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QUESTÃO 01 - César, na vigência da Lei no 01, foi condenado à pena de dois meses de
detenção, pela prática de determinado delito. A sentença transitou em julgado. Antes do trânsito
em julgado, entrou em vigor a Lei no 02, que aumentou a pena desse crime para três meses de
detenção. Após o trânsito em julgado, entraram em vigor duas outras leis: a Lei no 03, que
reduziu a pena dessa infração penal para um mês de detenção, e a Lei no 04, que aboliu o
referido delito.
Nesse caso,
a) aplica-se a Lei no 02, por ter entrado em vigor antes do trânsito em julgado da sentença.
b) aplica-se a Lei no 03, por ter mantido a incriminação, com redução da pena imposta.
c) aplica-se a Lei no 04, que deixou de incriminar fato que anteriormente era considerado ilícito
penal.
d) aplica-se a pena resultante da média aritmética entre as penas de todas as leis referentes à
mesma infração penal.
e) não se aplica nenhuma das leis novas, que entraram em vigor após o trânsito em julgado da
sentença.
COMENTÁRIOS:
A regra no Direito Penal, como em qualquer ramo do Direito, é a irretroatividade da Lei, ou
seja, a Lei não poder ser aplicada em relação a fatos já ocorridos quando de sua entrada em
vigor. No entanto, a Lei Penal, quando mais favorável, será sempre aplicada em favor do
acusado, ainda que o fato já tenha ocorrido. Vejamos o § único do art. 2º do CP: Art. 2º - (...)
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos
fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) No entanto, no caso concreto, além de uma
lei posterior mais benéfica (lei nº 03), houve a edição de uma lei que aboliu o delito (Lei nº
04), devendo ser aplicada, ainda que o processo já tenha transitado em julgado. Vejamos: Art.
2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando
em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Assim, a Lei a ser aplicada é a lei nº 04, por ter provocado o
fenômeno da abolitio criminis.
Portanto, a alternativa CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 02 – O princípio, segundo o qual se afirmar que o Direito Penal não é o único
controle social formal dotado de recursos coativos, embora seja o que disponha dos
instrumentos mais enérgicos, é reconhecido pela doutrina como princípio da
a) lesividade.
b) intervenção mínima.
c) fragmentariedade.
d) subsidiariedade.
e) proporcionalidade.
COMENTÁRIOS:
O item correto é a letra D. O princípio da subsidiariedade dispõe que o Direito Penal somente
deverá atuar quando todos os demais ramos do Direito forem insuficientes para salvaguardar
o bem jurídico que se pretende tutelar, exatamente por ser o mais enérgico e, portanto, o mais
agressivo ao cidadão.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
COMENTÁRIOS:
O princípio da intervenção mínima propõe que o Direito Penal seja a última ratio, ou seja,
somente deve ser chamado a atuar na tutela do bem jurídico quando for inevitável sua
atuação. Trata-se de decorrência lógica dos princípios da subsidiariedade (Direito Penal deve
possuir atuação subsidiária, ou seja, apenas quando não for possível por outros ramos do
Direito a tutela) e da fragmentariedade (Direito Penal não pode ser usado para a tutela de
quaisquer bens jurídicos, mas apenas aqueles mais relevantes para a sociedade).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 04 – Antônio, quando ainda em vigor o inciso VII, do art. 107, do Código Penal,
que contemplava como causa extintiva da punibilidade o casamento da ofendida com o agente,
posteriormente revogado pela Lei n.º 11.106, publicada no dia 29 de março de 2005, estuprou
Maria, com a qual veio a casar em 30 de setembro de 2005. O juiz, ao proferir a sentença,
julgou extinta a punibilidade de Antônio, em razão do casamento com Maria, fundamentando tal
decisão no dispositivo revogado (art. 107, VII, do Código Penal). Assinale, dentre os princípios
adiante mencionados, em qual deles fundamentou-se tal decisão.
a) Princípio da isonomia.
b) Princípio da proporcionalidade.
c) Princípio da retroatividade da lei penal benéfica.
COMENTÁRIOS:
Neste caso será aplicado o princípio da ULTRATIVIDADE da lei penal benéfica, pois
embora ela tenha sido revogada, por ser mais benéfica ao agente, continua a reger o fato
praticado durante sua vigência, nos termos do art. 5º, XL da CRFB/88: Art. 5º (...) XL – a lei
penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
COMENTÁRIOS:
A CRFB/88 estabelece como crime inafiançável e imprescritível o RACISMO, nos termos do
art. 5º, XLII: Art. 5º (...) XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e
imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 07 – Segundo a Constituição Federal, para que alguém seja considerado culpado é
suficiente.
a) condenação recorrível do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
b) sentença judicial criminal de primeira instância recorrível.
c) decisão unânime do tribunal do júri da qual ainda caiba recurso.
d) denúncia do Ministério Público recebida pelo Poder Judiciário
e) sentença penal condenatória transitada em julgado.
COMENTÁRIOS:
Para que alguém seja considerado culpado é necessário o trânsito em julgado de sentença
penal condenatória, nos termos do art. 5º, LVII da CRFB/88: Art. 5º (...) LVII – ninguém será
considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória; este
dispositivo consagra o princípio da presunção de inocência.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
COMENTÁRIOS:
Nos termos do art. 228 da CRFB/88, são penalmente inimputáveis os menores 18 anos.
Vejamos: Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às
normas da legislação especial. Isso significa que eles não respondem penalmente, estando
sujeitos, porém, às normas específicas, atualmente previstas no Estatuto da Criança e do
Adolescente.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
(A) A imposição da pena privativa de liberdade ao réu e não a seus familiares, que não
praticaram crime, corresponde à aplicação integral do princípio constitucional da
individualização da pena.
(B) A imposição do perdimento de bens aos familiares do condenado acabou por não observar o
princípio constitucional da personalidade ou responsabilidade pessoal.
(C) A extensão dos efeitos da condenação, com a decretação do perdimento de bens, afetando os
familiares do condenado não poderia ocorrer, em virtude da necessidade de se observar o
princípio constitucional da legalidade estrita.
(D) O fato de a pena privativa de liberdade ter atingido apenas a pessoa do condenado com
extensão, aos familiares, da obrigação de reparar o dano, atende integralmente o que prescreve o
princípio constitucional da personalidade ou responsabilidade pessoal.
(E) O princípio da personalidade ou da responsabilidade pessoal é um princípio implícito na
Constituição Federal vigente.
COMENTÁRIOS:
O princípio da personalidade, da responsabilidade pessoal ou da intranscendência da pena
(qualquer destes nomes serve!) está expresso na Constituição Federal. Vejamos: Art. 5º (...)
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o
dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e
contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; Vemos, assim, que a
pena nunca poderá passar da pessoa do apenado e atingir qualquer outra pessoa, inclusive
seus familiares. Contudo, a utilização do patrimônio do infrator (patrimônio este transferido
aos herdeiros) para o cumprimento da decisão de perdimento de bens ou para a reparação do
dano não estão abarcados pela personalidade da pena.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
COMENTÁRIOS:
AFIRMATIVA I - ERRADA: A abolitio criminis faz cessar todos os efeitos penais da
condenação, de forma que Mévio deveria ser solto, pela extinção da punibilidade.
AFIRMATIVA II - CORRETA: A lei penal retroage sempre que for mais benéfica ao réu,
não havendo possibilidade de retroatividade in pejus (para prejudicar o réu).
AFIRMATIVA III - ERRADA: A extinção da punibilidade é automática, não dependendo de
provocação do réu.
AFIRMATIVA IV - CORRETA: De fato, tendo lei nova deixado de considerar o fato como
crime, ocorre a abolitio criminis, prevista no art. 2º, § único do CP.
QUESTÃO 12 - Assinale a alternativa que apresenta o princípio que deve ser atribuído a Claus
Roxin, defensor da tese de que a tipicidade penal exige uma ofensa de gravidade aos bens
jurídicos protegidos.
a) Insignificância.
b) Intervenção mínima.
c) Fragmentariedade.
d) Adequação social.
e) Humanidade.
COMENTÁRIOS:
O princípio que prega que o tipo penal deve exigir uma ofenda grave ao bem jurídico, não se
satisfazendo com uma ofensa irrelevante, é o princípio da insignificância. O princípio tem
origem no Direito Romano, embora tenha sido feita uma releitura, no século XX, pelo Jurista
alemão Claus Roxin.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
COMENTÁRIOS:
a) ERRADA: O princípio da legalidade estabelece que somente Lei formal (reserva legal) e
anterior (anterioridade) ao fato criminoso por estabelecer crimes e cominar penas.
b) CORRETA: Esta é a perfeita definição do princípio da legalidade, englobando seus dois
aspectos (reserva legal e anterioridade).
c) ERRADA: O princípio da legalidade impõe que as normas penais incriminadoras sejam
COMENTÁRIOS:
Como foi aplicado o princípio da insignificância, houve absolvição por atipicidade da
conduta, já que o princípio da insignificância afasta a tipicidade material da conduta, por
ausência de ofensa significativa ao bem jurídico protegido pela norma
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 15 - Henrique, não aceitando o fim do relacionamento, decide matar Paola, sua ex-
namorada. Para tanto, aguardou na rua a saída da vítima do trabalho e, após, deferiu-lhe diversas
facadas na barriga, sendo estas lesões a causa eficiente de sua morte. Foi identificado por
câmeras de segurança, porém, e denunciado pela prática de homicídio consumado. Em relação
ao crime de lesão corporal, é correto afirmar que Henrique não foi denunciado com base no
princípio da:
(A) especialidade;
(B) subsidiariedade expressa;
(C) alternatividade;
(D) subsidiariedade tácita;
(E) consunção.
COMENTÁRIOS:
No caso em tela, o dolo de Henrique era de MATAR. Em assim sendo, Henrique deverá
responder por homicídio consumado. Todas as condutas que são consideradas como “meio”
para alcançar esta finalidade ficam ABSORVIDAS pelo crime de homicídio, pelo princípio
da consunção.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 16 - Carlos, primário e de bons antecedentes, subtraiu, para si, uma mini barra de
chocolate avaliada em R$ 2,50 (dois reais e cinquenta centavos). Denunciado pela prática do
crime de furto, o defensor público em atuação, em sede de defesa prévia, requereu a absolvição
sumária de Carlos com base no princípio da insignificância. De acordo com a jurisprudência dos
Tribunais Superiores, o princípio da insignificância:
a) funciona como causa supralegal de exclusão de ilicitude;
b) afasta a tipicidade do fato;
c) funciona como causa supralegal de exclusão da culpabilidade;
d) não pode ser adotado, por não ser previsto em nosso ordenamento jurídico;
e) funciona como causa legal de exclusão da culpabilidade.
COMENTÁRIOS:
O princípio da insignificância atua excluindo a tipicidade material da conduta, por ausência
de lesão significativa ao bem jurídico tutelado pela norma penal. Assim, o princípio da
insignificância afasta a tipicidade (material) da conduta.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 17 - Pedro Paulo, primário e de bons antecedentes, foi denunciado pelo crime de
descaminho (Art. 334, caput, do Código Penal), pelo transporte de mercadorias procedentes do
Paraguai e desacompanhadas de documentação comprobatória de sua importação regular, no
valor de R$ 3.500,00, conforme atestam o Auto de Infração e o Termo de Apreensão e Guarda
Fiscal, bem como o Laudo de Exame Mereológico, elaborado pelo Instituo Nacional de
Criminalística. Em defesa de Pedro Paulo, segundo entendimento dos Tribunais Superiores, é
possível alegar a aplicação do
a) princípio da proporcionalidade.
b) princípio da culpabilidade.
c) princípio da adequação social.
d) princípio da insignificância ou da bagatela.
COMENTÁRIOS:
Tratando-se de crime de descaminho, e sendo o valor de apenas R$ 3.500,00, deve ser
aplicado o princípio da insignificância, nos termos do entendimento pacífico do STF e do STJ
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 18 - O Presidente da República, diante da nova onda de protestos, decide, por meio
de medida provisória, criar um novo tipo penal para coibir os atos de vandalismo. A medida
provisória foi convertida em lei, sem impugnações. Com base nos dados fornecidos, assinale a
opção correta.
a) Não há ofensa ao princípio da reserva legal na criação de tipos penais por meio de medida
provisória, quando convertida em lei.
b) Não há ofensa ao princípio da reserva legal na criação de tipos penais por meio de medida
provisória, pois houve avaliação prévia do Congresso Nacional.
c) Há ofensa ao princípio da reserva legal, pois não é possível a criação de tipos penais por meio
de medida provisória.
d) Há ofensa ao princípio da reserva legal, pois não cabe ao Presidente da República a iniciativa
de lei em matéria penal.
COMENTÁRIOS:
Há, aqui, ofensa ao subprincípio da reserva legal (um dos subprincípios do princípio da
EGALIDADE), pois em matéria penal somente LEI EM SENTIDO ESTRITO (Diploma
legal emanado do Poder Legislativo) pode criar tipos penais, não podendo haver a criação de
tipo penal por meio de decretos, medidas provisórias, etc.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
COMENTÁRIOS:
I - ERRADA: A discussão doutrinária e jurisprudencial acerca da possibilidade, ou não, de
decretação da liberdade provisória não guarda relação com o princípio da presunção de
inocência de uma maneira direta, mas apenas reflexamente. A afirmativa está errada pois,
ainda que fosse eminentemente proibida a liberdade provisória nestes casos, a existência de
prisões processuais e natureza cautelar não ofende o princípio da presunção de inocência,
pois o acusado não passa a ser considerado culpado, eis que não se cuida de prisão-pena
(derivada de condenação), mas de prisão-não pena, que é modalidade de prisão que visa a um
fim não punitivo, mas cautelar, de forma a assegurar a aplicação da lei penal, a instrução do
processo, etc.
I - CORRETA: O uso indiscriminado de algemas pode levar à violação do princípio da
presunção de inocência, notadamente nos crimes de competência do Tribunal do Júri, eis que
nessa hipótese a decisão é proferida por pessoas leigas, que poderiam ser influenciadas pela
associação da imagem do indivíduo algemado à sua culpa (que pode ou não estar presente).
Nesse sentido, o Supremo Tribunal Federal editou a Súmula Vinculante nº 11 “Só é lícito o
uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à
integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a
excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente
ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da
responsabilidade civil do Estado”.
III - CORRETA: Como vimos, um dos desdobramentos práticos do princípio da presunção de
inocência é o benefício da dúvida que labora em favor do réu, pois cabe à acusação provar
que acusado cometeu, de fato, o ato criminoso, pois somente prova cabal dessa autoria é que
pode ilidir a presunção de não-culpabilidade do réu.
V - ERRADA: Conforme passado durante a aula, a existência de prisões de natureza cautelar
não ofende, de maneira nenhuma, o princípio da presunção de inocência, por não se basearem
em uma suposta culpa do acusado, mas na necessidade de mantê-lo custodiado em razão da
COMENTÁRIOS:
O princípio da anterioridade da lei penal prevê que lei incriminadora só pode atingir fatos
praticados antes de sua vigência, por uma questão de lógica e de homenagem ao princípio da
segurança jurídica. Assim, os brocardos nullum crimen sine lege, nulla poena sine lege,
traduzem a necessidade de que a descrição do fato como crime bem como a previsão de pena,
devem ser anteriores a ele. Além disso, tanto a Constituição como o Código Penal
estabelecem a abolitio criminis , que é a hipótese de surgimento de uma lei que estabelece
não ser mais crime determinado fato. Essa lei nova abolitiva retroagirá, pois milita em
benefício do réu. Com relação vedação da retroatividade da lei, quando estivermos diante de
lei que cria fato típico, ou agrava a situação do réu, essa lei não retroagirá, nem mesmo em
relação aos crimes hediondos, que também devem respeitar o princípio da anterioridade da lei
penal.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
COMENTÁRIOS:
a) ERRADA: A lei penal que for mais favorável ao réu deverá retroagir (ser aplicada a fatos
cometidos anteriormente à sua vigência), nos termos do art. 5°, XL da Constituição: XL - a
lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; b) ERRADA: O crime de racismo é
crime, previsto no art. 5°, XLII da Constituição, e pode ser cometido contra qualquer pessoa:
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito pena de
reclusão, nos termos da lei; c) ERRADA: Os presos têm direito tanto à integridade física
quanto à integridade moral, conforme Art. XLIX: XLIX - é assegurado aos presos o respeito
à integridade física e moral; d) CORRETA: A pena de trabalhos forçados, como vimos, é
vedada expressamente pela Constituição, sendo vedado ao legislador ordinário instituí-la,
pois se trata de cláusula pétrea da Constituição (imutável). Nos termos do art. 5°, XLVII, c da
Constituição: XLVII - não haverá penas: (...) c) de trabalhos forçados; e) ERRADA: Como
vimos, em razão do princípio da intranscendência da pena, que veda a aplicação da pena à
pessoa diversa daquela que cometeu o crime e que fora condenada, os sucessores do
condenado não podem cumprir pena privativa de liberdade por este, embora a obrigação de
reparar o dano e os reflexos patrimoniais da condenação, até o limite do patrimônio
transferido pelo falecido aos herdeiros, nos termos do art. 5°, XLV da Constituição: XLV –
nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a
decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra
eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
COMENTÁRIOS:
As leis chamadas de “intermitentes” (temporárias e excepcionais) são leis que produzem
efeitos também após sua revogação, dado o seu caráter meramente temporário. Se assim não
o fosse, todos os crimes praticados sob a égide destas leis ficariam impunes, pois deveriam
ser julgados, o acusado ser condenado e cumprir integralmente a pena ainda durante a
vigência da lei, o que é um absurdo. Assim, como vimos na aula, a lei excepcional é ultra
ativa, aplicando-se aos fatos praticados durante a sua vigência (não após esta), mesmo que
venha a, posteriormente, ser revogada (até porque isso necessariamente irá acontecer). Não
há, nesses casos, abolitio criminis .
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
COMENTÁRIOS:
Conforme estudamos, o princípio da anterioridade determina que a lei incriminadora deva
ser, necessariamente, anterior ao crime. Além disso, a lei penal que agrava a situação do réu,
de qualquer forma, também deve ser anterior ao crime. Disto resulta o princípio da
irretroatividade da lei penal, previsto no art. 5°, XL da Constituição Federal. Essa regra só é
excepcionada pela possibilidade de retroatividade da lei penal caso está seja mais benéfica ao
réu, seja porque não mais considera o fato como crime, seja porque prevê consequências
menos gravosas para estes fatos. Os crimes hediondos (principalmente, aliás) também devem
respeitar o princípio da anterioridade da lei penal. No entanto, a lei penal nova mais benéfica
não retroage para alcançar fatos praticados quando da vigência de uma lei temporária, pois
esta continua a produzir efeitos mesmo após sua revogação, pois, por sua própria natureza, a
sua revogação não é sinônimo de alteração do pensamento do legislador acerca da
necessidade de se criminalizar ou não a conduta, mas decorrência natural da cessação de uma
determinada situação temporária, nos termos do art. 3° do CP.
Assim, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 24 - Não há crime sem lesão efetiva ou ameaça concreta ao bem jurídico tutelado.
Tal enunciado refere-se ao princípio da
A) proporcionalidade.
B) intervenção mínima.
C) ofensividade.
D) bagatela imprópria.
E) alteridade.
COMENTÁRIOS:
O princípio da ofensividade estabelece que não basta que o fato seja formalmente típico
(tenha previsão legal como crime) para que possa ser considerado crime. É necessário que
este fato ofenda (por meio de uma lesão ou exposição a risco de lesão), de maneira grave, o
bem jurídico pretensamente protegido pela norma penal. Assim, condutas que não são
capazes de afetar o bem jurídico são desprovidas de ofensividade e, portanto, não podem ser
consideradas criminosas.
GABARITO: Letra C
COMENTÁRIOS:
O princípio citado pelo enunciado é o princípio da insignificância, pois neste caso, apesar de
haver tipicidade formal (previsão de que a conduta configura crime), não há tipicidade
formal, por ausência de ofensa relevante ao bem jurídico penalmente protegido pela norma
(insignificância penal da conduta).
GABARITO: Letra D
COMENTÁRIOS:
O enunciado da questão trata do princípio da proporcionalidade, ao estabelecer que a maior
ou menor relevância de um determinado bem jurídico irá determinar o nível de intervenção
do direito penal: quanto mais valioso o bem jurídico, como regra, maior a necessidade de
tutela penal, de maneira firme; quanto menos valioso o bem jurídico, menor será a
necessidade de intervenção penal.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
COMENTÁRIOS:
O princípio da intervenção penal mínima, ou ultima ratio, está relacionado à necessidade de
que o Direito Penal intervenha na vida em sociedade apenas quando isto for extremamente
necessário e apenas para proteger bens jurídicos relevantes, na hipótese de não ser possível
tal proteção pelos demais ramos do Direito. Ou seja: o direito penal não deve ser a primeira
opção, e sim a última. Isto posto, podemos perceber que há uma relação direta entre
intervenção penal mínima e os princípios da fragmentariedade (Direito penal só deve proteger
os bens mais relevantes) e subsidiariedade (Direito penal só deve intervir quando não for
possível a proteção do bem jurídico pelas demais formas de controle social).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
COMENTÁRIOS:
Tal afirmação se amolda à descrição do princípio da fragmentariedade do Direito Penal. O
princípio da fragmentariedade do Direito Penal está relacionado à IMPORTÂNCIA do bem
jurídico para a sociedade. Ou seja, o Direito Penal só poderá tutelar aqueles bens jurídicos
especialmente relevantes, cabendo aos demais ramos do Direito a tutela daqueles bens que
não sejam dotados de tamanha importância social. Além disso, pelo caráter SUBSIDIÁRIO
do Direito Penal, ele só deve tutelar esses bens jurídicos extremamente relevantes quando não
for possível aos demais ramos do Direito exercer esta tarefa, já que o Direito Penal é um
instrumento extremamente invasivo.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
COMENTÁRIOS:
Em tese, Pedro teria de responder pelo delito de furto, previsto no art. 155 do CP. Contudo,
existe um tipo penal ESPECÍFICO, ESPECIAL, que é o do art. 312, §1º do CP (peculato-
furto). Neste caso, por existir um tipo penal específico para o caso, aplica-se este tipo penal
específico, pelo princípio da ESPECIALIDADE.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
COMENTÁRIOS:
Tais previsões são decorrências lógicas do princípio da humanidade, que não se restringe à
vedação a determinados tipos de penas (humanidade das penas), mas se aplica a todo o
sistema penal e processual penal.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
COMENTÁRIOS:
Dentre os princípios elencados pela questão, apenas o princípio da proporcionalidade não está
expressamente previsto na Constituição Federal, embora possa ser extraído de forma
implícita. Os demais encontram previsão no art. 5º, caput e incisos XLVI, XLV e art. 1º, III
da Constituição.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 32 - A terrível humilhação por que passam familiares de presos ao visitarem seus
parentes encarcerados consiste na obrigação de ficarem nus, de agacharem diante de espelhos e
mostrarem seus órgãos genitais para agentes públicos. A maioria que sofre esses procedimentos
é de mães, esposas e filhos de presos. Até mesmo idosos, crianças e bebês são submetidos ao
vexame. É princípio de direito penal que a pena não ultrapasse a pessoa do condenado". (DIAS,
José Carlos. "O fim das revistas vexatórias". In: Folha de São Paulo. São Paulo: 25 de julho de
2014, 1º caderno, seção Tendências e Debates, p. A-3) Além da ideia de dignidade humana, por
esse trecho o inconformismo do autor, recentemente publicado na imprensa brasileira, sustenta-
se mais diretamente também no postulado constitucional da:
a) individualização.
b) fragmentariedade.
c) pessoalidade.
d) presunção de inocência.
e) legalidade.
COMENTÁRIOS:
O texto do autor está relacionado ao princípio da PERSONALIDADE da pena, ou da
PESSOALIDADE DA PENA (Ou, ainda, INTRANSCENDÊNCIA da pena), segundo o qual
a pena não passará da pessoa do apenado. É claro que, pelo relato do texto, a pena em si não
está sendo aplicada aos familiares. Contudo, embora quem cumpra pena seja o infrator, é
aplicada aos seus familiares toda uma situação de flagelo e humilhação, como se o sofrimento
excessivo fosse deliberadamente imposto aos parentes do infrator. Além disso, o texto é claro
ao final ao dizer: “É princípio de direito penal que a pena não ultrapasse a pessoa do
condenado”, o que evidencia a relação com o princípio da pessoalidade da pena.
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 33 - Dispõe o artigo 1º do Código Penal: "Não há crime sem lei anterior que o
defina. Não há pena sem prévia cominação legal". Tal dispositivo legal consagra o princípio da
a) ampla defesa. b) legalidade.
c) presunção de inocência.
d) dignidade.
e) isonomia.
COMENTÁRIOS:
a) ERRADA: Trata-se de descrição do princípio legal e também constitucional da legalidade,
COMENTÁRIOS:
a) ERRADA: A culpabilidade está afeta a aspectos subjetivos do indivíduo, e não ao fato
criminoso em si, à conduta prevista na lei. Veremos mais sobre isso na aula própria;
b) CORRETA: A tipicidade é a previsão de uma determinada conduta como crime. Assim,
quando se faz a subsunção de uma norma penal incriminadora a uma conduta ocorrida no
mundo físico, diz-se que se está a fazer o Juízo de tipicidade da conduta, a fim de se verificar
se sobre ela recai previsão legal incriminadora. Portanto, a alternativa está correta;
c) ERRADA: A punibilidade é a existência de um Poder conferido ao Estado para aplicar a
sanção penal no caso concreto. Deriva da conjugação de dois fatores: legal e fático. Não basta
a previsão legal, pois deve haver a prática de uma conduta que nela se enquadre para que
COMENTÁRIOS:
O princípio da insignificância afasta a configuração da tipicidade material, ou seja, a conduta,
embora FORMALMENTE seja típica (adequada perfeitamente ao tipo penal), não é capaz de
ofender minimamente o bem jurídico que se busca tutelar.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
COMENTÁRIOS:
A competência para o processo e julgamento dos crimes dolosos contra a vida pertence ao
Tribunal do Júri, por expressa previsão constitucional contida no art. 5º, XXXVIII, d, da
CRFB/88: Art. 5º (...) XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que
lhe der a lei, assegurados: (...) d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra
a vida;
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 38 - O Artigo 5º, Inciso XL da Constituição da República prevê que “a lei penal não
retroagirá, salvo para beneficiar o réu”. Tal dispositivo constitucional refere-se ao princípio da:
a) individualização da pena.
b) legalidade estrita
c) retroatividade benéfica da lei penal.
d) irretroatividade total da lei penal.
e) aplicação imediata da lei processual penal.
COMENTÁRIOS:
Tal dispositivo constitucional consagra o princípio da irretroatividade da lei penal mais
gravosa, ou, por outro lado, da retroatividade da lei penal mais benéfica.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
COMENTÁRIOS:
A fragmentariedade estabelece que, embora existam diversos bens jurídicos dignos de
proteção pelo Estado, nem todos serão tutelados pelo Direito Penal, mas somente aqueles
mais relevantes. Assim, ela relativiza a função de proteção de bens jurídicos atribuída à lei
penal.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 40 - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação
legal. O primeiro artigo do Código Penal refere-se a qual dos princípios regentes do Direito
Penal?
A) Fragmentariedade.
B) Adequação social.
C) Consunção.
D) Legalidade.
E) Especialidade.
COMENTÁRIOS:
O art. 1º do CP, retratado no enunciado da questão (“Não há crime sem lei anterior que o
defina. Não há pena sem prévia cominação legal.”), estabelece o princípio da legalidade, em
suas duas ramificações, tanto o da reserva legal (“sei LEI que o defina”) quanto o da
anterioridade (“Sem lei ANTERIOR...”).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
COMENTÁRIOS:
Como foi aplicado o princípio da insignificância, houve absolvição por atipicidade da
conduta, já que o princípio da insignificância afasta a tipicidade material da conduta, por
ausência de ofensa significativa ao bem jurídico protegido pela norma.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 42 - Henrique, não aceitando o fim do relacionamento, decide matar Paola, sua ex-
namorada. Para tanto, aguardou na rua a saída da vítima do trabalho e, após, deferiu-lhe diversas
facadas na barriga, sendo estas lesões a causa eficiente de sua morte. Foi identificado por
câmeras de segurança, porém, e denunciado pela prática de homicídio consumado. Em relação
ao crime de lesão corporal, é correto afirmar que Henrique não foi denunciado com base no
princípio da:
(A) especialidade;
(B) subsidiariedade expressa;
(C) alternatividade;
(D) subsidiariedade tácita;
(E) consunção.
COMENTÁRIOS:
No caso em tela, o dolo de Henrique era de MATAR. Em assim sendo, Henrique deverá
responder por homicídio consumado. Todas as condutas que são consideradas como “meio”
para alcançar esta finalidade ficam ABSORVIDAS pelo crime de homicídio, pelo princípio
da consunção.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 43 - Carlos, primário e de bons antecedentes, subtraiu, para si, uma mini barra de
chocolate avaliada em R$ 2,50 (dois reais e cinquenta centavos).Denunciado pela prática do
crime de furto, o defensor público em atuação, em sede de defesa prévia, requereu a absolvição
sumária de Carlos com base no princípio da insignificância. De acordo com a jurisprudência dos
Tribunais Superiores, o princípio da insignificância:
a) funciona como causa supralegal de exclusão de ilicitude;
b) afasta a tipicidade do fato;
c) funciona como causa supralegal de exclusão da culpabilidade;
d) não pode ser adotado, por não ser previsto em nosso ordenamento jurídico;
e) funciona como causa legal de exclusão da culpabilidade.
COMENTÁRIOS:
O princípio da insignificância atua excluindo a tipicidade material da conduta, por ausência
de lesão significativa ao bem jurídico tutelado pela norma penal. Assim, o princípio da
insignificância afasta a tipicidade (material) da conduta.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 44 - Pedro Paulo, primário e de bons antecedentes, foi denunciado pelo crime de
descaminho (Art. 334, caput, do Código Penal), pelo transporte de mercadorias procedentes do
Paraguai e desacompanhadas de documentação comprobatória de sua importação regular, no
valor de R$ 3.500,00, conforme atestam o Auto de Infração e o Termo de Apreensão e Guarda
Fiscal, bem como o Laudo de Exame Merceológico, elaborado pelo Instituo Nacional de
Criminalística. Em defesa de Pedro Paulo, segundo entendimento dos Tribunais Superiores, é
possível alegar a aplicação do
a) princípio da proporcionalidade.
b) princípio da culpabilidade.
c) princípio da adequação social.
d) princípio da insignificância ou da bagatela.
COMENTÁRIOS:
Tratando-se de crime de descaminho, e sendo o valor de apenas R$ 3.500,00, deve ser
aplicado o princípio da insignificância, nos termos do entendimento pacífico do STF e do
STJ.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 45 - O Presidente da República, diante da nova onda de protestos, decide, por meio
de medida provisória, criar um tipo penal para coibir os atos de vandalismo. A medida
provisória foi convertida em lei, sem impugnações. Com base nos dados fornecidos, assinale a
opção correta.
a) Não há ofensa ao princípio da reserva legal na criação de tipos penais por meio de medida
provisória, quando convertida em lei.
b) Não há ofensa ao princípio da reserva legal na criação de tipos penais por meio de medida
provisória, pois houve avaliação prévia do Congresso Nacional.
c) Há ofensa ao princípio da reserva legal, pois não é possível a criação de tipos penais por meio
de medida provisória.
d) Há ofensa ao princípio da reserva legal, pois não cabe ao Presidente da República a iniciativa
de lei em matéria penal.
COMENTÁRIOS:
Há, aqui, ofensa ao subprincípio da reserva legal (um dos subprincípios do princípio da
LEGALIDADE), pois em matéria penal somente LEI EM SENTIDO ESTRITO (Diploma
legal emanado do Poder Legislativo) pode criar tipos penais, não podendo haver a criação de
tipo penal por meio de decretos, medidas provisórias, etc.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
COMENTÁRIOS:
I - ERRADA: A discussão doutrinária e jurisprudencial acerca da possibilidade, ou não, de
decretação da liberdade provisória não guarda relação com o princípio da presunção de
inocência e uma maneira direta, mas apenas reflexamente. A afirmativa está errada pois,
ainda que fosse terminantemente proibida a liberdade provisória nestes casos, a existência de
prisões processuais de natureza cautelar não ofende o princípio da presunção de inocência,
pois o acusado não passa a ser considerado culpado, eis que não se cuida de prisão-pena
(derivada de condenação), mas de prisão-não pena, que é modalidade de prisão que visa a um
fim não punitivo, mas cautelar, de forma a assegurar a aplicação da lei penal, a instrução do
processo, etc.
II - CORRETA: O uso indiscriminado de algemas pode levar à violação do princípio da
presunção de inocência, notadamente nos crimes de competência do Tribunal do Júri, eis que
nessa hipótese a decisão é proferida por pessoas leigas, que poderiam ser influenciadas pela
associação da imagem do indivíduo algemado à sua culpa (que pode ou não estar presente).
Nesse sentido, o Supremo Tribunal Federal editou a Súmula Vinculante nº 11 “Só é lícito o
uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à
integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a
excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente
ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da
responsabilidade civil do Estado”.
III - CORRETA: Como vimos, um dos desdobramentos práticos do princípio da presunção de
inocência é o benefício da dúvida que labora em favor do réu, pois cabe à acusação provar
que acusado cometeu, de fato, o ato criminoso, pois somente prova cabal dessa autoria é que
pode ilidir a presunção de não-culpabilidade do réu.
IV - ERRADA: Conforme passado durante a aula, a existência de prisões de natureza cautelar
não ofende, de maneira nenhuma, o princípio da presunção de inocência, por não se basearem
em uma suposta culpa do acusado, mas na necessidade de mantê-lo custodiado em razão da
possibilidade de restar frustrada a instrução processual, a aplicação da lei penal, etc.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
COMENTÁRIOS:
O princípio da anterioridade da lei penal prevê que a lei incriminadora só pode atingir fatos
praticados antes de sua vigência, por uma questão de lógica e de homenagem ao princípio da
segurança jurídica. Assim, os brocardos nullum crimen sine lege, nulla poena sine lege,
traduzem a necessidade de que a descrição do fato como crime bem como a previsão de pena,
devem ser anteriores a ele. Além disso, tanto a Constituição como o Código Penal
estabelecem a abolitio criminis , que é a hipótese de surgimento de uma lei que estabelece
não ser mais crime determinado fato. Essa lei nova abolitiva retroagirá, pois milita em
benefício do réu. Com relação à vedação da retroatividade da lei, quando estivermos diante
de lei que cria fato típico, ou agrava a situação do réu, essa lei não retroagirá, nem mesmo em
relação aos crimes hediondos, que também devem respeitar o princípio da anterioridade da lei
penal.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
COMENTÁRIOS:
a) ERRADA: A lei penal que for mais favorável ao réu deverá retroagir (ser aplicada a fatos
cometidos anteriormente à sua vigência), nos termos do art. 5°, XL da Constituição: XL - a
lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
b) ERRADA: O crime de racismo é crime, previsto no art. 5°, XLII da Constituição, e pode
ser cometido contra qualquer pessoa: XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável
e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
c) ERRADA: Os presos têm direito tanto à integridade física quanto à integridade moral,
conforme art. XLIX: XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
d) CORRETA: A pena de trabalhos forçados, como vimos, é vedada expressamente pela
Constituição, sendo vedado ao legislador ordinário instituí-la, pois se trata de cláusula pétrea
da Constituição (imutável). Nos termos do art. 5°, XLVII, c da Constituição: XLVII - não
haverá penas: (...) c) de trabalhos forçados;
e) ERRADA: Como vimos, em razão do princípio da intranscendência da pena, que veda a
aplicação da pena à pessoa diversa daquela que cometeu o crime e que fora condenada, os
sucessores do condenado não podem cumprir pena privativa de liberdade por este, embora a
obrigação de reparar o dano e os reflexos patrimoniais da condenação, até o limite do
patrimônio transferido pelo falecido aos herdeiros, nos termos do art. 5°, XLV da
Constituição: XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de
reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos
sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
(B) Todos aqueles que praticaram o crime durante a vigência da lei temporária poderão ser
processados, mesmo depois de expirado seu prazo de vigência.
(C) Cessada a vigência da lei temporária, consideram-se prescritos os crimes praticados durante
sua vigência.
(D) O princípio da ultra atividade da lei penal permite que todos aqueles que pratiquem o crime
no intervalo de três anos a partir do fim do prazo de vigência da lei temporária sejam
processados criminalmente.
(E) Terminado o prazo de vigência da lei temporária, ocorrerá a abolitio criminis, libertando-se
os que estiverem presos em razão da prática do crime previsto nessa lei.
COMENTÁRIOS:
As leis chamadas de “intermitentes” (temporárias e excepcionais) são leis que produzem
efeitos também após sua revogação, dado o seu caráter meramente temporário. Se assim não
o fosse, todos os crimes praticados sob a égide destas leis ficariam impunes, pois deveriam
ser julgados, o acusado ser condenado e cumprir integralmente a pena ainda durante a
vigência da lei, o que é um absurdo. Assim, como vimos na aula, a lei excepcional é ultra
ativa, aplicando-se aos fatos praticados durante a sua vigência (não após esta), mesmo que
venha a, posteriormente, ser revogada (até porque isso necessariamente irá acontecer). Não
há, nesses casos, abolitio criminis .
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
COMENTÁRIOS:
Conforme estudamos, o princípio da anterioridade determina que a lei incriminadora deva
ser, necessariamente, anterior ao crime. Além disso, a lei penal que agrava a situação do réu,
de qualquer forma, também deve ser anterior ao crime. Disto resulta o princípio da
irretroatividade da lei penal, previsto no art. 5°, XL da Constituição Federal. Essa regra só é
excepcionada pela possibilidade de retroatividade da lei penal caso está seja mais benéfica ao
réu, seja porque não mais considera o fato como crime, seja porque prevê consequências
menos gravosas para estes fatos. Os crimes hediondos (principalmente, aliás) também devem
respeitar o princípio da anterioridade da lei penal. No entanto, a lei penal nova mais benéfica
não retroage para alcançar fatos praticados quando da vigência de uma lei temporária, pois
esta continua a produzir efeitos mesmo após sua revogação, pois, por sua própria natureza, a
sua revogação não é sinônimo de alteração do pensamento do legislador acerca da
necessidade de se criminalizar ou não a conduta, mas decorrência natural da cessação de uma
determinada situação temporária, nos termos do art. 3° do CP.
Assim, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 51 - Não há crime sem lesão efetiva ou ameaça concreta ao bem jurídico tutelado.
Tal enunciado refere-se ao princípio da
A) proporcionalidade.
B) intervenção mínima.
C) ofensividade.
D) bagatela imprópria.
E) alteridade.
COMENTÁRIOS:
O princípio da ofensividade estabelece que não basta que o fato seja formalmente típico
(tenha previsão legal como crime) para que possa ser considerado crime. É necessário que
este fato ofenda (por meio de uma lesão ou exposição a risco de lesão), de maneira grave, o
bem jurídico pretensamente protegido pela norma penal. Assim, condutas que não são
capazes de afetar o bem jurídico são desprovidas de ofensividade e, portanto, não podem ser
consideradas criminosas .
GABARITO: Letra C
COMENTÁRIOS:
O princípio citado pelo enunciado é o princípio da insignificância, pois neste caso, apesar de
haver tipicidade formal (previsão de que a conduta configura crime), não há tipicidade
formal, por ausência de ofensa relevante ao bem jurídico penalmente protegido pela norma
(insignificância penal da conduta).
GABARITO: Letra D
COMENTÁRIOS:
O enunciado da questão trata do princípio da proporcionalidade, ao estabelecer que a maior
ou menor relevância de um determinado bem jurídico irá determinar o nível de intervenção
do direito penal: quanto mais valioso o bem jurídico, como regra, maior a necessidade de
tutela penal, de maneira firme; quanto menos valioso o bem jurídico, menor será a
necessidade de intervenção penal.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
COMENTÁRIOS:
O princípio da intervenção penal mínima, ou ultima ratio, está relacionado à necessidade de
que o Direito Penal intervenha na vida em sociedade apenas quando isto for extremamente
necessário e apenas para proteger bens jurídicos relevantes, na hipótese de não ser possível
tal proteção pelos demais ramos do Direito. Ou seja: o direito penal não deve ser a primeira
opção, e sim a última. Isto posto, podemos perceber que há uma relação direta entre
intervenção penal mínima e os princípios da fragmentariedade (Direito penal só deve proteger
os bens mais relevantes) e subsidiariedade (Direito penal só deve intervir quando não for
possível a proteção do bem jurídico pelas demais formas de controle social).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
COMENTÁRIOS:
Tal afirmação se amolda à descrição do princípio da fragmentariedade do Direito Penal. O
princípio da fragmentariedade do Direito Penal está relacionado à IMPORTÂNCIA do bem
jurídico para a sociedade. Ou seja, o Direito Penal só poderá tutelar aqueles bens jurídicos
especialmente relevantes, cabendo aos demais ramos do Direito a tutela daqueles bens que
não sejam dotados de tamanha importância social. Além disso, pelo caráter SUBSIDIÁRIO
do Direito Penal, ele só deve tutelar esses bens jurídicos extremamente relevantes quando não
for possível aos demais ramos do Direito exercer esta tarefa, já que o Direito Penal é um
instrumento extremamente invasivo.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
COMENTÁRIOS:
Em tese, Pedro teria de responder pelo delito de furto, previsto no art. 155 do CP. Contudo,
existe um tipo penal ESPECÍFICO, ESPECIAL, que é o do art. 312, §1º do CP (peculato-
furto). Neste caso, por existir um tipo penal específico para o caso, aplica-se este tipo penal
específico, pelo princípio da ESPECIALIDADE.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
COMENTÁRIOS:
Tais previsões são decorrências lógicas do princípio da humanidade, que não se restringe à
vedação a determinados tipos de penas (humanidade das penas), mas se aplica a todo o
sistema penal e processual penal.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
COMENTÁRIOS:
Dentre os princípios elencados pela questão, apenas o princípio da proporcionalidade não está
expressamente previsto na Constituição Federal, embora possa ser extraído de forma
implícita. Os demais encontram previsão no art. 5º, caput e incisos XLVI, XLV e art. 1º, III
da Constituição.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 59 - "A terrível humilhação por que passam familiares de pre-sos ao visitarem seus
parentes encarcerados consiste na obrigação de ficarem nus, de agacharem diante de espelhos e
mostrarem seus órgãos genitais para agentes públicos. A maioria que sofre esses procedimentos
é de mães, esposas e filhos de presos. Até mesmo idosos, crianças e bebês são submetidos ao
vexame. É princípio de direito penal que a pena não ultrapasse a pessoa do condenado". (DIAS,
José Carlos. "O fim das revistas vexatórias". In: Folha de São Paulo. São Paulo: 25 de julho de
2014, 1º caderno, seção Tendências e Debates, p. A-3) Além da ideia de dignidade humana, por
esse trecho o inconformismo do autor, recentemente publicado na imprensa brasileira, sustenta-
se mais diretamente também no postulado constitucional da
a) individualização.
b) fragmentariedade.
c) pessoalidade.
d) presunção de inocência.
e) legalidade.
COMENTÁRIOS:
O texto do autor está relacionado ao princípio da PERSONALIDADE da pena, ou da
PESSOALIDADE DA PENA (Ou, ainda, INTRANSCENDÊNCIA da pena), segundo o qual
a pena não passará da pessoa do apenado . É claro que, pelo relato do texto, a pena em si não
está sendo aplicada aos familiares. Contudo, embora quem cumpra pena seja o infrator, é
aplicada aos seus familiares toda uma situação de flagelo e humilhação, como se o sofrimento
excessivo fosse deliberadamente imposto aos parentes do infrator. Além disso, o texto é claro
ao final ao dizer: “É princípio de direito penal que a pena não ultrapasse a pessoa do
condenado”, o que evidencia a relação com o princípio da pessoalidade da pena.
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 60 Dispõe o artigo 1º do Código Penal: "Não há crime sem lei anterior que o defina.
Não há pena sem prévia cominação legal". Tal dispositivo legal consagra o princípio da
a) ampla defesa
b) legalidade.
c) presunção de inocência.
d) dignidade.
e) isonomia.
COMENTÁRIOS:
a) ERRADA: Trata-se de descrição do princípio legal e também constitucional da legalidade,
que, conforme se extrai da própria redação do artigo, divide-se em Princípio da anterioridade
e da Reserva Legal, na medida em que a norma penal incriminadora deve ser prévia e
prevista em Lei em sentido estrito (decorrente de ato do Poder Legislativo que obedeça ao
processo legislativo previsto na Constituição, não servindo MP ou Decreto);
b) CORRETA: Como disse, trata-se de descrição do princípio legal e também constitucional
da legalidade, que, conforme se extrai da própria redação do artigo, divide-se em Princípio da
anterioridade e da Reserva Legal, na medida em que a norma penal incriminadora deve ser
prévia e prevista em Lei em sentido estrito (decorrente de ato do Poder Legislativo que
obedeça ao processo legislativo previsto na Constituição, não servindo MP ou Decreto);
c) ERRADA: A presunção de inocência está ligada à impossibilidade de se considerar
culpado o indivíduo que não possui contra si sentença penal condenatória transitada em
julgado;
d) ERRADA: O princípio da dignidade não está relacionado à descrição do enunciado da
questão, estando previsto no art. 1°, III da CRFB/88;
e) ERRADA: O princípio constitucional da isonomia determina que todos são iguais perante
a lei, sem que possa ser legítima qualquer distinção arbitrária (que não se fundamente na
necessidade de equalizar distorção fática existente).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
b) tipicidade.
c) punibilidade.
d) ilicitude.
e) imputabilidade.
COMENTÁRIOS:
a) ERRADA: A culpabilidade está afeta a aspectos subjetivos do indivíduo, e não ao fato
criminoso em si, à conduta prevista na lei. Veremos mais sobre isso na aula própria; b)
CORRETA: A tipicidade é a previsão de uma determinada conduta como crime. Assim,
quando se faz a subsunção de uma norma penal incriminadora a uma conduta ocorrida no
mundo físico, diz-se que se está a fazer o Juízo de tipicidade da conduta, a fim de se verificar
se sobre ela recai previsão legal incriminadora. Portanto, a alternativa está correta; c)
ERRADA: A punibilidade é a existência de um Poder conferido ao Estado para aplicar a
sanção penal no caso concreto. Deriva da conjugação de dois fatores: legal e fático. Não basta
a previsão legal, pois deve haver a prática de uma conduta que nela se enquadre para que
surja o Poder dever de punir, o jus puniendi; d) ERRADA: A ilicitude é a contrariedade da
conduta ao direito. Uma conduta pode ter previsão legal incriminadora(tipicidade) mas, no
caso concreto, não ser contrária ao Direito, por estar acobertada por uma causa excludente da
ilicitude, que estudaremos mais à frente; e) ERRADA: A imputabilidade está ligada à
possibilidade, ou não, de se aplicar ao agente, no caso concreto, a lei penal, em razão de
fatores relacionados à sua capacidade de entendimento da ilicitude da conduta e de sua
possibilidade de se comportar conforme o direito. Também estudaremos melhor este tema na
aula própria.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
COMENTÁRIOS:
O princípio da insignificância afasta a configuração da tipicidade material, ou seja, a conduta,
embora FORMALMENTE seja típica (adequada perfeitamente ao tipo penal), não é capaz de
ofender minimamente o bem jurídico que se busca tutelar.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
COMENTÁRIOS:
A competência para o processo e julgamento dos crimes dolosos contra a vida pertence ao
Tribunal do Júri, por expressa previsão constitucional contida no art. 5º, XXXVIII, d, da
CRFB/88: Art. 5º (...) XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que
lhe der a lei, assegurados: (...) d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra
a vida;
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
COMENTÁRIOS:
Se a norma posterior incrimina um fato que ainda não era incriminado, temos o que se chama
de novatio legis incriminadora. Neste caso, ela não retroage, pois seria hipótese de
retroatividade mais gravosa. Assim, teremos irretroatividade desta nova lei.
