(C) Para a configuração do estado de necessidade, o bem jurídico deve ser exposto a perigo
atual
ou iminente, não provocado voluntariamente pelo agente.
(D) O reconhecimento da legítima defesa pressupõe que seja demonstrado que o agente agiu
contra agressão injusta atual ou iminente nos limites necessários para fazer cessar tal agressão.
(E) Deve responder pelo crime de constrangimento ilegal aquele que não sendo autoridade
policial prender agente em flagrante delito.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errado, pois o funcionário não responderá por tal delito, por estar agindo no
estrito cumprimento do dever legal, na forma do art. 23, III do CP.
b) ERRADA: Item errado, pois a princípio o estrito cumprimento do dever legal só é cabível
nos
crimes dolosos.
c) ERRADA: Item errado, pois o perigo, no estado de necessidade, deve ser ATUAL, conforme
art.
24 do CP.
d) CORRETA: Item correto, pois este é um pressuposto da legítima defesa, na forma do art. 25
do
CP:
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios
necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
e) ERRADA: Item errado, pois qualquer pessoa pode prender quem esteja em flagrante delito
(art.
301 do CPP), motivo pelo qual tal conduta não configura crime, estando o agente no exercício
regular de direito.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 237 - De acordo com o
Código Penal Brasileiro, nos crimes sem violência ou grave ameaça à pessoa, o
arrependimento posterior isenta de pena o autor do crime, desde que reparado o dano até
o recebimento da denúncia ou queixa.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois no caso de arrependimento posterior isso não isentará o agente de pena. O
agente, neste caso, terá sua pena diminuída de um a dois terços, nos termos do art. 16 do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
QUESTÃO 238 - De acordo com o
Código Penal Brasileiro, responde penalmente, a título de omissão, aquele que deixa de
agir para evitar o resultado quando, por lei ou convenção social, tenha obrigação de
cuidado, proteção ou vigilância.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois responde penalmente pela omissão aquele que deixa de agir, quando podia e
devia agir para evitar o resultado. Vejamos:
Art. 13 (...) § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e
podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:(Incluído pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; (Incluído pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (Incluído
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Como se vê, o agente não responde penalmente pela omissão quando tinha, por CONVENÇÃO
SOCIAL, o dever de proteção, cuidado e vigilância, mas apenas quando tinha tal dever por
obrigação legal ou quando de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado
ou,
ainda, quando criou o risco da ocorrência do resultado, com seu comportamento anterior.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
QUESTÃO 239 - De acordo com o
Código Penal Brasileiro, o crime é tentado quando, iniciada a execução, o agente impede
a realização do resultado.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois considera-se o crime tentado quando, uma vez iniciada a execução, não se
consuma o delito por circunstâncias alheias à vontade do agente, nos termos do art. 14, II do CP.
Quando o próprio agente impede a ocorrência do resultado poderemos ter desistência voluntária
ou arrependimento eficaz, a depender do caso, na forma do art. 15 do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
QUESTÃO 240 -Com relação à consumação e tentativa do crime,
nos termos previstos no Código Penal, é correto afirmar que
(A) salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime
consumado, diminuída de um a dois terços.
(B) diz-se o crime consumado, quando nele se reúnem dois terços dos elementos de sua
definição
legal.
(C) diz-se o crime consumado, quando nele se reúnem a maioria dos elementos de sua definição
legal.
(D) diz-se o crime tentado quando não se exaure por circunstâncias alheias à vontade do agente.
(E) diz-se o crime tentado quando, iniciada a cogitação, não se consuma por circunstâncias
alheias
à vontade do agente.
COMENTÁRIOS
Diz-se o crime consumado quando nele se reúnem a TODOS os elementos de sua definição
legal,
nos termos do art. 14, I do CP. Diz-se o crime como “tentado” quando, uma vez iniciada a
execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente, nos termos do art. 14,
II do CP.
A tentativa, salvo disposição em contrário, é punida com a pena correspondente ao crime
consumado, diminuída de um a dois terços, nos termos do art. 14, § único do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 241 - Segundo o previsto no Código Penal, incorrerá na excludente de ilicitude
denominada estado de necessidade aquele que
(A) pratica o fato usando moderadamente dos meios necessários, para repelir injusta agressão,
atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
(B) atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando não lhe era possível, nas
circunstâncias, ter ou atingir essa consciência.
(C) tendo o dever legal de enfrentar o perigo, pratica o fato para salvar de perigo atual, que não
provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo
sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável se exigir.
(D) pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de
outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, era razoável
exigirse.
(E) pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de
outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável
exigir-se.
COMENTÁRIOS
Atua em estado de necessidade aquele que pratica o fato definido como crime para salvar de
perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio
ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se, nos termos do art. 24 do
CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 242 - O indivíduo “B”, com intenção de matar a pessoa
“D”, efetua dez disparos de arma de fogo em direção a um veículo que se encontra
estacionado na via pública por imaginar que dentro desse veículo encontrava-se a pessoa
“D”, contudo, não havia nenhuma pessoa no interior do veículo. Com relação à conduta
praticada por “B”, é correto afirmar que
(A) o indivíduo “B” poderá ser punido pelo crime de homicídio tentado, em virtude da
interpretação extensiva do crime de homicídio em vista de sua intenção.
(B) o indivíduo “B” poderá ser punido pelo crime de homicídio consumado, em virtude da
interpretação extensiva do crime de homicídio.
(C) o indivíduo “B” não poderá ser punido pelo crime de homicídio.
(D) o indivíduo “B” poderá ser punido pelo crime de homicídio tentado, por analogia ao crime
de
homicídio em vista de sua intenção.
(E) o indivíduo “B” poderá ser punido pelo crime de homicídio consumado, por analogia ao
crime
de homicídio em vista de sua intenção.
COMENTÁRIOS
No caso temos uma hipótese de crime impossível, pela absoluta impropriedade do objeto, de
forma que o agente não poderá ser punido pelo crime de homicídio, nos termos do art. 17 do
CP.
COMENTÁRIOS
Estes crimes (que são raros) são chamados de “crimes de atentado” ou “crimes de
empreendimento”. Nestes crimes o tipo penal já prevê a tentativa como sendo delito
consumado,
de forma que não se aplica o art. 14, II e seu § único do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 247 - Quando a descrição legal do tipo penal contém o dissenso,
expresso ou implícito, como elemento específico, o consentimento do ofendido funciona
como causa de exclusão da
a) antijuridicidade formal
b) tipicidade.
c) antijuridicidade material.
d) punibilidade do fato.
COMENTÁRIOS
Existem crimes cujo tipo penal prevê, expressa ou implicitamente, a necessidade de que a
conduta
seja praticada “sem autorização” ou “contra a vontade”, etc. Nestes crimes, se a conduta é
praticada “com autorização” ou “de acordo com a vontade”, ou seja, com o “consentimento do
ofendido”, não há crime, pois há exclusão da tipicidade, já que a ausência do consentimento do
ofendido é um elemento normativo do tipo penal.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 248 - Conforme o disposto no artigo 14, parágrafo único, do
Código Penal, “Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena
correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços”.
O critério de diminuição da pena levará em consideração
a) a motivação do crime.
b) a intensidade do dolo.
c) o iter criminis percorrido pelo agente.
d) a periculosidade do agente.
COMENTÁRIOS
A tentativa é punida de forma menos gravosa que o delito consumado, uma vez que o desvalor
do resultado é menor que no crime consumado. O patamar de redução varia de um a dois terços,
devendo ser utilizado como parâmetro para uma maior ou menor redução da pena o iter criminis
percorrido pelo agente, ou seja, quanto mais próximo da consumação, menor o patamar de
redução. Quanto mais distante da consumação, maior o patamar de redução.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 249 - De acordo com o Código Penal, a
execução iniciada de um crime, que não se consuma por circunstâncias alheias à vontade
do agente, caracteriza o(a)
a) arrependimento eficaz.
b) arrependimento posterior.
c) tentativa.
d) crime frustrado.
e) desistência voluntária.
COMENTÁRIOS
Neste caso teremos crime na modalidade tentada, conforme art. 14, II do CP:
Art. 14 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
(...)
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias
alheias à vontade do agente. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 250 - Aquele que assume o risco de
produzir um resultado criminoso comete crime movido por
a) culpa.
b) imprudência.
c) dolo.
d) imperícia.
e) negligência.
COMENTÁRIOS
O crime pode ser doloso ou culposo. Será culposo quando o agente agir violando um dever de
cuidado, ou seja, com imprudência, negligência ou imperícia. Será doloso quando o agente
quiser
o resultado (teoria da vontade) ou quando o agente, mesmo não querendo o resultado, pratica a
conduta assumindo o risco de sua ocorrência, sem se importar se eventualmente o resultado
ocorrer (teoria do consentimento), no que se denomina de dolo eventual. Vejamos:
Art. 18 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Crime doloso(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzilo;(
Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Crime culposo(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência
ou imperícia. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 251 - Aquele que pratica fato típico
para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo
evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigirse,
atuou em
a) legítima defesa putativa e, portanto, não cometeu crime.
b) estado de necessidade e, portanto, terá a pena diminuída de 1 (um) a 2 (dois) terços.
c) legítima defesa e, portanto, não cometeu crime.
d) estado de necessidade e, portanto, não cometeu crime.
e) legítima defesa e, portanto, terá a pena diminuída de 1 (um) a 2 (dois) terços.
COMENTÁRIOS
Neste caso a pessoa agiu em estado de necessidade e, portanto, não cometeu crime, já que o
estado de necessidade é causa de exclusão da ilicitude. Vejamos:
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
I - em estado de necessidade; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
[...]
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá
pelo excesso doloso ou culposo.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Estado de necessidade
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar
de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo
evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável
exigir-se. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 252 - São causas de exclusão da
ilicitude:
a) a legítima defesa, o exercício regular de direito e a coação irresistível.
b) a obediência hierárquica, a coação irresistível e a desistência voluntária.
c) o arrependimento eficaz, o arrependimento posterior e o estrito cumprimento do dever legal.
d) o estado de necessidade, a obediência hierárquica e a desistência voluntária.
e) o exercício regular de direito, o estrito cumprimento do dever legal e o estado de necessidade.
COMENTÁRIOS
As causas de exclusão da ilicitude (ou exclusão da antijuridicidade) estão previstas no art. 23 do
CP. Vejamos:
Exclusão de ilicitude (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
I - em estado de necessidade; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
determinado (Ex.: fulano furtou, ontem, um carro), apenas se referiu à pessoa como um
criminoso.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
2. (FGV – 2017 – TRT-SC – ANALISTA JUDICIÁRIO) Lucas é empregador dos trabalhadores
Manuel, Francisco e Pedro em sua fazenda na zona rural.
Analise as três situações apresentadas:
I. Lucas retém a carteira de identidade de Manuel, único documento deste, impedindo que deixe
o local de trabalho.
II. Lucas autoriza que Francisco gaste apenas 15 minutos todo dia para horário de almoço, de
modo
que Francisco somente pode comprar uma refeição na pequena cantina de Lucas que funciona
dentro da fazenda. Em razão dos altos preços dos produtos, Francisco contrai dívida alta e é
impedido de deixar a fazenda antes do pagamento dos valores devidos.
III. Lucas instala diversas câmeras e outros mecanismos de vigilância ostensiva na fazenda com
o
fim de reter Pedro em seu local de trabalho.
Considerando as situações apresentadas, o comportamento de Lucas em relação a Manuel,
Francisco e Pedro configura, respectivamente, o(s) crime(s) de:
a) redução à condição análoga à de escravo, nas três situações;
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b) redução à condição análoga à de escravo, exercício arbitrário das próprias razões e redução à
condição análoga à de escravo;
c) apropriação indébita, redução à condição análoga à de escravo e redução à condição análoga
à
de escravo;
d) cárcere privado, exercício arbitrário das próprias razões e redução à condição análoga à de
escravo;
e) redução à condição análoga à de escravo, redução à condição análoga à de escravo e
constrangimento ilegal.
COMENTÁRIOS
Nos três casos temos o crime de redução à condição análoga à de escravo, previsto no art. 149
do
CP. Vejamos:
Redução a condição análoga à de escravo
Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a
trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições
degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em
razão de dívida contraída com o empregador ou preposto: (Redação dada pela Lei
nº 10.803, de 11.12.2003)
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena correspondente à
violência. (Redação dada pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com o
fim de retê-lo no local de trabalho; (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de documentos
ou objetos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho.
(Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
§ 2º A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido: (Incluído pela Lei nº
10.803, de 11.12.2003)
I – contra criança ou adolescente; (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem. (Incluído pela
Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
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No primeiro caso, temos o previsto no art. 149, §1º, II do CP. No segundo caso, temos a conduta
prevista no art. 149, caput, do CP. No terceiro caso, por fim, temos a situação descrita no art.
149,
§1º, II do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
3. (FGV – 2017 – ALERJ – ENGENHEIRO) João, servidor público estadual ocupante do cargo
efetivo de engenheiro civil, foi o responsável por determinada obra com escavação de um poço.
João agiu culposamente, nas modalidades de imperícia e negligência, pois, na condição de
engenheiro civil, realizou obra sem observar seu dever objetivo de cuidado e as regras técnicas
da
profissão, provocando como resultado a morte de um pedreiro que trabalhava no local.
COMENTÁRIOS
O Senador, neste caso, praticou o crime de calúnia, previsto no art. 138 do CP, pois imputou ao
delegado, falsamente, fato definido como crime.
Não há que se falar, aqui, em imunidade por expressões, palavras e votos (imunidade material
dos
parlamentares), pois não há, a princípio, relação com o exercício das funções do Senador.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
5. (FGV – 2017 – OAB - XXIII EXAME DE ORDEM) Roberta, enquanto conversava com
Robson,
afirmou categoricamente que presenciou quando Caio explorava jogo do bicho, no dia
03/03/2017. No dia seguinte, Roberta contou para João que Caio era um “furtador”.
Caio toma conhecimento dos fatos, procura você na condição de advogado (a) e nega tudo o que
foi dito por Roberta, ressaltando que ela só queria atingir sua honra.
Nesse caso, deverá ser proposta queixa-crime, imputando a Roberta a prática de
A) 1 crime de difamação e 1 crime de calúnia.
B) 1 crime de difamação e 1 crime de injúria.
C) 2 crimes de calúnia.
D) 1 crime de calúnia e 1 crime de injúria.
COMENTÁRIOS
No presente caso, Roberta praticou 01 crime de difamação ao afirmar para Robson, que
presenciou
quando Caio explorava jogo do bicho, no dia 03/03/2017, pois imputou a Caio fato ofensivo a
sua
reputação. Não se trata de calúnia, pois tal fato não é definido como crime, mas sim como
contravenção penal, logo, ocorreu difamação.
No segundo caso, ocorreu em tese o crime de injúria, pois não houve imputação de fato
específico,
determinado, mas a atribuição de uma qualidade negativa a Caio, a qualidade de ser um
“furtador”, um ladrão, um criminoso, sem a imputação de um fato específico e determinado.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
6. (FGV – 2015 – OAB – XVI EXAME DE ORDEM) Paloma, sob o efeito do estado puerperal,
logo após o parto, durante a madrugada, vai até o berçário onde acredita encontrar-se seu filho
recém-nascido e o sufoca até a morte, retornando ao local de origem sem ser notada. No dia
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§6º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
9. (FGV - 2015 - OAB - XVIII EXAME DE ORDEM) Cacau, de 20 anos, moça pacata
residente
em uma pequena fazenda no interior do Mato Grosso, mantém um relacionamento amoroso
secreto com Noel, filho de um dos empregados de seu pai.
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Em razão da relação, fica grávida, mas mantém a situação em segredo pelo temor que tinha de
seu pai. Após o nascimento de um bebê do sexo masculino, Cacau, sem que ninguém soubesse,
em estado puerperal, para ocultar sua desonra, leva a criança para local diverso do parto e a
deixa
embaixo de uma árvore no meio da fazenda vizinha, sem prestar assistência devida, para que
alguém encontrasse e acreditasse que aquele recém-nascido fora deixado por desconhecido.
Apesar de a fazenda vizinha ser habitada, ninguém encontra a criança nas 06 horas seguintes,
vindo o bebê a falecer. A perícia confirmou que, apesar do estado puerperal, Cacau era
imputável
no momento dos fatos.
Considerando a situação narrada, é correto afirmar que Cacau deverá ser responsabilizada pelo
crime de
A) abandono de incapaz qualificado.
B) homicídio doloso.
C) infanticídio.
D) exposição ou abandono de recém-nascido qualificado.
COMENTÁRIOS
No caso em tela restou configurado o delito de exposição ou abandono de recém-nascido, na sua
forma qualificada, eis que ocorreu a morte da criança, nos termos do art. 134, §2º do CP:
Exposição ou abandono de recém-nascido
Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
(...)
§ 2º - Se resulta a morte:
Pena - detenção, de dois a seis anos.
Não há que se falar em infanticídio, pois para que o infanticídio fique caracterizado é necessário
que a mãe, dolosamente e sob a influência do estado puerperal, tire a vida do próprio filho. No
caso, a morte foi um resultado não querido pelo agente (culposo), mas que decorreu de sua
conduta dolosa anterior (abandono de recém-nascido).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
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112
10. (FGV - 2015 - TJ-BA - ANALISTA JUDICIÁRIO - DIREITO) Jean, valendo-se de sua
conta no
Twitter, publicou declaração de natureza discriminatória em relação aos homossexuais, de
forma
genérica. Tal ação configura:
(A) conduta atípica;
(B) crime de injúria;
(C) crime de injúria racial;
(D) crime de preconceito de raça, cor, etnia ou religião;
(E) crime de manifestação de ódio.
COMENTÁRIOS
A conduta de Jean não se amolda a nenhum tipo penal específico. Os delitos de injúria e injúria
racial pressupõem a ofensa direta a uma pessoa. Os crimes de preconceito de raça, cor, etnia e
religião pressupõem a prática de algum ato de discriminação, no sentido de privar a vítima de
algum direito (acesso a determinado estabelecimento, etc.).
Não há, ainda, o delito de “manifestação de ódio” no Direito brasileiro.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
11. (FGV – 2012 – OAB – EXAME DE ORDEM) Ana Maria, aluna de uma Universidade
Federal,
afirma que José, professor concursado da instituição, trai a esposa todo dia com uma gerente
bancária.
A respeito do fato acima, é correto afirmar que Ana Maria praticou o crime de
a) calúnia, pois atribuiu a José o crime de adultério, sendo cabível, entretanto, a oposição de
exceção da verdade com o fim de demonstrar a veracidade da afirmação.
b) difamação, pois atribuiu a José fato desabonador que não constitui crime, sendo cabível,
falecer.
c) o crime de tentativa de homicídio doloso qualificado contra Ana e de homicídio qualificado
contra o namorado de Ana.
d) apenas um crime de homicídio doloso qualificado, e a pena a ser aplicada ainda será agravada
pelo fato de Ana ser sua irmã.
e) apenas o crime de homicídio culposo contra o namorado de Ana.
COMENTÁRIOS
No caso em tela nós tivemos o que se chama de error in persona, ou “erro sobre a pessoa”.
Neste
caso, considera-se como se o crime tivesse sido praticado contra a pessoa pretendida (no caso,
Ana). Assim, Jorge responderá por homicídio doloso consumado, qualificado pelo motivo torpe
(ambição mesquinha), e a pena ainda será agravada em razão de ter sido praticado contra irmão
(consideram-se, neste caso, as características da vítima visada, e não as da vítima atingida).
Vejamos:
Erro sobre a pessoa(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 20 (...)
§ 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena.
Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da
pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. (Incluído pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
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14. (FGV - 2014 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - XIII - PRIMEIRA FASE)
Jaime,
objetivando proteger sua residência, instala uma cerca elétrica no muro. Certo dia, Cláudio, com
o intuito de furtar a casa de Jaime, resolve pular o referido muro, acreditando que conseguiria
escapar da cerca elétrica ali instalada e bem visível para qualquer pessoa. Cláudio, entretanto,
não
obtém sucesso e acaba levando um choque, inerente à atuação do mecanismo de proteção.
Ocorre que, por sofrer de doença cardiovascular, o referido ladrão falece quase
instantaneamente.
Após a análise pericial, ficou constatado que a descarga elétrica não era suficiente para matar
uma
pessoa em condições normais de saúde, mas suficiente para provocar o óbito de Cláudio, em
virtude de sua cardiopatia.
Nessa hipótese é correto afirmar que:
a) Jaime deve responder por homicídio culposo, na modalidade culpa consciente.
b) Jaime deve responder por homicídio doloso, na modalidade dolo eventual.
c) Pode ser aplicado à hipótese o instituto do resultado diverso do pretendido.
d) Pode ser aplicado à hipótese o instituto da legítima defesa preordenada.
COMENTÁRIOS
No caso em tela, Jaime se valeu do que se chama de “legítima defesa preordenada”, utilizandose
de uma “ofendículas” (instrumento preordenado a defender um bem jurídico, no caso, o
patrimônio).
A legítima defesa preordenada é admitida pela Doutrina, que a vê como uma modalidade válida
de legítima defesa, de maneira que, também em relação a esta, o “excesso” é punível, seja ele
culposo ou doloso.
No caso, a questão deixa claro que não houve excesso por parte de Jaime, já que a corrente
elétrica não seria capaz de matar uma pessoa em condições normais, de maneira que a morte de
Cláudio não pode ser atribuída a Jaime.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
15. (FGV - 2013 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - XII - PRIMEIRA FASE)
Paula, com
intenção de matar Maria, desfere contra ela quinze facadas, todas na região do tórax. Cerca de
duas horas após a ação de Paula, Maria vem a falecer. Todavia, a causa mortis determinada pelo
auto de exame cadavérico foi envenenamento. Posteriormente, soube-se que Maria nutria
intenções suicidas e que, na manhã dos fatos, havia ingerido veneno.
Com base na situação descrita, assinale a afirmativa correta.
a) Paula responderá por homicídio doloso consumado.
b) Paula responderá por tentativa de homicídio.
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c) O veneno, em relação às facadas, configura concausa relativamente independente
superveniente
conduta nuclear. No caso em tela, Sofia é autora do delito, com a agravante de ter sido praticado
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o delito contra ascendente (art. 61, II, e do CP). Lara, por sua vez, será mera partícipe, e não
será
aplicada a ela a agravante, eis que não se trata de uma elementar do delito, sendo uma
circunstância periférica e de caráter pessoal (que não se comunica, portanto, entre os
comparsas).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
17. (FGV - 2013 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - X - PRIMEIRA FASE) João,
com
intenção de matar, efetua vários disparos de arma de fogo contra Antônio, seu desafeto. Ferido,
Antônio é internado em um hospital, no qual vem a falecer, não em razão dos ferimentos, mas
queimado em um incêndio que destrói a enfermaria em que se encontrava.
Assinale a alternativa que indica o crime pelo qual João será responsabilizado.
a) Homicídio consumado.
b) Homicídio tentado.
c) Lesão corporal.
d) Lesão corporal seguida de morte.
COMENTÁRIOS
A causa da morte, neste caso, foi o incêndio. Temos, assim, uma causa relativamente
independente
(pois se não fosse a conduta de João, Antônio não estaria ali), mas que produziu por si só o
resultado (foi ela, sozinha, que causou a morte).
Vejamos:
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável
a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o
resultado não teria ocorrido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Superveniência de causa independente(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação
quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputamse
a quem os praticou. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Neste caso, João não responde pelo resultado, mas apenas por sua conduta, de forma que
pois se considera como se tivesse sido atingida a vítima pretendida), na forma consumada.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
19. (FGV - 2010 - PC-AP - Delegado de Polícia) Carlos Cristiano trabalha como salva-vidas no
clube municipal de Tartarugalzinho. O clube abre diariamente às 8hs, e a piscina do clube
funciona
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de terça a domingo, de 9 às 17 horas, com um intervalo de uma hora para o almoço do
salvavidas,
sempre entre 12 e 13 horas.
Carlos Cristiano é o único salva-vidas do clube e sabe a responsabilidade de seu trabalho, pois
várias crianças utilizam a piscina diariamente e muitas dependem da sua atenção para não
morrerem afogadas.
Normalmente, Carlos Cristiano trabalha com atenção e dedicação, mas naquele dia 2 de janeiro
estava particularmente cansado, pois dormira muito tarde após as comemorações do reveillon.
Assim, ao invés de voltar do almoço na hora, decidiu tirar um cochilo. Acordou às 15 horas,
com
os gritos dos sócios do clube que tentavam reanimar uma criança que entrara na piscina e fora
parar na parte funda. Infelizmente, não foi possível reanimar a criança. Embora houvesse outras
pessoas na piscina, ninguém percebera que a criança estava se afogando.
Assinale a alternativa que indique o crime praticado por Carlos Cristiano
a) Homicídio culposo.
b) Nenhum crime.
c) Omissão de socorro.
d) Homicídio doloso, na modalidade de ação comissiva por omissão.
e) Homicídio doloso, na modalidade de ação omissiva.
COMENTÁRIOS
Carlos Cristiano, no caso em tela, deverá ser responsabilizado pelo delito de homicídio
DOLOSO,
na modalidade de omissão imprópria ou, em outros termos, comissiva por omissão.
Isto porque, apesar de não ter dado causa (do ponto de vista físico-causal) ao evento morte,
Carlos
Cristiano tinha o DEVER de evitar o resultado, bem como PODIA agir para evitar. Por conta de
uma
omissão juridicamente relevante, o resultado veio a ocorreu.
Vejamos:
Art. 13 (...)
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir
para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:(Incluído pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; (Incluído pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
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b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (Incluído
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
20. (FGV - 2008 - TJ-PA – JUIZ) Maria da Silva, esposa do Promotor de Justiça Substituto José
da Silva, mantém um caso extraconjugal com o serventuário do Tribunal de Justiça Manoel de
Souza. Passado algum tempo, Maria decide separar-se de José da Silva, contando a ele o motivo
da separação. Inconformado com a decisão de sua esposa, José da Silva decide matá-la, razão
pela qual dispara três vezes contra sua cabeça. Todavia, logo depois dos disparos, José da Silva
coloca Maria da Silva em seu carro e conduz o veículo até o hospital municipal. No trajeto, José
da Silva imprime ao veículo velocidade bem acima da permitida e "fura" uma barreira policial,
tudo para chegar rapidamente ao hospital. Graças ao pouco tempo decorrido entre os disparos e
a chegada ao hospital, os médicos puderam salvar a vida de Maria da Silva. Maria sofreu perigo
de vida, atestado por médicos e pelos peritos do Instituto Médico Legal, mas recuperou-se
perfeitamente vinte e nove dias após os fatos. Qual crime praticou José da Silva?
a) Tentativa de homicídio.
b) Nenhum crime, pois agiu em legítima defesa.
c) Lesão corporal grave.
d) Lesão corporal leve.
e) Lesão corporal seguida de morte.
COMENTÁRIOS
No caso, tivemos o que se chama de ARREPENDIMENTO EFICAZ, ou seja, o agente, após
praticar
a conduta, se arrepende e evita a ocorrência do resultado. Vejamos:
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou
impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.(Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Neste caso, o agente responde apenas pelos atos já praticados, ou seja, lesões corporais.
Embora a vítima tenha ficado afastada das atividades habituais por menos de 30 dias (exatos 29
dias), restou caracterizada a lesão corporal grave, pois a questão deixa claro que houve risco de
vida. Vejamos:
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Lesão corporal de natureza grave
Art. 129 (...)
§ 1º Se resulta:
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;
II - perigo de vida;
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;
IV - aceleração de parto:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
21. (FGV – 2014 – PREFEITURA DE OSASCO – GUARDA MUNICIPAL) Roberto estava na
fila de
um banco, quando, por descuido, esbarrou em Renato que estava a sua frente, fazendo com que
caísse no chão a pasta que estava na mão de Renato. Não obstante o pedido de desculpas,
Renato
ficou enfurecido, saiu do banco, foi até seu veículo, pegou uma pistola e aguardou na esquina a
saída de Roberto do banco. Assim que a vítima cruzou a esquina, Renato sacou a arma e
desferiu
cinco disparos pelas costas de Roberto, levando-o a imediato óbito. Renato cometeu crime de:
a) homicídio simples;
b) homicídio qualificado pelo motivo torpe;
c) homicídio duplamente qualificado pelo motivo torpe e com recurso que dificultou ou tornou
impossível a defesa do ofendido
d) homicídio duplamente qualificado pelo motivo fútil e com recurso que dificultou ou tornou
impossível a defesa do ofendido
e) homicídio triplamente qualificado pelo motivo torpe, emprego de arma de fogo e com recurso
que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido
COMENTÁRIOS
Temos aqui um homicídio QUALIFICADO, pelo motivo fútil e por ter sido utilizado recurso
que
dificultou a defesa da vítima, nos termos do art. 121, II e IV do CP.
Contudo, a terminologia “duplamente qualificado” (assim como “triplamente qualificado”) é
absolutamente equivocada. A melhor Doutrina rejeita essa terminologia, e a FGV jamais
deveria
tê-la utilizado.
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Entretanto, não há como lutar contra isso. A alternativa D é a “menos errada”, pois traz a
solução
correta, ainda que com um nome errado.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
22. (FGV – 2013 – TJ-AM – ANALISTA JUDICIÁRIO) Paulo, querendo matar Lucia, vem a
jogála
da janela do apartamento do casal. A vítima na queda não vem a falecer, apesar de sofrer lesões
graves, tendo caído na área do apartamento térreo do prédio. Naquele local, vem a ser atacada
por um cão raivoso que lhe causa diversas outras lesões que foram à causa de sua morte.
De acordo com o caso apresentado e as lições acerca da teoria do crime, assinale a afirmativa
correta.
a) Paulo deverá responder por homicídio consumado, porque realizado o resultado por ele
desejado desde o início.
b) Paulo deverá responder por lesão corporal grave, em razão da quebra do nexo causal entre a
sua conduta e o resultado morte.
c) Paulo deverá responder por homicídio culposo, porque previsível que a queda por ele operada
poderia causar a morte da vítima.
d) Paulo deverá responder por tentativa de homicídio por força do surgimento de causa
superveniente relativamente independente que, por si só, causou o resultado.
e) Paulo deverá responde por tentativa de homicídio, por força do surgimento de causa
superveniente absolutamente independente.
COMENTÁRIOS
Paulo, neste caso, deverá responder por homicídio TENTADO (tentativa de homicídio), pois a
morte decorreu de concausa SUPERVENIENTE RELATIVAMENTE INDEPENDENTE que,
por SI SÓ,
produziu o resultado, nos termos do art. 13, §1º do CP.
Neste caso, o resultado “morte” não pode ser imputado a Paulo, pois a morte ocorreu em razão
do ataque do cão.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
23. (FGV – 2013 – MPE-MS – ANALISTA) Determinado agente, insatisfeito com as diversas
brigas que tinha com seu vizinho, resolve matá-lo. Ao ver seu desafeto passando pela rua, pega
sua arma, que estava em situação regular e contava com apenas uma bala, e atira, vindo a
atingilo
na barriga. Lembrando-se que o vizinho era pai de duas crianças, arrepende-se de seu ato e
leva a vítima ao hospital. O médico, diante do pronto atendimento e rápida cirurgia, salva a vida
da vítima.
Diante da situação acima, o membro do Ministério Público deve
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a) denunciar o agente pelo crime de lesão corporal, pois o arrependimento posterior no caso
impede que o agente responda pelo resultado pretendido inicialmente.
b) denunciar o agente pelo crime de lesão corporal, pois houve arrependimento eficaz.
c) denunciar o agente pelo crime de lesão corporal, pois houve desistência voluntária.
d) denunciar o agente pelo crime de tentativa de homicídio, tendo em vista que o resultado
pretendido inicialmente não foi obtido.
e) requerer o arquivamento, diante da atipicidade da conduta.
COMENTÁRIOS
Neste caso ocorreu o que se chama de “arrependimento eficaz”. Isso porque o agente, logo após
terminar a execução do delito, se arrepende do que fez e EVITA o resultado (procedendo ao
salvamento da vítima). Neste caso, o agente responde apenas pelas lesões causadas, e não por
a matar-se. Tão logo se despede do amigo, a moça, influenciada pelas palavras deste, pula a
janela
de seu apartamento, mas sua queda é amortecida por uma lona que abrigava uma barraca de
feira. Em consequência, Maria sofre apenas escoriações pelo corpo e não chega a sofrer
nenhuma
fratura.
Considerando apenas os dados descritos, assinale a afirmativa correta.
a) Manoel deve responder pelo delito de induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio em sua
forma consumada.
b) Manoel deve responder pelo delito de induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio em sua
forma tentada.
c) Manoel não possui responsabilidade jurídico-penal, pois Maria não morreu e nem sofreu
lesão
corporal de natureza grave.
d) Manoel, caso tivesse se arrependido daquilo que falou para Maria e esta, em virtude da
queda,
viesse a óbito, seria responsabilizado pelo delito de homicídio.
COMENTÁRIOS
Manoel, a princípio, responderia por induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio. Contudo,
tal
delito somente é punível se a morte efetivamente ocorre ou, ao menos, se ocorrem lesões
corporais de natureza grave, não tendo ocorrido nenhum destes resultados, de forma que o crime
não ocorreu.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
26. (FGV - 2012 - OAB - VIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO) Analise detidamente as
seguintes
situações:
Casuística 1: Amarildo, ao chegar a sua casa, constata que sua filha foi estuprada por Terêncio.
Imbuído de relevante valor moral, contrata Ronaldo, pistoleiro profissional, para tirar a vida do
estuprador. O serviço é regularmente executado.
Casuística 2: Lucas concorre para um infanticídio auxiliando Julieta, parturiente, a matar o
nascituro
– o que efetivamente acontece. Lucas sabia, desde o início, que Julieta estava sob a influência
do
estado puerperal.
Levando em consideração a legislação vigente e a doutrina sobre o concurso de pessoas
(concursus
comparsa, ou seja, saiba que ela está matando o próprio filho sob a influência do estado
puerperal.
Assim, ambos responderão por infanticídio;
Assim, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
27. (FCC – 2017 – POLTEC-AP – PERITO) De acordo com o artigo 129 do Código Penal
brasileiro, lesão corporal é a ofensa à integridade corporal ou a saúde de alguém. Ela pode ser
classificada em leve, grave ou gravíssima, a depender dos comemorativos. Analise as assertivas
abaixo.
I. Lesões corporais que causem incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias
serão consideradas graves.
II. Lesões corporais com perda ou inutilização de membro, sentido ou função serão
consideradas
graves.
III. Lesões corporais que causem extrema dor serão consideradas gravíssimas.
IV. Lesões corporais que causem qualquer alteração psíquica serão consideradas leves.
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Está correto o que se afirma em
a) I, II, III e IV.
b) I, apenas.
c) IV, apenas.
d) III, apenas.
e) I e III, apenas.
COMENTÁRIOS
I – CORRETA: Item correto, pois neste caso teremos lesão corporal grave, na forma do art. 129,
§1º, I do CP.
II – ERRADA: Item errado, pois neste caso teremos lesão corporal gravíssima, nos termos do
art.
129, §2º, III do CP.
III – ERRADA: Item errado, pois a ocorrência de dor extrema não qualifica o crime de lesão
corporal.
IV – ERRADA: Item errado, pois a natureza da alteração psíquica é que irá determinar a espécie
de
estavam, acaba parindo no banheiro do imóvel. A criança do sexo masculino nasce com vida e
Micaela, agindo ainda sob efeito do estado puerperal, corta o cordão umbilical e coloca o recém
nascido dentro de um saco plástico, jogando-o no lixo da rua. O bebê entra em óbito cerca de
duas horas depois. Neste caso, à luz do Código Penal, Micaela cometeu crime de
a) homicídio culposo.
b) homicídio doloso.
c) aborto.
d) lesão corporal seguida de morte.
e) infanticídio.
COMENTÁRIOS
Neste caso, a questão não diz expressamente que a mãe tinha o dolo de matar, o que é
indispensável para a caracterização do crime de infanticídio. Poder-se-ia falar em abandono de
recém-nascido. Vejamos:
Exposição ou abandono de recém-nascido
Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria:
(...
§ 2º - Se resulta a morte:
Pena - detenção, de dois a seis anos.
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129
A questão até dá a entender que houve o abandono do recém-nascido para “esconder a própria
desonra”.
Todavia, apesar de a questão não deixar claro que teria havido dolo de matar, é possível
considerarmos que houve, pelo menos, DOLO EVENTUAL em relação à morte do recém-
nascido,
pois a mãe o colocou num SACO DE LIXO e o jogou NO LIXO, ou seja, assumiu claramente o
risco
de que o filho viesse a óbito, sem se importar com este resultado. Se a mãe quisesse apenas
abandonar, sem dolo eventual de morte, poderia ter abandonado o recém-nascido na porta de
alguém, etc.
Isto posto, apesar de a questão não ser tão explícita quanto ao dolo da mãe, entendo que o
gabarito dado pela Banca (infanticídio) está correto, em razão de se poder concluir, como dito,
ter
A Banca adotou, seguindo tese majoritária, o fato de que Antonia tirou a própria vida por livre e
espontânea vontade, e que Antonio, seu marido, com sua conduta anterior (pacto de morte), a
induziu ou instigou a se suicidar. Tendo Antonio sobrevivido, responderá pelo crime do art. 122
do CP:
Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar automutilação ou
prestar-lhe auxílio material para que o faça: (Redação dada pela Lei nº 13.968, de
2019)
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. (Redação dada pela Lei nº
13.968, de 2019)
Assim, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
33. (FCC - 2013 - MPE-SE - ANALISTA - DIREITO) Segundo o entendimento jurisprudencial
hoje
preponderante, a lesão corporal respectivamente simples e qualificada ocorrida no Brasil (Cód.
Penal, Art. 129 e seus parágrafos) é um crime de ação penal
a) pública incondicionada e de ação penal privada.
b) pública condicionada à representação e de ação penal privada.
c) pública condicionada à representação e incondicionada.
d) privada e de ação penal pública condicionada à representação.
e) pública e exclusivamente condicionada à representação.
COMENTÁRIOS
A lesão corporal simples é considerada crime de ação penal pública condicionada à
representação,
por força do que dispõe o art. 88 da Lei 9.099/95. Já o crime de lesão corporal qualificada
permanece como delito de ação penal pública incondicionada, já que o CP é silente com relação
a este delito.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
34. (FCC - 2013 - TJ-PE - JUIZ) Em relação aos crimes contra a vida, correto afirmar que
a) o homicídio simples, em determinada situação, pode ser classificado como crime hediondo.
b) a pena pode ser aumentada de um terço no homicídio culposo, se o crime é praticado contra
pessoa menor de quatorze anos ou maior de sessenta anos.
c) compatível o homicídio privilegiado com a qualificadora do motivo fútil.
d) cabível a suspensão condicional do processo no homicídio culposo, se o crime resulta de
inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício.
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condicionando sua soltura à entrega da senha do cofre, onde ele sabia existir dólares e joias,
pratica
o crime de cárcere privado, previsto no artigo 148 do CP.
(C) Tício, ao submeter seus empregados a trabalho forçado e a condições degradantes, com
restrição à locomoção, pratica o crime de constrangimento ilegal, previsto no artigo 146 do CP.
(D) Tício, ao ficar parado em frente ao trabalho de Mévia, sua ex-mulher, fazendo gestos com
as
mãos que simbolizam disparos de arma de fogo, causando-lhe temor, pratica o crime de ameaça.
(E) Caio, médico, ao realizar transfusão de sangue em Tício, menor, sem o consentimento dos
pais,
ainda que para salvá-lo de risco iminente de morte, pratica o crime de constrangimento ilegal,
previsto no artigo 146 do CP.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errado, pois neste caso não houve extorsão mediante sequestro, mas apenas
sequestro, já que o sequestro não se deu com vistas à obtenção de pagamento pelo resgate.
b) ERRADA: Item errado, pois neste caso temos o crime de extorsão mediante restrição da
liberdade da vítima.
c) ERRADA: Item errado, pois Tício, neste caso, pratica o crime de redução à condição análoga
à
de escravo, previsto no art. 149 do CP.
d) CORRETA: Item correto, pois o crime de ameaça se dá pela conduta de “ameaçar alguém,
por
palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave”,
conforme art. 147 do CP.
e) ERRADA: Item errado, pois neste caso não há crime, na forma do art. 146, §3º, I do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
48. (VUNESP – 2018 – PC-BA - ESCRIVÃO) Quanto à temática dos crimes contra a pessoa, é
correto afirmar que
(A) todo homicídio contra a mulher passou a ser denominado feminicídio, em virtude de
alteração
do Código Penal promovida pela Lei no 13.104, de 9 de março de 2015.
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(B) o homicídio será qualificado, quando praticado contra algum parente de até o quarto grau do
policial militar, em razão de seu parentesco com a mencionada autoridade de polícia ostensiva.
(C) a pena do feminicídio é aumentada, se o crime for praticado contra pessoa menor de 18
(dezoito) anos, maior de 65 (sessenta e cinco) anos ou com deficiência.
(D) não tipifica o crime de tráfico de pessoas a conduta de acolher alguém, mediante fraude,
com
a finalidade de remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo.
(E) a conduta de alojar alguém, mediante abuso, com a finalidade de adoção ilegal, configura o
crime de tráfico de pessoas.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errado, pois para que se configure como feminicídio é necessário que o
homicídio
contra a mulher se dê por razões da condição de sexo feminino, na forma do art. 121, §2º, VI do
CP. Na forma do art. 121, § 2º-A do CP, considera-se que há razões de condição de sexo
feminino
quando o crime envolve violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação à
condição
de mulher.
b) ERRADA: Item errado, pois será qualificado quando praticado contra o próprio agente, no
exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente
consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição, na forma do art. 121, §2º, VII do CP.
c) ERRADA: Item errado, pois a pena será aumentada se o crime for praticado contra pessoa
menor
de 14 anos, maior de 60 anos, com deficiência ou portadora de doenças degenerativas que
acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental, na forma do art. 121, §7º,
II
do CP.
d) ERRADA: Item errado, pois tal conduta configura crime de tráfico de pessoas, na forma do
art.
149-A, I do CP:
e) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão do art. 149-A, IV do CP:
Tráfico de Pessoas (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alojar ou
acolher pessoa, mediante grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso, com
a finalidade de: (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
(...)
IV - adoção ilegal; ou (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
b) ERRADA: Item errado, pois não se trata de qualificadora, e sim de majorante (causa de
aumento
de pena), na forma do art. 121, §4º do CP.
c) ERRADA: Item errado, pois o aborto até é admitido neste caso, na forma do art. 128, I do
CP,
mas somente se praticado POR MÉDICO.
d) CORRETA: Item correto, pois para que se configure como feminicídio é necessário que o
homicídio contra a mulher se dê por razões da condição de sexo feminino, na forma do art. 121,
§2º, VI do CP. Na forma do art. 121, § 2º-A do CP, considera-se que há razões de condição de
sexo
feminino quando o crime envolve violência doméstica e familiar ou menosprezo ou
discriminação
à condição de mulher.
e) ERRADA: Item errado, pois a Doutrina majoritária sustenta ser incabível a coautoria no
crime de
autoaborto, embora seja possível a participação.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
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50. (VUNESP – 2016 – TJ-SP – TITULAR NOTARIAL) Diz o parágrafo 5º do artigo 121 do
Código
Penal Brasileiro, que: “na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena,
se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção
penal
se torne desnecessária”. Trata-se de
a) graça.
b) perdão judicial.
c) anistia.
d) indulto.
COMENTÁRIOS
Neste caso temos o instituto do “perdão judicial”, que é concedido pelo Juiz, nos casos em que a
lei expressamente autoriza (como este), na hipótese de as consequências do crime atingirem o
agente de maneira tão grave que seja possível concluir que a pena não é mais necessária (a
O aborto é permitido, quando praticado pelo médico, nas hipóteses do art. 128 do CP:
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: (Vide ADPF 54)
Aborto necessário
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da
gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.
O STF passou a entender, ainda, que o aborto de fetos anencefálicos (sem cérebro ou com má
formação cerebral) também seria legal, por respeito à dignidade da mãe.
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Assim, vemos que apenas a letra C traz duas hipóteses expressamente previstas no CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
57. (VUNESP – 2014 – PC-SP – AUXILIAR DE NECROPSIA) Medusa, sob a influência do
estado
puerperal, veio a matar o seu próprio filho recém-nascido, logo após o parto. Segundo o que
estabelece o Código Penal em relação a essa conduta, é correto afirmar que Medusa
a) cometeu o crime de infanticídio, mas ficará livre da pena em razão de ter agido sob a
influência
do estado puerperal.
b) cometeu o crime de homicídio, mas ficará livre da pena por ter agido sob a influência do
estado
puerperal.
c) cometeu o crime de homicídio.
d) cometeu o crime de homicídio, mas terá sua pena reduzida por ter agido sob a influência do
estado puerperal.
e) cometeu o crime de infanticídio.