QUESTÃO 65 - O Artigo 5º, Inciso XL da Constituição da República prevê que “a lei penal não
retroagirá, salvo para beneficiar o réu”. Tal dispositivo constitucional refere-se ao princípio da:
a) individualização da pena.
b) legalidade estrita
c) retroatividade benéfica da lei penal.
d) irretroatividade total da lei penal.
COMENTÁRIOS:
Tal dispositivo constitucional consagra o princípio da irretroatividade da lei penal mais
gravosa, ou, por outro lado, da retroatividade da lei penal mais benéfica.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 66 - O postulado da fragmentariedade em matéria penal relativiza
a) a proporcionalidade entre o fato praticado e a consequência jurídica.
b) a dignidade humana como limite material à atividade punitiva do Estado.
c) o concurso entre causas de aumento e diminuição de penas.
d) a função de proteção dos bens jurídicos atribuída à lei penal.
e) o caráter estritamente pessoal que decorre da norma penal.
COMENTÁRIOS:
A fragmentariedade estabelece que, embora existam diversos bens jurídicos dignos de
proteção pelo Estado, nem todos serão tutelados pelo Direito Penal, mas somente aqueles
mais relevantes. Assim, ela relativiza a função de proteção de bens jurídicos atribuída à lei
penal.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
COMENTÁRIOS:
A) CORRETA: Tal princípio está previsto no art. XLVII da CRFB/88, sendo também
conhecido como “princípio da limitação das penas”: Art. 5º (...) XLVII - não haverá penas: a)
de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter
perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis;
B) ERRADA: O item está errado, pois a lei penal mais benéfica será aplicada, ainda que
somente entre em vigor após a prática do fato, nos termos do art. 5º, XL da CRFB/88: Art. 5º
(...) XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
C) ERRADA: O princípio da intervenção mínima é sinônimo de ultima ratio. Este é um
princípio limitador do poder punitivo estatal, que estabelece uma regra a ser seguida para
conter possíveis arbítrios do Estado. Assim, por força deste princípio, num sistema punitivo,
como é o Direito Penal, a criminalização de condutas só deve ocorrer quando se caracterizar
como meio absolutamente necessário à proteção de bens jurídicos ou à defesa de interesses
cuja proteção, pelo Direito Penal, seja absolutamente indispensável à coexistência harmônica
e pacífica da sociedade. Embora não esteja previsto na Constituição, nem na legislação
infraconstitucional, decorre daprópria lógica do sistema jurídico-penal.
D) ERRADA: O item está errado, pois o princípio da insignificância determina que aqueles
que delitos em que a lesão seja insignificante não deverão ser punidos pelo Direito Penal. Isso
em nada tem a ver com os crimes de menor potencial ofensivo, cuja lesão, embora menor que
a dos demais, é penalmente relevante.
E) ERRADA: O item está errado. Crime funcional é aquele que é praticado por alguém no
exercício de determinada função ou em razão dela, como o crime de peculato ou a
prevaricação (arts. 312 e 319 do CP, respectivamente). Isso não fere a isonomia, pois os
destinatários da norma não se encontram na mesma situação, de forma que não podem ser
tratados da mesma forma. Por outro lado, todos que se encontrem na mesma situação (a
situação de funcionário público, nos exemplos citados) estarão sujeitos ao mesmo
regramento.
QUESTÃO 68 - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação
legal. O primeiro artigo do Código Penal refere-se a qual dos princípios regentes do Direito
Penal?
A) Fragmentariedade.
B) Adequação social.
C) Consunção.
D) Legalidade.
E) Especialidade.
COMENTÁRIOS:
O art. 1º do CP, retratado no enunciado da questão (“Não há crime sem lei anterior que o
defina. Não há pena sem prévia cominação legal.”), estabelece o princípio da legalidade, em
suas duas ramificações, tanto o da reserva legal (“sei LEI que o defina”) quanto o da
anterioridade (“Sem lei ANTERIOR...”).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
COMENTÁRIOS:
A) ERRADA: Até mesmo na fase de execução, isto é, após trânsito em julgado da sentença
penal condenatória, o princípio será aplicado.
B) ERRADA: As excludentes da ilicitude são, em regra, aquelas previstas em lei (ex:
legítima defesa, estrito cumprimento do dever legal, exercício regular de direito e estado de
necessidade). Nada impede, contudo, a existência de causas excludentes da ilicitude que não
estejam expressamente em lei. As causas supralegais de ilicitude são admitidas, já que
beneficiam o sujeito.
C) ERRADA: Quando se diz, no artigo 1º do CP, que não há pena sem prévia cominação
legal, devemos entender também que não haverá medida de segurança sem prévia cominação
legal. A medida de segurança não se confunde com pena. Mas a ela também se aplica o
princípio da legalidade, pois é modalidade de sanção penal.
D) ERRADA: A legalidade não impede o reconhecimento da atipicidade por adequação
social, eis que se trata de um benefício ao réu, de forma que a legalidade visa a impedir que o
réu seja prejudicado por uma conduta tipificada posteriormente à sua prática, mas não impede
o contrário.
E) CORRETA: A taxatividade da lei penal incriminadora é imprescindível, para que o
cidadão possa saber, precisamente, qual a conduta está sendo proibida. Até por isso, a
analogia é vedada, em regra, sendo permitida apenas para beneficiar o réu.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 70 - César, na vigência da Lei no 01, foi condenado à pena de dois meses de
detenção, pela prática de determinado delito. A sentença transitou em julgado. Antes do trânsito
em julgado, entrou em vigor a Lei no 02, que aumentou a pena desse crime para três meses de
detenção. Após o trânsito em julgado, entraram em vigor duas outras leis: a Lei no 03, que
reduziu a pena dessa infração penal para um mês de detenção, e a Lei no 04, que aboliu o
referido delito. Nesse caso,
a) aplica-se a Lei no 02, por ter entrado em vigor antes do trânsito em julgado da sentença.
b) aplica-se a Lei no 03, por ter mantido a incriminação, com redução da pena imposta.
c) aplica-se a Lei no 04, que deixou de incriminar fato que anteriormente era considerado ilícito
penal.
d) aplica-se a pena resultante da média aritmética entre as penas de todas as leis referentes à
mesma infração penal.
e) não se aplica nenhuma das leis novas, que entraram em vigor após o trânsito em julgado da
sentença.
COMENTÁRIOS:
A regra no Direito Penal, como em qualquer ramo do Direito, é a irretroatividade da Lei, ou
seja, a Lei não poder ser aplicada em relação a fatos já ocorridos quando de sua entrada em
vigor. No entanto, a Lei Penal, quando mais favorável, será sempre aplicada em favor do
acusado, ainda que o fato já tenha ocorrido. Vejamos o § único do art. 2º do CP: Art. 2º - (...)
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos
fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) No entanto, no caso concreto, além de uma
lei posterior mais benéfica (lei nº 03), houve a edição de uma lei que aboliu o delito (Lei nº
04), devendo ser aplicada, ainda que o processo já tenha posterior deixa de considerar crime,
cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Assim, a Lei a ser aplicada é a lei nº 04, por ter
provocado o fenômeno da abolitio criminis.
QUESTÃO 71 - O princípio, segundo o qual se afirmar que o Direito Penal não é o único
controle social formal dotado de recursos coativos, embora seja o que disponha dos
instrumentos mais enérgicos, é reconhecido pela doutrina como princípio da
a) lesividade.
b) intervenção mínima.
c) fragmentariedade.
d) subsidiariedade.
e) proporcionalidade.
COMENTÁRIOS:
O item correto é a letra D. O princípio da subsidiariedade dispõe que o Direito Penal somente
deverá atuar quando todos os demais ramos do Direito forem insuficientes para salvaguardar
o bem jurídico que se pretende tutelar, exatamente por ser o mais enérgico e, portanto, o mais
agressivo ao cidadão.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
COMENTÁRIOS:
O princípio da intervenção mínima propõe que o Direito Penal seja a ultima ratio, ou seja,
somente deve ser chamado a atuar na tutela do bem jurídico quando for inevitável sua
atuação. Trata-se de decorrência lógica dos princípios da subsidiariedade (Direito Penal deve
possuir atuação subsidiária, ou seja, apenas quando não for possível por outros ramos do
Direito a tutela) e da fragmentariedade (Direito Penal não pode ser usado para a tutela de
quaisquer bens jurídicos, mas apenas aqueles mais relevantes para a sociedade).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 73 - Antônio, quando ainda em vigor o inciso VII, do art. 107, do Código Penal,
que contemplava como causa extintiva da punibilidade o casamento da ofendida com o agente,
posteriormente revogado pela Lei n.º 11.106, publicada no dia 29 de março de 2005, estuprou
Maria, com a qual veio a casar em 30 de setembro de 2005. O juiz, ao proferir a sentença,
julgou extinta a punibilidade de Antônio, em razão do casamento com Maria, fundamentando tal
decisão no dispositivo revogado (art. 107, VII, do Código Penal). Assinale, dentre os princípios
adiante mencionados, em qual deles fundamentou-se tal decisão.
a) Princípio da isonomia.
b) Princípio da proporcionalidade.
c) Princípio da retroatividade da lei penal benéfica.
d) Princípio da ultratividade da lei penal benéfica.
e) Princípio da legalidade.
COMENTÁRIOS:
Neste caso será aplicado o princípio da ULTRATIVIDADE da lei penal benéfica, pois
embora ela tenha sido revogada, por ser mais benéfica ao agente, continua a reger o fato
praticado durante sua vigência, nos termos do art. 5º, XL da CRFB/88: Art. 5º (...) XL - a lei
COMENTÁRIOS:
A CRFB/88 estabelece como crime inafiançável e imprescritível o RACISMO, nos termos do
art. 5º, XLII: Art. 5º (...) XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e
imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
COMENTÁRIOS:
A CRFB/88 elenca algumas penas que são vedadas no nosso ordenamento jurídico. Vejamos:
Art. 5º (...) XLVII - não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos
termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e)
cruéis;
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 76 - Segundo a Constituição Federal, para que alguém seja considerado culpado é
suficiente.
a) condenação recorrível do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
b) sentença judicial criminal de primeira instância recorrível.
c) decisão unânime do tribunal do júri da qual ainda caiba recurso.
d) denúncia do Ministério Público recebida pelo Poder Judiciário
COMENTÁRIOS:
Para que alguém seja considerado culpado é necessário o trânsito em julgado de sentença
penal condenatória, nos termos do art. 5º, LVII da CRFB/88: Art. 5º (...) LVII - ninguém será
considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória; Este
dispositivo consagra o princípio da presunção de inocência.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
COMENTÁRIOS:
Nos termos do art. 228 da CRFB/88, são penalmente inimputáveis os menores 18 anos.
Vejamos: Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às
normas da legislação especial. Isso significa que eles não respondem penalmente, estando
sujeitos, porém, às normas específicas, atualmente previstas no Estatuto da Criança e do
Adolescente.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
(D) O fato de a pena privativa de liberdade ter atingido apenas a pessoa do condenado com
extensão, aos familiares, da obrigação de reparar o dano, atende integralmente o que prescreve o
princípio constitucional da personalidade ou responsabilidade pessoal.
(E) O princípio da personalidade ou da responsabilidade pessoal é um princípio implícito na
Constituição Federal vigente.
COMENTÁRIOS:
O princípio da personalidade, da responsabilidade pessoal ou da intranscendência da pena
(qualquer destes nomes serve!) está expresso na Constituição Federal. Vejamos: Art. 5º (...)
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o
dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e
contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; Vemos, assim, que a
pena nunca poderá passar da pessoa do apenado e atingir qualquer outra pessoa, inclusive
seus familiares. Contudo, a utilização do patrimônio do infrator (patrimônio este transferido
aos herdeiros) para o cumprimento da decisão de perdimento de bens ou para a reparação do
dano não estão abarcados pela personalidade da pena.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
COMENTÁRIOS:
AFIRMATIVA I - ERRADA: A abolitio criminis faz cessar todos os efeitos penais da
condenação, deforma que Mévio deveria ser solto, pela extinção da punibilidade.
AFIRMATIVA II - CORRETA: A lei penal retroage sempre que for mais benéfica ao réu,
não havendo possibilidade de retroatividade in pejus (para prejudicar o réu).
AFIRMATIVA III - ERRADA: A extinção da punibilidade é automática, não dependendo de
provocação do réu.
AFIRMATIVA IV - CORRETA: De fato, tendo lei nova deixado de considerar o fato como
crime, ocorre a abolitio criminis, prevista no art. 2º, § único do CP.
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
COMENTÁRIOS:
O princípio da fragmentariedade sustenta que o Direito Penal só pode se dedicar a tutelar
aquelas condutas que se configurem como graves ofensas a determinados bens jurídicos,
considerados extremamente relevantes. Ou seja, de todo o rol de bens jurídicos valiosos para
a sociedade, apenas aqueles MAIS valiosos é que poderão ser protegidos pelo Direito Penal,
devendo os demais serem protegidos por outros ramos do Direito, menos invasivos.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 81 - Assinale a alternativa que apresenta o princípio que deve ser atribuído a Claus
Roxin, defensor da tese de que a tipicidade penal exige uma ofensa de gravidade aos bens
jurídicos protegidos.
a) Insignificância.
b) Intervenção mínima.
c) Fragmentariedade.
d) Adequação social.
e) Humanidade.
COMENTÁRIOS:
O princípio que prega que o tipo penal deve exigir uma ofenda grave ao bem jurídico, não se
satisfazendo com uma ofensa irrelevante, é o princípio da insignificância. O princípio tem
origem no Direito Romano, embora tenha sido feita uma releitura, no século XX, pelo Jurista
alemão Claus Roxin.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
COMENTÁRIOS:
a) ERRADA: O princípio da legalidade estabelece que somente Lei formal (reserva legal) e
anterior (anterioridade) ao fato criminoso pode estabelecer crimes e cominar penas.
b) CORRETA: Esta é a perfeita definição do princípio da legalidade, englobando seus dois
aspectos (reserva legal e anterioridade).
c) ERRADA: O princípio da legalidade impõe que as normas penais incriminadoras sejam
perfeitamente delimitadas, taxativas, de forma a deixar bastante claro qual o conteúdo da
norma, ou seja, aquilo que se pretende criminalizar.
d) ERRADA: Item errado, pois é absolutamente vedada a possibilidade de se aplicar uma
COMENTÁRIOS:
Neste caso, Jéssica não poderá ser responsabilizada criminalmente, pois no momento do fato
tinha apenas 17 anos (completou 18 anos somente no dia seguinte). Como o Código Penal
adota a Teoria da Atividade para definir o momento do crime, nos termos do art. 4º do CP,
Jéssica é considerada inimputável, pois a conduta se deu quando ainda era menor de 18 anos.
Importante frisar que em relação ao LUGAR do crime o CP adotou a Teoria da Ubiquidade
(considera-se praticado o crime tanto no lugar da conduta quanto no lugar em ocorreu ou
deveria ocorrer o esultado), art. 6º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
(B) a abolitio criminis é causa de extinção da punibilidade, fazendo cessar os efeitos penais e
civis da condenação;
(C) a lei penal excepcional, ainda que mais gravosa, possui ultratividade em relação aos fatos
praticados durante sua vigência;
(D) os tipos penais temporários poderão ser criados através de medida provisória;
(E) a combinação de leis favoráveis, de acordo com a atual jurisprudência do Superior Tribunal
de Justiça, é admitida no momento da aplicação da pena.
COMENTÁRIOS:
a) ERRADA: Item errado, pois a lei nova mais benéfica é aplicável aos fatos anteriores
(retroatividade da lei mais benéfica) AINDA QUE JÁ TENHAM SIDO decididos por
sentença penal condenatória transitada em julgado, na forma do art. 2º, § único do CP.
b) ERRADA: Item errado, pois a abolitio criminis faz cessar a pena e os efeitos PENAIS da
condenação (afasta a reincidência, por exemplo). A abolitio criminis, porém, não afeta os
efeitos EXTRAPENAIS da condenação (ex.: obrigação de reparar o dano, que é obrigação
civil), na forma do art. 2º do CP.
c) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão contida no art. 3º do CP. Isso se dá
porque as leis excepcionais e temporária são criadas para vigorar apenas em determinado
período, por razões excepcionais, motivo pelo qual sua saída do mundo jurídico (sua
revogação natural) não gera abolitio criminis, e aqueles que tiverem praticado o delito quando
da vigência da lei deverão responder pelo crime praticado.
d) ERRADA: Item errado, pois MP não pode criar tipos penais ou estabelecer penas. De
acordo com o entendimento do STF, só é possível a edição de MPs que tragam benefícios ao
réu.
e) ERRADA: Item errado, pois o STJ adota a teoria da ponderação unitária ou global, ou seja,
não é cabível a combinação de leis penais. No caso de existirem duas ou mais leis, que ao
mesmo tempo trazem benefícios e prejuízo ao réu, deverá ser aplicada aquela que, em sua
integralidade, seja mais benéfica.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 85 - Arlindo desferiu diversos golpes de faca no peito de Tom, sendo que, desde o
início dos atos executórios, tinha a intenção de, com seus golpes, causar a morte do seu
desafeto. No início, os primeiros golpes de faca causaram lesões leves em Tom. Na quarta
facada, porém, as lesões se tornaram graves, e os últimos golpes de faca foram suficientes para
alcançar o resultado morte pretendido. Arlindo, para conseguir o resultado final mais grave,
praticou vários atos com crescentes violações ao bem jurídico, mas responderá apenas por um
crime de homicídio por força do princípio da:
COMENTÁRIOS:
Neste caso, Arlindo responderá apenas pelo crime de homicídio, pois as lesões corporais
foram apenas crime-meio para a obtenção do crime-fim. Aplica-se, aqui, o princípio da
consunção. Tivemos, no exemplo da questão, uma hipótese de crime progressivo, pois há
uma progressividade nas lesões provocadas, embora o resultado mais grave (morte) fosse,
desde o início, pretendido pelo agente. Não se trata de progressão criminosa, pois na
progressão criminosa o agente inicia a conduta e, durante a empreitada criminosa, muda sua
intenção, passando a desejar um resultado mais grave, que efetivamente ocorre.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
COMENTÁRIOS:
Neste caso, temos um crime praticado no estrangeiro, contra a administração pública
brasileira, por quem está a seu serviço. Trata-se de aplicação do princípio da defesa ou
proteção. Temos, portanto, uma hipótese de extraterritorialidade incondicionada, prevista no
art. 7º, I do CP: Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) I - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984) (...) c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; (Incluído pela
Lei nº 7.209, de 1984) Nos casos de extraterritorialidade incondicionada, o agente é punido
pela lei brasileira mesmo que já tenha sido absolvido ou condenado no estrangeiro, na forma
do art. 7º, §1º do CP. Art. 7º (...) § 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei
brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. (Incluído pela Lei nº 7.209, de
1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
COMENTÁRIOS:
Neste caso, deve ser aplicada a lei vigente no momento da prática do delito, eis que se tratava
de lei temporária, de maneira que a expiração do prazo de validade da lei temporária não traz
reflexos penais benéficos ao agente, na forma do art. 3º do CP. O fato de a pena relativa ao
delito ter voltado a ser mais branda não aproveita ao agente, caso contrário, todos os que
praticaram o crime no referido período deveriam ser processados, condenados e deveriam
cumprir a pena dentro do período de validade da lei, o que é um absurdo. Não há, portanto,
aplicação da "lei nova mais benéfica".
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B
.
QUESTÃO 88 - Em razão do aumento do número de crimes de dano qualificado contra o
patrimônio da União (pena: detenção de 6 meses a 3 anos e multa), foi editada uma lei que
passou a prever que, entre 20 de agosto de 2015 e 31 de dezembro de 2015, tal delito (Art. 163,
parágrafo único, inciso III, do Código Penal) passaria a ter pena de 2 a 5 anos de detenção. João,
em 20 de dezembro de 2015, destrói dolosamente um bem de propriedade da União, razão pela
qual foi denunciado, em 8 de janeiro de 2016, como incurso nas sanções do Art. 163, parágrafo
único, inciso III, do Código Penal. Considerando a hipótese narrada, no momento do
julgamento, em março de 2016, deverá ser considerada, em caso de condenação, a pena de
A) 6 meses a 3 anos de detenção, pois a Constituição prevê o princípio da retroatividade da lei
penal mais benéfica ao réu.
B) 2 a 5 anos de detenção, pois a lei temporária tem ultratividade gravosa.
C) 6 meses a 3 anos de detenção, pois aplica-se o princípio do tempus regit actum (tempo rege o
ato).
D) 2 a 5 anos de detenção, pois a lei excepcional tem ultratividade gravosa.
COMENTÁRIOS:
Considerando que esta Lei já entrou em vigor com PRAZO CERTO para vigorar, temos o
que se chama de lei temporária. Em relação às leis temporárias aplica-se a ultratividade
gravosa, ou seja, elas continuam a reger os fatos praticados durante sua vigência, mesmo após
expirado o prazo de sua validade (não é necessário que o agente seja processado, condenado e
punido dentro do prazo de validade da Lei).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
COMENTÁRIOS:
Neste caso, será aplicável a lei penal brasileira, por força do art. 7º, I, “a” do CP, que traz
COMENTÁRIOS:
O CP brasileiro adotou, para o lugar do crime, a teoria da ubiquidade (art. 6º do CP), e para o
tempo do crime a teoria da atividade (art. 4º do CP). No caso da questão, era necessário saber
que a teoria da atividade, adotada para o tempo do crime, prega que considera-se praticado o
crime no momento da CONDUTA (da ação ou omissão), ainda que outro seja o momento do
resultado. Dito isto, podemos afirmar que o crime foi praticado no dia 25.02.2014, data da
conduta praticada. Neste momento, portanto, Felipe ainda era considerado INIMPUTÁVEL,
pois não tinha 18 anos. Felipe, portanto, deve ser considerado inimputável pois tinha menos
de 18 anos quando a conduta foi praticada.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
COMENTÁRIOS:
Nos termos do art. 7º, I, c do CP, os crimes praticados contra a administração pública, por
quem está a seu serviço (hipótese do crime de corrupção passiva), são crimes abarcados pelo
princípio da extraterritorialidade, aplicando-se a lei brasileira a tais crimes, ainda que
praticados no estrangeiro. Desta forma, a letra A é correta. Vejamos: Art. 7º - Ficam sujeitos
à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) I
- os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (...) c) contra a administração
pública, por quem está a seu serviço; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) As demais estão
incorretas, eis que a jurisprudência não vem admitindo a combinação de leis penais, embora
haja alguns julgados em sentido contrário (letra b). Na sucessão de diversas leis penais,
aplicar-se-á sempre a lei mais favorável ao acusado, ainda que essa lei venha ser
posteriormente revogada por uma mais gravosa (lei intermediária mais benéfica), estando a
letra C errada também. As leis penais temporárias e excepcionais são, de fato, dotadas de
ultra atividade, aplicando-se aos delitos COMETIDOS durante sua vigência, ainda que o
resultado se dê posteriormente e ainda que ela venha a ser revogada, eis que a revogação é
inerente à própria natureza destas leis.
Portanto, a afirmativa CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 92 - No ano de 2005, Pierre, jovem francês residente na Bulgária, atentou contra a
vida do então presidente do Brasil que, na ocasião, visitava o referido país. Devidamente
processado, segundo as leis locais, Pierre foi absolvido. Considerando apenas os dados
descritos, assinale a afirmativa correta.
A) Não é aplicável a lei penal brasileira, pois como Pierre foi absolvido no estrangeiro, não
ficou satisfeita uma das exigências previstas à hipótese de extraterritorialidade condicionada.
B) É aplicável a lei penal brasileira, pois o caso narrado traz hipótese de extraterritorialidade
incondicionada, exigindo-se, apenas, que o fato não tenha sido alcançado por nenhuma causa
extintiva de punibilidade no estrangeiro.
C) É aplicável a lei penal brasileira, pois o caso narrado traz hipótese de extraterritorialidade
incondicionada, sendo irrelevante o fato de ter sido o agente absolvido no estrangeiro.
D) Não é aplicável a lei penal brasileira, pois como o agente é estrangeiro e a conduta foi
praticada em território também estrangeiro, as exigências relativas à extraterritorialidade
condicionada não foram satisfeitas.
COMENTÁRIOS:
A questão traz uma hipótese de EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA da
aplicação da lei penal brasileira, pois se trata de atentado à vida do Presidente da República.
Vejamos: Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 1984) I - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984) a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; (Incluído pela Lei nº
7.209, de 1984) Nesse caso, a lei penal brasileira é aplicável AINDA que o agente tenha sido
absolvido ou condenado no exterior. Vejamos: Art. 7º (...) § 1º - Nos casos do inciso I, o
agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
COMENTÁRIOS:
No caso em tela, temos um crime continuado, pois a execução do delito se prolonga no
tempo. Em se tratando de delitos continuados, a lei nova é aplicável desde que tenha entrada
em vigor antes da cessação da continuidade (ou seja, durante a execução do delito), ainda que
seja mais gravosa ao agente, nos termos da súmula 711 do STF: SÚMULA Nº 711 A LEI
PENAL MAIS GRAVE APLICA-SE AO CRIME CONTINUADO OU AO CRIME
PERMANENTE, SE A SUA VIGÊNCIA É ANTERIOR À CESSAÇÃO DA
CONTINUIDADE OU DA PERMANÊNCIA. Vejam que não se trata de retroatividade (o
que seria vedado), mas de aplicação da lei vigente DURANTE a prática do crime.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
COMENTÁRIOS:
I – ERRADA: O tempo do crime se define pelo momento da conduta, ou seja, teoria da
atividade, nos termos do art. 4º do CP.
II – ERRADA: A teoria que define o local do crime é a teoria da UBIQUIDADE, nos termos
do art. 6º do CP.
III – CORRETA: Esta é a previsão do art. 5º, §1º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
encontrava atracado no Porto de Santos, no Estado de São Paulo. Nesse contexto, é correto
afirmar que a lei brasileira
a) não é aplicável, uma vez que a embarcação é americana, devendo José ser processado de
acordo com a lei estadunidense.
b) é aplicável, uma vez que a embarcação estrangeira de propriedade privada estava atracada em
território nacional.
c) é aplicável, uma vez que o crime, apesar de haver sido cometido em território estrangeiro, foi
praticado por brasileiro.
d) não é aplicável, uma vez que, de acordo com a Convenção de Viena, é competência do
Tribunal Penal Internacional processar e julgar os crimes praticados em embarcação estrangeira
atracada em território de país diverso.
COMENTÁRIOS:
No caso, a lei brasileira é aplicável, por se tratar de crime praticado em embarcação atracada
em porto brasileiro. Vejamos: Territorialidade Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo
de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território
nacional. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) (...) § 2º - É também aplicável a lei
brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de
propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no
espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.(Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
COMENTÁRIOS:
I – CORRETA: Item correto, nos termos do art. 7º, I, c do CP.
II – ERRADA: Neste caso, tais embarcações não são consideradas território nacional por
extensão. Assim, somente será aplicada a lei brasileira caso o delito não seja julgado no país
em que ocorreu o crime, nos termos do art. 7º, II, c do CP.
III – ERRADA: Item errado, pois tais crimes, ainda quando cometidos no estrangeiro,
poderão ser julgados pela lei penal brasileira, ainda que já tenham sido julgados no
estrangeiro, nos termos do art.7º, I, b e §1º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 97 - Assinale a alternativa que apresente local que não é considerado como
extensão do território nacional para os efeitos penais.
a) aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em
território estrangeiro, desde que o crime figure entre aqueles que, por tratado ou convenção, o
Brasil se obrigou a reprimir.
b) as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se
achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
c) as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública, onde quer que se encontrem.
d) aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso
no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar
territorial do Brasil.
e) as embarcações e aeronaves brasileiras, a serviço do governo brasileiro, onde quer que se
encontrem.
COMENTÁRIOS:
O território nacional, real e por extensão, está previsto no art. 5º do CP: Territorialidade Art.
5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito
internacional, ao crime cometido no território nacional. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
1984) § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as
embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro
onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes
ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente
ou em alto-mar. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) § 2º - É também aplicável a lei
brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de
COMENTÁRIOS:
A Lei penal, em regra, não retroage, ou seja, não pode ser aplicada a fatos praticados antes de
sua vigência. Contudo, se a lei penal for mais favorável ao agente, ela poderá retroagir, ou
seja, ser aplicada a fatos praticados antes de sua entrada em vigor. Contudo, se os fatos foram
praticados durante a vigência de lei temporária, a simples expiração do prazo desta lei não faz
com que a nova regulamentação penal (mais benéfica, por natureza) seja aplicável, pois
temos aqui uma espécie de lei penal excepcional.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
COMENTÁRIOS:
Em relação ao TEMPO do crime o CP adotou a teoria da ATIVIDADE, ou seja, considera-se
praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do
resultado, nos termos do art. 4º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
COMENTÁRIOS:
A) CORRETA: A extratividade é um gênero, que comporta duas espécies: retroatividade e
ultratividade.
B) CORRETA: Item correto, nos termos do art. 2º do CP, bem como nos termos do art. 107,
III do CP.
C) ERRADA: Item errado, pois a novativo legis in mellius é retroativa AINDA quando já
tenha havido o trânsito em julgado da decisão condenatória respectiva, nos termos do art. 2º,
§ único do CP.
D) CORRETA: Item correto, pois este é o entendimento sumulado do STF (súmula 711 do
STF).
E) CORRETA: Item correto, pois a abolitio criminis faz cessar apenas os efeitos PENAIS do
fato, nos termos do art. 2º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA INCORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 101 - Com relação à lei penal no espaço, assinale a afirmativa incorreta.
a) A legislação penal brasileira adota o princípio da territorialidade absoluta.
b) Aplica-se a lei penal brasileira aos crimes praticados em aeronave pública brasileira ainda
que esteja em território estrangeiro.
c) As embaixadas estrangeiras não são consideradas território estrangeiro, aplicando-se a lei
brasileira nos crimes praticados no seu interior, salvo quando o autor for agente diplomático ou
possua imunidade diplomática.
d) São princípios empregados para solucionar a regra da extraterritorialidade: personalidade ou
nacionalidade, domicílio, defesa, justiça universal, representação ou da bandeira.
e) Para fins de Direito Penal, o conceito de território não se restringe à área limitada pelas
fronteiras brasileiras.
COMENTÁRIOS:
A) ERRADA: A lei penal brasileira adota o princípio da territorialidade MITIGADA ou
temperada (pois admite exceções0, conforme entendimento doutrinário.
B) CORRETA: Correta, trata-se de extensão do território nacional, nos termos do art. 5º, §1º
do CP.
C) CORRETA: As embaixadas são consideradas território do país em que estejam
localizadas. As embaixadas de outros países que estejam sediadas no Brasil são consideradas
como território BRASILEIRO. O que ocorre é que alguns delitos praticados nestes locais
podem não estar sujeitos à aplicação da lei brasileira, em razão de tratados internacionais,
como ocorre em relação aos crimes praticados por agentes diplomáticos.
D) CORRETA: Item correto, conforme vimos na aula, segundo entendimento doutrinário.
E) CORRETA: Item correto, pois o território abrange ainda o mar territorial, o espaço aéreo e
o subsolo, além do território por equiparação.
Portanto, a ALTERNATIVA INCORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 102 - Acerca da aplicação da lei penal no direito brasileiro, o ordenamento vigente
estabelece que
A) a lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores,
exceto se já houve o trânsito em julgado da sentença, hipótese em que a decisão se torna
imutável.
B) a lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, somente se a
sua vigência for anterior ao início da prática delitiva, em razão do princípio da irretroatividade
da lei penal mais severa.
C) as contravenções praticadas contra a Administração pública, por quem está a seu serviço
ficam sujeitas à lei brasileira, embora cometidas no estrangeiro.
D) a pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando
idênticas, ou nela é computada, quando diversas.
E) a lei temporária aplica-se ao fato praticado durante sua vigência, embora decorrido o período
de sua duração.
COMENTÁRIOS:
a) ERRADA: Item errado, pois a lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente (lei
nova mais benéfica ou novatio legis in mellius), aplica-se aos fatos anteriores, AINDA QUE
já decididos por sentença condenatória transitada em julgado, conforme art. 2º, § único do
CP.
b) ERRADA: Item errado, pois a lei penal mais grave se aplica ao crime continuado ou
permanente se sua vigência é ANTERIOR À CESSAÇÃO DA CONTINUIDADE OU
PERMANÊNCIA, ou seja, se a lei nova mais grave entra em vigor DURANTE o crime.
Aplica-se, aqui, o verbete de súmula nº 711 do STF: Súmula 711 do STF "A lei penal mais
grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à
cessação da continuidade ou da permanência."
c) ERRADA: Item errado, pois não há extraterritorialidade em relação a contravenções
penais, somente em relação a crimes.
d) ERRADA: Item errado, pois é exatamente o oposto: quando as penas são da mesma
natureza (ex.: privativas de liberdade), a pena cumprida no estrangeiro é computada na pena
aplicada no Brasil (abatimento da pena cumprida fora do país; quando as penas são de
naturezas diversas, a pena cumprida no estrangeiro serve para atenuar a pena aqui imposta (já
que não é possível um abatimento aritmético simples).
e) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão do art. 3º do CP: Art. 3º - A lei
excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as
circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
GABARITOS: Letra E
COMENTÁRIOS:
Item errado, pois a abolitio criminis faz cessar a execução da pena e os efeitos penais da
condenação, inclusive a reincidência (efeito penal secundário da condenação), permanecendo
apenas os efeitos extrapenais da condenação: Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que
lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos
penais da sentença condenatória. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
GABARITOS: Errada
QUESTÃO 104 - O território nacional estende-se a embarcações e aeronaves brasileira de
natureza pública, desde que se encontrem no espaço aéreo brasileiro ou em alto-mar.
Certo
Errado
COMENTÁRIOS:
Item errado, pois as embarcações e aeronaves públicas ou a serviço do governo brasileiro são
consideradas como extensão do território nacional ONDE QUER QUE SE ENCONTREM,
na forma do art. 5º, §1º do CP: Art. 5º (...) § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como
extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou
a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as
embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem,
respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 1984)
GABARITOS: Errada
QUESTÃO 105 - Crimes à distância são aqueles em que a ação ou omissão ocorre em um país e
o resultado, em outro.
Certo
Errado
COMENTÁRIOS:
Item correto, pois esta é a definição doutrinária para crimes à distância ou de espaço máximo
(aqueles em que a conduta e o resultado não ocorrem no mesmo país).
GABARITOS: Correta
COMENTÁRIOS:
a) ERRADA: Item errado, pois existem hipóteses de extraterritorialidade incondicionada em
nosso sistema jurídico-penal, não havendo que se falar, portanto, em territorialidade absoluta.
b) ERRADA: Item errado, pois, uma vez transitada em julgado a sentença penal
condenatória, não cabe mais ao Juízo da causa aplicar eventual lei nova mais benéfica (caberá
ao Juízo da execução penal, na forma da súmula 611 do STF. Se for necessário mais que um
mero cálculo aritmético, será necessário ajuizar revisão criminal).
c) ERRADA: Item errado, pois em se tratando de crime permanente será aplicável a lei que
estiver vigorando no momento em que terminar a prática delitiva, ou seja, no momento em
que cessar a permanência, conforme súmula 711 do STF.
d) ERRADA: Item errado, pois a abolitio criminis faz cessar a pena e os efeitos PENAIS da
condenação (afasta a reincidência, por exemplo). A abolitio criminis, porém, não afeta os
efeitos EXTRAPENAIS da condenação (ex.: obrigação de reparar o dano, que é obrigação
civil), na forma do art. 2º do CP.
e) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão contida no art. 3º do CP. Isso se dá
porque as leis excepcionais e temporária são criadas para vigorar apenas em determinado
período, por razões excepcionais, motivo pelo qual sua saída do mundo jurídico (sua
revogação natural) não gera abolitio criminis, e aqueles que tiverem praticado o delito quando
da vigência da lei deverão responder pelo crime praticado.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
COMENTÁRIOS:
I – CORRETA: Item correto, pois a analogia é uma forma de integração da lei penal, e é
considerada “auto-integração” porque se trata de integração da lei por meio de outra lei (e
não por algo externo, como os costumes). II – CORRETA: Item correto, pois na analogia, por
não haver norma que regulamente o caso, o aplicador do Direito se vale de uma outra norma,
semelhante, de forma a aplicá-la ao caso concreto, a fim de que este não fique sem solução.
III – ERRADA: Item errado, pois isso seria o que se chama de analogia in malam partem, que
é vedada em Direito Penal.
IV – CORRETA: A analogia não pode ser aplicada contra texto expresso de lei, pois só tem
cabimento na hipótese de AUSÊNCIA de lei regulamentando a situação.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 108 - O código penal brasileiro considera praticado o crime no lugar em que
ocorreu a
a) ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o
resultado.
b) omissão ou ação dolosa, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria
produzir-se o resultado.
c) ação ilícita, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o
resultado esperado.
d) ação ou omissão culposa do agente, no todo ou em parte, bem como onde se produziu o
resultado.
e) omissão, no todo ou em parte, ainda que seja outro o momento do resultado.
COMENTÁRIOS:
Pela teoria adotada pelo CP, que é a teoria da UBIQUIDADE, considera-se praticado o delito
no lugar em que ocorreu a ação ou omissão (conduta), no todo ou em parte, bem como onde
se produziu ou deveria produzir-se o resultado, nos termos do art. 6º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
COMENTÁRIOS:
Em relação à contagem dos prazos PENAIS (não se trata, portanto, de contagem dos prazos
PROCESSUAIS), inclui-se o dia do começo, ou seja, a contagem do prazo não começa no dia
útil seguinte ao fato, começando a fluir o prazo no próprio dia do fato que gera a contagem.
Além disso, contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum, nos termos do art.
10 do CP.
QUESTÃO 110 - Rodrigo praticou no exterior crime sujeito à lei brasileira e foi condenado a 1
ano de reclusão no exterior e a 2 anos de reclusão no brasil. Cumpriu a pena no exterior e voltou
ao brasil, tendo sido preso em razão do mandado de prisão expedido pela justiça brasileira.
Nesse caso, a pena cumprida no exterior
a) implicará na transformação automática da pena imposta no Brasil em sanção pecuniária.
b) será considerada circunstância atenuante e a pena fixada no Brasil será objeto de nova
dosimetria.
c) implicou exaurimento da sanção penal cabível e Rodrigo não estará sujeito ao cumprimento
da pena imposta no Brasil.
d) será descontada da pena imposta no Brasil e, assim, Rodrigo terá que cumprir mais 1 ano de
reclusão.
e) é irrelevante para a lei brasileira e Rodrigo deverá cumprir integralmente os 2 anos de
reclusão impostos pela justiça brasileira.
COMENTÁRIOS:
Questão polêmica! Isso porque falta uma informação importante no enunciado da questão.
Caso estejamos diante de um crime submetido à extraterritorialidade incondicionada (art. 7º, I
do CP), a alternativa correta será a letra D (gabarito dado pela Banca), eis que será aplicável
o art. 8º do CP: Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil
pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Isto ocorre porque, em se tratando de hipótese de
extraterritorialidade incondicionada, será aplicável a lei brasileira ainda que o agente tenha
sido absolvido ou condenado no estrangeiro (aplicando-se a detração do art. 8º, caso lá tenha
cumprido pena). Contudo, a questão não trouxe esta informação. Caso estejamos diante de
uma hipótese de extraterritorialidade CONDICIONADA, prevista no art. 7º, II do CP
(também há aplicação da lei brasileira, mas há alguns outros requisitos), a alternativa correta
será a letra C, pois o agente não poderia cumprir pena novamente no Brasil, nos termos do
art. 7º, §2º, “d” do CP.
Assim, a pesar de o Gabarito ser letra D, entendo que a questão merecia ser ANULADA.
QUESTÃO 111 - No que concerne à aplicação da lei penal no espaço, o princípio pelo qual se
aplica a lei do país ao fato que atinge bem jurídico nacional, sem nenhuma consideração a
respeito do local onde o crime foi praticado ou da nacionalidade do agente, denomina-se
princípio
a) da nacionalidade.
b) da territorialidade.
c) de proteção.
d) da competência universal.
e) de representação.
COMENTÁRIOS:
O princípio segundo o qual deve ser aplicada a lei do país cujo bem jurídico NACIONAL é
afetado pelo fato criminoso é o princípio da proteção, ou da defesa, que está, inclusive,
previsto no nosso CP, nos termos do art. 7º, I, “a”, “b” e “c” do CP.
II. A sentença estrangeira pode ser executada no Brasil para obrigar o condenado a reparar o
dano independentemente de homologação.
III Consideram-se extensões do território brasileiro as embarcações brasileiras de propriedade
privada em alto mar.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I
b) II
c) I e III
d) I e II
e) II e III.
COMENTÁRIOS:
I – CORRETA: Trata-se de aplicação da lei penal brasileira em razão da
TERRITORIALIDADE, pois tais embarcações são consideradas como extensão do território
nacional onde quer que se encontrem, nos termos do art. 5º, §1º do CP.
II – ERRADA: Item errada, pois será necessária a prévia homologação da sentença
estrangeira, nos termos do art. 9º, I e seu §1º, “a” do CP.
III – CORRETA: Tais embarcações são consideradas como território nacional por extensão
quando se encontrem em alto-mar, nos termos do art. 5º, §1º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
COMENTÁRIOS:
O agente, neste caso, será favorecido pela lei nova. A aplicação da lei nova a caso fará com
que sua pena total seja reduzida pela metade. Como ele já cumpriu mais da metade da pena
originalmente imposta, não deverá cumprir mais qualquer tempo de pena.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 114 - Rodrigo praticou no exterior crime sujeito à lei brasileira e foi condenado a 1
ano de reclusão no exterior e a 2 anos de reclusão no brasil. Cumpriu a pena no exterior e voltou
ao brasil, tendo sido preso em razão do mandado de prisão expedido pela justiça brasileira.
Nesse caso, a pena cumprida no exterior
a) implicará na transformação automática da pena imposta no Brasil em sanção pecuniária.
b) será considerada circunstância atenuante e a pena fixada no Brasil será objeto de nova
dosimetria.
c) implicou exaurimento da sanção penal cabível e Rodrigo não estará sujeito ao cumprimento
da pena imposta no Brasil.
d) será descontada da pena imposta no Brasil e, assim, Rodrigo terá que cumprir mais 1 ano de
reclusão.
e) é irrelevante para a lei brasileira e Rodrigo deverá cumprir integralmente os 2 anos de
reclusão impostos pela justiça brasileira.
COMENTÁRIOS:
A questão deveria ter sido anulada. Isso porque, se estivermos diante de crime sujeito à
extraterritorialidade condicionada, ele não deverá cumprir pena alguma no Brasil, nos termos
do art. 7º, II e §2º do CP: Extraterritorialidade (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) Art.
7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 1984) (...) II - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) a) que,
por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; (Incluído pela Lei nº 7.209, de
1984) b) praticados por brasileiro; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) c) praticados em
aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em
território estrangeiro e aí não sejam julgados. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) (...) § 2º -
Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes
condições: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) a) entrar o agente no território nacional;
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) b) ser o fato punível também no país em que foi
praticado; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) c) estar o crime incluído entre aqueles pelos
quais a lei brasileira autoriza a extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) d) não ter
sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; (Incluído pela Lei nº
7.209, de 1984) e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não
estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. (Incluído pela Lei nº 7.209, de
1984) Vemos assim que, se estivermos diante de um crime de extraterritorialidade
condicionada, o agente não poderá ser punido pela Lei Brasileira, pois um dos pressupostos é
o fato de não ter o agente cumprido a pena no estrangeiro. No caso de se tratar de um crime
sujeito à extraterritorialidade incondicionada, o agente poderá cumprir a pena imposta no
Brasil. Entretanto, a pena cumprida no estrangeiro irá ser computada para fins de abatimento
da pena aqui imposta, por serem da mesma natureza (privativas de liberdade). Vejamos: Pena
cumprida no estrangeiro (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 8º - A pena
cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas,
ou nela é computada, quando idênticas. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Assim, a questão estaria correta se se referisse expressamente à hipótese de
extraterritorialidade incondicionada, e por isso Banca deu como correta a letra D. Porém,
como não fez a ressalva necessária, deveria ter sido anulada.
Portanto, A QUESTÃO DEVERIA TER SIDO ANULADA.
QUESTÃO 115 - Embora cometidos no estrangeiro, não ficam sujeitos à lei brasileira os crimes
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República.
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de
Município, de empresa pública, de sociedade de economia mista, autarquia ou fundação
instituída pelo Poder Público.
c) contra a Administração pública, por quem está a seu serviço.
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil.
e) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada,
quando em território estrangeiro e ainda que aí não sejam julgados
COMENTÁRIOS:
Todas as alternativas trazem hipóteses em que o agente ficará sujeito à aplicação da lei penal
brasileira, mesmo tendo sido o crime praticado no exterior. As letras “A”, “B”, “C” e “D” são
hipóteses de extraterritorialidade incondicionada. Vejamos: Extraterritorialidade (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 1984) Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no
estrangeiro: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) I - os crimes: (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984) a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; (Incluído
pela Lei nº 7.209, de 1984) b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito
Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia
mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; (Incluído pela Lei nº 7.209, de
1984) c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; (Incluído pela Lei nº
COMENTÁRIOS:
A) CORRETA: Trata-se do princípio da legalidade, previsto no art. 1º do CP.
B) CORRETA: Trata-se do princípio da ultratividade, aplicável às leis temporárias e
excepcionais, nos termos do art. 3º do CP.
C) ERRADA: O fato de já haver sido proferida sentença condenatória definitiva não impede
a aplicação da lei nova quando mais benéfica ao agente (inclusive quando deixa de considerar
o fato como criminoso). Vejamos: Lei penal no tempo Art. 2º - Ninguém pode ser punido por
fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os
efeitos penais da sentença condenatória. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos
fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
D) CORRETA: Trata-se da redação literal do art. 8º do CP. Vejamos: Pena cumprida no
estrangeiro (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 8º - A pena cumprida no
estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é
QUESTÃO 117 - No que se refere à aplicação da lei penal, de acordo com o código penal, é
certo que
A) ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes contra a vida ou a
liberdade do Presidente ou do Vice-Presidente da República.
B) a pena cumprida no estrangeiro é computada na pena imposta no Brasil pelo mesmo crime,
quando diversas, ou nela é atenuada, quando idênticas.
C) a homologação de sentença estrangeira para obrigar o condenado à reparação do dano,
quando da aplicação de lei brasileira produz na espécie as mesmas consequências, depende de
pedido da parte interessada.
D) a lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as
circunstâncias que a determinaram, não se aplica ao fato praticado durante sua vigência
E) a lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, salvo
se decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
COMENTÁRIOS:
a) ERRADA: Item errado, pois ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no
estrangeiro, os crimes contra a vida ou a liberdade do PRESIDENTE DA REPÚBLICA, não
havendo menção, no art. 7º, I, “a” do CP, ao Vice-Presidente da República.
b) ERRADA: Item errado, pois é exatamente o oposto: quando as penas são da mesma
natureza (ex.: privativas de liberdade), a pena cumprida no estrangeiro é computada na pena
aplicada no Brasil (abatimento da pena cumprida fora do país; quando as penas são de
naturezas diversas, a pena cumprida no estrangeiro serve para atenuar a pena aqui imposta (já
que não é possível um abatimento aritmético simples).
c) CORRETA: Item correto, pois esta é a previsão do art. 9, I e seu § único, “a” do CP: Art.
9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas
consequências, pode ser homologada no Brasil para: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984) I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis;
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (...) Parágrafo único - A homologação depende:
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido
da parte interessada; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
d) ERRADA: Item errado, pois a lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período
de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, APLICA-SE AO FATO
QUESTÃO 118 - Considerando os princípios que regulam a aplicação da lei penal no tempo,
pode-se afirmar que
A) não se aplica a lei nova, mesmo que favoreça o agente de outra forma, caso se esteja
procedendo à execução da sentença, em razão da imutabilidade da coisa julgada.
B) pela abolitio criminis se fazem desaparecer o delito e todos os seus reflexos penais,
permanecendo apenas os civis.
C) em regra, nas chamadas leis penais em branco com caráter excepcional ou temporário,
revogada ou alterada a norma complementar, desaparecerá o crime.
D) a lei excepcional ou temporária embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as
circunstâncias que a determinaram, não se aplica ao fato praticado durante a sua vigência.
E) permanecendo na lei nova a definição do crime, mas aumentadas suas consequências penais,
esta norma será aplicada ao autor do fato
COMENTÁRIOS:
A) ERRADA: A lei nova se aplica, se mais benéfica, ainda que o processo esteja em fase de
execução de sentença, nos termos do art. 2°, § único do CPB.
B) CORRETA: Nos termos do art. 2° e 107, III do CPB.
C) ERRADA: Nesse caso, não desaparecerá o crime, pois a lei complementar, que especifica
a
situação excepcional, quando revogada, não gera abolitio criminis.
D) ERRADA: A lei temporária se aplica aos fatos ocorridos durante sua vigência, mesmo
após sua revogação, pela própria natureza da lei, nos termos do art. 3° do CP.
E) ERRADA: Não se aplicará, pois ela traz prejuízo ao réu, aplicando-se a regra geral dos
efeitos da lei penal, ou seja, apenas para o futuro.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
B) a lei penal mais grave não se aplica ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua
vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência, segundo entendimento
sumulado do Supremo Tribunal Federal.
C) a lei brasileira adotou a teoria do resultado quanto ao tempo do crime.
D) o dia do fim inclui-se no cômputo do prazo, contando- se os meses e anos pelo calendário
comum, desprezados os dias.
E) Compete ao juízo da causa a aplicação da lei mais benigna, ainda que transitada em julgado a
sentença condenatória, segundo entendimento sumulado do Superior Tribunal de Justiça.
COMENTÁRIOS:
A) CORRETA: No que se refere ao local do crime, a teoria adotada é a da ubiquidade.
Lembrando que isso só se aplica a crimes cuja ação acontece num país e o resultado se
verifica em outro. Quando a pluralidade é apenas de comarcas, existem regras próprias.
B) ERRADA: O STF entende que, nesses casos, a lei nova mais grave deve ser aplicada, nos
termos de sua súmula n° 711.
C) ERRADA: Quanto ao tempo do crime a teoria adota é a da atividade, nos termos do art. 4°
do CP.
D) ERRADA: Nos termos do art. 10, computa-se o dia do começo, não o do fim. Este tópico
não faz parte do nosso conteúdo! J
E) ERRADA: No caso de já estar em fase de execução, compete ao Juiz da execução a
aplicação da lei mais benigna, nos termos da súmula 611 do STF Se for necessário mais que
um mero cálculo aritmético, será necessário ajuizar revisão criminal.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 120 - Sobre o tempo e o lugar do crime, o código penal para estabelecer
a) o tempo do crime, adotou, como regra, a teoria da ubiquidade, e, para estabelecer o lugar do
crime, a teoria da ação.
b) o tempo e o lugar do crime, adotou, como regra, a teoria da ação.
c) o tempo e o lugar do crime, adotou, como regra, a teoria do resultado.
d) o tempo e o lugar do crime, adotou, como regra, a teoria da ubiquidade.
e) o tempo do crime, adotou, como regra, a teoria da ação, e, para estabelecer o lugar do crime,
a teoria da ubiquidade.
COMENTÁRIOS:
O CP adotou, como regra, a teoria da ubiquidade para o LUGAR DO CRIME e a teoria da
atividade para o TEMPO DO CRIME, nos termos dos arts. 4º e 6º do CP: Tempo do crime
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro
seja o momento do resultado.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) (...) Lugar do crime
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar
em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou
deveria produzir-se o resultado.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
COMENTÁRIOS:
A sentença condenatória estrangeira é eficaz no Brasil para diversos fins, inclusive para fins
de reincidência, nos termos do art. 63 do CP: Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o
agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no
estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984) Vemos, assim, que a condenação no estrangeiro pode gerar reincidência. As
demais alternativas estão erradas porque reduzem o raio de eficácia da sentença estrangeira
ao colocar o termo “somente” nos enunciados.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRERA É A LETRA A.
QUESTÃO 122 - No direito brasileiro, o lugar do crime define-se pela teoria
a) da equidistância.
b) do efeito intermédio.
c) da ubiquidade.
d) monista.
e) vicariante.
COMENTÁRIOS:
A teoria que explica o lugar do crime é a teoria da ubiquidade, pois se considera como lugar
do crime o local em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se
produziu ou deveria produzir-se o resultado, nos termos do art. 6º do CP: Lugar do crime
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar
em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou
deveria produzir-se o resultado.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 123 - A respeito da aplicação da lei penal quanto ao tempo, considera- se praticado
o crime no momento
a) da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.
b) em que o agente der início aos atos preparatórios, ainda que não tenha ocorrido ação ou
omissão.
c) em que ocorrer o resultado, ainda que seja outro o momento da ação ou omissão.
d) do exaurimento da conduta delituosa, ainda que seja outro o momento da ação ou omissão.
e) em que o agente concluir os atos preparatórios, ainda que não tenha ocorrido ação ou
omissão.
COMENTÁRIOS:
Os atos preparatórios não são considerados integrantes do iter criminis, ou seja, não são atos
puníveis. Assim, as alternativas B e E estão incorretas, de plano. Quanto às demais
alternativas, podemos afirmar que o CP adotou a teoria da atividade quanto ao tempo do
crime, ou seja, considera-se praticado quando ação ou omissão (art. 4° do CP), motivo pelo
qual a alternativa A está correta, sendo as alternativas C e D, erradas.
Portanto, a alternativa CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 124 - A respeito da aplicação da lei penal, no que concerne à contagem dos prazos,
de acordo com o código penal, é correto afirmar que
a) o dia do começo não se inclui no cômputo do prazo, mas inclui-se fração deste.
b) o dia do começo inclui-se no cômputo do prazo, mas não se inclui fração deste.
c) o dia do começo ou fração deste não se inclui no cômputo do prazo.
d) o dia do começo ou fração deste inclui-se no cômputo do prazo.
e) os prazos em meses são contados pelo número real de dias e não pelo calendário comum.
COMENTÁRIOS:
Nos termos do art. 10 do CP: Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo.
Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. Como se vê, a lei estabelece
que os prazos previstos na Lei Penal sejam contados de forma a incluir o dia do começo. O
art. 11 do CP, por sua vez, diz o seguinte: Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de
liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de
cruzeiro. Desta maneira, se o autor do crime é condenado a 9 dias de prisão, aumentada de
metade (9 + 4,5 = 13,5) a pena será de 13 dias, desprezando-se as 12 horas do cálculo.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 125 - Dispõe o artigo 1º do código penal: "não há crime sem lei anterior que o
defina. Não há pena sem prévia cominação legal". Tal dispositivo legal consagra o princípio da
a) ampla defesa.
b) legalidade.
c) presunção de inocência.
d) dignidade.
e) isonomia.
COMENTÁRIOS:
Trata-se de descrição do princípio constitucional da legalidade, que, conforme se extrai da
própria redação do artigo, divide-se em Princípio da anterioridade e da Reserva Legal, na
medida em que a norma penal incriminadora deve ser prévia e prevista em Lei em sentido
estrito (decorrente de ato do Poder Legislativo que obedeça ao processo legislativo previsto
na Constituição, não servindo MP ou Decreto);
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
COMENTÁRIOS:
A lei penal mais favorável se aplica aos fatos praticados antes de sua entrada em vigor, ainda
que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. Esta é a previsão contida no
art. 2°, § único do CP. Além disso, o STF possui verbete de súmula n° 611) determinando
que, nos casos de processo já em fase de execução, compete ao Juiz da execução aplicar a lei
nova mais benéfica, e não ao Juiz que proferiu a sentença.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
COMENTÁRIOS:
A afirmativa I está correta, pois os crimes praticados contra a administração pública no
estrangeiro, só serão submetidos à lei brasileira quando praticados por quem está a seu
serviço, nos termos do art. 7°, I, c do CP: Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora
cometidos no estrangeiro: I - os crimes: (...) c) contra a administração pública, por quem está
a seu serviço; A afirmativa II também está correta, pois trata-se do princípio do domicílio,
aplicando-se lei brasileira ao crime cometido por pessoa domiciliada no Brasil, não havendo
qualquer outra condição. Só há uma hipótese de aplicação deste princípio na lei penal
brasileira, e é a prevista no art. 7°, I, “d” do CPB: “Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira,
embora cometidos no estrangeiro: I - os crimes: (...) d) de genocídio, quando o agente for
brasileiro ou domiciliado no Brasil;” A afirmativa III está errada, pois a aplicação da lei penal
brasileira, nesta hipótese, depende de algumas condições: § 2º - Nos casos do inciso II, a
aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: (Incluído pela Lei nº
7.209, de 1984) a) entrar o agente no território nacional; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; (Incluído pela Lei nº 7.209, de
1984) c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não
ter aí cumprido a pena; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) e) não ter sido o agente
perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei
mais favorável. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) Assim, a lei penal brasileira só será
aplicável a estes crimes caso estejam presentes todas estas condições.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 128 - É certo que se aplica a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de
COMENTÁRIOS:
Aqui, devemos entender, primeiro, o princípio da Representação ou da Bandeira. Por este
princípio, aplica-se a lei penal brasileira aos crimes cometidos no estrangeiro, a bordo de
aeronaves e embarcações privadas, mas que possuam bandeira brasileira, quando, no país em
que ocorreu o crime, este não for julgado. Assim, se um cidadão mexicano comete um crime
contra um cidadão alemão, a bordo de uma aeronave pertencente a uma empresa aérea
brasileira, enquanto esta se encontra parada no aeroporto de Nova York, pelo Princípio da
Bandeira, a este crime poderá ser aplicada a lei brasileira, caso não seja julgado pelo
Judiciário americano. A previsão está no art. 7°, II, “c” do CPB: Art. 7º - Ficam sujeitos à lei
brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (...) II - os crimes: (...) c) praticados em
aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em
território estrangeiro e aí não sejam julgados. Percebam que a lei penal brasileira até pode ser
aplicada a este crime, mas só no caso de ele não ser julgado no local onde ocorreu. Assim,
estamos diante de um caso de extraterritorialidade condicionada (ao não-julgamento no local
do crime). As quatro primeiras alternativas se referem a crimes cometidos nesta situação, mas
sem fazer a ressalva (condição) de que eles não tenham sido julgados no país onde ocorreram.
Desta forma, as quatro estão erradas. A alternativa correta é a letra E, que trata de caso de
simples aplicação do princípio da territorialidade, pois o mar territorial brasileiro é
considerado nosso território e, desta forma, qualquer crime cometido neste espaço, está
sujeito à aplicação da lei brasileira.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
c) II.
d) II e III.
e) III.
COMENTÁRIOS:
Vamos analisar todos os itens:
I - ERRADA: Os crimes praticados dentro de aeronaves e embarcações privadas brasileiras
somente serão julgados pela Lei brasileira se não forem julgados no país em que cometidos,
nos termos do art. 7º, II, c do CP: Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos
no estrangeiro: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) (...) II - os crimes: (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) ...) c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras,
mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam
julgados. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
II - CORRETA: Os crimes cometidos a bordo de aeronaves brasileiras a serviço do governo
brasileiro serão sempre julgados pela Lei brasileira, ainda que se encontrem no estrangeiro,
pois são considerados como extensão do território nacional. Vejamos: Art. 5º - Aplica-se a lei
brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime
cometido no território nacional. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) § 1º - Para os
efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e
aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se
encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de
propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em
alto-mar. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
III - CORRETA: Os crimes praticados a bordo de aeronaves e embarcações estrangeiras de
propriedade privada serão julgados pela Lei brasileira quando estas estiverem em território
nacional no momento da prática do delito. Vejamos: Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem
prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no
território nacional. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) (...) § 2º - É também aplicável
a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de
propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no
espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
b) a lei penal excepcional ou temporária não se aplica ao fato praticado durante a sua vigência,
se decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram.
c) se considera praticado o crime no momento do resultado.
d) as regras gerais do Código Penal aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, ainda
que esta disponha de modo diverso.
e) a lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, desde
que não decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
COMENTÁRIOS:
A) CORRETA: Nos termos do art. 10 do CP: Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo
do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
B) ERRADA: Item errado porque as leis excepcionais ou temporárias são ultra-ativas, ou
seja, continuam a reger os fatos praticados durante sua vigência mesmo após o decurso de seu
prazo de validade, nos termos do art. 3º do CP.
C) ERRADA: Item errado, pois o CP adotou, quanto ao tempo do crime, a teoria da
atividade, ou seja, o crime se considera praticado no momento da conduta, nos termos do art.
4º do CP.
D) ERRADA: Em razão da subsidiariedade do CP em relação às leis especiais, as normas do
CP somente serão aplicáveis a estas quando as leis especiais não dispuserem de forma
diversa, nos termos do art. 12 do CP.
E) ERRADA: Item errado, pois esta lei será aplicável ainda que o fato já tenha sido decidido
por sentença transitada em julgado, nos termos do art. 2º, § único do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 131 - José foi processado e condenado por crime previsto em lei vigente à época do
fato delituoso. Posteriormente, entraram em vigor duas leis: a primeira reduziu a pena prevista
para o delito; a segunda o aboliu. Nesse caso, em relação à condenação imposta a José, se a
sentença já tiver transitado em julgado,
a) as duas leis novas retroagem.
b) apenas a lei que aboliu o delito retroage.
c) apenas a lei que reduziu a pena prevista para o delito retroage.
d) as duas leis novas não retroagem.
e) as duas leis só retroagem se contiverem norma expressa prevendo a aplicação a casos
pretéritos.
COMENTÁRIOS:
Neste caso, as duas leis irão retroagir. Primeiro a lex mitior (lei nova mais benéfica). Depois
irá retroagir a lei abolitiva, por ser ainda mais benéfica que a anterior, nos termos do art. 2º e
seu § único do CP: Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de
considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença
condenatória. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único - A lei
posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que
decididos por sentença condenatória transitada em julgado. (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
COMENTÁRIOS:
As hipóteses de extraterritorialidade condicionada da lei penal brasileira estão previstas no
art. 7º, II do CP: Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) (...) II - os crimes: (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984) a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) b) praticados por brasileiro; (Incluído pela Lei nº 7.209,
de 1984) c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de
propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. (Incluído pela
Lei nº 7.209, de 1984) (...) § 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende
do concurso das seguintes condições: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) a) entrar o agente
no território nacional; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) b) ser o fato punível também no
país em que foi praticado; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) c) estar o crime incluído entre
aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; (Incluído
pela Lei nº 7.209, de 1984) e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro
motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. (Incluído pela Lei nº
7.209, de 1984) Vemos, assim, que a letra B traz uma hipótese de aplicação condicionada da
QUESTÃO 133 - No que concerne à aplicação da lei penal, assinale a alternativa correta.
A) A lei excepcional ou temporária não se aplica ao fato praticado durante sua vigência.
B) Considera-se praticado o crime no momento do resultado, ainda que outro seja o momento
da ação ou omissão.
C) Lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, mas
apenas se ainda não decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
D) Não há crime sem lei anterior que o defina, porém, pode haver pena sem prévia cominação
legal.
E) Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em
virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
COMENTÁRIOS:
a) ERRADA: Item errado, pois “a lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período
de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado
durante sua vigência”, na forma do art. 3º do CPP.
b) ERRADA: Item errado, pois considera-se praticado o crime no momento da CONDUTA,
ainda que outro seja o momento do resultado, na forma do art. 4º do CP (teoria da atividade).
c) ERRADA: Item errado, pois a lei nova mais benéfica se aplica aos fatos anteriores, ainda
que já decididos por sentença penal condenatória transitada em julgado, na forma do art. 2º, §
único do CP.
d) ERRADA: Item errado, pois não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem
prévia cominação legal, conforme o princípio da legalidade, previsto no art. 1º do CP.
e) CORRETA: Item errado, pois esta é a exata previsão do art. 2º do CP, que trata da abolitio
criminis: Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar
crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
GABARITO: LETRA E
QUESTÃO 134
A) Para efeito de análise sobre o local do crime, a legislação brasileira adota a teoria da
ubiquidade.
B) É incabível a aplicação retroativa da Lei n° 11.343/2006, ainda que o resultado da incidência
das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o advindo da aplicação da
Lei n° 6.368/76, permitida, no entanto, a combinação das mencionadas leis para beneficiar o
agente.
C) O Código Penal Brasileiro não adotou o princípio da representação na eficácia espacial da lei
penal.
D) A lei penal mais grave não se aplica ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua
vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.
COMENTÁRIOS:
a) CORRETA: Item correto, pois em relação ao lugar do crime a teoria da ubiquidade foi
adotada, na forma do art. 6º do CP, estabelecendo que se “considera praticado o crime no
lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou
deveria produzir-se o resultado”.
b) ERRADA: Item errado, pois o STJ possui entendimento sumulado no sentido de ser
vedada a combinação de leis penais, devendo ser aplicada a lei que, no todo, seja mais
benéfica ao agente. A referida súmula, inclusive, foi editada para este caso específico:
SÚMULA Nº 501 É cabível a aplicação retroativa da Lei n. 11.343/2006, desde que o
resultado da incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o
advindo da aplicação da Lei n. 6.368/1976, sendo vedada a combinação de leis.
c) ERRADA: Item errado, pois o princípio da representação, da bandeira ou pavilhão foi
adotado para definir uma das hipóteses de extraterritorialidade da lei penal, na forma do art.
7º, II, “c” do CP.
d) ERRADA: Item errado. Em relação aos crimes continuados e aos crimes permanentes, a
lei nova é aplicável, ainda quando mais severa, desde que entre em vigor durante a prática do
delito (antes da cessação da atividade criminosa), nos termos da súmula 711 do STF.
GABARITO: LETRA A
(E) da ubiquidade, ou seja, considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou
omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
COMENTÁRIOS:
No que tange ao lugar do crime o CP adotou a teoria da ubiquidade, ou seja, considera-se
praticado o delito tanto no lugar em que ocorreu a conduta quanto no lugar em que ocorreu
ou deveria ocorrer o resultado, na forma do art. 6º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
COMENTÁRIOS:
a) ERRADA: Item errado, pois em se tratando de prazo PENAL, computa-se o dia do
começo, conforme art. 10 do CP.
b) CORRETA: Item correto, pois as frações de dia não são consideradas quando da fixação
de tais penas, conforme art. 11 do CP.
c) ERRADA: Item errado, pois os anos, no calendário gregoriano, possuem 365 dias, e não
360 dias.
d) ERRADA: Item errado, pois o cômputo do prazo não é suspenso em feriados, sejam eles
nacionais ou religiosos.
e) ERRADA: Item errado, pois inclui-se o dia do começo, mas não se inclui o dia do término,
não havendo prorrogação.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 1367 - Assinale a alternativa que indica a teoria adotada pela legislação quanto ao
tempo do crime.
(A) Retroatividade.
(B) Atividade.
(C) Territorialidade.
(D) Ubiquidade.
(E) Extraterritorialidade.
COMENTÁRIOS:
O CP adotou, no que tange ao tempo do crime, a teoria da atividade, segundo a qual se
considera praticado o delito no momento da conduta, ainda que seja outra o momento do
resultado, na forma do art. 4º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
COMENTÁRIOS:
a) ERRADA: Item errado, pois é possível que não seja aplicada a lei brasileira mesmo a um
crime ocorrido no território nacional, por conta de convenções ou tratados internacionais (ex.:
tratado internacional que trata das imunidades diplomáticas).
b) ERRADA: Item errado, pois será possível a aplicação da lei penal brasileira neste caso,
tratando-se de hipótese de extraterritorialidade incondicionada, conforme art. 7º, I, “a” do CP.
c) CORRETA: Item correto, pois, para os efeitos penais, consideram-se como extensão do
território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do
governo brasileiro onde quer que se encontrem, na forma do art. 5º, §2º do CP.
d) ERRADA: Item errado, pois neste caso, apesar de aplicável a lei penal brasileira, temos
hipótese de extraterritorialidade CONDICIONADA, de modo que devem ser preenchidas as
condições do art. 7º, §2º do CP.
e) ERRADA: Item errado, pois neste caso, apesar de aplicável a lei penal brasileira, temos
hipótese de extraterritorialidade HIPERCONDICIONADA, de modo que devem ser
QUESTÃO 139 - De acordo com o código penal brasileiro, fica sujeito à lei brasileira, embora
praticado no estrangeiro, o crime contra o patrimônio dos municípios. O agente será punido
segundo a lei brasileira, ainda que absolvido no estrangeiro.
COMENTÁRIOS:
Item correto, pois neste caso temos uma hipótese de extraterritorialidade incondicionada, nos
termos do art. 7º, I, “b” do CP. Por se tratar de extraterritorialidade incondicionada o agente
poderá ser punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido no estrangeiro, na forma do
art. 7º, §1º do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.
QUESTÃO 140 - Nos termos previstos no código penal, é correto afirmar que se considera
praticado o crime no momento do resultado.
Certo
Errado
COMENTÁRIOS:
Item errado, pois se considera praticado o crime no momento da conduta (ação ou omissão),
ainda que outro seja o momento do resultado, conforme art. 4º do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
QUESTÃO 141 – Nos termos previstos no código penal, é correto afirmar que a lei posterior,
que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, salvo se decididos por
sentença condenatória transitada em julgado.
Certo
Errado
COMENTÁRIOS:
Item errado, pois a lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos
anteriores, AINDA QUE já tenham sido decididos por sentença condenatória transitada em
julgado, na forma do art. 2º, § único do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
QUESTÃO 142 – Nos termos previstos no código penal, é correto afirmar que o dia do começo
deve ser excluído no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário
comum.
Certo
Errado
COMENTÁRIOS:
Item errado, pois o dia do começo deve ser incluído na contagem do prazo, conforme art. 10
do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
QUESTÃO 143 - Um brasileiro, João, que reside em Buenos Aires, argentina, decide matar um
desafeto, José, que reside na cidade de alumínio, SP, brasil. João, em sua residência, fabrica
uma “carta-bomba”, no dia 10, e, no mesmo dia, posta o objeto em uma unidade dos correios de
Buenos Aires, com destino a alumínio. O artefato é recebido por José, em alumínio, no dia 20.
No dia 25 é aberto, explode e mata José. Com relação à aplicação da lei penal, e de acordo com
os arts. 4º e 6º do CP, assinale a alternativa que traz, respectivamente, o dia do crime e o local
em que ele foi praticado.
a) 10; apenas Buenos Aires.
b) 10; Buenos Aires ou Alumínio.
c) 20; apenas Alumínio.
d) 25; apenas Alumínio.
e) 25; Buenos Aires ou Alumínio.
COMENTÁRIOS:
Neste caso temos um crime à distância, ou seja, um crime em que a conduta ocorre num país
e o resultado ocorre em outro. Neste caso, o CP estabelece que será considerado local do
crime tanto o lugar em que foi praticada a conduta (Buenos Aires-ARG) quanto o lugar em
que ocorreu o resultado (Alumínio/SP-BRA), conforme art. 6º do CP. Com relação ao
momento do crime, o CP, em seu art. 4º, estabelece que se considera praticado o crime no
momento da CONDUTA (ação ou omissão), ainda que outro seja o momento do resultado.
No caso, a conduta ocorreu quando o agente postou a carta-bomba com destino ao Brasil, ou
seja, no dia 10.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 144 - aplica-se a lei penal brasileira ao crime cometido no território nacional. O art.
5° do cp estende a aplicação da lei penal brasileira para fato cometido em
COMENTÁRIOS:
O art. 5º, §2º do CP assim estabelece: Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de
convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território
nacional. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) (...)§ 2º - É também aplicável a lei
brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de
propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no
espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 1984) Desta forma, é também aplicável a lei penal brasileira aos crimes
praticados em embarcação estrangeira de propriedade privada navegando no mar territorial
do Brasil.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 145 - Rosa Margarida, apaixonada por Carlos Flores, imaginando que se os dois
convivessem por alguns dias, ele poderia se apaixonar, resolveu sequestrá-lo. Sendo assim, o
privou da sua liberdade e o levou para sua casa. Enquanto Carlos era mantido em cativeiro por
rosa, nova lei entrou em vigor, agravando a pena do crime de sequestro. Sobre a possibilidade
de aplicação da nova lei, mais severa, ao caso exposto, assinale a alternativa correta.
a) Não se aplica, tendo em vista a irretroatividade da lei penal mais severa.
b) É aplicável, pois entrou em vigor antes de cessar a permanência.
c) Não se aplica, tendo em vista o princípio da prevalência do interesse do réu.
d) É aplicável, pois se trata de crime material e nesses casos deve ser aplicada a teoria da
ubiquidade.
e) Não se aplica, pois de acordo com a teoria da atividade, a lei a ser aplicada deve ser aquela
em vigor no momento do crime.
COMENTÁRIOS:
Neste caso temos um crime permanente, ou seja, um crime que se prolonga no tempo. Neste
caso, entende-se que o crime está ocorrendo enquanto não cessar a permanência, ou seja,
enquanto a vítima estiver privada de sua liberdade (no caso da questão). Nos crimes
permanentes, caso sobrevenha uma lei nova, que entre em vigor durante a prática do crime
COMENTÁRIOS:
Considera praticado o crime no momento da conduta (ação ou omissão), ainda que outro seja
o momento do resultado, conforme art. 4º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
COMENTÁRIOS:
A) CORRETA: Esta é a exata previsão do art. 3º do CP.
B) ERRADA: Item errado, pois tal lei será aplicada AINDA que estes fatos já tenham sido
decididos por sentença transitada em julgado, nos termos do art. 2º, § único do CP.
COMENTÁRIOS:
A) ERRADA: Lugar do crime é o lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em
parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado, nos termos do art. 6º
do CP (teoria da ubiquidade).
B) ERRADA: Na contagem de prazos penais (não processuais) inclui-se o dia do começo,
nos termos do art. 10 do CP.
C) CORRETA: Item correto, pois esta é a previsão contida no art. 5º, §2º do CP.
D) ERRADA: Item errado, pois esta possibilidade está expressamente prevista no art. 9º, I do
CP.
E) ERRADA: Item errado, pois neste caso a pena cumprida atenuará a pena imposta no
Brasil: Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo
crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
(A) o princípio da retroatividade determina que os efeitos benéficos e favoráveis de uma lei
penal retroajam ilimitada e indiscriminadamente apenas para os fatos praticados a partir da sua
vigência.
(B) a abolitio criminis, por ser benéfica ao acusado, pode ser instituída tanto por lei como por
medida provisória.
(C) as leis temporárias e excepcionais representam exceção à regra da aplicação da lei mais
benéfica ao acusado, pois sempre serão aplicadas aos fatos praticados durante suas vigências.
(D) o princípio da nacionalidade ou personalidade garante ao agente a aplicação da lei penal do
país em que ele cometeu o crime, pouco importando a lei vigente do seu país de origem.
(E) a imunidade dos agentes diplomáticos impede o processo, a prisão ou detenção do agente,
não abrangendo o dever de depor como testemunha.
COMENTÁRIOS:
A) ERRADA: O princípio da retroatividade da lei penal benéfica determina que os efeitos
benéficos e favoráveis de uma lei penal retroajam para alcançar os fatos praticados antes da
vigência da lei (art. 2º, § único do CP).
B) CORRETA: Apesar de haver discussão doutrinária, esse foi o entendimento adotado pelo
STF.
C) CORRETA: Item correto, pois esta é a previsão do art. 3º do CP: Art. 3º - A lei
excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as
circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
D) ERRADA: O princípio da nacionalidade ou da personalidade ativa prevê a possibilidade
de aplicação da lei penal do país de origem do infrator.
E) ERRADA: A imunidade dos agentes diplomáticos abrange, inclusive, o direito de se opor
a prestar depoimento como testemunha.
A Banca deu como correta a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. Contudo, a questão
deveria ter sido anulada.
COMENTÁRIOS:
A) ERRADA: Em relação ao tempo do crime o CP adotou a teoria da atividade, nos termos
do art. 4º do CP.
B) CORRETA: Em relação aos crimes continuados e aos crimes permanentes, a lei nova é
aplicável, ainda quando mais severa, desde que entre em vigor durante a prática do delito
(antes da cessação da atividade criminosa), nos termos da súmula 711 do STF (faltou essa
observação no enunciando da afirmativa, o que poderia ter conduzido à anulação).
C) ERRADA: Item errado, pois em relação ao lugar do crime o CP adotou a teoria da
UBIQUIDADE, nos termos do art. 6º do CP.
D) ERRADA: Item errado, pois tal lei nova faz cessar, apenas, os efeitos penais, não afetando
os civis, nos termos do art. 2º do CP.
E) ERRADA: Item errado, pois as leis excepcionais e temporárias aplicam-se aos fatos
praticados durante sua vigência, mesmo após a sua retirada do mundo jurídico, nos termos do
art. 3º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 151 - De acordo com a teoria da aplicação da lei penal, pode-se afirmar:
(A) A lei penal, em razão das suas consequências, não retroage.
(B) A analogia, uma das fontes do direito, é vetada, no direito penal, em razão do princípio da
legalidade.
(C) Considera-se o crime praticado no momento do resultado, e não da ação ou omissão (artigo
4º, CP).
(D) Considera-se o crime praticado no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, bem como onde
se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
(E) No Brasil, os efeitos da lei penal não podem ultrapassar seus limites territoriais para regular
fatos ocorridos além da sua soberania.
COMENTÁRIOS:
A) ERRADA: A lei penal pode retroagir, desde que para beneficiar o réu, nos termos do art.
2º, § único do CP.
B) ERRADA: No direito penal só não se admite a analogia in malam partem, ou seja, em
prejuízo do réu.
C) ERRADA: O crime é considerado praticado no momento da ação ou omissão, ainda que
COMENTÁRIOS:
Neste caso, o crime sujeita-se à lei brasileira por ter sido praticado contra a Administração
Pública, por quem estava a seu serviço, nos termos do art. 7º, I, c, do CP.
Portanto, a ALTERNATOVA CORRETA É A LETRA C.
(D) A nova lei só seria aplicada para os fatos praticados pelo indivíduo B se a sua entrada em
vigência ocorresse antes de 01 de fevereiro de 2015.
(E) A nova lei será aplicada para os fatos praticados pelo indivíduo B, cessando em virtude dela
a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
COMENTÁRIOS:
Neste caso, a nova lei será aplicada para os fatos praticados pelo indivíduo B, cessando em
virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória, nos termos do art. 2º do
CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 154 - No que diz respeito à contagem de prazo no código penal, assinale a
alternativa correta.
(A) O dia do começo é irrelevante no cômputo do prazo.
(B) O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo.
(C) O dia do começo exclui-se no cômputo do prazo.
(D) Inicia-se o cômputo do prazo dois dias após o dia do começo.
(E) O dia do começo exclui-se no cômputo do prazo nas hipóteses de crime contra a vida.
COMENTÁRIOS:
Em se tratando de prazos penais, o dia do começo inclui-se no cômputo do prazo, nos termos
do art. 10 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
(C) poderá ser condenado pelo crime de “desperdício de água tratada” ainda que o período
indicado na lei que previu essa conduta esteja encerrado.
(D) não poderá ser punido pelo crime de “desperdício de água tratada”.
(E) só poderá ser punido pelo crime de “desobediência” em virtude de não mais subsistir o
crime de “desperdício de água tratada”.
COMENTÁRIOS:
Neste caso o agente poderá ser condenado pelo crime de “desperdício de água tratada” ainda
que o período indicado na lei que previu essa conduta esteja encerrado, por se tratar de mera
expiração de prazo de lei temporária, que não implica abolitio criminis, nos termos do art. 3º
do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 156 - Nos termos do código penal e em relação à territorialidade, é correto afirmar
que, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido a
bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada
(A) será aplicada a lei brasileira se as aeronaves estiverem em pouso no território nacional ou
em voo no espaço aéreo correspondente, e as embarcações estiverem em porto ou mar territorial
do Brasil.
(B) será aplicada a lei brasileira se as embarcações estiverem em porto brasileiro, mas é vedada
a aplicação da lei brasileira se as embarcações estiverem em mar territorial do Brasil.
(C) não se aplica a lei brasileira ao crime cometido a bordo de aeronaves ou embarcações
estrangeiras de propriedade privada, ainda que aquelas estejam em pouso no território nacional
ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.
(D) será aplicada a lei brasileira se as aeronaves estiverem em pouso no território nacional,
sendo vedada a aplicação da lei brasileira se as aeronaves estiverem em voo no espaço aéreo
correspondente.
(E) é vedada a aplicação da lei brasileira se as aeronaves estiverem em voo no espaço aéreo
correspondente e se as embarcações estiverem em mar territorial do Brasil.
COMENTÁRIOS:
Neste caso, será aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou
embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território
nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do
Brasil, nos termos do art. 5º, §2º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
COMENTÁRIOS:
A pena cumprida no estrangeiro ATENUA a pena imposta no Brasil, se forem diversas. Se
forem idênticas, é nela computada, ou seja, a pena cumprida no estrangeiro é computada na
pena aplicada no Brasil: Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no
Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 158 - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional,
nos termos do quanto determina o art. 5.º, §1.º do CP, as embarcações e aeronaves brasileiras,
de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como
a) as aeronaves oficiais de chefes de Estado estrangeiro que estejam pousadas em solo nacional.
b) as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se
achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
c) as áreas de embaixadas e consulados brasileiros, além das residências particulares de
diplomatas instalados em países que mantêm relações de amizade com o Brasil.
d) as embarcações e aeronaves de guerra estrangeiras, desde que estacionadas em nosso mar
territorial ou desde que sobrevoando o espaço aéreo correspondente ao território nacional.
e) as embarcações mercantes e de propriedade privada, seja qual for sua bandeira, desde que
estejam estacionadas ou em trânsito em área de mar internacional próxima ao mar territorial do
Brasil.
COMENTÁRIOS:
Nos termos do art. 5º, §1º do CP, consideram-se extensão do território brasileiro as
embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro
onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes
ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente
ou em alto-mar. Vejamos: rt. 5º (...) § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como
extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou
a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as
embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem,
respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 159 - De acordo com o art. 8.º do CP, a pena cumprida no estrangeiro atenua a pena
imposta no brasil, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas, desde que as penas
digam respeito
a) ao mesmo crime.
b) a crimes da mesma espécie.
c) a condenações não transitadas em julgado.
d) a crimes que não sejam classificados como atentatórios à dignidade da pessoa humana.
e) a crimes que não estejam inseridos no rol daqueles que, por convenção ou tratado
internacional, o Brasil tenha se obrigado a combater.
COMENTÁRIOS:
A regra do art. 8º do CP (pena cumprida no estrangeiro) só se aplica em relação ao MESMO
CRIME. Vejamos: Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil
pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 160 - Durante o regular curso de processo penal, passa a vigorar lei nova, que deixa
de considerar o fato imputado na denúncia como criminoso. nessa hipótese, deve o juiz
a) absolver o acusado.
b) decretar a prescrição e arquivar o processo.
c) decretar a extinção da punibilidade do acusado.
d) encaminhar os autos ao Ministério Público, a fim de que adite a denúncia.
e) determinar o normal prosseguimento do processo, uma vez que o fato foi cometido sob a
égide
da lei antiga.
COMENTÁRIOS:
Ocorrendo a chamada abolitio criminis, deverá o Juiz declarar EXTINTA A
PUNIBILIDADE do acusado, por força do art. 107, III do CP: Art. 107 - Extingue-se a
punibilidade: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (...) III - pela retroatividade de
QUESTÃO 161 - Pedro é sequestrado e os agentes exigem dinheiro de familiares dele como
preço do resgate. enquanto Pedro está privado da sua liberdade, é promulgada lei aumentando a
pena cominada ao crime de extorsão mediante sequestro, previsto no art. 159, do código penal.
os agentes são presos em flagrante, e Pedro, libertado pela polícia, mas somente após a entrada
em vigor da alteração legislativa. a pena a ser imposta aos agentes do sequestro, neste caso,
será:
a) a pena anteriormente prevista, pelo princípio da ultratividade da lei penal benéfica.
b) a pena anteriormente prevista, pois a extorsão mediante sequestro é crime instantâneo de
efeitos permanentes.
c) a pena prevista pela nova legislação, pelo princípio da retroatividade da lei penal.
d) a pena prevista pela nova legislação, pois a extorsão mediante sequestro é crime permanente.
COMENTÁRIOS:
No caso em tela, como o crime de extorsão mediante sequestro é um crime permanente, será
aplicada a lei que vigorava quando cessou a atividade criminosa, ou seja, a lei nova, pois ela
chegou a vigorar DURANTE a prática do delito (logo, não se trata de retroatividade). Aplica-
se, aqui, o verbete de súmula nº 711 do STF: Súmula 711 do STF "A lei penal mais grave
aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação
da continuidade ou da permanência."
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 162 - Assinale a alternativa que indica hipótese de não aplicação da lei penal
brasileira.
a) Crime praticado em navio de cruzeiro italiano, navegando em mar territorial brasileiro.
b) Crime praticado em navio de guerra brasileiro, navegando no mar territorial australiano.
c) Crime praticado em lancha de recreio brasileira no mar territorial uruguaio.
d) Falsificação de Reais (artigo 289 do Código Penal) praticada na China.
COMENTÁRIOS:
No caso em tela, apenas a hipótese de alternativa C não representa uma situação de aplicação
da lei penal brasileira. Isto porque a lancha particular de bandeira brasileira NÃO é extensão
do território nacional quando em mar territorial de outro país. Contudo, até seria possível a
aplicação da lei brasileira a este crime, desde que o crime não fosse julgado no país de
origem, mas esta informação não consta no item, de forma que não devemos presumi-la.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
COMENTÁRIOS:
O CP brasileiro adotou a teoria da UBIQUIDADE em relação ao lugar do crime. Vejamos:
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo
ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.(Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 1984) Assim, podemos perceber que, PELA LEI BRASILEIRA, o crime
seria punido apenas na Argentina (onde foi praticado), no Paraguai e no Brasil (onde o
resultado ocorreu).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 164 - A norma inserida no art. 7.º, inciso II, alínea "b", do código penal - ficam
sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro (...) os crimes (...) praticados por
brasileiro - encerra o princípio
a) da universalidade ou da justiça mundial.
b) da territorialidade.
c) da nacionalidade ou da personalidade ativa.
d) real, de defesa ou da proteção de interesses.
COMENTÁRIOS:
Tal norma encerra o princípio da personalidade ativa, ou princípio da nacionalidade,
conforme definição dada pela doutrina penal.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 165 - O código penal brasileiro, em seu art. 6.º, como lugar do
COMENTÁRIOS:
O CP brasileiro adotou, como teoria referente ao lugar do crime, a teoria da UBIQUIDADE,
considerando-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em
parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Vejamos a redação do
art. 6º: Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão,
no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
COMENTÁRIOS:
O CP brasileiro adotou, como teoria referente ao lugar do crime, a teoria da UBIQUIDADE
(ou mista), considerando-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no
todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Vejamos a
redação do art. 6º: Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou
omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o
resultado.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) Já com relação ao TEMPO do crime, o
CP adotou a teoria da atividade, nos termos do art. 4º: Art. 4º - Considera-se praticado o
crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 167 - Leandro, pretendendo causar a morte de José, o empurra do alto de uma
escada, caindo a vítima desacordada. Supondo já ter alcançado o resultado desejado, Leandro
pratica nova ação, dessa vez realiza disparo de arma de fogo contra José, pois, acreditando que
ele já estaria morto, desejava simular um ato de assalto. Ocorre que somente na segunda ocasião
Leandro obteve o que pretendia desde o início, já que, diferentemente do que pensara, José não
estava morto quando foram efetuados os disparos.
Em análise da situação narrada, prevalece o entendimento de que Leandro deve responder
apenas por um crime de homicídio consumado, e não por um crime tentado e outro consumado
em concurso, em razão da aplicação do instituto do:
(a) crime preterdoloso;
(b) dolo eventual;
(c) dolo alternativo;
(d) dolo geral;
(e) dolo de 2º grau.
COMENTÁRIOS:
Aqui temos o que se entende por dolo geral, por erro sucessivo ou aberratio causae, que
ocorre quando o agente consegue obter o resultado inicialmente pretendido, mas por meio de
uma segunda conduta não voltada à obtenção do resultado. Entende-se que, como, ao fim e ao
cabo, o agente conseguiu obter o resultado pretendido, deverá responder apenas por um
homicídio doloso consumado.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 168 - Acreditando estar grávida, Pâmela, 18 anos, desesperada porque ainda morava
com os pais e eles sequer a deixavam namorar, utilizando um instrumento próprio, procura
eliminar o feto sozinha no banheiro de sua casa, vindo a sofrer, em razão de tal comportamento,
lesão corporal de natureza grave.
Encaminhada ao hospital para atendimento médico, fica constatado que, na verdade, ela não se
achava e nunca esteve grávida. O Hospital, todavia, é obrigado a noticiar o fato à autoridade
policial, tendo em vista que a jovem de 18 anos chegou ao local em situação suspeita, lesionada.
Diante disso, foi instaurado procedimento administrativo investigatório próprio e, com o
recebimento dos autos, o Ministério Público ofereceu denúncia em face de Pâmela pela prática
do crime de “aborto provocado pela gestante”, qualificado pelo resultado de lesão corporal
grave, nos termos dos Art. 124 c/c o Art. 127, ambos do Código Penal. Diante da situação
narrada, assinale a opção que apresenta a alegação do advogado de Pâmela.
A) A atipicidade de sua conduta.
B) O afastamento da qualificadora, tendo em vista que esta somente pode ser aplicada aos
crimes de aborto provocado por terceiro, com ou sem consentimento da gestante, mas não para
o delito de autoaborto de Pâmela.
C) A desclassificação para o crime de lesão corporal grave, afastando a condenação pelo aborto.
D) O reconhecimento da tentativa do crime de aborto qualificado pelo resultado.
COMENTÁRIOS:
A conduta, aqui, é atípica, em razão da ABSOLUTA IMPROPRIEDADE DO OBJETO, nos
termos do art. 17 do CP, pois temos a figura do crime impossível. Isso se dá porque, nessas
circunstâncias, Pâmela JAMAIS conseguiria alcançar o resultado pretendido (aborto), pois
nunca esteve grávida, e o primeiro pressuposto para o praticar autoaborto é estar grávida.
Pâmela não irá responder, ainda, pela lesão corporal, eis que a lesão foi provocada pela
própria vítima, e o direito penal não pune a autolesão.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
COMENTÁRIOS:
Neste caso, a conduta do agente não configura crime, pois está amparada pelo instituto da
legítima defesa, já que ele agiu para repelir injusta agressão que estava ocorrendo contra a
jovem, na forma do art. 25 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 170 - Diz-se que o crime é doloso quando o agente quis o resultado ou assumiu o
risco de produzi-lo, e que o crime é culposo, quando o agente deu causa a resultado previsível
por imprudência, negligência ou imperícia. Sobre o tema, é correto afirmar que:
a) o dolo direto de segundo grau também é conhecido como dolo de consequências necessárias;
b) para a teoria finalista da ação, o dolo e a culpa integram a culpabilidade;
COMENTÁRIOS:
a) CORRETA: Item correto, pois este (dolo de consequências necessárias) é outro nome dado
pela doutrina ao dolo direto de segundo grau, que ocorre quando o agente não quer
diretamente a ocorrência do resultado, mas o aceita como consequência necessária de seu
agir.
b) ERRADA: Item errado, pois, para a teoria finalista da ação o elemento subjetivo (dolo e
culpa) encontra-se dentro da conduta (conduta como ação humana dirigida a uma
determinada finalidade), logo, dentro do fato típico.
c) ERRADA: Item errado, pois a doutrina classifica exatamente de forma diversa, ou seja,
negligência como uma conduta negativa, enquanto a imprudência como um comportamento
positivo.
d) ERRADA: Item errado, pois, como regra, o crime culposo não admite forma tentada, já
que para que haja tentativa o agente deve querer o resultado, mas não o alcança por
circunstâncias alheias à sua vontade. No crime culposo o agente não quer o resultado. A
única hipótese de crime culposo na forma tentada fica por conta da chamada “culpa
imprópria”, como ocorre, por exemplo, no caso do art. 20, §1º do CP (descriminante putativa
por erro evitável), em que o agente pratica uma conduta dolosa, mas, por questão de política
criminal, responde a título de culpa.
e) ERRADA: Item errado, pois isso ocorre no dolo eventual. Na culpa consciente o agente
prevê a possibilidade de ocorrência do resultado mas acredita que, com suas habilidades,
conseguirá evita-lo.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 171 - Diego e Júlio César, que exercem a mesma função, estão trabalhando dentro
de um armazém localizado no Porto de Salvador, quando se inicia um incêndio no local em
razão de problemas na fiação elétrica. Existe apenas uma pequena porta que permite a saída dos
trabalhadores do armazém, mas em razão da rapidez com que o fogo se espalha, apenas dá
tempo para que um dos trabalhadores saia sem se queimar. Quando Diego, que estava mais
próximo da porta, vai sair, Júlio César, desesperado por ver que se queimaria se esperasse a
saída do companheiro, dá um soco na cabeça do colega de trabalho e passa à sua frente,
deixando o armazém. Diego sofre uma queda, tem parte do corpo queimada, mas também
consegue sair vivo do local. Em razão do ocorrido, Diego ficou com debilidade permanente de
membro.
Considerando apenas os fatos narrados na situação hipotética, é correto afirmar que a conduta
de Júlio César
a) configura crime de lesão corporal grave, sendo o fato típico, ilícito e culpável.
b) está amparada pelo instituto da legítima defesa, causa de exclusão da ilicitude.
c) configura crime de lesão corporal gravíssima, sendo o fato típico, ilícito e culpável.
d) está amparada pelo instituto do estado de necessidade, causa de exclusão da ilicitude.
e) está amparada pelo instituto do estado de necessidade, causa de exclusão da culpabilidade.
COMENTÁRIOS:
Neste caso, a conduta do agente não configura crime, pois está amparada pelo instituto do
estado de necessidade, previsto no art. 24 do CP, já que agiu assim para salvar de perigo
atual, que não provocou por sua vontade nem podia de outra forma evitar, um bem jurídico
próprio (vida).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 172 - Durante uma discussão, Theodoro, inimigo declarado de Valentim, seu
cunhado, golpeou a barriga de seu rival com uma faca, com intenção de matá-lo. Ocorre que,
após o primeiro golpe, pensando em seus sobrinhos, Theodoro percebeu a incorreção de seus
atos e optou por não mais continuar golpeando Valentim, apesar de saber que aquela única
facada não seria suficiente para matá-lo.
Neste caso, Theodoro
A) não responderá por crime algum, diante de seu arrependimento.
B) responderá pelo crime de lesão corporal, em virtude de sua desistência voluntária.
C) responderá pelo crime de lesão corporal, em virtude de seu arrependimento eficaz.
D) responderá por tentativa de homicídio.