COMENTÁRIOS
Medusa cometeu o crime de infanticídio, previsto no art. 123 do CP, pois, sob a influência do
estado puerperal e logo após o parto, matou seu próprio filho recém-nascido.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
58. (VUNESP – 2014 – PC-SP – DELEGADO) “X” recebe recomendação médica para ficar de
repouso, caso contrário, poderia sofrer um aborto. Ocorre que “X” precisa trabalhar e não
consegue fazer o repouso desejado e, por essa razão, acaba expelindo o feto, que não sobrevive.
Em tese, “X”
a) não praticou crime algum.
b) praticou o crime de aborto doloso.
c) praticou o crime de aborto culposo.
d) praticou o crime de lesão corporal qualificada pela aceleração do parto.
e) praticou o crime de desobediência.
COMENTÁRIOS
O agente não praticou crime algum, pois o aborto se deu de forma culposa. O aborto somente é
punido quando ocorre de maneira DOLOSA. No caso em tela a gestante não teve a intenção de
provocar o aborto, nem agiu de forma a “não se importar” com sua ocorrência (assumir o risco).
A
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gestante sabia do risco, mas acreditava que conseguiria trabalhar sem prejudicar sua gestão,
tendo
aqui o que se chama de CULPA CONSCIENTE.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
59. (VUNESP – 2014 – PC-SP – ESCRIVÃO) Considere que João e José se agrediram
mutuamente e que as lesões recíprocas não são graves. Nesta hipótese, o art. 129, § 5.º do CP
prescreve que ambos podem:
a) ser beneficiados com a exclusão da ilicitude
b) ser beneficiados com o perdão judicial.
c) ter as penas de reclusão substituídas por prisão simples.
d) ser beneficiados com a exclusão da culpabilidade.
e) ter as penas de detenção substituídas por multa.
COMENTÁRIOS
Neste caso, nos termos do art. 129, §5º, II do CP, o Juiz poderá substituir a pena de prisão pela
pena de multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
60. (VUNESP – 2014 – PC-SP – PERITO) A questão refere -se às normas do Código Penal.
É correto afirmar que o aborto praticado por médico
a) não é punível, ainda que haja outro meio de salvar a vida da gestante.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errado, pois tal circunstância é uma qualificadora, na forma do art. 121, §2º,
I do
CP.
b) ERRADA: Item errado, pois se trata de causa de aumento de pena (pena duplicada), na forma
do art. 122, §3º, I do CP.
c) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão contida no art. 128, I do CP.
d) ERRADA: Item errado, pois o crime de autoaborto tem pena de detenção, de um a três anos,
enquanto o crime de aborto provocado por terceiro tem pena de reclusão, de três a dez anos, se
não houver consentimento da gestante, ou pena de reclusão, de um a quatro anos, se houver
consentimento, na forma dos arts. 124, 125 e 126 do CP.
e) ERRADA: Item errado, pois neste caso o Juiz deverá aplicar uma causa de diminuição de
pena,
pois se trata de homicídio privilegiado, na forma do art. 121, §1º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
63. (VUNESP – 2015 – TJ-SP – JUIZ SUBSTITUTO) A respeito da retratação nos crimes
contra a
honra, pode-se afirmar que fica isento de pena o querelado que, antes da sentença, retrata-se
cabalmente
(A) da calúnia ou difamação.
(B) da calúnia, injúria ou difamação.
(C) da injúria ou difamação.
(D) da calúnia ou injúria.
COMENTÁRIOS
Fica isento de pena o querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da
difamação, nos termos do art. 143 do CP:
Retratação
Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia
ou da difamação, fica isento de pena.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
c) dois crimes de roubo duplamente majorados pelo concurso de agentes e pelo emprego de
arma
de fogo, tentados;
d) dois crimes de roubo majorados pelo concurso de agentes, tentados;
e) dois crimes de roubo duplamente majorados pelo concurso de agentes e pelo emprego de
arma
de fogo, consumados.
COMENTÁRIOS
Neste caso, tivemos dois crimes de roubo consumados, eis que foram subtraídos bens de
patrimônios distintos, tanto de Paulo quanto de Lúcia, de forma que os agentes responderão por
dois crimes de roubo (em concurso formal) majorados pelo concurso de agentes, na forma do
art.
157, §2º, II do CP. Não há aplicação da majorante do emprego de arma de fogo, por se tratar de
arma de brinquedo (simulacro de arma de fogo).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
3. (FGV – 2015 – TJ-RO – OFICIAL DE JUSTIÇA) Tício, oficial de justiça que atua junto ao
Tribunal de Justiça, ao final do expediente de trabalho, ingressa em um ônibus para
retornar para sua residência. Repara que, ao seu lado, está a testemunha de um processo,
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de nome Clara, e esta se mostra nervosa, imaginando o oficial que seja em razão do
depoimento prestado em audiência. Quando Clara se acalma e fecha os olhos, Tício se
aproveita da distração e subtrai o celular que estava em sua bolsa, deixando o coletivo.
Ocorre que outro passageiro viu a ação, comunicou o fato à Delegacia e, uma semana após,
Tício foi identificado.
Considerando apenas as informações narradas, é correto afirmar que Tício responderá pelo
crime
de:
a) peculato-desvio;
b) apropriação indébita;
c) peculato-apropriação;
d) furto;
e) peculato-furto.
COMENTÁRIOS
Neste caso teremos o crime de furo, pois o agente subtraiu, para si, coisa alheia móvel, na forma
do art. 155 do CP. Não há que se falar em peculato-furto, pois a subtração não teve qualquer
relação com o cargo exercido pelo agente.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
4. (FGV – 2015 – TCM-SP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO) Maurício estava na festa de
aniversário de seu pai e sua mãe, que, juntos, comemoravam seus aniversários de 61 anos
e 59 anos respectivamente. Com a intenção de comprar bebidas, subtrai R$1.000,00 (mil
reais) da carteira de seu pai sem que ninguém veja sua conduta. Já no dia seguinte pela
manhã, ingressa no quarto de sua mãe para subtrair dólares, mas depara-se com a genitora
trocando de sapatos. Decide, então, ameaçá-la de morte e levar todo o dinheiro que era
apenas de sua mãe. Diante dessa situação, é correto afirmar que:
a) Maurício é isento de pena pela prática dos dois crimes, em razão da escusa absolutória pelo
fato
de as vítimas serem seus genitores;
b) Maurício é isento de pena pela prática da conduta engendrada contra o pai, mas não contra a
mãe;
c) as condutas praticadas por Maurício são atípicas, pois os bens subtraídos também podem ser
considerados de sua propriedade;
d) Maurício é isento de pena pela prática da conduta engendrada em desfavor de sua mãe, mas
não pela conduta praticada contra seu pai;
e) Maurício deverá responder pela prática de ambos os crimes, não havendo que se falar em
aplicação de escusas absolutórias.
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COMENTÁRIOS
Neste caso, Maurício deverá responder pela prática de ambos os crimes, não havendo que se
falar
em aplicação de escusas absolutórias, pois em relação ao pai, por ser pessoa com idade igual ou
superior a 60 anos, a escusa absolutória é inaplicável, na forma do art. 183, III do CP. Com
relação
à mãe, trata-se de crime de roubo, motivo pelo qual também é inaplicável a escusa absolutória,
na
c) peculato-desvio.
d) furto.
e) peculato-apropriação.
COMENTÁRIOS
Neste caso teremos o crime de furo, pois Fernanda subtraiu, para si, coisa alheia móvel, na
forma
do art. 155 do CP. Não há que se falar em peculato-furto, pois a subtração não teve qualquer
relação com o cargo exercido pelo agente.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
7. (FGV – 2017 – OAB – XXIV EXAME DE ORDEM) Decidido a praticar crime de furto na
residência de um vizinho, João procura o chaveiro Pablo e informa do seu desejo, pedindo
que fizesse uma chave que possibilitasse o ingresso na residência, no que foi atendido. No
dia do fato, considerando que a porta já estava aberta, João ingressa na residência sem
utilizar a chave que lhe fora entregue por Pablo, e subtrai uma TV.
Chegando em casa, narra o fato para sua esposa, que o convence a devolver o aparelho
subtraído.
No dia seguinte, João atende à sugestão da esposa e devolve o bem para a vítima, narrando todo
o ocorrido ao lesado, que, por sua vez, comparece à delegacia e promove o registro próprio.
Considerando o fato narrado, na condição de advogado(a), sob o ponto de vista técnico, deverá
ser esclarecido aos familiares de Pablo e João que
A) nenhum deles responderá pelo crime, tendo em vista que houve arrependimento eficaz por
parte de João e, como causa de excludente da tipicidade, estende-se a Pablo.
B) ambos deverão responder pelo crime de furto qualificado, aplicando-se a redução de pena
apenas a João, em razão do arrependimento posterior.
C) ambos deverão responder pelo crime de furto qualificado, aplicando-se a redução de pena
para
os dois, em razão do arrependimento posterior, tendo em vista que se trata de circunstância
objetiva.
D) João deverá responder pelo crime de furto simples, com causa de diminuição do
arrependimento posterior, enquanto Pablo não responderá pelo crime contra o patrimônio.
COMENTÁRIOS
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Neste caso, João responderá pelo crime de furto simples, com a aplicação da causa de
diminuição
de pena do arrependimento posterior, na forma do art. 16 do CP. Já Pablo não responderá por
crime algum, pois sua participação não contribuiu para a prática do crime (participação inócua).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
8. (FGV - 2016 - OAB - XX EXAME DE ORDEM) Aproveitando-se da ausência do morador,
Francisco subtraiu de um sítio diversas ferramentas de valor considerável, conduta não
assistida por quem quer que seja. No dia seguinte, o proprietário Antônio verifica a falta
das coisas subtraídas, resolvendo se dirigir à delegacia da cidade. Após efetuar o devido
registro, quando retornava para o sítio, Antônio avistou Francisco caminhando com diversas
ferramentas em um carrinho, constatando que se tratavam dos bens dele subtraídos no dia
anterior. Resolve fazer a abordagem, logo dizendo ser o proprietário dos objetos, vindo
Francisco, para garantir a impunidade do crime anterior, a desferir um golpe de pá na
cabeça de Antônio, causando-lhe as lesões que foram a causa de sua morte. Apesar de
tentar fugir em seguida, Francisco foi preso por policiais que passavam pelo local, sendo as
coisas recuperadas, ficando constatado o falecimento do lesado. Revoltada, a família de
Antônio o procura, demonstrando interesse em sua atuação como assistente de acusação
e afirmando a existência de dúvidas sobre a capitulação da conduta do agente.
Considerando o caso narrado, o advogado esclarece que a conduta de Francisco configura o(s)
crime(s) de
A) latrocínio consumado.
B) latrocínio tentado.
C) furto tentado e homicídio qualificado.
D) furto consumado e homicídio qualificado.
COMENTÁRIOS
No caso em tela não podemos falar em latrocínio. Isto porque o homicídio, a despeito de ter sido
praticado para assegurar a posse sobre a coisa furtada, foi praticado em contexto distinto (no dia
seguinte), de forma que é incabível falar em latrocínio, já que a morte se configurou como um
crime
autônomo, uma nova empreitada criminosa, ainda que guarde relação com o furto anteriormente
realizado. Assim, temos furto consumado e homicídio qualificado, nos termos dos arts. 155 c/c
art.
121, §2º, V do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
9. (FGV – 2016 – XXI EXAME DA OAB – PRIMEIRA FASE) Felipe sempre sonhou em ser
proprietário de um veículo de renomada marca mundial. Quando soube que uma moradora
de sua rua tinha um dos veículos de seu sonho em sua garagem, Felipe combinou com Caio
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e Bruno de os dois subtraírem o veículo, garantindo que ficaria com o produto do crime e
que Caio e Bruno iriam receber determinado valor, o que efetivamente vem a ocorrer.
Após receber o carro, Felipe o leva para sua casa de praia, localizada em outra cidade do mesmo
Estado em que reside. Os fatos são descobertos e o veículo é apreendido na casa de veraneio de
Felipe.
Considerando as informações narradas, é correto afirmar que Felipe deverá ser responsabilizado
pela prática do crime de
A) furto simples.
B) favorecimento real.
C) furto qualificado pelo concurso de agentes.
D) receptação.
COMENTÁRIOS
Nesse caso o agente praticou o crime de furto, qualificado em razão do concurso de pessoas, nos
termos do art. 155, §4º, IV do CPP.
Felipe foi partícipe do furto, pois induziu Caio e Bruno a subtraírem o bem, tendo, portanto,
concorrido para o furto. Uma vez tendo Felipe participado do furto, a eventual aquisição da
coisa
não configura receptação, pois a receptação deve ser praticada pelo extraneus, ou seja, alguém
que não praticou o crime anterior (aquele que gerou o proveito do crime).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
10. (FGV - 2012 - OAB - VIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO) Jaime, conhecido pelos
colegas
como “Jaiminho mão de seda”, utilizando-se de sua destreza, consegue retirar a carteira
do bolso traseiro da calça de Ricardo que, ao perceber a subtração, sai ao encalço do
delinquente. Ocorre que, durante a perseguição, Ricardo acaba sendo atropelado, vindo a
falecer em decorrência dos ferimentos.
Nesse sentido, com base nas informações apresentadas na hipótese, e a jurisprudência
predominante dos tribunais superiores, assinale a afirmativa correta.
A) Jaime praticou delito de furto em sua modalidade tentada.
B) Jaime consumou a prática do delito de furto simples.
C) Jaime consumou a prática do delito de furto qualificado.
b) furto simples (Art. 155, do CP) e receptação qualificada (Art. 180, § 1º, do CP).
c) furto qualificado pelo rompimento de obstáculo (Art. 155, § 4º, I, do CP) e receptação
qualificada
(Art. 180, § 1º, do CP).
d) furto simples (Art. 155, do CP) e receptação simples (Art. 180, do CP).
e) furto qualificado pelo rompimento de obstáculo (Art. 155, § 4º, I, do CP) e receptação
culposa
(Art. 180, § 3º, do CP).
COMENTÁRIOS
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No caso em tela, o rompimento do cofre para a subtração das joias não configura a qualificadora
do “rompimento de obstáculo”, pois esta só se aplica ao obstáculo à subtração da res furtiva. No
caso, o cofre é a própria res furtiva, ainda que se pretenda o que nele há. Assim, o furto ocorreu
antes do rompimento do obstáculo. Mais precisamente, quando Tício quebrou o cofre para pegar
as joias, estas já estavam em sua posse.
Com relação ao crime de receptação, a questão deixa claro que a venda se deu para um
comerciante local, de forma que temos receptação qualificada, nos termos do art. 180, §1º do
CP.
Daria para discutir o fato de que a questão não diz que José comprou a mercadoria NO
EXERCÍCIO
DO COMÉRCIO, ou seja, no exercício de sua profissão, e que isso tornaria a receptação em
simples. Contudo, acredito que embora a questão pudesse ter sido formulada de forma mais
clara,
não haveria motivos para anulação ou alteração de gabarito.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
12. (FGV – 2014 – DPE-DF – ANALISTA) Chico furtou duas camisas em determinada loja de
departamentos. Ao deixar a loja, o alarme soou e Chico acabou sendo preso, processado
e condenado pela prática do crime tipificado no Artigo 155 do Código Penal. O magistrado,
ao realizar a dosimetria da pena, fixou a pena base em 2 (dois) anos de reclusão e,
considerando que as duas camisas foram furtadas nas mesmas circunstâncias de tempo,
lugar e modo de execução, aplicou a regra prevista no Artigo 71 do Código Penal e
aumentou a pena em mais 6 (seis) meses, tornando-a definitiva em 2 (dois) anos e 4 (quatro)
Isso ocorre porque João, como narrado pela questão, era pessoa JOVEM e de BOA SAÚDE,
sem
qualquer histórico de doença cardiovascular. Assim, a eventual morte da vítima sequer entrou
na
esfera de previsibilidade do agente, ou melhor, sequer poderia ter sido previsível
(previsibilidade
objetiva, indispensável para o reconhecimento da culpa).
Assim, o resultado morte não pode ser imputado a José, nem mesmo a título culposo, dada a
total
ausência de previsibilidade da ocorrência do resultado.
É de se frisar que a questão deixa bastante claro que se tratava de pessoa jovem e de boa saúde,
exatamente para não dar margem a interpretações diversas.
Além disso, jamais poderíamos falar em latrocínio aqui, pois não houve emprego de violência
(apenas grave ameaça)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
16. (FGV – 2012 – OAB – EXAME DE ORDEM) Ares, objetivando passear com a bicicleta de
Ártemis, desfere contra esta um soco. Ártemis cai, Ares pega a bicicleta e a utiliza durante
todo o resto do dia, devolvendo-a ao anoitecer. Considerando os dados acima descritos,
assinale a alternativa correta.
a) Ares praticou crime de roubo com a causa de diminuição de pena do arrependimento
posterior.
b) Ares praticou atípico penal.
c) Ares praticou constrangimento ilegal.
d) Ares praticou constrangimento legal com a causa de diminuição de pena do arrependimento
posterior.
COMENTÁRIOS
A questão é muito polêmica. Em minha visão, deveria ter sido anulada.
Teríamos, aqui, o que se chama de “roubo de uso”. A questão é, isso é admissível? Há
divergência,
havendo quem entenda possível o reconhecimento do roubo de uso (e, portanto, não seria
punível
pelo roubo). Outros, porém, entendem que não existe a figura do roubo de uso, de forma que a
conduta configura, apenas, roubo (e o agente responde pelo delito de roubo).
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A) deverá ser responsabilizado pelo crime de dano simples, somente.
B) deverá ser responsabilizado pelo crime de dano qualificado, somente.
C) deverá ser responsabilizado pelo crime de dano qualificado, sem prejuízo da obrigação de
reparar o dano causado.
D) não será responsabilizado penalmente.
COMENTÁRIOS
O crime de dano só é punível quando a conduta praticada pelo agente é dolosa, não havendo
previsão de forma culposa do delito.
Assim, a questão deve ser definida meramente na esfera civil, não havendo responsabilização na
esfera criminal.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
19. (FGV - 2010 - PC-AP - DELEGADO DE POLÍCIA) Relativamente aos crimes contra o
patrimônio, analise as afirmativas a seguir:
I. No crime de furto, se o criminoso é primário, e a coisa furtada é de pequeno valor, o juiz pode
substituir a pena de reclusão pela de detenção.
II. Considera-se qualificado o dano praticado com violência à pessoa ou grave ameaça, com
emprego de substância inflamável ou explosiva (se o fato não constitui crime mais grave),
contra o
patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou
sociedade de economia mista ou ainda por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a
vítima.
III. É isento de pena quem comete qualquer dos crimes contra o patrimônio em prejuízo do
cônjuge, na constância da sociedade conjugal, desde que não haja emprego de grave ameaça ou
violência à pessoa ou que a vítima não seja idosa nos termos da Lei 10.741/2003.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
COMENTÁRIOS
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103
I – CORRETA: Esta previsão está contida no art. 155, §2º do CP. Trata-se do que se chamou de
“furto privilegiado” (embora a utilização do termo “privilegiado” não esteja sendo correta neste
caso).
II – CORRETA: Estas são hipóteses que configuram o crime de dano qualificado, nos termos do
art.
163, § único do CP.
III – CORRETA: Esta é a perfeita definição das hipóteses dos arts. 181 a 183 do CP, que tratam
das
causas pessoais de isenção de pena em relação aos crimes contra o patrimônio. Vejamos:
Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste
título, em prejuízo: (Vide Lei nº 10.741, de 2003)
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja
civil ou natural.
(...)
Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:
I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de
grave ameaça ou violência à pessoa;
II - ao estranho que participa do crime.
III - se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60
(sessenta) anos. (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
20. (FGV – 2015 – OAB – XVII EXAME DE ORDEM) Marcondes, necessitando de dinheiro
para
comparecer a uma festa no bairro em que residia, decide subtrair R$ 1.000,00 do caixa do
açougue de propriedade de seu pai. Para isso, aproveita-se da ausência de seu genitor,
que, naquele dia, comemorava seu aniversário de 63 anos, para arrombar a porta do
estabelecimento e subtrair a quantia em espécie necessária.
Analisando a situação fática, é correto afirmar que
a) Marcondes não será condenado pela prática de crime, pois é isento de pena, em razão da
escusa
absolutória.
b) Marcondes deverá responder pelo crime de furto de coisa comum, por ser herdeiro de seu pai.
c) Marcondes deverá responder pelo crime de furto qualificado.
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“distrair” a vítima, ou seja, fazer com que ela reduza sua vigilância sobre a coisa para, então,
poder
efetuar a subtração.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
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22. (VUNESP / 2020 / EBSERH / ADVOGADO)
O crime de roubo tem pena aumentada (CP, art. 157, § 2° e 2° A) se
A) o bem subtraído é de propriedade de ente público Municipal, Estadual ou Federal.
B) a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância.
C) praticado em transporte público ou coletivo.
D) cometido por quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego
ou
função pública.
E) cometido por quem for ocupante de cargos em comissão ou de função de direção ou
assessoramento de órgão de empresa pública.
COMENTÁRIOS
No caso em tela, apenas a letra B traz uma majorante aplicável ao crime de roubo, que é a
prevista
no art. 157, §2º, III do CP:
Art. 157 (...) § 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade:
(Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018)
(...)
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal
circunstância.
As demais situações não configuram hipótese de aumento de pena em relação ao roubo.
GABARITO: Letra B
23. (VUNESP – 2018 – PC-BA - ESCRIVÃO) A respeito de crimes contra o patrimônio, é
correto
afirmar que
(A) dano simples praticado pelo agente contra seu tio, com quem não coabita, este com
cinquenta
e um anos de idade, somente se procederá mediante representação.
(B) apropriação indébita praticado pelo agente contra seu cônjuge, este com cinquenta e nove
anos de idade, separado judicialmente, somente se procederá mediante representação.
(C) estelionato praticado pelo agente contra seu irmão, este com cinquenta e cinco anos de
idade,
somente se procederá mediante queixa.
(D) alteração de limites praticado pelo agente contra seu sobrinho, com quem coabita, este com
cinquenta anos de idade, será isento de pena.
(E) extorsão praticado pelo agente contra seu pai, este com cinquenta e oito anos de idade, será
isento de pena.
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106
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errado, pois só se aplicaria a hipótese do art. 182, III do CP no caso de o
agente
coabitar com o tio.
b) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão do art. 182, I do CP:
Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste
título é cometido em prejuízo: (Vide Lei nº 10.741, de 2003)
I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
Não há que se falar, aqui, em causa de isenção de pena, pois o agente e a vítima estavam
separados judicialmente.
c) ERRADA: Item errado, pois neste caso teremos ação penal pública condicionada à
representação, na forma do art. 182, II do CPP.
d) ERRADA: Item errado, pois neste caso o agente responderá pelo crime, e teremos ação penal
pública condicionada à representação, na forma do art. 182, III do CPP.
e) ERRADA: Item errado, pois, por se tratar de extorsão, é inaplicável o benefício do art. 181, II
do
CP, conforme vedação expressa contida no art. 183, I do CP:
Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste
título, em prejuízo: (Vide Lei nº 10.741, de 2003)
(...)
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja
civil ou natural.
(...)
Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:
I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de
grave ameaça ou violência à pessoa;
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
24. (VUNESP – 2018 – PC-BA - INVESTIGADOR) Sobre as disposições gerais aplicáveis aos
crimes contra o patrimônio, previstas nos artigos 181 a 183 do Código Penal, assinale a
alternativa correta.
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(A) Maria, apesar de divorciada de José, com este mantém amizade, e constantemente se
encontram para jantar. Em um desses encontros, Maria furtou o relógio e as abotoaduras de ouro
pertencentes a José. Nesse caso, por ter sido casada com José, Maria estará isenta de pena, nos
temos do art. 181, I, do Código Penal.
(B) Se o crime for cometido em prejuízo de irmão, legítimo ou ilegítimo, a ação penal será
pública
incondicionada.
(C) Manoel, para sustentar o vício em jogos, furtou R$ 70.000,00 de seu pai, referente a todo o
dinheiro economizado durante a vida do genitor, um senhor de 65 anos de idade à época do fato.
Por ter praticado crime sem violência contra seu genitor, Manoel ficará isento de pena.
(D) As causas de isenção de pena previstas nos artigos 181 e 182 também se estendem ao
estranho
que participa do crime.
(E) Se o crime for cometido em prejuízo de tio ou sobrinho com quem o agente coabita, a ação
penal será pública condicionada à representação.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errado, pois não há que se falar, aqui, em causa de isenção de pena, pois o
agente e a vítima estavam separados judicialmente.
b) ERRADA: Item errado, pois neste caso teremos ação penal pública condicionada à
representação, na forma do art. 182, II do CPP.
c) ERRADA: Item errado, pois, por se tratar de vítima com 60 anos ou mais (no caso, 65 anos
de
idade), é inaplicável o benefício do art. 181, II do CP, conforme vedação expressa contida no
art.
183, III do CP:
Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste
título, em prejuízo: (Vide Lei nº 10.741, de 2003)
(...)
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja
civil ou natural.
(...)
Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:
(...)
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60
(sessenta) anos. (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003)
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d) ERRADA: Item errado, pois tais benefícios não se estendem ao estranho que participa do
crime,
na forma do art. 183, II do CP.
e) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão do art. 182, III do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
25. (VUNESP – 2017 – DPE-RO – DEFENSOR PÚBLICO) João, de 30 anos, em concurso
com a
amiga Maria, de 25 anos, cometem apropriação indébita contra o pai de João, de 50 anos.
Os três moram na mesma casa.
É correto afirmar que João
a) e Maria são isentos de pena.
b) é isento de pena e Maria somente será processada mediante representação.
c) e Maria somente serão processados mediante representação.
d) é isento de pena, mas a Maria não socorre semelhante benefício.
e) somente será processado mediante representação e Maria é isenta de pena.
COMENTÁRIOS
Neste caso, João será isento de pena, pois praticou o crime patrimonial (sem violência ou grave
ameaça) contra seu ascendente (seu pai), que não tinha idade igual ou superior a 60 anos, na
forma
do art. 181, II do CP.
Maria, todavia, não receberá o mesmo benefício, pois não possui vínculo com a vítima, na
forma
do art. 183, II do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
26. (VUNESP – 2017 – TJ-SP - JUIZ) Em relação aos crimes contra o patrimônio, é correto
afirmar que
a) constitui causa de aumento de pena do furto simples a subtração de semovente domesticável
de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da subtração.
b) é isento de pena quem comete furto em prejuízo de ascendente, independentemente da idade
da vítima.
c) não incide a agravante de crime praticado contra maior de sessenta anos no caso de
estelionato
contra idoso.
d) admitem a figura privilegiada os crimes de furto, dano, apropriação indébita, estelionato e
receptação.
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COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errado, pois se trata de uma qualificadora, na forma do art. 155, §6º do CP.
b) ERRADA: Item errado, pois se a vítima tem idade igual ou superior a 60 anos, não se aplica
tal
causa de isenção de pena, na forma do art. 183, III do CP.
c) CORRETA: Item correto, pois tal circunstância já é levada em consideração como causa de
aumento de pena, conforme art. 171, §4º do CP, não podendo ser utilizada, também, como
agravante genérica, sob pena de bis in idem (dupla punição pela mesma circunstância).
d) ERRADA: Item errado, pois o crime de dano (art. 163 do CP) não prevê a modalidade
privilegiada.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
27. (VUNESP – 2017 – PREF. DE PORTO FERREIRA-SP – PROCURADOR) Em relação aos
crimes
e) ERRADA: Item errado, pois o valor do prejuízo sofrido pela vítima não influencia na ação
penal
relativa a tal delito.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
28. (VUNESP – 2017 – PREF. DE ANDRADINA-SP – ASSISTENTE JURÍDICO) Entre
outras
possibilidades, o crime de dano do art. 163 do CP é qualificado se cometido
a) por motivo fútil.
b) por duas ou mais pessoas.
c) durante o repouso noturno.
d) em situação de calamidade pública.
e) contra o patrimônio da União, Estado ou Município.
COMENTÁRIOS
As hipóteses de dano qualificado estão previstas no art. 163, § único do CP:
Dano
Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Dano qualificado
Parágrafo único - Se o crime é cometido:
I - com violência à pessoa ou grave ameaça;
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111
II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui
crime mais grave
III - contra o patrimônio da União, de Estado, do Distrito Federal, de Município ou
de autarquia, fundação pública, empresa pública, sociedade de economia mista
ou empresa concessionária de serviços públicos; (Redação dada pela Lei nº 13.531,
de 2017)
IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da pena correspondente
à violência.
Como se vê, o dano será qualificado, dentre outras hipóteses, quando praticado contra o
patrimônio da União, Estado ou Município.
25.7.1990)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
30. (VUNESP – 2015 – TJ-SP – JUIZ – ADAPTADA) Não há crime de latrocínio, quando o
homicídio se consuma, mas o agente não realiza a subtração de bens da vítima.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois o latrocínio se consuma quando o agente, no intuito de realizar a subtração,
provoca a morte mediante violência, ainda que não consiga realizar a subtração (súmula 610 do
STF).
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
31. (VUNESP – 2015 – TJ-SP – JUIZ) Quanto ao crime de extorsão mediante sequestro, podese
afirmar que
a) se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a
libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida de 1 (um) a 2/3 (dois terços).
b) a vantagem almejada com a extorsão é necessariamente o pagamento do preço do resgate.
c) se resultar em morte da vítima, tipifica homicídio.
d) a pena é aumentada quando o sequestro superar, no mínimo, 48 horas.
COMENTÁRIOS
a) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão do art. 159, §4º do CP:
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Art. 159 (...) § 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o
denunciar à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena
reduzida de um a dois terços. (Redação dada pela Lei nº 9.269, de 1996)
B) ERRADA: Item errado, pois o crime é praticado com o fim de obter, para si ou para outrem,
qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate.
c) ERRADA: Item errado, pois neste caso teremos uma das formas qualificadas deste delito,
prevista
no art. 159, §3º, de forma que a pena será de reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.
d) ERRADA: Item errado, pois teremos uma QUALIFICADORA se o sequestro durar mais de
24
(vinte e quatro) horas, na forma do art. 159, §1º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
32. (VUNESP – 2015 – TJ-MS – JUIZ) A respeito dos crimes contra o patrimônio, assinale a
alternativa correta.
a) No crime de furto de uso, se a coisa infungível é subtraída para fim de uso momentâneo, e, a
seguir, vem a ser imediatamente restituída ou reposta no lugar onde se achava, responderá o
agente por pena de detenção de até seis meses e pagamento de trinta dias-multa.
b) Se o agente consuma o homicídio, mas não obtém êxito na subtração de bens da vítima por
circunstâncias alheias à sua vontade, responderá por crime de homicídio qualificado
consumado.
c) O delito de dano, previsto pelo art. 163 do Código Penal, prevê as modalidades dolosa e
culposa.
d) O crime de extorsão consuma-se independentemente da obtenção da vantagem indevida.
e) De acordo com o art. 168, § 1º, do Código Penal, são causas exclusivas de aumento da pena
ao
delito de apropriação indébita quem receber a coisa em depósito necessário ou em razão de
ofício,
emprego ou profissão.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errado, pois se não havia a intenção de se assenhorar da coisa, temos o
chamado
“furto de uso”, que é conduta impunível, de acordo com a Doutrina.
b) ERRADA: Item errado, pois o latrocínio se consuma quando o agente, no intuito de realizar a
subtração, provoca a morte mediante violência, ainda que não consiga realizar a subtração
(súmula
610 do STF).
c) ERRADA: Item errado, pois não há previsão de modalidade culposa para o crime de dano.
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d) CORRETA: Item correto, pois o crime de extorsão é formal, consumando-se no momento em
que a vítima é constrangida, sendo irrelevante, para a consumação, a obtenção da vantagem
indevida pelo agente, na forma do art. 158 do CP (e súmula 96 do STJ).
e) ERRADA: Item errado, pois também há aumento de pena, para este crime, quando praticado
na
qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou depositário
judicial, conforme art. 168, §1º, II do CP.
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a) cometeu o crime de furto dos arquivos de Mário (art. 155, CP), uma vez que a posse legítima
do
computador não levou à posse legítima dos arquivos pessoais que estavam nele, em concurso
material com extorsão (art. 158, CP).
b) cometeu o crime de ameaça, previsto no artigo 147, CP.
c) não cometeu qualquer crime, considerando que os arquivos do computador vendido por
Mário
chegaram em suas mãos por descuido dele, que não os apagou quando vendeu o equipamento.
d) cometeu o crime de roubo tentado, considerando que para obter o valor de R$ 10.000,00 usou
de ameaça contra Mário (ameaçava mostrar os arquivos para a mulher dele).
e) cometeu o crime de extorsão, previsto no artigo 158, CP.
COMENTÁRIOS
Neste caso, Josefa cometeu o crime de extorsão, previsto no artigo 158 do CP:
Extorsão
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o
intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer,
tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
36. (VUNESP – 2015 – PC-CE – DELEGADO) Aquele que com prévia intenção de vantagem
patrimonial seduz outra pessoa, convidando-a à pratica de ato sexual e, durante o coito,
amarra a vítima ao leito, impossibilitando sua reação, a fim de que possa subtrair-lhe os
pertences pessoais (dinheiro, telefone celular e automóvel), comete crime de
a) extorsão mediante sequestro.
b) extorsão.
c) roubo.
d) furto.
e) estelionato.
COMENTÁRIOS
Neste caso o agente pratica o crime de roubo, valendo-se de violência imprópria (parte final do
art. 157 do CP). Vejamos:
Roubo
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e) É isento de pena aquele que destruir coisa alheia em prejuízo de ascendente ou descendente,
salvo se o parentesco for apenas civil.
COMENTÁRIOS
a) CORRETA: Item correto, pois tal crime, previsto no art. 161, §1º, II do CP, se verifica
quando o
agente invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, OU mediante concurso de mais de duas
pessoas, terreno ou edifício alheio, para o fim de esbulho possessório.
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b) ERRADA: Item errado, pois tal agente pratica o crime de apropriação de coisa havida por
erro,
caso fortuito ou força da natureza, na forma do art. 169 do CP.
c) ERRADA: Item errado, pois tal crime é de ação penal privada, na forma do art. 179, § único
do
CP.
d) ERRADA: Item errado, pois tal conduta configura receptação qualificada MESMO que a
atividade comercial seja exercida em residência, na forma do art. 180, §2º do CP.
e) ERRADA: Item errado, pois o agente, neste caso, será isento de pena, na forma do art. 181, II
do CP:
Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste
título, em prejuízo: (Vide Lei nº 10.741, de 2003)
(...)
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja
civil ou natural.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
40. (VUNESP – 2014 – PREF. DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO – PROCURADOR) Nos
termos do
art. 155, § 4.º do CP, o crime de furto é qualificado quando cometido
a) em local ermo.
b) durante o repouso noturno.
c) em situação de calamidade pública.
d) mediante concurso de duas ou mais pessoas.
e) contra órgão da Administração Pública direta ou indireta.
COMENTÁRIOS
Dentre as alternativas apresentadas, apenas a alternativa D traz uma qualificadora prevista no
art.
155, §4º do CP, aplicável ao furto:
Furto
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
(...)
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:
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(...)
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
41. (VUNESP – 2014 – PC-SP - DESENHISTA) “Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para
outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer
meio, reduzido à impossibilidade de resistência”. O Código Penal Brasileiro intitula o tipo
penal ora transcrito de
a) extorsão.
b) furto de coisa comum.
c) roubo.
d) furto qualificado.
e) furto.
COMENTÁRIOS
Neste caso teremos o crime de roubo, previsto no art. 157 do CP:
Roubo
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave
ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido
à impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
42. (VUNESP – 2014 – TJ-RJ – JUIZ) Nos estritos termos do CP, aquele que faz ligação
clandestina de energia elétrica junto a poste instalado na via pública e a utiliza em proveito
próprio
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Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio,
induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer
outro meio fraudulento:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez contos
de réis.
(...)
§ 2º - Nas mesmas penas incorre quem:
(...)
V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo
ou a saúde, ou agrava as consequências da lesão ou doença, com o intuito de
haver indenização ou valor de seguro;
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
48. (VUNESP – 2011 – TJ-RJ – JUIZ) Tício, usuário de “maconha”, porém imputável e lúcido
naquele momento, subtrai dinheiro que estava sobre a mesa da sala, deixado ali por sua
avó, com mais de 60 (sessenta) anos de idade, visando adquirir entorpecente para uso
próprio. Assinale, dentre as alternativas mencionadas, qual delas é a correta.
a) Tício é isento de pena, por ter praticado o furto contra ascendente.
b) Tício responderá pelo furto, mas a ação penal estará condicionada à representação por parte
da
avó.
c) Tício responderá pelo furto, independentemente de representação por parte da avó, pois, no
caso, a ação penal é pública incondicionada.
d) Tício não praticou crime, pois agiu em estado de necessidade.
COMENTÁRIOS
Tício, neste caso, praticou o crime de furto, previsto no art. 155 do CP. Não há aplicação da
causa
de isenção de pena do art. 181, II do CP (crime contra ascendente), pois a vítima tinha mais de
60
anos de idade, na forma do art. 183, III do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
49. (VUNESP – 2010 – MPE-SP – ANALISTA DE PROMOTORIA) O crime de furto, do art.
155
do Código Penal,
I. tem pena aumentada se praticado por funcionário público;
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II. tem pena aumentada se praticado durante o repouso noturno;
III. é qualificado se praticado mediante o concurso de duas ou mais pessoas.
É correto o que se afirma em
a) II, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
COMENTÁRIOS
I - ERRADA: Item errado, pois não há tal previsão no CP.
II – CORRETA – Item correto, pois esta é a previsão do art. 155, §1º do CP (majorante do furto
praticado durante repouso noturno).
III – CORRETA – Item correto, pois esta é a qualificadora prevista no art. 155, §4º, IV do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
50. (VUNESP - 2013 - TJ-SP - JUIZ) A e B, agindo em concurso e com unidade de desígnios
entre si, mediante grave ameaça, exercida com o emprego de arma de fogo, abordaram C,
que reagiu após o anúncio de assalto. Ante a reação, B efetuou um disparo contra C, mas
por erro na execução, o projétil atingiu o comparsa, causando-lhe a morte. Em seguida, B
pôs-se em fuga, sem realizar a subtração patrimonial visada.
Esse fato configura
a) roubo tentado e homicídio consumado, em concurso material.
b) latrocínio tentado.
c) homicídio consumado.
d) latrocínio consumado.
COMENTÁRIOS
Neste caso temos o crime de roubo seguido de morte (latrocínio), em sua forma consumada, nos
termos do art. 157, §3º do CP. O STF já consolidou entendimento no sentido de que o latrocínio
se consuma com a ocorrência do evento morte, ainda que a subtração não ocorra.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
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51. (VUNESP - 2013 - PC-SP - INVESTIGADOR DE POLÍCIA) No que diz respeito aos
crimes
contra o patrimônio previstos no Código Penal, é correto afirmar que
a) subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a
pessoa, e mantendo a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade, caracteriza o crime de
extorsão mediante sequestro.
b) o crime de furto é qualificado se praticado com destruição ou rompimento de obstáculo à
subtração da coisa.
c) sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como
condição ou preço do resgate, caracterizará o crime de roubo mediante sequestro se este durar
menos do que 24 (vinte e quatro) horas.
d) o crime de furto é qualificado se praticado durante o repouso noturno.
e) quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo
possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro do prazo de 15 (quinze) dias, não
comete crime se desconhece a identidade do proprietário do objeto.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Tal conduta configura o crime de roubo majorado, nos termos do art. 157, §2º, V
do
CP.
b) CORRETA: O furto será considerado qualificado nestas circunstâncias, nos termos do art.
155,
§4º, I do CP.
c) ERRADA: Tal conduta configurará o delito de extorsão mediante sequestro, nos termos do
art.
159 do CP.
d) ERRADA: Item errado, pois o crime, neste caso, não será qualificado. Haverá, porém, a
incidência
de uma causa de aumento de pena, nos termos do art. 155, §1º do CP.
e) ERRADA: Item errado, mesmo neste caso a pessoa estará cometendo o crime de apropriação
de coisa achada, nos termos do art. 169, II do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
52. (VUNESP – 2013 – PC/SP – PAPILOSCOPISTA) Imagine que João confunda seu aparelho
de telefone celular com o de seu colega Pedro e, descuidadamente, leve para sua casa o
aparelho de Pedro. Ao perceber o equívoco, João imediatamente comunica-se com Pedro
e informa o ocorrido. No dia seguinte, João devolve o aparelho ao colega sem qualquer
dano. Analisando a hipótese narrada, é possível afirmar que João
(A) cometeu crime de furto, mas não será punido em vista do instituto da desistência voluntária.
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(B) não cometeu crime algum.
(C) cometeu crime de apropriação indébita, mas não será punido em vista do instituto da
desistência voluntária.
(D) cometeu crime de furto, mas não será punido em vista do instituto do arrependimento
eficaz.
(E) cometeu crime de apropriação indébita, mas não será punido em vista do instituto do
arrependimento eficaz.
COMENTÁRIOS
O agente, neste caso, agiu em ERRO DE TIPO, por incidir em erro sobre um dos elementos que
compõem o tipo penal (no caso, o elemento “coisa alheia”, já que acreditava que a coisa era
sua).
Neste caso, João não pode ser responsabilizado pelo crime de furto, nos termos do art. 20 do
CP.
Até se poderia cogitar a punição da conduta a título culposo, caso ficasse comprovado que o
erro
foi imperdoável (erro inescusável). Contudo, o delito de furto não admite modalidade culposa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
53. (VUNESP – 2013 – PC/SP – PAPILOSCOPISTA) No que concerne ao crime de receptação,
analise as seguintes assertivas:
I. Não é punível se desconhecido o autor do crime de que proveio a coisa.
II. Não é punível se isento de pena o autor do crime de que proveio a coisa.
III. A pena para a figura simples dolosa (CP, art. 180, caput) é aplicada em dobro caso se trate
de
bem da União.
As assertivas estão, respectivamente:
66. (FCC – 2017 – PC-AP – OFICIAL DE POLÍCIA CIVIL) Leonardo encontra uma cédula de
R$
50,00 sob a poltrona da sala da casa de seu amigo Fausto, lugar que habitualmente
frequenta e, sem que o dono da casa perceba, dela se apodera. Diante do caso hipotético
apresentado, Leonardo pratica o crime de
a) apropriação de coisa achada.
b) furto qualificado.
c) estelionato.
d) furto simples.
e) apropriação indébita.
COMENTÁRIOS
Neste caso, o agente praticou um crime de furto, pois subtraiu, para si, coisa alheia móvel. Há,
ainda, a qualificadora do art. 155, §4º, II, pois o agente gozava de maior confiança por parte da
vítima, já que era seu amigo e frequentava a casa regularmente, o que indica uma menor
vigilância
da vítima para com seus pertences.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
67. (FCC – 2016 – TRF3 – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA) Peter,
pessoa de
grande porte físico, agarrou Paulus pelas costas e o imobilizou com uma “gravata”. Com a
vítima imobilizada, subtraiu-lhe a carteira, o celular e o relógio. Em seguida, deixou o local
e soltou a vítima que não sofreu nenhum ferimento. Peter cometeu crime de
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a) extorsão simples.
b) furto qualificado pela destreza.
c) roubo qualificado.
d) roubo simples.
e) extorsão qualificada.
COMENTÁRIOS
Neste caso, Peter praticou o crime de roubo simples, previsto no art. 157 do CP, pois subtraiu
para
si coisa alheia móvel após ter reduzido a vítima a uma situação de impossibilidade de
resistência.
Este é o chamado “roubo com violência imprópria”.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
68. (FCC – 2016 – TRF3 – TÉCNICO JUDICIÁRIO - INFORMÁTICA) A respeito do crime
de
furto, considere:
I. Peter cavou um túnel e, com grande esforço, conseguiu entrar no interior de uma loja, dali
subtraindo produtos eletrônicos.
II. Paulus, com o auxílio de uma corda, entrou pela janela em uma residência, de onde subtraiu
objetos.
III. Plinius escalou uma árvore, galgou o telhado de um supermercado e removeu várias telhas,
entrando no local, de onde subtraiu diversos objetos.
Ficou caracterizada a qualificadora da escalada
a) nos furtos cometidos por Peter e Paulus, apenas.
b) nos furtos cometidos por Peter, Paulus e Plinius.
c) nos furtos cometidos por Peter e Plinius, apenas.
d) nos furtos cometidos por Paulus e Plinius, apenas.
e) no furto cometido por Plinius, apenas.
COMENTÁRIOS
Em ambos os casos temos a aplicação da qualificadora da “escalada”, pois a Doutrina entende
que
na qualificadora da escalada o agente realiza um esforço fora do comum para superar uma
barreira
física (ex.: Saltar um muro ALTO). Vale ressaltar, contudo, que a Doutrina entende que a
superação
da barreira pode se dar de qualquer forma, não apenas pelo alto (ex.: Escavação de um túnel
subterrâneo), desde que não ocorra a destruição da barreira (Neste caso, teríamos a qualificadora
do rompimento de obstáculo).