COMENTÁRIOS
Neste caso ocorreu o que se chama de “desistência voluntária”, pois o agente, mesmo podendo
prosseguir na execução do delito, voluntariamente desiste de dar continuidade. Neste caso, nos
termos do art. 15 do CP, o agente responde apenas pelos atos até então praticados, ou seja, pelos
resultados até então efetivamente obtidos, que são as lesões corporais provocadas na vítima,
desprezando-se o dolo inicial (que era de matar).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
a madrugada, acabar com sua vida. Por volta das 22h, Pedro deita para ver futebol na sala
da residência do casal. Quando chega à sala, Cristiane percebe que Pedro estava deitado
sem se mexer no sofá. Acreditando estar dormindo, desfere 10 facadas em seu peito.
Nervosa e arrependida, liga para o hospital e, com a chegada dos médicos, é informada
que o marido faleceu. O laudo de exame cadavérico, porém, constatou que Pedro havia
falecido momentos antes das facadas em razão de um infarto fulminante. Cristiane, então,
foi denunciada por tentativa de homicídio.
Você, advogado (a) de Cristiane, deverá alegar em seu favor a ocorrência de
A) crime impossível por absoluta impropriedade do objeto.
B) desistência voluntária.
C) arrependimento eficaz.
D) crime impossível por ineficácia do meio.
No caso em tela tem-se o que se chama de crime impossível, pela absoluta impropriedade do
objeto, já que um cadáver não pode ser vítima de homicídio. A conduta de Cristiane, portanto,
não é punível, pois o CP brasileiro adotou a teoria objetiva da punibilidade do crime impossível,
prevendo a ausência de punição, já que o resultado é impossível, nos termos do art. 17 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
a) estado de necessidade.
b) estrito cumprimento de dever legal.
c) erro inevitável sobre a ilicitude do fato.
d) exercício regular de direito.
e) legítima defesa.
COMENTÁRIO
As causas legais de exclusão da culpabilidade estão previstas nos arts. 21 e 22 do CP. Vejamos:
Erro sobre a ilicitude do fato (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato,
se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminui-la de um sexto a um terço.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a
consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou
atingir essa consciência. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Coação irresistível e obediência hierárquica (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a
ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor
da coação ou da ordem. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Assim, a alternativa que traz uma causa de exclusão da culpabilidade é a letra C, que trata do
erro
de proibição inevitável.
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
COMENTÁRIOS
A) CORRETA: O STJ entende que a tipicidade engloba sua parte formal (existência do fato
típico
na Lei) e sua parte material (lesividade social, grosso modo). Ausente qualquer uma das duas, o
fato será atípico.
B) ERRADA: A obediência hierárquica é causa de exclusão da culpabilidade, nos termos do art.
22
do CP.
C) CORRETA: Esta é a previsão do art. 23, § único do CP.
D) CORRETA: Item correto, pois não há que se falar em legítima defesa aqui, já que esta
somente
é cabível em face de agressão proveniente de ser humano. Temos, aqui, estado de necessidade.
E) CORRETA: Item correto, nos termos do art. 28, II do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA ERRADA É A LETRA B.
Apolo já havia sido ameaçado de morte por Hades e Hades ainda fez menção a colocar a mão
no
bolso (denotando sacar uma arma), não se podia exigir de Apolo que pensasse o contrário,
motivo
pelo qual entendo que se trata de erro vencível (desculpável).
No caso de ser escusável o erro, Apolo estaria isento de pena, e caso inescusável, responderia a
título culposo, e não doloso, nos termos do art. 20, §1º do CP, motivo pelo qual as alternativas B
e D estão incorretas.
No entanto, mesmo tendo agido em legítima defesa e podendo ser punido a título culposo ou ser
isento de pena (a depender do tipo de erro), o certo é que a conduta de APOLO é DOLOSA, eis
que ele teve vontade de atirar contra Hades, com dolo de matar (animus necandi ).
Independentemente da circunstância de agir em legítima defesa putativa (o que influenciará nos
reflexos penais), a conduta é considerada dolosa, motivo pelo qual está correta a letra A.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 183 - José conversava com Antônio
em frente a um prédio. Durante a conversa, José percebe que João, do alto do edifício,
jogara um vaso mirando a cabeça de seu interlocutor. Assustado, e com o fim de evitar a
possível morte de Antônio, José o empurra com força. Antônio cai e, na queda, fratura o
braço. Do alto do prédio, João vê a cena e fica irritado ao perceber que, pela atuação
rápida de José, não conseguira acertar o vaso na cabeça de Antônio.
Com base no caso apresentado, segundo os estudos acerca da teoria da imputação objetiva,
assinale a afirmativa correta.
A) José praticou lesão corporal culposa.
B) José praticou lesão corporal dolosa.
C) O resultado não pode ser imputado a José, ainda que entre a lesão e sua conduta exista nexo
de causalidade.
D) O resultado pode ser imputado a José, que agiu com excesso e sem a observância de devido
cuidado.
COMENTÁRIOS
A questão retrata o exemplo mais clássico sobre a Teoria da Imputação Objetiva. Embora José
tenha empurrado João, e esta conduta tenha sido a causa das lesões sofridas por João em seu
braço, certo é que José não agiu com dolo de ferir João, tendo agido assim para evitar a
ocorrência de um evento ainda mais danoso para este, qual seja, a sua eventual morte em razão
do impacto que seria provocado pelo vaso jogado do alto do prédio por Antônio.
Assim, como José evitou a ocorrência de um resultado lesivo ainda maior, tendo sido movido
por
essa intenção, pela Teoria da Imputação Objetiva, não pode responder pelo delito de lesões
corporais.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 184 - No Direito Penal brasileiro, prevalece no
âmbito doutrinário e jurisprudencial a adoção da teoria tripartida do fato criminoso, ou seja,
crime é a conduta típica, ilícita e culpável. Nem toda conduta típica será ilícita, tendo em
vista que existem causas de exclusão da ilicitude.
As alternativas a seguir apresentam causas que excluem a ilicitude, de acordo com o Código
Penal, à exceção de uma. Assinale-a.
a) Legítima Defesa.
b) Obediência hierárquica.
c) Estrito cumprimento de dever legal.
d) Exercício regular de direito.
e) Estado de necessidade.
COMENTÁRIOS
As causas de exclusão da ilicitude estão previstas no art. 23 do CP:
Exclusão de ilicitude (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
I - em estado de necessidade; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - em legítima defesa;(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Vemos, portanto, que não se inclui entre as causas de exclusão da ilicitude a obediência
hierárquica, que é considerada causa de exclusão da CULPABILIDADE, na forma do art. 22 do
CP:
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a
ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor
da coação ou da ordem. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 185 - Determinado agente, insatisfeito com as
diversas brigas que tinha com seu vizinho, resolve matá-lo. Ao ver seu desafeto passando
pela rua, pega sua arma, que estava em situação regular e contava com apenas uma bala,
e atira, vindo a atingi-lo na barriga. Lembrando-se que o vizinho era pai de duas crianças,
arrepende-se de seu ato e leva a vítima ao hospital. O médico, diante do pronto
atendimento e rápida cirurgia, salva a vida da vítima.
Diante da situação acima, o membro do Ministério Público deve
a) denunciar o agente pelo crime de lesão corporal, pois o arrependimento posterior no caso
d) o juízo de reprovabilidade que se exerce sobre uma determinada pessoa que pratica um fato
típico e antijurídico, tendo como requisitos a imputabilidade, a potencial consciência da ilicitude
e a exigibilidade de conduta diversa;
e) o juízo de reprovabilidade que se exerce sobre uma determinada pessoa que pratica um fato
típico e ilícito, tendo como requisitos a imputabilidade, a consciência plena da ilicitude e a
inexigibilidade de conduta diversa.
COMENTÁRIOS
O conceito doutrinário de culpabilidade pode ser melhor extraído do que dispõe a alternativa D,
ou seja, o “juízo de reprovabilidade que se exerce sobre uma determinada pessoa que pratica um
fato típico e antijurídico, tendo como requisitos a imputabilidade, a potencial consciência da
ilicitude e a exigibilidade de conduta diversa”.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 187 - Jorge pretende matar seu desafeto Marcos.
Para tanto, coloca uma bomba no jato particular que o levará para a cidade de Brasília.
Com 45 minutos de voo, a aeronave executiva explode no ar em decorrência da detonação
do artefato, vindo a falecer, além de Marcos, seu assessor Paulo e os dois pilotos que
conduziam a aeronave. Considerando que, ao eleger esse meio para realizar o seu intento,
Jorge sabia perfeitamente que as demais pessoas envolvidas também viriam a perder a
vida, o elemento subjetivo de sua atuação em relação à morte de Paulo e dos dois pilotos
é o:
a) dolo alternativo;
b) dolo eventual;
c) dolo geral ou erro sucessivo;
d) dolo normativo;
e) dolo direto de 2º grau ou de consequências necessárias.
COMENTÁRIOS
No caso concreto temos o que se chama de DOLO DIRETO DE SEGUNDO GRAU (ou de
consequências necessárias). Isto porque o agente, embora NÃO QUEIRA o resultado acessório
(no caso, a morte de Paulo e dos dois pilotos), ele aceita tal resultado como NECESSÁRIO para
que o resultado pretendido (a morte de Marcos) ocorra.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 188 - Carlos, imbuído de perniciosa lascívia
concupiscente em face de sua colega de trabalho, Joana, resolve estuprá-la após o fim do
expediente. Para tanto, fica escondido no corredor de saída do escritório e, quando a vítima
surge diante de si, desfere-lhe um violento soco no rosto, que a leva ao chão. Aproveitandose
da debilidade da moça, Carlos deita-se sobre a mesma, já se preparando para despi-la,
porém, antes da prática de qualquer ato libidinoso, repentinamente, imbuído de súbito
remorso por ver uma enorme quantidade de sangue jorrando do nariz de sua colega, faz
cessar sua intenção e a conduz ao departamento médico, para que receba o atendimento
adequado.
Em relação a sua conduta, Carlos:
a) responderá por estupro tentado, em virtude da ocorrência de tentativa imperfeita;
b) não responderá por estupro, em virtude da desistência voluntária;
c) não responderá por estupro, em virtude de arrependimento eficaz;
d) não responderá por estupro, em virtude de arrependimento posterior;
e) responderá por estupro consumado, pois atualmente a lei não exige a prática de conjunção
carnal para a configuração desse delito.
COMENTÁRIOS
Carlos, neste caso, não responderá por estupro. Carlos deu início à execução da conduta de
estupro, mas podendo continuar, não o fez, por ter se arrependido. Neste caso, ocorreu a
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA. Assim, o agente responderá, apenas, pelos atos já praticados
(no
caso, lesões corporais). Vejamos o que diz o CP sobre a desistência voluntária:
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou
impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 189 - Isadora, mãe da adolescente Larissa, de 12 anos
de idade, saiu um pouco mais cedo do trabalho e, ao chegar à sua casa, da janela da sala,
vê seu companheiro, Frederico, mantendo relações sexuais com sua filha no sofá. Chocada
com a cena, não teve qualquer reação. Não tendo sido vista por ambos, Isadora decidiu, a
partir de então, chegar à sua residência naquele mesmo horário e verificou que o fato se
repetia por semanas. Isadora tinha efetiva ciência dos abusos perpetrados por Frederico,
porém, muito apaixonada por ele, nada fez. Assim, Isadora, sabendo dos abusos cometidos
por seu companheiro contra sua filha, deixa de agir para impedi-los.
Nesse caso, é correto afirmar que o crime cometido por Isadora é
a) omissivo impróprio.
b) omissivo próprio.
c) comissivo.
d) omissivo por comissão.
COMENTÁRIOS
No caso em tela, Frederico está praticando o delito de estupro de vulnerável, previsto no art.
217-
A do CP. A mãe da vítima, Isadora, não está cometendo omissão de socorro, pois ela tem O
DEVER
LEGAL de evitar o resultado, já que a vítima é sua filha (tendo o dever de proteção, cuidado e
vigilância). Assim, Isadora responderá pelo mesmo delito praticado por Frederico (e que ela
deveria evitar), ou seja, estupro de vulnerável.
Tal imputação se dá por força da causalidade NORMATIVA imposta à conduta de Isadora (já
que
do ponto de vista “natural” ela não praticou qualquer ato relativo ao estupro).
Temos, aqui, o que se chama de crime COMISSIVO POR OMISSÃO, ou OMISSIVO
IMPRÓPRIO,
nos termos do art. 13, §2º do CP:
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável
a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o
resultado não teria ocorrido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Relevância da omissão (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir
para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:(Incluído pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; (Incluído pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (Incluído
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 191 - Diz-se crime tentado quando
a) ele não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente, após iniciada a execução.
b) impossível de se consumar em razão da ineficácia absoluta do meio ou da absoluta
impropriedade do objeto.
c) o agente, por ato voluntário, até o recebimento da denúncia ou da queixa, repara o dano ou
restitui a coisa.
d) o agente desiste, de forma voluntária, de prosseguir na execução ou impede que o resultado
se produza.
e) o agente dá causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia.
COMENTÁRIOS
Considera-se o crime TENTADO quando, uma vez iniciada a EXECUÇÃO, o crime não se
consuma
C) II, III e V.
D) II, IV e V.
E) I, III e IV.
COMENTÁRIOS
Dentre as alternativas apresentadas, apenas a letra D está correta. Vejamos o art. 23, I e III do
CP: Exclusão de ilicitude (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 23 - Não há
crime quando o agente pratica o fato: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - em
estado de necessidade; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (...) III - em estrito
cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. (Incluído pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Portanto, vemos que apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas.
GABARITO: Letra E
QUESTÃO 195 - Legítima defesa
a) é meio de exclusão da ilicitude em face de qualquer injusta agressão, desde que os bens
jurídicos atacados sejam o patrimônio, a vida ou a integridade corporal.
b) é cabível ainda que o bem agredido esteja submetido a outra forma de especial proteção,
como o proprietário que ameaça o inquilino para que preserve o imóvel.
c) se legitima como forma de exclusão da antijuridicidade diante de agressão injusta, entendida
como aquela realizada mediante comportamento do agressor que implique em crime doloso.
d) quando praticada em excesso, após cessada a agressão, implica em punição na modalidade
culposa.
e) exclui a antijuridicidade da conduta quando repele agressão injusta que esteja ocorrendo ou
em vias de ocorrer, desde que a ação defensiva seja moderada e utilize os meios necessários.
COMENTÁRIOS
A legítima defesa está regulamentada no art. 25 do CP. Vejamos: Art. 25 - Entende-se em
legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão,
atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Vemos, assim, que a alternativa E está correta. Vamos às erradas:
a) ERRADA: Não é necessário que os bens jurídicos sejam estes (outros bens jurídicos também
pode ser protegidos por meio da legítima defesa).
b) ERRADA: Item errado, pois neste caso não há reação moderada e proporcional a uma
agressão
injusta atual ou iminente.
c) ERRADA: Item errado, pois a agressão injusta que está ocorrendo ou em vias de ocorrer
pode,
sequer, configurar fato típico (exemplo: José pega, à força, a bicicleta de Pedro, com intenção
de
apenas usar. Pedro, para repelir esta injusta agressão ao direito de propriedade, dá um soco em
José e vai embora com sua bicicleta. Neste caso, a agressão injusta perpetrada por José não
configura fato típico, pois é o chamado “furto de uso”. Todavia, é uma agressão injusta pois esta
violação ao direito de propriedade não está amparada pela Lei).
d) ERRADA: Não necessariamente. O excesso pode ser DOLOSO ou CULPOSO, a depender
das
circunstâncias, na forma do art. 23, § único do CP.
GABARITO: Letra E
QUESTÃO 196 - À luz do que dispõe o Ordenamento Penal brasileiro,
a) o agente que desiste de forma voluntária de prosseguir na execução do crime, ou impede que
o resultado se produza, terá sua pena reduzida de um a dois terços.
b) o arrependimento posterior, nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa,
deve ocorrer até o oferecimento da denúncia ou da queixa.
c) não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua
consumação.
d) crime impossível é aquele em que o agente, embora tenha praticado todos os atos executórios
sua disposição, não consegue consumar o crime por circunstâncias alheias à sua vontade.
e) diz-se crime culposo, quando o agente assumiu o risco de produzi-lo.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errado, pois neste caso teremos desistência voluntária ou arrependimento
eficaz, a depender do caso, e o agente responderá apenas pelos atos efetivamente já praticados,
desprezando-se seu intento inicial, na forma do art. 15 do CP.
b) ERRADA: Item errado, pois o arrependimento posterior, na forma do art. 16, deve ocorrer
até o RECEBIMENTO da denúncia ou da queixa.
c) CORRETA: Item correto, pois neste caso teremos crime impossível, na forma do art. 17 do
CP, não havendo crime. Há crime impossível pois a preparação do flagrante é uma grande
encenação, não havendo possibilidade de o crime, de fato, vir a ocorrer. Há, inclusive, súmula
do STF nesse sentido (súmula 145 do STF).
d) ERRADA: Item errado, pois esta é a definição de tentativa perfeita ou acabada. No crime
impossível o agente JAMAIS conseguiria alcançar o resultado, dada a absoluta impropriedade
do objeto ou absoluta ineficácia do meio, na forma do art. 17 do CP.
e) ERRADA: Item errado, pois aí teríamos um crime doloso por dolo eventual, na forma do art.
18, I do CP.
GABARITO: Letra C
QUESTÃO 197 – De acordo com o que estabelece o Código Penal,
a) não há crime quando o agente pratica o fato no exercício regular de direito.
b) entende-se em legítima defesa quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não
provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar.
c) é possível a invocação do estado de necessidade mesmo para aquele que tinha o dever legal
de enfrentar o perigo.
d) é plenamente possível a compensação de culpas quando ambos os agentes agiram com
imprudência, negligência ou imperícia na prática do ilícito.
e) considera-se praticado o crime no momento do resultado, ainda que outro seja o momento da
ação ou omissão.
COMENTÁRIOS
a) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão do art. 23, III do CP, que traz as
excludentes de ilicitude do estrtito cumprimento do dever legal e do exercício regular de direito.
b) ERRADA: Item errado, pois neste caso teremos estado de necessidade, conforme art. 24 do
CP.
c) ERRADA: Item errado, pois quem tem o dever legal de enfrentar o perigo não pode invocar o
estado de necessidade, conforme art. 24, §1º do CP.
d) ERRADA: Item errado, pois não há compensação de culpas no direito penal brasileiro (ex.:
José e Pedro, ambos dirigindo de forma imprudente, provocam um acidente, um gerando lesão
corporal culposa no outro. Ambos responderão pelo crime de lesão corporal culposa na direção
de veículo automotor, não havendo “compensação das culpas”).
e) ERRADA: Item errado, pois considera-se praticado o crime no momento da CONDUTA,
ainda que outro seja o momento do resultado (art. 4º do CP).
GABARITO: Letra A
QUESTÃO 198 - Arquimedes dirigia seu caminhão à noite, por uma estrada de serra, com
muitas curvas, péssima sinalização e sob forte chuva. Ele estava sonolento e apenas aguardava o
próximo posto de combustíveis para estacionar e dormir. Motorista experiente que era,
observava as regras de tráfego no local, imprimindo ao veículo a velocidade permitida no
trecho.
Entretanto, a 50 Km do posto de combustíveis mais próximo, após uma curva, Arquimedes
assustou-se com um vulto que de súbito adentrou a via, imediatamente acionando os freios, sem,
contudo, evitar o choque.
Inicialmente, pensou tratar-se de um animal, mas quando desembarcou do veículo, pôde
constatar
que se tratava de um homem. Desesperado ao vê-lo perdendo muito sangue, Arquimedes logo
acionou o serviço de socorro e emergências médicas, que chegou rapidamente ao local,
constatando o óbito do homem em cujo bolso foi encontrado um bilhete de despedida. Era um
suicida.
Da leitura do enunciado, pode-se afirmar que:
exclusão do crime”.
b) ERRADA: Item errado, pois no caso de crime praticado por dolo, culpa ou excesso culposo o
agente responde pelo crime praticado.
c) ERRADA: Item errado, pois além destas duas hipóteses, o CP prevê ainda que não haverá
crime
quando o fato for praticado em estrito cumprimento do dever legal e no exercício regular de
direito, na forma do art. 23 do CP.
d) ERRADA: Item errado, pois estas não são causas de exclusão do crime.
e) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão contida no art. 23 do CP:
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
I - em estado de necessidade; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - em legítima defesa;(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Excesso punível (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá
pelo excesso doloso ou culposo. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 202 - O Código Penal, ao tratar da relação de
causalidade do crime, considera causa a
a) emoção ou a paixão.
b) delação.
c) ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
d) excludente de ilicitude.
e) descriminante putativa.
COMENTÁRIOS
O CP adota, como regra, a teoria da equivalência dos antecedentes, segundo a qual considera-se
causa toda ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido, nos termos do art. 13 do
CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
37. (FCC – 2016 – ISS-TERESINA – AUDITOR-FISCAL) Considere:
I. obediência hierárquica.
II. estado de necessidade.
III. exercício regular de um direito.
IV. legítima defesa.
Dentre as causas excludentes de ilicitude, incluem-se o que consta APENAS em
a) I e II.
b) II, III e IV.
c) I, II e IV.
d) I, II e III.
e) III e IV.
COMENTÁRIOS
Dentre as hipóteses apresentadas, apenas os itens II, III e IV tratam de situações consideradas
excludentes de ilicitude, nos termos do art. 23 do CP.
A obediência hierárquica é causa de exclusão da CULPABILIDADE.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 203 - A consumação se dá nos crimes
a) de mera conduta, com a ocorrência do resultado naturalístico.
b) omissivos impróprios com a prática de conduta capaz de produzir o resultado naturalístico.
c) permanentes, no momento em que cessa a permanência.
d) omissivos próprios, com a simples omissão.
e) culposos, com a prática da conduta imprudente, imperita ou negligente
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errado, pois nos crimes de mera conduta não há resultado naturalístico
previsto
para a conduta descrita no tipo.
b) ERRADA: Item errado, pois nos crimes omissivos impróprios a consumação ocorre com a
ocorrência do resultado que deveria ter sido evitado pelo agente que se omitiu.
c) ERRADA: Item errado, pois nos crimes permanentes o crime está se consumando durante
todo
o período de permanência.
d) CORRETA: Item correto, pois tais crimes se consumam com a mera realização da conduta
(simples omissão por parte do agente).
e) ERRADA: Nos crimes culposos a consumação ocorre com a ocorrência do resultado
decorrente
da conduta negligente, imprudente ou imperita.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 204 - A respeito do crime consumado e do crime
tentado, da desistência voluntária, do arrependimento eficaz e do arrependimento
posterior, considere:
I. Há desistência voluntária quando o agente, embora tenha iniciado a execução de um delito,
desiste de prosseguir na realização típica, atendendo sugestão de terceiro.
II. A redução de um a dois terços da pena em razão do reconhecimento do crime tentado deve
d) atos preparatórios; Início de execução do tipo penal; falta de consumação por circunstâncias
alheias à vontade do agente; dolo e culpa.
e) atos preparatórios; Início de execução do tipo penal; falta de consumação por circunstâncias
alheias à vontade do agente; dolo.
COMENTÁRIOS
A tentativa ocorre quando, uma vez “iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias
alheias à vontade do agente”, nos termos do art. 14, II do CP.
Isto posto, são elementos da tentativa o início de execução do tipo penal, a falta de consumação
por circunstâncias alheias à vontade do agente e o dolo.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 208 - Os crimes omissivos impróprios ou comissivos por omissão são
aqueles
a) cuja consumação se protrai no tempo, enquanto perdurar a conduta.
b) em que a relação de causalidade é normativa.
c) praticados mediante o “não fazer” o que a lei manda, sem dependência de qualquer resultado
naturalístico.
d) que se consumam antecipadamente, sem dependência de ocorrer ou não o resultado desejado
pelo agente.
e) que o agente deixa de fazer o que estava obrigado, ainda que sem a produção de qualquer
resultado.
COMENTÁRIOS
Os crimes omissivos impróprios, também chamados de crimes “comissivos por omissão”, são
aqueles em que o agente o agente tem a obrigação legal de agir para evitar o resultado, de
maneira que, se não o faz e o resultado ocorre, o agente responde pelo resultado ocorrido
(diferentemente dos crimes omissivos puros, em que o agente responde apenas pela omissão,
independentemente do resultado). Trata-se, aqui, de uma relação de causalidade normativa entre
a conduta (o não agir) e o resultado. Não há causalidade física, eis que “do nada, nada surge”. O
agente não deu “causa” (fisicamente falando) ao resultado, mas como devia e podia evitá-lo,
responde por ele.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 209 - Decididamente disposto a matar Tício, por
erro de pontaria o astuto Caio acerta-lhe de leve raspão um disparo no braço. Porém,
assustado com o estrondo do estampido, e temendo acordar a vizinhança que o poderia
prender, ao invés de descarregar a munição restante, Caio estrategicamente decide
socorrer o cândido Tício que, levado ao hospital pelo próprio algoz, acaba logo liberado
com curativo mínimo. Caio primeiramente diz, em sua autodefesa, que o tiro ocorrera por
acidente, chegando ardilosamente a indenizar de pronto todos os prejuízos materiais e
morais de Tício com o fato, mas sua trama acaba definitivamente desvendada pela límpida
investigação policial que se segue. Com esses dados já indiscutíveis, mais precisamente
pode-se classificar os fatos como
a) tentativa de homicídio.
b) desistência voluntária.
c) arrependimento eficaz.
d) arrependimento posterior.
e) aberratio ictus.
COMENTÁRIOS
Trata-se de questão polêmica. A Banca considerou como resposta correta a letra B, ou seja,
desistência voluntária. De fato, é possível considerar ter havido desistência voluntária, eis que o
agente deliberadamente resolveu interromper a execução (pois podia dar continuidade à
execução). Há quem defenda ter havido mera tentativa, em razão do fato de o agente ter
interrompido a execução por medo de ser preso. Questão bastante polêmica, mas a letra B, de
fato, parece a mais correta, considerando o fato de que o agente não foi coagido a interromper a
execução, fazendo-o por vontade própria (ainda que movido pelo medo).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 210 - A respeito da tipicidade penal, é correto
afirmar:
a) Para a teoria da tipicidade conglobante, a tipicidade penal pressupõe a existência de normas
proibitivas e a inexistência de preceitos permissivos da conduta em uma mesma ordem jurídica.
b) As causas excludentes da ilicitude restringem-se àquelas previstas na Parte Geral do Código
Penal.
c) A figura do crime impossível prevista no art. 17 do Código Penal retrata hipótese de fato
típico,
mas inculpável.
d) Pelo Código Penal, aquele que concretiza conduta prevista hipoteticamente como crime, mas
que age em obediência à ordem de superior hierárquico que não seja notoriamente ilegal, pratica
ação atípica penalmente.
e) Nas hipóteses de estado de necessidade, o Código Penal prevê que o excesso doloso disposto
no parágrafo único do art. 23 do Código Penal torna ilícita conduta originalmente permitida, o
que não ocorre com o excesso culposo, que mantém a ação excessiva impunível.
COMENTÁRIOS
a) CORRETA: Item correto, pois a teoria da tipicidade conglobante, desenvolvida por
Zaffaroni,
entende que a tipicidade comporta não apenas a existência de uma norma proibitiva, mas a
inexistência, no mesmo ordenamento jurídico, de normas que permitem ou ordenem a prática da
excludente de ilicitude, devendo o agente ser punido em razão do excesso, nos termos do art.
23,
§ único do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 212 - É correto afirmar que:
a) Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída
a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será
reduzida de um a dois terços.
b) O agente que, involuntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o
resultado
se produza, não responde pelos atos já praticados.
c) Diz-se o crime tentado quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal.
d) Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver causado,
exceto culposamente.
e) Não se pune a tentativa quando, por absoluta impropriedade do meio ou por ineficácia
absoluta
do objeto, é impossível consumar-se o crime.
COMENTÁRIOS
a) CORRETA: Item correto, pois esta é a figura do arrependimento posterior, previsto no art. 16
do CP.
b) ERRADA: O agente, neste caso, apesar de beneficiado pela desistência voluntária ou pelo
arrependimento eficaz, nos termos do art. 15 do CP, responde pelos atos JÁ PRATICADOS.
c) ERRADA: Item errado, pois neste caso teremos um crime CONSUMADO, nos termos do art.
14,
I do CP.
d) ERRADA: Item errado, pois, “pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o
agente que o houver causado ao menos culposamente”, nos termos do art. 19 do CP, ou seja, o
agente responderá caso tenha dado causa ao resultado agravador PELO MENOS a título de
culpa
(e, claro, também responderá se o resultado agravador deriva de DOLO).
e) ERRADA: Item errado, pois a absoluta impropriedade deve ser do OBJETO, e a ineficácia
absoluta deve ser do MEIO EMPREGADO (a alternativa inverte as situações), nos termos do
art.
17 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 213 - Aprovada em Sessão Plenária de 15
de dezembro de 1976, a Súmula 554 do Supremo Tribunal Federal enuncia que “O
IV – ERRADA: Item errado, pois o desconhecimento da lei ninguém pode alegar. Todavia, o
erro
sobre a ilicitude do fato, se inevitável, afasta a CULPABILIDADE, não a punibilidade, nos
termos
do art. 21 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 216 - É causa de exclusão da tipicidade,
a) a insignificância do fato ou a sua adequação social, segundo corrente doutrinária e
jurisprudencial.
b) o erro inevitável sobre a ilicitude do fato.
c) a coação moral irresistível.
d) a não exigibilidade de conduta diversa.
e) a obediência hierárquica.
COMENTÁRIOS
O item correto é a Letra A. Isto porque a insignificância e a adequação social são fatores que
afastam a tipicidade material (necessidade de que a conduta seja uma violação a um bem
jurídica
penalmente relevante) e, portanto, a tipicidade. As demais são hipóteses de exclusão da
culpabilidade.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 217 - No que diz respeito aos estágios de realização do crime, é
correto afirmar que
a) se atinge a consumação com o exaurimento do delito.
b) há arrependimento eficaz quando o agente, por ato voluntário, nos crimes sem violência ou
grave ameaça à pessoa, repara o dano ou restitui a coisa até o recebimento da denúncia ou da
queixa.
c) há desistência voluntária quando o agente, embora já realizado todo o processo de execução,
impede que o resultado ocorra.
d) na desistência voluntária e no arrependimento eficaz o agente só responde pelos atos já
praticados, se típicos.
e) a tentativa constitui circunstância atenuante.
COMENTÁRIOS
O item correto é a Letra D. Vejamos:
Desistência voluntária e arrependimento eficaz (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou
impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.
e) lesão.
COMENTÁRIOS
Dentre os elementos apontados pela questão, o único que necessariamente estará presente em
TODOS os crimes é a conduta (ação ou omissão + vontade), eis que indispensável para sua
existência.
O dolo só se exige nos crimes dolosos.
O resultado naturalístico só se exige nos crimes materiais, bem como a lesão.
Já a imprudência só se exige em alguns crimes culposos (pois podem ser praticados, também,
por
negligência ou imperícia).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 220 - Paulo, sabendo que seu desafeto Pedro não
sabia nadar e desejando matá-lo, jogou-o nas águas, durante a travessia de um braço de
mar. Todavia, ficou com pena da vítima, mergulhou e a retirou, antes que se afogasse.
Nesse caso, ocorreu:
a) desistência voluntária.
b) arrependimento eficaz
c) crime tentado
d) crime putativo.
e) crime impossível
COMENTÁRIOS
No caso em tela o agente já praticou todos os atos da execução, tendo exaurido sua capacidade
para a execução do delito, ou seja, temos uma execução perfeita e acabada, de forma que
incabível falar em desistência voluntária, que pressupõe a possibilidade de prosseguir na
execução.
No caso em tela, contudo, o agente evita a ocorrência do resultado, por ter se arrependido de
sua conduta. Neste caso, caracterizado está o arrependimento EFICAZ. Vejamos:
Desistência voluntária e arrependimento eficaz (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou
impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 221 - Segundo entendimento doutrinário, o
consentimento do ofendido (quando não integra a própria descrição típica), a adequação
social e a inexigibilidade de conduta diversa constituem causas supralegais de exclusão,
respectivamente, da
COMENTÁRIOS
I – ERRADA: Cícerus não pode se valer da legítima defesa, pois a agressão de seu oponente
não
será injusta, posto que ambos concordaram em participar da luta.
II – ERRADA: Neste caso, como a agressão já havia cessado, Marcus não agiu em legítima
defesa,
tendo ocorrido vingança.
III – CORRETA: Se Lícius reagiu a uma agressão iminente (prestes a ocorrer), estará amparado
pela
legítima defesa (desde que presentes os demais requisitos, conforme apontado pela questão).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 224 - Não se admite a tentativa
nos crimes
a) unissubsistentes.
b) culposos.
c) omissivos puros.
d) omissivos impróprios.
e) preterdolosos sem consumação do resultado agregado.
COMENTÁRIOS
A questão foi bem anulada. Isso porque todos os crimes citados NÃO admitem tentativa, à
exceção dos omissivos impróprios, pois estes admitem a tentativa. Na verdade, a Banca
provavelmente queria saber qual deles admitia a tentativa, mas acabou pedindo o que “não
admite” a tentativa, motivo pelo qual acabou anulada corretamente.
Lembrando que os crimes UNISSUBSISTENTES não admitem tentativa, pois não é possível
fracionar a conduta em diversos atos. Como todo crime omissivo puro é unissubsistente, estes
também não admitem tentativa.
Os crimes culposos também não admitem tentativa, por uma questão de lógica: Se o agente não
queria o resultado, não é possível falar em “tentativa”.
Por fim, os preterdolosos não admitem tentativa em relação ao resultado que qualifica o crime,
pois este resultado é obtido a título de culpa (O agente começa a conduta dolosamente, mas
obtém um resultado diferente, por culpa).
Portanto, a questão foi ANULADA.
QUESTÃO 225 - Fernando deu início à
execução de um delito material, praticando atos capazes de produzir o resultado lesivo.
Todavia, aliou-se à sua ação uma concausa
I. preexistente, absolutamente independente em relação à conduta do agente que, por si só,
produziu o resultado.
II. concomitante, absolutamente independente em relação à conduta do agente que, por si só,
produziu o resultado.
III. superveniente, relativamente independente em relação à conduta do agente, situada na
mesma
linha de desdobramento físico da conduta do agente, concorrendo para a produção do resultado.
IV. superveniente, relativamente independente em relação à conduta do agente, sem guardar
posição de homogeneidade em relação à conduta do agente e que, por si só, produziu o
resultado.
O resultado lesivo NÃO será imputado a Fernando, que responderá apenas pelos atos
praticados,
nas situações indicadas em
a) I, II e IV.
b) III e IV.
c) I e III.
d) I e II.
e) II, III e IV.
COMENTÁRIOS
Essa questão se resolve facilmente da seguinte forma: As concausas ABSOLUTAMENTE
independentes (I e II) NUNCA geram a imputação do resultado ao agente (a conduta do agente
não é causa, pois pode ser suprimida mentalmente sem afetar o resultado).
As concausas RELATIVAMENTE independentes, preexistentes ou concomitantes, não
excluem a
imputação do resultado ao agente, pois há uma soma de “esforços” entre a concausa e a conduta
do agente (a conduta do agente é causa, pois NÃO pode ser suprimida mentalmente sem afetar
o resultado).
Em relação às concausas SUPERVENIENTES RELATIVAMENTE independentes, devemos
dividi-las
em:
a) Produziram, por si só, o resultado.
b) Agregaram-se ao nexo causal iniciado pela conduta do agente, contribuindo para a produção
do resultado.
No primeiro caso o agente NÃO responde pelo resultado, mas apenas pelos atos que praticou.
No segundo o caso o agente responde pelo resultado, pois a concausa superveniente, a despeito
de estar ligada à conduta inicial do agente, criou um novo nexo de causalidade, vindo a produzir
o resultado sem se inserir na cadeia causal da conduta do agente.
Assim, podemos verificar que somente na afirmativa III o agente responderá pelo resultado, por
se tratar de concausa superveniente, relativamente independente que SE AGREGOU à conduta
A) ERRADA: Os crimes comissivos por omissão resultam de um “não fazer” o que a lei manda,
mas dependem de um resultado naturalístico.
B) ERRADA: Os crimes formais, de fato, independem da existência do resultado naturalístico,
mas
não necessariamente são omissivos.
C) CORRETA: Os crimes omissivos próprios são os únicos que reúnem ambas as
características,
pois decorrem de um “não fazer” o que a lei manda, e são formais, ou seja, independem de um
resultado naturalístico.
D) ERRADA: Os crimes comissivos não decorrem de “um não fazer”, mas de um ”fazer”.
Portanto,
a alternativa está incorreta.
E) ERRADA: Os omissivos impróprios são sinônimos de comissivos por omissão, logo, está
errada,
nos termos da fundamentação da alternativa A.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 228 - No estado de necessidade,
A) há necessariamente reação contra agressão.
B) o agente responderá apenas pelo excesso culposo.
C) deve haver proporcionalidade entre a gravidade do perigo que
ameaça o bem jurídico e a gravidade da lesão causada.
D) a ameaça deve ser apenas a direito próprio.
E) inadmissível a modalidade putativa.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: Reação contra agressão está presente na legítima defesa, não no estado de
necessidade, que pode decorrer de uma catástrofe natural, etc.
B) ERRADA: O agente responde tanto pelo excesso culposo quanto pelo excesso doloso.
C) CORRETA: O bem jurídico sacrificado deve ser de valor menor ou igual ao bem jurídico
preservado, nos termos do art. 24 do Código Penal, quando fala em razoabilidade.
D) ERRADA: Tanto age em estado de necessidade quem defende direito próprio quanto quem
defende direito de terceiro, nos termos do art. 24 do CP.
E) ERRADA: É plenamente possível a modalidade putativa, pois o agente pode supor,
erroneamente, estar presente uma situação de necessidade que, caso presente, justificaria sua
conduta, de forma a excluir a ilicitude do fato.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 229 - Para a doutrina finalista, o dolo integra a
A) culpabilidade.
B) tipicidade.
C) ilicitude.
D) antijuridicidade.
E) punibilidade.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: O dolo integra a culpabilidade apenas para a Doutrina naturalística;
B) CORRETA: Para a Doutrina finalista, de Hans Welzel, o dolo e a culpa (elementos
subjetivos)
são deslocados da culpabilidade para a conduta e, portanto, para o fato típico.
C) ERRADA: Como vimos, o dolo integra a conduta, logo, o fato típico.
D) ERRADA: A antijuridicidade é sinônimo de ilicitude, logo, está incorreta, pois o dolo (e a
culpa)
não é um de seus elementos.
E) ERRADA: A punibilidade sequer é um dos elementos do crime, sendo meramente a
possibilidade que o Estado possui de fazer valer seu Poder Punitivo. Assim, está incorreta.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 230 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o
dano ou restituída a
coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será
reduzida de um a dois terços.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois esta é a exata definição do arrependimento posterior, que gera redução de
pena de um a dois terços, na forma do art. 16 do CP:
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado
o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato
voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
GABARITO: CORRETA
QUESTÃO 231 - A doutrina dominante define tipicidade como
A )a adequação de um ato praticado pelo agente com as características que o enquadram à
norma
descrita na lei penal como crime.
B) um juízo de valor negativo ou desvalor, indicando que a ação humana foi contrária às
exigências
do Direito.
C) a voluntária omissão de diligência em calcular as consequências possíveis e previsíveis do
próprio fato.
D) um juízo de reprovação pessoal que recai sobre o autor do crime, que opta em praticar atos
ou
omissões de forma contrária ao Direito.
E) uma ação delitiva de maneira consciente e voluntária.
COMENTÁRIOS
A tipicidade nada mais é que a adequação entre a conduta praticada no mundo real e aquilo que
está previsto como fato típico na norma penal incriminadora.
GABARITO: LETRA A
QUESTÃO 232 - Quando, por ineficácia absoluta do meio ou
por absoluta impropriedade do objeto, é impraticável consumar-se o crime, configura-se o
instituto
(A) do arrependimento eficaz.
(B) da desistência voluntária.
(C) do arrependimento posterior.
(D) do crime impossível.
(E) da tentativa.
COMENTÁRIOS
Nessas circunstâncias há crime IMPOSSÍVEL (tentativa inidônea), conforme art. 17 do CPP:
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por
absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 233 - Aquele que pratica o fato para salvar de perigo
atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio
ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se,
(A) não comete crime, pois age amparado pelo estrito cumprimento do dever legal.
(B) não comete crime, pois age amparado pelo estado de necessidade.
(C) comete crime, embora esteja amparado por causa excludente de culpabilidade.
(D) não comete crime, pois age amparado pela legítima defesa.
(E) comete crime, embora esteja amparado por causa excludente de punibilidade.
COMENTÁRIOS
O agente, neste caso, atua em estado de necessidade, que é causa excludente de ilicitude,
conforme art. 24 do CP:
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar
de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo
evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável
exigir-se. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
7.209, de 11.7.1984)
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (Incluído
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Como se vê, o agente não responde penalmente pela omissão quando tinha, por CONVENÇÃO
SOCIAL, o dever de proteção, cuidado e vigilância, mas apenas quando tinha tal dever por
obrigação legal ou quando de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado
ou,
ainda, quando criou o risco da ocorrência do resultado, com seu comportamento anterior.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
QUESTÃO 239 - De acordo com o
Código Penal Brasileiro, o crime é tentado quando, iniciada a execução, o agente impede
a realização do resultado.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois considera-se o crime tentado quando, uma vez iniciada a execução, não se
consuma o delito por circunstâncias alheias à vontade do agente, nos termos do art. 14, II do CP.
Quando o próprio agente impede a ocorrência do resultado poderemos ter desistência voluntária
ou arrependimento eficaz, a depender do caso, na forma do art. 15 do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
QUESTÃO 240 -Com relação à consumação e tentativa do crime,
nos termos previstos no Código Penal, é correto afirmar que
(A) salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime
consumado, diminuída de um a dois terços.
(B) diz-se o crime consumado, quando nele se reúnem dois terços dos elementos de sua
definição
legal.
(C) diz-se o crime consumado, quando nele se reúnem a maioria dos elementos de sua definição
legal.
(D) diz-se o crime tentado quando não se exaure por circunstâncias alheias à vontade do agente.
(E) diz-se o crime tentado quando, iniciada a cogitação, não se consuma por circunstâncias
alheias
à vontade do agente.
COMENTÁRIOS
Diz-se o crime consumado quando nele se reúnem a TODOS os elementos de sua definição
legal,
nos termos do art. 14, I do CP. Diz-se o crime como “tentado” quando, uma vez iniciada a
execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente, nos termos do art. 14,
II do CP.
A tentativa, salvo disposição em contrário, é punida com a pena correspondente ao crime
consumado, diminuída de um a dois terços, nos termos do art. 14, § único do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 241 - Segundo o previsto no Código Penal, incorrerá na excludente de ilicitude
denominada estado de necessidade aquele que
(A) pratica o fato usando moderadamente dos meios necessários, para repelir injusta agressão,
atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
(B) atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando não lhe era possível, nas
circunstâncias, ter ou atingir essa consciência.
(C) tendo o dever legal de enfrentar o perigo, pratica o fato para salvar de perigo atual, que não
provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo
sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável se exigir.
(D) pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de
outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, era razoável
exigirse.
(E) pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de
outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável
exigir-se.
COMENTÁRIOS
Atua em estado de necessidade aquele que pratica o fato definido como crime para salvar de
perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio
ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se, nos termos do art. 24 do
CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 242 - O indivíduo “B”, com intenção de matar a pessoa
“D”, efetua dez disparos de arma de fogo em direção a um veículo que se encontra
estacionado na via pública por imaginar que dentro desse veículo encontrava-se a pessoa
“D”, contudo, não havia nenhuma pessoa no interior do veículo. Com relação à conduta
praticada por “B”, é correto afirmar que
(A) o indivíduo “B” poderá ser punido pelo crime de homicídio tentado, em virtude da
interpretação extensiva do crime de homicídio em vista de sua intenção.
(B) o indivíduo “B” poderá ser punido pelo crime de homicídio consumado, em virtude da
interpretação extensiva do crime de homicídio.
(C) o indivíduo “B” não poderá ser punido pelo crime de homicídio.
(D) o indivíduo “B” poderá ser punido pelo crime de homicídio tentado, por analogia ao crime
de
homicídio em vista de sua intenção.
(E) o indivíduo “B” poderá ser punido pelo crime de homicídio consumado, por analogia ao
crime
de homicídio em vista de sua intenção.
COMENTÁRIOS
No caso temos uma hipótese de crime impossível, pela absoluta impropriedade do objeto, de
forma que o agente não poderá ser punido pelo crime de homicídio, nos termos do art. 17 do
CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 243 - O indivíduo “B” descobre que a companhia aérea
“X” é a que esteve envolvida no maior número de acidentes aéreos nos últimos anos. O
indivíduo “B” então compra, regularmente, uma passagem aérea desta companhia e
presenteia seu pai com esta passagem, pois tem interesse que ele morra para receber sua
herança. O pai recebe a passagem e durante o respectivo vôo ocorre um acidente aéreo
que ocasiona sua morte. Diante dessas circunstâncias, é correto afirmar que
(A) o indivíduo “B” será responsabilizado pelo crime de homicídio doloso se for demonstrado
que
o piloto do avião em que seu pai se encontrava agiu com culpa no acidente que o vitimou.
(B) o indivíduo “B” será responsabilizado pelo crime de homicídio culposo, tendo em vista que
sem a sua ação o resultado não teria ocorrido.
(C) o indivíduo “B” será responsabilizado pelo crime de homicídio doloso, tendo em vista que
sem
a sua ação o resultado não teria ocorrido.
(D) o indivíduo “B” será responsabilizado pelo crime de homicídio culposo se for demonstrado
que o piloto do avião em que seu pai se encontrava agiu com culpa no acidente que o vitimou.
(E) o indivíduo “B” não praticou e não poderá ser responsabilizado pelo crime de homicídio.
COMENTÁRIOS
O indivíduo não praticou e não poderá ser responsabilizado pelo delito de homicídio, pois sua
conduta não foi a causa adequada da morte de seu pai.
Com sua conduta o agente não criou um risco proibido pelo Direito, pois não é vedado a
ninguém
presentear outra pessoa com uma passagem, ainda que sua intenção seja vê-la morrer num
acidente.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 244 - Nos termos do Código Penal considera-se causa do
crime
(A) a ação ou omissão praticada pelo autor, independentemente de qualquer causa
superveniente.
(B) a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
(C) a ação ou omissão praticada pelo autor, independentemente da sua relação com o resultado.
(D) exclusivamente a ação ou omissão que mais contribui para o resultado.
(E) exclusivamente a ação ou omissão que mais se relaciona com a intenção do autor.
COMENTÁRIOS
Considera-se causa do crime a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido, nos
termos do art. 13 do CP, que consagra a teoria da equivalência dos antecedentes causais.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 245 - Com relação à legítima defesa, segundo o disposto
no Código Penal, é correto afirmar que
(A) o uso moderado dos meios necessários para repelir uma agressão consiste em um dos
requisitos para caracterização da legítima defesa, ainda que essa agressão seja justa.
(B) um dos requisitos para sua caraterização consiste na necessidade que a injusta agressão seja
atual e não apenas iminente.
(C) um dos requisitos para sua caracterização consiste na exigência de que a repulsa à injusta
agressão seja realizada contra direito seu, tendo em vista que se for praticada contra o direito
alheio estar-se-á diante de estado de necessidade.
(D) a legítima defesa não resta caracterizada se for praticada contra uma agressão justa, ainda
que
observados os demais requisitos para sua caracterização.
(E) considera-se em legítima defesa aquele que pratica o fato para salvar de perigo atual, que
não
provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo
sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: Se a agressão é justa, não há que se falar em legítima defesa, nos termos do art.
25 do CP.
B) ERRADA: A injusta agressão pode ser atual ou iminente, nos termos do art. 25 do CP.
C) ERRADA: A legítima defesa pode ser praticada para repelir injusta agressão também contra
direito de terceira pessoa.
D) CORRETA: Perfeito. Se a agressão é justa, não há que se falar em legítima defesa, nos
termos do art. 25 do CP.
E) ERRADA: Tal definição corresponde ao estado de necessidade, nos termos do art. 24 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 246 - Há crime em que a tentativa é punida com a mesma pena do crime
consumado, sem a diminuição legal. Exemplo: art. 309 do Código Eleitoral (“votar ou tentar
votar, mais de uma vez, ou em lugar de outrem”).
Recebe, em doutrina, a denominação de
a) crime consunto.
b) crime de conduta mista.
c) crime de atentado ou de empreendimento.
d) crime multitudinário.
COMENTÁRIOS
Estes crimes (que são raros) são chamados de “crimes de atentado” ou “crimes de
empreendimento”. Nestes crimes o tipo penal já prevê a tentativa como sendo delito
consumado, de forma que não se aplica o art. 14, II e seu § único do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 247 - Quando a descrição legal do tipo penal contém o dissenso, expresso ou
implícito, como elemento específico, o consentimento do ofendido funciona como causa de
exclusão da
a) antijuridicidade formal
b) tipicidade.
c) antijuridicidade material.
d) punibilidade do fato.
COMENTÁRIOS
Existem crimes cujo tipo penal prevê, expressa ou implicitamente, a necessidade de que a
conduta seja praticada “sem autorização” ou “contra a vontade”, etc. Nestes crimes, se a
conduta é praticada “com autorização” ou “de acordo com a vontade”, ou seja, com o
“consentimento do ofendido”, não há crime, pois há exclusão da tipicidade, já que a ausência do
consentimento do ofendido é um elemento normativo do tipo penal.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 248 - Conforme o disposto no artigo 14, parágrafo único, do
Código Penal, “Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena
correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços”.
O critério de diminuição da pena levará em consideração
a) a motivação do crime.
b) a intensidade do dolo.
c) o iter criminis percorrido pelo agente.
d) a periculosidade do agente.
COMENTÁRIOS
A tentativa é punida de forma menos gravosa que o delito consumado, uma vez que o desvalor
do resultado é menor que no crime consumado. O patamar de redução varia de um a dois terços,
devendo ser utilizado como parâmetro para uma maior ou menor redução da pena o iter criminis
percorrido pelo agente, ou seja, quanto mais próximo da consumação, menor o patamar de
redução. Quanto mais distante da consumação, maior o patamar de redução.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 249 - De acordo com o Código Penal, a execução iniciada de um crime, que não se
consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente, caracteriza o(a)
a) arrependimento eficaz.
b) arrependimento posterior.
c) tentativa.
d) crime frustrado.
e) desistência voluntária.
COMENTÁRIOS
Neste caso teremos crime na modalidade tentada, conforme art. 14, II do CP: Art. 14 - Diz-se o
crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (...)
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade
do agente. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 250 - Aquele que assume o risco de produzir um resultado criminoso comete crime
movido por
a) culpa.
b) imprudência.
c) dolo.
d) imperícia.
e) negligência.
COMENTÁRIOS
O crime pode ser doloso ou culposo. Será culposo quando o agente agir violando um dever de
cuidado, ou seja, com imprudência, negligência ou imperícia. Será doloso quando o agente
quiser o resultado (teoria da vontade) ou quando o agente, mesmo não querendo o resultado,
pratica a conduta assumindo o risco de sua ocorrência, sem se importar se eventualmente o
resultado ocorrer (teoria do consentimento), no que se denomina de dolo eventual. Vejamos:
Art. 18 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Crime doloso
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - doloso, quando o agente quis o resultado ou
assumiu o risco de produzi-lo;( Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Crime
culposo(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - culposo, quando o agente deu causa ao
resultado por imprudência, negligência ou imperícia. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
QUESTÃO 255 - Após a morte da mãe, A recebeu, durante um ano, a pensão previdenciária
daquela, depositada mensalmente em sua conta bancária, em virtude de ser procuradora da
primeira. Descoberto o fato, A foi denunciada por apropriação indébita. Se a sentença concluir
que a acusada (em razão de sua incultura, pouca vivência, etc.) não tinha percepção da
antijuricidade de sua conduta, estará reconhecendo
a) erro sobre elemento do tipo, que exclui o dolo.
b) erro de proibição.
c) descriminante putativa.
d) ignorância da lei.
COMENTÁRIOS
No caso em tela, o agente incorreu em erro de proibição, pois incidiu em erro sobre a ilicitude
do
fato praticado. Vejamos: Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a
ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminui-la de um sexto a um
terço.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 256 - Pretendendo matá-lo, Fulano coloca veneno no café de Sicrano. Sem saber do
envenenamento, Sicrano ingere o café. Logo em seguida, Fulano, arrependido, prescreve o
antídoto a Sicrano, que sobrevive, sem qualquer sequela. Diante disso, é correto afirmar que se
trata de hipótese de
a) crime impossível, pois o meio empregado por Fulano era absolutamente ineficaz para
obtenção do resultado pretendido.
b) tentativa, pois o resultado não se consumou por circunstâncias alheias à vontade de Fulano.
c) arrependimento posterior, pois o dano foi reparado por Fulano até o recebimento da denúncia.
d) arrependimento eficaz, pois Fulano impediu voluntariamente que o resultado se produzisse.
COMENTÁRIOS
Neste caso o agente será beneficiado pelo instituto do arrependimento eficaz pois, após ter
praticado a conduta, tomou as providências para impedir a ocorrência do resultado, tendo êxito.
Vejamos: Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede
que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.(Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D
QUESTÃO 257 - Insatisfeito com o comportamento de seu empregador Juca, Carlos escreve
uma carta para a família daquele, afirmando que Juca seria um estelionatário e torturador. Lacra
a carta e a entrega no correio, adotando todas as medidas para que chegasse aos destinatários.
No dia seguinte, porém, Carlos se arrepende de seu comportamento e passa a adotar conduta
para evitar que a carta fosse lida por qualquer pessoa e o crime consumado. Carlos vai até a casa
de Juca, tenta retirar a carta da caixa do correio, mas vê o exato momento em que Juca e sua
esposa pegam o envelope e leem todo o escrito. Ofendido, Juca procura seu advogado e narra o
ocorrido.
Considerando a situação apresentada, o advogado de Juca deverá esclarecer que a conduta de
Carlos configura crime de:
a) injúria, consumado;
b) tentativa de injúria, pois houve arrependimento eficaz, devendo Carlos responder apenas
pelos atos já praticados;
c) tentativa de calúnia, pois houve desistência voluntária, devendo Carlos responder apenas
pelos atos já praticados;
d) tentativa de calúnia, pois houve arrependimento eficaz, devendo Carlos responder apenas
pelos atos já praticados;
e) calúnia, consumado.
COMENTÁRIOS
Neste caso, Carlos praticou o crime de injúria, em sua forma consumada, conforme art. 140 do
CP. Não há que se falar em calúnia, pois o agente não atribuiu à vítima a prática de FATO
criminoso determinado (Ex.: fulano furtou, ontem, um carro), apenas se referiu à pessoa como
um criminoso.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 258 - Lucas é empregador dos trabalhadores Manuel, Francisco e Pedro em sua
fazenda na zona rural.
Analise as três situações apresentadas:
I. Lucas retém a carteira de identidade de Manuel, único documento deste, impedindo que deixe
o local de trabalho.
II. Lucas autoriza que Francisco gaste apenas 15 minutos todo dia para horário de almoço, de
modo
que Francisco somente pode comprar uma refeição na pequena cantina de Lucas que funciona
dentro da fazenda. Em razão dos altos preços dos produtos, Francisco contrai dívida alta e é
impedido de deixar a fazenda antes do pagamento dos valores devidos.
III. Lucas instala diversas câmeras e outros mecanismos de vigilância ostensiva na fazenda com
o fim de reter Pedro em seu local de trabalho. Considerando as situações apresentadas, o
sem observar seu dever objetivo de cuidado e as regras técnicas da profissão, provocando como
resultado a morte de um pedreiro que trabalhava no local.
Em termos de responsabilidade criminal, em tese, João:
a) não deve ser processado por homicídio, pois não agiu com dolo ou culpa criminal,
restringindo-se sua responsabilidade à esfera cível;
b) não deve ser processado por homicídio, pois agiu como funcionário público no exercício da
função, restando apenas a responsabilidade cível que recairá sobre o poder público;
c) deve ser processado por homicídio doloso, eis que agiu com dolo direto e eventual, na
medida em que assumiu o risco de provocar a morte do pedreiro;
d) deve ser processado por homicídio culposo, com causa de diminuição de pena, eis que não
agiu com intenção de provocar o resultado morte do pedreiro;
e) deve ser processado por homicídio culposo, com causa de aumento de pena, eis que o crime
resultou de inobservância de regra técnica de profissão.
COMENTÁRIOS
Neste caso, João deve responder pelo crime de homicídio culposo, previsto no art. 121, §3º do
CP, pois deu causa ao resultado morte por culpa, decorrente de negligência e imperícia. Neste
caso, o agente terá, ainda, sua pena aumentada de um terço, na forma do art. 121, §4º do CP,
pois o crime decorre resulta de inobservância de regra técnica de profissão.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 260 – Senador da República, em página pessoal da internet ("blog"), na qual
comenta assuntos do cotidiano, imputou a delegado de polícia o fato de ter arquivado
investigações sob sua condução para atender a interesses políticos de seus aliados. Tal postura
do Parlamentar constitui:
a) exercício arbitrário ou abuso de poder;
b) exercício arbitrário das próprias razões;
c) difamação;
d) calúnia;
e) conduta atípica.
COMENTÁRIOS
O Senador, neste caso, praticou o crime de calúnia, previsto no art. 138 do CP, pois imputou ao
delegado, falsamente, fato definido como crime. Não há que se falar, aqui, em imunidade por
expressões, palavras e votos (imunidade material dos parlamentares), pois não há, a princípio,
relação com o exercício das funções do Senador.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 261 - Roberta, enquanto conversava com Robson, afirmou categoricamente que
presenciou quando Caio explorava jogo do bicho, no dia 03/03/2017. No dia seguinte, Roberta
contou para João que Caio era um “furtador”. Caio toma conhecimento dos fatos, procura você
na condição de advogado (a) e nega tudo o que foi dito por Roberta, ressaltando que ela só
queria atingir sua honra.
Nesse caso, deverá ser proposta queixa-crime, imputando a Roberta a prática de
A) 1 crime de difamação e 1 crime de calúnia.
B) 1 crime de difamação e 1 crime de injúria.
C) 2 crimes de calúnia.
D) 1 crime de calúnia e 1 crime de injúria.
COMENTÁRIOS
No presente caso, Roberta praticou 01 crime de difamação ao afirmar para Robson, que
presenciou usando Caio explorava jogo do bicho, no dia 03/03/2017, pois imputou a Caio fato
ofensivo a sua reputação. Não se trata de calúnia, pois tal fato não é definido como crime, mas
sim como contravenção penal, logo, ocorreu difamação. No segundo caso, ocorreu em tese o
crime de injúria, pois não houve imputação de fato específico, determinado, mas a atribuição de
uma qualidade negativa a Caio, a qualidade de ser um “furtador”, um ladrão, um criminoso, sem
a imputação de um fato específico e determinado.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 262 - Paloma, sob o efeito do estado puerperal, logo após o parto, durante a
madrugada, vai até o berçário onde acredita encontrar-se seu filho recém-nascido e o sufoca até
a morte, retornando ao local de origem sem ser notada. No dia seguinte, foi descoberta a morte
da criança e, pelo circuito interno do hospital, é verificado que Paloma foi a autora do crime.
Todavia, constatou-se que a criança morta não era o seu filho, que se encontrava no berçário ao
lado, tendo ela se equivocado quanto à vítima desejada.
Diante desse quadro, Paloma deverá responder pelo crime de
a) homicídio culposo.
b) homicídio doloso simples.
c) infanticídio.
d) homicídio doloso qualificado.
COMENTÁRIOS
No caso em tela, Paloma responderá pelo delito de infanticídio, nos termos do art. 123 do CP. O
fato de Paloma ter acabado por matar o filho de outra pessoa, neste caso, é irrelevante, pois
houve o que se chama de “erro sobre a pessoa” e, neste caso, o agente responde como se tivesse
atingido a pessoa visada (art. 20, §3º do CP).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 263 - No que toca ao delito de aborto e seus permissivos legais, é correto afirmar
que:
a) não é admissível na legislação pátria, diante do direito à vida consagrado na Constituição da
República.
No caso em tela, temos “crime impossível” no que se refere à ocultação de cadáver (por parte de
Mário), de forma que não há qualquer imputação de crime a Mário. Com relação a André, como
não houve o resultado morte, este responderá por lesão corporal culposa, nos termos do art. 129,
§6º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 265 - Cacau, de 20 anos, moça pacata residente em uma pequena fazenda no
interior do Mato Grosso, mantém um relacionamento amoroso secreto com Noel, filho de um
dos empregados de seu pai. Em razão da relação, fica grávida, mas mantém a situação em
segredo pelo temor que tinha de seu pai. Após o nascimento de um bebê do sexo masculino,
Cacau, sem que ninguém soubesse, em estado puerperal, para ocultar sua desonra, leva a
criança para local diverso do parto e a deixa embaixo de uma árvore no meio da fazenda
vizinha, sem prestar assistência devida, para que alguém encontrasse e acreditasse que aquele
recém-nascido fora deixado por desconhecido. Apesar de a fazenda vizinha ser habitada,
ninguém encontra a criança nas 06 horas seguintes, vindo o bebê a falecer. A perícia confirmou
que, apesar do estado puerperal, Cacau era imputável no momento dos fatos.
Considerando a situação narrada, é correto afirmar que Cacau deverá ser responsabilizada pelo
crime de
A) abandono de incapaz qualificado.
B) homicídio doloso.
C) infanticídio.
D) exposição ou abandono de recém-nascido qualificado.
COMENTÁRIOS
No caso em tela restou configurado o delito de exposição ou abandono de recém-nascido, na sua
forma qualificada, eis que ocorreu a morte da criança, nos termos do art. 134, §2º do CP:
Exposição ou abandono de recém-nascido Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para
ocultar desonra própria: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. (...) § 2º - Se resulta a
morte: Pena - detenção, de dois a seis anos. Não há que se falar em infanticídio, pois para que o
infanticídio fique caracterizado é necessário que a mãe, dolosamente e sob a influência do
estado puerperal, tire a vida do próprio filho. No caso, a morte foi um resultado não querido
pelo agente (culposo), mas que decorreu de sua conduta dolosa anterior (abandono de recém-
nascido).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 266 – Jean, valendo-se de sua conta no Twitter, publicou declaração de natureza
discriminatória em relação aos homossexuais, de forma genérica. Tal ação configura:
(A) conduta atípica;
(B) crime de injúria;
(C) crime de injúria racial;
A partir do texto, assinale a alternativa que indique o crime praticado por Tício.
a) lesão corporal leve
b) lesão corporal grave
c) tentativa de homicídio
d) Tício não praticou crime
e) exercício arbitrário das próprias razões
COMENTÁRIOS:
No caso em tela houve desistência voluntária e arrependimento eficaz, pois o agente desistiu
de prosseguir na execução do delito, embora pudesse, e ainda procurou evitar que o resultado
ocorresse. Nesse caso, aplica-se o art. 15 do CP: Desistência voluntária e arrependimento
eficaz (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 15 - O agente que,
voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só
responde pelos atos já praticados. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Assim,
Tício responderá apenas pelas lesões corporais causadas (graves, em razão do fato de resultar
em perigo de vida), nos termos do art. 129, §1º, II do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
COMENTÁRIOS
No caso em tela nós tivemos o que se chama de error in persona, ou “erro sobre a pessoa”.
Neste caso, considera-se como se o crime tivesse sido praticado contra a pessoa pretendida (no
caso, Ana). Assim, Jorge responderá por homicídio doloso consumado, qualificado pelo motivo
torpe (ambição mesquinha), e a pena ainda será agravada em razão de ter sido praticado contra
irmão (consideram-se, neste caso, as características da vítima visada, e não as da vítima
atingida). Vejamos: Erro sobre a pessoa(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 20 (...) §
3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se
consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o
agente queria praticar o crime. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 270 - Jaime, objetivando proteger sua residência, instala uma cerca elétrica no
muro. Certo dia, Cláudio, com o intuito de furtar a casa de Jaime, resolve pular o referido muro,
acreditando que conseguiria escapar da cerca elétrica ali instalada e bem visível para qualquer
pessoa. Cláudio, entretanto, não obtém sucesso e acaba levando um choque, inerente à atuação
do mecanismo de proteção. Ocorre que, por sofrer de doença cardiovascular, o referido ladrão
falece quase instantaneamente. Após a análise pericial, ficou constatado que a descarga elétrica
não era suficiente para matar uma pessoa em condições normais de saúde, mas suficiente para
provocar o óbito de Cláudio, em virtude de sua cardiopatia.
Nessa hipótese é correto afirmar que:
a) Jaime deve responder por homicídio culposo, na modalidade culpa consciente.
b) Jaime deve responder por homicídio doloso, na modalidade dolo eventual.
c) Pode ser aplicado à hipótese o instituto do resultado diverso do pretendido.
d) Pode ser aplicado à hipótese o instituto da legítima defesa preordenada.
COMENTÁRIOS:
No caso em tela, Jaime se valeu do que se chama de “legítima defesa preordenada”,
utilizando-se de uma “ofendículas” (instrumento preordenado a defender um bem jurídico, no
caso, o patrimônio). A legítima defesa preordenada é admitida pela Doutrina, que a vê como
uma modalidade válida de legítima defesa, de maneira que, também em relação a esta, o
“excesso” é punível, seja ele culposo ou doloso. No caso, a questão deixa claro que não
houve excesso por parte de Jaime, já que a corrente elétrica não seria capaz de matar uma
pessoa em condições normais, de maneira que a morte de Cláudio não pode ser atribuída a
Jaime.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 271 - Paula, com intenção de matar Maria, desfere contra ela quinze facadas, todas
na região do tórax. Cerca de duas horas após a ação de Paula, Maria vem a falecer. Todavia, a
causa mortis determinada pelo auto de exame cadavérico foi envenenamento. Posteriormente,
soube-se que Maria nutria intenções suicidas e que, na manhã dos fatos, havia ingerido veneno.
Com base na situação descrita, assinale a afirmativa correta.
a) Paula responderá por homicídio doloso consumado.
b) Paula responderá por tentativa de homicídio.
c) O veneno, em relação às facadas, configura concausa relativamente independente
superveniente que por si só gerou o resultado.
d) O veneno, em relação às facadas, configura concausa absolutamente independente
concomitante.
COMENTÁRIOS
No presente caso temos uma causa absolutamente independente, preexistente, que por si só
produziu o resultado. Paula, desta forma, responderá apenas pelos atos praticados (tentativa de
homicídio), não podendo o resultado ser a ela imputado, pois a ele não deu causa, pela teoria da
causalidade adequada.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 272 - Sofia decide
matar sua mãe. Para tanto, pede ajuda a Lara, amiga de longa data, com quem debate a melhor
maneira de executar o crime, o melhor horário, local etc. Após longas discussões de como
poderia executar seu intento da forma mais eficiente possível, a fim de não deixar nenhuma
pista, Sofia pede emprestado a Lara um facão. A amiga prontamente atende ao pedido. Sofia
despede-se agradecendo a ajuda e diz que, se tudo correr conforme o planejado, executará o
homicídio naquele mesmo dia e assim o faz. No entanto, apesar dos cuidados, tudo é descoberto
pela polícia.
A respeito do caso narrado e de acordo com a teoria restritiva da autoria, assinale a afirmativa
correta.
a) Sofia é a autora do delito e deve responder por homicídio com a agravante de o crime ter sido
praticado contra ascendente. Lara, por sua vez, é apenas partícipe do crime e deve responder por
homicídio, sem a presença da circunstância agravante.
b) Sofia e Lara devem ser consideradas coautoras do crime de homicídio, incidindo, para ambas,
a circunstância agravante de ter sido, o crime, praticado contra ascendente.
c) Sofia e Lara devem ser consideradas coautoras do crime de homicídio. Todavia, a agravante
de ter sido, o crime, praticado contra ascendente somente incide em relação à Sofia.
d) Sofia é a autora do delito e deve responder por homicídio com a agravante de ter sido, o
crime, praticado contra ascendente. Lara, por sua vez, é apenas partícipe do crime, mas a
agravante também lhe será aplicada.
COMENTÁRIOS:
Para esta teoria, autor é quem pratica a conduta descrita no núcleo do tipo (o verbo). Partícipe
é todo aquele que, de alguma forma, colabora para o intento criminoso sem, contudo, praticar
a conduta nuclear. No caso em tela, Sofia é autora do delito, com a agravante de ter sido
praticado o delito contra ascendente (art. 61, II, e do CP). Lara, por sua vez, será mera
partícipe, e não será aplicada a ela a agravante, eis que não se trata de uma elementar do
delito, sendo uma circunstância periférica e de caráter pessoal (que não se comunica,
portanto, entre os comparsas).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 273 - João, com intenção de matar, efetua vários disparos de arma de fogo contra
Antônio, seu desafeto. Ferido, Antônio é internado em um hospital, no qual vem a falecer, não
em razão dos ferimentos, mas queimado em um incêndio que destrói a enfermaria em que se
encontrava.
Assinale a alternativa que indica o crime pelo qual João será responsabilizado.
a) Homicídio consumado.
b) Homicídio tentado.
c) Lesão corporal.
d) Lesão corporal seguida de morte.
COMENTÁRIOS:
A causa da morte, neste caso, foi o incêndio. Temos, assim, uma causa relativamente
independente (pois se não fosse a conduta de João, Antônio não estaria ali), mas que produziu
por si só o resultado (foi ela, sozinha, que causou a morte). Vejamos: Art. 13 - O resultado,
de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-
se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984) Superveniência de causa independente (Incluído pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984) § 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação
quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os
praticou. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Neste caso, João não responde pelo
resultado, mas apenas por sua conduta, de forma que responderá por homicídio na forma
tentada.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 274 - José dispara cinco tiros de revólver contra Joaquim, jovem de 26 (vinte e seis)
anos que acabara de estuprar sua filha. Contudo, em decorrência de um problema na mira da
arma, José erra seu alvo, vindo a atingir Rubem, senhor de 80 (oitenta) anos, ceifando-lhe a
vida.
A esse respeito, é correto afirmar que José responderá
a) pelo homicídio de Rubem, agravado por ser a vítima maior de 60 (sessenta) anos.
b) por tentativa de homicídio privilegiado de Joaquim e homicídio culposo de Rubem, agravado
por ser a vítima maior de 60 (sessenta) anos.
c) apenas por tentativa de homicídio privilegiado, uma vez que ocorreu erro quanto à pessoa.
d) apenas por homicídio privilegiado consumado, uma vez que ocorreu erro na execução.
COMENTÁRIOS:
No caso em questão houve o que se chama de “erro na execução”, pois o agente vislumbrou
perfeitamente a vítima pretendida, mas errou na execução do delito. Neste caso, considera-se
o crime como tendo sido praticado em face da vítima pretendida, e não da vítima
efetivamente atingida. Vejamos: Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de
execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa,
responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º
do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia
ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984) O §3º do art. 20 se refere ao erro sobre a pessoa. Vejamos: Art. 20 (...) § 3º - O
erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram,
neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente
queria praticar o crime. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Assim, o agente
responderá apenas por homicídio privilegiado (na forma do art. 121, §1º do CP, pois se
considera como se tivesse sido atingida a vítima pretendida), na forma consumada.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
reanimar a criança. Embora houvesse outras pessoas na piscina, ninguém percebera que a
criança estava se afogando.
Assinale a alternativa que indique o crime praticado por Carlos Cristiano
a) Homicídio culposo.
b) Nenhum crime.
c) Omissão de socorro.
d) Homicídio doloso, na modalidade de ação comissiva por omissão.
e) Homicídio doloso, na modalidade de ação omissiva.
COMENTÁRIOS:
Carlos Cristiano, no caso em tela, deverá ser responsabilizado pelo delito de homicídio
DOLOSO,
na modalidade de omissão imprópria ou, em outros termos, comissiva por omissão. Isto
porque, apesar de não ter dado causa (do ponto de vista físico-causal) ao evento morte, Carlos
Cristiano tinha o DEVER de evitar o resultado, bem como PODIA agir para evitar. Por conta
de uma omissão juridicamente relevante, o resultado veio a ocorreu. Vejamos: Art. 13 (...) §
2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o
resultado. O dever de agir incumbe a quem:(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; (Incluído pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (Incluído pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. (Incluído pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 276 - Maria da Silva, esposa do Promotor de Justiça Substituto José da Silva,
mantém um caso extraconjugal com o serventuário do Tribunal de Justiça Manoel de Souza.
Passado algum tempo, Maria decide separar-se de José da Silva, contando a ele o motivo da
separação. Inconformado com a decisão de sua esposa, José da Silva decide matá-la, razão pela
qual dispara três vezes contra sua cabeça. Todavia, logo depois dos disparos, José da Silva
coloca Maria da Silva em seu carro e conduz o veículo até o hospital municipal. No trajeto, José
da Silva imprime ao veículo velocidade bem acima da permitida e "fura" uma barreira policial,
tudo para chegar rapidamente ao hospital. Graças ao pouco tempo decorrido entre os disparos e
a chegada ao hospital, os médicos puderam salvar a vida de Maria da Silva. Maria sofreu perigo
de vida, atestado por médicos e pelos peritos do Instituto Médico Legal, mas recuperou-se
perfeitamente vinte e nove dias após os fatos. Qual crime praticou José da Silva?
a) Tentativa de homicídio.
COMENTÁRIOS:
No caso, tivemos o que se chama de ARREPENDIMENTO EFICAZ, ou seja, o agente, após
praticar a conduta, se arrepende e evita a ocorrência do resultado. Vejamos: Art. 15 - O
agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se
produza, só responde pelos atos já praticados.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Neste caso, o agente responde apenas pelos atos já praticados, ou seja, lesões corporais.
Embora a vítima tenha ficado afastada das atividades habituais por menos de 30 dias (exatos
29 dias), restou caracterizada a lesão corporal grave, pois a questão deixa claro que houve
risco de vida. Vejamos: Lesão corporal de natureza grave Art. 129 (...) § 1º Se resulta:
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;
II - perigo de vida;
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;
IV - aceleração de parto:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 277 - Roberto estava na fila de um banco, quando, por descuido, esbarrou em
Renato que estava a sua frente, fazendo com que saísse no chão a pasta que estava na mão de
Renato. Não obstante o pedido de desculpas, Renato ficou enfurecido, saiu do banco, foi até seu
veículo, pegou uma pistola e aguardou na esquina a saída de Roberto do banco. Assim que a
vítima cruzou a esquina, Renato sacou a arma e desferiu cinco disparos pelas costas de Roberto,
levando-o a imediato óbito. Renato cometeu crime de:
a) homicídio simples;
b) homicídio qualificado pelo motivo torpe;
c) homicídio duplamente qualificado pelo motivo torpe e com recurso que dificultou ou tornou
impossível a defesa do ofendido
d) homicídio duplamente qualificado pelo motivo fútil e com recurso que dificultou ou tornou
impossível a defesa do ofendido
e) homicídio triplamente qualificado pelo motivo torpe, emprego de arma de fogo e com recurso
que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido
COMENTÁRIOS:
Temos aqui um homicídio QUALIFICADO, pelo motivo fútil e por ter sido utilizado recurso
que dificultou a defesa da vítima, nos termos do art. 121, II e IV do CP. Contudo, a
terminologia “duplamente qualificado” (assim como “triplamente qualificado”) é
absolutamente equivocada. A melhor Doutrina rejeita essa terminologia, e a FGV jamais
deveria tê-la utilizado. Entretanto, não há como lutar contra isso. A alternativa D é a “menos
errada”, pois traz a solução correta, ainda que com um nome errado.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 278 - Paulo, querendo matar Lucia, vem a jogá-la da janela do apartamento do
casal. A vítima na queda não vem a falecer, apesar de sofrer lesões graves, tendo caído na área
do apartamento térreo do prédio. Naquele local, vem a ser atacada por um cão raivoso que lhe
causa diversas outras lesões que foram à causa de sua morte.
De acordo com o caso apresentado e as lições acerca da teoria do crime, assinale a afirmativa
correta.
a) Paulo deverá responder por homicídio consumado, porque realizado o resultado por ele
desejado desde o início.
b) Paulo deverá responder por lesão corporal grave, em razão da quebra do nexo causal entre a
sua conduta e o resultado morte.
c) Paulo deverá responder por homicídio culposo, porque previsível que a queda por ele operada
poderia causar a morte da vítima.
d) Paulo deverá responder por tentativa de homicídio por força do surgimento de causa
superveniente relativamente independente que, por si só, causou o resultado.
e) Paulo deverá responder por tentativa de homicídio, por força do surgimento de causa
superveniente absolutamente independente.
COMENTÁRIOS:
Paulo, neste caso, deverá responder por homicídio TENTADO (tentativa de homicídio), pois
a morte decorreu de concausa SUPERVENIENTE RELATIVAMENTE INDEPENDENTE
que, por SI SÓ, produziu o resultado, nos termos do art. 13, §1º do CP. Neste caso, o
resultado “morte” não pode ser imputado a Paulo, pois a morte ocorreu em razão do ataque
do cão.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 279 - Determinado agente, insatisfeito com as diversas brigas que tinha com seu
vizinho, resolve matá-lo. Ao ver seu desafeto passando pela rua, pega sua arma, que estava em
situação regular e contava com apenas uma bala, e atira, vindo a atingi-lo na barriga.
Lembrando-se que o vizinho era pai de duas crianças, arrepende-se de seu ato e leva a vítima ao
hospital. O médico, diante do pronto atendimento e rápida cirurgia, salva a vida da vítima.
Diante da situação acima, o membro do Ministério Público deve
a) denunciar o agente pelo crime de lesão corporal, pois o arrependimento posterior no caso
impede que o agente responda pelo resultado pretendido inicialmente.
b) denunciar o agente pelo crime de lesão corporal, pois houve arrependimento eficaz.
c) denunciar o agente pelo crime de lesão corporal, pois houve desistência voluntária.
d) denunciar o agente pelo crime de tentativa de homicídio, tendo em vista que o resultado
pretendido inicialmente não foi obtido.
e) requerer o arquivamento, diante da atipicidade da conduta.
COMENTÁRIOS:
Neste caso ocorreu o que se chama de “arrependimento eficaz”. Isso porque o agente, logo
após terminar a execução do delito, se arrepende do que fez e EVITA o resultado
(procedendo ao salvamento da vítima). Neste caso, o agente responde apenas pelas lesões
causadas, e não por tentativa de homicídio. Vejamos o art. 15 do CP: Art. 15 - O agente que,
voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só
responde pelos atos já praticados. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Não se
trata, ainda, de desistência voluntária, pois a desistência voluntária pressupõe a
POSSIBILIDADE de prosseguir na execução. O enunciado diz claramente que ele só tinha
uma bala na arma, de maneira que com o disparo efetuado esgota-se a potencialidade lesiva
da arma e o agente finaliza a execução.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 280 - José e Maria estavam enamorados, mas posteriormente vieram a descobrir
que eram irmãos consanguíneos, separados na maternidade. Extremamente infelizes com a
notícia recebida, que impedia por completo qualquer possibilidade de relacionamento,
resolveram dar cabo à própria vida. Para tanto, combinaram e executaram o seguinte: no
apartamento de Maria, com todas as portas e janelas trancadas, José abriu o registro do gás de
cozinha. Ambos inspiraram o ar envenenado e desmaiaram, sendo certo que somente não
vieram a falecer porque os vizinhos, assustados com o cheiro forte que vinha do apartamento de
Maria, decidiram arrombar a porta e resgatá-los. Ocorre que, não obstante o socorro ter chegado
a tempo, José e Maria sofreram lesões corporais de natureza grave.
Com base na situação descrita, assinale a afirmativa correta.
A) José responde por tentativa de homicídio e Maria por instigação ou auxílio ao suicídio.
B) José responde por lesão corporal grave e Maria não responde por nada, pois sua conduta é
atípica.
COMENTÁRIOS:
No caso em tela, José praticou os atos executórios e tentou matar Maria, bem como tentou se
matar. Portanto, responde por tentativa de homicídio, já que a morte não se consumou, nos
termos do art. 121, c/c art. 14, II do CP: Art 121. Matar alguem: Pena - reclusão, de seis a
vinte anos. (...) Art. 14 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (...)
Tentativa (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - tentado, quando, iniciada a execução,
não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. (Incluído pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984) Maria, por sua vez, não praticou nenhum ato executório relativo ao tipo penal
de homicídio, mas instigou José a se suicidar, e da tentativa de suicídio de José resultou lesão
corporal grave, de forma que Maria responde pelo crime do art. 122 em sua forma
qualificada: Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar automutilação ou
prestar-lhe auxílio material para que o faça: (Redação dada pela Lei nº 13.968, de 2019) Pena
- reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. (Redação dada pela Lei nº 13.968, de 2019) § 1º
Se da automutilação ou da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave ou
gravíssima, nos termos dos §§ 1º e 2º do art. 129 deste Código: (Incluído pela Lei nº 13.968,
de 2019) Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 281 - Maria, jovem de 22 anos, após sucessivas desilusões, deseja dar cabo à
própria vida. Com o fim de desabafar, Maria resolve compartilhar sua situação com um amigo,
Manoel, sem saber que o desejo dele, há muito, é vê-la morta. Manoel, então, ao perceber que
poderia influenciar Maria, resolve instigá-la a matar-se. Tão logo se despede do amigo, a moça,
influenciada pelas palavras deste, pula a janela de seu apartamento, mas sua queda é amortecida
por uma lona que abrigava uma barraca de feira. Em consequência, Maria sofre apenas
escoriações pelo corpo e não chega a sofrer nenhuma fratura.
Considerando apenas os dados descritos, assinale a afirmativa correta.
a) Manoel deve responder pelo delito de induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio em sua
forma consumada.
b) Manoel deve responder pelo delito de induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio em sua
forma tentada.
c) Manoel não possui responsabilidade jurídico-penal, pois Maria não morreu e nem sofreu
lesão corporal de natureza grave.
d) Manoel, caso tivesse se arrependido daquilo que falou para Maria e está, em virtude da
queda, viesse a óbito, seria responsabilizado pelo delito de homicídio.
COMENTÁRIOS:
Manoel, a princípio, responderia por induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio. Contudo,
tal delito somente é punível se a morte efetivamente ocorre ou, ao menos, se ocorrem lesões
corporais de natureza grave, não tendo ocorrido nenhum destes resultados, de forma que o
crime não ocorreu.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
COMENTÁRIOS:
Caso 01 – Tendo Amarildo agido mediante relevante valor moral, logo após injusta
provocação da vítima, Amarildo responde por homicídio privilegiado, mas essa circunstância,
por ser de caráter pessoal, não se comunica a Ronaldo, que responde por homicídio
COMENTÁRIOS:
I – CORRETA: Item correto, pois neste caso teremos lesão corporal grave, na forma do art.
129, §1º, I do CP.
II – ERRADA: Item errado, pois neste caso teremos lesão corporal gravíssima, nos termos do
art. 129, §2º, III do CP.
III – ERRADA: Item errado, pois a ocorrência de dor extrema não qualifica o crime de lesão
corporal.
IV – ERRADA: Item errado, pois a natureza da alteração psíquica é que irá determinar a
espécie de lesão corporal (que poderá ser leva, grave ou gravíssima).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 284 - No que concerne aos crimes contra a honra, considere as afirmativas abaixo:
I. Não é admissível a exceção da verdade para o delito de injúria.
II. A retratação somente é admissível nos casos de calúnia e difamação.
III. O juiz pode deixar de aplicar a pena na difamação no caso de retorsão imediata, que consista
em outra difamação.
Está correto o que se afirma em
a) I, II e III.
b) I e III, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I, apenas.
e) I e II, apenas.
COMENTÁRIOS:
I – CORRETA: Item correto, pois a exceção da verdade só é admitida para o delito de calúnia
e, em determinados casos, para o delito de difamação.
II – CORRETA: Item correto, pois a retratação não é admitida para o crime de injúria (não
gera isenção de pena), na forma do art. 143 do CP.
III – ERRADA: Item errado, pois isto só se aplica à injúria, conforme previsto no art. 140,
§1º, II do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 285 - Micaela, de 19 anos de idade, após manter um relacionamento ocasional com
Rodrigo, de 40 anos de idade, acaba engravidando. Após esconder a gestação durante meses de
sua família e ser desprezada por Rodrigo, que disse que não assumiria qualquer
responsabilidade pela criança, Micaela entra em trabalho de parto durante a 40a semana de
gestação em sua residência e sem pedir qualquer auxílio aos familiares que ali estavam, acaba
parindo no banheiro do imóvel. A criança do sexo masculino nasce com vida e Micaela, agindo
ainda sob efeito do estado puerperal, corta o cordão umbilical e coloca o recém nascido dentro
de um saco plástico, jogando-o no lixo da rua. O bebê entra em óbito cerca de duas horas
depois. Neste caso, à luz do Código Penal, Micaela cometeu crime de
a) homicídio culposo.
b) homicídio doloso.
c) aborto.
d) lesão corporal seguida de morte.
e) infanticídio.
COMENTÁRIOS:
Neste caso, a questão não diz expressamente que a mãe tinha o dolo de matar, o que é
indispensável para a caracterização do crime de infanticídio. Poder-se-ia falar em abandono
COMENTÁRIOS:
Essa questão é sensacional! Uma pegadinha e tanto! Como Celsus impediu o socorro de
Tício, que tentou se suicidar, a conduta poderia ser classificada como auxílio ao suicídio.
Porém, como a questão diz que Tício se arrependeu, logo, NÃO QUERIA MAIS MORRER,
e Celsus sabia disso, Celsus quis, ele próprio a morte de Tício, e não ajudá-lo a se matar (pois
este não mais queria isso). Logo, o homicídio é DOLOSO. Se Celsus não soubesse que Tício
não queria mais se matar, e achasse que ele ainda pretendia a morte, a conduta dele seria a de
auxílio ao suicídio.
Assim, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 287 - Maria e seu namorado João praticaram manobras abortivas que geraram a
expulsão do feto. Todavia, em razão da chegada de terceiros o local e dos cuidados médicos
dispensados, o neonato sobreviveu. Nesse caso, Maria e João responderão por
A) tentativa de aborto.
B) crime de aceleração de parto.
C) tentativa de homicídio.
D) infanticídio.
E) tentativa de infanticídio.
COMENTÁRIOS:
Essa questão é outra pegadinha! Não há, de plano, nem infanticídio, nem tentativa de
infanticídio, tampouco homicídio, pois ainda não havia vida extrauterina. Entretanto, o
problema está na tentativa de aborto. De fato, ambos praticaram aborto na modalidade
tentada, pois tinham como finalidade (DOLO, tudo se resolve com o dolo!) o ABORTO, o
crime praticado é o de aborto na modalidade tentada (pois o feto sobreviveu). A confusão
poderia ocorrer porque o CP incrimina a conduta de lesão corporal grave, sendo uma das
hipóteses que qualifica a lesão corporal, a ocorrência de aceleração de parto. Mas como
distinguir um crime do outro? Nesse caso, deve ser analisado o dolo do agente. Se ele quis o
aborto, responderá por aborto tentado. Se quis lesionar a gestante, e, sem querer, aconteceu a
aceleração do parto (crime qualificado pelo resultado), haverá lesão corporal grave! Cuidado,
meu povo!
Assim, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 288 - Antonio e sua mulher Antônia resolveram, sob juramento, morrer na mesma
ocasião. Antônia, com o propósito de livrar-se da esposa, finge que morreu. Antônia, fiel ao
juramento assumido, suicida-se. Nesse caso, Antônia responderá por
A) auxílio ao suicídio culposo.
B) homicídio doloso.
C) homicídio culposo.
D) induzimento ao suicídio.
E) tentativa de homicídio.
COMENTÁRIOS:
A Banca adotou, seguindo tese majoritária, o fato de que Antônia tirou a própria vida por
livre e espontânea vontade, e que Antonio, seu marido, com sua conduta anterior (pacto de
morte), a induziu ou instigou a se suicidar. Tendo Antonio sobrevivido, responderá pelo
crime do art. 122 do CP: Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar
automutilação ou prestar-lhe auxílio material para que o faça: (Redação dada pela Lei nº
13.968, de 2019) Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. (Redação dada pela Lei nº
13.968, de 2019)
Assim, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
COMENTÁRIOS:
A lesão corporal simples é considerada crime de ação penal pública condicionada à
representação, por força do que dispõe o art. 88 da Lei 9.099/95. Já o crime de lesão corporal
qualificada permanece como delito de ação penal pública incondicionada, já que o CP é
silente com relação a este delito.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 290 - Em relação aos crimes contra a vida, correto afirmar que
a) o homicídio simples, em determinada situação, pode ser classificado como crime hediondo.
b) a pena pode ser aumentada de um terço no homicídio culposo, se o crime é praticado contra
pessoa menor de quatorze anos ou maior de sessenta anos.
c) compatível o homicídio privilegiado com a qualificadora do motivo fútil.
d) cabível a suspensão condicional do processo no homicídio culposo, se o crime resulta de
inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício.
e) incompatível o homicídio privilegiado com a qualificadora do emprego de asfixia.
COMENTÁRIOS:
A) CORRETA: Na hipótese de ser praticado em atividade típica de grupo de extermínio, nos
termos do art. 1º, I da Lei 8.072/90;
B) ERRADA: Esta causa de aumento de pena só se aplica no homicídio doloso, não no
culposo, conforme preconiza a parte final do §4º do art. 121 do CP;
C) ERRADA: Se o homicídio é privilegiado, é porque fora praticado por motivo de relevante
valor social ou moral ou quando o agente se encontrava sob violenta emoção logo após
injusta provocação da vítima, nos termos do art. 121, §1º do CP, ou seja, absolutamente
incompatível com o motivo fútil. Isso não impede, contudo, que o homicídio privilegiado
QUESTÃO 291 - O autor de homicídio praticado com a intenção de livrar um doente, que
padece de moléstia incurável, dos sofrimentos que o atormentam (eutanásia), perante a
legislação brasileira,
a) não cometeu infração penal.
b) responderá por crime de homicídio privilegiado.
c) responderá por homicídio qualificado pelo motivo torpe.
d) responderá por homicídio simples.
e) responderá por homicídio qualificado pelo motivo fútil.
COMENTÁRIOS:
O autor do homicídio, neste caso, responderá pelo delito de homicídio privilegiado, na forma
do art. 121, §1º do CP: Art. 121. Matar alguém: Pena - reclusão, de seis a vinte anos. Caso de
diminuição de pena § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor
social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação
da vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. Vejam que o delito foi
praticado por motivo de relevante valor moral (aliviar a dor da vítima).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
COMENTÁRIOS:
Uma das hipóteses de homicídio privilegiado ocorre quando o agente pratica o delito sob o
domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima. Vejamos: Art.
121. Matar alguém: Pena - reclusão, de seis a vinte anos. aso de diminuição de pena § 1º Se o
agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o
domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, ou juiz pode
reduzir a pena de um sexto a um terço. Na verdade, tecnicamente falando, o §1º caracteriza
uma causa especial de diminuição de pena, e não um privilégio, mas a Doutrina chama este
crime de homicídio privilegiado.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
COMENTÁRIOS:
Nos termos do art. 141, I a IV do CP, são causas de aumento de pena: Art. 141 - As penas
cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido:
I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro;
II - contra funcionário público, em razão de suas funções;
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da
difamação ou da injúria.
IV - contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de
injúria. (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003) Assim, a alternativa que não contempla uma
hipótese de causa de aumento de pena é a letra B.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 294 - Poderá ser concedido perdão judicial para o autor do crime de injúria no caso
de
A) não ter resultado lesão corporal da injúria real.
B) ter sido a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador.
C) ter sido a opinião desfavorável emitida em crítica literária, artística ou científica.
D) ter sido o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou
informação prestada no cumprimento de dever do ofício.
COMENTÁRIOS:
O perdão judicial poderá concedido ao infrator no caso de haver provocação reprovável da
vítima (PROVOCAÇÃO) ou no caso de ofensa proferida imediatamente após outra ofensa
(RETORSÃO).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
COMENTÁRIOS:
A exceção da verdade (exceptio veritatis) é admitida como regra na calúnia, e como exceção
da difamação. Na calúnia só não é admitida nas seguintes hipóteses: § 3º - Admite-se a prova
da verdade, salvo:
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por
sentença irrecorrível;
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141;
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença
irrecorrível. Já na difamação, a exceção da verdade não se admite, em regra, só sendo
admitida caso o fato se refira a funcionário público no exercício da função, art. 139, § único
do CP.
Assim, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 296 - A respeito dos crimes contra a honra, é correto afirmar que
A) é punível a calúnia contra os mortos.
B) constitui difamação punível a ofensa irrogada pela parte em juízo, na defesa da causa.
C) é isento de pena o querelado que, antes da sentença, se retratar cabalmente da injúria.
D) a injúria só pode ser cometida por gesto e palavras, nunca pela prática de vias de fato.
E) admite-se a exceção da verdade no crime de injúria, se a vítima for funcionário público e a
ofensa for relacionada à função.
COMENTÁRIOS:
A calúnia contra os mortos é punível, nos termos do art. 138, § 2° do CP. A difamação
irrogada em Juízo não constitui crime. A retratação da injúria não é causa de extinção da
punibilidade (art. 143 do CP). A injúria pode ser cometida por meio de vias-de-fato
(INJÚRIA REAL, art. 140, §2° do CP). No crime de injúria NUNCA SE ADMITE
EXCEÇÃO DA VERDADE.
Assim, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
COMENTÁRIOS:
A) ERRADA: Na injúria não se admite exceção da verdade, apenas nos casos de calúnia e
difamação, desde que respeitadas algumas condições;
B) CORRETA: Esta é a previsão contida no art. 143 do CP: Art. 143 - O querelado que, antes
da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena.
C) ERRADA: De fato, há o aumento de pena nestas hipóteses, mas a exceção não ocorre no
crime de difamação, mas no crime de injúria, conforme art. 141, IV do CP;
D) ERRADA: Nos termos do art. 140, §1º, II do CP, a retorsão imediata é causa de perdão
judicial no crime de injúria, não no crime de difamação;
E) ERRADA: Esta definição refere-se à injúria qualificada, e não à injúria real, nos termos do
art. 140, §3º do CP. A injúria real consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza
ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes, nos termos do art. 140, §2º do CP;
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 298 - Serena havia acabado de dar à luz o seu filho, mas, em razão de seu estado
emocional, caracterizando o estado puerperal, veio a tirar dolosamente a vida da criança.
Considerando o disposto no Código Penal, é correto afirmar que essa conduta de Serena
A) caracteriza o crime de infanticídio.
B) não é considerada crime.
C) é considerada crime de homicídio qualificado.
D) caracteriza o crime de homicídio, com agravante de a vítima ser um recém-nascido.
E) é considerada crime, mas Serena ficará isenta de pena por ter sido influenciada pelo estado
puerperal.
COMENTÁRIOS:
Serena, nesse caso, deverá responder pelo crime de infanticídio, previsto no art. 123 do CP,
pois, sendo a mãe, e estando sob a influência do estado puerperal, veio a tirar dolosamente a
vida do próprio filho: Infanticídio Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o
próprio filho, durante o parto ou logo após: Pena - detenção, de dois a seis anos.
GABARITO: Letra A
QUESTÃO 299 - Hércules havia cometido um crime de roubo e ficou sabendo que Medusa foi
testemunha ocular desse delito. Assim, resolve tirar a vida de Medusa, crime este que veio a
executar, pessoalmente, mediante disparo de arma de fogo. Nessa situação hipotética,
considerando apenas essas informações, segundo o Código Penal, é correto afirmar que
Hércules cometeu o crime de
A) homicídio simples.