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No caso de Plinius, não há a qualificadora do “rompimento de obstáculo” pois ele não destruiu
as
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Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Como se vê, o objeto material do furto é a COISA ALHEIA MÓVEL. Assim, os bens imóveis
NÃO
podem ser objeto de furto (correta a letra A). A energia elétrica pode ser objeto de furto, porque
é equiparada a coisa móvel, na forma do art. 155, § 3º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
71. (FCC - 2011 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - TÉCNICO JUDICIÁRIO - SEGURANÇA) Cícero
entrou
no automóvel de Augustus e subtraiu-lhe um computador portátil que estava no banco
traseiro. Augustus percebeu a ação delituosa e perseguiu Cícero, com o qual entrou em
luta corporal. No entanto, Cícero causou ferimentos leves em Augustus, e conseguiu fugir
do local, de posse do aparelho subtraído. Cícero responderá por crime de
A) roubo impróprio.
B) furto simples.
C) furto qualificado pela destreza.
D) furto e de lesões corporais.
E) apropriação indébita.
COMENTÁRIOS
Aqui temos o que se chama de ROUBO IMPRÓPRIO, pois o agente, embora não tenha se
utilizado
de violência ou grave ameaça para realizar a subtração da coisa, o faz para garantir a
impunidade
ou o proveito do crime. Vejamos o que diz o art. 157, §1° do CP:
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave
ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido
à impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega
violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do
crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
72. (FCC - 2011 - TJ-AP - TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS) Mara,
empregada doméstica, subtraiu joias de sua empregadora Dora, colocando-as numa caixa
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que enterrou no quintal da residência. No dia seguinte, porém, Dora deu pela falta das
joias e chamou a polícia que realizou busca no imóvel e encontrou o esconderijo onde Mara
as havia guardado. Nesse caso, Mara responderá por
A) apropriação indébita.
B) furto tentado.
C) furto consumado.
D) roubo.
E) estelionato.
COMENTÁRIOS
No caso em tela houve FURTO CONSUMADO, eis que a agente (Mara) chegou a ter a posse
sobre
os bens, ainda que estes estivessem dentro da propriedade da proprietária, mas já não estavam
mais sob a posse dela.
O crime de furto se consuma com a posse efetiva sobre os bens furtados, pouco importando se
eles saíram ou não de perto da vítima.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
73. (FCC - 2011 - TRE-RN - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA) Paulo
fez uma
ligação clandestina no relógio de seu vizinho e subtraiu energia elétrica para a sua
residência. Paulo
A) não responderá por crime contra o patrimônio, pois a energia elétrica é bem de uso comum.
B) responderá por crime de estelionato.
C) responderá por crime de furto.
D) responderá por crime de roubo.
E) responderá por crime de apropriação indébita.
COMENTÁRIOS
No caso em tela Paulo responderá pelo crime de furto, pois praticou a subtração de coisa alheia
móvel, nos termos do art. 155 c/c com seu §3° do CP:
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
(...)
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§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha
valor econômico.
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
74. (FCC - 2010 - TRT - 8ª REGIÃO (PA E AP) - ANALISTA JUDICIÁRIO - EXECUÇÃO
DE
MANDADOS) Paulo postou-se em frente a um restaurante e apresentou- se como
manobrista a um freguês que chegou para jantar. Entregou-lhe um papel com um número
e recebeu deste as chaves o veículo, do qual se apossou, fugindo do local. Paulo
responderá por crime de
A) apropriação indébita.
B) estelionato.
C) furto qualificado pela fraude.
D) furto simples.
E) furto com abuso de confiança.
COMENTÁRIOS
No crime de estelionato, a fraude é o meio utilizado pelo agente para que a vítima, enganada,
LHE
ENTREGUE A VANTAGEM INDEVIDA (no caso, o veículo). Já no crime de furto
qualificado pela
utilização de fraude, o agente emprega o ardil, a fraude, de forma a fazer com que a vítima
diminua
sua vigilância sobre o bem, facilitando, desta forma, a conduta do larápio, que irá SUBTRAIR
O
BEM.
No caso em tela, como não houve subtração, mas entrega voluntária da coisa pela vítima, em
razão
da fraude perpetrada pelo agente, temos ESTELIONATO.
Portanto, A AFIRMATIVA CORRETA É A LETRA B.
75. (FCC – 2006 – BCB – TÉCNICO) José encontrou um talonário de cheques na rua. Retirou
uma das folhas, preencheu e a utilizou para pagar R$ 200,00 de combustível num posto de
gasolina.
A) subtrai, para si ou para outrem, coisa alheia móvel, com abuso de confiança, ou mediante
fraude,
escalada ou destreza.
B) subtrai, para si ou para outrem, coisa alheia móvel, com destruição ou rompimento de
obstáculo.
C) emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, logo após subtraída a coisa, a fim de
assegurar a impunidade do crime.
D) apropria-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou detenção em razão de ofício,
emprego
ou profissão.
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E) recebe, como garantia de dívida, abusando da situação de alguém, documento que pode dar
causa a procedimento criminal contra a vítima.
COMENTÁRIO
O tipo penal do crime de roubo está descrito no art. 157 do CP, e se caracteriza com a subtração
de coisa alheia móvel, para si ou para outrem, mediante violência ou grave ameaça, ou após ter
reduzido a vítima à impossibilidade de defesa. Vejamos:
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave
ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido
à impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
No entanto, a Doutrina admite a violência imprópria, que é aquela aplicada após a subtração, de
forma a garantir a impunidade ou o proveito do crime.
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
77. (FCC – 2006 – BCB – TÉCNICO) João e Pedro são co-herdeiros, na proporção de metade
para cada um, de uma herança de R$ 100.000,00 em dinheiro, que estava guardada num
armário da residência de Pedro, por ser o inventariante. João, à noite, entrou na casa, abriu
o armário e subtraiu para si R$ 50.000,00. A conduta de João
A) não é punível, por tratar-se subtração de coisa comum, cujo valor não excede à quota a que
tem
direito o agente.
B) é punível a título de furto de coisa comum, pois o dinheiro estava sendo legitimamente
II do CP. Vejamos:
Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste
título é cometido em prejuízo: (Vide Lei nº 10.741, de 2003)
(...)
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
81. (FCC – 2010 – SEFIN/RO – AUDITOR FISCAL) Paulo deu início à execução de crime de
furto
e ingressou na casa de Pedro com o objetivo de subtrair um televisor. Já no interior da
moradia, percebeu que a vítima dormia no sofá da sala, onde o aparelho está instalado. Em
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vista disso, antevendo os riscos que assumiria em prosseguir no seu intento e pressentindo
a possibilidade de ser surpreendido, desistiu de prosseguir na execução do delito. Nesse
caso, Paulo
A) responderá por tentativa de furto.
B) não responderá por nenhum delito, pois houve desistência voluntária.
C) não responderá por nenhum delito, pois houve arrependimento eficaz.
D) responderá apenas por invasão de domicílio.
E) não responderá por nenhum delito, pois houve arrependimento posterior.
COMENTÁRIO
No caso em tela, houve desistência voluntária, pois o agente deixou de dar seguimento à
execução
do delito, por vontade própria. Vejamos:
Desistência voluntária e arrependimento eficaz(Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou
impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.(Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Assim, responderia apenas por invasão de domicílio, que é o delito já praticado.
No entanto, a banca considerou que houve furto na modalidade tentada, o que, na minha visão, é
um erro, já que o resultado (furto) não se consumou não em virtude de fato alheio à vontade do
agente (fato de o dono da casa estar dormindo na sala), mas em razão da desistência do agente,
84. (FCC - 2013 - MPE-SE - ANALISTA - DIREITO) A subtração de veículo automotor que
venha
a ser transportado para o exterior, ocorrida mediante concurso de agentes, durante o
repouso noturno e com emprego de narcotização da vítima classifica-se precisamente
como
a) furto simples.
b) furto com causa de aumento.
c) furto qualificado.
d) roubo impróprio.
e) roubo próprio.
COMENTÁRIOS
A conduta, neste caso, se amolda ao tipo penal do art. 157, caput do CP, ou seja, roubo próprio.
A questão leva o candidato a pensar tratar-se de furto qualificado (art. 155, §4º), mas transforma
a
conduta em ROUBO ao deixar claro que o agente empregou algum meio que reduziu ou
impediu
a capacidade de resistência da vítima. Vejamos:
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Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave
ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido
à impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
(...)§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade: (Redação dada pela Lei
nº 13.654, de 2018)
(...)
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para
outro Estado ou para o exterior; (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
85. (FCC – 2012 – TRF5 – ANALISTA JUDICIÁRIO) O perdão judicial no crime de
apropriação
indébita previdenciária exige como condição que
a) sendo o réu primário e de bons antecedentes, seja o valor da apropriação igual ou inferior ao
c) tinham finalidade de praticar o crime de furto qualificado por concurso de agentes, mas não
passaram da fase de meros atos preparatórios, impunível.
d) iniciaram a prática de crime de roubo que não se consumou por circunstâncias alheias à sua
vontade, face à chegada da polícia.
e) devem ser devidamente punidos pela tentativa, dada a vontade deliberada de praticarem o
delito.
COMENTÁRIOS
Neste caso, devemos saber quando se inicia a prática da conduta criminosa. A conduta
criminosa
teria início com a prática de algum dos atos de execução, que, no caso concreto, não chegaram a
ser praticados, pois não houve início de violação ao bem jurídico. O fato de irem de carro até a
porta do local não caracteriza, por si só, qualquer violação. Neste caso, não podemos dizer que a
execução foi iniciada, de forma que não há, sequer, tentativa. Vejamos:
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição
expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser
tentado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
88. (FCC – 2012 – TRT 4 – JUIZ DO TRABALHO) Dentre os crimes contra o patrimônio,
ainda
que primário o agente e de pequeno valor a coisa ou o prejuízo, NÃO admite a imposição
exclusiva de pena de multa
a) o estelionato.
b) o furto.
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c) a receptação dolosa.
d) a apropriação indébita.
e) o dano culposo.
COMENTÁRIOS
Tal circunstância não é aplicável ao crime de “dano culposo”, pois tal conduta é considerada
FATO
ATÍPICO. Todas as demais admitem a aplicação apenas da pena de multa (estelionato – art.
171,
§1º; furto – art. 155, §2º; receptação dolosa – art. 180, §5º do CP; apropriação indébita – art.
170
do CP).
Contudo, o enunciado fala “dentre os CRIMES” contra o patrimônio. Ora, a conduta “dano
culposo” NÃO é crime, de maneira que seria cabível a anulação da questão.
Porém, o gabarito foi mantido como letra E.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
89. (FCC – 2012 – TRT 1 – JUIZ DO TRABALHO) Na apropriação indébita previdenciária, se
o
valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, for igual ou inferior àquele
estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o
ajuizamento de suas execuções fiscais, é facultado ao juiz, na hipótese de o agente ser
primário e de bons antecedentes,
a) substituir a pena de reclusão pela de detenção.
b) reduzir de metade o valor do dia-multa.
c) reduzir a pena privativa de liberdade de 1/3 a 2/3.
d) aplicar somente a pena de multa.
e) considerar o fato como circunstância atenuante e fixar a pena abaixo do mínimo legal.
COMENTÁRIOS
O Juiz, neste caso, poderá deixar de aplicar a pena ou aplicar apenas a pena de multa:
Art. 168-A (...)
§ 3º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se
o agente for primário e de bons antecedentes, desde que: (Incluído pela Lei nº
9.983, de 2000)
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I - tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia,
o pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive acessórios; ou
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
II - o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior
àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o
mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. (Incluído pela Lei nº 9.983,
de 2000)
COMENTÁRIOS
O fato de o agente ser funcionário público, aqui, é irrelevante. Trata-se da prática de um furto
simples, previsto no art. 155 do CP:
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
92. (FCC – 2012 – TRT 20 – JUIZ DO TRABALHO) No crime de apropriação indébita
previdenciária, a possibilidade de o juiz deixar de aplicar a pena, se presentes determinadas
situações expressamente previstas em lei, constitui hipótese de
a) renúncia.
b) absolvição imprópria.
c) indulto.
d) perdão judicial.
e) excludente legal da culpabilidade.
COMENTÁRIOS
Tal hipótese, prevista no art. 168, §3º do CP, constitui-se como modalidade de PERDÃO
JUDICIAL,
segundo a definição doutrinária.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
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154
93. (FCC – 2010 – TRT 8 – ANALISTA JUDICIÁRIO) Jeremias aproximou-se de um veículo
parado no semáforo e, embora não portasse qualquer arma, mas fazendo gestos de que
estaria armado, subtraiu a carteira do motorista, contendo dinheiro e documentos.
Jeremias responderá por crime de
a) roubo qualificado pelo emprego de arma.
b) furto simples.
c) furto qualificado.
d) roubo simples.
e) apropriação indébita.
COMENTÁRIOS
Jeremias, neste caso, responderá pelo crime de roubo, em sua modalidade simples, já que a
simulação de utilização de arma de fogo NÃO gera a aplicação da majorante prevista no art.
157,
§2º-A, I do CP, segundo entendimento jurisprudencial dominante.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
94. (FCC – 2010 – TCE-RO – PROCURADOR) Segundo entendimento sumulado do Superior
Tribunal de Justiça, se o agente, para obter vantagem ilícita em prejuízo alheio, falsifica
documento público, responderá por
a) estelionato.
b) estelionato e falsificação de documento público, em concurso material.
c) falsificação de documento público.
d) estelionato e falsificação de documento público, em concurso formal.
e) estelionato e falsificação de documento público, em continuidade delitiva.
COMENTÁRIOS
A questão deveria ter sido anulada. Isso porque ela se refere ao verbete sumular nº 17 do STJ.
Vejamos:
Súmula 17 do STJ
QUANDO O FALSO SE EXAURE NO ESTELIONATO, SEM MAIS
POTENCIALIDADE LESIVA, É POR ESTE ABSORVIDO.
Contudo, como nós podemos observar, somente quando o documento falsificado exaurir sua
potencialidade lesiva no estelionato é que teremos um crime único (o estelionato). Se o
documento
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155
ainda pode ser utilizado para a prática de outros delitos, não há absorção de um pelo outro,
respondendo o agente por ambos os delitos. Assim, a questão deveria ter sido anulada, mas não
o foi.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A (gabarito oficial)
95. (FCC – 2010 – TJ-PI – ASSESSOR JURÍDICO) Pedro ingressou numa joalheria e afirmou
que
pretendia adquirir um anel de ouro para sua esposa. A vendedora colocou sobre a mesa
diversos anéis. Após examiná-los, Pedro disse que lhe agradou mais uma peça que estava
exposta no canto da vitrine e que queria vê-la. A vendedora voltou-lhe as costas, abriu a
vitrine e retirou o anel. Valendo-se desse momento de descuido da vendedora, Pedro
apanhou um dos anéis que estava sobre a mesa e colocou-o no bolso. Em seguida,
examinou o anel que estava na vitrine, disse que era bonito, mas muito caro, agradeceu e
foi embora, levando no bolso a joia que havia apanhado. Nesse caso, Pedro responderá
por
a) furto simples.
b) estelionato.
c) furto qualificado pela fraude.
d) apropriação indébita.
e) roubo.
COMENTÁRIOS
No caso em tela o agente se valeu de uma fraude (se fez passar por comprador honesto) para
diminuir a vigilância da vítima sobre a coisa a ser furtada, tendo, em razão disso, realizado seu
intento, devendo responder pelo crime de furto mediante fraude, na forma consumada. Vejamos:
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
(...)
Furto qualificado
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:
(...)
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
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156
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
96. (FCC – 2010 – BAHIAGÁS – ANALISTA DE PROCESSOS) O ato de receber, como
garantia
de dívida, abusando da situação de alguém, documento que pode dar causa a
procedimento criminal contra a vítima, constitui crime de
a) fraude na entrega de coisa.
b) estelionato.
c) fraude no comércio.
d) extorsão indireta.
e) furto qualificado pela fraude.
COMENTÁRIOS
Esta conduta configura o delito de extorsão indireta, previsto no art. 160 do CP:
Extorsão indireta
Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de
alguém, documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a vítima
ou contra terceiro:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
97. (FCC – 2009 – TRT 3 – ANALISTA JUDICIÁRIO) Quem exige como garantia de dívida,
abusando da situação de alguém, documento que pode dar causa a procedimento criminal
contra a vítima, comete crime de extorsão
a) mediante sequestro.
b) consumada, em seu tipo fundamental.
c) tentada, em seu tipo fundamental.
d) indireta.
e) qualificada, na forma tentada.
COMENTÁRIOS
Esta conduta configura o delito de extorsão indireta, previsto no art. 160 do CP:
Extorsão indireta
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157
Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de
alguém, documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a vítima
ou contra terceiro:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
98. (FCC – 2009 – TRT 3 – ANALISTA JUDICIÁRIO) Quem utiliza uma tesoura para fazer
girar e
abrir, sem danificar, a fechadura da porta de um veículo que ato contínuo subtrai para si,
comete crime de furto
a) qualificado pela fraude.
b) simples.
c) qualificado pela destreza.
d) qualificado pelo rompimento de obstáculo.
101. (FCC – 2007 – TRE-SE – ANALISTA JUDICIÁRIO) Se duas ou mais pessoas, agindo
em conjunto e previamente ajustadas, subtraem, sem emprego de violência ou grave
ameaça, uma televisão de terceira pessoa, elas praticam o crime de
a) furto qualificado.
b) furto simples.
c) estelionato.
d) apropriação indébita.
e) roubo qualificado.
COMENTÁRIOS
Estas pessoas praticam o crime de furto qualificado pelo concurso de pessoas. Vejamos:
Art. 155 (...)
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:
(...)
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
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Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
102. (FCC – 2014 – TJ-AP – JUIZ) No que se refere ao roubo com emprego de arma, é
correto afirmar:
a) Sua natureza mais exata é de circunstância qualificadora, computável sempre na primeira fase
do método trifásico de apuração da pena, não constituindo, portanto, causa de aumento que,
como tal, se computa na terceira fase respectiva.
b) Majoritariamente, hoje o Superior Tribunal de Justiça orienta-se pela configuração dessa
circunstância legal no emprego de arma de brinquedo.
c) Majoritariamente, hoje a mais consagrada doutrina brasileira considera que a arma de
brinquedo
não caracteriza essa circunstância legal.
d) Seu efeito legal próprio incide nas penas do latrocínio.
e) Em princípio, não se comunica aos demais agentes.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: Trata-se de causa de aumento de pena, aplicável na terceira fase da dosimetria da
pena.
B) ERRADA: O STJ entende que o uso de arma de brinquedo não caracteriza esta causa de
aumento de pena.
C) CORRETA: De fato, tanto a doutrina quanto a jurisprudência entendem que o uso de arma
de
brinquedo não gera esta causa de aumento de pena.
D) ERRADA: O latrocínio está, topograficamente, após a causa de aumento de pena citada, de
maneira que esta causa não se aplica ao latrocínio, que na verdade é uma forma qualificada do
crime de roubo.
E) ERRADA: Trata-se de circunstância de caráter objetivo, logo, se comunica aos demais
agentes
que não estejam portando a arma, nos termos do art. 30 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
103. (FCC – 2014 – TRT18 – JUIZ) No crime de apropriação indébita,
a) o dolo é antecedente à posse.
b) a ação penal é sempre pública incondicionada, independentemente da condição da vítima.
c) o Juiz pode reduzir a pena se primário o criminoso e de pequeno valor a coisa apropriada.
d) é possível o perdão judicial no caso de apropriação indébita culposa.
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e) há aumento da pena quando o agente recebe a coisa em razão de emprego, mas não de
profissão.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: A posse é anterior ao dolo, que passa a existir apenas em momento posterior.
B) ERRADA: Pois a ação será pública condicionada quando a vítima for alguma das pessoas
enumeradas no art. 182 do CP.
C) CORRETA: Esta é a previsão contida no art. 170 do CP, que se remete ao art. 155, §2º do
CP.
D) ERRADA: A apropriação indébita culposa é uma figura atípica, ou seja, não é prevista como
crime.
E) ERRADA: Tanto numa quanto noutra hipótese haverá aumento de pena, por força do art.
168,
§1º, III do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
104. (FCC – 2014 – TRF4 – OFICIAL DE JUSTIÇA) Gerson subtraiu para si energia elétrica
alheia de pequeno valor, fazendo-o em concurso com Marcio, sendo ambos absolutamente
primários. Com esses dados, à luz da jurisprudência hoje dominante no Superior Tribunal
de Justiça, classificam-se os fatos como furto
(A) de bagatela.
(B) privilegiado.
(C) qualificado.
(D) privilegiado-qualificado.
(E) simples.
COMENTÁRIOS
No caso, temos FURTO, pois a energia elétrica é equiparada à coisa móvel para estes fins. O
furto,
aqui, recaiu sobre coisa de PEQUENO VALOR. O STJ entende que, neste caso, não há
aplicação
do princípio da insignificância, que pressupõe que a coisa furtada seja de valor ÍNFIMO (ainda
“menor” que o “pequeno valor”).
Assim, excluímos a alternativa A.
O furto, neste caso, sabemos é PRIVILEGIADO, pois a coisa é de pequeno valor e os
criminosos
são PRIMÁRIOS, nos termos do art. 155, §2º do CP:
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Furto
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso
noturno.
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode
substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou
aplicar somente a pena de multa.
Mas temos, também, que incide, no presente caso, uma circunstância que qualifica o crime
(concurso de pessoas). Vejamos:
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
(...)
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:
(...)
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
Neste caso, temos a figura do furto QUALIFICADO-PRIVILEGIADO, já reconhecida pela STJ
que,
inclusive, editou o verbete de nº 511 da súmula de sua jurisprudência. Vejamos:
“É possível o reconhecimento do privilégio previsto no § 2º do art. 155 do CP nos
casos de crime de furto qualificado, se estiverem presentes a primariedade do
agente, o pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem objetiva.”
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
105. (FCC – 2015 – TRT 23°REGIÃO – JUIZ) Alfredo, de posse de cheque em branco do
empregador, falsifica a assinatura deste no título e o utiliza na compra de determinado
bem, obtendo vantagem ilícita em prejuízo do comerciante. Na hipótese, segundo
entendimento sumulado do Superior Tribunal de Justiça, Alfredo responde por
a) falsificação de documento público e estelionato, em concurso formal.
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b) estelionato, apenas.
c) falsificação de documento público e estelionato, em concurso material.
d) estelionato e falsificação de documento particular, em concurso formal.
e) falsificação de documento público, apenas.
COMENTÁRIOS
Alfredo praticou, em tese, dois delitos, o de falsificação de documento público e o de
estelionato.
Contudo, como o “falso” foi utilizado como mero meio para a prática do estelionato, esgotando
sua potencialidade lesiva quando da prática do estelionato, entende-se que fica por este
absorvido, ou seja, o agente responde apenas pelo estelionato, conforme entendimento
consolidado pelo STJ por meio do verbete nº 17 de sua súmula de jurisprudência.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
potencialidade lesiva. Neste caso, o agente responderá apenas pelo estelionato, que irá absorver
o crime de
falsificação de documento público.
O STJ, inclusive, sumulou o entendimento:
Súmula 17 do STJ
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QUANDO O FALSO SE EXAURE NO ESTELIONATO, SEM MAIS POTENCIALIDADE
LESIVA, E
POR ESTE ABSORVIDO.
GABARITO: ERRADA
3. (FCC – 2019 – TJAL – JUIZ/ADAPTADA)
Configura crime de falsificação de documento particular o ato de falsificar, no todo ou em parte,
testamento
particular, duplicata e cartão bancário de crédito ou débito.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois a falsificação de testamento particular e de duplicata configura falsificação de
documento
público, pois tais documentos são equiparados a documento público para fins penais, nos termos
do art. 297,
§2º do CP. A falsificação de cartão de crédito ou débito, de fato, configura falsificação de
documento
particular (art. 298 e seu § único do CP).
GABARITO: ERRADA
4. (FCC – 2019 – MPE-MT – PROMOTOR/ADAPTADA)
Não comete o delito de falsa identidade (art. 307) do Código Penal aquele que, conduzido
perante a
autoridade policial, atribui a si falsa identidade com o intuito de ocultar seus antecedentes, tendo
em vista o
princípio da autodefesa.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois o STJ sumulou entendimento no sentido de que tal conduta é típica,
configurando o crime de
falsa identidade, previsto no art. 307 do CP, não havendo que se falar em “autodefesa” como
forma de
afastar a tipicidade da conduta (súmula 522 do STJ).
GABARITO: ERRADA
5. (FCC – 2017 – TRE-SP – ANALISTA JUDICIÁRIO ÁREA JUDICIÁRIA) À luz do
Código Penal, sobre
a falsidade documental nos crimes contra a fé pública,
(A) a falsificação de um documento emanado de sociedade de economia mista federal
caracteriza o crime de
falsificação de documento público.
(B) equipara-se a documento público para caracterização do crime de falsificação de documento
público o
cartão de crédito ou débito.
(C) se o autor do crime de falsificação de selo ou sinal público é funcionário público e comete o
crime
prevalecendo-se do cargo, a pena é aumentada de um terço.
(D) aquele que faz inserir na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado
declaração falsa ou
diversa da que deveria ter constado estará sujeito às penas cominadas ao crime de falsidade
ideológica.
(E) o médico que dá, no exercício de sua função, atestado falso com o fim lucrativo estará
sujeito à pena
privativa de liberdade cominada ao delito de falsidade de atestado médico aumentada de
metade.
COMENTÁRIOS
a) CORRETA: Item correto, pois o documento elaborado por órgão público é considerado
documento público.
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b) ERRADA: O cartão de crédito ou débito é equiparado a documento particular, nos termos do
art. 298, §
único do CP.
c) ERRADA: Item errado, pois neste caso a pena é aumentada em 1/3, não 1/6, nos termos do
art. 296, §2º
do CP;
d) ERRADA: Item errado, pois apesar de tal conduta ser muito semelhante à do crime de
falsidade ideológica
(art. 299 do CP), tal conduta configura crime de falsidade material (falsificação de documento
público), nos
termos do art. 297, §3º, II do CP.
e) ERRADA: Item errado, pois neste caso o médico não terá sua pena privativa de liberdade
aumentada, mas
estará sujeito também à pena de multa, nos termos do art. 302, § único do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
6. (FCC – 2016 – ISS-TERESINA – AUDITOR FISCAL) O crime de falsa identidade
a) é punido com pena de reclusão de 1 a 4 anos.
b) só se consuma com a obtenção de vantagem ilícita.
c) não admite tentativa.
d) pode ser cometido na forma culposa.
e) pode ser cometido por qualquer pessoa.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errado, pois a pena varia de três meses a um ano, ou multa, na forma do art.
307 do CP.
b) ERRADA: Item errado, pois o crime se consuma quando o agente atribui a si ou a terceiro
falsa identidade,
com a FINALIDADE de obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a
outrem, não
sendo necessária a obtenção do resultado pretendido para que o crime venha a se consumar.
c) ERRADA: Item errado, pois é perfeitamente possível a ocorrência de tentativa neste crime.
d) ERRADA: Item errado, pois se trata de crime que só é punível na forma dolosa.
e) CORRETA: Item correto, pois se trata de crime comum, ou seja, que pode ser praticado por
qualquer pessoa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
7. (FCC – 2015 – TRE-AP – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Sobre os
crimes de falsidade
documental é INCORRETO afirmar:
(A) Está sujeito às penas do crime de falsificação de documento público quem insere na Carteira
de Trabalho
e Previdência Social do empregado declaração diversa da que deveria ter sido escrita.
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público
verdadeiro:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
(...)
§ 3º Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: (Incluído pela Lei nº 9.983, de
2000)
I - na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer
prova perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado
obrigatório;(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
10. (FCC – 2015 – TRT-1 – JUIZ) Antonio Célio, barista, faltou injustificadamente ao
trabalho, nada
comunicando ao empregador. Por ser reincidente, já tendo sido punido por ausências
anteriores, e
temendo ser dispensado por justa causa, no dia seguinte − que era destinado a sua folga −
se aproveita
do comparecimento à clínica médica “Saúde Real Cop" onde marcara consulta e,
verificando a
momentânea ausência de fiscalização, pega para si carimbo do médico responsável pela
clínica. Na saída,
para eliminar registro de sua presença, destrói a folha usada pela administração da clínica
para controle
dos pacientes que lá comparecem, documento adotado para instruir os requerimentos de
pagamento por
serviços prestados pela clínica a várias operadoras de plano de saúde. Em seguida,
Antonio Célio vai
para casa, onde elabora atestado médico que justificaria sua ausência ao trabalho, assina-
o com o nome
do médico constante do carimbo, além de efetuar, ele próprio, reconhecimento da firma
que inserira no
atestado. Por fim, dois dias após a ausência ao trabalho, Antônio Célio entrega o
documento nos moldes
acima ao seu empregador, solicitando que não houvesse o desconto de sua falta.
Além de outros, caso estejam presentes, configura-se a existência dos seguintes tipos penais,
praticados por
Antônio Célio:
a) supressão de documento, falsificação de documento particular e uso de documento falso.
Social do empregado ou em documento que deva produzir efeito perante a Previdência Social,
declaração
falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita.
e) Incorre na mesma pena desse crime aquele que insere ou faz inserir na folha de pagamento,
ou em
documento de informações que seja destinado a fazer prova perante a Previdência Social,
pessoa que possua
a qualidade de segurado obrigatório.
COMENTÁRIOS
a) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão do art. 297, §2º do CP.
b) CORRETA: Item correto, pois trata-se de causa de aumento de pena prevista no art. 297,
§1º do CP.
c) CORRETA: Item correto, nos termos do art. 297 do CP.
d) CORRETA: Item correto, pois se trata da forma equiparada, prevista no art. 297, §3º, II do
CP.
e) ERRADA: Item errado, pois tal crime só ocorre quando o agente insere ou faz inserir na
folha de pagamento,
ou em documento de informações que seja destinado a fazer prova perante a Previdência Social,
pessoa que
NÃO POSSUA a qualidade de segurado obrigatório, nos termos do art. 297, §3º, I do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA INCORRETA É A LETRA E.
13. (FCC – 2014 – TRT1 – JUIZ) Em 20/10/2012 empresário é surpreendido pela
fiscalização frustrando
direito assegurado pela legislação do trabalho em razão da jornada exaustiva imposta aos
empregados,
tendo ficado caracterizada a condição análoga à de escravo. No curso da ação penal,
comprovou-se que
o empregador lançou falsas anotações nas carteiras de trabalho dos empregados e que, em
05/05/2010,
fora condenado em outro processo, pela prática de apropriação indébita de contribuições
previdenciárias.
Segundo o Código Penal, a conduta do empregador de lançar anotação falsa na carteira de
trabalho dos
empregados pode ser tipificada como
a) estelionato.
b) fraude trabalhista.
c) falsificação de documento público.
A falsidade ideológica pode ser praticada tanto em documento público quanto particular, nos
termos do art.
299 do CP (errada a letra A).
A falsificação de documento (público ou particular) pode ocorrer com a falsificação integral ou
parcial do
documento (errada a letra C).
Os livros mercantis e o testamento particular são equiparados a documento público, nos termos
do art. 297,
§2º do CP (erradas as letras B e E).
Por fim, o cartão de crédito ou débito é equiparado a documento particular, nos termos do art.
298, § único
do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
16. (FCC – 2014 – TRT 18 – JUIZ DO TRABALHO) Falsificar cartão de crédito é
a) conduta atípica.
b) falsificação de documento público.
c) falsidade ideológica.
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d) falsa identidade.
e) falsificação de documento particular.
COMENTÁRIOS
A conduta de falsificar cartão de crédito caracteriza o delito de falsificação de documento
particular, eis que
o cartão de crédito passou a ser considerado equiparado documento particular, para estes fins.
Vejamos:
Falsificação de documento particular (Redação dada pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento
particular verdadeiro:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Falsificação de cartão (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equipara-se a documento particular o
cartão de crédito ou débito. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
d) falsificação de documento público tentado, uma vez que Moisés não foi colocado em
liberdade, não
produzindo o resultado final pretendido pelo agente, com a pena majorada da sexta parte em
razão de ser
funcionário público e ter cometido o crime prevalecendo-se do cargo.
e) falsificação de documento público consumado e terá sua pena aumentada da sexta parte por
ser funcionário
público e ter cometido o crime prevalecendo-se do cargo.
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Murilo praticou o delito de falsificação de documento público, pois CRIOU um documento
completamente falso,
materialmente falso. Murilo não “apenas” inseriu informações falsas num documento
verdadeiro, o que
configuraria o delito do art. 299 do CP (falsidade ideológica).
O crime não foi meramente tentado, e sim CONSUMADO, eis que o delito em questão se
consuma com a mera
prática da falsificação, ainda que o agente não alcance seu objetivo final (a soltura da pessoa, no
caso).
Murilo terá, ainda, sua pena aumentada em 1/6, por ser funcionário público e ter praticado o
delito
prevalecendo-se desta condição, nos termos do art. 297, §1º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
20. (FCC - 2011 - TCE-SP - PROCURADOR) No crime de uso de documento falso,
a) a infração não se tipifica no caso de a falsidade do documento utilizado ser meramente
ideológica.
b) a pena cominada é sempre a mesma, independentemente da natureza do documento.
c) há concurso com o delito de falso, se o agente que usa o documento é o próprio responsável
pela falsificação,
segundo amplo entendimento jurisprudencial.
d) o objeto material pode ser simples fotocópia falsificada, ainda que não autenticada.
48
a) ERRADA: Para que haja o aumento de pena, o agente deve ser funcionário público e deve
ter se valido
desta condição para praticar o crime, nos termos do art. 297, § 1° do CP;
b) ERRADA: Isso ocorre no crime de falsidade ideológica, previsto no art. 299, no qual o
agente altera o
conteúdo (a ideia, daí o nome “ideológica”) do documento. No crime de falsificação de
documento público o
documento em si é falso;
b) CORRETA: O art. 297, § 2° estabelece que o testamento particular se equipara a documento
público para
os efeitos penais;
c) ERRADA: O art. 297 estabelece que a conduta do agente será criminosa se falsificar “no
todo ou em parte”,
logo, é plenamente admissível o crime no caso de falsificação parcial;
d) ERRADA: Não é necessário que o agente crie um documento falso, também sendo
considerada crime a
conduta de alterar documento público que seja verdadeiro. Essa alteração, no entanto, não pode
ser
relacionada ao conteúdo do documento, sob pena de se caracterizar outro crime, o de falsidade
ideológica;
22. (FCC - 2011 - TCE-SP - PROCURADOR) Dentre os crimes contra a fé pública, NÃO
constitui crime
próprio
a) a falsificação de selo ou sinal público.
b) o falso reconhecimento de firma ou letra.
c) a certidão ou atestado ideologicamente falso.
d) a falsidade de atestado médico.
e) a fraude de lei sobre estrangeiro.
COMENTÁRIOS
a) CORRETA: O crime de falsificação de selo ou sinal público, previsto no art. 296 do CP é
crime que pode
ser cometido por qualquer pessoa (qualquer sujeito ativo), sendo, portanto, crime comum, e não
crime próprio;
b) ERRADA: Como o art. 300 do CP estabelece que o crime deva ser praticado no exercício da
função pública,
trata-se de crime que só poder ser praticado por funcionário público, sendo, portanto, crime
próprio;
c) ERRADA: O art. 301 exige que o crime seja praticado “em razão de função pública”, logo,
só pode ser
praticado por funcionário público, não sendo crime comum, mas crime próprio;
d) ERRADA: Nem todas as pessoas podem praticar este crime, mas somente os médicos, não
sendo necessário,
no entanto, que se trate de médico da rede pública de saúde, pois a lei não exige isso. Trata-se,
portanto, de
crime próprio, pois se exige do sujeito ativo alguma característica específica;
e) ERRADA: Nesse caso somente o brasileiro (nato ou naturalizado) pode ser sujeito ativo do
crime, no caso
do art. 310 do CP, e somente o estrangeiro pode ser sujeito ativo do crime no caso da infração
tipificada no
art. 309 do CP. Os crimes são, portanto, próprios;
23. (FCC - 2009 - TCE-GO - ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO - DIREITO)
Considere:
I. Carta dirigida ao chefe de repartição pública.
II. Cheque.
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III. Testamento particular.
IV. Livro Mercantil.
Equiparam-se a documento público, para os efeitos penais, os indicados APENAS em
a) I e III.
b) I, II e IV.
c) I e IV.
d) II e III.
e) II, III e IV.
COMENTÁRIOS
A alternativa correta é a letra “E”, pois, nos termos do art. 297, § 2° do CP, o cheque (título
ao portador,
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b) as declarações assinadas por particular com firma reconhecida.
c) os testamentos particulares.
d) os títulos transmissíveis por endosso.
e) os livros mercantis.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Os títulos ao portador são equiparados a documento público, nos termos do art.
297, § 2° do
CP;
b) CORRETA: Este documento não está no rol do § 2° do art. 297 do CP, que estabelece os
documentos que
são equiparados a documento público. Assim, havendo falsidade nesse documento, deverá ser
aplicada a
pena prevista com relação à falsidade de documento particular, pois não cabe analogia in malam
partem, já
que a conduta de falsificar documento público é maios grave e recebe pena mais elevada;
c) ERRADA: São equiparados a documento público, nos termos do art. 297, § 2° do CP;
d) ERRADA: São equiparados a documento público, nos termos do art. 297, § 2° do CP;
e) ERRADA: São equiparados a documento público, nos termos do art. 297, § 2° do CP;
26. (FCC - 2010 - TCE-AP - PROCURADOR) Constituem objeto material do delito de
falsificação de
documento público:
a) as letras de câmbio, mas não o testamento particular.
b) o cheque e o testamento particular.
c) os emanados de entidade paraestatal, mas não as ações de sociedade mercantil.
d) os livros mercantis, mas não a duplicata.
e) as notas promissórias, mas não o warrant.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Tanto um quanto o outro podem ser objeto material do crime de falsificação de
documento
público, pois são equiparados a documento público, nos termos do art. 297, § 2° do CP. A letra
de câmbio é
um título transmissível por endosso;
b) CORRETA: Ambos podem ser objeto material do crime de falsificação de documento
público, pois ambos
estão no rol dos documentos equiparados a documentos públicos, previsto no art. 297, § 2° do
CP;
c) ERRADA: Ambos podem ser objeto material do crime de falsificação de documento público,
pois ambos
estão no rol dos documentos equiparados a documentos públicos, previsto no art. 297, § 2° do
CP;
d) ERRADA: Ambos podem ser objeto material do crime de falsificação de documento
público, pois ambos
estão no rol dos documentos equiparados a documentos públicos, previsto no art. 297, § 2° do
CP. A duplicata
é um documento (título de crédito) transmissível por endosso;
e) ERRADA: Ambos podem ser objeto material do crime de falsificação de documento público,
pois ambos
estão no rol dos documentos equiparados a documentos públicos, previsto no art. 297, § 2° do
CP, já que
ambos são títulos transmissíveis por endosso;
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27. (FCC - 2010 - TCE-RO – PROCURADOR) Inserir ou fazer inserir em documento
contábil ou em
qualquer outro documento relacionado com as obrigações da empresa perante a
previdência social
declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado, tipifica delito
a) contra a ordem tributária.
b) contra a fé pública.
c) praticado por particular contra a administração em geral.
d) contra a administração da justiça.
e) contra as finanças públicas.
COMENTÁRIOS
Trata-se de crime previsto no art. 297, §3°, III do CP, que trata do crime de falsificação de
documento público,
estando previsto no Título X, que corresponde aos crimes contra a fé pública.
Desta maneira, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
28. (FCC - 2010 - TCE-RO - AUDITOR) NÃO constitui causa de aumento da pena o fato
de o agente ser
funcionário público e cometer o seguinte crime contra a fé pública no exercício ou
prevalecendo-se do
cargo ou função:
a) falsificação de selo ou sinal público.
b) falsificação de documento público.
c) falsidade de atestado médico.
d) falsidade ideológica.
e) adulteração de sinal identificador de veículo automotor.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Nos termos do art. 296, § 2°, neste crime, se o fato é praticado por funcionário
público
prevalecendo-se do cargo, a pena é aumentada de 1/6;
a) ERRADA: Nos termos do art. 297, § 1°, neste crime, se o fato é praticado por funcionário
público
prevalecendo-se do cargo, a pena é aumentada de 1/6;
d) CORRETA: O crime de falsidade de atestado médico, embora seja crime próprio (só
médicos o podem
praticar), não prevê causa de aumento de pena em se tratando de funcionário público, embora o
§ único
estabeleça que se o crime é cometido com intenção de lucro, aplica-se também a multa;
a) ERRADA: Nos termos do art. 299, § único do CP, neste crime, se o fato é praticado por
funcionário público
prevalecendo-se do cargo, a pena é aumentada de 1/6;
a) ERRADA: Nos termos do art. 311, § 1° do CP, se o agente for funcionário público no
exercício da função,
a pena é aumentada em 1/3.
29. (FCC - 2010 - TRF - 4ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA -
EXECUÇÃO DE
MANDADOS) Mário falsificou, em parte, testamento particular. Neste caso, Mário
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O agente que pratica esta conduta está incorrendo no crime de falsificação de documento
público, conforme
previsto no art. 297, §3º, I do CP:
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público
verdadeiro:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
(...)
§ 3º Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: (Incluído pela Lei nº 9.983, de
2000)
I - na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer
prova perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado
obrigatório; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
36. (FCC - 2013 - SEFAZ-SP - AGENTE FISCAL DE RENDAS - GESTÃO
TRIBUTÁRIA - PROVA 2) Em
relação ao delito de falsificação de documento público, é correto afirmar que
a) também o configura a falsificação do conteúdo do documento, embora verdadeira a forma.
b) os títulos transmissíveis por endosso podem ser objeto material da infração.
c) a pena deve ser aumentada da sexta parte se o agente é funcionário público, mesmo que não
se prevaleça
do cargo.
d) admite a forma culposa.
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57
e) não é absorvido pelo estelionato, ainda que nele se exaure, sem mais potencialidade lesiva,
segundo
entendimento sumulado do Superior Tribunal de Justiça.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: Nesse caso, teríamos o delito de falsidade ideológica, conforme art. 299 do CP;
B) CORRETA: O item está correto, pois os títulos transmissíveis por endosso podem ser objeto
material do
referido delito, conforme prevê o art. 297, §2º do CP:
Art. 297 (...)
58
38. (FCC – 2012 – TRF5 – ANALISTA JUDICIÁRIO) Em relação aos crimes contra a fé
pública previstos
no Código Penal brasileiro é correto afirmar,
a) Excepcionalmente admitem a modalidade culposa quando se tratar de falsificação de
documento particular.
b) Exigem como elemento a imitação ou alteração da verdade; a possibilidade de dano e o dolo.
c) A alteração inapta a induzir número indeterminado de pessoas leva à consideração da forma
tentada em
qualquer caso.
d) No crime de moeda falsa, mesmo ausente a capacidade ilusória da contrafação, tem-se
caracterizada sua
consumação.
e) Tratando-se de crimes formais não admitem forma tentada.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: Não há crimes contra a fé pública na modalidade culposa.
B) CORRETA: Todos os crimes contra a fé pública se caracterizam pela imitação ou alteração
da verdade.
Além disso, somente são punidos na forma dolosa e devem ter POTENCIAL lesivo (ainda que,
no caso concreto,
não gerem dano).
C) ERRADA: Nesse caso, a alteração é considerada crime impossível, pois inapta a produzir o
efeito esperado
pela conduta.
D) ERRADA: Os Tribunais entendem que a falsificação grosseira, incapaz de iludir, não
caracteriza o crime
de moeda falsa, podendo, a depender do caso, caracterizar estelionato.
E) ERRADA: O simples fato de um crime ser formal (não depender do resultado para sua
consumação) não
faz com que seja impossível a tentativa. A tentativa somente será impossível nos crimes
UNISSUBSISTENTES, ou
seja, aqueles em que a conduta não pode ser fracionada.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
39. (FCC – 2012 – TRT4 – JUIZ) Incorre nas penas cominadas ao delito de falsificação de
documento
público quem
60
d) omite, em documento relacionado com as obrigações da empresa perante a previdência
social, o nome do
segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de
prestação de
serviços.
e) faz inserir, na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que
deva
produzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido
escrita.
COMENTÁRIOS
O delito de falsificação de documento público está previsto no art. 297 do CP, vejamos:
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público
verdadeiro:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo,
aumenta-se a pena de sexta parte.
§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade
paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade
comercial, os livros mercantis e o testamento particular.