B) homicídio simples, com atenuante, por ter agido sob o domínio de violenta emoção.
C) feminicídio em razão de a vítima ser mulher.
D) homicídio qualificado, por ter agido para assegurar a impunidade de outro crime.
E) homicídio qualificado, em razão de a vítima ser mulher.
COMENTÁRIOS:
Hércules deverá responder pelo crime de homicídio qualificado por ter sido praticado para
garantir a impunidade de outro crime, na forma do art. 121, §2º, V do CP (conexão objetiva
consequencial): Art. 121 (...) § 2° Se o homicídio é cometido: (...) V - para assegurar a
execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: Pena - reclusão, de doze a
trinta anos.
GABARITO: Letra D
COMENTÁRIOS:
A pena do homicídio culposo (detenção de 1 a 3 anos) evidentemente é menor que a do
homicídio doloso (reclusão de 06 a 20 anos), não maior. Erradas as letras A e B. Não há
isenção de pena pela compensação aos familiares da vítima (errada a letra D). A letra B fala
em “agravante de aumento de pena”, misturando agravante com causa de aumento de pena
(coisas distintas). Todavia, está errada, pois há causa de aumento de pena, na forma do art.
121, §4º doa CP (ex.: fugir para evitar prisão em flagrante). Por fim, correta a letra E, eis que
o Juiz pode deixar de aplicar a pena caso as consequências da infração atinjam o agente de
forma tão severa que a sanção penal se torne desnecessária (perdão judicial), na forma do art.
121, §5º do CP.
GABARITO: Letra E
QUESTÃO 301 - Tendo em conta os artigos 138 a 145 do Código Penal, que tratam dos crimes
contra a honra, assinale a alternativa correta.
(A) Nos crimes de calunia e difamação, procede-se mediante queixa. Já no crime de injúria, em
qualquer de suas modalidades, procede-se mediante representação do ofendido.
(B) No crime de calúnia, praticado em detrimento de chefe de governo estrangeiro, admite-se
exceção da verdade.
(C) No crime de difamação, praticado em detrimento de funcionário público, admite-se a
exceção da verdade, desde que a ofensa seja relativa ao exercício de suas funções.
(D) A retratação da ofensa, que isenta o querelado de pena, desde que feita antes da sentença,
aplica-se aos crimes de calúnia, difamação e injúria.
(E) Não constituem injúria ou difamação punível a ofensa irrogada em juízo, na discussão da
causa, pela parte ou por seu procurador, estendendo a exclusão do crime a quem der publicidade
à ofensa.
COMENTÁRIOS:
a) ERRADA: Item errado, pois o crime de injúria é de ação penal privada, como regra, mas
há exceções (injúria real, injúria racial, etc.).
b) ERRADA: Item errado, pois neste caso não se admite exceção da verdade, conforme art.
COMENTÁRIOS:
a) ERRADA: Item errado, pois neste caso não houve extorsão mediante sequestro, mas
apenas sequestro, já que o sequestro não se deu com vistas à obtenção de pagamento pelo
resgate.
b) ERRADA: Item errado, pois neste caso temos o crime de extorsão mediante restrição da
liberdade da vítima.
c) ERRADA: Item errado, pois Tício, neste caso, pratica o crime de redução à condição
análoga à de escravo, previsto no art. 149 do CP.
d) CORRETA: Item correto, pois o crime de ameaça se dá pela conduta de “ameaçar alguém,
por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e
grave”, conforme art. 147 do CP.
e) ERRADA: Item errado, pois neste caso não há crime, na forma do art. 146, §3º, I do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 303 - Quanto à temática dos crimes contra a pessoa, é correto afirmar que
(A) todo homicídio contra a mulher passou a ser denominado feminicídio, em virtude de
alteração do Código Penal promovida pela Lei no 13.104, de 9 de março de 2015.
(B) o homicídio será qualificado, quando praticado contra algum parente de até o quarto grau do
policial militar, em razão de seu parentesco com a mencionada autoridade de polícia ostensiva.
(C) a pena do feminicídio é aumentada, se o crime for praticado contra pessoa menor de 18
(dezoito) anos, maior de 65 (sessenta e cinco) anos ou com deficiência.
(D) não tipifica o crime de tráfico de pessoas a conduta de acolher alguém, mediante fraude,
com a finalidade de remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo.
(E) a conduta de alojar alguém, mediante abuso, com a finalidade de adoção ilegal, configura o
crime de tráfico de pessoas.
COMENTÁRIOS:
a) ERRADA: Item errado, pois para que se configure como feminicídio é necessário que o
homicídio contra a mulher se dê por razões da condição de sexo feminino, na forma do art.
121, §2º, VI do CP. Na forma do art. 121, § 2º-A do CP, considera-se que há razões de
condição de sexo feminino quando o crime envolve violência doméstica e familiar ou
menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
b) ERRADA: Item errado, pois será qualificado quando praticado contra o próprio agente, no
exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente
consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição, na forma do art. 121, §2º, VII do
CP.
c) ERRADA: Item errado, pois a pena será aumentada se o crime for praticado contra pessoa
menor de 14 anos, maior de 60 anos, com deficiência ou portadora de doenças degenerativas
que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental, na forma do art.
121, §7º, II do CP.
d) ERRADA: Item errado, pois tal conduta configura crime de tráfico de pessoas, na forma
do art. 149-A, I do CP:
e) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão do art. 149-A, IV do CP: Tráfico de
Pessoas (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) Art. 149-A. Agenciar, aliciar,
recrutar, transportar, transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa, mediante grave ameaça,
violência, coação, fraude ou abuso, com a finalidade de: (Incluído pela Lei nº 13.344, de
2016) (Vigência) (...) IV - adoção ilegal; ou (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 304 - Quanto aos crimes contra a vida, assinale a alternativa correta.
(A) Suponha que “A” seja instigado a suicidar-se e decida pular da janela do prédio em que
reside. Ao dar cabo do plano suicida, “A” não morre e apenas sofre lesão corporal de natureza
leve. Pode-se afirmar que o instigador deverá responder pelo crime de tentativa de instigação ao
suicídio, previsto no art. 122 do Código Penal.
(B) Considera-se qualificado o homicídio praticado contra pessoa menor de 14 anos ou maior de
60 anos.
(C) O Código Penal permite o aborto praticado pela própria gestante quando existir risco de
morte e não houver outro meio de se salvar.
(D) O feminicídio é espécie de homicídio qualificado e resta configurado quando a morte da
mulher se dá em razão da condição do sexo feminino. Se o crime for presenciado por
descendente da vítima, incidirá ainda causa de aumento de pena.
(E) O aborto provocado pela gestante, figura prevista no art. 124 do Código Penal, cuja pena é
de detenção de 1 (um) a 3 (três) anos, admite coautoria.
COMENTÁRIOS:
a) ERRADA: Item errado. Quando da aplicação da prova, o item estava errado pois a conduta
do instigador era impunível se a vítima não morria nem sofria, ao menos, lesões graves, na
forma da então redação do art. 122 do CP. Hoje, o item continua errado, mas por outra razão:
o agente neste caso deve responder pelo crime do art. 122 em sua forma consumada, já que se
trata de crime forma, consumando-se com o ato de induzir, instigar ou auxiliar.
b) ERRADA: Item errado, pois não se trata de qualificadora, e sim de majorante (causa de
aumento de pena), na forma do art. 121, §4º do CP.
c) ERRADA: Item errado, pois o aborto até é admitido neste caso, na forma do art. 128, I do
CP, mas somente se praticado POR MÉDICO.
d) CORRETA: Item correto, pois para que se configure como feminicídio é necessário que o
homicídio contra a mulher se dê por razões da condição de sexo feminino, na forma do art.
121, §2º, VI do CP. Na forma do art. 121, § 2º-A do CP, considera-se que há razões de
condição de sexo feminino quando o crime envolve violência doméstica e familiar ou
menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
e) ERRADA: Item errado, pois a Doutrina majoritária sustenta ser incabível a coautoria no
crime de autoaborto, embora seja possível a participação.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 305 - Diz o parágrafo 5º do artigo 121 do Código Penal Brasileiro, que: “na
hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá́ deixar de aplicar a pena, se as consequências da
infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne
desnecessária”. Trata-se de
a) graça.
b) perdão judicial.
c) anistia.
d) indulto.
COMENTÁRIOS:
Neste caso temos o instituto do “perdão judicial”, que é concedido pelo Juiz, nos casos em
que a lei expressamente autoriza (como este), na hipótese de as consequências do crime
atingirem o agente de maneira tão grave que seja possível concluir que a pena não é mais
necessária (a consequência do crime foi o próprio castigo).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 306 - Se da lesão corporal dolosa resulta morte e as circunstâncias evidenciam que
o agente não quis o resultado morte, nem assumiu o risco de produzi-lo, configura(m)-se
a) lesão culposa e homicídio culposo, cujas penas serão aplicadas cumulativamente.
b) lesão corporal seguida de morte.
c) homicídio culposo qualificado pela lesão.
d) homicídio doloso (dolo eventual).
e) homicídio doloso (dolo indireto).
COMENTÁRIOS:
Neste caso o resultado morte decorreu de culpa, de maneira que o agente responderá pelo
delito de lesão corporal seguida de morte, nos termos do art. 129, §3º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 307 - O indivíduo “B”, com intenção de matar a pessoa “D”, efetua dez disparos de
arma de fogo em direção a um veículo que se encontra estacionado na via pública por imaginar
que dentro desse veículo encontrava-se a pessoa “D”, contudo, não havia nenhuma pessoa no
interior do veículo. Com relação à conduta praticada por “B”, é correto afirmar que
a) o indivíduo “B” poderá ser punido pelo crime de homicídio tentado, por analogia ao crime de
homicídio em vista de sua intenção.
b) o indivíduo “B” não poderá ser punido pelo crime de homicídio.
c) o indivíduo “B” poderá ser punido pelo crime de homicídio consumado, em virtude da
interpretação extensiva do crime de homicídio.
d) o indivíduo “B” poderá ser punido pelo crime de homicídio consumado, por analogia ao
crime de homicídio em vista de sua intenção.
e) o indivíduo “B” poderá ser punido pelo crime de homicídio tentado, em virtude da
interpretação extensiva do crime de homicídio em vista de sua intenção.
COMENTÁRIOS:
O agente, aqui, não poderá ser punido por crime nenhum. Isso porque sua conduta JAMAIS
poderia alcançar o resultado pretendido (a morte da vítima). Em razão disso, temos a
ocorrência do chamado “crime impossível” (ou tentativa inidônea), por absoluta
impropriedade do objeto, de forma que a conduta do agente não é punível, nos termos do art.
17 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 308 - O indivíduo “B” descobre que a companhia aérea “X” é a que esteve
envolvida no maior número de acidentes aéreos nos últimos anos. O indivíduo “B” então
compra, regularmente, uma passagem aérea desta companhia e presenteia seu pai com esta
passagem, pois tem interesse que ele morra para receber sua herança. O pai recebe a passagem e
durante o respectivo vôo ocorre um acidente aéreo que ocasiona sua morte. Diante dessas
circunstâncias, é correto afirmar que
a) o indivíduo “B” será responsabilizado pelo crime de homicídio culposo se for demonstrado
que o piloto do avião em que seu pai se encontrava agiu com culpa no acidente que o vitimou
b) o indivíduo “B” será responsabilizado pelo crime de homicídio doloso se for demonstrado
que o piloto do avião em que seu pai se encontrava agiu com culpa no acidente que o vitimou.
c) o indivíduo “B” será responsabilizado pelo crime de homicídio culposo, tendo em vista que
sem a sua ação o resultado não teria ocorrido
d) o indivíduo “B” não praticou e não poderá ser responsabilizado pelo crime de homicídio.
e) o indivíduo “B” será responsabilizado pelo crime de homicídio doloso, tendo em vista que
sem a sua ação o resultado não teria ocorrido.
COMENTÁRIOS:
O agente não poderá ser responsabilizado pelo crime de homicídio, pois sua conduta não foi a
causa da morte de seu pai. Embora o agente tenha criado a situação, ele não teve qualquer
ingerência sobre o fato que efetivamente ocasionou a morte (o acidente). O agente não
sabotou o avião, não colocou uma bomba lá dentro, etc. O ato de comprar a passagem e
“torcer” para que haja um acidente não configura a conduta prevista para o delito de
homicídio.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 309 - É um resultado que caracteriza o crime de lesão corporal de natureza grave,
cuja pena é de reclusão de um a cinco anos:
a) incapacidade para as ocupações habituais, por mais de dez dias.
b) incapacidade para as ocupações habituais, por mais de vinte dias.
c) debilidade temporária de membro, sentido ou função
d) incapacidade para as ocupações habituais, por mais de quinze dias.
e) aceleração de parto.
COMENTÁRIOS:
Dentre as alternativas apresentadas, apenas a letra E configura um crime de lesão corporal de
natureza grave, nos termos do art. 129, §1º, IV do CP.
COMENTÁRIOS:
O agente, aqui, agiu com DOLO EVENTUAL, pois apesar de não querer o resultado, agiu
sem se importar com sua ocorrência. Desta forma, deve responder pelo crime de lesão
corporal DOLOSA, nos termos do art. 129 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 311 - Assinale a alternativa que traz as duas hipóteses de aborto legal, praticado por
médico, expressamente previstas no art. 128 do CP.
a) Se o feto sofre de doença incurável, sendo praticado com o consentimento da gestante; se há
má-formação fetal que inviabilize a vida extrauterina.
b) Se há má-formação fetal que inviabilize a vida extrauterina; se não há outro meio de salvar a
vida da gestante.
c) Se não há outro meio de salvar a vida da gestante; se praticado com o consentimento dela,
tendo sido a gravidez resultada de estupro.
d) Se o feto sofre de doença incurável, sendo praticado com o consentimento da gestante; se
praticado com o consentimento da gestante, tendo sido a gravidez resultada de estupro.
e) Se a gestante é menor de idade, sendo o procedimento autorizado pelos responsáveis; se
praticado com o consentimento da gestante, tendo sido a gravidez resultada de estupro.
COMENTÁRIOS:
O aborto é permitido, quando praticado pelo médico, nas hipóteses do art. 128 do CP: Art.
128 - Não se pune o aborto praticado por médico: (Vide ADPF 54) Aborto necessário I - se
não há outro meio de salvar a vida da gestante; Aborto no caso de gravidez resultante de
estupro II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da
gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal. O STF passou a entender, ainda, que
o aborto de fetos anencefálicos (sem cérebro ou com má formação cerebral) também seria
legal, por respeito à dignidade da mãe. Assim, vemos que apenas a letra C traz duas hipóteses
expressamente previstas no CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 312 - Medusa, sob a influência do estado puerperal, veio a matar o seu próprio filho
recém-nascido, logo após o parto. Segundo o que estabelece o Código Penal em relação a essa
conduta, é correto afirmar que Medusa
a) cometeu o crime de infanticídio, mas ficará livre da pena em razão de ter agido sob a
influência do estado puerperal.
b) cometeu o crime de homicídio, mas ficará livre da pena por ter agido sob a influência do
estado puerperal.
c) cometeu o crime de homicídio.
d) cometeu o crime de homicídio, mas terá sua pena reduzida por ter agido sob a influência do
estado puerperal.
e) cometeu o crime de infanticídio.
COMENTÁRIOS:
Medusa cometeu o crime de infanticídio, previsto no art. 123 do CP, pois, sob a influência do
estado puerperal e logo após o parto, matou seu próprio filho recém-nascido.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 313 - “X” recebe recomendação médica para ficar de repouso, caso contrário,
poderia sofrer um aborto. Ocorre que “X” precisa trabalhar e não consegue fazer o repouso
desejado e, por essa razão, acaba expelindo o feto, que não sobrevive.
Em tese, “X”
a) não praticou crime algum.
b) praticou o crime de aborto doloso.
c) praticou o crime de aborto culposo.
d) praticou o crime de lesão corporal qualificada pela aceleração do parto.
e) praticou o crime de desobediência.
COMENTÁRIOS:
O agente não praticou crime algum, pois o aborto se deu de forma culposa. O aborto somente
é punido quando ocorre de maneira DOLOSA. No caso em tela a gestante não teve a intenção
de provocar o aborto, nem agiu de forma a “não se importar” com sua ocorrência (assumir o
risco). A gestante sabia do risco, mas acreditava que conseguiria trabalhar sem prejudicar sua
gestão, tendo aqui o que se chama de CULPA CONSCIENTE.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 314 - Considere que João e José se agrediram mutuamente e que as lesões
recíprocas não são graves. Nesta hipótese, o art. 129, § 5.º do CP
prescreve que ambos podem:
a) ser beneficiados com a exclusão da ilicitude
b) ser beneficiados com o perdão judicial.
c) ter as penas de reclusão substituídas por prisão simples.
d) ser beneficiados com a exclusão da culpabilidade.
e) ter as penas de detenção substituídas por multa.
COMENTÁRIOS:
Neste caso, nos termos do art. 129, §5º, II do CP, o Juiz poderá substituir a pena de prisão
pela pena de multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
COMENTÁRIOS:
O aborto praticado pelo médico não é punível em duas hipóteses, nos termos do art. 128 do
CP: (a) se não há outro meio de salvar a vida da gestante; (b) se a gravidez resulta de estupro
e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante
legal.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 316 - Em relação aos crimes contra a vida, é correto afirmar que
a) a genitora que mata o neonato, sob o estado puerperal e logo após o parto, responderá por
homicídio duplamente qualificado pelo recurso que dificultou a defesa da vítima e por meio
insidioso.
b) para configuração do homicídio privilegiado, previsto no art. 121, § 1º, do Código Penal,
basta que o agente cometa o crime sob o domínio de violenta emoção.
c) nas lesões culposas verificadas entre os mesmos agentes, é possível aplicar a compensação de
culpas.
d) o feminicídio, previsto no art. 121, § 2º , inciso VI, do Código Penal, exige que o crime seja
praticado contra a mulher por razões da condição de sexo feminino envolvendo violência
doméstica ou familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
e) o agente que pratica autolesão responderá pelo crime de lesões corporais com atenuação da
pena de 1/3 a 2/3, a depender da natureza da lesão.
COMENTÁRIOS:
a) ERRADA: Item errado, pois a agente, neste caso, responderá pelo crime de infanticídio,
QUESTÃO 317 - Assinale a alternativa correta no que diz respeito aos crimes contra a vida
previstos no Código Penal
a) No crime de homicídio, a prática deste mediante paga ou promessa de recompensa, ou por
outro motivo torpe são circunstâncias que, apesar de não qualificar o crime, caracterizam-se
como causas de aumento de pena
b) No crime de induzimento, instigação ou auxílio a suicídio, a prática da conduta criminosa por
motivo egoístico é circunstância que qualifica o crime.
c) Não se pune o aborto praticado por médico se não há outro meio de salvar a vida da gestante.
d) O crime de aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento equipara-se e possui a
mesma pena que o aborto provocado por terceiro.
e) No crime de homicídio simples, se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante
valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta
provocação da vítima, o juiz deve conceder o perdão judicial.
COMENTÁRIOS:
a) ERRADA: Item errado, pois tal circunstância é uma qualificadora, na forma do art. 121,
§2º, I do CP.
b) ERRADA: Item errado, pois se trata de causa de aumento de pena (pena duplicada), na
forma do art. 122, §3º, I do CP.
c) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão contida no art. 128, I do CP.
d) ERRADA: Item errado, pois o crime de autoaborto tem pena de detenção, de um a três
anos, enquanto o crime de aborto provocado por terceiro tem pena de reclusão, de três a dez
anos, se não houver consentimento da gestante, ou pena de reclusão, de um a quatro anos, se
QUESTÃO 318 - A respeito da retratação nos crimes contra a honra, pode-se afirmar que fica
isento de pena o querelado que, antes da sentença, retrata-se cabalmente
(A) da calúnia ou difamação.
(B) da calúnia, injúria ou difamação.
(C) da injúria ou difamação.
(D) da calúnia ou injúria.
COMENTÁRIOS:
Fica isento de pena o querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da
difamação, nos termos do art. 143 do CP: Retratação Art. 143 - O querelado que, antes da
sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
COMENTÁRIOS:
Neste caso, Vitor não praticou crime alguma, ou seja, temos um fato atípico, pois não houve
dolo na conduta de Vitor. O agente acabou, pelo excesso de serviço, se esquecendo de
repassar os valores à Previdência Social, o que não caracteriza o delito de apropriação
indébita previdenciária, previsto no art. 168-A do CP, já que não houve dolo.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
COMENTÁRIOS:
Neste caso, tivemos dois crimes de roubo consumados, eis que foram subtraídos bens de
patrimônios distintos, tanto de Paulo quanto de Lúcia, de forma que os agentes responderão
por dois crimes de roubo (em concurso formal) majorados pelo concurso de agentes, na
forma do art. 157, §2º, II do CP. Não há aplicação da majorante do emprego de arma de fogo,
por se tratar de arma de brinquedo (simulacro de arma de fogo).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 321 - Tício, oficial de justiça que atua junto ao Tribunal de Justiça, ao final do
expediente de trabalho, ingressa em um ônibus para retornar para sua residência. Repara que, ao
seu lado, está a testemunha de um processo, de nome Clara, e esta se mostra nervosa,
imaginando o oficial que seja em razão do depoimento prestado em audiência. Quando Clara se
acalma e fecha os olhos, Tício se aproveita da distração e subtrai o celular que estava em sua
bolsa, deixando o coletivo. Ocorre que outro passageiro viu a ação, comunicou o fato à
Delegacia e, uma semana após, Tício foi identificado.
Considerando apenas as informações narradas, é correto afirmar que Tício responderá pelo
crime de:
a) peculato-desvio;
b) apropriação indébita;
c) peculato-apropriação;
d) furto;
e) peculato-furto.
COMENTÁRIOS:
Neste caso teremos o crime de furo, pois o agente subtraiu, para si, coisa alheia móvel, na
forma do art. 155 do CP. Não há que se falar em peculato-furto, pois a subtração não teve
qualquer relação com o cargo exercido pelo agente.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 322 - Maurício estava na festa de aniversário de seu pai e sua mãe, que, juntos,
comemoravam seus aniversários de 61 anos e 59 anos respectivamente. Com a intenção de
comprar bebidas, subtrai R$1.000,00 (mil reais) da carteira de seu pai sem que ninguém veja
sua conduta. Já no dia seguinte pela manhã, ingressa no quarto de sua mãe para subtrair dólares,
mas depara-se com a genitora trocando de sapatos. Decide, então, ameaçá-la de morte e levar
todo o dinheiro que era apenas de sua mãe. Diante dessa situação, é correto afirmar que:
a) Maurício é isento de pena pela prática dos dois crimes, em razão da escusa absolutória pelo
fato de as vítimas serem seus genitores;
b) Maurício é isento de pena pela prática da conduta engendrada contra o pai, mas não contra a
mãe;
c) as condutas praticadas por Maurício são atípicas, pois os bens subtraídos também podem ser
considerados de sua propriedade;
d) Maurício é isento de pena pela prática da conduta engendrada em desfavor de sua mãe, mas
não pela conduta praticada contra seu pai;
e) Maurício deverá responder pela prática de ambos os crimes, não havendo que se falar em
aplicação de escusas absolutórias.
COMENTÁRIOS:
Neste caso, Maurício deverá responder pela prática de ambos os crimes, não havendo que se
falar em aplicação de escusas absolutórias, pois em relação ao pai, por ser pessoa com idade
igual ou superior a 60 anos, a escusa absolutória é inaplicável, na forma do art. 183, III do
CP. Com relação à mãe, trata-se de crime de roubo, motivo pelo qual também é inaplicável a
escusa absolutória, na forma do art. 183, I do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 323 - João e José decidem praticar um crime de roubo, que ocorreria com a
subtração do veículo automotor de Maria, vizinha de João. A grande dificuldade do plano
criminoso estava no local em que seria escondido o veículo antes de ser desmontado para a
venda das peças. João e José procuraram Marcus, primo de José e proprietário de uma oficina
mecânica, e perguntaram se ele teria interesse em guardar o carro no estabelecimento por uma
semana. Marcus concordou, o acordo foi sacramentado e, então, o crime de roubo foi praticado.
Considerando apenas os fatos descritos, Marcus responderá criminalmente pelo crime de
a) roubo majorado.
b) receptação simples.
c) favorecimento real
d) receptação qualificada.
e) favorecimento pessoal.
COMENTÁRIOS:
Neste caso, Marcus foi partícipe do crime praticado por João e José, já que, em ajuste
PRÉVIO, comprometeu-se a contribuir para a empreitada criminosa, motivo pelo qual
responderá pelo crime praticado por João e José, ou seja, roubo majorado pelo concurso de
agentes, na forma do art. 157, §2º, II do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
COMENTÁRIOS:
Neste caso teremos o crime de furo, pois Fernanda subtraiu, para si, coisa alheia móvel, na
forma do art. 155 do CP. Não há que se falar em peculato-furto, pois a subtração não teve
qualquer relação com o cargo exercido pelo agente.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 325 - Decidido a praticar crime de furto na residência de um vizinho, João procura
o chaveiro Pablo e informa do seu desejo, pedindo que fizesse uma chave que possibilitasse o
ingresso na residência, no que foi atendido. No dia do fato, considerando que a porta já estava
aberta, João ingressa na residência sem utilizar a chave que lhe fora entregue por Pablo, e
subtrai uma TV. Chegando em casa, narra o fato para sua esposa, que o convence a devolver o
aparelho subtraído. No dia seguinte, João atende à sugestão da esposa e devolve o bem para a
vítima, narrando todo o ocorrido ao lesado, que, por sua vez, comparece à delegacia e promove
o registro próprio.
Considerando o fato narrado, na condição de advogado(a), sob o ponto de vista técnico, deverá
ser esclarecido aos familiares de Pablo e João que
A) nenhum deles responderá pelo crime, tendo em vista que houve arrependimento eficaz por
parte de João e, como causa de excludente da tipicidade, estende-se a Pablo.
B) ambos deverão responder pelo crime de furto qualificado, aplicando-se a redução de pena
apenas a João, em razão do arrependimento posterior.
C) ambos deverão responder pelo crime de furto qualificado, aplicando-se a redução de pena
para os dois, em razão do arrependimento posterior, tendo em vista que se trata de circunstância
objetiva.
D) João deverá responder pelo crime de furto simples, com causa de diminuição do
arrependimento posterior, enquanto Pablo não responderá pelo crime contra o patrimônio.
COMENTÁRIOS:
Neste caso, João responderá pelo crime de furto simples, com a aplicação da causa de
diminuição de pena do arrependimento posterior, na forma do art. 16 do CP. Já Pablo não
responderá por crime algum, pois sua participação não contribuiu para a prática do crime
(participação inócua).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
Considerando o caso narrado, o advogado esclarece que a conduta de Francisco configura o(s)
crime(s) de
A) latrocínio consumado.
B) latrocínio tentado.
C) furto tentado e homicídio qualificado.
D) furto consumado e homicídio qualificado.
COMENTÁRIOS:
No caso em tela não podemos falar em latrocínio. Isto porque o homicídio, a despeito de ter
sido praticado para assegurar a posse sobre a coisa furtada, foi praticado em contexto distinto
(no dia seguinte), de forma que é incabível falar em latrocínio, já que a morte se configurou
como um crime autônomo, uma nova empreitada criminosa, ainda que guarde relação com o
furto anteriormente realizado. Assim, temos furto consumado e homicídio qualificado, nos
termos dos arts. 155 c/c art. 121, §2º, V do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 327 - Felipe sempre sonhou em ser proprietário de um veículo de renomada marca
mundial. Quando soube que uma moradora de sua rua tinha um dos veículos de seu sonho em
sua garagem, Felipe combinou com Caio e Bruno de os dois subtraírem o veículo, garantindo
que ficaria com o produto do crime e que Caio e Bruno iriam receber determinado valor, o que
efetivamente vem a ocorrer. Após receber o carro, Felipe o leva para sua casa de praia,
localizada em outra cidade do mesmo Estado em que reside. Os fatos são descobertos e o
veículo é apreendido na casa de veraneio de Felipe.
Considerando as informações narradas, é correto afirmar que Felipe deverá ser responsabilizado
pela prática do crime de
A) furto simples.
B) favorecimento real.
C) furto qualificado pelo concurso de agentes.
D) receptação.
COMENTÁRIOS
Nesse caso o agente praticou o crime de furto, qualificado em razão do concurso de pessoas, nos
termos do art. 155, §4º, IV do CPP. Felipe foi partícipe do furto, pois induziu Caio e Bruno a
subtraírem o bem, tendo, portanto, concorrido para o furto. Uma vez tendo Felipe participado do
furto, a eventual aquisição da coisa não configura receptação, pois a receptação deve ser
praticada pelo extraneus, ou seja, alguém que não praticou o crime anterior (aquele que gerou o
proveito do crime).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 328 - Jaime, conhecido pelos colegas como “Jaiminho mão de seda”, utilizando-se
de sua destreza, consegue retirar a carteira do bolso traseiro da calça de Ricardo que, ao
perceber a subtração, sai ao encalço do delinquente. Ocorre que, durante a perseguição, Ricardo
acaba sendo atropelado, vindo a falecer em decorrência dos ferimentos.
Nesse sentido, com base nas informações apresentadas na hipótese, e a jurisprudência
predominante dos tribunais superiores, assinale a afirmativa correta.
A) Jaime praticou delito de furto em sua modalidade tentada.
B) Jaime consumou a prática do delito de furto simples.
C) Jaime consumou a prática do delito de furto qualificado.
D) Jaime consumou a prática de latrocínio.
COMENTÁRIOS
No caso concreto, Jaime praticou o crime de furto simples CONSUMADO, eis que obteve a
posse do bem furtado, ainda que por um curto período. Nesse sentido é a jurisprudência do STJ.
Vejamos: CRIMINAL. HABEAS CORPUS. FURTO. CARACTERIZAÇÃO DA
CONSUMAÇÃO DO DELITO. POSSE DA RES FURTIVA. ORDEM DENEGADA.
I - Considera-se consumado o crime de furto, assim como o de roubo, no momento em que a res
é retirada da esfera de posse e disponibilidade da vítima, ainda que não obtenha a posse
tranquila. (...) (HC 190.117/SP, Rel. Ministro GILSON DIPP, QUINTA TURMA, julgado em
07/08/2012, DJe 14/08/2012) Por fim, não há que se falar em latrocínio, pois a morte da vítima
se deu por atropelamento, em razão da sua intenção em recuperar o bem furtado, ou seja, uma
conduta que não pode ser imputada a Jaime. Também não se trata de delito qualificado pela
destreza, eis que não houve destreza alguma, já que a vítima percebeu a ação.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 329 - Tício ingressa na residência de Mévio e subtrai o cofre que encontra na sala,
levando-o para um matagal distante. Não conhecendo o segredo do cofre, utiliza-se de um
machado para abri-lo, subtraindo as jóias que estavam em seu interior. Após abandonar o cofre
violado, leva as jóias para José, um comerciante local, que efetua a compra sem se importar em
apurar a origem das jóias adquiridas. Algum tempo depois o fato é descoberto e o caso é levado
à sua consideração para a devida capitulação. Tício e José deverão responder, respectivamente,
por
a) furto qualificado pelo rompimento de obstáculo (Art. 155, § 4º, I, do CP) e receptação
simples (Art. 180, do CP).
b) furto simples (Art. 155, do CP) e receptação qualificada (Art. 180, § 1º, do CP).
c) furto qualificado pelo rompimento de obstáculo (Art. 155, § 4º, I, do CP) e receptação
qualificada (Art. 180, § 1º, do CP).
d) furto simples (Art. 155, do CP) e receptação simples (Art. 180, do CP).
e) furto qualificado pelo rompimento de obstáculo (Art. 155, § 4º, I, do CP) e receptação
culposa (Art. 180, § 3º, do CP).
COMENTÁRIOS
No caso em tela, o rompimento do cofre para a subtração das joias não configura a qualificadora
do “rompimento de obstáculo”, pois esta só se aplica ao obstáculo à subtração da res furtiva. No
caso, o cofre é a própria res furtiva, ainda que se pretenda o que nele há. Assim, o furto ocorreu
antes do rompimento do obstáculo. Mais precisamente, quando Tício quebrou o cofre para pegar
as joias, estas já estavam em sua posse. Com relação ao crime de receptação, a questão deixa
claro que a venda se deu para um comerciante local, de forma que temos receptação qualificada,
nos termos do art. 180, §1º do CP. Daria para discutir o fato de que a questão não diz que José
comprou a mercadoria NO EXERCÍCIO DO COMÉRCIO, ou seja, no exercício de sua
profissão, e que isso tornaria a receptação em simples. Contudo, acredito que embora a questão
pudesse ter sido formulada de forma mais clara, não haveria motivos para anulação ou alteração
de gabarito.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 330 - Chico furtou duas camisas em determinada loja de departamentos. Ao deixar
a loja, o alarme soou e Chico acabou sendo preso, processado e condenado pela prática do crime
tipificado no Artigo 155 do Código Penal. O magistrado, ao realizar a dosimetria da pena, fixou
a pena base em 2 (dois) anos de reclusão e, considerando que as duas camisas foram furtadas
nas mesmas circunstâncias de tempo, lugar e modo de execução, aplicou a regra prevista no
Artigo 71 do Código Penal e aumentou a pena em mais 6 (seis) meses, tornando-a definitiva em
2 (dois) anos e 4 (quatro) meses de reclusão. Entre a data do recebimento da denúncia e a da
sentença condenatória passaram-se mais de 4 (quatro) anos, e o magistrado acabou por
reconhecer, na própria sentença condenatória, a extinção da punibilidade pela prescrição. Sobre
a sentença, pode-se afirmar que:
a) está incorreta quanto à continuidade delitiva, porque Chico praticou crime único, mas a
prescrição deve ser reconhecida.
b) está incorreta, porque Chico praticou dois crimes, em concurso material.
c) está correta quanto à continuidade delitiva, mas incorreta quanto ao reconhecimento da
prescrição.
d) está correta quanto à continuidade delitiva e quanto ao reconhecimento da prescrição.
e) está incorreta, porque Chico praticou dois crimes, em concurso formal, mas a prescrição deve
ser reconhecida.
COMENTÁRIOS
A sentença está errada no que se refere à continuidade delitiva, pois houve CRIME ÚNICO. O
fato de a res furtiva, ou seja, a coisa furtada, constituir-se de duas camisas, não caracteriza crime
duplo. Neste caso, tratando-se de crime de furto simples, a pena aplicada no mínimo legal seria
de 01 ano de reclusão, sem acréscimo pela continuidade delitiva, por não ter havido.
Considerando tal pena aplicada (na hipótese do reconhecimento do furto simples), teria havido
prescrição, eis que se passaram mais de 04 anos entre o recebimento da denúncia e a sentença,
nos termos do art. 109, V c/c art. 110, §1º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 331 - No dia 14 de setembro de 2014, por volta das 20h, José, primário e de bons
antecedentes, tentou subtrair para si, mediante escalada de um muro de 1,70 metros de altura,
vários pedaços de fios duplos de cobre da rede elétrica avaliados em, aproximadamente, R$
100,00 (cem reais) á época dos fatos.
Sobre o caso apresentado, segundo entendimento sumulado do STJ, assinale a afirmativa
correta.
a) É possível o reconhecimento do furto qualificado privilegiado independentemente do
preenchimento cumulativo dos requisitos previstos no Art. 155, § 2º, do CP.
b) É possível o reconhecimento do privilégio previsto no Art. 155, § 2º, do CP nos casos de
crime de furto qualificado se estiverem presentes a primariedade do agente e o pequeno valor da
coisa, e se a qualificadora for de ordem objetiva.
c) Não é possível o reconhecimento do privilégio previsto no Art. 155, § 2º, do CP nos casos de
crime de furto qualificado, mesmo que estejam presentes a primariedade do agente e o pequeno
valor da coisa, e se a qualificadora for de ordem objetiva.
d) É possível o reconhecimento do privilégio previsto no Art. 155, § 2º, do CP nos casos de
crime de furto qualificado se estiverem presentes a primariedade do agente, o pequeno valor da
coisa, e se a qualificadora for de ordem subjetiva.
COMENTÁRIOS
Segundo o entendimento sumulado do STJ, é possível o reconhecimento do privilégio previsto
no Art. 155, § 2º, do CP nos casos de crime de furto qualificado se estiverem presentes a
primariedade do agente e o pequeno valor da coisa, e se a qualificadora for de ordem objetiva.
Vejamos: Súmula 511 - É possível o reconhecimento do privilégio previsto no § 2º do art. 155
do CP nos casos de crime de furto qualificado, se estiverem presentes a primariedade do agente,
o pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem objetiva.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 332 - Moura, maior de 70 anos, primário e de bons
antecedentes, mediante grave ameaça, subtraiu o relógio da vítima Lúcia, avaliado em R$
550,00 (quinhentos e cinquenta reais). Cerca de 45 minutos após a subtração, Moura foi
procurado e localizado pelos policiais que foram avisados do ocorrido, sendo a coisa
subtraída recuperada, não sofrendo a vítima qualquer prejuízo patrimonial. O fato foi
confessado e Moura foi condenado pela prática do crime de roubo simples, ficando a pena
acomodada em 04 anos de reclusão em regime aberto e multa de 10 dias.
Isso ocorre porque João, como narrado pela questão, era pessoa JOVEM e de BOA SAÚDE,
sem
qualquer histórico de doença cardiovascular. Assim, a eventual morte da vítima sequer entrou
na
esfera de previsibilidade do agente, ou melhor, sequer poderia ter sido previsível
(previsibilidade
objetiva, indispensável para o reconhecimento da culpa).
Assim, o resultado morte não pode ser imputado a José, nem mesmo a título culposo, dada a
total
ausência de previsibilidade da ocorrência do resultado.
É de se frisar que a questão deixa bastante claro que se tratava de pessoa jovem e de boa saúde,
exatamente para não dar margem a interpretações diversas.
Além disso, jamais poderíamos falar em latrocínio aqui, pois não houve emprego de violência
(apenas grave ameaça)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 334 - Ares, objetivando passear com a bicicleta de
Ártemis, desfere contra esta um soco. Ártemis cai, Ares pega a bicicleta e a utiliza durante
todo o resto do dia, devolvendo-a ao anoitecer. Considerando os dados acima descritos,
assinale a alternativa correta.
a) Ares praticou crime de roubo com a causa de diminuição de pena do arrependimento
posterior.
b) Ares praticou atípico penal.
c) Ares praticou constrangimento ilegal.
d) Ares praticou constrangimento legal com a causa de diminuição de pena do arrependimento
posterior.
COMENTÁRIOS
A questão é muito polêmica. Em minha visão, deveria ter sido anulada.
Teríamos, aqui, o que se chama de “roubo de uso”. A questão é, isso é admissível? Há
divergência,
havendo quem entenda possível o reconhecimento do roubo de uso (e, portanto, não seria
punível
pelo roubo). Outros, porém, entendem que não existe a figura do roubo de uso, de forma que a
conduta configura, apenas, roubo (e o agente responde pelo delito de roubo).
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102
A) deverá ser responsabilizado pelo crime de dano simples, somente.
B) deverá ser responsabilizado pelo crime de dano qualificado, somente.
C) deverá ser responsabilizado pelo crime de dano qualificado, sem prejuízo da obrigação de
reparar o dano causado.
D) não será responsabilizado penalmente.
COMENTÁRIOS
O crime de dano só é punível quando a conduta praticada pelo agente é dolosa, não havendo
previsão de forma culposa do delito.
Assim, a questão deve ser definida meramente na esfera civil, não havendo responsabilização na
esfera criminal.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 337 - Relativamente aos crimes contra o
patrimônio, analise as afirmativas a seguir:
I. No crime de furto, se o criminoso é primário, e a coisa furtada é de pequeno valor, o juiz pode
substituir a pena de reclusão pela de detenção.
II. Considera-se qualificado o dano praticado com violência à pessoa ou grave ameaça, com
emprego de substância inflamável ou explosiva (se o fato não constitui crime mais grave),
contra o
patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou
sociedade de economia mista ou ainda por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a
vítima.
III. É isento de pena quem comete qualquer dos crimes contra o patrimônio em prejuízo do
cônjuge, na constância da sociedade conjugal, desde que não haja emprego de grave ameaça ou
violência à pessoa ou que a vítima não seja idosa nos termos da Lei 10.741/2003.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
COMENTÁRIOS
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I – CORRETA: Esta previsão está contida no art. 155, §2º do CP. Trata-se do que se chamou de
“furto privilegiado” (embora a utilização do termo “privilegiado” não esteja sendo correta neste
caso).
II – CORRETA: Estas são hipóteses que configuram o crime de dano qualificado, nos termos do
art.
163, § único do CP.
III – CORRETA: Esta é a perfeita definição das hipóteses dos arts. 181 a 183 do CP, que tratam
das
causas pessoais de isenção de pena em relação aos crimes contra o patrimônio. Vejamos:
Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste
título, em prejuízo: (Vide Lei nº 10.741, de 2003)
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja
civil ou natural.
(...)
Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:
I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de
grave ameaça ou violência à pessoa;
II - ao estranho que participa do crime.
III - se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60
(sessenta) anos. (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 338 - Marcondes, necessitando de dinheiro para
comparecer a uma festa no bairro em que residia, decide subtrair R$ 1.000,00 do caixa do
açougue de propriedade de seu pai. Para isso, aproveita-se da ausência de seu genitor,
que, naquele dia, comemorava seu aniversário de 63 anos, para arrombar a porta do
estabelecimento e subtrair a quantia em espécie necessária.
Analisando a situação fática, é correto afirmar que
a) Marcondes não será condenado pela prática de crime, pois é isento de pena, em razão da
escusa
absolutória.
b) Marcondes deverá responder pelo crime de furto de coisa comum, por ser herdeiro de seu pai.
c) Marcondes deverá responder pelo crime de furto qualificado.
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104
d) Marcondes deverá responder pelos crimes de dano e furto simples em concurso formal.
COMENTÁRIOS
No caso em tela Marcondes praticou o delito de furto qualificado, em razão do rompimento de
obstáculo, nos termos do art. 155, §4º, I do CP.
Não há, aqui, aplicação da escusa absolutória do art. 181, II (ter sido o crime praticado contra
ascendente). Isto porque, nos termos do art. 183, III do CP, tal escusa não se aplica se o crime
for
cometido contra pessoa com idade igual ou superior a 60 anos.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 339 - Paula Rita convenceu sua mãe adotiva, Maria
Aparecida, de 50 anos de idade, a lhe outorgar um instrumento de mandato para
movimentar sua conta bancária, ao argumento de que poderia ajudá-la a efetuar
pagamento de contas, pequenos saques, pegar talões de cheques etc., evitando assim que
a mesma tivesse que se deslocar para o banco no dia a dia. De posse da referida
procuração, Paula Rita compareceu à agência bancária onde Maria Aparecida possuía conta
e sacou todo o valor que a mesma possuía em aplicações financeiras, no total de R$
150.000,00 (cento e cinquenta mil reais), apropriando-se do dinheiro antes pertencente a
sua mãe. Considerando tal narrativa, assinale a alternativa correta.
a) Paula Rita praticou crime de estelionato em detrimento de Maria Aparecida e, pelo fato de ser
sua filha adotiva, é isenta de pena.
b) Paula Rita praticou crime de furto mediante fraude em detrimento de Maria Aparecida e, pelo
fato de ser sua filha adotiva, é isenta de pena.
c) Paula Rita praticou crime de estelionato em detrimento de Maria Aparecida e, apesar de ser
sua
filha adotiva, não é isenta de pena.
d) Paula Rita praticou crime de furto mediante fraude em detrimento de Maria Aparecida e,
apesar
de ser sua filha adotiva, não é isenta de pena.
COMENTÁRIOS
No caso em tela Paula Rita praticou o delito de estelionato, previsto no art. 171 do CP. Contudo,
por ser filha da vítima, estará isenta de pena, nos termos do art. 181, II do CP.
Não há que se falar em furto mediante fraude, pois neste o agente apenas emprega a fraude para
“distrair” a vítima, ou seja, fazer com que ela reduza sua vigilância sobre a coisa para, então,
poder
efetuar a subtração.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
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QUESTÃO 340 - O crime de roubo tem pena aumentada (CP, art. 157, § 2° e 2° A) se
A) o bem subtraído é de propriedade de ente público Municipal, Estadual ou Federal.
B) a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância.
C) praticado em transporte público ou coletivo.
D) cometido por quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego
ou
função pública.
E) cometido por quem for ocupante de cargos em comissão ou de função de direção ou
assessoramento de órgão de empresa pública.
COMENTÁRIOS
No caso em tela, apenas a letra B traz uma majorante aplicável ao crime de roubo, que é a
prevista
no art. 157, §2º, III do CP:
Art. 157 (...) § 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade:
(Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018)
(...)
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal
circunstância.
As demais situações não configuram hipótese de aumento de pena em relação ao roubo.
GABARITO: Letra B
QUESTÃO 341 - A respeito de crimes contra o patrimônio, é correto
afirmar que
(A) dano simples praticado pelo agente contra seu tio, com quem não coabita, este com
cinquenta
e um anos de idade, somente se procederá mediante representação.
(B) apropriação indébita praticado pelo agente contra seu cônjuge, este com cinquenta e nove
anos de idade, separado judicialmente, somente se procederá mediante representação.
(C) estelionato praticado pelo agente contra seu irmão, este com cinquenta e cinco anos de
idade,
da vítima.
c) não incide a agravante de crime praticado contra maior de sessenta anos no caso de
estelionato
contra idoso.
d) admitem a figura privilegiada os crimes de furto, dano, apropriação indébita, estelionato e
receptação.
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109
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errado, pois se trata de uma qualificadora, na forma do art. 155, §6º do CP.
b) ERRADA: Item errado, pois se a vítima tem idade igual ou superior a 60 anos, não se aplica
tal
causa de isenção de pena, na forma do art. 183, III do CP.
c) CORRETA: Item correto, pois tal circunstância já é levada em consideração como causa de
aumento de pena, conforme art. 171, §4º do CP, não podendo ser utilizada, também, como
agravante genérica, sob pena de bis in idem (dupla punição pela mesma circunstância).
d) ERRADA: Item errado, pois o crime de dano (art. 163 do CP) não prevê a modalidade
privilegiada.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 344 - Em relação aos crimes
contra o patrimônio, é correto afirmar que
a) o crime de roubo praticado por agente que é irmão da vítima depende de representação.
b) em relação ao crime de dano, seja ele cometido na forma simples, seja ele cometido na forma
qualificada, em suas diversas modalidades, somente se procede mediante queixa.
c) no crime de esbulho possessório, se a propriedade é particular, e não há emprego de
violência,
somente se procede mediante queixa.
d) em relação ao crime de apropriação indébita previdenciária, não há previsão legal de extinção
de punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua o pagamento das
contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na
forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal.
e) em relação ao crime de estelionato há a necessidade de saber o valor do prejuízo acarretado à
vítima para saber se trata-se de ação penal pública incondicionada ou condicionada.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errado, pois tal “benefício”, previsto no art. 182, II do CP não se aplica neste
caso, por se tratar de crime praticado com violência ou grave ameaça, na forma do art. 183, I do
CP.
b) ERRADA: Item errado, pois em relação a tal delito somente se procede mediante queixa
(ação
penal de iniciativa privada) no caso de dano simples ou qualificado por motivo egoístico ou com
prejuízo considerável para a vítima, conforme prevê o art. 167 do CP.
c) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão do art. 161, §3º do CP:
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Art. 161 - Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer outro sinal indicativo
de linha divisória, para apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa imóvel alheia:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
(...)