§ 3º Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: (Incluído pela Lei nº 9.983, de
2000)
I - na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer
prova perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado
obrigatório;(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
II - na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva
produzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria
ter sido escrita; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
III - em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações
da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter
constado. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 4º Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no § 3º, nome do
segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de
prestação de serviços.(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Percebam que a conduta daquele que “omite, em documento público, declaração que dele devia
constar, ou
nele insere ou faz inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de
prejudicar direito,
criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante” não caracteriza tal
delito, mas o
delito de falsidade ideológica:
Falsidade ideológica
Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar,
ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o
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fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente
relevante:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a
três anos, e multa, se o documento é particular.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
41. (FCC – 2012 – MPE-SE – ANALISTA MINISTERIAL) Leo adquiriu de pessoa
desconhecida um
aparelho destinado à falsificação de moeda. Em seguida, fabricou várias cédulas falsas de
cem reais e as
colocou em circulação, adquirindo bens diversos. Nesse caso, Leo responderá
a) pelos crimes de petrechos para falsificação de moeda, em continuidade delitiva.
b) unicamente pelo crime de petrechos para falsificação de moeda.
c) pelos crimes de petrechos para falsificação de moeda e moeda falsa, em concurso formal.
d) pelos crimes de petrechos para falsificação de moeda e moeda falsa, em concurso material.
e) unicamente pelo crime de moeda falsa.
COMENTÁRIOS
Neste caso, como os petrechos para falsificação (maquinário) foram utilizados para a fabricação
e utilização
da moeda falsa, o agente responde apenas pelo delito de moeda falsa, pelo princípio da
consunção, já que
para fabricar moeda falsa é absolutamente indispensável portar o maquinário necessário.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
63
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a
três anos, e multa, se o documento é particular.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
45. (FCC – 2009 – DPE-MA – DEFENSOR PÚBLICO) Na consideração de que o crime de
falso se exaure
no estelionato, responsabilizando-se o agente apenas por este crime, o princípio aplicado
para o aparente
conflito de normas é o da
a) subsidiariedade.
b) consunção.
c) especialidade.
d) alternatividade.
e) instrumentalidade.
COMENTÁRIOS
O STJ e o STF entendem que se o documento falso é fabricado para a prática de estelionato, e a
sua
potencialidade lesiva se esgota nele, o crime de falso fica absorvido pelo crime de estelionato.
Caso a
potencialidade lesiva do documento não se esgote no estelionato praticado, o agente responde
por ambos os
delitos, em concurso formal. Trata-se do princípio da CONSUNÇÃO.
O STJ, inclusive, sumulou o entendimento:
Súmula 17 do STJ
QUANDO O FALSO SE EXAURE NO ESTELIONATO, SEM MAIS POTENCIALIDADE
LESIVA, E
POR ESTE ABSORVIDO.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
46. (FCC – 2014 – CÂMARA MUNICIPAL-SP – PROCURADOR) Para ocultar
condenações criminais
anteriores, ao ser qualificado pela Autoridade Policial, Caio fez uso de documento falso
para identificarse
como seu irmão primário Tício. Consultado como parecerista sobre as razões normativas
aplicáveis a
esse caso, a alternativa que serviria para fundamentar o parecer técnico apresentado à
autoridade
consulente é:
Supremo Tribunal Federal entende que a conduta é considerada típica e não constitui
exercício de autodefesa.
3. Ordem denegada, cassando-se a liminar concedida.
(STJ - HABEAS CORPUS HC 205007 SP 2011/0093382-3)
Inclusive, atualmente, a discussão está pacificada, em razão da edição do verbete de súmula
nº 522 do STJ:
Súmula 522
A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é típica, ainda que
em situação de alegada autodefesa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
47. (FGV – 2017 – TRT-SC – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIO) Caio, ao
cessar suas
atividades empresariais, determina que o responsável por inscrever informações na
Carteira de Trabalho
e Previdência Social dos funcionários inclua no documento a informação de que os
empregados foram
demitidos em 01.02.2017, enquanto, na verdade, o vínculo empregatício foi rompido em
01.05.2017.
Descobertos os fatos, a Caio:
a) não poderá ser aplicada qualquer pena, já que não foi ele que inseriu a informação na carteira
de
trabalho;
b) será aplicada a pena do crime de falsificação de documento público;
c) será aplicada a pena do crime de falsificação de documento particular;
d) será aplicada a pena do crime de falsidade ideológica de documento público;
e) será aplicada a pena do crime de certidão ou atestado ideologicamente falso.
COMENTÁRIOS
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Neste caso, o agente fez inserir na CTPS do empregado declaração falsa, incorrendo na prática
da conduta
descrita no art. 297, §3º, II do CP, que configura o crime de falsificação de documento público.
Esta conduta, por sua natureza, se aproxima mais da noção de “falsidade ideológica”, mas o
legislador optou
por incluí-la no art. 297 do CP, que trata da falsificação de documento público.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
48. (FGV – 2016 – XXI EXAME DA OAB – PRIMEIRA FASE) No curso de uma
assembleia de condomínio
de prédio residencial foram discutidos e tratados vários pontos. O morador Rodrigo foi o
designado para
redigir a ata respectiva, descrevendo tudo que foi discutido na reunião. Por esquecimento,
deixou de fazer
constar ponto relevante debatido, o que deixou Lúcio, um dos moradores, revoltado ao
receber cópia da
ata. Indignado, Lúcio promove o devido registro na delegacia própria, comprovando que
Rodrigo, com
aquela conduta, havia lhe causado grave prejuízo financeiro. Após oitiva dos moradores
do prédio, em
que todos confirmaram que o tema mencionado por Lúcio, de fato, fora discutido e não
constava da ata,
o Ministério Público ofereceu denúncia em face de Rodrigo, imputando-lhe a prática do
crime de falsidade
ideológica de documento público.
Considerando que todos os fatos acima destacados foram integralmente comprovados no curso
da ação, o(a)
advogado(a) de Rodrigo deverá alegar que
A) ele deve ser absolvido por respeito ao princípio da correlação, já que a conduta por ele
praticada melhor
se adequa ao crime de falsidade material, que não foi descrito na denúncia.
B) sua conduta deve ser desclassificada para crime de falsidade ideológica culposa.
C) a pena a ser aplicada, apesar da prática do crime de falsidade ideológica, é de 01 a 03 anos de
reclusão,
já que a ata de assembleia de condomínio é documento particular e não público.
D) ele deve ser absolvido por atipicidade da conduta.
COMENTÁRIOS
Neste caso o agente deve ser absolvido ante a atipicidade da conduta. Isto porque o crime de
falsidade
ideológica exige, como elemento subjetivo específico do tipo, que a conduta do agente seja
praticada com o
específico fim de “prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato
juridicamente relevante”,
nos termos do art. 299 do CP. Em tendo havido mero esquecimento, não há que se falar no
crime de falsidade
ideológica, motivo pelo qual a conduta é atípica.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
49. (FGV - 2014 - DPE-DF - ANALISTA - ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA) Ângela recebeu,
inadvertidamente,
algumas notas falsas de R$ 50,00 (cinquenta reais) e não se recorda mais de quem as
obteve. As notas
em questão foram recusadas em diversas oportunidades em estabelecimentos comerciais
que dispunham
de equipamento apropriado à verificação da autenticidade de papel-moeda. Mesmo assim,
e sentindo-se
injustiçada por ter recebido as notas falsas em questão de boa-fé, como se verdadeiras
fossem, continuou
a repassá-las em outros estabelecimentos.
Acerca de sua conduta, pode-se afirmar que Ângela:
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a) não praticou crime algum, pois recebeu as notas em questão de boa-fé.
b) praticou o crime de moeda falsa, a ser punido com a mesma pena prevista para a falsificação
da moeda
falsa.
c) praticou forma privilegiada do crime de moeda falsa, pois repassou as notas sabendo serem
falsas.
d) praticou o crime de estelionato, uma vez que não realizou a falsificação das notas em
questão, tendo
apenas as restituído à circulação.
e) não praticou crime algum, pois não tem obrigação legal de reconhecer a falsidade de papel-
moeda.
COMENTÁRIOS
No caso em tela, o agente praticou o delito de moeda falsa, na forma privilegiada, prevista no
art. 289, §2º
do CP:
Moeda Falsa
Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso
legal no país ou no estrangeiro:
Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa.
(...)
§ 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui
à circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido com detenção, de seis meses a dois
anos, e multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
50. (FGV - 2010 - PC-AP - DELEGADO DE POLÍCIA) Relativamente ao tema dos crimes
contra a fé
pública, analise as afirmativas a seguir.
I. O crime de atestado médico falso só é punido com detenção se há intuito de lucro.
II. A simples posse de qualquer objeto especialmente destinado à falsificação de moeda
constitui crime punido
com pena de reclusão.
III. A reprodução ou alteração de selo ou peça filatélica que tenha valor para coleção constitui
modalidade
criminosa, independentemente dessa reprodução ou a alteração estar visivelmente anotada no
verso do selo
ou peça.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
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d) está incorreta, pois o magistrado deveria ter reconhecido a absorção do crime de falsidade
documental
pelo crime de estelionato, uma vez que aquele se exauriu neste último, sem mais potencialidade
lesiva.
e) está incorreta, pois o magistrado deveria ter condenado Maria apenas pela prática do crime de
falsidade
documental, já que o crime de estelionato, neste caso, configura mero exaurimento do falso.
COMENTÁRIOS
O STJ editou o verbete nº 17 de sua súmula de jurisprudência, entendendo que o delito de
“falso”, neste caso,
fica absorvido pelo estelionato, já que a potencialidade lesiva do documento falso se esgota no
estelionato
praticado:
Súmula 17 do STJ
“Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este
absorvido”.
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Sobre a hipótese específica em questão, temos o seguinte julgado, que não deixa dúvidas:
(...) A falsificação de documento - consistente em declaração de servidor público - com
vistas à obtenção de pensão previdenciária configura crime-meio para o estelionato (art.
171, § 3º, do CP).
Incidência da Súmula 17/STJ.
2. Hipótese em que a acusada pleiteou pensão por morte como dependente de servidor
falecido do Senado Federal, colacionando, em processo administrativo, declaração falsa do
de cujus que reconhecia a existência de união estável.
(...)
(CC 124.890/DF, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em
27/02/2013, DJe 05/03/2013)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
52. (FGV - 2011 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - III - PRIMEIRA FASE)
Ao concluir o curso de
Engenharia, Arli, visando fazer uma brincadeira, inseriu, à caneta, em seu diploma,
declaração falsa sobre
fato juridicamente relevante.
A respeito desse ato, é correto afirmar que Arli
a) praticou crime de falsificação de documento público.
b) praticou crime de falsidade ideológica.
c) praticou crime de falsa identidade.
d) não praticou crime algum.
COMENTÁRIOS
Arli, neste caso, não praticou crime algum, pois a conduta, embora OBJETIVAMENTE se
amolde ao tipo penal
do art. 299 (falsidade ideológica), é desprovida do elemento subjetivo específico exigido pelo
tipo penal
(“com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente
relevante”).
Vejamos:
Falsidade ideológica
Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar,
ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o
fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente
relevante:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a
três anos, e multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis, se o documento é particular.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
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53. (FGV – 2015 – OAB – XVII EXAME DE ORDEM) Paulo pretende adquirir um
automóvel por meio de
sistema de financiamento junto a uma instituição bancária. Para tanto, dirige-se ao
estabelecimento
comercial para verificar as condições de financiamento e é informado que, quanto maior a
renda bruta
familiar, maior a dilação do prazo para pagamento e menores os juros. Decide, então,
fazer falsa
declaração de parentesco ao preencher a ficha cadastral, a fim de aumentar a renda
familiar informada,
vindo, assim, a obter o financiamento nas condições pretendidas.
Considerando a situação narrada e os crimes contra a fé pública, é correto afirmar que Paulo
cometeu o delito
de
a) falsificação material de documento público.
b) falsidade ideológica.
c) falsificação material de documento particular.
d) falsa identidade.
COMENTÁRIOS
A conduta de Paulo configura um crime de falso, mas na modalidade de falsidade ideológica,
pois não criou
um documento materialmente falso, mas inseriu informações inverídicas num documento que é,
estruturalmente,
verdadeiro, na forma do art. 299 do CP.
Contudo, entendo que o crime praticado por Paulo se amolda mais perfeitamente ao tipo penal
do art. 19 da
Lei de crimes contra o sistema financeiro nacional:
Art. 19. Obter, mediante fraude, financiamento em instituição financeira:
Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
Trata-se de uma modalidade específica de estelionato, que absorve o crime de falso praticado.
Assim, entendo que a questão deveria ser anulada, por não haver resposta correta.
54. (FGV – 2015 – TCM-SP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO – CIÊNCIAS JURÍDICAS)
Pablo, enquanto se
dirigia para o trabalho, foi parado em uma blitz realizada pela Polícia Militar. O policial
pediu ao motorista
que se identificasse e apresentasse a documentação do veículo. Pablo, então, apresentou os
documentos
do automóvel e sua carteira de motorista. Ocorre que, em consulta ao sistema próprio, o
agente da lei
verificou que o documento de identificação apresentado era falsificado. Considerando
apenas as
informações narradas, é correto afirmar que a conduta de Pablo:
(A) configura crime de uso de documento falso em concurso material com falsificação de
documento particular;
(B) configura crime de falsa identidade;
(C) configura crime de uso de documento falso em concurso material com falsificação de
documento público;
(D) é atípica, pois a apresentação dos documentos não foi espontânea, somente ocorrendo por
solicitação dos
policiais;
(E) configura crime de uso de documento falso, apenas.
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COMENTÁRIOS
No caso em tela a conduta de Pablo configura apenas o delito de uso de documento falso, pois a
questão não
diz se foi Pablo quem falsificou o documento. Caso Pablo tivesse falsificado o documento (e
isto deveria estar
EXPLÍCITO na questão), responderia apenas pelo falso, não sendo punível o uso (pós-fato
impunível).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
55. (VUNESP – 2019 – TJSP – ADMINISTRADOR)
Tirso de Arruda é servidor público e nas horas de folga auxilia seu irmão, Tássio, em uma
pequena gráfica,
sem qualquer remuneração. Aproveitando-se dos materiais ali existentes, imprimiu dez passes
de transporte
público municipal, para usar nos deslocamentos de casa para o trabalho e vice-versa. Ao agir
dessa forma,
Tirso cometeu o crime
A) de falsificação de selo ou sinal público.
B) de falsificação de papéis públicos.
C) de emissão de título ao portador sem permissão legal.
D) de falsificação de documento público.
E) assimilado ao de moeda falsa.
COMENTÁRIOS
Tirso praticou aqui o crime de falsificação de papéis públicos, na forma do art. 293, VI do CP:
Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
(...) VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte administrada pela União,
por Estado ou por Município:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
GABARITO: LETRA B
56. (VUNESP – 2018 – PC-BA - ESCRIVÃO) Sobre os delitos de falsidade documental, é
correto afirmar
que
(A) o cartão de crédito, embora possua natureza de documento particular, é equiparado, para
tipificação
penal, a documento público.
(B) o crime de Uso de Documento Falso admite a modalidade culposa.
(C) para os efeitos penais, equipara-se a documento público o testamento particular.
(D) o crime de Falsidade de Atestado Médico pode ser praticado por qualquer pessoa, ainda que
sem o
concurso necessário de um médico.
(E) para os efeitos penais, as ações de sociedade comercial são consideradas documentos
particulares.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errado, pois o cartão de crédito é equiparado a documento particular, na
forma do art.
298, § único do CP.
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b) ERRADA: Item errado, pois o crime de uso de documento falso, art. 304 do CP, só é punível
na forma
dolosa.
c) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata disposição do art. 297, §2º do CP:
Art. 297 (...)
§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade
paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade
comercial, os livros mercantis e o testamento particular.
d) ERRADA: Item errado, pois o crime de falsidade de atestado médico, art. 302 do CP, é
crime próprio,
exigindo do sujeito ativo a qualidade de médico.
e) ERRADA: Item errado, pois tais ações são equiparadas a documento público para fins
penais, na forma do
art. 297, §2º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
57. (VUNESP – 2018 – PC-BA - INVESTIGADOR) Teodoro, 30 anos de idade, brasileiro,
casado e sem
antecedentes, falsificou 10 cédulas de R$ 10,00 (dez reais) com o intuito de introduzi-las
em circulação,
na conduta de pagar uma conta de TV a cabo atrasada. A caminho da casa lotérica, no
entanto, foi
abordado por policiais e, assustado, entregou as cédulas e confessou a falsificação.
Considerando-se a
situação hipotética, é correto afirmar que
(A) Teodoro praticou o crime de moeda falsa na modalidade tentada, pois não conseguiu
consumar seu intento
que era o de colocar as cédulas em circulação.
(B) tendo em vista o ínfimo valor das cédulas falsificadas, trata-se de fato atípico.
(C) Teodoro praticou o crime de moeda falsa na modalidade consumada e, se condenado,
poderá receber
uma pena de reclusão de 3 (três) a 12 (doze) anos, mais a imposição de multa.
(D) apesar de ter falsificado as cédulas, tendo em vista que as entregou à autoridade policial
antes de
introduzi-las na circulação, Teodoro poderá ter reconhecida em seu favor a figura privilegiada
prevista no §
2º do art. 289 do Código Penal, que trata de figura privilegiada.
(E) por ter falsificado as cédulas visando pagar uma conta atrasada, Teodoro poderá alegar
estado de
necessidade e ter reconhecida a excludente de ilicitude.
COMENTÁRIOS
Neste caso, o agente praticou o crime de moeda falsa na modalidade consumada e, se
condenado, poderá
receber uma pena de reclusão de 3 (três) a 12 (doze) anos, mais a imposição de multa, conforme
art. 289 do
CP:
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errado, pois a conduta daquele que cede o documento de identidade a
terceiro, para que
dele se utilize, é penalmente TÍPICA, prevista no art. 308 do CP.
b) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão do art. 311-A, §2º do CP:
Fraudes em certames de interesse público (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a outrem,
ou de comprometer a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de: (Incluído pela Lei
12.550. de 2011)
(...)
§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à administração pública: (Incluído pela Lei 12.550.
de 2011)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
c) ERRADA: Item errado, pois tal crime é comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa.
d) ERRADA: Item errado, pois tal conduta também configura o crime de falsa identidade, do
art. 307 do CP:
Falsa identidade
Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em
proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato não constitui elemento de crime
mais grave.
e) ERRADA: Item errado, pois para a configuração do delito é necessário que se trata de
divulgação de
conteúdo SIGILOSO, na forma do art. 311-A do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
60. (VUNESP – 2017 – TJ SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) O crime
denominado “petrechos
de falsificação” (CP, art. 294) tem a pena aumentada, de acordo com o art. 295 do CP, se
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(A) causar expressivo prejuízo à fé pública.
(B) a vítima for menor de idade, idosa ou incapaz.
(C) o agente for funcionário público e cometer o crime prevalecendo-se do cargo.
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Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, possuir ou guardar
maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à
falsificação de moeda:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
63. (VUNESP – 2015 – CAMARA DE ITATIBA/SP – ADVOGADO – ADAPTADA) Para
a configuração do
crime de falsidade ideológica, basta que o agente omita, em documento público ou
particular, declaração
que dele deveria constar, ou, em documento público ou particular, insira ou faça inserir
declaração falsa
ou diversa da que deveria ser escrita, sem finalidade específica.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois o agente deve praticar o fato com o fim de prejudicar direito, criar obrigação
ou alterar a
verdade sobre fato juridicamente relevante, nos termos do art. 299 do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
64. (VUNESP – 2015 – CAMARA DE ITATIBA/SP – ADVOGADO – ADAPTADA) Um
dentista que, no
exercício da profissão, fornece atestado falso responde pelo crime de falsidade de atestado
médico.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois o crime de falsidade de atestado médico é crime próprio, só podendo ser
cometido pelo
médico.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
65. (VUNESP – 2015 – CAMARA DE ITATIBA/SP – ADVOGADO – ADAPTADA) Para
os efeitos penais,
o cheque pode ser objeto do crime de falsificação de documento público.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois o cheque é um título ao portador, transmissível por endosso, sendo
equiparado a documento
público:
Art. 297 (...)
§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade
paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade
comercial, os livros mercantis e o testamento particular.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.
66. (VUNESP – 2015 – CAMARA DE ITATIBA/SP – ADVOGADO – ADAPTADA) O
crime de falso
reconhecimento de firma ou letra não se consuma em casos de documentos particulares.
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COMENTÁRIOS
Item errado, pois tal delito pode ser realizado tanto em relação a documentos públicos quanto
em relação a
documentos particulares, nos termos do art. 300 do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
67. (VUNESP – 2015 – CÂMARA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP – ADVOGADO –
ADVOGADO) O
delito de falsificação de documento público atinge sua consumação com a falsificação ou
alteração do
objeto material, independentemente de outro resultado, e admite tentativa.
COMENTÁRIOS
Tal delito se consuma com a mera falsificação ou adulteração do documento,
independentemente de o agente
dele vir a fazer uso.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.
68. (VUNESP – 2015 – CÂMARA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP – ADVOGADO –
ADVOGADO) Nos
crimes de falsidade, o sujeito passivo será sempre o Estado, com exclusividade, pois ele é o
titular da fé
pública.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois um eventual particular que seja lesado pela conduta também será sujeito
passivo do delito.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
69. (VUNESP – 2015 – CÂMARA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP – ADVOGADO –
ADVOGADO) O
delito do artigo 300, CP, por ser crime próprio (o sujeito ativo é o funcionário público com
função específica
de reconhecimento de firma ou letra), não admite coautoria ou participação.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois apesar de ser crime próprio, caso um particular colabore com o agente,
responderá também
por este delito, nos termos dos arts. 29 e 30 do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
70. (VUNESP – 2015 – PC/CE – INSPETOR – ADAPTADA) Aquele que falsifica, no todo
ou em parte,
testamento particular pratica o crime de falsificação de documento particular.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois tal pessoa pratica o crime de falsificação de documento público, nos termos do
art. 297, §2º
do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
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71. (VUNESP – 2015 – PC/CE – INSPETOR – ADAPTADA) Aquele que falsifica, no todo
ou em parte,
cartão de crédito ou débito pratica o crime de falsificação de documento público.
COMENTÁRIOS
Pratica o crime de falsificação de documento PARTICULAR, nos termos do art. 298 e seu §
único do CP, já que
o cheque é equiparado a documento particular.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
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(C) A falsidade material consiste na omissão de declaração que deveria constar no documento
público ou
particular ou na inserção (direta ou indireta) de declaração falsa ou diversa da que deveria ser
nele escrita.
(D) Os delitos de falso se consumam independentemente do resultado (prejuízo).
(E) Os testamentos particulares inserem-se no conceito de documento particular para fins de
falsificação (art.
298, CP).
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: Não há previsão de punição na modalidade culposa para este delito.
B) ERRADA: Item errado, pois apesar de ser crime próprio, caso um particular colabore com o
agente,
responderá também por este delito, nos termos dos arts. 29 e 30 do CP.
C) ERRADA: Item errado, pois tal conduta configura falsidade ideológica, nos termos do art.
299 do CP, e
não falsidade material.
D) CORRETA: Item correto, pois o crime de falso se consuma com a mera falsificação do
documento,
independentemente de o agente vir a utilizar o documento ou obter alguma vantagem com ele.
E) ERRADA: Item errado, pois tais documentos são considerados como documentos públicos
por equiparação,
nos termos do 297, §2º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
75. (VUNESP – 2015 – MPE/SP – ANALISTA DE PROMOTORIA) João, responsável
pela emissão de
certidões em determinada repartição pública, a fim de ajudar seu amigo José, que
concorre a um cargo
público, emite certidão falsa, atestando que ele desenvolveu determinados projetos
profissionais para a
Administração Pública. Sobre a conduta de João, pode-se afirmar que cometeu o crime de
(A) falsidade ideológica, previsto no artigo 299 do Código Penal, ao inserir declaração falsa em
documento
público.
(B) falsificação de documento particular, previsto no artigo 298 do Código Penal, pois o
documento se
destinava para uso particular e para fins particulares.
(C) certidão materialmente falsa, previsto no parágrafo 1º, do artigo 301 do Código Penal.
(D) falsificação de documento público, previsto no artigo 297 do Código Penal: “falsificar, no
todo ou em
parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro”.
(E) certidão ideologicamente falsa, previsto no artigo 301 do Código Penal.
COMENTÁRIOS
João cometeu o delito de certidão ou atestado ideologicamente falso, previsto no art. 301 do CP:
Certidão ou atestado ideologicamente falso
Art. 301 - Atestar ou certificar falsamente, em razão de função pública, fato ou circunstância
que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público,
ou qualquer outra vantagem:
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Pena - detenção, de dois meses a um ano.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
76. (VUNESP – 2015 – PREF. ARUJA/SP – ASSISTENTE JURÍDICO) Incorre nas penas
do crime de
falsificação de documento público, tipificado no artigo 297 e parágrafos, do Código Penal,
o funcionário
público que insere,
(A) ou faz inserir, na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a
fazer prova
perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório.
(B) declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, ou
omite, em
documento público ou particular, declaração que dele devia constar.
(C) ou falsifica talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento relativo a arrecadação
de rendas
públicas ou a depósito ou caução por que o poder público seja responsável.
(D) ou altera selo, ou peça filatélica, que tenha valor para coleção, salvo quando a reprodução
ou a alteração
está visivelmente anotada na face ou no verso do selo ou peça.
(E) ou importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda, fornece ou restitui à
circulação selo
falsificado destinado a controle tributário.
COMENTÁRIOS
Incorre nestas penas aquele que insere, ou faz inserir, na folha de pagamento ou em documento
de informações
que seja destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade
de
segurado obrigatório, nos termos do art. 297, §3º, I do CP. Esta conduta, inclusive, também
pode ser praticada
pelo funcionário público.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
77. (VUNESP – 2015 – TJ-SP – ESCREVENTE JUDICIÁRIO) O caput do art. 293 do CP
tipifica a
falsificação de papéis públicos, especial e expressamente no que concerne às seguintes
ações:
(A) produção e confecção.
(B) contrafação e conspurcação.
(C) fabricação e alteração.
(D) adulteração e corrupção.
(E) corrupção e produção.
COMENTÁRIOS
O delito em tela pode ser praticado mediante FABRICAÇÃO ou ALTERAÇÃO do papel
público. Vejamos:
Falsificação de papéis públicos
Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
I - selo destinado a controle tributário, papel selado ou qualquer papel de emissão legal
destinado à arrecadação de tributo; (Redação dada pela Lei nº 11.035, de 2004)
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79. (VUNESP – 2007 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) A ação
incriminada no art. 293 do
Código Penal é a de falsificar papéis públicos. Diante dessa afirmativa, pergunta-se: como,
nos termos da
lei, essa falsificação pode ser feita?
a) A falsificação somente pode ser feita tendo como objeto os papéis públicos, uma vez que
tanto no art. 293
do CP quanto em qualquer outro artigo de lei que trate sobre a matéria, não há previsão legal
para a hipótese
de falsificação de documento particular.
b) Pela fabricação ou alteração do papel público.
c) Exclusivamente por meio da imitação fraudulenta do papel público.
d) Exclusivamente por meio da contrafação do papel público.
e) Exclusivamente por meio da modificação do papel público.
COMENTÁRIOS
Nos termos do art. 293 do CP, esta falsificação pode ser feita através da fabricação ou
alteração de papéis
públicos. Vejamos:
Falsificação de papéis públicos
Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
I - selo destinado a controle tributário, papel selado ou qualquer papel de emissão legal
destinado à arrecadação de tributo; (Redação dada pela Lei nº 11.035, de 2004)
II - papel de crédito público que não seja moeda de curso legal;
III - vale postal;
IV - cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa econômica ou de outro
estabelecimento mantido por entidade de direito público;
V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento relativo a arrecadação de
rendas públicas ou a depósito ou caução por que o poder público seja responsável;
VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte administrada pela União, por
Estado ou por Município:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Assim, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
§ 4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora recibo de boa-fé, qualquer dos papéis
falsificados ou alterados, a que se referem este artigo e o seu § 2º, depois de conhecer a
falsidade ou alteração, incorre na pena de detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou
multa.
Porém, esta pessoa não receberá a mesma pena de quem falsificou o papel, mas pena diversa,
conforme
consta no §4º do art. 293.
Assim, apenas a afirmativa nº III está correta.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
83. (VUNESP - 2013 - TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) Recentemente
um novo delito que
lesa a fé pública foi incluí dono Código Penal. Assinale a alternativa que traz o nomen
iuris desse crime.
a) Emprego irregular de verbas ou rendas públicas.
b) Fraudes em certame de interesse público.
c) Falsa identidade.
d) Inserção de dados falsos em sistemas de informações.
e) Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações.
COMENTÁRIOS
Dentre os delitos apontados pela questão, aquele que foi introduzido mais recentemente no CP
foi o delito de
fraudes em certame de interesse público, que foi incluído pela Lei 12.550/11, e passou a constar
no art. 311-
A do CP:
das fraudes em certames de interesse público (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
Fraudes em certames de interesse público (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
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Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a outrem,
ou de comprometer a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de: (Incluído pela Lei
12.550. de 2011)
I - concurso público; (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
II - avaliação ou exame públicos; (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
III - processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
IV - exame ou processo seletivo previstos em lei: (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, por qualquer meio, o acesso de
pessoas não autorizadas às informações mencionadas no caput. (Incluído pela Lei 12.550.
de 2011)
§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à administração pública: (Incluído pela Lei 12.550.
de 2011)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
§ 3º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é cometido por funcionário público.
(Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
84. (VUNESP - 2013 - TJ-SP - MÉDICO JUDICIÁRIO - CLÍNICO GERAL) O médico
que, no exercício da
profissão, dá atestado falso
a) comete crime punível com detenção e, se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se
também multa.
b) não comete crime, mas ficará sujeito às penalidades do Conselho Regional de Medicina.
c) responde criminalmente apenas se ficar comprovado que recebeu algum pagamento para
praticar o ato.
d) comete o crime de falsidade ideológica, sujeitando-se à pena de detenção.
e) comete o crime de falsidade ideológica e ficará sujeito à pena de reclusão.
COMENTÁRIOS
O médico que age desta forma pratica do delito previsto no art. 302 do CP, ou seja, crime de
“falsidade de
atestado médico”. O referido delito é punido com pena de detenção, de um mês a um ano, e se
há finalidade
de lucro, aplica-se também a pena de multa. Vejamos:
Falsidade de atestado médico
Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso:
Pena - detenção, de um mês a um ano.
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Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
85. (VUNESP - 2013 - PC-SP - PERITO CRIMINAL) O crime de Falsidade de Atestado
Médico tem por
sujeito(s) ativo(s)
a) o médico, no exercício de sua profissão.
b) qualquer pessoa.
c) o médico, o dentista, o farmacêutico e o psicólogo.
d) o médico, dentro e fora do exercício de sua profissão.
e) qualquer pessoa, quando o crime é cometido com o fim lucrativo.
COMENTÁRIOS
O crime de falsidade de atestado médico tem como sujeito ativo apenas o MÉDICO, desde que
no exercício
da profissão, conforme podemos extrair do art. 302 do CP:
Falsidade de atestado médico
Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso:
Pena - detenção, de um mês a um ano.
Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.
Não se pode ampliar o referido tipo penal para abarcar outros profissionais da área da saúde,
pois isso seria
analogia in malam partem, o que não é admitido no Direito Penal.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
86. (VUNESP – 2009 – TJ-SP – OFICIAL DE JUSTIÇA) O crime de falsificação de selo
ou sinal público
consiste
a) tão somente na alteração do documento.
b) tão somente da adulteração do documento.
c) tão somente na fabricação do documento.
d) na fabricação ou alteração do documento.
e) tão somente na criação do documento.
COMENTÁRIOS
O crime de falsificação de selo ou sinal público consiste na fabricação ou alteração do
documento, dentre
aqueles elencados no art. 293 do CP:
Falsificação de papéis públicos
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c) II.
d) I e II.
e) I.
COMENTÁRIOS
I - ERRADA: O crime se configura, também, no caso de falsificação parcial do documento ou
de alteração do
documento verdadeiro, nos termos do art. 297 do CP.
II - CORRETA: Embora o nome seja “testamento particular”, este documento é considerado
documento público
para fins penais, nos termos do art. 297, §2º do CP.
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III - CORRETA: Da mesma forma que o testamento particular, o livro mercantil é considerado
documento público
para fins penais, na forma do art. 297, §2º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
89. (VUNESP – 2011 – TJ-SP – TITULAR NOTARIAL) O uso de documento falso, artigo
304 do Código
Penal, é absorvido pelo estelionato quando
a) não pode ser absorvido.
b) se exaure sem mais potencialidade lesiva.
c) o crime de estelionato não for qualificado
d) o agente é funcionário público.
COMENTÁRIOS
O uso de documento falso fica absorvido pelo crime de estelionato quando a potencialidade
lesiva do
documento falsificado se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, conforme
entendimento
sumulado do STJ (súmula 17):
Súmula 17 do STJ
QUANDO O FALSO SE EXAURE NO ESTELIONATO, SEM MAIS POTENCIALIDADE
LESIVA, E
POR ESTE ABSORVIDO.
escrito, através de documento que, sob o aspecto material, é de todo verdadeiro, isto é,
realmente escrito por
quem seu teor indica.
(Sylvio do Amaral, Falsidade documental)
(A) Falsidade material.
(B) Falsidade ideológica.
(C) Falsidade de documento público ou particular.
(D) Uso de documento falso.
(E) Certidão ou atestado ideologicamente falso.
COMENTÁRIOS
O trecho descreve o delito de falsidade ideológica, que é a inserção de elementos falsos,
inexatos, em
documento verdadeiro. Vejamos:
Falsidade ideológica
Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar,
ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o
fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente
relevante:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a
três anos, e multa, se o documento é particular.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
94. (VUNESP – 2006 – TJ/SP – ESCREVENTE JUDICIÁRIO) Com relação ao crime de
uso de documento
falso, é correto afirmar que
(A) pratica o crime aquele que sabe estar usando documento em que consta firma falsamente
reconhecida.
(B) responde pelas mesmas penas do crime em questão aquele que destrói, suprime, ou oculta,
em benefício
próprio, de outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou particular verdadeiro de que
não se podia
dispor.
(C) caso o documento falsificado seja público, a pena será aplicada em dobro.
(D) não será julgada criminosa a conduta daquele que usar atestado médico falso, pois esse tipo
de documento
não se encontra incluído no conceito dos papéis falsificados ou alterados previstos no art. 304
do Código
Penal.
(E) se trata de crime cuja conduta do agente consiste exclusivamente no uso de papéis
falsificados.
COMENTÁRIOS
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A) CORRETA: Isso é o que prevê o art. 304 do CP:
Uso de documento falso
Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os
arts. 297 a 302:
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.
(...)
Falso reconhecimento de firma ou letra
Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no exercício de função pública, firma ou letra que
o não seja:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público; e de um a três anos,
e multa, se o documento é particular.
B) ERRADA: Tal conduta caracteriza o delito do art. 305 do CP.
C) ERRADA: Não há tal previsão.
D) ERRADA: Item errado pois tal documento está inserido no rol daqueles que podem ser
objeto material do
delito de uso de documento falso, nos termos do art. 302 do CP.
E) ERRADA: Item errado, pois os papéis podem ser falsificados ou simplesmente adulterados.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
95. (VUNESP – 2014 – TJ-SP – TITULAR NOTARIAL) A consumação do crime de Falso
Reconhecimento
de Firma ou Letra se dá quando;
a) o reconhecimento é realizado.
b) o respectivo documento é entregue a quem possa fazer dele o mau uso.
c) o respectivo documento é utilizado por qualquer pessoa.
d) o pagamento do ato de reconhecimento é realizado.
COMENTÁRIOS
O crime se consuma com a mera prática do ato, por ser crime formal, ou seja, se consuma
quando o falso
reconhecimento é realizado.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
96. (VUNESP – 2014 – PC-SP – DELEGADO DE POLÍCIA) “X”, valendo-se de um
documento de
identidade falsificado, consegue abrir uma conta corrente no Banco do Brasil com a
finalidade de lavar
dinheiro. O bem jurídico tutelado no crime praticado por “X” é(são)
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a) o patrimônio.
b) a administração da justiça.
c) a administração pública.
d) a fé pública.
e) as finanças públicas.
COMENTÁRIOS
O crime praticado por X foi o crime de uso de documento falso, previsto no art. 304 do CP. Não
há que se
falar em estelionato porque ele não obteve vantagem indevida mediante fraude (pelo menos isso
não está
descrito na questão, que diz apenas que ele pretendia lavar dinheiro, e não dar um “cano” no
Banco).
Assim, temos um crime contra a fé pública.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
1. (VUNESP – 2018 – PC-SP – AGENTE DE TELECOMUNICAÇÕES) O servidor
público que exige para
outrem, indiretamente, fora da função, mas em razão dela, vantagem indevida
(A) comete o crime de corrupção ativa.
(B) comete o crime de prevaricação.
(C) comete o crime de concussão.
(D) comete o crime de corrupção passiva.
(E) não comete qualquer crime.
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(B) Mévio, funcionário público, em razão de sua função, ao aceitar promessa de recebimento de
passagens
aéreas, para férias da família, não incorre no crime de corrupção passiva (art. 317 do CP), já que
referido
tipo penal exige o efetivo recebimento de vantagem indevida.
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(C) Caio, funcionário público, ao empregar verba própria da educação, destinada por lei, na
saúde, em tese,
incorre no crime de emprego irregular de verba pública (art. 315 do CP).
(D) Tícia, funcionária pública, ao exigir, em razão de sua função, que determinada empresa
contrate o filho,
em tese, incorre no crime de corrupção passiva (art. 317 do CP).
(E) Tício, funcionário público, ao se apropriar do dinheiro arrecadado pelos funcionários da
repartição para
comprar o bolo de comemoração dos aniversariantes do mês, em tese, pratica o crime de
peculato (art. 312
do CP).
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errado, pois o crime de advocacia administrativa é crime comum, podendo
ser praticado
por qualquer pessoa, não tendo nenhuma relação com a qualidade de “advogado”.
b) ERRADA: Item errado, pois o crime de corrupção passiva, previsto no art. 317 do CP, é
crime formal,
consumando-se no momento em que o agente pratica a conduta, no caso, a conduta de aceitar
promessa de
vantagem indevida, mesmo que não consiga, efetivamente, receber a vantagem prometida.
c) CORRETA: Item correto, pois neste caso o agente não se apropriou da verba, nem desviou a
verba em
proveito próprio ou alheio, apenas aplicou a verba em outra área de interesse público, mas para
a qual
aquela verba não era destinada legalmente:
Emprego irregular de verbas ou rendas públicas
Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
d) ERRADA: Item errado, pois neste caso estaríamos diante do crime de concussão, previsto
no art. 316 do
CP, já que Tícia EXIGIU a vantagem indevida.
e) ERRADA: Item errado, pois neste caso o agente não se apropriou de bem do qual tinha a
posse em razão
do cargo. Neste caso, o agente responderá pelo crime de apropriação indébita, já que o dinheiro
chegou em
suas mãos por questões particulares (“vaquinha” para compra de bolo).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
4. (VUNESP – 2017 – TJ SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) Funcionário
público municipal,
imprudentemente, deixa a porta da repartição aberta ao final do expediente. Assim
agindo, mesmo sem
intenção, concorre para que outro funcionário público, que trabalha no mesmo local, sub-
traia os
computadores que guarneciam o órgão público. O Município sofre considerável prejuízo.
A conduta do
funcionário que deixou a porta aberta traduz-se em
(A) mero ilícito funcional, sem repercussão na esfera penal.
(B) peculato-subtração.
(C) peculato culposo.
(D) prevaricação.
(E) fato atípico.
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COMENTÁRIOS
O agente, neste caso, pratica o crime de peculato culposo, previsto no art. 312, §2º do CP, pois
apesar de
não ter tido a intenção de provocar o dano, culposamente concorreu para a ocorrência do
prejuízo, por ter
sido imprudente.
de 12.11.2003)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
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8. (VUNESP – 2014 – TJ-PA – AUXILIAR JUDICIÁRIO) “Patrocinar, direta ou
indiretamente, interesse
privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário”. A
conduta ora descrita,
expressamente prevista no Código Penal, é denominada
a) Favorecimento Pessoal.
b) Advocacia Administrativa.
c) Tergiversação.
d) Patrocínio Infiel.
e) Patrocínio Simultâneo
COMENTÁRIOS
Tal conduta configura o delito de advocacia administrativa, nos termos do art. 321 do CP:
Advocacia administrativa
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração
pública, valendo-se da qualidade de funcionário:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
9. (VUNESP – 2014 – TJ-PA – ANALISTA JUDICIÁRIO) Concussão: ____________,
para si ou para
outrem,___________, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela,
vantagem
indevida.
Assinale a alternativa que completa as lacunas adequada e respectivamente.
a) receber ... diretamente
b) receber ... direta ou indiretamente
c) solicitar ... diretamente
d) solicitar ... direta ou indiretamente
e) exigir ... direta ou indiretamente
COMENTÁRIOS
A conduta que tipifica o delito de concussão está prevista no art. 316 do CP:
Concussão
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função
ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela Lei 13.964/19)
Vemos, assim, que a letra E é a que responde corretamente a questão.
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Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
10. (VUNESP – 2014 – TJ-PA – ANALISTA JUDICIÁRIO) Funcionário que deixa seus
afazeres na repartição
acumularem, pois se dedica a questões pessoais não urgentes durante o expediente de
trabalho, sem
autorização de seu superior, comete o crime de
a) enriquecimento ilícito.
b) peculato apropriação.
c) peculato culposo.
d) prevaricação.
e) peculato.
COMENTÁRIOS
Tal funcionário estará RETARDANDO INDEVIDAMENTE seus atos de ofício, para satisfazer
INTERESSE pessoal,
de forma que estará incorrendo no crime de prevaricação, tipificado no art. 319 do CP:
Prevaricação
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra
disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
11. (VUNESP – 2014 – TJ-PA – ANALISTA JUDICIÁRIO) O crime de excesso de exação
é cometido por
a) funcionário público contra as rendas públicas.
b) funcionário público contra a Administração em geral.
c) particular contra a Administração da Justiça.
C) ERRADA: Item errado, pois nos termos do art. 312, §3º do CP, a reparação do dano antes
da sentença
irrecorrível EXTINGUE a punibilidade.
D) ERRADA: Cuidado com a pegadinha! Isso porque é necessário que a exigência de
vantagem indevida se
dê EM RAZÃO DA FUNÇÃO, fato que não foi colocado pelo enunciado do item, por isso está
errado. Vejamos:
Concussão
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função
ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela Lei 13.964/19)
E) ERRADA: Item errado, pois é necessário que a exigência indevida recaia sobre tributo ou
contribuição
social para que este crime reste configurado, nos termos do art. 316, § único do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
13. (VUNESP – 2014 – TJ-SP – ESCREVENTE JUDICIÁRIO) Assinale a alternativa
correta em relação a
funcionário público de acordo com o Código Penal.
(A) A pena será aumentada pela metade se o agente for ocupante de cargo em comissão ou
função de
direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista,
empresa pública
ou fundação instituída pelo poder público.
(B) Considera-se funcionário público quem, embora transitoriamente, exerce cargo, emprego ou
função pública.
(C) Consideram-se funcionários públicos: vereadores, peritos judiciais, serventuários da justiça,
defensor dativo
e o auditor da Receita Federal.
(D) Considera-se funcionário público, para efeitos penais, quem, embora transitoriamente e
sempre com
remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
(E) Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade
paraestatal, e
quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de
atividade
típica da Administração Privada.
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COMENTÁRIOS
O conceito de funcionário público para fins penais está previsto no art. 327 do CP:
Funcionário público
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora
transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
Além disso, o §1º do referido dispositivo traz a figura do funcionário público por
equiparação:
Art. 327 (...)
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade
paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou
conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública. (Incluído pela
Lei nº 9.983, de 2000)
Por fim, o §2º do mesmo artigo no traz uma causa de aumento de pena:
Art. 327 (...)
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste
Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento
de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou
fundação instituída pelo poder público. (Incluído pela Lei nº 6.799, de 1980)
Assim, a letra B está correta.
A letra C está errada, pois o defensor DATIVO não é funcionário público, pois não exerce
função pública, e
sim múnus público. Todavia, mais recentemente o STJ vem entendendo que o defensor
dativo é considerado
funcionário público para fins penais (caberia, portanto, anulação).
A letra E está errada porque fala em “administração privada”, quando o §1º do art. 327 fala em
“administração pública”.
Por fim, a letra A está errada porque a causa de aumento de pena implica o aumento de 1/3 na
pena, e não
metade.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
14. (VUNESP – 2014 – TJ-SP – ESCREVENTE JUDICIÁRIO) Em relação ao crime de
peculato, assinale a
alternativa correta.
(A) Apropriar-se de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel de que tenha a posse em razão
do cargo.
(B) Exigir o funcionário público tributos que sabe inexigíveis à espécie.
(C) Retardar o funcionário a prática de ato de ofício, por influência de outrem.
(D) Solicitar, fora da função, vantagem indevida à espécie.
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(E) Patrocinar o funcionário, indiretamente, interesse privado perante a Administração, valendo-
se dessa
qualidade.
COMENTÁRIOS
O crime de peculato está tipificado no art. 312 do CP:
Peculato
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel,
público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito
próprio ou alheio:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
Assim, a alternativa que responde corretamente a questão é a letra A, que trata da apropriação
de dinheiro,
valor ou bem móvel de que tem a posse em razão do cargo.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
15. (VUNESP - 2013 - TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) Em relação ao
crime de peculato, é
correto afirmar:
a) a modalidade culposa é admitida por expressa previsão legal.
b) a reparação do dano, no peculato culposo, se feita após a sentença irrecorrível, extingue a
punibilidade.
c) a reparação do dano, no peculato culposo, se feita antes da sentença irrecorrível, reduz a
pena.
d) em recente alteração, as penas foram elevadas para reclusão de quatro a doze anos e multa.
e) trata-se de um delito que pode ser praticado por qualquer pessoa.
COMENTÁRIOS
a) CORRETA: Item correto, pois o peculato é uma exceção dentro dos crimes praticados por
funcionário público
contra a administração em geral, pois admite forma culposa, conforme previsto no art. 312, §2º
do CP.
b) ERRADA: Item errado, pois a reparação do dano, neste momento, só gera a redução de pena
pela metade,
conforme previsto no art. 312, §3º do CP.
c) ERRADA: Item errado, pois a reparação do dano, neste momento, gera a extinção da
punibilidade,
conforme previsto no art. 312, §3º do CP.
d) ERRADA: Item errado, pois as penas não foram alteradas. Permanecem sendo “reclusão, de
dois a doze
anos, e multa”.
e) ERRADA: Item errado, pois o peculato é crime próprio, somente podendo ser praticado por
funcionário
público (crime funcional).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
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16. (VUNESP – 2014 – PC/SP – ESCRIVÃO) Imagine que um policial, em abordagem de
rotina, identifique
e efetue a detenção de um indivíduo procurado pela justiça. Assim que isso ocorre e antes
de apresentar
o indivíduo à autoridade de Polícia Judiciária (Delegado de Polícia), o policial recebe
verbalmente, do
detido, a seguinte proposta: soltar o indivíduo para que ele vá até o caixa eletrônico e
busque R$ 500,00,
a serem entregues ao policial em troca de sua liberdade. O policial aceita a proposta e solta
o detido, que
não retorna e não cumpre com a promessa de pagamento.
Diante dessa hipótese, o policial
(A) cometeu crime de prevaricação (CP, art. 319).
(B) cometeu crime de corrupção passiva (CP, art. 317).
de 12.11.2003)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
18. (VUNESP – 2015 – TJ-SP – ESCREVENTE JUDICIÁRIO) O peculato culposo
(A) é fato atípico, pois não está expressamente previsto no CP.
(B) tem a ilicitude excluída se o agente repara o dano a qualquer tempo.
(C) tem a punibilidade extinta se o agente repara o dano antes da sentença irrecorrível.
(D) é punido com detenção, de dois a doze anos, e multa.
(E) é punido com a mesma pena do peculato doloso.
COMENTÁRIOS
O peculato culposo é fato TÍPICO, pois está previsto no art. 312, §2º do CP, com uma pena bem
inferior à do
peculato doloso.
Entretanto, caso o agente repare o dano ATÉ a sentença irrecorrível, ficará extinta a
punibilidade. Vejamos:
Art. 312 (...)
Peculato culposo
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença
irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
19. (VUNESP – 2015 – TJ-SP – ESCREVENTE JUDICIÁRIO) O funcionário público que
tem conhecimento
de infração cometida no exercício do cargo por subordinado e que, por indulgência, não
promove sua
responsabilização e também não comunica o fato ao superior competente para tanto
pratica
(A) corrupção ativa (CP, art. 333).
(B) corrupção passiva (CP, art. 317).
(C) fato atípico, pois não está descrito expressamente como crime no CP.
(D) condescendência criminosa (CP, art. 320).
(E) prevaricação (CP, art. 319).
COMENTÁRIOS
Tal funcionário público estará praticando o crime de condescendência criminosa, previsto no
art. 320 do CP:
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Como podemos ver, tal delito pode ser cometido mesmo antes de a pessoa assumir a função
pública, desde
que a conduta tenha relação com o futuro cargo.
Poderia ser questionado se, no caso, não houve concussão (dada a existência de uma ameaça
velada). Entendo
que sim, e a questão poderia ter sido anulada. Contudo, não podemos nos esquecer de a questão
foi clara ao
utilizar o verbo SOLICITAR, o que caracterizaria a corrupção passiva.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
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21. (VUNESP – 2012 – SEFAZ/SP – AGENTE FISCAL DE RENDAS) No crime de
concussão, a circunstância
de ser um dos agentes funcionário público:
A) não é elementar, não se comunicado, portanto, ao concorrente particular.
B) é elementar, mas não se comunica ao concorrente particular.
C) é elementar, comunicando-se ao concorrente particular, ainda que este desconheça a
condição daquele.
D) é elementar comunicando-se ao concorrente particular, este conhecia a condição daquele.
E) não é elementar, comunicando-se, em qualquer situação ao concorrente particular.
COMENTÁRIOS
O delito de concussão está previsto no art. 316 do CP:
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função
ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela Lei 13.964/19)
Trata-se de crime próprio, só podendo ser praticado por funcionário público. A condição de
funcionário
público, embora elementar do delito, pode se estender a um particular, se dela tinha
conhecimento, pois, nos
termos do art. 29 do CP, aquele que concorre para o delito responde por ele na medida de sua
culpabilidade.
Vejamos:
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas,
próprio ou alheio:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do
dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio
ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.
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E também, de fato, o peculato culposo admite reparação do dano antes ou depois da
sentença, gerando a extinção da punibilidade se anterior à sentença irrecorrível, nos termos
do art. 312, §§2º e 3º do CP:
Art. 312 - (...)
Peculato culposo
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença
irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.
Por fim, a afirmativa III está errada, eis que o dinheiro proveniente do peculato pode ser usado
em proveito
próprio ou alheio, sendo indiferente para a caracterização do delito.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
27. (VUNESP – 2006 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) Determinado
policial militar disse de
forma impositiva ao assaltante que acabou de prender em flagrante, com o intuito de se
locupletar
indevidamente, que somente muito dinheiro o faria "aliviar sua barra". Tal conduta
A) não tipifica crime.
B) somente tipificaria algum delito caso houvesse a efetiva entrega do dinheiro.
C) tipifica o crime de peculato.
D) tipifica o crime de concussão.
E) tipifica o crime de corrupção passiva.
COMENTÁRIOS
A questão não é clara, e podemos entender que houve concussão ou corrupção passiva. Vejamos
os dois delitos:
Concussão
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função
ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela Lei 13.964/19)
(...)
Corrupção passiva
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que
fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar
promessa de tal vantagem:
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Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763,
de 12.11.2003)
O fato é que o agente nem solicitou nem exigiu, mas apenas "deu a deixa" para que o preso
oferecesse o dinheiro. Para mim, caracterizado está o delito de corrupção passiva.
Contudo, a Banca entendeu que o enunciado deixou claro tratar-se de crime de CONCUSSÃO,
já que o
enunciado fala que o policial militar falou em tom impositivo. Discordo, mas paciência.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
28. (VUNESP – 2006 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) "X",
funcionário público, recebe
indevidamente dinheiro da vítima que o supunha encarregado do recebimento de impostos
atrasados.
"X", em tese,
A) não praticou delito algum.
B) praticou o crime de peculato culposo.
C) praticou o crime de peculato mediante erro de outrem.
D) praticou o crime de excesso de exação.
E) praticou o crime de inserção de dados falsos em sistema de informações.
COMENTÁRIOS
No caso em tela restou caracterizado o delito de peculato por erro de outrem, que se dá quando
o funcionário
público se apropria de valor que recebeu indevidamente por erro de alguém. Vejamos:
cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato
ao conhecimento da autoridade competente:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Trata-se, portanto, de delito no qual o funcionário público deixa de responsabilizar seu
subordinado que
cometeu infração inerente ao cargo, e o faz por INDULGÊNCIA. Trata-se de crime próprio.
Não há previsão
de perdão judicial.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
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35. (VUNESP – 2009 – TJM/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) O crime de
falsidade ideológica,
presentes os demais elementos legais, apenas se configura se
I. o documento é público, não havendo crime se o documento é particular;
II. ocorre a inserção de declaração falsa, não havendo crime se ocorre a omissão de declaração
verdadeira
relevante;
III. o agente é funcionário público, não havendo crime se a conduta é praticada por particular.
Assinale a alternativa que classifica corretamente, como verdadeiros (V) ou falsos (F), os itens
que completam
a proposição, de acordo com o art. 299 do CP.
A) I - F; II - F; III - F.
B) I - V; II - F; III - F.
C) I - V; II - V; III - F.
D) I - F; II - V; III - V.
E) I - V; II - V; III - V.
COMENTÁRIOS
I - ERRADA: O crime de falsidade ideológica, previsto no art. 299 do CPP, pode ser praticado
tanto
utilizando-se documento público quanto documento particular;
II - ERRADA: Pode ser praticado tanto na forma de inserção de declaração falsa quanto na
forma omissiva,
de 12.11.2003)
Assim, vemos que as condutas são de "solicitar ou receber".
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
39. (VUNESP – 2012 – TJM/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) A conduta
do funcionário público
que, antes de assumir a função, mas em razão dela, exige para outrem, indiretamente,
vantagem indevida
A) configura crime de corrupção passiva.
B) não configura crime algum, pois o fato ocorre antes de assumir a função.
C) configura crime de corrupção ativa.
D) configura crime de concussão.
E) não configura crime algum, pois a exigência é indireta e para outrem.
COMENTÁRIOS
A RESPOSTA É LETRA D.
No presente caso a conduta se amolda ao tipo penal do art. 316 do CP, que define o crime de
concussão.
Vejamos:
Concussão
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função
ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela Lei 13.964/19)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
40. (VUNESP - 2013 - ITESP - ADVOGADO) O fazendeiro de uma cidade do interior de
São Paulo, que
solicita aos assentados dinheiro a pretexto de influir na atuação de funcionário do ITESP a
fim de facilitar
a concessão de títulos de domínio visando a regularização fundiária, comete o crime de:
a) corrupção passiva qualificada.
b) tráfico de influência.
c) advocacia administrativa.
d) exploração de prestígio.
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e) estelionato
COMENTÁRIOS
A conduta do fazendeiro, neste caso, configura o delito de tráfico de influência, previsto no art.
332 do CP:
Tráfico de Influência (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)
Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa
de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da
função: (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.127, de
1995)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
41. (VUNESP - 2013 - ITESP - ADVOGADO) Policiais Militares Ambientais comparecem
a um
assentamento e constatam a extração ilegal de madeira (crime ambiental). Trabalhadores
assentados
pedem aos policiais que não adotem providências, no que são prontamente atendidos e os
policiais se
retiram, sem que qualquer providência fosse implementada. Diante da afirmação anterior,
e com relação
aos crimes contra a Administração Pública, os Policiais Militares cometeram o crime de:
a) exercício funcional ilegal.
b) prevaricação para satisfazer interesse pessoal.
c) condescendência criminosa.
d) prevaricação para satisfazer sentimento pessoal.
e) corrupção passiva privilegiada.
COMENTÁRIOS
Os policiais, neste caso, praticaram o delito de corrupção passiva privilegiada, eis que deixaram
de praticar
um ato ao qual estavam obrigados cedendo a pedido de terceiros. Vejamos o §2º do art. 317 do
CP:
Corrupção passiva
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que
fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar
promessa de tal vantagem:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763,
de 12.11.2003)
(...)
Funcionário público
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora
transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
(...)
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste
Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento
de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou
fundação instituída pelo poder público. (Incluído pela Lei nº 6.799, de 1980)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
45. (VUNESP - 2013 - PC-SP - PERITO CRIMINAL) Em relação ao crime de Advocacia
Administrativa, é
correto afirmar que
a) não é necessário, para alguém figurar como sujeito ativo do crime, ser bacharel em Direito
tampouco possuir
a qualidade de funcionário público.
b) não é necessário, para alguém figurar como sujeito ativo do crime, ser bacharel em Direito,
regularmente
inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil.
c) é necessário, para alguém figurar como sujeito ativo do crime, ser bacharel em Direito, porém
não é requisito
sua inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil.
d) qualquer pessoa pode figurar como sujeito ativo do crime, ainda que não ostente a qualidade
de funcionário
público.
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==136d16==
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e) é necessário, para alguém figurar como sujeito ativo do crime, ser bacharel em Direito,
regularmente inscrito
na Ordem dos Advogados do Brasil.
COMENTÁRIOS
O crime de advocacia administrativa está previsto no art. 321 do CP:
Advocacia administrativa
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Questão polêmica. É pacífico na Doutrina que se o agente apenas cede ao pedido do funcionário
público e
dá a vantagem indevida solicitada, não pratica o delito de corrupção ativa, pois o tipo penal do
art. 333 do
CP não abarca este verbo (pagar ou dar).
Contudo, a questão deixa claro que o funcionário público não solicitou a verba, apenas
esclareceu como
funcionava o “esquema”. O particular, por livre e espontânea vontade, ofereceu a vantagem
indevida,
caracterizando o delito de corrupção ativa.
O funcionário público, por sua vez, praticou o delito de corrupção passiva ao aceitar a
vantagem.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
47. (VUNESP – 2015 – PC/CE – ESCRIVÃO - ADAPTADA) Aquele que exclui
indevidamente dados
corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública, com o
fim de obter
vantagem indevida para outrem, pratica o crime de inserção de dados falsos em sistemas
de informações.
COMENTÁRIOS
Item correto, nos termos do art. 313-A do CP:
Inserção de dados falsos em sistema de informações (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar
ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da
Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou
para causar dano: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000))
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.
48. (VUNESP – 2015 – PC/CE – ESCRIVÃO - ADAPTADA) O funcionário que modifica
ou altera sistema
de informações ou programa de informática sem autorização ou solicitação de autoridade
competente
b) peculato.
c) corrupção passiva.
d) prevaricação.
e) advocacia administrativa.
COMENTÁRIOS
O único dos crimes praticados por funcionário público contra a administração em geral (arts.
312 a 326 do
CP) que admite forma culposa é o crime de peculato, na forma do art. 312, §2º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
52. (FCC – 2017 – TRF5 – ANALISTA JUDICIÁRIO) Não é considerado funcionário
público, ainda que por
extensão, para os efeitos penais o
a) funcionário atuante em empresa contratada para prestar serviço atípico para a Administração
pública.
b) servidor temporário.
c) servidor ocupante em cargos por comissão.
d) empregado público contratado sob o regime da CLT.
e) cidadão nomeado para compor as mesas receptoras de votos e de justificativas no dia das
eleições.
COMENTÁRIOS
Dentre as alternativas apresentadas, apenas a letra A traz alguém que não é considerado
funcionário público
para fins penais, nem mesmo por equiparação. Seria funcionário público por equiparação, na
forma do art.
327, §1º do CP, se fosse funcionário atuante em empresa contratada para prestar serviço
TÍPICO da
Administração pública.
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Os demais, todos, são funcionários públicos para fins penais, na forma do art. 327 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
53. (FCC – 2017 – TRE-SP – ANALISTA JUDICIÁRIO ÁREA JUDICIÁRIA) Maurício,
funcionário do gabinete
b) I.
c) I e III.
d) II e III.
e) III.
COMENTÁRIOS
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I – CORRETA: Item correto, pois essa é a previsão do art. 321 do CP.
II – ERRADA: Item errado, pois essa conduta também é considerada crime de advocacia
administrativa, que
é realizada indiretamente.
III – ERRADA: Item errado, pois se exige, apenas, que o delito seja praticado por funcionário
público, valendose
da qualidade de funcionário.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
55. (FCC – 2016 – TRF3 – ANALISTA JUDICIÁRIO) Lucius, funcionário público,
escrevente de cartório de
secretaria de Vara Criminal, apropriou-se de um relógio valioso que foi remetido ao
Fórum juntamente
com os autos do inquérito policial no qual foi objeto de apreensão. Lucius cometeu crime
de
a) apropriação de coisa achada.
b) apropriação indébita simples.
c) apropriação indébita qualificada pelo recebimento da coisa em razão de ofício, emprego ou
profissão.
d) apropriação de coisa havida por erro.
e) peculato.
COMENTÁRIOS
Lucius cometeu, aqui, o delito de peculato, pois se apropriou de bem particular do qual tinha a
posse em razão
da função pública, nos termos do art. 312 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
COMENTÁRIOS
O agente, neste caso, praticou o delito de corrupção passiva, previsto no art. 317 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
58. (FCC – 2016 – TRF3 – TÉCNICO JUDICIÁRIO) É punível na forma culposa o delito
de
a) abandono de função.
b) peculato.
c) violação de sigilo funcional.
d) prevaricação.
e) concussão.
COMENTÁRIOS
Dentre as alternativas apresentadas, apenas o delito de peculato tem previsão de punição na
modalidade
culposa, conforme art. 312, §2º do CP. Todos os demais só são punidos quando praticados
dolosamente.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
59. (FCC – 2015 – TCM-GO – AUDITOR CONSELHEIRO SUBSTITUTO) No tipo do
crime descrito no art.
319 do Código Penal “Retardar, ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou
praticá-lo contra
disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal”, a expressão
“para satisfazer
interesse ou sentimento pessoal” constitui
a) elemento normativo do tipo.
b) elemento subjetivo do tipo.
c) circunstância qualificadora.
d) elemento objetivo do tipo.
e) elemento descritivo do tipo.
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Tal expressão, segundo entendimento da Doutrina, configura elemento subjetivo do tipo, mais
especificamente
um elemento subjetivo específico, ou seja, não basta que o agente possua o dolo de realizar a
conduta. É
necessário que a conduta seja praticada com essa específica finalidade.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
60. (FCC – 2015 – TCM-GO – AUDITOR) O crime de
a) impedimento, perturbação ou fraude de concorrência pública não prevê punição para quem se
abstém de
concorrer ou licitar em razão de vantagem oferecida.
b) peculato mediante erro de outrem não admite tentativa.
c) emprego irregular de verbas ou rendas públicas caracteriza-se independentemente da
ocorrência de dano
para a Administração pública.
d) excesso de exação configura-se, na forma culposa, quando o agente exige tributo que deveria
saber
indevido.
e) extravio de livro oficial de que tem a guarda em razão do cargo exige, na forma culposa, a
ocorrência de
dano para a Administração pública.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Também é punido aquele que se abstém de concorrer ou licitar em razão de
vantagem oferecida,
nos termos do art. 335, § único do CP.
b) ERRADA: Tal delito admite tentativa, pois é possível fracionar o iter criminis.
c) CORRETA: Item correto, pois se trata de crime formal, que se consuma com a mera prática
da conduta
(emprego irregular das verbas ou rendas), sendo irrelevante para fins de consumação a eventual
ocorrência
de prejuízo à administração.
d) ERRADA: Item errado, pois não se pune o excesso de exação na forma culposa. Tal delito
só é punido na
forma dolosa.
e) ERRADA: Tal delito não é punível na forma culposa, apenas na forma dolosa, pois não há
previsão expressa
de punição a título de culpa, nos termos do art. 314 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
61. (FCC – 2015 – TCM-GO – AUDITOR) Cláudio, agente fiscal de rendas, constatou
sonegação de
Renê desvia-se da função de guarda e, por negligência, permite que terceiros invadam o
prédio público e
de lá subtraiam diversos bens avaliados em R$ 10.000,00. Instaurado Inquérito Policial, o
Ministério
Público denuncia o funcionário público Renê pelo crime de peculato culposo. O feito
tramita regularmente
e Renê é condenado em primeira instância à pena de 6 meses de detenção. Renê,
inconformado, apela ao
Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba. Antes do julgamento do recurso Renê resolve
reparar o dano à
municipalidade, depositando em juízo o valor do prejuízo. Neste caso, nos termos do
Código Penal, Renê
a) não terá direito a qualquer benefício uma vez que a reparação do dano ocorreu após a
sentença de
primeiro grau.
b) terá sua pena reduzida em metade.
c) terá sua pena reduzida de 1 a 2/3.
d) terá extinta a sua punibilidade.
e) terá direito apenas à atenuante genérica.
COMENTÁRIOS
Neste caso, Renê terá extinta sua punibilidade, pois a reparação do dano, no peculato culposo,
antes do
trânsito em julgado, acarreta a extinção da punibilidade, nos termos do art. 312, §3º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
64. (FCC – 2015 – MP-PB – TÉCNICO MINISTERIAL) Tício e Caio são Policiais Civis
do Estado da Paraíba,
atuando na capital. No dia 14 de março de 2014, durante uma operação deflagrada pela
Delegacia
Seccional de Polícia para investigação de crime de tráfico de drogas em uma determinada
favela na cidade
de João Pessoa, Tício e Caio abordam Moisés em atitude suspeita, transitando por uma via
pública. Moisés
portava na cintura uma arma de fogo municiada sem autorização e em desacordo com
determinação legal
e regulamentar. Além disso apurou-se que havia um mandado de prisão preventiva contra
Moisés por
crime de roubo cometido na cidade de Campina Grande. Tício e Caio, então, solicitam a
Moisés a quantia
de R$ 10.000,00 para ele ser imediatamente liberado. Moisés consegue o dinheiro e entrega
aos policiais
civis, que deixam de conduzi-lo ao Distrito Policial. No caso hipotético apresentado, Tício e
Caio
cometeram crime de
a) concussão e estão sujeitos à pena de reclusão, de 2 a 8 anos e multa, sem qualquer aumento
de pena, uma
vez que o não cumprimento do ato de ofício é mero exaurimento do crime formal.
b) corrupção passiva e estão sujeitos à pena de reclusão, de 2 a 12 anos e multa, com aumento
de 1/3 uma
vez que os funcionários deixaram de conduzir preso o cidadão Moisés, com infração de dever
funcional.
c) corrupção passiva e estão sujeitos à pena de reclusão, de 2 a 12 anos e multa, sem qualquer
aumento de
pena, uma vez que o não cumprimento do ato de ofício é mero exaurimento do crime formal.
d) prevaricação e estão sujeitos à pena de detenção de 3 meses a 1 ano e multa.
e) concussão e estão sujeitos à pena de reclusão, de 2 a 8 anos e multa, com aumento de 1/3 uma
vez que os
funcionários deixaram de conduzir preso o cidadão Moisés, com infração de dever funcional.
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Os agentes cometeram, aqui, o crime de corrupção passiva, previsto no art. 317 do CP, e estão
sujeitos à pena
de reclusão, de 2 a 12 anos e multa. Além disso, haverá a incidência da causa de aumento de
pena prevista
no §1º do art. 317, (aumento de 1/3), uma vez que os funcionários deixaram de conduzir preso o
cidadão
Moisés, com infração de dever funcional, ou seja, os funcionários efetivamente deixaram de
praticar o ato,
infringindo o dever funcional.
COMENTÁRIOS
O funcionário público, aqui, cometeu o delito de concussão, pois EXIGIU a vantagem indevida,
nos termos do
art. 316 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
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67. (FCC – 2015 – TRE-PB – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA)
Ricardo, funcionário
público da Prefeitura de Pedra Verde, patrocinou, indiretamente, no mês de Janeiro de
2015, interesse
privado perante a Administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário.
Ricardo cometeu crime
de:
a) excesso de exação.
b) peculato.
c) corrupção passiva.
d) corrupção ativa.
e) advocacia administrativa.
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Neste caso, Ricardo cometeu o delito de advocacia administrativa, previsto no art. 321 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
68. (FCC – 2015 – TRT15 – JUIZ) No crime de peculato, a condição pessoal de funcionário
público
a) não constitui elementar e não se comunica ao coautor ou partícipe.
b) constitui elementar, mas não se comunica, em qualquer situação, ao coautor ou partícipe.
c) não constitui elementar, comunicando-se ao coautor ou partícipe, desde que este conheça a
condição
daquele.
d) constitui elementar, comunicando-se ao coautor ou partícipe, desde que este conheça a
condição daquele.
e) constitui elementar, comunicando-se ao coautor ou partícipe, ainda que este não conheça a
condição
daquele.
COMENTÁRIOS
No crime de peculato, previsto no art. 312 do CP, a condição de funcionário público é elementar
do delito
(sem ela, o delito não se configura), comunicando-se ao coautor ou partícipe, desde que este
conheça a
condição daquele.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
69. (FCC – 2015 - TCE-CE - PROCURADOR DE CONTAS) O particular é
responsabilizado pelo crime de
concussão na hipótese em que
a) concorra de qualquer modo para o crime, na medida de sua culpabilidade.
b) receba, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, vantagem indevida.
c) figure somente como partícipe e a participação seja de menor importância.
d) concorra, de qualquer modo para o crime, ainda que não tenha conhecimento da condição de
funcionário
público do autor.
e) a circunstância da condição de funcionário público seja incomunicável.
COMENTÁRIOS
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O crime de concussão é funcional, exigindo do agente a qualidade de funcionário público.
Todavia, o particular
poderá responder por tal delito, quando praticá-lo em concurso de pessoas com alguém que
ostente a condição
de funcionário público (e desde que essa condição seja conhecida pelo particular), em razão da
comunicabilidade das circunstâncias pessoais elementares do delito, nos termos do art. 30 do
CP.
Portanto, NÃO HÁ ALTERNATIVA CORRETA. A questão deveria ser ANULADA.
70. (FCC – 2015 - TCE-CE - CONSELHEIRO) Bernardo, funcionário público, ordenou
que Luciana,
contribuinte, quitasse tributo indevido. Anteriormente à entrega deste valor, desistiu da
ordem.
Conquanto esta atitude, Luciana entendeu por bem entregar o numerário a Bernardo que
o recebeu e o
desviou depois do recolhimento ao tesouro público. Bernardo praticou
a) fato atípico, por ausentes elementos do tipo penal.
b) excesso de exação.
c) excesso de exação qualificada.
d) peculato na modalidade furto.
e) peculato na modalidade apropriação.
COMENTÁRIOS
Neste caso o agente praticou o crime de excesso de exação, previsto no art. 316, §1º do CP.
Trata-se de
crime formal, que se consuma com a mera exigência. É irrelevante, para fins de consumação,
que o funcionário
“desista” posteriormente (já houve a consumação). Posteriormente, o funcionário recolheu o
valor ao tesouro e
o desviou, praticando ainda o crime de peculato-desvio, nos termos do art. 312 do CP.
Portanto, NÃO HÁ ALTERNATIVA CORRETA. A questão deveria ter sido anulada
(Gabarito da Banca: E).
71. (FCC – 2015 – TRT9 – TÉCNICO JUDICIÁRIO) Considere os seguintes tipos de
crimes e suas definições.
Tipo de Crime
( ) Condescendência Criminosa
( ) Peculato
( ) Corrupção passiva
Definição
1. Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público
ou particular,
de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio
2. Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função
ou antes
de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem.
3. Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração
no exercício
do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade
competente.
A correta relação entre o crime e sua definição, de cima para baixo, está em:
a) 1, 2 e 3.
b) 2, 1 e 3.
c) 3, 2 e 1.
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d) 2, 3 e 1.
e) 3, 1 e 2.
COMENTÁRIOS
1 – Trata-se de peculato, nos termos do art. 312 do CP.
2 – Trata-se do crime de corrupção passiva, previsto no art. 317 do CP.
3 – Esta conduta configura o crime de condescendência criminosa, previsto no art. 320 do CP.
A sequência, portanto, é: 3,1,2.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
72. (FCC – 2015 – TRT9 – TÉCNICO JUDICIÁRIO) Sobre os crimes praticados por
funcionário público
contra a Administração em geral, é correto afirmar:
a) Os crimes de peculato, corrupção passiva, concussão e excesso de exação são hediondos.
b) Crimes funcionais próprios são aqueles que se for excluída a qualidade de funcionário
público, haverá a
desclassificação para crime de outra natureza.
c) Crimes funcionais impróprios são aqueles cuja exclusão da qualidade de funcionário público
torna o fato
atípico.
d) O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do
cumprimento da
pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito
praticado, com os
acréscimos legais.
e) Após o recebimento da denúncia sempre será adotado o rito sumário.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Nenhum destes crimes é considerado hediondo, nos termos da Lei 8.072/90.
b) ERRADA: Item errado, pois os crimes funcionais próprios são aqueles que a exclusão da
qualidade de
funcionário público torna o fato atípico (atipicidade absoluta).
c) ERRADA: Item errado, pois crimes funcionais impróprios são aqueles que se for excluída a
qualidade de
funcionário público, haverá a desclassificação para crime de outra natureza (atipicidade
relativa).
d) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão do art. 33, §4º do CP.
e) ERRADA: Item errado, pois em relação aos crimes funcionais se adota o rito ordinário após
o recebimento
da denúncia, nos termos do art. 518 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
73. (FCC – 2015 – DPE-SP – OFICIAL DA DP) Felipe, Oficial da Defensoria Pública
estadual, no exercício
de suas funções recebeu, de um assistido, um HD externo que continha arquivos digitais
solicitados para
utilização em seu processo. Após a cópia dos arquivos deveria devolvê-lo no dia seguinte,
entretanto,
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70
como Felipe passaria a partir daquele dia a atuar em outra unidade da Defensoria, decidiu
levar o aparelho
eletrônico para sua casa utilizando-o como se fosse seu, sem qualquer intenção de devolvê-
lo ao
proprietário. Felipe cometeu o crime de
a) peculato mediante erro de outrem, por ter se apropriado de bem móvel particular, de que tem
a posse em
razão do cargo, mediante erro do assistido.
b) peculato culposo, por ter concorrido com culpa na apropriação do aparelho eletrônico.
c) corrupção passiva, por ter recebido o aparelho eletrônico como vantagem indevida para si.
d) prevaricação, por ter, indevidamente, deixado de praticar ato que estava obrigado, que neste
caso seria
a devolução do aparelho eletrônico.
e) peculato, por ter se apropriado de bem móvel particular, de que tem a posse em razão do
cargo.
COMENTÁRIOS
Neste caso o agente praticou o delito de peculato, pois se apropriou de bem particular de que
tinha a posse
em razão do cargo, nos termos do art. 312 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
74. (FCC – 2015 – DPE-SP – OFICIAL DA DP) Suzana, Oficial da Defensoria Pública
estadual, é responsável pelo registro, movimentação e tramitação de processos em
determinada unidade da Defensoria. Sua inimiga, Zulmira, solicitou assistência da
Defensoria nesta unidade, e por vingança Suzana deixou de registrar esta solicitação. É
correto afirmar que Suzana
a) não cometeu o crime de Prevaricação, uma vez que não praticou ato ilegal por sentimento
pessoal.
b) cometeu o crime de Prevaricação porque deixou de praticar, indevidamente, ato de ofício
para satisfazer
interesse ou sentimento pessoal.
c) não cometeu crime algum, embora por ética e responsabilidade administrativa deveria ter
registrado a solicitação de Zulmira.
d) cometeu o crime de Corrupção Passiva, por ter deixado de realizar ato que é exigido em lei.
e) cometeu o crime de Peculato, por ter praticado ato ilegal por sentimento pessoal.
COMENTÁRIOS Neste caso a agente praticou o delito de PREVARICAÇÃO, pois deixou de
praticar, indevidamente, ato de
ofício para satisfazer interesse ou sentimento pessoal, nos termos do art. 319 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
75. (FCC – 2015 – DPE-SP – OFICIAL DA DP) Verônica, funcionária da Defensoria
Pública do Estado que tem a posse de um telefone celular de propriedade da Defensoria
Pública, pelo qual é responsável, em determinado dia de trabalho ao sair para almoçar
esqueceu este telefone em cima de sua mesa de trabalho. Vagner, seu colega de trabalho na
mesma função, nota o descuido e subtrai o aparelho celular.
Nesta situação hipotética, diante do Código Penal brasileiro é correto afirmar que
Verônica
a) e Vagner cometeram crime de peculato, se sujeitando às mesmas penalidades, pois ambos
concorreram para o crime.
b) cometeu o crime de peculato mediante erro de outrem enquanto Vagner cometeu o crime de
peculato doloso.
c) não cometeu nenhum crime e Vagner cometeu o crime de peculato, pois se apropriou de bem
móvel público de que tem a posse em razão do cargo em proveito próprio ou alheio.
d) não cometeu nenhum crime e Vagner cometeu o crime de peculato culposo.
e) cometeu o crime de peculato culposo e Vagner cometeu o crime de peculato, pois ele não
estava em posse do bem, mas mesmo assim o subtraiu, em proveito próprio ou alheio, valendo-
se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.
COMENTÁRIOS
Neste caso, Verônica praticou o crime de peculato culposo, previsto no art. 312, §2º do CP,
enquanto Vagner cometeu o delito de peculato-furto, previsto no art. 312, §1º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
76. (FCC – 2015 – DPE-SP – ANALISTA DE SISTEMAS) Marcelo, funcionário público
da Defensoria Pública, é responsável por organizar a fila de atendimento ao público. Ao
encontrar seu amigo Pedro, que pretende ser atendido na Defensoria, diz que pode fazer
com que ele seja o primeiro a ser atendido, embora Pedro não tenha chegado primeiro e
sequer tenha algum motivo justo para isso. Pedro se interessa, mas Marcelo solicita cem
reais em dinheiro para fazer isso e afirma que, se Pedro não quiser pagar, não tem
problema,
apenas terá que aguardar seu lugar correto na fila. Nesta situação, Marcelo
a) cometeu o crime de corrupção passiva por ter solicitado para si vantagem indevida em razão
de sua função
b) cometeu o crime de concussão por ter exigido para si vantagem indevida em razão de sua
função.
c) cometeu o crime prevaricação, pois beneficiou terceiro por ser seu amigo.
d) não cometeu nenhum crime, pois seu amigo não se manifestou quanto a aceitação no ato de
pagar o valor
para ajuda de custo.
e) cometeu o crime de advocacia administrativa pois patrocinou diretamente interesse privado
perante a
Administração pública valendo-se da qualidade de funcionário.
COMENTÁRIOS
Neste caso Marcelo praticou o delito de corrupção passiva, previsto no art. 317 do CP, pois
solicitou para si vantagem indevida em razão de sua função.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
77. (FCC – 2015 – DPE-SP – ANALISTA DE SISTEMAS) Considere as seguintes
condutas:
I. Facilitar a revelação de fato que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em
segredo. II. Solicitar vantagem indevida para revelar informações sigilosas que só tenha acesso
por conta de seu cargo a terceiros interessados. III. Exigir vantagem indevida para revelar
informações sigilosas que só tenha acesso por conta de seu cargo.
As condutas se referem aos delitos de corrupção passiva e concussão, previstos nos arts. 317 e
316 do CP: Concussão Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: Pena -
reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela Lei 13.964/19) (...) Corrupção
passiva Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar
promessa de tal vantagem: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação
dada pela Lei nº 10.763, de
12.11.2003)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
79. (FCC – 2014 – TRF3 – TÉCNICO JUDICIÁRIO) Na corrupção passiva, há
diferenciações normativas se:
- em consequência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar
qualquer ato de
ofício ou o pratica infringido dever funcional
- o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever
funcional, cedendo
a pedido ou influência de outrem.
Tem-se, nesses dois fatores de penas, respectivamente:
a) qualificadora e causa de diminuição.
b) causa de aumento e privilégio.
c) qualificadora e causa de aumento.
d) causa de aumento e qualificadora.
e) privilégio e qualificadora.
COMENTÁRIOS
Neste caso, teremos, respectivamente, uma causa de aumento de pena e uma privilegiadora (ou
privilégio),
previstos nos §§1º e 2º do art. 317 do CP:
Corrupção passiva
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que
fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar
promessa de tal vantagem: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação
dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003) 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em
consequência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato
de ofício ou o pratica infringindo dever funcional. § 2º - Se o funcionário pratica, deixa de
praticar ou retarda ato de ofício, com infração de
dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem: Pena - detenção, de três meses a um
ano, ou multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
80. (FCC – 2014 – TRF3 – ANALISTA JUDICIÁRIO) A respeito dos Crimes contra a
Administração pública, considere:
I. Equipara-se a funcionário público quem trabalha para empresa prestadora de serviço
contratada para a execução de atividade típica da Administração pública.
II. A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos delitos forem ocupantes de
cargos em comissão.
III. Se o agente for ocupante de função de assessoramento de fundação instituída pelo poder
público não terá, por esse motivo, a pena aumentada.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II.
b) I e III.
c) II e III
d) I e II.
e) III
COMENTÁRIOS
I – CORRETA: Esta é a exata previsão do §1º do art. 327 do CP.
II – ERRADA: Somente haverá aumento de pena quando os agentes forem ocupantes de cargo
em comissão nas entidades listadas no §2º do art. 327. As autarquias, por exemplo, não foram
incluídas ali. Logo, quem exerce cargo em comissão em autarquia não terá a causa de aumento
de pena citada.
III – ERRADA: O agente terá a pena aumentada neste caso, por força do art. 327, §2º do CP.
Vemos, assim, que não há alternativa correta. A Banca deu a alternativa D como correta, por
considerar a afirmativa II como verdadeira, mas como já afirmei, ela está ERRADA!
Portanto, A QUESTÃO DEVERIA TER SIDO ANULADA!
81. (FCC – 2014 – TRF3 – TÉCNICO JUDICIÁRIO) José foi surpreendido pelo policial
João, dirigindo alcoolizado um veículo na via pública. Nessa oportunidade, ofereceu a
João a quantia de R$ 100,00 para não prendê-lo, nem multá-lo. João aceitou a proposta,
guardou o dinheiro, mas multou e efetuou a prisão
em flagrante de José por dirigir alcoolizado. Nesse caso, João responderá pelo crime de:
a) condescendência criminosa.
b) corrupção ativa.
c) prevaricação
d) corrupção passiva.
e) concussão.
doutrinária cuja finalidade é afastar a tipificação da conduta daquele que apenas utiliza o bem
público em proveito próprio (sem o intuito de
desviá-lo para seu patrimônio).
O STF, seguindo uma linha doutrinária, já havia se manifestado sobre essa hipótese específica e
entendeu que,
neste caso, restaria configurado o “peculato de uso”, que à semelhança do “furto de uso”, não
geraria reflexos
penais, eis que é indispensável, para a caracterização do peculato, o elemento subjetivo
consistente na intenção
de agregar o bem, valor ou dinheiro ao patrimônio do agente ou de terceiro.
Vejamos:
(...) É indispensável a existência do elemento subjetivo do tipo para a caracterização do
delito de peculato-uso, consistente na vontade de se apropriar DEFINITIVAMENTE do bem
sob sua guarda.
(...) (STF. 1ª Turma. HC 108433 AgR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 25/06/2013)
Entretanto, em julgado RECENTÍSSIMO, o STF se valeu de parcela da Doutrina que entende
que o termo
“desviar”, um dos núcleos do tipo de peculato, significa “desviar a finalidade”, ou seja, dar ao
bem, valor ou
coisa finalidade DIVERSA daquela que deveria ser dada.
Vejamos:
(...) O peculato desvio caracteriza-se na hipótese em que terceiro recebe armas emprestadas
pelo juiz, depositário fiel dos instrumentos do crime, acautelados ao magistrado para fins
penais, enquadrando-se no conceito de funcionário público. 2. In casu, Juiz Federal detinha
em seu poder duas pistolas apreendidas no curso de processo-crime em tramitação perante
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a Vara da qual era titular. Ao entregar os armamentos a policial federal desviou bem de
que tinha posse em razão da função em proveito deste, emprestando-lhe finalidade diversa
da pretendida ao assumir a função de depositário fiel. 3. O artigo 312 do Código Penal
dispõe: “Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro
bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em
proveito próprio ou alheio: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa”. 4. É cediço que
“o verbo núcleo desviar tem o significado, nesse dispositivo legal, de alterar o destino natural
do objeto material ou dar-lhe outro encaminhamento, ou, em outros termos no peculatodesvio
o funcionário público dá ao objeto material aplicação diversa da que lhe foi
determinada, em benefício próprio ou de outrem. Nessa figura não há o propósito de
apropriar-se, que é identificado como animus rem sibi habendi, podendo ser
caracterizado o desvio proibido pelo tipo, com simples uso irregular da coisa pública,
objeto material do peculato.” (BITTENCOURT, Cezar. Tratado de direito penal. v. 5.
Saraiva, São Paulo: 2013, 7ª Ed. p. 47). 3. É possível a atribuição do conceito de funcionário
público contida no artigo 327 do Código Penal a Juiz Federal. É que a função jurisdicional
é função pública, pois consiste atividade privativa do Estado-Juiz, sistematizada pela
Constituição e normas processuais respectivas. Consequentemente, aquele que atua na
prestação jurisdicional ou a pretexto de exercê-la é funcionário público para fins penais.
Precedente: (RHC 110.432, Relator Min. Luiz Fux, Primeira Turma, julgado em 18/12/2012).
4. A via estreita do Habeas Corpus não se preza à discussão acerca da valoração da prova
produzida em ação penal. É que, nos termos da Constituição esta ação se destina a afastar
restrição à liberdade de locomoção por ilegalidade ou por abuso de poder. 5. Recurso
desprovido.
(RHC 103559, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 19/08/2014,
ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-190 DIVULG 29-09-2014 PUBLIC 30-09-2014)
Tudo bem que a questão pede que se responda “conforme a Doutrina dominante” (que de fato
entende que
o peculato “de uso” não se enquadraria no conceito de “desvio”, já que entende que o “desvio”,
neste caso,
pressupõe o animus rem sibi habendi), mas é inegável a relevância do entendimento do STF
sobre a questão,
inclusive por citar a Doutrina do prof. Cézar Roberto Bitencourt.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E (mas CABERIA RECURSO!
84. (FCC – 2014 – TCE-GO – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO) Paulo ofereceu
R$ 300,00 a um Oficial
de Justiça para retardar a sua citação. O Oficial de Justiça aceitou a oferta, mas achou o
valor oferecido
muito baixo, tendo Paulo ficado de estudar eventual majoração. Nesse caso, o Oficial de
Justiça cometeu
crime de
a) corrupção passiva, na forma consumada.
b) corrupção passiva, na forma tentada.
c) concussão, na forma consumada.
B) CORRETA: Embora o particular, a princípio, não possa praticar o delito, por não ser
funcionário público,
caso venha a praticar a conduta em concurso de pessoas (coautoria ou participação) com alguém
que possua
a qualidade exigida (ser funcionário público e valer-se do cargo para o crime), responderá
também o
particular pelo delito, nos termos do art. 30 do CP. É necessário, ainda, que o particular saiba
que seu
comparsa possui a qualidade exigida pelo tipo penal.
C) ERRADA: Item errado, pois a obtenção da vantagem pode se dar por terceiro, e não
necessariamente em
favor do agente que pratica o delito.
D) ERRADA: Item errado, pois não há qualquer exigência no CP neste sentido, sendo as
esferas (administrativa
e penal) autônomas.
E) ERRADA: Não há nada que proíba a continuidade delitiva em tais crimes, ou seja, o
peculato pode ser
praticado na forma do art. 71 do CP (prática reiterada de diversos crimes de peculato em
circunstâncias de
tempo, lugar, modo de execução, etc.).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
86. (FCC – 2015 – TRT6º REGIÃO – JUIZ) O crime de concussão
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a) admite a concorrência de particular, desde que este conheça a condição de funcionário
público do outro
agente.
b) é de natureza formal, consumando-se com o recebimento da vantagem indevida.
c) é de natureza material, consumando-se com a efetiva exigência, independentemente do
recebimento da
vantagem.
d) admite modalidade culposa.
e) é de natureza formal, consumando-se com a mera solicitação da vantagem indevida.
COMENTÁRIOS
O crime de concussão é de natureza FORMAL e se consuma com a mera EXIGÊNCIA (não
solicitação) da
vantagem indevida.
Assim, nenhuma das alternativas que trata da consumação está correta.
O crime também não admite modalidade culposa, por ausência de previsão legal neste sentido.
Por fim, é cabível o concurso de pessoas entre o funcionário público e um particular, desde que
este saiba que
seu comparsa é funcionário público, nos termos do art. 30 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
87. (FCC – 2015 – TRE-RR – ANALISTA JUDICIÁRIO) Analise as seguintes situações
hipotéticas de
funcionários públicos processados criminalmente e condenados pela Justiça Pública:
I. Xisto, escrevente do Tribunal de Justiça de Roraima, foi condenado a cumprir pena de 02
anos de reclusão
pelo crime de corrupção passiva, após receber dinheiro durante o seu trabalho regular para
retardar o
andamento de um determinado processo.
II. Joaquim, analista judiciário do Tribunal Regional Federal da Primeira Região, é preso em
flagrante quando
retornava de uma viagem de lazer para Miami, ao tentar importar mercadoria proibida, sendo
condenado a
cumprir pena de 03 anos de reclusão pelo crime de contrabando.
III. Benício, funcionário da Prefeitura de Boa Vista, foi condenado a cumprir pena de 02 anos
de reclusão pelo
crime de peculato, após apropriar-se de dinheiro da municipalidade, que recebeu em razão do
cargo que
ocupa.
IV. Cassio, funcionário público da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima, é condenado a
cumprir pena
de 03 anos de reclusão, após praticar o crime do artigo 343, do Código Penal, na medida em que
ofereceu
dinheiro ao perito judicial nomeado em ação de indenização por danos materiais e morais que
move contra
José, responsável pelo acidente de trânsito que lhe causou lesões corporais gravíssimas, para
que o expert
elaborasse um laudo favorável.