§ 3º - Se a propriedade é particular, e não há emprego de violência, somente se
procede mediante queixa.
d) ERRADA: Item errado, pois há previsão de extinção da punibilidade neste caso, conforme
estabelece o art. 168-A, §2º do CP.
e) ERRADA: Item errado, pois o valor do prejuízo sofrido pela vítima não influencia na ação
penal
relativa a tal delito.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
2 QUESTÃO 345 - Entre outras
possibilidades, o crime de dano do art. 163 do CP é qualificado se cometido
a) por motivo fútil.
b) por duas ou mais pessoas.
c) durante o repouso noturno.
d) em situação de calamidade pública.
e) contra o patrimônio da União, Estado ou Município.
COMENTÁRIOS
As hipóteses de dano qualificado estão previstas no art. 163, § único do CP:
Dano
e) Mévio e Caio praticaram extorsão mediante sequestro, na forma qualificada, por se tratar de
vítima idosa.
COMENTÁRIOS
Neste caso, Mévio e Caio praticaram extorsão mediante sequestro, na forma qualificada, por se
tratar de vítima idosa, conforme art. 159, §1º do CP:
Extorsão mediante sequestro
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112
Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer
vantagem, como condição ou preço do resgate: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 (Vide
Lei nº 10.446, de 2002)
Pena - reclusão, de oito a quinze anos.. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de
25.7.1990)
§ 1º Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o sequestrado é
menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido
por bando ou quadrilha. Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 (Redação dada pela Lei nº
10.741, de 2003)
Pena - reclusão, de doze a vinte anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de
25.7.1990)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 347 - Não há crime de latrocínio, quando o
homicídio se consuma, mas o agente não realiza a subtração de bens da vítima.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois o latrocínio se consuma quando o agente, no intuito de realizar a subtração,
provoca a morte mediante violência, ainda que não consiga realizar a subtração (súmula 610 do
STF).
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
31. (VUNESP – 2015 – TJ-SP – JUIZ) Quanto ao crime de extorsão mediante sequestro, podese
afirmar que
a) se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a
libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida de 1 (um) a 2/3 (dois terços).
b) a vantagem almejada com a extorsão é necessariamente o pagamento do preço do resgate.
c) se resultar em morte da vítima, tipifica homicídio.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errado, pois se não havia a intenção de se assenhorar da coisa, temos o
chamado
“furto de uso”, que é conduta impunível, de acordo com a Doutrina.
b) ERRADA: Item errado, pois o latrocínio se consuma quando o agente, no intuito de realizar a
subtração, provoca a morte mediante violência, ainda que não consiga realizar a subtração
(súmula
610 do STF).
c) ERRADA: Item errado, pois não há previsão de modalidade culposa para o crime de dano.
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d) CORRETA: Item correto, pois o crime de extorsão é formal, consumando-se no momento em
que a vítima é constrangida, sendo irrelevante, para a consumação, a obtenção da vantagem
indevida pelo agente, na forma do art. 158 do CP (e súmula 96 do STJ).
e) ERRADA: Item errado, pois também há aumento de pena, para este crime, quando praticado
na
qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou depositário
judicial, conforme art. 168, §1º, II do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 349 - Aproveitando-se da porta que
estava apenas encostada, Pedro ingressou sozinho e durante o dia na residência de José,
sabendo que no local não havia ninguém, subtraindo dali dois relógios de pulso que depois
se apurou estarem quebrados. Assinale a alternativa correta a respeito da conduta de
Pedro.
a) Praticou o crime de furto qualificado pela destreza, já que se aproveitou de um momento em
que a casa estava vazia para ali ingressar (artigo 155, § 4°, inciso II, CP).
b) Caso Pedro seja primário, e os relógios, ainda que quebrados, forem de pequeno valor,
poderá
ser condenado por furto privilegiado (art. 155, § 2°, CP).
c) Pedro praticou o crime de furto e, em razão de ter ingressado em residência alheia, não
poderá
ser beneficiado com a substituição da pena corporal por restritiva de direitos, nos termos do
artigo
d) praticou o crime de lesão corporal, considerando que a bolsa foi recuperada logo em seguida.
e) praticou o crime de roubo próprio.
COMENTÁRIOS
Neste caso, João praticou o crime de roubo impróprio, pois se valeu de violência apenas após já
ter realizado a subtração, com o fim de assegurar a posse da coisa subtraída, na forma do art.
157,
§1º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 351 - Josefa teve acesso a arquivos
comprovando infidelidade conjugal por parte de Mário, que vendeu um dos seus
computadores sem apagar seus arquivos pessoais. Ciente disso, e sabendo que Mário era
casado, Josefa entrou em contato com ele, por telefone, marcando encontro, no qual ele
deveria repassar a ela o valor de R$ 10.000,00 para que não mostrasse aqueles arquivos
para a mulher dele. No dia do encontro, Mário compareceu com o dinheiro, e a polícia, que
foi avisada por ele, tão logo Josefa guardou o dinheiro na bolsa, deu a ela voz de prisão
em flagrante. A respeito deste episódio, Josefa
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a) cometeu o crime de furto dos arquivos de Mário (art. 155, CP), uma vez que a posse legítima
do
computador não levou à posse legítima dos arquivos pessoais que estavam nele, em concurso
material com extorsão (art. 158, CP).
b) cometeu o crime de ameaça, previsto no artigo 147, CP.
c) não cometeu qualquer crime, considerando que os arquivos do computador vendido por
Mário
chegaram em suas mãos por descuido dele, que não os apagou quando vendeu o equipamento.
d) cometeu o crime de roubo tentado, considerando que para obter o valor de R$ 10.000,00 usou
de ameaça contra Mário (ameaçava mostrar os arquivos para a mulher dele).
e) cometeu o crime de extorsão, previsto no artigo 158, CP.
COMENTÁRIOS
Neste caso, Josefa cometeu o crime de extorsão, previsto no artigo 158 do CP:
Extorsão
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o
a) é isenta de pena, por incidir causa supra legal que afasta a culpabilidade, qual seja, o
consentimento da vítima.
b) configura exercício arbitrário das próprias razões.
c) é atípica, por ausência de previsão legal.
d) configura constrangimento ilegal
e) configura extorsão indireta.
COMENTÁRIOS
Neste caso, Pedro praticou o crime de extorsão indireta, pois exigiu, como garantia de dívida,
abusando da situação da vítima, documento que pode dar causa a procedimento criminal contra
a
vítima, na forma do art. 160 do CP:
Extorsão indireta
Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de
alguém, documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a vítima
ou contra terceiro:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
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QUESTÃO 354 - No crime de furto, caracteriza-se como causa de
aumento de pena, mas não qualificadora do crime
a) a prática do crime mediante concurso de duas ou mais pessoas.
b) a prática do crime durante o repouso noturno
c) a prática do crime com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza.
d) a prática do crime com emprego de chave falsa.
e) a prática do crime com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa.
COMENTÁRIOS
No crime de furto, a causa de aumento de pena está prevista no art. 155, §1º, e se dá quando o
crime é praticado durante o repouso noturno. As demais situações trazidas são qualificadoras,
não
causas de aumento de pena.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 355 - No que diz respeito aos crimes contra o patrimônio,
é correto afirmar:
a) Comete o crime de esbulho possessório aquele que invade mediante concurso de mais de
duas
pessoas, ainda que sem violência ou grave ameaça, terreno ou edifício alheio, para o fim de
esbulho possessório.
b) Aquele que se apropria de coisa alheia que veio ao seu poder por caso fortuito ou força da
natureza não pratica crime previsto no Código Penal.
c) Fraudar execução, alienando, desviando, destruindo ou danificando bens, ou simulando
dívidas
é crime de ação penal pública incondicionada.
d) Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar,
remontar,
vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no
exercício
de atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber ser produto de crime tipifica o crime
de
receptação qualificada, ainda que o comércio seja irregular ou clandestino e desde que não seja
exercido em residência.
e) É isento de pena aquele que destruir coisa alheia em prejuízo de ascendente ou descendente,
salvo se o parentesco for apenas civil.
COMENTÁRIOS
a) CORRETA: Item correto, pois tal crime, previsto no art. 161, §1º, II do CP, se verifica
quando o
agente invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, OU mediante concurso de mais de duas
pessoas, terreno ou edifício alheio, para o fim de esbulho possessório.
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b) ERRADA: Item errado, pois tal agente pratica o crime de apropriação de coisa havida por
erro,
caso fortuito ou força da natureza, na forma do art. 169 do CP.
c) ERRADA: Item errado, pois tal crime é de ação penal privada, na forma do art. 179, § único
do
CP.
d) ERRADA: Item errado, pois tal conduta configura receptação qualificada MESMO que a
atividade comercial seja exercida em residência, na forma do art. 180, §2º do CP.
e) ERRADA: Item errado, pois o agente, neste caso, será isento de pena, na forma do art. 181, II
do CP:
Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste
título, em prejuízo: (Vide Lei nº 10.741, de 2003)
(...)
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja
civil ou natural.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 356 - Nos termos do
art. 155, § 4.º do CP, o crime de furto é qualificado quando cometido
a) em local ermo.
b) durante o repouso noturno.
c) em situação de calamidade pública.
d) mediante concurso de duas ou mais pessoas.
e) contra órgão da Administração Pública direta ou indireta.
COMENTÁRIOS
Dentre as alternativas apresentadas, apenas a alternativa D traz uma qualificadora prevista no
art.
155, §4º do CP, aplicável ao furto:
Furto
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
(...)
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:
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(...)
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 3 57 - “Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para
outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer
meio, reduzido à impossibilidade de resistência”. O Código Penal Brasileiro intitula o tipo
noturno.
Vale lembrar que as demais circunstâncias apresentadas, nas outras alternativas, configuram
QUALIFICADORAS, não causas de aumento de pena.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 363 - Atanásio Aparecido ocultou um veículo de sua
propriedade e lavrou um boletim de ocorrência com o relato de que fora furtado, com o
objetivo de receber o seguro, o que de fato ocorreu.
O delito praticado por Atanásio é definido como
a) estelionato.
b) fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro.
c) simulação para recebimento de valor de seguro.
d) estelionato qualificado.
COMENTÁRIOS
O agente, neste caso, praticou o crime de fraude para recebimento de indenização ou valor de
seguro, previsto no art. 171, §2º, V do CP:
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Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio,
induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer
outro meio fraudulento:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez contos
de réis.
(...)
§ 2º - Nas mesmas penas incorre quem:
(...)
V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo
ou a saúde, ou agrava as consequências da lesão ou doença, com o intuito de
haver indenização ou valor de seguro;
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 364 - Tício, usuário de “maconha”, porém imputável e lúcido
naquele momento, subtrai dinheiro que estava sobre a mesa da sala, deixado ali por sua
avó, com mais de 60 (sessenta) anos de idade, visando adquirir entorpecente para uso
próprio. Assinale, dentre as alternativas mencionadas, qual delas é a correta.
a) ERRADA: Tal conduta configura o crime de roubo majorado, nos termos do art. 157, §2º, V
do
CP.
b) CORRETA: O furto será considerado qualificado nestas circunstâncias, nos termos do art.
155,
§4º, I do CP.
c) ERRADA: Tal conduta configurará o delito de extorsão mediante sequestro, nos termos do
art.
159 do CP.
d) ERRADA: Item errado, pois o crime, neste caso, não será qualificado. Haverá, porém, a
incidência
de uma causa de aumento de pena, nos termos do art. 155, §1º do CP.
e) ERRADA: Item errado, mesmo neste caso a pessoa estará cometendo o crime de apropriação
de coisa achada, nos termos do art. 169, II do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 368 - Imagine que João confunda seu aparelho
de telefone celular com o de seu colega Pedro e, descuidadamente, leve para sua casa o
aparelho de Pedro. Ao perceber o equívoco, João imediatamente comunica-se com Pedro
e informa o ocorrido. No dia seguinte, João devolve o aparelho ao colega sem qualquer
dano. Analisando a hipótese narrada, é possível afirmar que João
(A) cometeu crime de furto, mas não será punido em vista do instituto da desistência voluntária.
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(B) não cometeu crime algum.
(C) cometeu crime de apropriação indébita, mas não será punido em vista do instituto da
desistência voluntária.
(D) cometeu crime de furto, mas não será punido em vista do instituto do arrependimento
eficaz.
(E) cometeu crime de apropriação indébita, mas não será punido em vista do instituto do
arrependimento eficaz.
COMENTÁRIOS
O agente, neste caso, agiu em ERRO DE TIPO, por incidir em erro sobre um dos elementos que
compõem o tipo penal (no caso, o elemento “coisa alheia”, já que acreditava que a coisa era
sua).
Neste caso, João não pode ser responsabilizado pelo crime de furto, nos termos do art. 20 do
CP.
Até se poderia cogitar a punição da conduta a título culposo, caso ficasse comprovado que o
erro
foi imperdoável (erro inescusável). Contudo, o delito de furto não admite modalidade culposa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 369 - No que concerne ao crime de receptação,
analise as seguintes assertivas:
I. Não é punível se desconhecido o autor do crime de que proveio a coisa.
II. Não é punível se isento de pena o autor do crime de que proveio a coisa.
III. A pena para a figura simples dolosa (CP, art. 180, caput) é aplicada em dobro caso se trate
de
bem da União.
As assertivas estão, respectivamente:
(A) correta; correta; incorreta.
(B) incorreta; correta; incorreta.
(C) correta; correta; correta.
(D) incorreta; incorreta; incorreta.
(E) incorreta; incorreta; correta.
COMENTÁRIOS
I – ERRADA: Tal fato é irrelevante para a punibilidade da receptação, nos termos do §4º do art.
180 do CP.
II - ERRADA: Tal fato também não impede a punição pelo crime de receptação, nos termos do
§4º
do art. 180 do CP.
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III – CORRETA: Esta é a exata previsão do art. 180, §6º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 370 - O crime de fraude no pagamento por meio
de cheque (CP, art. 171, § 2.º, VI) tem expressa previsão de aumento de pena, na razão de
um terço, se
(A) cometido em detrimento de entidade de direito público.
(B) cometido por funcionário público.
(C) causa qualquer prejuízo à vítima.
(D) consumado.
(E) causa vultoso prejuízo à vítima.
COMENTÁRIOS
Tal delito tem aumento de pena, de um terço, se o crime é cometido em detrimento de entidade
de direito público ou de instituto de economia popular, assistência social ou beneficência, nos
termos do art. 171, §3º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 371 – Estabelece o art. 155, § 2.º do CP como
requisitos necessários para que, no crime de furto, o juiz aplique somente a pena de multa,
ser o criminoso
(A) confesso e de insignificante valor a coisa subtraída.
(B) primário e de pequeno valor a coisa furtada.
(C) não reincidente e portador de condições pessoas favoráveis, como domicílio fixo e ocupação
lícita.
(D) menor de 21 (vinte e um) anos ou maior de 70 (setenta) anos e que proceda à restituição
voluntária da coisa subtraída.
(E) confesso e que proceda à restituição voluntária da coisa subtraída.
COMENTÁRIOS
O §2º do art. 155 estabelece que o Juiz poderá substituir a pena de reclusão pela de detenção,
diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa caso o criminoso seja
PRIMÁRIO
e seja de pequeno valor a coisa furtada.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 372 - A subtração de coisa alheia móvel, para utilização momentânea, com sua
devolução imediata nas mesmas condições, caracteriza
(A) furto comum.
(B) furto de uso.
(C) furto simples.
(D) furto privilegiado.
(E) furto qualificado.
COMENTÁRIOS
Faltando a intenção de ter a coisa para si (animus rem sibi habendi), fica descaracterizado o
delito de furto, passando a existir o que a Doutrina chama de “furto de uso” (que não é punível).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 373 - Nos termos do Código Penal, assinale a
alternativa que contenha apenas crimes contra o patrimônio.
(A) Homicídio; estelionato; extorsão.
(B) Estelionato; furto; roubo.
(C) Dano; estupro; homicídio.
(D) Furto; roubo; lesão corporal.
(E) Extorsão; lesão corporal; dano.
COMENTÁRIOS
A alternativa que contém apenas crimes contra o patrimônio é a letra B, nos termos dos arts.
171,
155 e 157 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 374 - Diminui-se
a pena de um a dois terços, na apropriação indébita previdenciária, se o agente,
voluntariamente, confessa, declara e efetua o pagamento das contribuições e importâncias
devidas à previdência social.
COMENTÁRIOS
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Item errado, pois neste caso haverá EXTINÇÃO da punibilidade, desde que o faça antes do
início
da ação fiscal, nos termos do art. 168-A, §3º do CP:
Apropriação indébita previdenciária (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Art. 168-A. (...)
§ 2º É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e
efetua o pagamento das contribuições, importâncias ou valores e presta as
informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento,
antes do início da ação fiscal. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
GABARITO: Errada
QUESTÃO 375 - Todas as
hipóteses de furto são de ação penal pública, em nenhuma delas procedendo-se mediante
representação.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois no FURTO DE COISA COMUM temos um crime de ação penal pública
condicionada à representação:
Furto de coisa comum
Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a
quem legitimamente a detém, a coisa comum:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
§ 1º - Somente se procede mediante representação.
GABARITO: Errada
QUESTÃO 376 - Se o crime
for de extorsão mediante sequestro e for cometido em concurso, o concorrente que o
denunciar à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá extinta sua
punibilidade.
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Item errado, pois no crime de extorsão mediante sequestro (art. 159 do CP), se o crime for
cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do
seqüestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços, conforme art. 159, §4º do CP.
GABARITO: Errada
QUESTÃO 377 - No crime
de furto, se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode
substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar
somente a pena de multa.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois esta é a exata previsão do art. 155, §2º do CP, que trata do chamado “furto
privilegiado”. Vejamos:
Furto
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
(...)
b) se o agente logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa, a fim de
assegurar a impunidade do crime, incorre na mesma pena do roubo.
c) a ameaça exercida com simulacro de arma de fogo é incapaz de configurar o crime de roubo.
d) se durante a prática do roubo o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua
liberdade, o crime é o de latrocínio.
e) por falta de previsão legal, o princípio da insignificância é incabível no crime de furto.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errado, pois o furto de energia elétrica é fato TÍPICO, configurando crime de
furto, na forma do art. 155, §3º do CP, já que a energia elétrica ou qualquer outra que tenha
valor
econômico é equiparada à coisa móvel.
b) CORRETA: Item correto, nos exatos termos do art. 157, §1º do CP. Neste caso, há o que se
chama de ROUBO IMPRÓPRIO:
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Roubo
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave
ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido
à impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega
violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do
crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
c) ERRADA: Item errado, pois o emprego de simulacro de arma de fogo é capaz de configurar a
elementar “grave ameaça”, mas não configura a majorante do emprego de arma de fogo. Em
resumo, o emprego de simulacro de arma de fogo configura ROUBO, mas não gera aplicação da
causa de aumento de pena do art. 157, §2º-A, I do CP.
d) ERRADA: Item errado, pois neste caso teremos uma majorante no roubo, conforme art. 157,
§2º,
V do CP.
e) ERRADA: Item errado, pois o princípio da insignificância é perfeitamente aplicável ao crime
de
furto, desde que presentes os requisitos legais (valor insignificante da coisa furtada, etc.).
GABARITO: Letra B
QUESTÃO 380 - É correto afirmar que,
para a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, a consumação do roubo reclama a
posse pacífica e indisputada da coisa pelo agente.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois atualmente o STJ entende que a consumação do roubo ocorre quando o agente
tem a posse sobre a coisa, ainda que por um breve espaço de tempo e ainda que não se trate de
uma posse mansa e pacífica (súmula 582 do STJ).
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
QUESTÃO 381 - Nilson, na companhia de sua namorada, Ana
Paula, ambos maiores e capazes, subtraem a quantia de R$ 200,00 da carteira do avô de
Nilson que, na data do furto, contava 62 anos de idade. Diante da situação hipotética
apresentada,
a) Nilson ficará isento de pena, em razão do crime ter sido praticado contra seu ascendente.
Contudo, tal isenção não alcançará Ana Paula.
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b) haverá isenção da pena para Nilson, circunstância que também alcançará sua namorada Ana
Paula.
c) Nilson e Ana Paula responderão pelo crime de furto qualificado, não incidindo a isenção de
pena
para nenhum dos agentes.
d) Nilson responderá por furto qualificado, enquanto que Ana Paula responderá por furto
simples.
e) a responsabilização penal de Nilson e Ana Paula dependerá de queixa-crime.
COMENTÁRIOS
Neste caso, como a vítima era pessoa idosa, não será aplicável a nenhum dos infratores qualquer
dos benefícios previstos nos arts. 181 e 182, conforme prevê o art. 183, III do CP. Neste caso,
portanto, Nilson não será isento de pena e a ação penal NÃO será pública CONDICIONADA,
ou
seja, a ação penal será pública INCONDICIONADA.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 382 - Leonardo encontra uma cédula de R$
50,00 sob a poltrona da sala da casa de seu amigo Fausto, lugar que habitualmente
frequenta e, sem que o dono da casa perceba, dela se apodera. Diante do caso hipotético
apresentado, Leonardo pratica o crime de
a) apropriação de coisa achada.
b) furto qualificado.
c) estelionato.
d) furto simples.
e) apropriação indébita.
COMENTÁRIOS
Neste caso, o agente praticou um crime de furto, pois subtraiu, para si, coisa alheia móvel. Há,
ainda, a qualificadora do art. 155, §4º, II, pois o agente gozava de maior confiança por parte da
vítima, já que era seu amigo e frequentava a casa regularmente, o que indica uma menor
vigilância
da vítima para com seus pertences.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 383 - Peter, pessoa de
grande porte físico, agarrou Paulus pelas costas e o imobilizou com uma “gravata”. Com a
vítima imobilizada, subtraiu-lhe a carteira, o celular e o relógio. Em seguida, deixou o local
e soltou a vítima que não sofreu nenhum ferimento. Peter cometeu crime de
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a) extorsão simples.
b) furto qualificado pela destreza.
c) roubo qualificado.
d) roubo simples.
e) extorsão qualificada.
COMENTÁRIOS
Neste caso, Peter praticou o crime de roubo simples, previsto no art. 157 do CP, pois subtraiu
para
si coisa alheia móvel após ter reduzido a vítima a uma situação de impossibilidade de
resistência.
Este é o chamado “roubo com violência imprópria”.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
podem ser objeto de furto (correta a letra A). A energia elétrica pode ser objeto de furto, porque
é equiparada a coisa móvel, na forma do art. 155, § 3º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 387 - Cícero entrou
no automóvel de Augustus e subtraiu-lhe um computador portátil que estava no banco
traseiro. Augustus percebeu a ação delituosa e perseguiu Cícero, com o qual entrou em
luta corporal. No entanto, Cícero causou ferimentos leves em Augustus, e conseguiu fugir
do local, de posse do aparelho subtraído. Cícero responderá por crime de
A) roubo impróprio.
B) furto simples.
C) furto qualificado pela destreza.
D) furto e de lesões corporais.
E) apropriação indébita.
COMENTÁRIOS
Aqui temos o que se chama de ROUBO IMPRÓPRIO, pois o agente, embora não tenha se
utilizado
de violência ou grave ameaça para realizar a subtração da coisa, o faz para garantir a
impunidade
ou o proveito do crime. Vejamos o que diz o art. 157, §1° do CP:
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave
ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido
à impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega
violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do
crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 388 - Mara,
empregada doméstica, subtraiu joias de sua empregadora Dora, colocando-as numa caixa
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138
que enterrou no quintal da residência. No dia seguinte, porém, Dora deu pela falta das
joias e chamou a polícia que realizou busca no imóvel e encontrou o esconderijo onde Mara
140
COMENTÁRIO
No caso em tela, embora tenha havido a prática de falsificação de documento público, essa
falsificação se deu como crime-meio para a prática do crime de estelionato. Tendo a
potencialidade
lesiva do documento falso se esgotado no estelionato praticado, o estelionato absorve o crime de
falso, conforme Jurisprudência do STJ, de forma que o agente deve responder apenas por
estelionato, previsto no art. 171 do CP. Vejamos:
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio,
induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer
outro meio fraudulento:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez contos
de réis.
Vejamos a posição do STJ, inclusive pela súmula 17:
PENAL. HABEAS CORPUS. USO DE DOCUMENTO FALSO. ESTELIONATO
TENTADO.
PRETENSÃO DE APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO E DA SÚMULA
17/STJ.
INVIABILIDADE. POTENCIALIDADE LESIVA DO FALSO QUE NÃO SE EXAURE NA
FRAUDE PERPETRADA. ORDEM DENEGADA.
1. Segundo dispõe o enunciado 17 da Súmula desta Corte, "quando o falso se
exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido".
(...)(HC 221.660/DF, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA,
julgado em 07/02/2012, DJe 01/03/2012)
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 392 - Incorre na pena prevista para o crime de roubo quem
A) subtrai, para si ou para outrem, coisa alheia móvel, com abuso de confiança, ou mediante
fraude,
escalada ou destreza.
B) subtrai, para si ou para outrem, coisa alheia móvel, com destruição ou rompimento de
obstáculo.
C) emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, logo após subtraída a coisa, a fim de
assegurar a impunidade do crime.
D) apropria-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou detenção em razão de ofício,
emprego
ou profissão.
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141
E) recebe, como garantia de dívida, abusando da situação de alguém, documento que pode dar
causa a procedimento criminal contra a vítima.
COMENTÁRIO
O tipo penal do crime de roubo está descrito no art. 157 do CP, e se caracteriza com a subtração
de coisa alheia móvel, para si ou para outrem, mediante violência ou grave ameaça, ou após ter
reduzido a vítima à impossibilidade de defesa. Vejamos:
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave
ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido
à impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
No entanto, a Doutrina admite a violência imprópria, que é aquela aplicada após a subtração, de
forma a garantir a impunidade ou o proveito do crime.
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 393 - João e Pedro são co-herdeiros, na proporção de metade
para cada um, de uma herança de R$ 100.000,00 em dinheiro, que estava guardada num
armário da residência de Pedro, por ser o inventariante. João, à noite, entrou na casa, abriu
o armário e subtraiu para si R$ 50.000,00. A conduta de João
A) não é punível, por tratar-se subtração de coisa comum, cujo valor não excede à quota a que
tem
direito o agente.
B) é punível a título de furto de coisa comum, pois o dinheiro estava sendo legitimamente
guardado por Pedro.
C) é punível a título de furto de coisa comum, pois o dinheiro ainda não havia sido partilhado
entre
os dois.
D) é punível a título de apropriação indébita, posto que, na condição de herdeiro, tinha posse da
herança.
E) é punível a título de estelionato, por ter empregado meio fraudulento para ludibriar Pedro.
COMENTÁRIO
Como a subtração se deu sobre coisa comum ao infrator e à vítima, e a porção subtraída não
excede à parte que cabia ao infrator (na prática, não levou mais do que lhe era devido), o
infrator
deve ficar isento de pena, nos termos do art. 156, §2º do CP:
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Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a
quem legitimamente a detém, a coisa comum:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
(...)
§ 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não excede
a quota a que tem direito o agente.
Portanto, A AFIRMATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 394 - É certo que furto qualificado é a
A) aquisição de qualquer objeto alheio por influência de assaltantes.
B) subtração de objeto móvel alheio para si ou para outrem através do abuso de confiança,
fraude,
chave falsa e rompimento de obstáculos.
C) aquisição ou recepção de algum objeto de outros, sabendo-se que é oriundo de crime.
D) subtração de algum objeto alheio por meio da força física.
E) subtração de objeto alheio para si ou para outrem mediante grave ameaça ou violência à
pessoa.
COMENTÁRIO
O crime de furto simples está previsto no art. 155 do CP, e as modalidades qualificadas estão
descritas no §4º do referido artigo. Vejamos quais são:
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
(...)
Furto qualificado
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
III - com emprego de chave falsa;
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
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COMENTÁRIO
A) ERRADA: O furto de coisa comum constitui crime, em regra, nos termos do art. 156 do CP:
Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a
quem legitimamente a detém, a coisa comum:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
B) ERRADA: O crime de extorsão é praticado com violência ou grave ameaça, de forma que
não
admite a figura do arrependimento posterior, nos termos do art. 16 do CP;
C) ERRADA: O dano culposo não é considerado infração penal, por ausência de expressa
previsão
legal nesse sentido, punindo-se apenas o dano doloso, nos termos do art. 163 do CP;
D) CORRETA: O delito de apropriação indébita, previsto no art. 168 do CP, prevê ainda a
figura
privilegiada, ou seja, aquela figura com pena mais branda. Essa previsão está no art. 170 do CP,
que remete às causas do furto privilegiado. Vejamos:
Art. 170 - Nos crimes previstos neste Capítulo, aplica-se o disposto no art. 155, §
2º.
Art. 155 (...)
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode
substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou
aplicar somente a pena de multa.
E) ERRADA: A ação penal, neste caso, é pública condicionada à representação. Vejamos o art.
182,
II do CP. Vejamos:
Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste
título é cometido em prejuízo: (Vide Lei nº 10.741, de 2003)
(...)
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 397 - Paulo deu início à execução de crime de furto
e ingressou na casa de Pedro com o objetivo de subtrair um televisor. Já no interior da
moradia, percebeu que a vítima dormia no sofá da sala, onde o aparelho está instalado. Em
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147
d) apropriação indébita.
e) receptação.
COMENTÁRIOS
A figura privilegiada consistente na possibilidade de “substituição da pena de reclusão pela de
detenção, diminuição de um a dois terços ou aplicação somente da pena de multa” está prevista
para diversos crimes patrimoniais.
Em relação ao furto, está prevista no art. 155, §2º do CP.
No que tange ao estelionato, consta no §1º do art. 171 do CP, que autoriza a aplicação do
disposto
no art. 155, §2º do CP.
Em relação à apropriação indébita, há possibilidade de aplicação de tal circunstância
privilegiadora
por força do art. 170 do CP.
Por fim, é cabível a aplicação do privilégio em relação à receptação, nos termos do que dispõe o
art. 180, §5º do CP.
Vemos, portanto, que não cabe a aplicação de tal figura privilegiada em relação ao crime de
duplicata simulada, por ausência de previsão legal.
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 400 - A subtração de veículo automotor que venha
a ser transportado para o exterior, ocorrida mediante concurso de agentes, durante o
repouso noturno e com emprego de narcotização da vítima classifica-se precisamente
como
a) furto simples.
b) furto com causa de aumento.
c) furto qualificado.
d) roubo impróprio.
e) roubo próprio.
COMENTÁRIOS
A conduta, neste caso, se amolda ao tipo penal do art. 157, caput do CP, ou seja, roubo próprio.
A questão leva o candidato a pensar tratar-se de furto qualificado (art. 155, §4º), mas transforma
a
conduta em ROUBO ao deixar claro que o agente empregou algum meio que reduziu ou
impediu
a capacidade de resistência da vítima. Vejamos:
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Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave
ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido
à impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
(...)§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade: (Redação dada pela Lei
nº 13.654, de 2018)
(...)
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para
outro Estado ou para o exterior; (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 401 - O perdão judicial no crime de apropriação
indébita previdenciária exige como condição que
a) sendo o réu primário e de bons antecedentes, seja o valor da apropriação igual ou inferior ao
mínimo estabelecido administrativamente para execução fiscal.
b) sem avaliação de condição pessoal, seja a apropriação inferior ao valor do salário mínimo de
contribuição.
c) se reincidente, além do pagamento da contribuição devida até a denúncia, também o
pagamento de multa administrativamente imposta.
d) sendo o réu primário e de bons antecedentes, tenha promovido a qualquer tempo o
pagamento
da contribuição devida.
e) tenha promovido a qualquer tempo o pagamento da contribuição devida e seja o valor da
apropriação inferior ao mínimo estabelecido administrativamente para execução fiscal.
COMENTÁRIOS
O perdão judicial para o crime de apropriação indébita previdenciária, segundo previsto no CP,
exige como condição que sendo o réu primário e de bons antecedentes, seja o valor da
apropriação igual ou inferior ao mínimo estabelecido administrativamente para execução fiscal.
Vejamos:
e) considerar o fato como circunstância atenuante e fixar a pena abaixo do mínimo legal.
COMENTÁRIOS
O Juiz, neste caso, poderá deixar de aplicar a pena ou aplicar apenas a pena de multa:
Art. 168-A (...)
§ 3º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se
o agente for primário e de bons antecedentes, desde que: (Incluído pela Lei nº
9.983, de 2000)
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I - tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia,
o pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive acessórios; ou
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
II - o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior
àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o
mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. (Incluído pela Lei nº 9.983,
de 2000)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 406 - O segurança de um estabelecimento
comercial, mediante remuneração de R$ 10.000,00, desligou o alarme durante trinta
minutos para que seus comparsas arrombassem a porta, entrassem e subtraíssem todo o
dinheiro do cofre.
Nesse caso, o segurança responderá pelo crime de
a) furto simples, na condição de co-autor.
b) furto qualificado, na condição de partícipe.
c) favorecimento real.
d) favorecimento pessoal.
e) roubo qualificado, na condição co-autor.
COMENTÁRIOS
O segurança responderá pelo crime de furto qualificado pelo concurso de pessoas, na qualidade
de partícipe do crime (pois auxiliou na sua prática). Vejamos:
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
(...)
Furto qualificado
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:
(...)
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
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Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 407 - O funcionário público que subtrai o "CDPlayer
automotivo" de um veículo particular regularmente estacionado na via pública
comete crime de
a) roubo.
b) peculato.
c) furto.
d) apropriação indébita.
e) roubo impróprio.
COMENTÁRIOS
O fato de o agente ser funcionário público, aqui, é irrelevante. Trata-se da prática de um furto
simples, previsto no art. 155 do CP:
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 408 - No crime de apropriação indébita
previdenciária, a possibilidade de o juiz deixar de aplicar a pena, se presentes determinadas
situações expressamente previstas em lei, constitui hipótese de
a) renúncia.
b) absolvição imprópria.
c) indulto.
d) perdão judicial.
e) excludente legal da culpabilidade.
COMENTÁRIOS
Tal hipótese, prevista no art. 168, §3º do CP, constitui-se como modalidade de PERDÃO
JUDICIAL,
segundo a definição doutrinária.
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Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 412 - O ato de receber, como garantia
de dívida, abusando da situação de alguém, documento que pode dar causa a
procedimento criminal contra a vítima, constitui crime de
a) fraude na entrega de coisa.
b) estelionato.
c) fraude no comércio.
d) extorsão indireta.
e) furto qualificado pela fraude.
COMENTÁRIOS
Esta conduta configura o delito de extorsão indireta, previsto no art. 160 do CP:
Extorsão indireta
Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de
alguém, documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a vítima
ou contra terceiro:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 413 - Quem exige como garantia de dívida,
abusando da situação de alguém, documento que pode dar causa a procedimento criminal
contra a vítima, comete crime de extorsão
a) mediante sequestro.
b) consumada, em seu tipo fundamental.
c) tentada, em seu tipo fundamental.
d) indireta.
e) qualificada, na forma tentada.
COMENTÁRIOS
Esta conduta configura o delito de extorsão indireta, previsto no art. 160 do CP:
Extorsão indireta
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Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de
alguém, documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a vítima
ou contra terceiro:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 414 - Quem utiliza uma tesoura para fazer girar e
abrir, sem danificar, a fechadura da porta de um veículo que ato contínuo subtrai para si,
comete crime de furto
a) qualificado pela fraude.
b) simples.
c) qualificado pela destreza.
d) qualificado pelo rompimento de obstáculo.
e) qualificado pelo emprego de chave falsa.
COMENTÁRIOS
Esta pessoa estará cometendo o crime de furto, qualificado neste caso pelo uso de chave falsa
(chave falsa é qualquer objeto que seja utilizado como mecanismo falso de abertura de
fechaduras).
Vejamos:
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
(...)
Furto qualificado
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:
(...)
III - com emprego de chave falsa;
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 415 - José ingressou no escritório da empresa
Alpha, sendo que o segurança não lhe obstou o acesso porque estava vestido de faxineiro
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159
d) estelionato.
e) extorsão.
COMENTÁRIOS
Neste caso não há furto mediante fraude, pois a vítima não é furtada, mas entrega
espontaneamente a coisa (o dinheiro) para o infrator. Neste caso temos o crime de estelionato,
previsto no art. 171 do CP:
Estelionato
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio,
induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer
outro meio fraudulento:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez contos
de réis.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 417 - Se duas ou mais pessoas, agindo em conjunto e previamente ajustadas,
subtraem, sem emprego de violência ou grave ameaça, uma televisão de terceira pessoa, elas
praticam o crime de
a) furto qualificado.
b) furto simples.
c) estelionato.
d) apropriação indébita.
e) roubo qualificado.
COMENTÁRIOS:
COMENTÁRIOS
Alfredo praticou, em tese, dois delitos, o de falsificação de documento público e o de
estelionato. Contudo, como o “falso” foi utilizado como mero meio para a prática do
estelionato, esgotando sua potencialidade lesiva quando da prática do estelionato, entende-se
que fica por este absorvido, ou seja, o agente responde apenas pelo estelionato, conforme
entendimento consolidado pelo STJ por meio do verbete nº 17 de sua súmula de jurisprudência.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
(E) o médico que dá, no exercício de sua função, atestado falso com o fim lucrativo estará
sujeito à pena privativa de liberdade cominada ao delito de falsidade de atestado médico
aumentada de metade.
COMENTÁRIOS
a) CORRETA: Item correto, pois o documento elaborado por órgão público é considerado
documento público.
b) ERRADA: O cartão de crédito ou débito é equiparado a documento particular, nos termos do
art. 298, § único do CP.
c) ERRADA: Item errado, pois neste caso a pena é aumentada em 1/3, não 1/6, nos termos do
art. 296, §2º do CP;
d) ERRADA: Item errado, pois apesar de tal conduta ser muito semelhante à do crime de
falsidade ideológica (art. 299 do CP), tal conduta configura crime de falsidade material
(falsificação de documento público), nos termos do art. 297, §3º, II do CP.
e) ERRADA: Item errado, pois neste caso o médico não terá sua pena privativa de liberdade
aumentada, mas estará sujeito também à pena de multa, nos termos do art. 302, § único do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 427 - O crime de falsa identidade
a) é punido com pena de reclusão de 1 a 4 anos.
b) só se consuma com a obtenção de vantagem ilícita.
c) não admite tentativa.
d) pode ser cometido na forma culposa.
e) pode ser cometido por qualquer pessoa.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errado, pois a pena varia de três meses a um ano, ou multa, na forma do art.
307 do CP.
b) ERRADA: Item errado, pois o crime se consuma quando o agente atribui a si ou a terceiro
falsa identidade, com a FINALIDADE de obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou
para causar dano a outrem, não sendo necessária a obtenção do resultado pretendido para que o
crime venha a se consumar.
c) ERRADA: Item errado, pois é perfeitamente possível a ocorrência de tentativa neste crime.
d) ERRADA: Item errado, pois se trata de crime que só é punível na forma dolosa.
e) CORRETA: Item correto, pois se trata de crime comum, ou seja, que pode ser praticado por
qualquer pessoa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 428 - Sobre os crimes de falsidade documental é INCORRETO afirmar:
(A) Está sujeito às penas do crime de falsificação de documento público quem insere na Carteira
de Trabalho e Previdência Social do empregado declaração diversa da que deveria ter sido
escrita.
(B) Equipara-se a documento particular para caracterização do crime de falsificação de
documento particular o cartão de crédito ou débito.
(C) No caso de falsidade ideológica se o agente é funcionário público e falsifica assentamento
de registro civil aumenta-se a pena cominada ao delito de sexta parte.
(D) O médico que dá, no exercício de sua profissão, atestado falso está sujeito ao crime de
falsidade de atestado médico com pena de detenção de um mês a um ano majorada de 1/3 se o
crime for cometido com intuito de lucro.
(E) O testamento particular e as ações de sociedade comercial equiparam-se a documento
público para caracterização do crime de falsificação de documento público.
COMENTÁRIOS
A) CORRETA: Apesar de se tratar de conduta que mais se assemelha à falsidade ideológica
(art. 299), tal conduta foi expressamente considerada como crime de falsificação de documento
público, nos termos do art. 297, §3°, II do CP.
B) CORRETA: Esta é a exata previsão do art. 298, § único do CP.
C) CORRETA: Item correto, pois esta é a previsão contida no art. 299, § único do CP.
D) ERRADA: Caso o crime seja praticado com intuito de lucro, não haverá aumento de pena,
mas aplicação cumulativa da pena de multa, nos termos do art. 302, § único do CP.
E) CORRETA: Item correto, nos exatos termos do art. 297, §2° do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA INCORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 429 - Alfredo, de posse de cheque em branco do empregador, falsifica a assinatura
deste no título e o utiliza na compra de determinado bem, obtendo vantagem ilícita em prejuízo
do comerciante. Na hipótese, segundo entendimento sumulado do Superior Tribunal de Justiça,
Alfredo responde por
a) falsificação de documento público e estelionato, em concurso formal.
b) estelionato, apenas.
c) falsificação de documento público e estelionato, em concurso material.
d) estelionato e falsificação de documento particular, em concurso formal.
e) falsificação de documento público, apenas.
COMENTÁRIOS
Neste caso o agente responde apenas por estelionato, já que o falso foi utilizado como mero
meio para a prática do estelionato, exaurindo nele sua potencialidade lesiva, nos termos do
verbete nº 17 da súmula de jurisprudência do STJ.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 430 - Segundo disposição expressa da lei penal, quem insere na folha de
pagamento, ou em documento de informações que seja destinado a fazer prova perante a
previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório incorre nas penas
cominadas ao delito de
a) sonegação de contribuição previdenciária.
b) falsificação de documento público.
c) uso de documento falso.
d) falsificação de documento particular.
e) falsidade ideológica.
COMENTÁRIOS
Tal pessoa estará praticando o delito de falsificação de documento público, previsto no art. 297,
§3º, I do CP: Falsificação de documento público Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte,
documento público, ou alterar documento público verdadeiro: Pena - reclusão, de dois a seis
anos, e multa. (...) § 3º Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: (Incluído pela Lei
nº 9.983, de 2000) I - na folha de pagamento ou em documento de informações que seja
destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de
segurado obrigatório;(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 432 - Antonio Célio, barista, faltou injustificadamente ao trabalho, nada
comunicando ao empregador. Por ser reincidente, já tendo sido punido por ausências anteriores,
e temendo ser dispensado por justa causa, no dia seguinte − que era destinado a sua folga − se
aproveita do comparecimento à clínica médica “Saúde Real Cop" onde marcara consulta e,
verificando a momentânea ausência de fiscalização, pega para si carimbo do médico
responsável pela clínica. Na saída, para eliminar registro de sua presença, destrói a folha usada
pela administração da clínica para controle dos pacientes que lá comparecem, documento
adotado para instruir os requerimentos de pagamento por serviços prestados pela clínica a várias
operadoras de plano de saúde. Em seguida, Antonio Célio vai para casa, onde elabora atestado
médico que justificaria sua ausência ao trabalho, assina-o com o nome do médico constante do
carimbo, além de efetuar, ele próprio, reconhecimento da firma que inserira no atestado. Por
fim, dois dias após a ausência ao trabalho, Antônio Célio entrega o documento nos moldes
acima ao seu empregador, solicitando que não houvesse o desconto de sua falta.
Além de outros, caso estejam presentes, configura-se a existência dos seguintes tipos penais,
praticados por Antônio Célio:
a) supressão de documento, falsificação de documento particular e uso de documento falso.
b) falsificação de documento particular, falso reconhecimento de firma e furto.
c) falso reconhecimento de firma, falsidade de atestado médico e uso de documento falso.
d) falsidade de atestado médico, furto e supressão de documento.
COMENTÁRIOS
Tal conduta configura crime de falsificação de documento público, previsto no art. 297, §3º, II
do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 436 - falsa declaração de parentesco para que o interessado na aquisição de imóvel
pelo Sistema Financeiro da Habitação consiga atingir a renda exigida caracteriza o crime de
a) falsificação de documento público.
b) falsidade ideológica.
c) falsificação de documento particular.
d) falsidade material de atestado.
e) atestado ideologicamente falso.
COMENTÁRIOS
Tal conduta configura o crime de falsidade ideológica, previsto no art. 299 do CP, sem prejuízo
da punição pelo eventual crime de estelionato.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 437 - A propósito da falsidade documental, é correto afirmar:
a) O documento particular não pode ser objeto do crime de falsidade ideológica.
b) O testamento particular não pode ser objeto do crime de falsificação de documento público.
c) O crime de falsificação de documento particular ocorre apenas com a falsificação integral do
documento.
d) O cartão de débito ou crédito equipara-se a documento particular.
e) Os livros mercantis não podem ser objeto do crime de falsificação de documento público.
COMENTÁRIOS
A falsidade ideológica pode ser praticada tanto em documento público quanto particular, nos
termos do art. 299 do CP (errada a letra A). A falsificação de documento (público ou particular)
pode ocorrer com a falsificação integral ou parcial do documento (errada a letra C). Os livros
mercantis e o testamento particular são equiparados a documento público, nos termos do art.
297, §2º do CP (erradas as letras B e E). Por fim, o cartão de crédito ou débito é equiparado a
documento particular, nos termos do art. 298, § único do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 438 - Falsificar cartão de crédito é
a) conduta atípica.
b) falsificação de documento público.
c) falsidade ideológica.
d) falsa identidade.
e) falsificação de documento particular.
COMENTÁRIOS
c) ERRADA: O art. 297 estabelece que a conduta do agente será criminosa se falsificar “no todo
ou em parte”, logo, é plenamente admissível o crime no caso de falsificação parcial;
d) ERRADA: Não é necessário que o agente crie um documento falso, também sendo
considerada crime a conduta de alterar documento público que seja verdadeiro. Essa alteração,
no entanto, não pode ser relacionada ao conteúdo do documento, sob pena de se caracterizar
outro crime, o de falsidade ideológica;
QUESTÃO 444 - Dentre os crimes contra a fé pública, NÃO constitui crime próprio
a) a falsificação de selo ou sinal público.
b) o falso reconhecimento de firma ou letra.
c) a certidão ou atestado ideologicamente falso.
d) a falsidade de atestado médico.
e) a fraude de lei sobre estrangeiro.
COMENTÁRIOS
a) CORRETA: O crime de falsificação de selo ou sinal público, previsto no art. 296 do CP é
crime que pode ser cometido por qualquer pessoa (qualquer sujeito ativo), sendo, portanto,
crime comum, e não crime próprio;
b) ERRADA: Como o art. 300 do CP estabelece que o crime deva ser praticado no exercício da
função pública, trata-se de crime que só poder ser praticado por funcionário público, sendo,
portanto, crime próprio;
c) ERRADA: O art. 301 exige que o crime seja praticado “em razão de função pública”, logo,
só pode ser praticado por funcionário público, não sendo crime comum, mas crime próprio;
d) ERRADA: Nem todas as pessoas podem praticar este crime, mas somente os médicos, não
sendo necessário, no entanto, que se trate de médico da rede pública de saúde, pois a lei não
exige isso. Trata-se, portanto, de crime próprio, pois se exige do sujeito ativo alguma
característica específica;
e) ERRADA: Nesse caso somente o brasileiro (nato ou naturalizado) pode ser sujeito ativo do
crime, no caso do art. 310 do CP, e somente o estrangeiro pode ser sujeito ativo do crime no
caso da infração tipificada no art. 309 do CP. Os crimes são, portanto, próprios;
QUESTÃO 445 - Considere:
I. Carta dirigida ao chefe de repartição pública.
II. Cheque.
III. Testamento particular.
IV. Livro Mercantil.
Equiparam-se a documento público, para os efeitos penais, os indicados APENAS em
a) I e III.
b) I, II e IV.
c) I e IV.
d) II e III.
e) II, III e IV.