Estarão sujeitos à perda do cargo público como efeito da condenação criminal, nos termos
preconizados pelo
Código Penal, mediante declaração motivada do Juiz na sentença:
a) Benício e Cassio.
b) Joaquim e Benício.
c) Xisto e Benício.
d) Joaquim e Cassio.
e) Xisto, Joaquim e Benício.
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80
COMENTÁRIOS
A condenação por crime FUNCIONAL (que seja relativo às funções exercidas) pode acarretar a
perda da
função pública quando a pena aplicada é igual ou superior a um ano, nos termos do art. 92, I, a
do CP.
Assim, somente Xisto e Benício estarão sujeitos à perda do cargo público como efeito da
condenação, pois
praticaram crimes FUNCIONAIS e receberam pena superior a 01 ano.
Joaquim e Cássio receberam, também, penas superiores a 01 ano, mas não praticaram crimes
que tivessem
relação COM SUAS FUNÇÕES PÚBLICAS.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
88. (FCC – 2015 – SEFAZ-PE – JULGADOR TRIBUTÁRIO) Um funcionário do setor de
cobrança de tributos,
diante de situação financeira difícil, atende pedido do contribuinte, e, em vez de lançar o
tributo para a
cobrança, protela o ato por 90 dias após, a fim de que o contribuinte possa posteriormente
tentar um
parcelamento do tributo. Por essa conduta, poderá responder pelo crime de
a) inserção de dados falsos em sistema de informações.
b) prevaricação.
c) corrupção passiva.
d) tráfico de influência.
e) advocacia administrativa.
COMENTÁRIOS
O agente, aqui, praticou o delito de corrupção passiva, em sua forma privilegiada, nos termos do
art. 317,
§2º do CP, pois praticou a conduta atendendo a pedido do contribuinte.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
89. (FCC – 2015 – SEFAZ-PE – JULGADOR TRIBUTÁRIO) Um contribuinte foi até o
balcão de atendimento
do setor fiscal e apresentou documento para a comprovação de quitação do tributo.
Todavia, faltou com
o respeito contra o funcionário autorizado para o registro no sistema. O funcionário,
diante da ofensa,
alterou os dados inseridos para que constasse pagamento parcial e não total do tributo.
Com isso, o
contribuinte foi acionado judicialmente para pagamento do tributo que já tinha quitado.
A conduta do
funcionário está inserida no crime de
a) prevaricação.
b) modificação não autorizada de sistema de informações.
c) sonegação de documento
d) falsidade ideológica.
e) inserção de dados falsos em sistema de informações.
COMENTÁRIOS
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O funcionário praticou o delito de inserção de dados falsos em sistema de informações, previsto
no art. 313-
A do CP. Vejamos:
Inserção de dados falsos em sistema de informações (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar
ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da
Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou
para causar dano: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000))
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
O agente responde por este delito, e não por prevaricação, já que é uma forma “especial” de
violação aos
deveres funcionais, que neste caso específico ocorreu com o intuito de CAUSAR DANO ao
contribuinte.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
90. (FCC – 2015 – TCM-GO – AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO) Paulo e Pedro,
valendo-se da qualidade
de funcionários públicos lotados em uma Delegacia de Polícia, cogitaram subtrair uma
motocicleta
aprendida que se encontrava no pátio de estacionamento. Reuniram-se e traçaram os
planos de ação. No
dia combinado, Paulo distraiu os policiais que ali trabalhavam, enquanto Pedro retirou o
veículo do local.
No dia seguinte, a motocicleta foi desmontada e as peças vendidas, tendo ambos rateado o
valor recebido.
Nesse caso, o crime de peculato doloso consumou-se no momento em que
a) Paulo distraiu os policiais e Pedro retirou a motocicleta da Delegacia.
b) as peças foram vendidas e o valor recebido foi rateado entre Paulo e Pedro.
c) Paulo e Pedro cogitaram subtrair a motocicleta.
d) Paulo e Pedro reuniram-se e traçaram os planos de ação.
e) a motocicleta foi desmontada.
COMENTÁRIOS
O crime de peculato-furto se consumou no momento em que Paulo distraiu os policiais e Pedro
retirou a
motocicleta, pois foi aí que houve, de fato, a SUBTRAÇÃO, que é o momento consumativo do
peculato-furto,
previsto no art. 312, §1º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
91. (FCC – 2015 – SEFAZ-PI – ANALISTA DO TESOURO) No crime de concussão, o
funcionário público
a) exige, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de
assumi-la,
mas em razão dela, vantagem indevida.
b) apropria-se de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que
tem a posse em
razão do cargo, ou o desvia, em proveito próprio ou alheio.
A conduta de José, funcionário público, se amolda ao tipo penal previsto no art. 317 do CP, ou
seja, corrupção passiva, já que recebeu vantagem indevida. Não incide, entretanto, a causa de
aumento de pena prevista no § 1°, pois José não retardou a prática do ato. Pedro, por sua vez,
cometeu crime de corrupção ativa, pois ofereceu vantagem indevida ao funcionário público
José, para que este retardasse a prática de ato de ofício, nos termos do art. 333 do CP.
Assim, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
94. (FCC - 2008 - METRÔ-SP – ADVOGADO) Durante um julgamento perante o
Tribunal do Júri, um jurado, que em sua vida normal exerce a função de vendedor,
solicitou R$ 10.000,00 (dez mil reais) ao advogado do réu para votar pela absolvição deste.
O jurado
a) cometeu crime de corrupção ativa.
b) cometeu crime de corrupção passiva.
c) cometeu crime de concussão.
d) cometeu crime de prevaricação.
e) não cometeu nenhum crime, pois não era funcionário público.
COMENTÁRIOS
O jurado é considerado, sim, funcionário público, pois o conceito de funcionário público para
fins penais é muito mais abrangente que no Direito Civil, de forma a abranger aqueles que
exercem mera função pública, ainda que transitoriamente e sem remuneração. O jurado
cometeu, assim, o crime previsto no art. 317 do CP, pois solicitou vantagem indevida para si em
razão da função que exercia. Nesse caso, cometeu o crime de corrupção passiva.
Assim, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
95. (FCC - 2007 - MPU - ANALISTA – PROCESSUAL) A respeito dos crimes contra a
Administração Pública, é correto afirmar:
a) Não configura o crime de contrabando a exportação de mercadoria proibida.
b) Constitui crime de desobediência o não atendimento por funcionário público de ordem legal
de outro
funcionário público.
c) Comete crime de corrupção ativa quem oferece vantagem indevida a funcionário público para
determina-lo a deixar de praticar medida ilegal.
d) Pratica crime de resistência quem se opõe, mediante violência, ao cumprimento de mandado
de prisão
decorrente de sentença condenatória supostamente contrária à prova dos autos.
e) Para a caracterização do crime de desacato não é necessário que o funcionário público esteja
no exercício
da função ou, não estando, que a ofensa se verifique em função dela.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: O crime de contrabando é, por definição, a exportação ou importação de
mercadoria proibida,
nos termos do art. 334 do CP;
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b) ERRADA: O crime de desobediência é um crime que só pode ser praticado pelo particular.
Se praticado
pelo funcionário público pode, no entanto, configurar o crime de prevaricação, nos termos dos
arts. 329 e 319
do CP;
c) ERRADA: Cuidado com a pegadinha! Se a medida que o funcionário público ia praticar era
ilegal, não há
crime de corrupção ativa, pois se exige que o ato que o funcionário público iria praticar seja
legal, nos termos
do art. 333 do CP:
d) CORRETA: O fato de a sentença judicial que embasa o mandado de prisão ser considerada
injusta não
desconfigura o crime, pois o modo correto para o agente questionar a sentença é a via recursal.
Nesse caso,
o ato praticado pelo funcionário público (oficial de justiça) é plenamente legal, pois se
fundamenta em decisão
judicial válida, que pode, no entanto, ser atacada pela via do recurso.
e) ERRADA: É necessário que a ofensa seja proferida, em qualquer caso, em razão da função
pública, esteja
ou não o funcionário público no exercício da função no momento do crime.
96. (FCC - 2010 - DPE-SP - AGENTE DE DEFENSORIA - COMUNICAÇÃO SOCIAL)
Determinado servidor
público destruiu livro oficial a fim de ocultar lançamento que procedeu indevidamente. A
conduta do
servidor, a ser apurada e punida mediante instauração dos competentes processos
pertinentes,
a) constitui ilícito penal, sem prejuízo de poder constituir ilícito administrativo.
b) constitui, exclusivamente, ilícito administrativo.
c) constitui crime de prevaricação, sem prejuízo de poder constituir ilícito administrativo.
d) constituirá ilícito penal apenas se o servidor público ocupar cargo efetivo.
e) constituirá crime apenas se o servidor exercer função remunerada.
COMENTÁRIOS
Neste caso, o servidor público cometeu o crime de inutilização de livro ou documento, previsto
no art. 314 do
CP. A punição na esfera penal, no entanto, não impede que o servidor público seja punido,
também, na esfera
administrativa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
97. (FCC - 2007 - TRE-PB - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA)
Mário, valendo-se da
condição de funcionário público, cogita em subtrair cinco computadores de propriedade
do Estado que se
localizam na repartição pública que trabalha. Para ajudá-lo na subtração convida
Douglas, advogado da
empresa particular GIGA e seu amigo íntimo. Neste caso, considerando que Mário e
Douglas subtraíram
somente dois computadores,
a) apenas Mário responderá pela prática de peculato tentado, uma vez que Douglas não era
funcionário
Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei: Pena
- detenção, de um a três meses, ou multa.
Exige-se que a verba tenha sido efetivamente aplicada para que o crime seja consumado, não
bastando o
mero desvio da verba ou renda. No caso, o crime está previsto no capítulo “Dos crimes
praticados por
funcionário público contra a administração em geral”.
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
99. (FCC - 2006 - TRT-24R - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) Ares,
funcionário do Serviço de
Águas e Esgotos do Município, entidade paraestatal, desviou em proveito próprio a
quantia de R$ 5.200,00
referente ao pagamento de contas em atraso efetuadas por um usuário. Nessa hipótese,
Ares
a) cometeu crime de emprego irregular de rendas públicas.
b) não cometeu crime contra a Administração Pública.
c) cometeu crime de prevaricação.
d) cometeu crime de corrupção passiva.
e) cometeu crime de peculato.
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Primeiramente, cumpre estabelecer que Ares é considerado funcionário público, nos termos do
art. 327 do CP,
e seu § 1°. A conduta de Ares não pode ser considerada como emprego irregular de verbas ou
rendas públicas,
pois a Doutrina entende que para que este crime seja caracterizado (art. 315 do CP), é
necessário que o
agente tenha a atribuição de aplicar rendas e verbas públicas (exige-se, portanto, determinado
grau de
gerência). No caso, a questão informa claramente que se trata e mero funcionário, que recebeu
pessoalmente
os valores em razão do cargo. Assim, por ter se apoderado destes valores que recebera, cometeu
o crime de
peculato-apropriação, nos termos do art. 312 do CP.
Logo, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
100. (FCC - 2006 - TRT-24R - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA -
EXECUÇÃO DE MANDADOS)
Cronos é Analista Judiciário, Área Judiciária, Especialidade Execução de Mandados. No
exercício de suas
funções, no cumprimento de mandado judicial, atendendo a pedido de influente político da
região,
retardou a prática de ato de ofício, deixando de remover bens penhorados de Zeus, cabo
eleitoral deste.
Nessa hipótese, Cronos
a) cometeu crime de prevaricação.
b) não cometeu crime contra a Administração Pública.
c) cometeu crime de corrupção passiva.
d) cometeu crime de advocacia administrativa.
e) concussão.
COMENTÁRIOS
Muito cuidado com esta questão, povo! Esta conduta se amolda ao tipo penal previsto no art.
317, § 2° do CP,
que prevê o crime de corrupção privilegiada. Este tipo estabelece uma penalidade diferenciada
para o
funcionário que se corrompe (deixa de fazer o que deveria, ou faz o que não deveria) não para
obter uma
vantagem, mas apenas para fazer um favor a alguém, para atender a um pedido, como no caso
da questão.
Muitos candidatos confundiram a conduta com o crime de prevaricação, do art. 319 do CP.
Contudo, não se
trata de prevaricação, pois na prevaricação o agente pratica a conduta para satisfazer sentimento
pessoal
(ódio, vingança, etc.) Na corrupção passiva privilegiada temos o famoso “jeitinho amigo”.
Assim, Cronos praticou o crime de corrupção passiva.
Desta forma, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
101. (FCC - 2013 – ASSEMBLEIA LEGISLATIVA/PB - PROCURADOR) O funcionário
público que, se valendo
a) prevaricação.
b) concussão.
c) excesso de exação.
d) favorecimento pessoal.
e) peculato.
COMENTÁRIOS
O delito, dentre os citados, que se amolda à ideia de furto e de apropriação indébita é o delito de
peculato,
eis que se trata de um delito que congrega duas condutas (subtrair e apropriar-se) também
previstas nestes
delitos. Contudo, no peculato existem outras variantes que fazem com que tenhamos este delito
e não furto ou
apropriação indébita (art. 155 e art. 168 do CP, respectivamente).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
105. (FCC - 2013 - TJ-PE - TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS -
PROVIMENTO) A
exigência de vantagem indevida para si, em razão do exercício de função pública,
caracteriza crime de
a) concussão.
b) corrupção passiva.
c) corrupção ativa.
d) excesso de exação.
e) prevaricação.
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COMENTÁRIOS
A conduta do agente, nesta hipótese, caracteriza o delito de concussão, previsto no art. 316 do
CP:
Concussão
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função
ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela Lei 13.964/19)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
106. (FCC – 2012 – MPE-SE – TÉCNICO MINISTERIAL) O tipo do art. 320 do Código
Penal
(Condescendência criminosa) está assim redigido: “Deixar o funcionário, por indulgência,
de
responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe
falte
competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente”. No que
concerne ao fato
típico, a expressão “por indulgência” corresponde
a) ao resultado.
b) à ação.
c) ao elemento subjetivo do tipo.
d) ao nexo de causalidade.
e) à omissão.
COMENTÁRIOS
O termo “por indulgência” se refere ao animus do agente, ou seja, sua intenção, caracterizando-
se como um
dolo específico. Assim, está relacionado ao elemento subjetivo do tipo penal.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
107. (FCC – 2012 – MPE-SE – TÉCNICO MINISTERIAL) O funcionário público que,
embora não tendo a
posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de
facilidade que
lhe proporciona a qualidade de funcionário:
a) comete crime de prevaricação.
b) não comete crime contra a Administração Pública.
c) comete crime de peculato culposo.
d) comete crime de peculato doloso.
e) comete crime de excesso de exação.
COMENTÁRIOS
O funcionário, neste caso, pratica o delito de peculato doloso (na modalidade de peculato-furto),
previsto no
art. 312, §1º do CP:
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remédios doados por um laboratório farmacêutico ao Posto de Saúde do qual era médico
chefe, e os levou
ao seu consultório particular, vendendo-os a seus clientes. Tecius, além de outras infrações
legais,
a) responderá por crime de peculato, porque tinha a posse dos medicamentos em razão do seu
cargo.
b) não responderá por crime de peculato, porque o objeto desse delito só pode ser dinheiro.
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c) só responderá por crime de peculato se a doação dos remédios tiver sido regularmente
formalizada e
aceita pela Administração Pública Municipal.
d) não responderá por crime de peculato porque os remédios foram recebidos em doação e não
foram
adquiridos pela Administração Pública Municipal.
e) responderá apenas pelo crime de prevaricação, por ter praticado indevidamente ato de ofício.
COMENTÁRIOS
O agente, aqui, praticou o delito de peculato, previsto no art. 312 do CP:
Peculato
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel,
público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito
próprio ou alheio:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
110. (FCC – 2012 – TJ-PE – TÉCNICO JUDICIÁRIO) Rodrigues, funcionário público
lotado em repartição
fiscal, emprestou sua senha a um amigo estranho ao serviço público, possibilitando-lhe
acesso ao banco
de dados da Administração Pública, para fins de obtenção de lista de contribuintes e envio
de material
publicitário. Nesse caso, Rodrigues responderá por crime de
a) tráfico de influência.
b) condescendência criminosa.
c) excesso de exação.
d) prevaricação.
e) violação de sigilo funcional.
COMENTÁRIOS
O agente praticou o delito de violação de sigilo funcional, previsto no art. 325, §1º, I do CP:
Violação de sigilo funcional
Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em
segredo, ou facilitar-lhe a revelação:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não constitui crime mais grave.
§ 1º Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
I - permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer
outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco de
dados da Administração Pública; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
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Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
111. (FGV – 2018 – TJ-AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO) Ronaldo, que exercia função
pública apenas
temporariamente, sem receber remuneração, exige R$ 1.000,00 para dar prioridade na
prática de ato de
ofício que era de sua responsabilidade. Apesar da exigência, o fato vem a ser descoberto
antes do
pagamento da vantagem indevida e antes mesmo da prática com prioridade do ato de
ofício.
Diante da descoberta dos fatos nos termos narrados, a conduta de Ronaldo configura:
(A) corrupção passiva, devendo a pena ser aplicada considerando a modalidade tentada do
delito;
(B) concussão, devendo a pena ser aplicada considerando a modalidade consumada do delito;
(C) corrupção passiva, devendo a pena ser aplicada considerando a modalidade consumada do
delito;
(D) concussão, devendo a pena ser aplicada considerando a modalidade tentada do delito;
(E) atipicidade em relação aos crimes contra a Administração Pública, tendo em vista que o
agente não pode
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113. (FGV – 2017 – ALERJ – PROCURADOR) João, Procurador de Assembleia
Legislativa, ao deixar seu
gabinete ao final do expediente, esquece de trancar a porta de sua sala, como determinam
as regras de
segurança. Aproveitando-se desse fato, Miguel, outro funcionário público que exerce suas
funções no
local, ingressa no gabinete e subtrai o computador pertencente à Assembleia.
Considerando a situação apresentada, é correto afirmar que:
a) a reparação do dano por parte de João antes da sentença, ainda que após o recebimento da
denúncia,
gera a extinção de sua punibilidade;
b) a conduta de João é atípica, já que seu comportamento foi apenas culposo, enquanto o
comportamento de
Miguel configura crime de peculato;
c) a reparação do dano por parte de João e Miguel, desde que realizada antes do recebimento da
denúncia,
funciona como causa de extinção da punibilidade;
d) as condutas de João e Miguel configuram crime de peculato, de modo que irrelevante a
reparação do
dano após o oferecimento da denúncia;
e) a reparação do dano por parte de João antes da sentença, ainda que posterior ao recebimento
da
denúncia, configura causa de redução de pena.
COMENTÁRIOS
Neste caso, temos o crime de peculato CULPOSO praticado por João, na forma do art. 312, §2º
do CP, pois
culposamente, em razão de sua negligência, contribuiu para o peculato-furto praticado por
Miguel.
Neste caso, a reparação do dano, por parte de João, é causa de extinção da punibilidade em
relação ao
crime por ele praticado (peculato culposo), desde que ocorra antes da sentença irrecorrível, na
forma do art.
312, §3º do CP. Caso a reparação do dano se dê após a sentença irrecorrível, isso gerará a
redução da pena
Condescendência criminosa
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que
cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato
ao conhecimento da autoridade competente:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
117. (FGV – 2016 – MPE-RJ – ANALISTA ADMINISTRATIVO) O conceito de
funcionário público para fins
penais não se confunde com o conceito para outros ramos do Direito. Em sendo crime
próprio praticado
por funcionário público contra a Administração, aplica-se o artigo 327 do Código Penal,
que apresenta um
conceito amplo de funcionário público para efeitos penais. Por outro lado, o artigo respeita
o princípio da
legalidade, disciplinando expressamente em que ocasiões determinado indivíduo será
considerado
funcionário público para fins de definição do sujeito ativo de crimes próprios. Sobre o
tema ora tratado e
de acordo com o dispositivo acima mencionado, é correto afirmar que:
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a) exige-se o requisito da permanência para que seja reconhecida a condição de funcionário
público no campo
penal;
b) somente pode ser considerado funcionário público aquele que recebe qualquer tipo de
remuneração no
exercício de cargo, emprego ou função pública;
c) aquele que exerce cargo em autarquias, entidades paraestatais ou fundações públicas, não é
considerado
funcionário público para efeitos penais;
d) o perito judicial não é considerado funcionário público para efeitos penais, já que apenas
exerce a função
transitoriamente;
e) é equiparado a funcionário público, para efeitos penais, aquele que trabalha para empresa
contratada
para a execução de atividade típica da Administração Pública.
COMENTÁRIOS
Conforme preconiza o art. 327 do CP, “considera-se funcionário público, para os efeitos penais,
quem, embora
transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública“. Daí já
podemos concluir que
as letras A, B e D.
O art. 327, §1º, do CP, estabelece ainda aqueles que são EQUIPARADOS a funcionário público
para fins
penais:
Art. 327 (...) § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função
em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada
ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública. (Incluído pela
Lei nº 9.983, de 2000)
Vemos, portanto, que a letra C também está errada.
Por outro lado, a letra E está correta, pois aquele que trabalha para empresa contratada para a
execução
de atividade típica da Administração Pública é equiparado a funcionário público, para efeitos
penais,
conforme art. 327, §1º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
118. (FGV – 2016 – MPE-RJ – ANALISTA ADMINISTRATIVO) Matheus, funcionário
público, recebe em
razão do exercício de sua função junto ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro,
diariamente,
uma grande quantidade de dinheiro em espécie. Verificando que a vigilância não era
significativa, decide
se apropriar de parte dos valores, e, para tanto, solicita a ajuda de seu amigo Bruno, que
não era
funcionário público, mas tinha conhecimento de todo o plano delitivo de Matheus.
Considerando a
situação narrada e as características do delito de peculato, é correto afirmar que:
a) o crime de peculato somente pode ser praticado em sua modalidade dolosa;
b) por ser crime próprio, somente Matheus poderá ser denunciado pelo mesmo, já que
funcionário público,
98
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade
paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou
conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública. (Incluído pela
Lei nº 9.983, de 2000)
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste
Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento
de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou
fundação instituída pelo poder público. (Incluído pela Lei nº 6.799, de 1980)
Em alguns casos, é possível, ainda, que um particular pratique crime funcional contra a
administração pública,
desde que em concurso de pessoas com um funcionário público. Neste caso, a condição de
funcionário público
de um dos comparsas se comunica ao outro (que não a possui), permitindo sua punição pelo
crime de peculato,
conforme art. 30 do CP.
A alternativa incorreta é a letra B, eis que quem trabalha para empresa prestadora de serviço
contratada ou
conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública é considerado
funcionário público,
por equiparação, conforme prevê o §1º do art. 327 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA INCORRETA É A LETRA B.
120. (FGV – 2010 – SEAD-AP – AUDITOR DA RECEITA ESTADUAL) Com relação ao
conceito de funcionário
público e às causas de aumento de pena dos crimes praticados por funcionário público
contra a
administração em geral, previsto no Código Penal, analise as alternativas a seguir:
I. Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou
sem
remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
II. Equipara-se a funcionário público, para os efeitos penais, quem trabalha para empresa
prestadora de
serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública.
III. A pena será aumentada da metade quando os autores dos crimes praticados forem ocupantes
de cargos
em comissão ou de função de direção ou de assessoramento de órgão da administração direta.
Assinale:
II. Os jurados e mesários eleitorais foram alcançados pela conceituação de funcionário público
para fins penais.
III. Quando o funcionário público detentor de função de direção de órgão da Administração
Direta pratica o
crime de prevaricação, a pena é aumentada da terça parte.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
COMENTÁRIOS
I - CORRETA: Esta é a previsão do art. 327 do CP:
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora
transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade
paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou
conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública. (Incluído pela
Lei nº 9.983, de 2000)
II - CORRETA: Segundo a Doutrina, tanto os jurados quanto os mesários eleitorais são
considerados funcionários
públicos para fins penais, pois exercem função pública, ainda que transitoriamente e sem
remuneração;
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III - CORRETA: De fato, esta causa de aumento de pena está prevista no art. 327, §2º do CP:
Art. 327 (...)
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste
Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento
de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou
fundação instituída pelo poder público. (Incluído pela Lei nº 6.799, de 1980)
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
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123. (FGV - 2013 - PC-MA - DELEGADO DE POLÍCIA) Com relação ao crime de
peculato, assinale a
afirmativa incorreta.
a) É possível que a pessoa que não é funcionário público venha a responder por peculato.
b) O carcereiro que recebe os objetos do preso e deles se apropria, responde por peculato.
c) O funcionário público que deixa o cofre da repartição aberto, do que se aproveita outro
funcionário para
se apropriar de bens público, responde por peculato culposo, ficando extinta a punibilidade se
ocorre a
reparação do dano antes da sentença.
d) O funcionário público que ao visitar um colega de outro órgão e se aproveita para subtrair
bem público,
responde por peculato furto.
e) É possível a tentativa no crime de peculato, salvo na modalidade culposa.
COMENTÁRIOS
A) CORRETA: É possível, desde que em concurso de agentes com uma pessoa que seja
funcionário público.
Neste caso, a condição de funcionário público de um dos comparsas se comunica ao outro (que
não a possui),
permitindo sua punição pelo crime de peculato, conforme art. 30 do CP;
B) CORRETA: O peculato se caracteriza ainda que os bens apropriados sejam particulares,
mas desde que
estejam sob custódia do Estado e na posse do funcionário público (que os recebeu em razão do
cargo);
C) CORRETA: Neste caso, o agente responde pelo delito de peculato culposo, previsto no art.
312, §2º do CP.
Neste crime (somente no peculato culposo!), se o agente repara o dano antes da sentença, ocorre
a extinção
da punibilidade, conforme prevê o art. 312, §3º do CP;
D) ERRADA: O item está errado, pois no peculato-furto o agente subtrai um bem público ou
particular (do
qual não tem a posse) valendo-se das facilidades que o cargo lhe proporciona, o que não ocorre
no caso em
tela. Vejamos:
Art. 312 (...)
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do
dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio
ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.
E) CORRETA: A tentativa é perfeitamente admissível, já que o iter criminis pode ser
fracionado. Não se admite,
entretanto, no crime culposo, eis que os crimes culposos, por sua natureza, não admitem
tentativa.
Portanto, a ALTERNATIVA INCORRETA É A LETRA D.
124. (FGV – 2010 – SEAD-AP – FISCAL DA RECEITA ESTADUAL) Um servidor
público, valendo-se da
facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário da Secretaria da Receita,
subtrai diversos
objetos de uso da repartição, inclusive um microcomputador, para seu uso pessoal.
O crime descrito configura:
a) peculato-furto.
b) furto qualificado.
c) exploração de função.
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d) emprego irregular de bem público.
e) favorecimento pessoal.
COMENTÁRIOS
A conduta do servidor se caracteriza como crime de peculato-furto, uma espécie de peculato na
qual o agente,
não tendo a posse do bem, mas valendo-se da facilidade proporcionada pelo cargo, subtrai o
bem, nos termos
do art. 312, §1º do CP:
Art. 312 - (...)
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
benefício, pois a restituição dos bens, por parte dele, não foi voluntária.
COMENTÁRIOS
Ambos deverão responder pelo delito de peculato (na modalidade “peculato-furto), praticado
em concurso
de agentes, nos termos do art. 312, §1º do CP:
Peculato
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel,
público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito
próprio ou alheio:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do
dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio
ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.
Não há que se falar em arrependimento eficaz, pois o crime se consumou. Também não há que
se falar em
extinção da punibilidade pela reparação do dano, eis que só cabível em relação ao peculato
CULPOSO, nos
termos do art. 312, §3º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
127. (FGV – 2013 – MPE-MS – TÉCNICO ADMINISTRATIVO) Sobre o crime de
peculato, assinale a
afirmativa correta.
a) Não existe previsão da forma culposa do crime de peculato.
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b) O funcionário público que, durante aula em seu curso da faculdade, subtrai o celular da bolsa
de um colega
que sentava ao seu lado pratica crime de peculato furto.
c) Sendo crime próprio, apenas o funcionário público pode responder pelo crime de peculato.
d) O crime de peculato apropriação somente pode ter como objeto material dinheiro, valor ou
outro bem
móvel público, mas nunca particular.
e) O crime de peculato pode ser praticado na modalidade culposa. A reparação do dano, desde
que anterior
à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade do agente. Se posterior a esse momento, haverá
redução de
metade da pena imposta.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: A forma culposa deste delito está prevista no art. 312, §2º do CP.
B) ERRADA: O funcionário público, aqui, pratica mero crime de furto, previsto no art. 155 do
CP, pois o fato
não guarda qualquer relação com sua atividade funcional.
C) ERRADA: Item errado, pois o particular também poderá responder pelo delito, desde que o
pratique em
concurso de agentes com um funcionário público, nos termos do art. 30 do CP.
D) ERRADA: Item errado, pois os bens particulares também podem ser objetos materiais do
crime de peculato,
desde que estejam sob a custódia do poder público.
E) CORRETA: Item correto, pois esta é a previsão do art. 312, §3º do CP:
Peculato culposo
Art. 312 (...)
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença
irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
128. (FGV – 2014 – DPE-DF – ANALISTA) Francisco e Armando foram condenados pela
prática do crime
de peculato, previsto no Artigo 312 do Código Penal. Francisco, na qualidade de
funcionário público, ao
ser removido para outro setor do órgão público onde trabalhava, resolveu apropriar-se de
todos os
equipamentos existentes na antiga sala que ocupava e que pertenciam à administração
pública. Como não
conseguiria carregar sozinho os equipamentos e nem tinha carro para realizar o
transporte, solicitou a
ajuda de seu amigo Armando, este não funcionário público. Armando concordou em
auxiliar seu amigo na
E) CORRETA: Item correto, pois exige-se que o funcionário público se valha desta qualidade
para praticar o
delito, seja por ter a posse do bem, seja por ter maior facilidade para sua subtração.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
130. (FGV – 2011 – OAB – EXAME DE ORDEM) Configura modalidade de peculato
prevista no Código
Penal
a) o peculato por erro de outrem, consistente na apropriação de bem ou valores que o
funcionário tenha
recebido pela facilidade que seu cargo lhe proporciona.
b) o peculato eletrônico, modalidade anômala de peculato, consistente em inserir dados falsos,
alterar ou
modificar dados no sistema de informações da administração pública.
c) o peculato-culposo, consistente na apropriação de bens ou valores que o funcionário tenha
recebido por
erro de outrem em razão do cargo público que exerce.
d) o peculato-desvio, consistente no desvio de bens ou valores, pelo funcionário público, em
benefício de
terceiro.
COMENTÁRIOS
A questão foi bem anulada, pois a alternativa B, dada como correta, é questionável, já que o
nome “peculato
eletrônico” é mera construção doutrinária, não tendo previsão no art. 313-A do CP. Além disso,
tal delito não
resta configurado apenas com o dolo genérico, é necessário o dolo específico, consistente em
praticar a
conduta “com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano”.
A alternativa D, por sua vez, dada como errada, também é questionável, pois o peculato-desvio,
de fato,
pode ser praticado desta forma (ainda que o desvio também possa ser realizado em benefício
próprio).
Assim, diante de tamanha confusão, fez bem a Banca em anular a questão.
Portanto, a questão foi ANULADA.
131. (FGV – 2010 – SEAD-AP – FISCAL DA RECEITA ESTADUAL) O funcionário José,
responsável pela
prestação de informações aos sistemas informatizados ou banco de dados da
Administração Pública
Federal, após receber da empresa "X" uma determinada quantia em dinheiro, excluiu,
indevidamente,
alguns dados corretos do sistema, o que implicou inequívoco prejuízo à Administração
Tributária.
Sobre a situação hipotética do funcionário José é correto afirmar que:
a) responderá somente por infração de ordem administrativa, uma vez que sua conduta não
caracteriza
qualquer ilícito penal.
b) além das consequências administrativas a que estará sujeito, responderá por crime de
peculato, previsto no
artigo 313, caput, do Código Penal.
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c) além das consequências administrativas a que estará sujeito, responderá por crime de excesso
de exação,
previsto no artigo
316, parágrafo 1º, do Código Penal.
d) além das consequências administrativas a que estará sujeito, responderá por crime de
modificação ou
alteração não autorizada de sistema de informações, previsto no artigo 313-B do Código Penal.
e) além das consequências administrativas, a que estará sujeito, responderá por crime de
inserção de dados
falsos em sistema de informações, previsto no artigo 313-A do Código Penal.
COMENTÁRIOS
Além de responder administrativamente pelo seu ato, o agente responderá, ainda, pelo delito
previsto no art.
313-A do CP. Vejamos:
Inserção de dados falsos em sistema de informações (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar
ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da
Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou
para causar dano: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000))
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
aumentada de 1/3. O ato funcional que o agente deva praticar tanto pode ser lícito ou ilícito, a
lei não
distingue.
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
136. (FGV – 2015 – TJ-RO – TÉCNICO JUDICIÁRIO) Caio, estagiário concursado do
Tribunal de Justiça, no
exercício dessa sua função, solicita de um advogado que realizava atendimento a quantia
de R$400,00
para adiantar a juntada de determinada petição. Insatisfeito com a conduta de Caio, de
imediato o
advogado recusou a solicitação e denunciou o ocorrido ao Ministério Público.
Considerando apenas a
situação narrada, é correto afirmar que Caio deverá ser responsabilizado pela prática de
um crime de:
(A) corrupção ativa, consumado;
(B) corrupção passiva, tentado;
(C) corrupção ativa, tentado;
(D) concussão, consumado;
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(E) corrupção passiva, consumado.
COMENTÁRIOS
Caio deverá responder pelo delito de corrupção passiva (art. 317 do CP) em sua forma
consumada, pois a
mera solicitação da vantagem indevida já consuma o delito, que é considerado formal (dispensa
a ocorrência
efetiva do resultado pretendido pelo agente).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
137. (FGV – 2015 – TCM-SP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO – ADMINISTRAÇÃO)
Gabriel, funcionário público
que atua junto à Receita Federal instalada no aeroporto internacional de São Paulo, com
função de
controle dos produtos que ingressam no país, possui um acordo com a sociedade
empresária em que
trabalha seu filho no sentido de que não obstará a entrada de mercadorias estrangeiras
proibidas em
território nacional. No dia 02 de junho de 2015, colocou o acordo em prática, permitindo a
entrada de
animais silvestres comprados pela sociedade sem a devida autorização. Nesse caso, é
correto afirmar que
Gabriel praticou o crime de:
(A) contrabando, em concurso de agentes;
(B) facilitação de contrabando ou descaminho;
(C) descaminho, em concurso de agentes;
(D) descaminho, em tese, mas deve ser reconhecido o princípio da insignificância;
(E) prevaricação.
COMENTÁRIOS
A conduta do agente se amolda ao tipo penal do art. 318 do CP, ou seja, facilitação de
contrabando ou
descaminho. Vejamos:
Facilitação de contrabando ou descaminho
Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou
descaminho (art. 334):
A questão é clara ao afirmar que o funcionário público tinha o dever funcional de controlar o
ingresso de
produtos estrangeiros no país, o que caracteriza o delito em tela.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
138. (FGV - 2013 - MPE-MS - ANALISTA - ADMINISTRAÇÃO) O funcionário público
que por indulgência
deixa de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou,
quando lhe falte
competência, não leva o fato ao conhecimento da autoridade competente, deve em tese
responder pelo
crime de
a) prevaricação.
b) corrupção passiva.
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c) insubordinação.
d) condescendência criminosa.
e) desobediência.
COMENTÁRIOS
Neste caso, o funcionário público deve responder pelo delito de condescendência criminosa,
previsto no art.
320 do CP:
Condescendência criminosa
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que
cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato
ao conhecimento da autoridade competente:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
139. (FGV – 2011 – TRE/PA – ANALISTA JUDICIÁRIO) O servidor público pode
responder civil, penal e
administrativamente por seus atos.
A esse respeito, analise a tipificação das condutas pelo Código Penal e a descrição proposta para
as situações
delitivas a seguir:
I. Peculato culposo: apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo,
recebeu por
erro de outrem.
II. Emprego irregular de verbas ou rendas públicas: dar às verbas ou rendas públicas aplicação
diversa da
estabelecida em lei.
III. Prevaricação: retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo
contra disposição
expressa
de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal.
IV. Condescendência criminosa: devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, ou
proporcionar a
terceiro o ensejo de devassá-lo.
Assinale
a) se apenas os itens I, II e III estiverem corretos.
d) condescendência criminosa.
e) modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações.
COMENTÁRIOS
O funcionário, neste caso, pratica o delito de PREVARICAÇÃO, nos termos do art. 319 do CP:
Prevaricação
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra
disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
142. (FGV – 2015 – TJ/SC – TÉCNICO JUDICIÁRIO AUXILIAR) Marlon, um técnico
judiciário que exercia
suas funções junto à Presidência do Tribunal de Justiça, tomou conhecimento que outro
funcionário da
repartição cometeu infração no exercício de seu cargo. Contudo, sensibilizado pelo fato de
que o infrator
possuía uma filha de apenas 02 meses, deixou de comunicar o fato à autoridade com
competência para
responsabilização. Nesse caso, Marlon:
(A) não cometeu qualquer crime contra a Administração Pública;
(B) cometeu crime de condescendência criminosa;
(C) cometeu crime de prevaricação;
(D) cometeu crime de abandono de função;
(E) cometeu crime de concussão.
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Questão polêmica. Isso porque a questão deixa claro que Marlon NÃO era superior
hierarquicamente ao
funcionário faltoso. Neste caso, a Doutrina se divide quanto à prática, ou não, do crime de
condescendência
criminosa. Vejamos o art. 320 do CP:
Condescendência criminosa
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que
cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato
ao conhecimento da autoridade competente:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Parte da Doutrina entende que o crime sempre se dirige ao SUPERIOR, ou seja, aquele que é
“chefe” do
funcionário e deixa de puni-lo ou de levar ao conhecimento de quem tenha qualidade para punir.
Outra parte da Doutrina entende que o termo “ou, quando lhe falte competência, não levar o fato
ao
conhecimento da autoridade competente” significa que qualquer colega de trabalho poderia
praticar o delito.
A Banca deu a alternativa B como correta.
Contudo, a situação é dividida na Doutrina, de maneira que a questão deveria ser
ANULADA.
143. (FGV – 2015 – TCM-SP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO – ADMINISTRAÇÃO)
José, juiz de direito do
Tribunal de Justiça de São Paulo, depara-se com um processo em que figura na condição
de ré uma grande
amiga de infância de sua filha. Não havendo causa de impedimento ou suspeição, separa o
processo para
proferir, com calma, na manhã seguinte, uma sentença condenatória bem fundamentada,
pois sabe que
sua filha ficaria chateada diante de sua decisão. Ocorre que, por descuido, esqueceu o
processo no armário
de seu gabinete por 06 meses, causando a prescrição da pretensão punitiva. Considerando
a hipótese
narrada, é correto afirmar que a conduta de José:
(A) é atípica, sob o ponto de vista do Direito Penal;
(B) configura a prática do crime de prevaricação, pois presente o elemento subjetivo da
satisfação de
sentimento pessoal;
(C) configura a prática do crime de condescendência criminosa;
(D) configura a prática do crime de prevaricação, bastando para tanto o dolo genérico;
(E) configura a prática do crime de corrupção passiva.
COMENTÁRIOS
O enunciado da questão é CLARO ao afirmar que José guardou o processo para que pudesse
proferir, no dia
seguinte, com mais calma, uma sentença CONDENATÓRIA. Contudo, acabou por se esquecer
do processo.
Neste caso, a conduta é ATÍPICA, eis que o agente não teve o dolo de deixar de praticar o ato
com infração
de dever funcional. É possível que, diante desta conduta, o Juiz sofra alguma punição
administrativa, mas a
conduta é irrelevante para o Direito Penal.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
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144. (FGV - 2013 - MPE-MS - ANALISTA - ADMINISTRAÇÃO) Com o objetivo de
ajudar um conhecido que
tem um processo em tramitação na repartição em que trabalha, determinado servidor
interfere junto ao
colega de repartição para que prospere o pedido daquele conhecido. Em tese, o servidor
praticou o crime
de
a) exercício irregular de cargo.
b) abuso de autoridade.
c) advocacia administrativa.
d) prevaricação.
e) corrupção ativa.
COMENTÁRIOS
Neste caso, a princípio, o funcionário público praticou o delito de advocacia administrativa,
previsto no art.
321 do CP:
Advocacia administrativa
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração
pública, valendo-se da qualidade de funcionário:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
145. (FGV – 2010 – SEAD-AP – FISCAL DA RECEITA ESTADUAL) Com relação aos
crimes praticados por
§2º do CP:
Art. 317 (...)
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de
dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
IV - CORRETA: A concussão é crime formal, consumando-se com a mera exigência da
vantagem indevida, que
pode ser destinada ao próprio infrator ou a terceira pessoa, nos termos do art. 316 do CP.
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
146. (FGV – 2014 – SUSAM – ADVOGADO) Com relação aos crimes contra a
Administração Pública,
assinale a afirmativa correta.
a) Somente pode responder pelo crime de peculato o funcionário público.
b) O funcionário que aceita promessa de vantagem indevida, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente,
ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, não vindo a promessa a se
concretizar,
responde pelo crime de tentativa de corrupção passiva.
c) No crime de peculato culposo, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível,
extingue a
punibilidade; se lhe é posterior, reduz em metade a pena imposta.
d) O crime de concussão tem como bem jurídico protegido a moralidade e a probidade da
Administração
Pública, somente sendo possível a progressão de regime após ter sido reparado o dano causado
ou devolvido
o produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais, bem como cumprido 1/3 da pena
aplicada.
e) O condenado por crime contra a Administração Pública, seja qual for a pena aplicada, perderá
obrigatoriamente o cargo, como efeito da sentença condenatória.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: Item errado, pois o particular também poderá responder pelo delito, desde que o
pratique em
concurso de agentes com um funcionário público, nos termos do art. 30 do CP.
B) ERRADA: O crime, aqui, será o de corrupção passiva em sua forma CONSUMADA, e não
tentada.
C) CORRETA: Item correto, pois esta é a previsão do art. 312, §3º do CP:
Peculato culposo
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Art. 312 (...)
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença
irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.
D) ERRADA: Item errado, pois embora a reparação do dano seja um dos requisitos para a
progressão de
regime em relação aos crimes praticados contra a administração pública (art. 33, §4º do CP),
exige-se o
cumprimento de 1/6 da pena para que haja a progressão, e não 1/3.
E) ERRADA: Item errado, pois o efeito da condenação consistente na perda do cargo público,
quando o crime
é praticado com violação aos deveres para com a administração pública, só ocorrerá quando for
aplicada
pena privativa de liberdade igual ou superior a 01 ano:
Art. 92 - São também efeitos da condenação:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: (Redação dada pela Lei nº 9.268,
de 1º.4.1996)
a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos
crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração
Pública; (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
Além disso, trata-se de efeito não automático, ou seja, deve ser declarado expressamente pelo
Juiz na
sentença.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
1. (VUNESP – 2019 – PREF. DE FRANCISCO MORATO – PROCURADOR/ADAPTADA)
O crime de favorecimento pessoal (art. 348 do CP) só se caracteriza se o auxílio é prestado a
autor
de crime a que cominada pena de reclusão.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois tal delito também se caracteriza (em sua forma privilegiada, é verdade)
quando
o auxílio é prestado a autor de crime a que é cominada pena de detenção, na forma do art. 348,
§1º do CP:
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que
é cominada pena de reclusão:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão:
Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa.
GABARITO: ERRADA
2. (VUNESP – 2019 – CÂMARA DE PIRACICABA – ADVOGADO/ADAPTADA)
Inovar artificialmente em processo administrativo o estado de lugar, com o fim de induzir a erro
o
juiz, caracteriza crime de fraude processual.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois esta é a previsão do art. 347 do CPP:
Fraude processual
Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou administrativo,
o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o
perito:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Como se vê, o fato de a conduta ser praticada no bojo de processo ADMINISTRATIVO não
descaracteriza o delito.
GABARITO: CORRETA
3. (VUNESP – 2019 – CÂMARA DE SERTÃOZINHO-SP – PROCURADOR/ADAPTADA)
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O crime de exercício arbitrário das próprias razões apenas se configura se a pretensão a ser
satisfeita for ilegítima.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois o crime de exercício arbitrário das próprias razões se verifica quando o agente
busca satisfazer, por meios próprios, uma pretensão legítima, mas que deveria ser requerida
junto
(C) o perito fica isento de pena criminal, mas deverá indenizar o prejudicado pela falsidade que
cometeu.
(D) o perito fica isento de pena criminal, mas deverá devolver os honorários recebidos em
dobro.
(E) o perito, se condenado pelo crime de falsa perícia, terá a pena reduzida de 1/3 (um terço) a
2/3 (dois terços).
COMENTÁRIOS
Temos aqui o crime do art. 342 do CP (falso testemunho ou falsa perícia), que prevê a
EXTINÇÃO
DA PUNIBILIDADE do agente quando houver a retratação antes de ser proferida sentença no
processo em que ocorreu o crime, como é o caso da questão, nos termos do art. 342, §2º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
9. (VUNESP – 2015 – MPE/SP – ANALISTA DE PROMOTORIA – ADAPTADA) O crime de
coação no curso do processo (art. 344, CP) se configura quando, na modalidade “violência”,
resultar lesão corporal no coacto.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois tal delito se consuma no momento em que o agente emprega a coação,
independentemente de a vítima vir a sofrer lesões corporais.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
10. (VUNESP – 2015 – tj-sp – Escrevente Judiciário) Com intuito de proteger seu filho, João
comparece perante a autoridade policial e, falsamente, diz ter praticado o crime que em verdade
fora praticado por seu filho. João
(A) comete falsa comunicação de crime.
(B) comete falso testemunho, mas não será punido por expressa disposição legal.
(C) comete falso testemunho.
(D) não comete crime algum, pois não está descrito expressamente como crime no CP.
(E) comete autoacusação falsa.
COMENTÁRIOS
João, neste caso, praticou o delito de autoacusação falsa de crime, previsto no art. 341 do CP:
Auto-acusação falsa
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Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por
outrem:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
11. (VUNESP – 2015 – TJ-SP – ESCREVENTE JUDICIÁRIO) Marcos, advogado, solicita
certa
quantia em dinheiro a Pedro, seu cliente, pois esclarece que mediante o pagamento dessa
quantia
em dinheiro pode “acelerar” o andamento de um processo. Informa que seria amigo do
escrevente do cartório judicial – o qual também seria remunerado pela celeridade, segundo
Marcos. Pedro, inicialmente, tem intenção de aceitar a oferta, mas verifica que Marcos mentiu,
pois não é amigo do funcionário público. Pedro negase a entregar a Marcos qualquer quantia e
não aceita a oferta.
É correto afirmar que Marcos
(A) praticou corrupção passiva (CP, art. 317) e Pedro não cometeu crime algum.
(B) praticou exploração de prestígio (CP, art. 357) e Pedro não cometeu crime algum.
(C) praticou corrupção passiva (CP, art. 317) e Pedro corrupção ativa (CP, art. 333).
(D) e Pedro praticaram corrupção passiva (CP, art. 317).
(E) e Pedro não praticaram crime algum, pois os fatos não evoluíram.
COMENTÁRIOS
Neste caso, Marcos praticou o delito de exploração de prestígio consumado, com causa de
aumento de pena, nos termos do art. 357 e seu § único, do CP:
Exploração de prestígio
Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de
influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito,
tradutor, intérprete ou testemunha:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Parágrafo único - As penas aumentam-se de um terço, se o agente alega ou insinua
que o dinheiro ou utilidade também se destina a qualquer das pessoas referidas
neste artigo.
Pedro, porém, não praticou crime algum.
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Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
61
e) falso testemunho.
COMENTÁRIOS
A conduta, aqui, corresponde ao crime de comunicação falsa de crime ou contravenção, previsto
no art. 340 do CP:
Comunicação falsa de crime ou de contravenção
Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime
ou de contravenção que sabe não se ter verificado:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Todavia, é importante ressaltar que, para a consumação de tal delito, é necessário que a
autoridade adote alguma providência, ou seja, se movimente de alguma forma no sentido de
investigar o fato informado.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
14. (VUNESP – 2014 – PC-SP – ESCRIVÃO) A esposa que comprovadamente ludibria
autoridade policial e auxilia marido, autor de crime de roubo, a subtrair-se à ação da autoridade
pública.
a) deve cumprir pena por exercício arbitrário das próprias razões (CP, art. 345).
b) deve cumprir pena por favorecimento real (CP, art. 349).
c) fica isenta de pena.
d) deve cumprir pena por crime de favorecimento pessoal (CP, art. 348)
e) deve cumprir pena por fuga de pessoa presa (CP, art. 351).
COMENTÁRIOS
Tal esposa, em tese, pratica o crime de favorecimento pessoal, do art. 348 do CP. Todavia, por
ser esposa do infrator a quem o auxílio é prestado, ficará isenta de pena, na forma do art. 348,
§2º
do CP:
Favorecimento pessoal
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que
é cominada pena de reclusão:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
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(..)
Nesse caso a testemunha praticou um único crime, eis que praticou uma única conduta
criminosa,
que é faltar com a verdade em relação àquele fato, embora sua conduta tenha sido dividida em
vários atos.
No caso em tela, ainda há aumento de pena, eis que a conduta foi praticada mediante suborno.
Vejamos:
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha,
perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo,
inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de
28.8.2001)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
12.850, de 2013) (Vigência)
§ 1º As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado
mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir
efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da
administração pública direta ou indireta. (Redação dada pela Lei nº 10.268, de
28.8.2001)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
18. (VUNESP - 2013 - TJ-SP - MÉDICO JUDICIÁRIO - CLÍNICO GERAL) Faristeu da Silva
fez
afirmação falsa como perito em processo judicial, praticando o crime de falsa perícia previsto
no
artigo 342 do Código Penal. Para que não seja punido, Faristeu
a) terá que pagar uma multa de cem salários mínimos.
b) poderá retratar-se antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito.
c) deve recorrer da sentença que o condenou se esta já tiver transitado em julgado.
d) pode pedir o perdão judicial a qualquer tempo no mesmo processo judicial.
e) pode fazer um acordo de delação premiada com o Ministério Público.
COMENTÁRIOS
Para que não seja punido, o agente, neste caso, poderá se retratar de sua afirmação falsa, mas
deverá fazer isso no próprio processo em que fez a afirmação falsa, e mesmo assim, antes da
sentença. Vejamos:
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Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha,
perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo,
inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de
28.8.2001)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
12.850, de 2013) (Vigência)
§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu
o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade. (Redação dada pela Lei nº
10.268, de 28.8.2001)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
19. (VUNESP - 2013 - TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) “O fato deixar de ser
punível se, antes da sentença, no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou
declara
a verdade”.
A previsão legal citada corresponde ao crime de
a) fraude processual.
b) coação no curso do processo.
c) denunciação caluniosa.
d) comunicação falsa de crime ou contravenção.
e) falso testemunho ou falsa perícia.
COMENTÁRIOS
A previsão legal citada, que consiste numa causa de isenção de pena, está prevista para o crime
de falso testemunho ou falsa perícia, no §2º do art. 342 do CP:
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha,
perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo,
inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de
28.8.2001)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
12.850, de 2013) (Vigência)
§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu
o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade. (Redação dada pela Lei nº
10.268, de 28.8.2001)
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A) I.
B) II.
C) III.
D) I e II.
E) II e III.
COMENTÁRIOS
I - ERRADA: Ambos estão inseridos no capítulo referente aos crimes contra a administração da
Justiça;
II - CORRETA: Não havendo emprego de violência no crime de exercício arbitrário das
próprias
razões, de fato, o crime somente se procede mediante queixa (ação penal privada), nos termos
do
art. 345, § único do CP;
III - CORRETA: De fato, no crime de fraude processual, se a inovação se destina a produzir
efeito
em processo penal, as penas são dobradas, nos termos do art. 347, § único do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
22. (VUNESP – 2011 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) Ao agente do crime
de
denunciação caluniosa (CP, art. 339), a pena é
I. aumentada, se ele se serve de anonimato;
II. aumentada, se ele se serve de nome suposto;
III. diminuída, se a imputação é de prática de contravenção.
É correto o que se afirma em
A) II, apenas.
B) I e II, apenas.
C) I e III, apenas.
D) II e III, apenas.
E) I, II e III.
COMENTÁRIOS
Todas as afirmativas estão corretas, pois a pena é aumentada se ele se serve de anonimato ou
nome suposto (nome falso) e diminuída se ele imputa falsamente a prática de contravenção e
não
crime. Vejamos o que dizem os §§1º e 2º do art. 339 do CP:
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Art. 339. Dar causa à instauração de inquérito policial, de procedimento
investigatório criminal, de processo judicial, de processo administrativo disciplinar,
de inquérito civil ou de ação de improbidade administrativa contra alguém,
imputando-lhe crime, infração ético-disciplinar ou ato ímprobo de que o sabe
inocente: (Redação dada pela Lei nº 14.110, de 2020)
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou
de nome suposto.
§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
23. (VUNESP – 2011 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) O ato de fazer
justiça
pelas próprias mãos para satisfazer pretensão, embora legítima, mas sem permissão legal,
configura o crime de
A) fraude processual.
B) violência arbitrária.
C) condescendência criminosa.
D) coação no curso do processo.
E) exercício arbitrário das próprias razões.
COMENTÁRIOS
Esta conduta representa o delito previsto no art. 345 do CP, que traz o crime de exercício
arbitrário
das próprias razões. Vejamos:
Exercício arbitrário das próprias razões
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora
legítima, salvo quando a lei o permite:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente
à violência.
Exploração de prestígio
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Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de
influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito,
tradutor, intérprete ou testemunha:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Contudo, entendo que nenhuma das respostas está correta, eis que, nesse caso, o
Desembargador (que é um Juiz) não está no exercício de sua função judicante (função de
julgar),
de modo que entendo que o delito em questão seria o de tráfico de influência, previsto no art.
332 do CP:
Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou
promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário
público no exercício da função: (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
9.127, de 1995)
Porém, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
26. (VUNESP – 2007 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) A pena da
testemunha
que receber suborno para calar a verdade em juízo
A) será aumentada de 1/2.
B) será aumentada de 2/3.
C) será de reclusão de 1 a 4 anos e multa.
D) não será aplicada na hipótese de a testemunha declarar a verdade no processo em que se
apura
o crime de falso testemunho.
E) não será aplicada na hipótese da retratação da testemunha, antes da sentença, no processo em
que ocorreu o ilícito.
COMENTÁRIOS
O ato de a testemunha receber suborno para calar a verdade em Juízo caracteriza o delito do art.
342 do CP, com a causa de aumento de pena do §1º do referido artigo. Vejamos:
Falso testemunho ou falsa perícia
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha,
perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo,
inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de
28.8.2001)
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Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
§ 1º As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado
mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir
efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da
administração pública direta ou indireta. (Redação dada pela Lei nº 10.268, de
28.8.2001)
Contudo, a pena relativa a este delito de falso testemunho não será aplicada se a testemunha se
retratar, antes da sentença, no processo em que ocorreu o delito. Vejamos:
Art. 342 (...)
§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu
o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade. (Redação dada pela Lei nº
10.268, de 28.8.2001)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
27. (VUNESP – 2007 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) O crime de
exploração
de prestígio
I. tem como condutas previstas no "caput" do art. 357 do Código Penal os verbos solicitar ou
receber;
II. somente pode ser praticado por funcionário público;
III. consiste, em uma de suas modalidades, na solicitação de dinheiro ou qualquer outra
utilidade
a pretexto de influir em determinado elenco de pessoas indicado pela lei.
Está correto o contido apenas em
A) I e II.
B) I e III.
C) II e III.
D) I.
E) III.
COMENTÁRIOS
I - CORRETA: Esta é a previsão do art. 357 do CP:
Exploração de prestígio
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Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de
influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito,
tradutor, intérprete ou testemunha:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
II - ERRADA: Trata-se de crime COMUM, que pode ser praticado por qualquer pessoa;
III - CORRETA: De fato, a caracterização do delito consiste na prática destas condutas.
Vejamos:
Exploração de prestígio
Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de
influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito,
tradutor, intérprete ou testemunha:
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
28. (VUNESP – 2006 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) Assinale a
alternativa que
tipifica a conduta do crime de exercício arbitrário das próprias razões.
A) Falsificar carteira de trabalho para instruir processo em seu favor.
B) Subtrair documentos que lhe pertencem, mas que se acham em poder de terceiro por
determinação judicial.
C) Subtrair dinheiro do ex-empregador como forma de pagamento de salários atrasados.
D) Suprimir nota promissória que lhe pertence, mas que se acha em poder de terceiro em razão
de seqüestro judicial.
E) Gritar com o policial rodoviário que, acertadamente, acaba de lhe impor uma multa por
excesso
de velocidade.
COMENTÁRIOS
O crime de exercício arbitrário das próprias razões está previsto no art. 345 do CP, e se
caracteriza
de função.
c) auto-acusação falsa, exercício arbitrário das próprias razões, denunciação caluniosa e
exploração
de prestígio.
d) falsidade ideológica, falso reconhecimento de firma ou letra, certidão ou atestado
ideologicamente falso e adulteração de sinal identificador de veículo automotor.
e) concussão, corrupção passiva, prevaricação e corrupção ativa.
COMENTÁRIOS
Dentre as alternativas apresentadas, apenas a letra C traz somente crimes contra a administração
da Justiça, conforme arts. 341, 345, 339 e 357 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
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34. (FCC – 2017 – TRE-SP – ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) O Delegado
de Polícia
de um determinado município paulista recebe a notícia de um crime de roubo que vitimou
Alfredo, que teve seu veículo subtraído por um agente mediante grave ameaça, com emprego
de arma de fogo. Durante o trâmite do Inquérito Policial apura-se que Joaquim foi o autor do
crime, o qual tem a sua prisão preventiva decretada. Ainda na fase policial Fabíola, a pedido de
Joaquim, comparece na Delegacia de Polícia para prestar depoimento e alega que Joaquim, seu
amigo, estava em sua companhia no momento do crime. Encerrado o Inquérito Policial o
Ministério Público denuncia Joaquim pelo crime de roubo, denúncia esta recebida pelo
Magistrado competente. Fabíola não é encontrada para prestar depoimento em juízo sob o crivo
do contraditório, mesmo arrolada pela Defesa de Joaquim. Ao final do processo Joaquim é
condenado pelo crime de roubo em primeira instância e, posteriormente, é instaurada ação penal
contra Fabíola por crime de falso testemunho. Durante o trâmite do recurso interposto por
Joaquim contra a sentença que o condenou por crime de roubo, e da ação penal instaurada por
falso testemunho contra Fabíola, esta resolve se retratar, afirmando que Joaquim não estava com
ela no dia do crime.
No caso hipotético apresentado, na esteira do Código Penal, Fabíola
(A) não cometeu crime de falso testemunho, pois prestou depoimento falso apenas durante o
trâmite do Inquérito Policial.
(B) será regularmente processada pelo crime de falso testemunho e estará sujeita à pena
cominada
ao delito, sem qualquer causa de redução de pena.
(C) não poderá ser punida por crime de falso testemunho, pois se retratou antes da sentença
proferida nos autos da ação penal instaurada por falto testemunho.
(D) será regularmente processada pelo crime de falso testemunho e estará sujeita à pena
cominada
ao delito no Código Penal, reduzida de 1/3.
(E) será regularmente processada pelo crime de falso testemunho e estará sujeita à pena
cominada
ao delito no Código Penal, reduzida de 1/6.
COMENTÁRIOS
Neste caso, Fabíola praticou o delito de falso testemunho, previsto no art. 342 do CP, mesmo
tendo o depoimento sido prestado em sede de inquérito policial.
Todavia, a retratação de Fabíola não terá o condão de extinguir a punibilidade, eis que ocorreu
APÓS a sentença no processo relativo ao fato criminoso que foi objeto do depoimento (o crime
praticado por Joaquim), nos termos do art. 342, §2º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
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35. (FCC – 2017 – TRE-SP – ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA)
Ricardo reside
na cidade de São Paulo e acaba testemunhando, da janela de sua residência, o furto de um
veículo
que estava estacionado na via pública, defronte ao seu imóvel, praticado por dois agentes. Para
se vingar do seu desafeto e vizinho Rodolfo e sabendo de sua inocência, Ricardo apresenta uma
denúncia anônima à Polícia noticiando que Rodolfo foi um dos autores do referido crime de
furto.
A autoridade policial determina a instauração de inquérito policial para apuração da autoria
delitiva em relação a Rodolfo.
Nesse caso hipotético, Ricardo cometeu crime de
(A) falso testemunho.
(B) denunciação caluniosa, com pena prevista de reclusão de dois a oito anos e multa,
aumentada
de sexta parte, pois serviu-se de anonimato.
(C) comunicação falsa de crime, com pena prevista de detenção de um a seis meses ou multa,
aumentada de sexta parte, pois serviu-se de anonimato.
(D) denunciação caluniosa, com pena prevista de reclusão de dois a oito anos e multa, sem
qualquer majoração.
(E) comunicação falsa de crime, com pena prevista de detenção de um a seis meses ou multa
sem
qualquer majoração.
COMENTÁRIOS
Neste caso o agente praticou o crime de denunciação caluniosa, previsto no art. 339 do CP, pois
deu causa à instauração de inquérito policial contra alguém em razão de uma falsa imputação de
crime, quando sabia que a vítima era inocente, ou seja, não tinha praticado o delito.
A pena, neste caso, será aumentada em 1/6, pois o agente se valeu do anonimato (art. 339, §1º
do CP).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
36. (FCC – 2014 – TRF3 – OFICIAL DE JUSTIÇA) Segundo a jurisprudência dominante no
âmbito do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, bem como do Superior Tribunal de Justiça,
aliás em sintonia com segmento importante da doutrina brasileira mais contemporânea, no crime
de falso testemunho ou falsa perícia,
a) é possível participação e autoria mediata.
b) é possível participação, mas não autoria mediata.
c) não é possível participação, mas sim autoria mediata.
d) é impossível participação ou autoria mediata.
e) é possível autoria indireta, mas não autoria mediata.
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79
COMENTÁRIOS
A Doutrina e a jurisprudência firmaram entendimento MAJORITÁRIO no sentido de ser
cabível a
participação, mas não a coautoria, nem autoria mediata.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
perito:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir efeito em processo penal,
ainda que não iniciado, as penas aplicam-se em dobro.
A Doutrina entende que o tipo penal exige que a inovação seja um engodo, uma fraude, um
ardil,
ou seja, tenha por finalidade enganar o destinatário (aquele que deveria receber o local no
estado
em que se encontrava antes). Vejam, portanto, que o agente cria uma “cena” que não existia
antes.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
39. (FCC – 2015 – TJ-GO – JUIZ) No que toca aos crimes contra a administração da justiça,
acertado afirmar que
a) não configura coação no curso do processo usar de violência ou grave ameaça, com o fim de
favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que
funciona ou é chamada a intervir em juízo arbitral.
b) não configura crime a conduta de provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a
ocorrência
de contravenção que sabe não se ter verificado.
c) configura favorecimento pessoal a conduta de auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade
pública
autor de crime a que é cominada pena de detenção.
d) não configura denunciação caluniosa dar causa à instauração de investigação policial contra
alguém, imputando-lhe contravenção penal de que o sabe inocente.
e) configura o crime de autoacusação falsa a conduta de acusar-se, perante a autoridade, de
contravenção penal inexistente ou praticada por outrem.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Tal conduta também configura o delito de coação no curso do processo, nos
termos
do art. 344 do CP.
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b) ERRADA: Item errado, pois esta conduta também se amolda ao tipo penal do delito de
A) ERRADA: Item errado, pois o crime foi cometido mediante suborno, o que também autoriza
a
aplicação da causa de aumento de pena, nos termos do art. 342, §1º do CP.
B) ERRADA: Item errado, pois em se tratando de crime praticado em processo trabalhista, há
interesse da União (trata-se de Justiça Federalizada), de maneira que a competência é da Justiça
estadual. O STJ editou a súmula 165 em relação ao caso:
Súmula 165
Compete à Justiça Federal processar e julgar crime de falso testemunho cometido
no processo trabalhista.
C) CORRETA: Item correto. Neste caso, temos o que se chama de exceção à teoria monista,
pois
cada um dos agentes responderá por um tipo penal próprio. No caso, o agente que oferece o
suborno responderá pelo delito de corrupção ativa de testemunha, previsto no art. 343 do CP:
Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a
testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa,
negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou
interpretação: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.268,
de 28.8.2001)
D) ERRADA: Item errado, pois o art. 342 do CP não se aplica àquele que pratica a conduta na
qualidade de PARTE no processo, apenas àquele que pratica a conduta na qualidade de
testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete.
E) ERRADA: Item errado, pois a extinção da punibilidade só ocorrerá se o agente se retratar
antes
da sentença (e não depois do trânsito em julgado), nos termos do art. 342, §2º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
41. (FCC - 2011 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - TÉCNICO JUDICIÁRIO - SEGURANÇA) Maria
procurou
Ana, que ia ser submetida a julgamento perante o Tribunal do Júri por crime de infanticídio e,
dizendo-se amiga de dois jurados, solicitou a quantia de R$ 5.000,00 para influir a seu favor no
julgamento destes.
Maria responderá por crime de
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A) estelionato.
B) corrupção ativa.
C) exploração de prestígio.
D) advocacia administrativa.
E) favorecimento pessoal.
COMENTÁRIOS
O crime praticado por Maira, no caso citado, é o de exploração de prestígio, previsto no art. 357
do CP:
Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de
influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito,
tradutor, intérprete ou testemunha:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
42. (FCC - 2011 - TRF - 1ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - EXECUÇÃO DE
MANDADOS) A
respeito dos Crimes contra a Administração da Justiça, considere:
I. No delito de comunicação falsa de crime ou contravenção, há indicação expressa de pessoa
determinada como autora da infração.
II. No delito de denunciação caluniosa, não há indicação expressa de determinada pessoa como
autora da infração.
III. A vítima de um crime não comete crime de falso testemunho se calar a verdade em processo
judicial.
IV. No delito de falso testemunho, o fato deixa de ser punível se o agente se retrata ou declara a
verdade até o trânsito em julgado da sentença ou do acórdão proferido no processo em que
ocorreu a falsidade.
Está correto o que se afirmar SOMENTE em:
A) III.
B) I, II e III.
C) I e IV.
D) II, III e IV.
E) I, II e IV.
COMENTÁRIOS
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O crime de “arrebatamento de preso” está previsto no art. 353 do CP, estando incluído, portanto,
no capítulo referente aos crimes contra a administração da justiça.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
44. (FCC - 2010 - TRE-RS - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA) Quanto
ao crime
de exercício arbitrário das próprias razões, somente se procede mediante queixa se
A) cometido por ascendente, descendente, cônjuge ou irmão da vítima.
B) não há emprego de violência.
C) cometido para satisfazer pretensão legítima.
D) visa a recuperar coisa própria que se acha em poder de terceiro por determinação judicial.
E) não há dano ao patrimônio público.
COMENTÁRIOS
No crime de exercício arbitrário das próprias razões, o crime é, em regra, de ação penal pública
incondicionada. Entretanto, se não há violência, somente se procede mediante queixa (ação
penal
privada), nos termos do § único do art. 345 do CP:
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora
legítima, salvo quando a lei o permite:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente
à violência.
Parágrafo único - Se não há emprego de violência, somente se procede mediante
queixa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
45. (FCC - 2006 - TRF - 1ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA)
Paulo e Pedro
alugaram um helicóptero e, com a utilização da corda de salvamento, possibilitaram a fuga do
chefe da quadrilha a que pertenciam, içando-o do pátio da penitenciária onde cumpria pena
privativa de liberdade. Nesse caso, Paulo e Pedro responderão por crime de
A) arrebatamento de preso.
B) motim de presos.
C) fuga de pessoa presa.
D) favorecimento pessoal.
E) evasão mediante violência.
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COMENTÁRIOS
Paulo e Pedro, neste caso, cometeram o crime de “fuga de pessoa presa”, previsto no art. 351 do
CP. Vejamos:
Art. 351 - Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente presa ou submetida
a medida de segurança detentiva:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Cuidado com a pegadinha, povo! O crime de “arrebatamento de preso” só ocorrerá se o dolo
específico do agente for o de arrebatar o preso para MALTRATÁ-LO, o que não ocorreu no
caso
concreto.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
46. (FCC - 2009 - MPE-SE - ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO - ESPECIALIDADE
DIREITO)
Aquele que solicita dinheiro a pretexto de influir em órgão do Ministério Público pratica o
crime
de
A) condescendência criminosa.
B) advocacia administrativa.
C) tráfico de influência.
D) patrocínio infiel.
E) exploração de prestígio.
COMENTÁRIOS
A conduta daquele que solicita dinheiro (ou qualquer outra vantagem) a pretexto de influir em
órgão do MP, jurado, testemunha, etc., comete o crime de “exploração de prestígio”, previsto no
art. 357 do CP:
Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de
influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito,
tradutor, intérprete ou testemunha:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
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COMENTÁRIOS
Para que o crime de comunicação falsa de crime ocorra, é necessário que o agente comunique à
autoridade policial um fato que SABE NÃO TER OCORRIDO. Para a caracterização do delito
de
denunciação caluniosa é necessário que o agente dê causa à instauração do procedimento contra
pessoa certa e determinada, em razão da prática de crime, SABENDO DE SUA INOCÊNCIA.
Assim, fica claro que a conduta daquele que dá causa à instauração de investigação policial
contra
pessoa que não tem certeza se é ou não inocente, NÃO COMETE CRIME ALGUM, pois se
exige
o dolo, consistente na vontade de denunciar caluniosamente alguém que SABE SER
INOCENTE.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
49. (FCC - 2009 - TRT - 3ª REGIÃO (MG) - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA
JUDICIÁRIA) José
encontrava-se preso, cumprindo pena por crime de roubo. Em determinado dia, trocou de roupa
com um visitante e fugiu pela porta de entrada do presídio. Nesse caso, José
A) cometeu crime de fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurança.
B) cometeu crime de arrebatamento de preso.
C) não cometeu nenhum crime, porque não empregou violência contra a pessoa.
D) cometeu crime de fraude processual.
E) cometeu crime de favorecimento pessoal.
COMENTÁRIOS
Por mais que possa parecer estranho, José não cometeu crime algum, pois a fuga do preso só é
considerada crime, para ele (preso), quando o preso emprega violência na fuga, caracterizando o
crime de evasão mediante violência contra a pessoa, previsto no art. 352 do CP:
Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo submetido a medida
de segurança detentiva, usando de violência contra a pessoa:
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da pena correspondente à
violência.
A conduta do preso, no entanto, é considerada falta grave pela LEP, mas não crime, neste caso.
E) caracteriza crime definido no Código Penal, estando o agente sujeito a pena privativa de
liberdade sem prejuízo de nova expulsão após o cumprimento da pena.
COMENTÁRIOS
A conduta praticada pelo estrangeiro expulso, consistente em reingressar no território nacional,
sem autorização para tanto, configura o crime de “reingresso de estrangeiro expulso”, previsto
no art. 338 do CP. Vejamos:
Art. 338 - Reingressar no território nacional o estrangeiro que dele foi expulso:
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Pena - reclusão, de um a quatro anos, sem prejuízo de nova expulsão após o
cumprimento da pena.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
52. (FCC - 2007 - TRF-4R - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA - EXECUÇÃO
DE
MANDADOS) Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima,
salvo
quando a lei o permite, configura crime de
A) peculato.
B) abuso de poder.
C) exercício arbitrário das próprias razões.
D) concussão.
E) prevaricação.
COMENTÁRIOS
A conduta daquele que faz justiça com as próprias mãos caracteriza o crime de “exercício
arbitrário
das próprias razões”, previsto no art. 345 do CP:
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora
legítima, salvo quando a lei o permite:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente
à violência.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
53. (FCC - 2013 - TCE-SP - AUDITOR DO TRIBUNAL DE CONTAS) O crime de coação no
curso
do processo
a) não se caracteriza quando da violência empregada contra testemunha para forçá-la a não dizer
a verdade não resultaram lesões corporais.
b) só pode ser praticado pelas partes, jamais por estranhos à relação processual ou pelo
advogado
de qualquer delas.
c) exige apenas o dolo genérico, sendo desnecessária a finalidade de favorecer interesse próprio
ou alheio.
d) não se caracteriza quando o autor do delito ameaça de morte o escrivão de polícia no curso
do
inquérito policial, com o fim de impedir o seu indiciamento.
e) consuma-se com a prática da violência ou grave ameaça, pouco importando se o agente
conseguiu ou não a abstenção ou omissão da vítima em declarar ou apurar a verdade.
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COMENTÁRIOS
A) ERRADA: O crime se consuma com o mero exercício da violência pelo agente, imbuído da
intenção de favorecer interesse próprio ou alheio no processo, na forma do art. 344 do CP;
B) ERRADA: O item está errado, pois se trata de crime comum, podendo ser praticado por
qualquer pessoa;
C) ERRADA: O tipo penal deste delito exige, expressamente, que o agente pratique a conduta
(usar da violência ou grave ameaça) com a finalidade específica de favorecer interesse próprio
ou
alheio. Vejamos:
Coação no curso do processo
Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse
próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que
funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou administrativo,
ou em juízo arbitral:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena correspondente à
violência.
D) ERRADA: O item está errado pois, embora não seja o escrivão o responsável pelo
indiciamento, isto é irrelevante, bastando que o agente pratique a conduta com a finalidade
obter algum proveito (inclusive pode ter a finalidade forçar o Delegado a não indiciá-lo,
utilizando a agressão ao escrivão como meio para isso);
E) CORRETA: O item está correto, pois trata-se de crime formal, que não se consuma com a
obtenção do resultado, mas com a mera prática da conduta visando o resultado.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
54. (FCC – 2012 – TJ/PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Paulus foi preso
em
flagrante e recolhido à cadeia pública de uma cidade do interior. No momento da alimentação,
mediante violência física, dominou o carcereiro e tentou fugir, mas, na porta da delegacia, foi
dominado por policiais que estavam chegando ao local.
Paulus responderá por crime de
A) arrebatamento de preso, na forma consumada.
B) evasão mediante violência contra pessoa, na forma consumada.
C) motim de presos, na forma consumada.
D) evasão mediante violência contra pessoa, na forma tentada.
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E) fuga de pessoa presa, na forma tentada.
COMENTÁRIOS
Nesse caso Paulos cometeu o crime de evasão mediante violência contra a pessoa, NA FORMA
CONSUMADA, eis que a ocorrência da evasão é irrelevante para a consumação do delito, que,
nos termos do art. 352, se consuma com a simples tentativa de evasão do preso. Vejamos:
Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo submetido a medida
de segurança detentiva, usando de violência contra a pessoa:
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da pena correspondente à
violência.
Assim, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
55. (FCC – 2012 – TJ/PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) A respeito do
crime
de fraude processual, é INCORRETO afirmar que
A) pode ser praticado por qualquer pessoa, ainda que não interessada na solução do processo.
B) pode ser praticado pelo procurador de qualquer das partes.
C) é punido com detenção e sanção pecuniária na modalidade culposa.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA - Essa conduta configura o crime de coação no curso do processo. Vejamos o art.
344
do CP:
Coação no curso do processo
Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse
próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que
funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou administrativo,
ou em juízo arbitral:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena correspondente à
violência.
B) CORRETA - A afirmativa está correta, conforme previsão do art. 357, § único do CP:
Exploração de prestígio
Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de
influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito,
tradutor, intérprete ou testemunha:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Parágrafo único - As penas aumentam-se de um terço, se o agente alega ou insinua
que o dinheiro ou utilidade também se destina a qualquer das pessoas referidas
neste artigo.
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C) ERRADA - Nesse caso, o delito é de FAVORECIMENTO REAL, não favorecimento
pessoal.
Vejamos:
Favorecimento real
Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de receptação,
auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
D) ERRADA - O crime só se configura se o agente se atribui falsamente a prática de crime.
Vejamos:
Auto-acusação falsa
Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por
outrem:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
E) ERRADA - A conduta descrita caracteriza o delito de patrocínio infiel. Vejamos:
Patrocínio infiel
Art. 355 - Trair, na qualidade de advogado ou procurador, o dever profissional,
prejudicando interesse, cujo patrocínio, em juízo, lhe é confiado:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
Parágrafo único - Incorre na pena deste artigo o advogado ou procurador judicial
que defende na mesma causa, simultânea ou sucessivamente, partes contrárias.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
60. (FCC – 2007 – ISS/SP - AUDITOR FISCAL TRIBUTÁRIO MUNICIPAL) O contador
que, em
declaração prestada em processo administrativo, cala a verdade pratica o crime de
A) desacato.
B) desobediência.
C) fraude processual.
D) condescendência criminosa.
E) falso testemunho.
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COMENTÁRIOS
O crime de falsa perícia ou falso testemunho, previsto no art. 342 do CP, e se caracteriza pela
omissão, negação ou afirmação falsa em testemunho ou perícia de qualquer natureza, quando
em
processo administrativo, judicial, Juízo arbitral ou Inquérito Policial. Se consuma com a
realização
da conduta, SENDO CRIME FORMAL. Vejamos:
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha,
perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo,
inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de
28.8.2001)
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
c) não comete o crime de falso testemunho ou perícia, pois intérprete não é testemunha ou
perito.
d) comete o crime de falso testemunho ou perícia, mas está isento de pena pela retratação.
e) comete o crime de falso testemunho ou falsa perícia no modo consumado.
COMENTÁRIOS
O agente, aqui, pratica o delito de falso testemunho, e não há extinção da punibilidade pela
retratação, eis que foi realizada APÓS a sentença:
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha,
perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo,
inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de
28.8.2001)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
12.850, de 2013) (Vigência)
(...)
§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu
o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade. (Redação dada pela Lei nº
10.268, de 28.8.2001)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
63. (FCC - 2012 – TRT1 – JUIZ) NÃO constitui crime contra a administração da justiça
a) a denunciação caluniosa.
b) o exercício arbitrário das próprias razões.
c) o favorecimento pessoal.
d) o patrocínio infiel.
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100
e) a desobediência.
COMENTÁRIOS
O crime de desobediência não é um crime contra a administração da Justiça, e sim um crime
praticado por particular contra a administração pública em geral, pois inserido no Capítulo II do
Título XI do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
64. (FCC – 2012 – TRT11 – JUIZ) A retratação do agente, antes da sentença no processo em
que ocorreu o falso testemunho, é causa
a) de exclusão da imputabilidade.
b) de extinção da punibilidade.
c) de diminuição da pena.
d) de exclusão da culpabilidade.
e) supralegal de exclusão da ilicitude.
COMENTÁRIOS
A retratação, desde que ANTES da sentença (não é da sentença irrecorrível, mas da PRIMEIRA
SENTENÇA no processo!), é causa de extinção da punibilidade, nos termos do art. 342, §2º do
CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
65. (FCC – 2012 – MPE-PE – TÉCNICO MINISTERIAL) Considere:
I. Facilitar a fuga de pessoa legalmente presa.
II. Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública o autor de crime a que é cominada pena de
reclusão.
Essas condutas tipificam, respectivamente, os delitos de
a) fuga de pessoa presa ou submetida à medida de segurança e favorecimento pessoal.
b) arrebatamento de preso e favorecimento real.
c) motim de presos e favorecimento real.
d) condescendência criminosa e favorecimento pessoal.
e) arrebatamento de preso e favorecimento pessoal.
COMENTÁRIOS
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As condutas caracterizam, respectivamente, os delitos de “fuga de pessoa presa” e
“favorecimento pessoal”, nos termos dos arts. 351 e 348 do CP, respectivamente.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
66. (FCC – 2012 – TRF2 – ANALISTA JUDICIÁRIO) José percebeu que seu conhecido João
havia cometido crime de desobediência e estava fugindo a pé, sendo perseguido por policiais.
Em vista disso, despistou os milicianos e colocou João no interior de seu veículo, deixando o
local
e impedindo, dessa forma, a prisão em flagrante deste. Nesse caso, José responderá pelo crime
de
a) favorecimento pessoal privilegiado.
b) favorecimento real.
c) favorecimento pessoal em seu tipo fundamental.
d) arrebatamento de preso.
e) facilitar a fuga de pessoa presa.
COMENTÁRIOS
O agente praticou, aqui, o delito de FAVORECIMENTO PESSOAL, nos termos do art. 348 do
CP:
Favorecimento pessoal
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que
é cominada pena de reclusão:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão:
Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa.
Como o delito de desobediência, previsto no art. 330 do CP, é punido apenas com DETENÇÃO,
o agente será enquadrado no §1º do art. 348, que é a forma “privilegiada” do delito, pois possui
pena mais branda.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
67. (FCC – 2014 – TRT18 – JUIZ) No crime de exercício arbitrário das próprias razões, a ação
penal é
a) sempre pública condicionada.
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102
b) privada, se não há emprego de violência.
c) sempre privada.
d) pública condicionada, se não há emprego de violência.
e) sempre pública incondicionada.
COMENTÁRIOS
A ação penal, neste delito, em regra será pública incondicionada, salvo se não houver violência,
pois neste caso a ação penal será privada:
Exercício arbitrário das próprias razões
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora
legítima, salvo quando a lei o permite:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente
à violência.
Parágrafo único - Se não há emprego de violência, somente se procede mediante
queixa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
68. (FCC – 2014 – CÂMARA MUNICIPAL-SP – PROCURADOR) A testemunha retratou-se
de
seu depoimento anteriormente mendaz, agora para declarar a verdade nos autos do processo, o
que ela fez às vésperas do julgamento da apelação respectiva. Segundo o entendimento hoje
dominante na doutrina brasileira, pode-se afirmar:
a) É caso de perdão judicial.
b) Não se extingue a punibilidade, nem cabe perdão judicial.
c) Extingue-se a punibilidade.
d) Extingue-se a punibilidade, salvo se o crime tiver sido praticado mediante suborno ou com o
fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal ou em processo civil em que
for
parte entidade da administração pública direta ou indireta.
e) Ocorre perempção
COMENTÁRIOS
A retratação, aqui, não terá o condão de levar à extinção da punibilidade, pois foi realizada
APÓS
a sentença (pois se já está às vésperas do julgamento da apelação, isso significa que já houve
sentença), nos termos do art. 342, §2º do CP.
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Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
69. (FGV – 2017 – TRT-SC – OFICIAL DE JUSTIÇA) Caio, oficial de justiça, todos os dias da
semana chega em sua residência cansado após um longo dia de trabalho e passa a ficar
incomodado com o fato de que Bruno, namorado de sua filha, com 26 anos, recebe um salário
alto para a quantidade de serviço que realiza no órgão criminal do Ministério Público em que
trabalha. Diante disso, objetivando que Bruno trabalhe mais, afirma para a Promotora de Justiça
chefe de Bruno, que era sua conhecida, que sua esposa foi vítima de um crime de estelionato e
que o fato deveria ser investigado, informando nada saber sobre a autoria delitiva. Diante disso,
reclamando do constrangimento que passou com o seu indevido indiciamento. Por falta de justa
causa, o inquérito foi arquivado a requerimento do Ministério Público.
Diante da situação narrada, é correto afirmar que a conduta de João Carlos configura:
a) crime de calúnia;
b) fato típico, mas lícito;
c) crime de denunciação caluniosa;
d) crime de comunicação falsa de crime;
e) fato criminal atípico.
COMENTÁRIOS
Neste caso o agente não praticou crime algum, pois o simples fato de imputar o fato a alguém
não configura o delito de denunciação caluniosa, previsto no art. 339, que pressupõe que o
agente
impute FALSAMENTE o fato a alguém, SABENDO que a pessoa não participou daquela
infração
penal, o que não ocorreu na hipótese, já que João acreditava que pudesse ter sido Lúcio o
infrator.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
71. (FGV - 2016 - OAB - XIX EXAME DE ORDEM) Patrício, ao chegar em sua residência,
constatou o desaparecimento de um relógio que havia herdado de seu falecido pai. Suspeitando
de um empregado que acabara de contratar para trabalhar em sua casa e que ficara sozinho por
todo o dia no local, Patrício registrou o fato na Delegacia própria, apontando, de maneira
precipitada, o empregado como autor da subtração, sendo instaurado o respectivo inquérito em
desfavor daquele “suspeito”. Ao final da investigação, o inquérito foi arquivado a requerimento
do Ministério Público, ficando demonstrado que o indiciado não fora o autor da infração.
Considerando que Patrício deu causa à instauração de inquérito policial em desfavor de
empregado cuja inocência restou demonstrada, é correto afirmar que o seu comportamento
configura
A) fato atípico.
B) crime de denunciação caluniosa dolosa.
C) crime de denunciação caluniosa culposa.
D) calúnia.
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COMENTÁRIOS
Temos aqui um fato atípico. O agente, apesar de ter dado causa à instauração de inquérito
policial
em desfavor de alguém cuja inocência restou demonstrada, não praticou o crime de denunciação
caluniosa, previsto no art. 339 do CP. Isto porque o delito de denunciação caluniosa exige que o
agente impute falsamente o crime a alguém, SABENDO que a pessoa é inocente, ou seja,
pratique
a conduta para prejudicar a pessoa, sabendo que ela não praticou o fato. No caso, o patrão
apenas
se equivocou, de maneira que não teve a intenção de prejudicar o empregado. Não há que se
falar, ainda, em denunciação caluniosa culposa, por ausência de previsão legal.
Por fim, incabível falar em calúnia, eis que também não há previsão na forma culposa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
72. (FGV - 2016 - OAB - XIX EXAME DE ORDEM) Após realizarem o roubo de um
caminhão de
carga, os roubadores não sabem como guardar as coisas subtraídas até o transporte para outro
Estado no dia seguinte. Diante dessa situação, procuram Paulo, amigo dos criminosos, e pedem
para que ele guarde a carga subtraída no seu galpão por 24 horas, admitindo a origem ilícita do
material. Paulo, para ajudá-los, permite que a carga fique no seu galpão, que é utilizado como
uma oficina mecânica, até o dia seguinte. A polícia encontra na mesma madrugada todo o
material
no galpão de Paulo, que é preso em flagrante.
Diante desse quadro fático, Paulo deverá responder pelo crime de
A) receptação.
B) receptação qualificada.
C) roubo majorado.
D) favorecimento real.
COMENTÁRIOS
Neste caso Paulo responderá pelo delito de favorecimento real, previsto no art. 349 do CP. Isso
porque Paulo prestou auxílio aos criminosos para que pudessem tornar seguro o proveito do
crime. Não se trata, aqui, de coautoria ou participação no delito de roubo, eis que Paulo somente
aceitou prestar auxílio quando o crime já havia se consumado. Assim, Paulo não pode mais ser
coautor ou partícipe de um crime que já ocorreu. Contudo, caso Paulo já tivesse, previamente,
combinado com os infratores que prestaria o auxílio necessário, responderia como partícipe do
roubo praticado.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
73. (FGV - 2012 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - VII - PRIMEIRA FASE) Baco,
após
subtrair um carro esportivo de determinada concessionária de veículos, telefona para Minerva,
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sua amiga, a quem conta a empreitada criminosa e pede ajuda. Baco sabia que Minerva morava
em uma grande casa e que poderia esconder o carro facilmente lá. Assim, pergunta se Minerva
poderia ajudá-lo, escondendo o carro em sua residência. Minerva, apaixonada por Baco, aceita
prestar a ajuda. Nessa situação, Minerva deve responder por
a) participação no crime de furto praticado por Baco.
b) receptação.
c) favorecimento pessoal.
d) favorecimento real.
COMENTÁRIOS
Como Minerva prestou auxílio a Baco, cuja finalidade era tornar seguro o PROVEITO do
crime,
deverá responder pelo delito de FAVORECIMENTO REAL, nos termos do art. 349 do CP:
Favorecimento real
Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de receptação,
auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
74. (FGV - 2011 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - V - PRIMEIRA FASE) AO
tomar
conhecimento de um roubo ocorrido nas adjacências de sua residência, Caio compareceu à
delegacia de polícia e noticiou o crime, alegando que vira Tício, seu inimigo capital, praticar o
delito, mesmo sabendo que seu desafeto se encontrava na Europa na data do fato. Em
decorrência do exposto, foi instaurado inquérito policial para apurar as circunstâncias do
ocorrido.
A esse respeito, é correto afirmar que Caio cometeu
a) delito de calúnia.
b) delito de comunicação falsa de crime.
c) delito de denunciação caluniosa.
José deverá responder pelo delito de exercício arbitrário das próprias razões, nos termos do art.
345 do CP:
Exercício arbitrário das próprias razões
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora
legítima, salvo quando a lei o permite:
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Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente
à violência.
Vemos, ainda, que como resultou lesão corporal em razão da violência empregada, José
responderá também pela violência empregada, ou seja, pelo crime de lesão corporal.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
76. (FGV – 2014 – TJ-GO – ANALISTA JUDICIÁRIO) A postura de profissional de advocacia
que, atuando em causa própria de natureza penal, deixa de devolver processo para procrastinar
o normal andamento pode configurar o delito de:
a) favorecimento pessoal;
b) favorecimento real;
c) fraude processual;
d) sonegação de papel ou objeto de valor probatório;
e) exercício arbitrário das próprias razões.
COMENTÁRIOS
A conduta do agente caracteriza o delito de sonegação de papel ou objeto de valor probatório,
prevista no art. 356 do CP:
Sonegação de papel ou objeto de valor probatório
Art. 356 - Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de restituir autos, documento
ou objeto de valor probatório, que recebeu na qualidade de advogado ou
procurador:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
77. (FGV – 2015 – TCM-SP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO – CIÊNCIAS JURÍDICAS)
Visando
dar concretude à Lei de Responsabilidade Fiscal, foi introduzido no Código Penal o artigo 359-
D,
transparência fiscal traz a ideia de que toda atividade financeira deve se desenvolver com
clareza
e transparência, como forma de legitimação do Estado Social e Democrático de Direito.
Visando
dar aplicabilidade a esse princípio, a Lei nº 10.028/2000 introduziu os artigos 359-A até 359-H
no
Código Penal, trazendo os chamados Crimes contra as Finanças Públicas.
Sobre o tema, é correto afirmar que o crime de:
(A) “contratação de operação de crédito” é classificado pela doutrina como tipo misto
alternativo;
(B) “assunção de obrigação no último ano do mandato ou legislatura” proíbe que seja ordenada
assunção de obrigação durante todo o último ano do mandato, se esta não puder ser paga no
mesmo exercício financeiro;
(C) “ordenação de despesa não autorizada” é classificado pela doutrina como norma penal em
preto;
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(D) “prestação de garantia graciosa” é classificado pela doutrina como crime impróprio, já que o
sujeito ativo não possui qualquer especial característica;
(E) “não cancelamento de restos a pagar” é classificado pela doutrina como modalidade de
crime
comissivo impróprio.
COMENTÁRIOS
A) CORRETA: O item está correto, pois se trata de um tipo penal que prevê diversas condutas
diferentes (três verbos distintos), sendo que cada uma delas caracteriza o delito, e a prática de
mais de uma delas, nas mesmas circunstâncias, caracteriza crime único.
B) ERRADA: Item errado, pois a proibição ocorre apenas nos dois últimos quadrimestres do
último
ano do mandato, nos termos do art. 359-C do CP.
C) ERRADA: A norma do tipo penal do art. 359-D do CP é norma penal em BRANCO, pois
necessita de complementação para que possa ser aplicada, já que depende de complementação,
pois apenas pela redação do tipo penal não é possível definir qual é a despesa não autorizada por
lei.
D) ERRADA: Trata-se de crime PRÓPRIO, pois só pode ser praticado pelo funcionário público
com
a responsabilidade pelos atos desta natureza.
E) ERRADA: Trata-se de crime OMISSIVO PRÓPRIO, pois a conduta descrita no tipo penal é
uma
abstenção, um “deixar de fazer” o que a lei determina.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
79. (FGV – 2015 – TCE-RJ – AUDITOR) Com relação aos crimes contra as finanças públicas
inseridos no Código Penal pela Lei nº 10.028/2000 (artigo 359-A/H), é correto afirmar que:
a) admite-se, excepcionalmente, a forma culposa;
b) em razão de sua gravidade, não se admite a substituição da pena privativa de liberdade por
restritivas de direitos;
c) a tentativa não é admitida em qualquer de suas hipóteses;
d) a suspensão condicional do processo não é cabível em qualquer de suas formas;
e) trata-se de crime próprio, eis que praticado por funcionário público que tenha atribuição legal
ou titular de mandato ou legislatura.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: Item errado, pois não há previsão de punição na modalidade culposa para
qualquer
dos delitos tipificados como crimes contra as finanças públicas.
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B) ERRADA: Não há qualquer vedação, bastando que estejam presentes os requisitos previstos
no
art. 44 do CP.
C) ERRADA: Embora haja divergência doutrinária em relação a diversos tipos penais, admite-
se a
tentativa em alguns dos crimes contra as finanças públicas.
D) ERRADA: Item errado, pois a suspensão condicional do processo é admitida para todos os
crimes contra as finanças públicas, já que todos eles estabelecem pena mínima igual ou inferior
a
um ano de privação da liberdade, nos termos do art. 89 da Lei 9.099/95.
E) CORRETA: Item correto, pois tais crimes são considerados próprios, exigindo do agente
uma
determinada qualidade específica que, no caso, é a qualidade de funcionário público (em alguns
casos específicos exige-se, ainda, que se trate de detentor de mandato).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
80. (FGV – 2015 – TJ-SC – ODONTÓLOGO) O Art. 359-D do Código Penal prevê o crime de
Ordenação de despesa não autorizada, prevendo o preceito primário “ordenar despesa não
autorizada por lei”.
Sobre tal delito, é correto afirmar que:
a) é norma penal em preto, já que a Lei de Responsabilidade Fiscal é utilizada para
complementar
o tipo;
b) admite a modalidade culposa de acordo com o Código Penal;
c) é classificado como crime de conduta omissiva;
d) consuma-se apenas quando é efetivada a despesa não autorizada por lei, não bastando a
simples ordenação;
e) é crime próprio, pois o sujeito ativo é o funcionário público competente para ordenar despesa.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: Trata-se de norma penal em branco, pois depende de complementação por outra
norma para que o tipo penal possa ter aplicabilidade.
B) ERRADA: Não há previsão de punição na modalidade culposa.
C) ERRADA: Trata-se de crime COMISSIVO, ou seja, praticando mediante uma conduta
positiva
(um “fazer”).
D) ERRADA: Consuma-se o delito com a mera ordenação da despesa, ainda que esta não venha
a
se realizar posteriormente, bem como não dependendo da efetiva comprovação de prejuízo ao
erário.
E) CORRETA: Item correto, pois trata-se de crime próprio, só podendo ser praticado pelo
funcionário público responsável pela prática do ato de ordenar despesa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
Douglas, funcionário público com competência para ordenar a assunção de obrigação pela
Administração, autorizou a realização de despesa no primeiro quadrimestre do último ano da
legislatura. Ocorre que a despesa autorizada, apesar de prevista em lei, não poderia ser paga no
mesmo exercício financeiro e nem havia contrapartida suficiente em caixa para pagamento no
exercício seguinte. Diante dessa situação, é correto afirmar que Douglas:
(A) praticou crime de ordenação de despesa não autorizada;
(B) não pode ser considerado funcionário público para fins penais;
(C) não praticou crime contra finanças públicas previsto no Código Penal;
(D) praticou crime de assunção de obrigação no último ano do mandato ou legislatura;
(E) praticou crime de inscrição de despesas não empenhadas em restos a pagar.
COMENTÁRIOS
No caso em tela o agente NÃO praticou o delito do art. 359-C do C. Vejamos: Assunção de
obrigação no último ano do mandato ou legislatura (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) Art.
359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois últimos quadrimestres do último
ano do mandato ou legislatura, cuja despesa não possa ser paga no mesmo exercício financeiro
ou, caso reste parcela a ser paga no exercício seguinte, que não tenha contrapartida suficiente de
disponibilidade de caixa: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) Pena - reclusão, de 1 (um) a 4
(quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) Percebam que tal delito só se caracteriza se
a despesa é autorizada nos DOIS ÚLTIMOS quadrimestres. No caso, a questão deixa claro que
ela foi autorizada no PRIMEIRO quadrimestre.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
82. (FGV – 2008 – TCM/PA – AUDITOR) As condutas a seguir constituem hipótese de crime
contra as finanças públicas, previstos no Capítulo V do Título XI da Parte Especial do Código
Penal, à exceção de uma. Assinale-a.
(A) Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei
(B) Ordenar despesa não autorizada por lei
(C) Executar ato que acarrete aumento de despesa total com pessoal, nos cento e oitenta dias
anteriores ao final do mandato ou da legislatura
(D) Promover a oferta pública ou a colocação no mercado financeiro de títulos da dívida pública
sem que tenham sido criados por lei
(E) Autorizar a inscrição em restos a pagar, de despesa que exceda limite estabelecido em lei
COMENTÁRIOS
A única alternativa que traz uma conduta que NÃO se caracteriza como crime contra as finanças
públicas é a letra A, pois a conduta citada configura o delito de “emprego irregular de verbas ou
rendas públicas”, que é um delito previsto no art. 315 do CP e, portanto, incluído no rol dos
“crimes praticados por funcionário público contra a administração em geral”: Emprego irregular
de verbas ou rendas públicas Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da
estabelecida em lei: Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. Do ponto de vista do “bem
jurídico tutelado”, tal conduta até pode ser considerada “atentatória às finanças públicas”.
Contudo, não foi incluída no rol dos crimes contra as finanças públicas pelo CP, de forma que a
alternativa, portanto, está errada.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
A respeito dos crimes praticados por particulares contra a administração, em geral (arts. 328;
329; 330; 331; 332; 333; 335; 336 e 337 do CP), assinale a alternativa correta.
(A) Não há previsão de modalidade culposa.
(B) Aquele que se abstém de licitar em hasta pública, em razão de vantagem indevida, não é
punido pelo crime de impedimento, perturbação ou fraude de concorrência, já que se trata de
conduta atípica.
(C) O crime de desacato não se configura se o funcionário público não estiver no exercício da
função, ainda que o desacato seja em razão dela.
(D) Para se configurar, o crime de corrupção ativa exige o retardo ou a omissão do ato de ofício,
pelo funcionário público, em razão do recebimento ou promessa de vantagem indevida.
(E) Para se configurar, o crime de usurpação de função pública exige que o agente, enquanto na
função, obtenha vantagem.
COMENTÁRIOS
a) CORRETA: Item correto, pois não há previsão de modalidade culposa para nenhum destes
delitos.
b) ERRADA: Item errado, pois tal agente também é punido, na forma do art. 335, § único do
CP.
c) ERRADA: Item errado, pois o crime de desacato pode ocorrer mesmo que o funcionário não
esteja, naquele momento, exercendo a função, desde que a conduta se dê em razão da função
por ele exercida, na forma do art. 331 do CP.
D) ERRADA: Item errado, pois tal delito se configura no momento em que o particular oferece
ou promete a vantagem indevida ao funcionário público, na forma do art. 333 do CP.
e) ERRADA: Item errado, pois não é necessário, para a consumação de tal delito, que o agente
obtenha qualquer vantagem. Caso isso ocorra, teremos a forma qualificada do delito, prevista no
art. 328, § único do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
2. (VUNESP – 2017 – TJ SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) O crime de
“impedimento, perturbação ou fraude de concorrência”, do art. 335 do CP, está assim definido:
“impedir, perturbar ou fraudar concorrência pública ou venda em hasta pública, promovida pela
administração federal, estadual ou municipal, ou por entidade paraestatal; afastar ou procurar
afastar concorrente ou licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de
vantagem.” Incorre na mesma pena estabelecida para o crime citado, nos termos do parágrafo
único do mesmo artigo, quem
(A) faz proposta em certame licitatório que, posteriormente, deixa de cumprir.
(B) se abstém de concorrer ou licitar, em razão da vantagem oferecida.
(C) sendo agente público deixa de inabilitar concorrente sabendo-o fraudador.
(D) sabendo da ocorrência do fato não o denuncia às autoridades públicas.
Item errado, pois o crime de resistência se verifica quando há oposição à execução de ato
LEGAL
por parte de funcionário público, mediante violência ou grave ameaça, ao funcionário
competente
para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio, conforme art. 329 do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
6. (VUNESP – 2017 – CÂMARA DE COTIA-SP – PROCURADOR LEGISLATIVO -
ADAPTADA) O
crime de tráfico de influência caracteriza-se independentemente de o agente influir em ato
praticado por funcionário público no exercício da função.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois não é necessário que o agente influencie o funcionário público. Na verdade, a
Doutrina sustenta que o crime do art. 332 se verifica exatamente quando o particular busca obter
vantagem, em prejuízo de terceiro, alegando que irá influenciar em ato a ser praticado pelo
funcionário, mas não pretende agir dessa forma.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.
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7. (VUNESP – 2017 – CÂMARA DE COTIA-SP – PROCURADOR LEGISLATIVO -
ADAPTADA) A
reinserção no território brasileiro de mercadoria destinada à exportação, em tese, caracteriza
o crime de descaminho.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois tal conduta configura o delito de contrabando:
Contrabando
Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida: (Incluído pela Lei nº 13.008,
de 26.6.2014)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. (Incluído pela Lei nº 13.008, de
26.6.2014)
§ 1º Incorre na mesma pena quem: (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
(...)
III - reinsere no território nacional mercadoria brasileira destinada à exportação;
(Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Item errado, pois a ocorrência de prejuízo não é elemento do tipo de desobediência, motivo pelo
qual é irrelevante para a consumação de tal delito.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
12. (VUNESP – 2016 – CÂMARA MUNICIPAL DE POÁ-SP – PROCURADOR) A fim de
evitar o
cumprimento de reintegração de posse, indivíduo lança pedras contra Oficial de Justiça que
está dando cumprimento ao respectivo mandado judicial. Tal conduta configura o crime de
a) desacato.
b) resistência.
c) desobediência.
d) arremesso de projétil.
e) usurpação de função pública.
COMENTÁRIOS
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Tal conduta configura o crime de resistência, previsto no art. 329 do CP:
Resistência
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a
funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
Pena - detenção, de dois meses a dois anos.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
13. (VUNESP – 2015 – CRO-SP – ADVOGADO JÚNIOR) A conduta de “opor-se à execução
de ato
legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe
esteja prestando auxílio" caracteriza o crime de
a) desacato.
b) usurpação.
c) resistência.
d) descaminho.
e) desobediência.
COMENTÁRIOS
Tal conduta configura o crime de resistência, previsto no art. 329 do CP:
Resistência
Resistência
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a
funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
Pena - detenção, de dois meses a dois anos.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
18. (VUNESP – 2015 – PREF. DE CAIEIRAS-SP – ASSESSOR JURÍDICO) Sobre o delito de
corrupção ativa, pode-se afirmar que
a) é crime próprio.
b) tem como objeto jurídico a honestidade do funcionário público.
c) é crime formal.
d) é crime de concurso necessário
e) admite forma culposa.
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42
COMENTÁRIOS
O delito de corrupção ativa (art. 333 do CP) é crime comum, podendo ser praticado por
qualquer
pessoa, e não crime próprio. Trata-se de crime formal, pois se consuma com a prática da
conduta
pelo particular (correta a letra C), ainda que o funcionário não aceite a vantagem ou não infrinja
seu dever funcional (errada, portanto, a letra B). Trata-se de crime de concurso eventual, pois
pode
ser praticado por uma única pessoa e não admite forma culposa (erradas as letras D e E).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
19. (VUNESP – 2015 – PC-CE – DELEGADO) O crime de usurpação de função pública é
qualificado
se
a) do fato resulta prejuízo patrimonial para a Administração.
b) do fato o agente aufere vantagem.
c) ocorre em local ermo ou de difícil acesso ou durante repouso noturno.
d) praticado mediante o uso de uniforme ou insígnias ou qualquer outro elemento distintivo da
atividade usurpada.
e) praticado em concurso de pessoas.
COMENTÁRIOS
O crime de usurpação de função pública é qualificado se do fato o agente aufere vantagem,
conforme art. 328, § único do CP:
Usurpação de função pública
Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
20. (VUNESP – 2014 – CÂMARA DE SERTÃOZINHO-SP – PROCURADOR) A conduta de
“iludir,
no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou
pelo consumo de mercadoria” configura crime de
a) descaminho
b) contrabando.
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c) falsidade ideológica
d) sonegação de contribuição.
e) falsificação de selo ou sinal público.
COMENTÁRIOS
Tal conduta configura o crime de descaminho, previsto no art. 334 do CP:
Descaminho
Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido
pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria (Redação dada pela Lei
nº 13.008, de 26.6.2014)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de
26.6.2014)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
21. (VUNESP – 2014 – TJ-PA – ANALISTA JUDICIÁRIO) Quem se opõe à execução de ato
legal,
mediante ameaça a pessoa que está prestando auxílio a funcionário competente para executálo,
comete crime de
correr quando percebeu a aproximação da viatura policial. Durante a abordagem, João passou
a desprestigiar e ofender José, em razão do seu salário de policial militar, inclusive proferindo
palavras de baixo calão contra ele. Com relação à conduta de João, pode-se afirmar sobre ele
que
(A) ao sair correndo, quando viu a viatura policial, praticou o delito de resistência.
(B) cometeu o delito de desobediência.
(C) sua conduta é atípica.
(D) é passível de queixa-crime, ajuizada por José, no prazo de 6 meses, a contar da data do fato,
caso sinta que sua honra profissional tenha sido ofendida.
(E) praticou o crime de desacato.
COMENTÁRIOS
João, neste caso, praticou o delito de desacato, previsto no art. 331 do CP:
Desacato
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Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
27. (VUNESP – 2015 – CÂMARA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP – ADVOGADO) Sobre
o delito
de corrupção ativa, previsto no artigo 333 do Código Penal, pode-se afirmar que
(A) é crime comum, pode ser praticado por qualquer pessoa, inclusive por um funcionário
público
que não esteja agindo nessa qualidade e tem como sujeito passivo o Estado.
(B) é crime material.
(C) mesmo quando a vantagem oferecida ou prometida for posterior à conduta praticada pelo
funcionário público, ocorrerá o crime de corrupção ativa.
(D) não se configura o delito de corrupção ativa, caso a vantagem não tenha sido endereçada ao
funcionário diretamente (mas a terceira pessoa), assim como também não se configura o delito,
caso o funcionário venha a repelir a vantagem oferecida pelo particular.
(E) ocorrerá todas as vezes que o funcionário público ceder à exigência do particular para
realizar,
omitir ou deixar de praticar ato de ofício.
COMENTÁRIOS
A) CORRETA: Trata-se de crime praticado por PARTICULAR contra a administração em
geral, ou
seja, qualquer pessoa pode praticá-lo, inclusive um funcionário público que não esteja no
exercício
das funções.
B) ERRADA: Trata-se de crime FORMAL, que se consuma com a mera prática da conduta,
independentemente da obtenção do resultado pretendido.
C) ERRADA: Item errado, pois a conduta deve ser anterior à prática do ato, pois o tipo penal
exige
que a conduta seja praticada para “determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício”.
D) ERRADA: Item errado, pois o crime se configura mesmo quando é realizado por interposta
pessoa, e a eventual recusa do funcionário público é irrelevante, pois o delito já estará
consumado.
E) ERRADA: O crime ocorre quando o particular pratica sua conduta. Caso o funcionário
público
efetivamente infrinja seu dever funcional, haverá aumento de pena, nos termos do art. 333, §
único
do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
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28. (VUNESP – 2015 – MPE/SP – ANALISTA DE PROMOTORIA) Assinale a alternativa
correta
sobre os crimes praticados pelo particular contra a Administração em geral.
(A) O crime de resistência previsto no artigo 329 do CP tem sua pena aplicada sem prejuízo da
pena correspondente à violência grave.
(B) O delito de desobediência, previsto no artigo 330, CP, é crime comum, tendo como sujeito
ativo qualquer pessoa, com exceção do funcionário público, que mesmo quando não está no
exercício da função, não perde essa condição para efeitos penais.
(C) O crime de falso testemunho ou falsa perícia (art. 342, CP) admite retratação do agente que
poderá ser manifestada em qualquer instância e grau de jurisdição, ocasionando a extinção da
punibilidade.
(D) O delito de desacato (art. 331, CP), dado o objeto material (o funcionário público e sua
honra),
tem como sujeito passivo apenas o funcionário público humilhado.
(E) O crime de coação no curso do processo (art. 344, CP) não admite violência, mas apenas
ameaça
por parte do agente, que busca favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte ou
qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial,
administrativo ou em juízo arbitral.
COMENTÁRIOS
A) CORRETA: Item correto, nos termos do art. 329, §2º do CP:
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a
funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
Pena - detenção, de dois meses a dois anos.
(...)
§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à
violência.
B) ERRADA: O funcionário público pode praticar o delito de desobediência, na qualidade de
particular, quando estiver fora do exercício das funções.
C) ERRADA: A retratação do agente, no crime de falso testemunho, somente extingue a
punibilidade se o agente a realiza antes da sentença no processo em que ocorreu o fato, nos
termos do art. 342, §2º do CP.
D) ERRADA: O Estado também sujeito passivo deste delito.
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E) ERRADA: Item errado, pois tal delito também pode ser praticado por meio de violência, nos
termos do art. 344 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
29. (VUNESP – 2015 – MPE/SP – ANALISTA DE PROMOTORIA) Antônio foi abordado por
Policiais
Militares na via pública e, quando informado que seria conduzido para a Delegacia de Polícia,
pois era “procurado” pela Justiça, passou a desferir socos e pontapés contra um dos policiais.
Sobre a conduta de Antônio, pode-se afirmar que
(A) praticou o crime de desacato, previsto no artigo 331 do Código Penal.
certame, sob o argumento de que tem muitos amigos no comando da Administração Pública.
Sobre a conduta de José, está correto afirmar que
(A) praticou o crime de usurpação da função pública (art. 328, Código Penal).
(B) praticou o crime de corrupção ativa (art. 333, Código Penal).
(C) praticou o crime de impedimento, perturbação ou fraude concorrência (art. 335, Código
Penal).
(D) praticou o crime de tráfico de influência (art. 332, Código Penal).
(E) não praticou nenhum crime (fato atípico), pois quem decide o resultado de licitação é o
agente
público e não o particular.
COMENTÁRIOS
José praticou o delito de tráfico de influência, previsto no art. 332 do CP:
Tráfico de Influência (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)
Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou
promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário
público no exercício da função: (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
9.127, de 1995)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
32. (VUNESP – 2015 – PREF. SÃO JOSÉ DOS CAMPOS/SP – AUDITOR) Cidadão solicita a
poda
de uma árvore que se encontra no passeio público em frente a sua residência, ao agente
público municipal, responsável por atividades de zeladoria urbana. Tal agente afirma que tal
serviço demorará de 2 a 3 meses, mas que se o cidadão quiser maior rapidez, pode lhe pagar
R$ 100,00, que enviará a equipe para realizar o serviço no dia seguinte. O interessado paga a
quantia e recebe o serviço, conforme combinado. Nesse caso, as condutas do agente público
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municipal e do cidadão são crimes contra a Administração Pública, respectivamente previstos
como
(A) corrupção passiva e corrupção ativa.
(B) corrupção ativa e peculato.
(C) peculato e corrupção passiva.
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
9.127, de 1995)
Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua
que a vantagem é também destinada ao funcionário. (Redação dada pela Lei nº
9.127, de 1995)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
34. (VUNESP – 2012 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) A pena prevista
pelo Código
Penal para o crime de "resistência" (CP, art. 329), por expressa disposição legal, é
A) de reclusão e de multa.
B) de reclusão, de seis meses a um ano.
C) maior, se o funcionário público, em razão da violência, fica afastado do cargo.
D) maior se o ato, em razão da resistência, não se executa.
E) diminuída de um a dois terços se a resistência não é praticada com violência.
COMENTÁRIOS
A resposta é a letra D.
Para resolvermos a questão é necessária a transcrição do art. 329 do CP, que define o tipo penal
do delito de resistência. Vejamos:
Resistência
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a
funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
Pena - detenção, de dois meses a dois anos.
§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa:
Pena - reclusão, de um a três anos.
Vemos, então, que a pena, em regra, é de detenção, de dois meses a dois anos.
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Contudo, caso o ato não se execute em razão da resistência, a pena será maior, e será de
reclusão,
de um a três anos.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
35. (VUNESP – 2007 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) A resistência
qualificada
consiste
A) na oposição do agente ao ato legal mediante violência.
B) na oposição do agente ao ato legal, causando considerável prejuízo à vítima.
C) na oposição do agente ao ato legal mediante o emprego da violência ou ameaça.
D) na vontade exteriorizada do agente de empregar violência ou usar de ameaça contra o
funcionário competente para executar o ato legal, ou ainda, a quem lhe esteja prestando auxílio.
E) na não execução do ato legal diante da resistência do agente.
COMENTÁRIOS
Tal delito se caracteriza, na forma qualificada, quando o ato não é executado em razão da
resistência do agente. Vejamos:
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a
funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
Pena - detenção, de dois meses a dois anos.
§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa:
Pena - reclusão, de um a três anos.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
36. (VUNESP – 2007 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) Assinale a
alternativa que
exemplifica o crime de desacato.
A) "X", de forma muito humilhante, diz a seu vizinho, funcionário público, durante um
churrasco
entre amigos, que ele é a pessoa mais preguiçosa e lenta que já conheceu.
B) "X" descumpre a ordem dada pelo juiz em audiência e continua fotografando a vítima do
crime
sob julgamento.
C) "X", ao deparar-se no fórum com a escrevente "Z", dirige a ela as seguintes palavras: que
coisa
mais linda, até parece um anjo!
D) "X", ao ter seu veículo apreendido pelo Delegado de Polícia "Z", gesticula a ele de forma
obscena utilizando o dedo médio da mão.
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E) "X", que assiste a uma partida de vôlei, zomba de um dos jogadores: Vejam como o nosso
de influência.
I. Ocorre se o agente solicita para si ou para outrem vantagem a pretexto de influir em ato
praticado por funcionário público no exercício da função.
II. É praticado, ainda que sem intenção, e de forma imprudente, se o agente exige para si ou
para
outrem vantagem a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da
função.
III. Tem a sua pena aumentada se o agente alega que a vantagem solicitada é também destinada
ao funcionário público que se deixará influenciar.
Está correto o contido em
A) I, somente.
B) I e II, somente.
C) I e III, somente.
D) II e III, somente.
E) I, II e III.
COMENTÁRIOS
I - CORRETA: Esta é a redação do tipo penal previsto no art. 332 do CP, caracterizando o
delito de
tráfico de influência;
II - ERRADA: O crime somente é punido a título de dolo, não havendo previsão de forma
culposa;
III - CORRETA: Esta é a causa de aumento de pena prevista no art. 332, § único do CP,
aumentando-se a pena em metade.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
40. (VUNESP – 2010 – TJ/SP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO JUDICIÁRIA) Considere as
seguintes
assertivas no que pertine aos Crimes Praticados por Particular Contra a Administração em
Geral e assinale a alternativa que corresponde ao regramento estabelecido pelo texto do
Código Penal.
I. Somente comete crime de resistência aquele que age com violência ou ameaça.
II. Quem desobedece à ordem ilegal de funcionário público não comete crime de desobediência.
III. Apenas se configura o crime de desacato se a ação for praticada contra funcionário no
exercício
da função ou em razão dela.
(A) Nenhuma assertiva é correta.
(B) Todas as assertivas são corretas.
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(C) Somente II é correta.
(D) Somente III é correta.
(E) Somente II e III são corretas.
COMENTÁRIOS
I – CORRETA: Item correto, pois é necessário que o agente resista à ordem legal utilizando-se
de
violência ou grave ameaça, nos termos do art. 329 do CP.
II – CORRETA: Para que tal crime se configure é necessário que a ordem do funcionário
público
seja LEGAL, nos termos do art. 330 do CP.
III – CORRETA: É indispensável, no delito de desacato, que o funcionário desacatado esteja no
exercício da função ou, pelo menos, que o desacato se dê em razão da função, nos termos do art.
331 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
41. (FCC – 2019 – TRF4 – OFICIAL DE JUSTIÇA) Tício e Tácito, trabalhadores autônomos
do ramo
de construção civil, fazendo-se passar por policiais civis, compareceram na empresa “X”
aduzindo ter em mãos um mandado de busca e apreensão diante de suspeita de crime
tributário, e de um mandado de prisão temporária contra Manoel, um dos sócios daquela
empresa. Para não cumprir os mandados, Tício e Tácito solicitaram e receberam a quantia de
R$ 3.000,00 em dinheiro de Rodrigo, o outro sócio diretor da empresa. No caso apresentado,
Tício e Tácito cometeram crime de
(A) corrupção ativa.
(B) usurpação de função pública.
(C) corrupção passiva.
(D) concussão.
(E) exercício arbitrário ou abuso de poder
COMENTÁRIOS
Tício e Tácito praticaram, no caso, o crime de usurpação de função pública, previsto no art. 328
do
CP (sem prejuízo de eventual crime patrimonial, como estelionato):
Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública:
por sonegação de tributo estadual. Jack aceitou a oferta, viajou e, quando voltou, foi até a
empresa e lavrou auto de infração pela sonegação do referido tributo. Nesse caso,
a) Paulo responderá por corrupção ativa e Jack não responderá por nenhum delito por ter
lavrado o auto de infração.
b) Jack responderá por corrupção passiva e Paulo por prevaricação.
c) Paulo responderá por corrupção ativa e Jack por prevaricação.
d) não há crime, porque o auto de infração foi lavrado, não tendo havido prejuízo para a
Administração pública.
e) Jack responderá por corrupção passiva e Paulo por corrupção ativa.
COMENTÁRIOS
Paulo responderá por corrupção ATIVA CONSUMADA (pois o mero oferecimento já consuma
o delito), nos termos do art. 333 do CP. Jack, por sua vez, responderá pelo delito de corrupção
PASSIVA CONSUMADA, pois a mera aceitação da vantagem já consuma o delito. Contudo, a
“corrupção passiva” que Jack praticou não foi a do art. 317 do CP, pois quando se trata de
aceitação de vantagem indevida por funcionário da administração tributária, cuja finalidade é o
não lançamento de tributo ou lançamento parcial (contrariamente à Lei), teremos uma
modalidade especial de corrupção passiva, que é a “corrupção passiva tributária”, prevista no
art. 3º, II da Lei 8.137/90. A resposta da questão poderia ter sido mais completa, de forma a não
dar margem para anulação.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
50. (FCC – 2015 – TJ-AL – JUIZ) NÃO constitui crime praticado por particular contra a
Administração em geral
a) o tráfico de influência.
b) a desobediência.
c) a resistência.
d) a advocacia administrativa.
e) o desacato.
COMENTÁRIOS
Dentre as alternativas apresentadas, apenas a letra D traz um crime que não constitui “crime
praticado por particular contra a Administração em geral”, eis que tal delito é um crime
praticado por FUNCIONÁRIO PÚBLICO contra a administração em geral, nos termos do art.
321 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
51. (FCC - 2007 - MPU - ANALISTA – PROCESSUAL) A respeito dos crimes contra a
Administração Pública, é correto afirmar:
a) Não configura o crime de contrabando a exportação de mercadoria proibida.
b) Constitui crime de desobediência o não atendimento por funcionário público de ordem legal
de outro funcionário público.
c) Comete crime de corrupção ativa quem oferece vantagem indevida a funcionário público para
determiná-lo a deixar de praticar medida ilegal.
d) Pratica crime de resistência quem se opõe, mediante violência, ao cumprimento de mandado
de prisão decorrente de sentença condenatória supostamente contrária à prova dos autos.
e) Para a caracterização do crime de desacato não é necessário que o funcionário público esteja
no exercício da função ou, não estando, que a ofensa se verifique em função dela.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: O crime de contrabando é, por definição, a exportação ou importação de
mercadoria proibida, nos termos do art. 334 do CP;
B) ERRADA: O crime de desobediência é um crime que só pode ser praticado pelo particular.
Se praticado pelo funcionário público pode, no entanto, configurar o crime de prevaricação, nos
termos dos arts. 329 e 319 do CP;
C) ERRADA: Cuidado com a pegadinha! Se a medida que o funcionário público ia praticar era
ilegal, não há crime de corrupção ativa, pois se exige que o ato que o funcionário público iria
praticar seja legal, nos termos do art. 333 do CP:
D) CORRETA: O fato de a sentença judicial que embasa o mandado de prisão ser considerada
injusta não desconfigura o crime, pois o modo correto para o agente questionar a sentença é a
via recursal. Nesse caso, o ato praticado pelo funcionário público (oficial de justiça) é
plenamente legal, pois se fundamenta em decisão judicial válida, que pode, no entanto, ser
atacada pela via do recurso.
E) ERRADA: É necessário que a ofensa seja proferida, em qualquer caso, em razão da função
pública, esteja ou não o funcionário público no exercício da função no momento do crime.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
52. (FCC – 2007 – AUDITOR -FISCAL DE TRIBUTOS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO)
No crime de corrupção ativa a vantagem indevida
a) deve ser recebida pelo funcionário público
b) deve ser concedida a funcionário público
c) pode ser oferecida a funcionário público
d) é exigida pelo funcionário público
e) é solicitada pelo funcionário público
COMENTÁRIOS
No crime de corrupção ativa, a vantagem é oferecida ou prometida a um funcionário público por
um particular, não sendo exigida pelo funcionário público, o que caracterizaria o crime de
concussão (art. 316 do CP). Também não é solicitada pelo funcionário público, o que
caracterizaria crime de corrupção passiva (art. 317 do CP). A vantagem, por sua vez, não
necessita ser concedida ou recebida, pois no crime de corrupção ativa, há um crime formal, em
que a ocorrência do resultado (obtenção da vantagem) é mero exaurimento, não sendo
necessário à configuração do delito. Por fim, a vantagem pode ser oferecida a funcionário
público, pois esta não é a única conduta descrita no núcleo do tipo, que incrimina também a
conduta de prometer vantagem.
Assim, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
53. (FCC - 2007 - TRF-4R - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA - EXECUÇÃO
DE
MANDADOS) Túlio assumiu o exercício de função pública sem ser nomeado ou designado,
executando ilegitimamente ato de ofício. Tal conduta caracteriza o crime de
a) desobediência.
b) tráfico de influência.
c) exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado.
d) advocacia administrativa.
e) usurpação de função pública.
COMENTÁRIOS
Como Túlio não possuía qualquer vínculo com a administração pública, o exercício da função
pública, neste caso, configura o crime de usurpação de função pública, nos termos do art. 328
do CP. O crime de exercício funcional ilegalmente antecipado só se configuraria se Túlio
tivesse sido nomeado, mas ainda não empossado no cargo, o que não ocorreu.
Assim, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
54. (FCC - 2009 - TRT - 3ª REGIÃO (MG) - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA
– EXECUÇÃO DE MANDADOS) O crime de desobediência
A) só pode ser praticado por omissão.
B) será punido apenas com multa, se for culposo.
C) ocorre independentemente da legalidade da ordem.
D) exige violência ou grave ameaça.
E) não prescinde de dolo, ainda que eventual.
COMENTÁRIOS
O crime de desobediência só é punível na modalidade dolosa, motivo pelo qual a existência
desse elemento subjetivo do tipo é INDISPENSÁVEL.
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
55. (FCC – 2007 – ISS/SP – AUDITOR-FISCAL) Aquele que exige vantagem, a pretexto de
influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função, comete o crime de
a) tráfico de influência.
b) advocacia administrativa.
c) exploração de prestígio.
d) condescendência criminosa.
e) prevaricação.
COMENTÁRIOS
A conduta de exigir vantagem a pretexto de influir em ato a ser praticado por funcionário
público pode caracterizar o delito de TRÁFICO DE INFLUÊNCIA. Vejamos o art. 332 do CP:
Tráfico de Influência (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995) Art. 332 - Solicitar, exigir,
cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de
influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função: (Redação dada pela Lei
nº 9.127, de 1995) Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela Lei
nº 9.127, de 1995)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
56. (FCC – 2011 - TRF1 – ANALISTA JUDICIÁRIO) João, funcionário público no exercício
de suas funções, em cumprimento de mandado de citação, abordou José, o citando, ordenando-
lhe que ajoelhasse no chão para ouvir a leitura do teor do mandado. José recusou-se a ajoelhar-
se, dizendo que ouviria de pé. Nesse caso, José
a) cometeu crime de desacato.
b) cometeu crime de desobediência.
c) não cometeu nenhum delito.
d) cometeu crime de resistência simples.
e) cometeu crime de resistência qualificada.
COMENTÁRIOS
José, neste caso, não cometeu qualquer delito, pois a ordem do funcionário público não foi
legal, ou seja, não possuía qualquer amparo legal, de forma que foi plenamente válida a conduta
de José. Inclusive, vejamos o tipo penal do crime de desobediência: Desobediência Art. 330 -
Desobedecer a ordem legal de funcionário público: Pena - detenção, de quinze dias a seis meses,
e multa. Vê-se, assim, que sendo ilegal a ordem emanada do funcionário público, inexigível seu
cumprimento.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
57. (FCC - 2013 - TCE-SP - AUDITOR DO TRIBUNAL DE CONTAS) O crime de corrupção
ativa
a) caracteriza-se mesmo que a oferta de vantagem indevida seja feita após a prática do ato de
ofício.
b) deixa de existir quando a vantagem indevida é aceita pelo funcionário público,
caracterizando-se, nesse caso, apenas o delito de corrupção passiva.
c) caracteriza-se quando o agente coloca faixas e cartazes oferecendo recompensa em dinheiro
para quem informar o autor do furto de seu veículo.
d) não se caracteriza quando o agente se limita a pedir ao funcionário público que pratique,
omita ou retarde ato de ofício.
e) é punido na forma culposa quando a promessa de vantagem indevida tiver sido feita por
imprudência.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: O item está errado, pois é necessário que a oferta ou promessa de vantagem
indevida seja anterior à prática do ato, pois o tipo penal exige que ela seja feita “para” ocasionar
a falta funcional, e não em decorrência dela;
B) ERRADA: Em sendo aceita a oferta, o particular responde pela corrupção ativa e o
funcionário público responde pela corrupção passiva;
C) ERRADA: O item está errado, pois a oferta de vantagem deve ser dirigida a um funcionário
público especificamente e deve ser vantagem indevida, o que não ocorre no caso;
D) CORRETA: Neste caso, o particular que apenas solicita ao funcionário público um
“jeitinho” (sem nada oferecer em troca), não pratica crime. O funcionário público, entretanto,
caso atenda ao pedido, pratica crime de corrupção passiva privilegiada, nos termos do art. 317,
§2º do CP: Art. 317 (...) § 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de
ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:
E) ERRADA: Não há previsão de punição na forma culposa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
58. (FCC – 2014 – TRF4 – OFICIAL DE JUSTIÇA) Processado por roubo cometido contra
empresa pública federal, Mélvio teve sua prisão preventiva legalmente decretada. Ao ser
regularmente cumprido o respectivo mandado por Oficial de Justiça, Mélvio resistiu com
violência à prisão e, ao final, foi absolvido da imputação de roubo, posto que afinal reconhecida
injusta. Com base somente nesses dados,
(A) inexistiu crime de resistência, qualquer que seja o fundamento técnico da absolvição quanto
ao roubo.
(B) inexistiu crime de resistência, desde que a absolvição seja pela negativa de autoria quanto
ao roubo.
(C) inexistiu crime de resistência, mas responde Mélvio, de qualquer modo, por outro eventual
crime correspondente à violência.
(D) inexistiu o crime de resistência, desde que a absolvição quanto ao roubo tenha afirmado a
inexistência ou o atipicidade do fato respectivo.
(E) caracteriza-se o crime de resistência.
COMENTÁRIOS
Neste caso restou PLENAMENTE caracterizado o delito de resistência, pois o agente, mediante
violência, resistiu ao cumprimento de ato legal por parte de funcionário público. Vejamos:
Resistência Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a
funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: Pena - detenção,
de dois meses a dois anos. O fato de, posteriormente, o acusado ser absolvido da acusação
criminosa (em relação ao delito que gerou o mandado de prisão) não torna ilegal a prisão
realizada e, portanto, não afasta o delito de resistência.
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
59. (FCC – 2013 – TJ-PE – TITULAR NOTARIAL) Desacato implica
a) usurpação.
b) aviltamento.
c) resistência.
d) coação.
e) desobediência.
COMENTÁRIOS
O crime de desacato implica aviltamento ao funcionário público e à própria função pública em
si, não sendo necessário que haja resistência ao cumprimento de ordem, tampouco coação ou
desobediência.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
60. (FCC – 2011 – TCE-SE – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO) O crime de desacato
a) pode ser cometido através de ofensa feita a funcionário público pelo telefone.
b) só se caracteriza se o funcionário, estando no local, ouça ou veja a ofensa que lhe é dirigida,
em razão de suas funções.
c) caracteriza-se mesmo que a ofensa feita ao funcionário público não diga respeito ao exercício
de suas funções.
d) pode ser reconhecido em críticas genéricas dirigidas publicamente a uma instituição.
e) pode ser cometido por escrito, através de carta dirigida ao funcionário público.
COMENTÁRIOS
Para a caracterização do crime de desacato é necessário, conforme doutrina majoritária, que a
conduta seja praticada NA PRESENÇA do funcionário público. Assim, incorretas as
alternativas A e E. A alternativa B é a correta, eis que além de dever ser praticada na presença
do funcionário público, a ofensa deve se relacionar com as funções exercidas pelo funcionário.
As alternativas C e D estão incorretas, eis que as ofensas devem ter relação com as funções
exercidas, não caracterizando o delito meras críticas genéricas a uma Instituição (Ex.: A Polícia
está uma droga, o Ministério Público não faz seu trabalho, etc.).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
61. (FCC – 2011 – TRE-RN – ANALISTA JUDICIÁRIO) Quem se opõe à execução de ato
legal,
mediante ameaça ao funcionário competente para executá-lo, comete crime de
a) resistência.
b) desobediência.
c) desacato.
d) exercício arbitrário das próprias razões.
e) coação no curso do processo.
COMENTÁRIOS
Tal pessoa estará praticando o delito de resistência, nos termos do art. 329 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
62. (FCC – 2010 – TCE-AP – PROCURADOR) NÃO constituem crimes praticados por
particular
contra a administração em geral
a) o desacato e a fraude de concorrência.
b) a condescendência criminosa e a advocacia administrativa.
c) a corrupção ativa e a sonegação de contribuição previdenciária.
d) o tráfico de influência e a resistência.
e) a desobediência e o contrabando.
COMENTÁRIOS
Dentre as alternativas apresentadas, apenas a letra B traz crimes que não constituem “crimes
praticado por particular contra a Administração em geral”, eis que tais delitos são crimes
praticados por FUNCIONÁRIO PÚBLICO contra a administração em geral, nos termos do art.
320 e do art. 321, ambos do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
63. (FCC – 2012 – MPE-PE – TÉCNICO) Quem se opõe à execução de ato legal, mediante
ameaça a quem esteja prestando auxílio ao funcionário público competente para executá-lo,
a) comete crime de desacato.
b) comete crime de desobediência.
c) comete crime de resistência.
d) comete crime de tráfico de influência.
e) não comete crime contra a Administração Pública.
COMENTÁRIOS
Tal pessoa estará praticando o delito de resistência, nos termos do art. 329 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
64. (FCC – 2011 – TRE-PE – ANALISTA JUDICIÁRIO) A conduta de iludir, no todo ou em
parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de
mercadoria tipifica o crime de
a) contrabando.
b) descaminho.
c) peculato.
d) prevaricação.
e) excesso de exação.
COMENTÁRIOS
Tal conduta configura o delito de descaminho, previsto no art. 334 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
65. (FCC – 2013 – MPE-MA – ANALISTA MINISTERIAL) Ana doou um automóvel ao filho
de um fiscal, para que não autuasse sua empresa por fraudes que havia constatado. Anita, oficial
de justiça, exigiu R$ 5.000,00 de José, para não cumprir mandado de prisão que ordenava a sua
prisão. Ângela decorou a casa de um policial para determiná-lo a deixar de investigar delito que
havia praticado. Alice, médica de um posto de saúde, solicitou R$ 1.000,00 para fornecer
atestado falso a pessoa interessada em justificar faltas ao serviço. Amanda, perita judicial,
recebeu R$ 5.000,00 de uma das partes para favorecê-la no laudo pericial que estava
elaborando. O crime de corrupção ativa será imputável somente a
a) Anita, Alice e Amanda.
b) Ana e Ângela.
c) Alice e Amanda.
d) Alice.
e) Ana, Alice e Ângela
COMENTÁRIOS
Somente Ana e Ângela praticaram crime de corrupção ativa, pois concederam vantagem
indevida a funcionário público, a fim de determiná-lo a deixar de praticar ato de ofício, nos
termos do art. 333 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
66. (FCC – 2013 – TRT15 – TÉCNICO) No momento em que um policial, em cumprimento a
mandado judicial, deu voz de prisão a Brutus, seu irmão Paulus interveio e impediu a execução
do ato, agredindo o policial a socos e pontapés, causando-lhe ferimentos leves. Paulus
responderá
a) pelo crime de desobediência.
b) somente pelo crime de lesões corporais leves.
c) somente pelo crime de resistência.
d) pelos crimes de resistência e lesões corporais leves.
e) pelos crimes de desobediência e resistência.
COMENTÁRIOS
Paulus praticou, neste caso, o delito de resistência, nos termos do art. 329 do CP, pois se opôs a
execução de ato legal por parte do funcionário público. Paulus praticou, ainda, o delito de lesões
corporais leves, eis que o delito de resistência não engloba punição pela violência praticada, de
maneira que o agente responde por ambos os delitos em concurso material, nos termos do art.
329, §2º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
67. (FGV – 2015 – PREFEITURA DE PAULÍNIA-SP – ADVOGADO) Tício, Guarda
Municipal, encontrava-se em serviço em frente a determinado prédio público, quando verificou
que José iniciava uma pichação naquele prédio. Em razão disso, ordenou a José que parasse de
imediato e entregasse o material que estava sendo utilizado na pichação. Ocorre que José, para
garantir sua fuga, desferiu chutes na canela do funcionário e, de imediato, empreendeu fuga, não
vindo a ser alcançado.
Considerando apenas as informações narradas, é correto afirmar que a conduta de José no
momento de sua fuga:
a) configura crime de resistência;
b) é atípica, pois estava no seu legítimo direito de tentar fugir;
c) configura crime de desobediência;
d) configura crime de desacato;
e) configura, unicamente, crime de lesão corporal dolosa.
COMENTÁRIOS
Neste caso, a conduta do agente configura o delito de resistência, pois se opôs, mediante
violência, ao ato legal a ser praticado pelo funcionário público (a prisão em flagrante), motivo
pelo qual responderá pelo crime do art. 329 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.