COMENTÁRIOS
A alternativa correta é a letra “E”, pois, nos termos do art. 297, § 2° do CP, o cheque (título ao
portador, transmissível por endosso), o livro mercantil e o testamento particular são equiparados
a documentos públicos para fins penais;
QUESTÃO 446 - Aquele que falsifica a assinatura de avalista numa nota promissória, da qual é
credor, responderá pelo crime de
a) falsa identidade.
b) falsidade ideológica.
c) falsificação de documento particular.
d) falsificação de documento público.
e) uso de documento falso.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Não há que se falar no crime de falsa identidade, pois o agente não atribui a si ou
a terceiro, falsa identidade, nos termos do art. 307 do CP;
b) ERRADA: O conteúdo da nota promissória permanece o mesmo, entretanto, o agente alterou
um aspecto da forma do documento. Desta maneira, não há que se falar em falsidade ideológica;
c) ERRADA: A nota promissória é um título ao portador transmissível por endosso, sendo,
portanto, considerada documento público para fins penais, nos termos do art. 297 do CP;
d) CORRETA: Nesta hipótese, o agente alterou documento público verdadeiro, e responde pelo
crime do art. 297 do CP. A nota promissória é um título ao portador transmissível por endosso,
sendo, portanto, considerada documento público para fins penais, nos termos do art. 297 do CP;
e) ERRADA: O enunciado não diz se o agente chegou a utilizar o documento alterado, não
sendo, portanto, cabível falarmos em uso de documento falso;
QUESTÃO 447 - No que concerne aos delitos de falsidade documental, NÃO se equiparam ao
documento público
a) os títulos ao portador.
b) as declarações assinadas por particular com firma reconhecida.
c) os testamentos particulares.
d) os títulos transmissíveis por endosso.
e) os livros mercantis.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Os títulos ao portador são equiparados a documento público, nos termos do art.
297, § 2° do CP;
b) CORRETA: Este documento não está no rol do § 2° do art. 297 do CP, que estabelece os
documentos que são equiparados a documento público. Assim, havendo falsidade nesse
documento, deverá ser aplicada a pena prevista com relação à falsidade de documento
particular, pois não cabe analogia in malam partem, já que a conduta de falsificar documento
público é maios grave e recebe pena mais elevada;
c) ERRADA: São equiparados a documento público, nos termos do art. 297, § 2° do CP;
d) ERRADA: São equiparados a documento público, nos termos do art. 297, § 2° do CP;
e) ERRADA: São equiparados a documento público, nos termos do art. 297, § 2° do CP;
QUESTÃO 448 - Constituem objeto material do delito de falsificação de documento público:
a) as letras de câmbio, mas não o testamento particular.
b) o cheque e o testamento particular.
c) os emanados de entidade paraestatal, mas não as ações de sociedade mercantil.
d) os livros mercantis, mas não a duplicata.
e) as notas promissórias, mas não o warrant.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Tanto um quanto o outro podem ser objeto material do crime de falsificação de
documento público, pois são equiparados a documento público, nos termos do art. 297, § 2° do
CP. A letra de câmbio é um título transmissível por endosso;
b) CORRETA: Ambos podem ser objeto material do crime de falsificação de documento
público, pois ambos estão no rol dos documentos equiparados a documentos públicos, previsto
no art. 297, § 2° do CP;
c) ERRADA: Ambos podem ser objeto material do crime de falsificação de documento público,
pois ambos estão no rol dos documentos equiparados a documentos públicos, previsto no art.
297, § 2° do CP;
d) ERRADA: Ambos podem ser objeto material do crime de falsificação de documento público,
pois ambos estão no rol dos documentos equiparados a documentos públicos, previsto no art.
297, § 2° do CP. A duplicata é um documento (título de crédito) transmissível por endosso;
e) ERRADA: Ambos podem ser objeto material do crime de falsificação de documento público,
pois ambos estão no rol dos documentos equiparados a documentos públicos, previsto no art.
297, § 2° do CP, já que ambos são títulos transmissíveis por endosso;
QUESTÃO 449 - Inserir ou fazer inserir em documento contábil ou em qualquer outro
documento relacionado com as obrigações da empresa perante a previdência social declaração
falsa ou diversa da que deveria ter constado, tipifica delito
a) contra a ordem tributária.
b) contra a fé pública.
c) praticado por particular contra a administração em geral.
d) contra a administração da justiça.
e) contra as finanças públicas.
COMENTÁRIOS
Trata-se de crime previsto no art. 297, §3°, III do CP, que trata do crime de falsificação de
documento público, estando previsto no Título X, que corresponde aos crimes contra a fé
pública.
Desta maneira, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 450 - NÃO constitui causa de aumento da pena o fato de o agente ser funcionário
público e cometer o seguinte crime contra a fé pública no exercício ou prevalecendo-se do cargo
ou função:
a) falsificação de selo ou sinal público.
b) falsificação de documento público.
c) falsidade de atestado médico.
d) falsidade ideológica.
e) adulteração de sinal identificador de veículo automotor.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Nos termos do art. 296, § 2°, neste crime, se o fato é praticado por funcionário
público prevalecendo-se do cargo, a pena é aumentada de 1/6;
a) ERRADA: Nos termos do art. 297, § 1°, neste crime, se o fato é praticado por funcionário
público prevalecendo-se do cargo, a pena é aumentada de 1/6;
d) CORRETA: O crime de falsidade de atestado médico, embora seja crime próprio (só médicos
o podem praticar), não prevê causa de aumento de pena em se tratando de funcionário público,
embora o § único
estabeleça que se o crime é cometido com intenção de lucro, aplica-se também a multa;
a) ERRADA: Nos termos do art. 299, § único do CP, neste crime, se o fato é praticado por
funcionário público prevalecendo-se do cargo, a pena é aumentada de 1/6;
a) ERRADA: Nos termos do art. 311, § 1° do CP, se o agente for funcionário público no
exercício da função, a pena é aumentada em 1/3.
QUESTÃO 451 - Mário falsificou, em parte, testamento particular. Neste caso, Mário
a) cometeu crime de falsidade ideológica.
b) cometeu crime de falsificação de documento público.
c) não cometeu crime tipificado no Código Penal Brasileiro.
d) cometeu crime de falsificação de documento particular.
e) cometeu crime de supressão de documento.
COMENTÁRIOS
Como vimos, o crime de falsificação de documento público pode se dar tanto quando o agente
altera ou falsifica integralmente o documento público, ou quando o agente altera ou falsifica
documento público em parte. Neste caso, o agente falsificou, em parte, documento público,
pois, nos termos do § 2° do art. 297 do P, o testamento particular se equipara a documento
público para fins penais. Desta forma, responderá pelo crime de falsificação de documento
público, nos termos do art. 297 do CP e seu § 2°.
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETERA B.
QUESTÃO 452 - A aposição de assinatura falsificada em cheque de terceiro configura o crime
de
a) falsidade ideológica.
b) uso de documento falso.
c) falsa identidade.
d) falsificação de documento público.
e) falsificação de documento particular.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Não se inserindo informação (conteúdo) diversa do que consta no documento.
Diversamente ocorreria se o agente alterasse o valor do cheque, por exemplo;
b) ERRADA: O crime de uso de documento falso pressupõe, para sua consumação, a utilização
do documento, que é, basicamente, sua apresentação a terceiros, de forma a tentar ludibriá-los, o
que não ocorreu no caso;
c) ERRADA: O agente não atribuiu a si ou a terceiro uma falsa identidade de forma que não se
caracteriza o crime previsto no art. 307 do CP;
d) CORRETA: Nesta hipótese, trata-se de falsificação de documento público, crime previsto no
art. 297 do CP, pois o agente alterou, em parte, a estrutura, a forma de documento público. O
cheque é considerado documento público, pois é título ao portador e transmissível por endosso,
o que o caracteriza como documento equiparado a documento público para fins penais, nos
termos do art. 297, § 2° do CP;
e) ERRADA: Embora o crime seja o de falsificação de documento, conforme explanado acima,
o cheque é equiparado a documento público para fins penais, por força do § 2° do art. 297 do
CP, sendo, portanto, crime de falsificação de documento público.
QUESTÃO 453 - Quem fornece para terceiros equipamento especialmente destinado à
falsificação de moeda, pratica o crime de
a) favorecimento pessoal.
b) moeda falsa em coautoria.
c) receptação.
d) favorecimento real.
e) petrechos para falsificação de moeda.
COMENTÁRIOS
O crime em tela é o crime de “petrechos para falsificação de moeda”, pois a conduta do agente
se amolda perfeitamente a um dos tipos objetivos deste crime, que consiste em fornecer (dentre
b) desvia e faz circular moeda cuja circulação não estava autorizada só responde por crime
contra a fé pública se a autorização para circulação não vier a ser dada.
c) possui objeto especialmente destinado à falsificação de moeda só responde por crime contra a
fé pública se vier a utilizá-lo efetivamente para a falsificação de moeda.
d) comparece a juízo sob nome falso, a fim de manter-se isento da mácula nos registros
públicos, comete crime de falsa identidade.
e) restitui à circulação, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada,
depois de conhecer a falsidade, não comete nenhum delito.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Não há falsificação de documento aqui, pois não há dolo de lesar a fé pública,
havendo apenas a correção de pequenos erros materiais (digitação, etc.);
b) ERRADA: Quem pratica esta conduta responde pelo crime de moeda falsa, sempre, nos
termos do art. 289, §4º do CP;
c) ERRADA: Essa conduta, por si só, já configura o delito de PETRECHOS para falsificação de
moeda, nos termos do art. 291 do CP;
d) CORRETA: Embora anteriormente o STJ entendesse que essa conduta não configurava o
delito de falsa identidade, atualmente o STJ entende que está configurado o delito de falsa
identidade nesse caso, não havendo que se falar em direito à autodefesa nesse caso. Vejamos:
DIREITO PENAL. HABEAS CORPUS. FALSA IDENTIDADE PARA EXIMIR-SE DE
RESPONSABILIDADE. DIREITO À AUTODEFESA. INAPLICABILIDADE. CONDUTA
QUE SE AMOLDA AO ART. 307 DO CÓDIGO PENAL. ORDEM DENEGADA. 1. A Sexta
Turma deste Superior Tribunal de Justiça, alinhando-se à posição adotada pelo Supremo
Tribunal Federal, firmou a compreensão de que tanto a conduta de utilizar documento falso
como a de atribuir-se falsa identidade, para ocultar a condição de foragido ou eximir-se de
responsabilidade, caracterizam, respectivamente, o crime do art. 304 e do art. 307 do Código
Penal, sendo inaplicável a tese de autodefesa.
2. No caso, conforme depreende-se da imputação, no momento de sua prisão, o paciente
atribuiu-se falsa identidade para eximir-se de responsabilidade penal, estando, portanto,
caracterizada a tipicidade da conduta. 3. Ordem denegada. (HC 151.802/MS, Rel. Ministra
MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 19/04/2012, DJe
30/04/2012) Inclusive, atualmente, a discussão está pacificada, em razão da edição do verbete
de súmula nº 522 do STJ: Súmula 522 A conduta de atribuir-se falsa identidade perante
autoridade policial é típica, ainda que em situação de alegada autodefesa.
e) ERRADA: Esta conduta também configura o delito de moeda falsa, nos termos do art. 289,
§2º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
COMENTÁRIOS:
Os documentos equiparados a documento público, para fins penais, estão elencados no art.
297, §2º do CP: Art. 297 (...) § 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público
o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações
de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular. Assim, temos que o
atestado médico particular não se equipara a documento público para estes fins.
Portato, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 460 - Em relação aos crimes contra a fé pública previstos no Código Penal
brasileiro é correto afirmar,
a) Excepcionalmente admitem a modalidade culposa quando se tratar de falsificação de
documento particular.
b) Exigem como elemento a imitação ou alteração da verdade; a possibilidade de dano e o dolo.
c) A alteração inapta a induzir número indeterminado de pessoas leva à consideração da forma
tentada em qualquer caso.
d) No crime de moeda falsa, mesmo ausente a capacidade ilusória da contrafação, tem-se
caracterizada sua consumação.
e) Tratando-se de crimes formais não admitem forma tentada.
COMENTÁRIOS:
A) ERRADA: Não há crimes contra a fé pública na modalidade culposa.
B) CORRETA: Todos os crimes contra a fé pública se caracterizam pela imitação ou
alteração da verdade. Além disso, somente são punidos na forma dolosa e devem ter
POTENCIAL lesivo (ainda que, no caso concreto, não gerem dano).
C) ERRADA: Nesse caso, a alteração é considerada crime impossível, pois inapta a produzir
o efeito esperado pela conduta.
D) ERRADA: Os Tribunais entendem que a falsificação grosseira, incapaz de iludir, não
caracteriza o crime de moeda falsa, podendo, a depender do caso, caracterizar estelionato.
E) ERRADA: O simples fato de um crime ser formal (não depender do resultado para sua
consumação) não faz com que seja impossível a tentativa. A tentativa somente será
impossível nos crimes UNISSUBSISTENTES, ou seja, aqueles em que a conduta não pode
ser fracionada.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 461 - Incorre nas penas cominadas ao delito de falsificação de documento público
quem
a) deixa de lançar mensalmente nos títulos próprios da contabilidade da empresa as quantias
descontadas dos segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo tomador de serviços.
COMENTÁRIOS:
A conduta de “falsificação de documento público” está prevista no art. 297 do CP: Art. 297 -
Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. § 1º - Se o agente é funcionário público, e
comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. § 2º - Para os
efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade paraestatal, o título
ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros
mercantis e o testamento particular. § 3º Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz
inserir: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) I - na folha de pagamento ou em documento de
informações que seja destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não
possua a qualidade de segurado obrigatório;(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) II - na
Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva produzir
efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita;
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) III - em documento contábil ou em qualquer outro
documento relacionado com as obrigações da empresa perante a previdência social,
declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 4º Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no § 3º, nome do
segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de
prestação de serviços.(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Vemos, assim, que a conduta
daquele que “insere, em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado
com as obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da
que deveria ter constado” caracteriza o crime de falsificação de documento público, previsto
no art. 297, §3º, III do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 462 - NÃO incorre nas penas cominadas ao delito de falsificação de documento
público quem
a) omite, em documento público, declaração que dele devia constar, ou nele insere ou faz inserir
declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar
obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante.
b) insere, em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as
obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria
ter constado.
c) insere, na folha de pagamento ou documento de informações que seja destinado a fazer prova
perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório.
d) omite, em documento relacionado com as obrigações da empresa perante a previdência
social, o nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de
trabalho ou de prestação de serviços.
e) faz inserir, na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que
deva produzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter
sido escrita.
COMENTÁRIOS:
O delito de falsificação de documento público está previsto no art. 297 do CP, vejamos: Art.
297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público
verdadeiro: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. § 1º - Se o agente é funcionário
público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. § 2º -
Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade paraestatal,
o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros
mercantis e o testamento particular. § 3º Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz
inserir: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) I - na folha de pagamento ou em documento de
informações que seja destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não
possua a qualidade de segurado obrigatório;(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) II - na
Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva produzir
efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita;
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) III - em documento contábil ou em qualquer outro
documento relacionado com as obrigações da empresa perante a previdência social,
declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 4º Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no § 3º, nome do
segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de
prestação de serviços.(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Percebam que a conduta daquele
que “omite, em documento público, declaração que dele devia constar, ou nele insere ou faz
inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito,
criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante” não caracteriza tal
delito, mas o delito de falsidade ideológica: Falsidade ideológica Art. 299 - Omitir, em
documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer
inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito,
criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante: Pena - reclusão, de
um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três anos, e multa, se
o documento é particular.
COMENTÁRIOS:
Neste caso, como os petrechos para falsificação (maquinário) foram utilizados para a
fabricação e utilização da moeda falsa, o agente responde apenas pelo delito de moeda falsa,
pelo princípio da consunção, já que para fabricar moeda falsa é absolutamente indispensável
portar o maquinário necessário.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 464 - Clemente falsificou um alvará judicial para levantamento de depósito judicial
em nome de Clementina. Clementina foi até a agência bancária e o apresentou ao caixa, que
acabou descobrindo a falsificação. Nesse caso, Clemente
a) e Clementina responderão pelo crime de falsificação de papéis públicos.
b) responderá pelo crime de falsificação de documento público e Clementina por uso de
documento falso.
c) e Clementina responderão pelo crime de falsificação de documento público.
d) responderá pelo crime de falsificação de papéis públicos e Clementina por uso de papel
público falsificado.
COMENTÁRIOS:
A questão deveria ter sido anulada, pois não diz, em momento algum, que Clementina sabia
que o documento era falso, de forma que não sabemos se ela deve ou não responder por
algum crime. Contudo, a questão não foi anulada e a Banca “presumiu” que ela soubesse que
se tratava de documento falso. Vamos trabalhar a partir disso então. Nesse caso, Clemente irá
responder pelo delito de falsificação de documento público, e Clementina pelo crime de uso
de documento falso. O alvará, neste caso, por ser JUDICIAL (emitido pelo Juiz), é um
documento público.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRET É A LETRA B.
COMENTÁRIOS:
A nota promissória é considerada documento público para fins penais, de forma que a
falsificação deste documento caracteriza falsificação de documento público, nos termos do
art. 297 e seu §2º do CP. Vejamos: Falsificação de documento público Art. 297 - Falsificar,
no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro: Pena -
reclusão, de dois a seis anos, e multa. (...) § 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a
documento público o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível
por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 466 - Aquela que omite, em documento particular, declaração que dele devia
constar, com o fim de criar obrigação, comete o crime de
a) uso de documento falso.
b) falsidade ideológica.
c) supressão de documento.
d) atestado ideologicamente falso.
e) falsificação de documento particular.
COMENTÁRIOS:
A conduta do agente, nesse caso, caracteriza o delito de falsidade ideológica, nos termos do
art. 299 do CP. Vejamos: Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração
que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que
devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre
fato juridicamente relevante: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é
público, e reclusão de um a três anos, e multa, se o documento é particular.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
COMENTÁRIOS:
O STJ e o STF entendem que se o documento falso é fabricado para a prática de estelionato, e
a sua potencialidade lesiva se esgota nele, o crime de falso fica absorvido pelo crime de
estelionato. Caso a potencialidade lesiva do documento não se esgote no estelionato
praticado, o agente responde por ambos os delitos, em concurso formal. Trata-se do princípio
da CONSUNÇÃO. O STJ, inclusive, sumulou o entendimento: Súmula 17 do STJ QUANDO
O FALSO SE EXAURE NO ESTELIONATO, SEM MAIS POTENCIALIDADE LESIVA,
E POR ESTE ABSORVIDO.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 468 - Para ocultar condenações criminais anteriores, ao ser qualificado pela
Autoridade Policial, Caio fez uso de documento falso para identificar-se como seu irmão
primário Tício. Consultado como parecerista sobre as razões normativas aplicáveis a esse caso,
a alternativa que serviria para fundamentar o parecer técnico apresentado à autoridade
consulente é:
a) A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça vem entendendo que, em tese, não há o
crime de uso de documento falso, eis que a conduta de Caio não extrapolou os limites da
garantia constitucional da autodefesa.
COMENTÁRIOS:
A Jurisprudência (STF e STJ) entende que a alegação de “autodefesa”, neste caso, não é
suficiente para afastar a caracterização do delito, que pode ser o de uso de documento falso
(conforme ocorreu no caso), ou de falsa identidade, que ocorre quando o agente apenas
anuncia, verbalmente, ser outra pessoa. Vejamos: HABEAS CORPUS. USO DE
DOCUMENTO FALSO. TIPICIDADE. OCORRÊNCIA. 1. O uso de documento falso não
se confunde com a atribuição de falsa identidade. Neste, o agente apenas assume verbalmente
outra identidade que não a sua, enquanto naquele, o agente apresenta papel falsificado ou
adulterado de identidade. 2. Em ambos os casos, o Supremo Tribunal Federal entende que a
conduta é considerada típica e não constitui exercício de autodefesa. 3. Ordem denegada,
cassando-se a liminar concedida. (STJ - HABEAS CORPUS HC 205007 SP 2011/0093382-
3) Inclusive, atualmente, a discussão está pacificada, em razão da edição do verbete de
súmula nº 522 do STJ: Súmula 522 A conduta de atribuir-se falsa identidade perante
autoridade policial é típica, ainda que em situação de alegada autodefesa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 469 - Caio, ao cessar suas atividades empresariais, determina que o responsável por
inscrever informações na Carteira de Trabalho e Previdência Social dos funcionários inclua no
documento a informação de que os empregados foram demitidos em 01.02.2017, enquanto, na
verdade, o vínculo empregatício foi rompido em 01.05.2017.
Descobertos os fatos, a Caio:
a) não poderá ser aplicada qualquer pena, já que não foi ele que inseriu a informação na carteira
de trabalho;
b) será aplicada a pena do crime de falsificação de documento público;
c) será aplicada a pena do crime de falsificação de documento particular;
d) será aplicada a pena do crime de falsidade ideológica de documento público;
COMENTÁRIOS:
Neste caso, o agente fez inserir na CTPS do empregado declaração falsa, incorrendo na
prática da conduta descrita no art. 297, §3º, II do CP, que configura o crime de falsificação de
documento público. Esta conduta, por sua natureza, se aproxima mais da noção de “falsidade
ideológica”, mas o legislador optou por incluí-la no art. 297 do CP, que trata da falsificação
de documento público.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
COMENTÁRIOS:
Neste caso o agente deve ser absolvido ante a atipicidade da conduta. Isto porque o crime de
falsidade ideológica exige, como elemento subjetivo específico do tipo, que a conduta do
agente seja praticada com o específico fim de “prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a
verdade sobre fato juridicamente relevante”, nos termos do art. 299 do CP. Em tendo havido
mero esquecimento, não há que se falar no crime de falsidade ideológica, motivo pelo qual a
conduta é atípica.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
COMENTÁRIOS:
No caso em tela, o agente praticou o delito de moeda falsa, na forma privilegiada, prevista no
art. 289, §2º do CP: Moeda Falsa Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda
metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro: Pena - reclusão, de três a
doze anos, e multa. (...) § 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa
ou alterada, a restitui à circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido com detenção, de
seis meses a dois anos, e multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 472 - Relativamente ao tema dos crimes contra a fé pública, analise as afirmativas a
seguir.
I. O crime de atestado médico falso só é punido com detenção se há intuito de lucro.
II. A simples posse de qualquer objeto especialmente destinado à falsificação de moeda
constitui crime punido com pena de reclusão.
III. A reprodução ou alteração de selo ou peça filatélica que tenha valor para coleção constitui
modalidade criminosa, independentemente dessa reprodução ou a alteração estar visivelmente
anotada no verso do selo ou peça.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
COMENTÁRIOS:
I – ERRADA: A pena de detenção será aplicável em qualquer caso. Na hipótese de haver
intenção de obtenção de lucro, será aplicada, ainda, a pena de multa, nos termos do art. 302, §
único do CP.
II – CORRETA: Esta é a previsão do art. 291 do CP: Petrechos para falsificação de moeda
Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, possuir ou guardar
maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à falsificação
de moeda: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
III – ERRADA: Item errado, pois no caso de a alteração ou reprodução estar anotada no
verso ou na face do objeto, de forma visível, não há crime, conforme dispõe o art. 303 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 473 - Maria foi condenada pela prática o crime de estelionato cometido contra
entidade de direito público (§ 3º do Artigo 171 do CP) em concurso material com o crime de
falsidade documental (Art. 298 do CP). De acordo com a sentença condenatória, Maria teria
apresentado declaração falsa com assinatura atribuída a determinado servidor público em que
este último reconheceria a existência de união estável entre ambos. Com isso, Maria passou a
receber
pensão por morte, como dependente do aludido funcionário público.
Exclusivamente sob o prisma do concurso de crimes, a sentença:
a) está incorreta, pois o magistrado deveria ter reconhecido a existência de concurso formal
entre as condutas tribuídas a Maria, já que ela não as teria realizado com desígnios autônomos.
b) está incorreta, pois o magistrado deveria ter reconhecido a existência de crime continuado
entre as condutas atribuídas a Maria, já que ela as teria realizado nas mesmas circunstâncias de
tempo, lugar e modo de execução.
c) está correta ao condenar Maria pela prática de ambos os crimes, em concurso material, pois a
conduta realizada ofendeu dois bens jurídicos distintos.
d) está incorreta, pois o magistrado deveria ter reconhecido a absorção do crime de falsidade
documental pelo crime de estelionato, uma vez que aquele se exauriu neste último, sem mais
potencialidade lesiva.
e) está incorreta, pois o magistrado deveria ter condenado Maria apenas pela prática do crime de
falsidade documental, já que o crime de estelionato, neste caso, configura mero exaurimento do
falso.
COMENTÁRIOS:
O STJ editou o verbete nº 17 de sua súmula de jurisprudência, entendendo que o delito de
“falso”, neste caso, fica absorvido pelo estelionato, já que a potencialidade lesiva do
documento falso se esgota no estelionato praticado: Súmula 17 do STJ “Quando o falso se
exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido”. obre a hipótese
específica em questão, temos o seguinte julgado, que não deixa dúvidas: (...) A falsificação
de documento - consistente em declaração de servidor público – com vistas à obtenção de
pensão previdenciária configura crime-meio para o estelionato (art. 171, § 3º, do CP).
Incidência da Súmula 17/STJ. 2. Hipótese em que a acusada pleiteou pensão por morte como
dependente de servidor falecido do Senado Federal, colacionando, em processo
administrativo, declaração falsa do de cujus que reconhecia a existência de união estável. (...)
(CC 124.890/DF, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, TERCEIRA SEÇÃO, julgado
em 27/02/2013, DJe 05/03/2013)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 474 - Ao concluir o curso de Engenharia, Arli, visando fazer uma brincadeira,
inseriu, à caneta, em seu diploma, declaração falsa sobre fato juridicamente relevante.
A respeito desse ato, é correto afirmar que Arli
a) praticou crime de falsificação de documento público.
b) praticou crime de falsidade ideológica.
c) praticou crime de falsa identidade.
d) não praticou crime algum.
COMENTÁRIOS:
Arli, neste caso, não praticou crime algum, pois a conduta, embora OBJETIVAMENTE se
amolde ao tipo penal do art. 299 (falsidade ideológica), é desprovida do elemento subjetivo
específico exigido pelo tipo penal (“com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar
a verdade sobre fato juridicamente relevante”). Vejamos: Falsidade ideológica Art. 299 -
Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele
inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de
prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a
três anos, e multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis, se o documento é particular.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 475 - Paulo pretende adquirir um automóvel por meio de sistema de financiamento
junto a uma instituição bancária. Para tanto, dirige-se ao estabelecimento comercial para
verificar as condições de financiamento e é informado que, quanto maior a renda bruta familiar,
maior a dilação do prazo para pagamento e menores os juros. Decide, então, fazer falsa
declaração de parentesco ao preencher a ficha cadastral, a fim de aumentar a renda familiar
informada, vindo, assim, a obter o financiamento nas condições pretendidas.
Considerando a situação narrada e os crimes contra a fé pública, é correto afirmar que Paulo
cometeu o delito de
a) falsificação material de documento público.
b) falsidade ideológica.
c) falsificação material de documento particular.
d) falsa identidade.
COMENTÁRIOS:
A conduta de Paulo configura um crime de falso, mas na modalidade de falsidade ideológica,
pois não criou um documento materialmente falso, mas inseriu informações inverídicas num
documento que é, estruturalmente, verdadeiro, na forma do art. 299 do CP. Contudo, entendo
que o crime praticado por Paulo se amolda mais perfeitamente ao tipo penal do art. 19 da Lei
de crimes contra o sistema financeiro nacional: Art. 19. Obter, mediante fraude,
financiamento em instituição financeira: Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
Trata-se de uma modalidade específica de estelionato, que absorve o crime de falso praticado.
Assim, entendo que a questão deveria ser anulada, por não haver resposta correta.
QUESTÃO 476 - Pablo, enquanto se dirigia para o trabalho, foi parado em uma blitz realizada
pela Polícia Militar. O policial pediu ao motorista que se identificasse e apresentasse a
documentação do veículo. Pablo, então, apresentou os documentos do automóvel e sua carteira
de motorista. Ocorre que, em consulta ao sistema próprio, o agente da lei verificou que o
documento de identificação apresentado era falsificado. Considerando apenas as informações
narradas, é correto afirmar que a conduta de Pablo:
(A) configura crime de uso de documento falso em concurso material com falsificação de
documento particular;
(B) configura crime de falsa identidade;
(C) configura crime de uso de documento falso em concurso material com falsificação de
documento público;
(D) é atípica, pois a apresentação dos documentos não foi espontânea, somente ocorrendo por
solicitação dos policiais;
(E) configura crime de uso de documento falso, apenas.
COMENTÁRIOS:
No caso em tela a conduta de Pablo configura apenas o delito de uso de documento falso,
pois a questão não diz se foi Pablo quem falsificou o documento. Caso Pablo tivesse
falsificado o documento (e isto deveria estar EXPLÍCITO na questão), responderia apenas
pelo falso, não sendo punível o uso (pós-fato impunível).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 477 - Tirso de Arruda é servidor público e nas horas de folga auxilia seu irmão,
Tássio, em uma pequena gráfica, sem qualquer remuneração. Aproveitando-se dos materiais ali
existentes, imprimiu dez passes de transporte público municipal, para usar nos deslocamentos
de casa para o trabalho e vice-versa. Ao agir dessa forma, Tirso cometeu o crime
A) de falsificação de selo ou sinal público.
B) de falsificação de papéis públicos.
C) de emissão de título ao portador sem permissão legal.
D) de falsificação de documento público.
E) assimilado ao de moeda falsa.
COMENTÁRIOS:
Tirso praticou aqui o crime de falsificação de papéis públicos, na forma do art. 293, VI do
CP: Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: (...) VI - bilhete, passe ou
conhecimento de empresa de transporte administrada pela União, por Estado ou por
Município: Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
GABARITO: LETRA B
COMENTÁRIOS:
a) ERRADA: Item errado, pois o cartão de crédito é equiparado a documento particular, na
QUESTÃO 479 - Teodoro, 30 anos de idade, brasileiro, casado e sem antecedentes, falsificou
10 cédulas de R$ 10,00 (dez reais) com o intuito de introduzi-las em circulação, na conduta de
pagar uma conta de TV a cabo atrasada. A caminho da casa lotérica, no entanto, foi abordado
por policiais e, assustado, entregou as cédulas e confessou a falsificação. Considerando-se a
situação hipotética, é correto afirmar que
(A) Teodoro praticou o crime de moeda falsa na modalidade tentada, pois não conseguiu
consumar seu intento que era o de colocar as cédulas em circulação.
(B) tendo em vista o ínfimo valor das cédulas falsificadas, trata-se de fato atípico.
(C) Teodoro praticou o crime de moeda falsa na modalidade consumada e, se condenado,
poderá receber uma pena de reclusão de 3 (três) a 12 (doze) anos, mais a imposição de multa.
(D) apesar de ter falsificado as cédulas, tendo em vista que as entregou à autoridade policial
antes de introduzi-las na circulação, Teodoro poderá ter reconhecida em seu favor a figura
privilegiada prevista no § 2º do art. 289 do Código Penal, que trata de figura privilegiada. (E)
por ter falsificado as cédulas visando pagar uma conta atrasada, Teodoro poderá alegar estado
de necessidade e ter reconhecida a excludente de ilicitude.
COMENTÁRIOS:
Neste caso, o agente praticou o crime de moeda falsa na modalidade consumada e, se
condenado, poderá receber uma pena de reclusão de 3 (três) a 12 (doze) anos, mais a
imposição de multa, conforme art. 289 do CP: Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou
alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro: Pena -
reclusão, de três a doze anos, e multa. Não há que se falar em moeda falsa privilegiada (art.
289, §2º do CP), pois esta modalidade só se aplica ao caso do agente que, tendo recebido de
boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação, depois de conhecer a
falsidade, de forma que será punido com detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 480 - A respeito dos crimes previstos nos artigos 293 a 305 do Código Penal,
assinale a alternativa correta.
(A) O crime de supressão de documento (art. 305 do CP), para se caracterizar, exige que o
documento seja verdadeiro.
(B) A falsificação de livros mercantis caracteriza o crime de falsificação de documento
particular (art. 298 do CP).
(C) O crime de falsificação de documento público (art. 297 do CP) é próprio de funcionário
público.
(D) No crime de falsidade de atestado médico (art. 302 do CP), independentemente da
finalidade de lucro do agente, além da pena privativa de liberdade, aplica-se multa.
(E) O crime de falsidade ideológica (art. 299 do CP), em documento público, é próprio de
funcionário público.
COMENTÁRIOS:
a) CORRETA: Item correto, pois esta é uma das exigências previstas no art. 305 do CP:
Supressão de documento Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de
outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou particular verdadeiro, de que não podia
dispor: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o documento é público, e reclusão, de
um a cinco anos, e multa, se o documento é particular.
b) ERRADA: Item errado, pois os livros mercantis são equiparados a documento público para
fins penais, na forma do art. 297, §2º do CP, logo, teremos falsificação de documento
público.
c) ERRADA: Item errado, pois tal crime é comum, podendo ser praticado por qualquer
pessoa.
d) ERRADA: Item errado, pois só se aplica a pena de multa, neste crime, se há finalidade de
lucro, na forma do art. 302, § único do CP.
e) ERRADA: Item errado, pois tal crime é comum, podendo ser praticado por qualquer
pessoa. Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo,
aumenta-se a pena de sexta parte, na forma do art. 299, §único do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 481 - No tocante às infrações previstas nos artigos 307, 308 e 311-A, do Código
Penal, assinale a alternativa correta.
(A) A conduta de ceder o documento de identidade a terceiro, para que dele se utilize, é
penalmente atípica, sendo crime apenas o uso, como próprio, de documento alheio.
(B) O crime de fraude em certames de interesse público prevê a figura qualificada, se dele
resulta dano à administração pública.
(C) O crime de fraude em certames de interesse público é próprio de funcionário público.
(D) A conduta de atribuir a terceiro falsa identidade é penalmente atípica, sendo crime apenas
atribuir a si próprio identidade falsa.
(E) O crime de fraude em certames de interesse público configura-se pela divulgação de
conteúdo de certame, ainda que não sigiloso.
COMENTÁRIOS:
a) ERRADA: Item errado, pois a conduta daquele que cede o documento de identidade a
terceiro, para que dele se utilize, é penalmente TÍPICA, prevista no art. 308 do CP.
b) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão do art. 311-A, §2º do CP: Fraudes
em certames de interesse público (Incluído pela Lei 12.550. de 2011) Art. 311-A. Utilizar ou
divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a
credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de: (Incluído pela Lei 12.550. de 2011) (...) § 2º
Se da ação ou omissão resulta dano à administração pública: (Incluído pela Lei 12.550. de
2011) Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
c) ERRADA: Item errado, pois tal crime é comum, podendo ser praticado por qualquer
pessoa.
d) ERRADA: Item errado, pois tal conduta também configura o crime de falsa identidade, do
art. 307 do CP: Falsa identidade Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade
para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem: Pena -
detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato não constitui elemento de crime mais
grave.
e) ERRADA: Item errado, pois para a configuração do delito é necessário que se trata de
divulgação de conteúdo SIGILOSO, na forma do art. 311-A do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 482 - O crime denominado “petrechos de falsificação” (CP, art. 294) tem a pena
aumentada, de acordo com o art. 295 do CP, se
(A) causar expressivo prejuízo à fé pública.
(B) a vítima for menor de idade, idosa ou incapaz.
(C) o agente for funcionário público e cometer o crime prevalecendo-se do cargo.
(D) praticado com intuito de lucro.
(E) cometido em detrimento de órgão público ou da administração indireta.
COMENTÁRIOS:
Tal delito tem a pena aumentada em 1/6 se o agente é funcionário público e pratica o delito
prevalecendo-se o cargo, nos termos do art. 295 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
COMENTÁRIOS:
A conduta de falsificar cartão de crédito ou débito configura o crime de falsificação de
documento particular (art. 298 do CP), pois o cartão de crédito e o cartão de débito são
considerados equiparados a documento particular, nos termos do art. 298, § único do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
COMENTÁRIOS:
O agente que guarda instrumento especialmente destinado à falsificação de moeda pratica o
crime de petrechos para falsificação de moeda, previsto no art. 291 do CP: Petrechos para
falsificação de moeda Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito,
possuir ou guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente
destinado à falsificação de moeda: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 485 - Para a configuração do crime de falsidade ideológica, basta que o agente
omita, em documento público ou particular, declaração que dele deveria constar, ou, em
documento público ou particular, insira ou faça inserir declaração falsa ou diversa da que
deveria ser escrita, sem finalidade específica.
Certo
Errado
COMENTÁRIOS:
Item errado, pois o agente deve praticar o fato com o fim de prejudicar direito, criar
obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante, nos termos do art. 299 do
CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
COMENTÁRIOS:
Item errado, pois o crime de falsidade de atestado médico é crime próprio, só podendo ser
cometido pelo médico.
QUESTÃO 486 - Para os efeitos penais, o cheque pode ser objeto do crime de falsificação de
documento público.
COMENTÁRIOS:
Item correto, pois o cheque é um título ao portador, transmissível por endosso, sendo
equiparado a documento público: Art. 297 (...) § 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a
documento público o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível
por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.
QUESTÃO 487 - O crime de falso reconhecimento de firma ou letra não se consuma em casos
de documentos particulares.
Certo
Errado
COMENTÁRIOS:
Item errado, pois tal delito pode ser realizado tanto em relação a documentos públicos quanto
em relação a documentos particulares, nos termos do art. 300 do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
QUESTÃO 488 - O delito de falsificação de documento público atinge sua consumação com a
falsificação ou alteração do objeto material, independentemente de outro resultado, e admite
tentativa.
Certo
Errado
COMENTÁRIOS:
Tal delito se consuma com a mera falsificação ou adulteração do documento,
independentemente de o agente dele vir a fazer uso.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.
QUESTÃO 489 - Nos crimes de falsidade, o sujeito passivo será sempre o Estado, com
exclusividade, pois ele é o titular da fé pública.
Certo
Errado
COMENTÁRIOS:
Item errado, pois um eventual particular que seja lesado pela conduta também será sujeito
passivo do delito.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
QUESTÃO 490 - O delito do artigo 300, CP, por ser crime próprio (o sujeito ativo é o
funcionário público com função específica de reconhecimento de firma ou letra), não admite
coautoria ou participação.
Certo
Errado
COMENTÁRIOS:
Item errado, pois apesar de ser crime próprio, caso um particular colabore com o agente,
responderá também por este delito, nos termos dos arts. 29 e 30 do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
QUESTÃO 491 - Aquele que falsifica, no todo ou em parte, testamento particular pratica o
crime de falsificação de documento particular.
Certo
Errado
COMENTÁRIOS:
Item errado, pois tal pessoa pratica o crime de falsificação de documento público, nos termos
do art. 297, §2º do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
QUESTÃO 492 - Aquele que falsifica, no todo ou em parte, cartão de crédito ou débito pratica
o crime de falsificação de documento público.
Certo
Errado
COMENTÁRIOS:
Pratica o crime de falsificação de documento PARTICULAR, nos termos do art. 298 e seu §
único do CP, já que o cheque é equiparado a documento particular.
QUESTÃO 493 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia
constar, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato
juridicamente relevante configura crime diverso daquele que insere ou faz inserir declaração
falsa ou diversa da que devia ser escrita naqueles documentos e demais condições.
Certo
Errado
COMENTÁRIOS:
Item errado, pois ambas as condutas configuram o delito de falsidade ideológica, previsto no
art. 299 do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
QUESTÃO 494 - A pena prevista para aquele que destrói documento público é a mesma
prevista para aquele que destrói documento particular de que não podia dispor, desde que ambas
sejam praticadas em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio.
Certo
Errado
COMENTÁRIOS:
Item errado, pois as penas são distintas, a depender da natureza do documento destruído:
Supressão de documento Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de
outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou particular verdadeiro, de que não podia
dispor: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o documento é público, e reclusão, de
um a cinco anos, e multa, se o documento é particular.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
QUESTÃO 495 - Em relação aos crimes praticados contra a fé pública, assinale a alternativa
correta.
(A) O crime de falso atestado médico, previsto no artigo 302, do CP, admite tanto a forma
dolosa quanto a forma culposa.
(B) O crime de falso reconhecimento de firma ou letra (art. 300, CP), por ser crime próprio, não
admite coautoria ou participação.
(C) A falsidade material consiste na omissão de declaração que deveria constar no documento
público ou particular ou na inserção (direta ou indireta) de declaração falsa ou diversa da que
deveria ser nele escrita.
(D) Os delitos de falso se consumam independentemente do resultado (prejuízo).
(E) Os testamentos particulares inserem-se no conceito de documento particular para fins de
falsificação (art. 298, CP).
COMENTÁRIOS:
A) ERRADA: Não há previsão de punição na modalidade culposa para este delito.
B) ERRADA: Item errado, pois apesar de ser crime próprio, caso um particular colabore com
o agente, responderá também por este delito, nos termos dos arts. 29 e 30 do CP.
C) ERRADA: Item errado, pois tal conduta configura falsidade ideológica, nos termos do art.
299 do CP, e não falsidade material.
D) CORRETA: Item correto, pois o crime de falso se consuma com a mera falsificação do
documento, independentemente de o agente vir a utilizar o documento ou obter alguma
vantagem com ele.
E) ERRADA: Item errado, pois tais documentos são considerados como documentos públicos
por equiparação, nos termos do 297, §2º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
COMENTÁRIOS:
João cometeu o delito de certidão ou atestado ideologicamente falso, previsto no art. 301 do
CP: Certidão ou atestado ideologicamente falso Art. 301 - Atestar ou certificar falsamente,
em razão de função pública, fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público,
isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem: Pena -
detenção, de dois meses a um ano.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 497 - nas penas do crime de falsificação de documento público, tipificado no artigo
297 e parágrafos, do Código Penal, o funcionário público que insere,
(A) ou faz inserir, na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a
fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado
obrigatório.
(B) declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, ou
omite, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar.
(C) ou falsifica talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento relativo a arrecadação
de rendas públicas ou a depósito ou caução por que o poder público seja responsável.
(D) ou altera selo, ou peça filatélica, que tenha valor para coleção, salvo quando a reprodução
ou a alteração está visivelmente anotada na face ou no verso do selo ou peça.
(E) ou importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda, fornece ou restitui à
circulação selo falsificado destinado a controle tributário.
COMENTÁRIOS:
Incorre nestas penas aquele que insere, ou faz inserir, na folha de pagamento ou em
documento de informações que seja destinado a fazer prova perante a previdência social,
pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório, nos termos do art. 297, §3º, I do
CP. Esta conduta, inclusive, também pode ser praticada pelo funcionário público.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 498 - O caput do art. 293 do CP tipifica a falsificação de papéis públicos, especial e
expressamente no que concerne às seguintes ações:
(A) produção e confecção.
(B) contrafação e conspurcação.
(C) fabricação e alteração.
(D) adulteração e corrupção.
(E) corrupção e produção.
COMENTÁRIOS:
O delito em tela pode ser praticado mediante FABRICAÇÃO ou ALTERAÇÃO do papel
público. Vejamos: Falsificação de papéis públicos Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou
alterando-os:
I - selo destinado a controle tributário, papel selado ou qualquer papel de emissão legal
destinado à arrecadação de tributo; (Redação dada pela Lei nº 11.035, de 2004)
II - papel de crédito público que não seja moeda de curso legal;
III - vale postal;
IV - cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa econômica ou de outro
estabelecimento mantido por entidade de direito público;
V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento relativo a arrecadação de rendas
públicas ou a depósito ou caução por que o poder público seja responsável;
VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte administrada pela União, por
Estado ou por Município: Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 499 - O crime de falsidade ideológica (CP, art. 299) tem pena aumentada de sexta
parte se
(A) cometido por motivo egoístico.
COMENTÁRIOS:
O aumento de pena no delito de falsidade ideológica está previsto no art. 299, § único do CP.
Vejamos: Falsidade ideológica Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular,
declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa
da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade
sobre fato juridicamente relevante: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o
documento é público, e reclusão de um a três anos, e multa, de quinhentos mil réis a cinco
contos de réis, se o documento é particular. Parágrafo único - Se o agente é funcionário
público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de
assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte. Assim, vemos que há o
aumento de pena se o agente é funcionário público e comete o crime prevalecendo-se do
cargo.
QUESTÃO 500 - A ação incriminada no art. 293 do Código Penal é a de falsificar papéis
públicos. Diante dessa afirmativa, pergunta-se: como, nos termos da lei, essa falsificação pode
ser feita?
a) A falsificação somente pode ser feita tendo como objeto os papéis públicos, uma vez que
tanto no art. 293 do CP quanto em qualquer outro artigo de lei que trate sobre a matéria, não há
previsão legal para a hipótese
de falsificação de documento particular.
b) Pela fabricação ou alteração do papel público.
c) Exclusivamente por meio da imitação fraudulenta do papel público.
d) Exclusivamente por meio da contrafação do papel público.
e) Exclusivamente por meio da modificação do papel público.
COMENTÁRIOS:
Nos termos do art. 293 do CP, esta falsificação pode ser feita através da fabricação ou
alteração de papéis públicos. Vejamos: Falsificação de papéis públicos Art. 293 - Falsificar,
fabricando-os ou alterando-os:
I - selo destinado a controle tributário, papel selado ou qualquer papel de emissão legal
destinado à arrecadação de tributo; (Redação dada pela Lei nº 11.035, de 2004)
II - papel de crédito público que não seja moeda de curso legal;
III - vale postal;
IV - cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa econômica ou de outro
estabelecimento mantido por entidade de direito público;
V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento relativo a arrecadação de rendas
públicas ou a depósito ou caução por que o poder público seja responsável;
VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte administrada pela União, por
Estado ou por Município: Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Assim, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 501 - No caso dos crimes de falsidade de títulos e outros papéis públicos, se o autor
do ilícito for funcionário público e praticar o crime prevalecendo-se do cargo, terá sua pena
a) aumentada de metade.
b) aumentada de sexta parte.
c) diminuída de sexta parte.
d) diminuída de metade.
e) aumentada ou diminuída de acordo com a análise das circunstâncias relativas à
individualização da pena, tais como: a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social, a
personalidade do agente e os motivos, circunstâncias e consequências do crime.
COMENTÁRIOS:
Neste caso a pena será aumentada da sexta parte. Vejamos o que dispõe o art. 295 do CP: Art.
295 - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo,
aumenta-se a pena de sexta parte. Este artigo é aplicável aos delitos previstos nos arts. 293 e
294, que compõem o capítulo dos crimes de FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS
PAPÉIS PÚBLICOS.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 502 - O crime de “petrechos de falsificação” (CP, art. 294), por expressa disposição
do art. 295 do CP, tem a pena aumentada de sexta parte se o agente
a) é funcionário público.
b) é funcionário público, e comete o crime, prevalecendo-se do cargo.
c) tem intuito de lucro.
d) confecciona documento falso hábil a enganar o homem médio.
COMENTÁRIOS:
O agente que praticar o crime de petrechos de falsificação terá sua pena aumentada em 1/6 se
se tratar de funcionário público, valendo-se do cargo para a prática do delito: Art. 295 - Se o
agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena
de sexta parte.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 503 - Nos termos do quanto determina o art. 293 do Código Penal, aquele que
recebe de boa-fé selo destinado a controle tributário, descobre que se trata de papel falso e o
restitui à circulação
I. comete crime de falsidade ideológica;
II. recebe a mesma pena daquele que falsificou o selo;
III. comete crime contra a fé pública.
Completa adequadamente a proposição o que se afirma em
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
COMENTÁRIOS:
A pessoa que pratica esta conduta está incorrendo no crime do art. 293, I do CP: Falsificação
de papéis públicos Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: I - selo destinado a
controle tributário, papel selado ou qualquer papel de emissão legal destinado à arrecadação
de tributo; (Redação dada pela Lei nº 11.035, de 2004) Pena - reclusão, de dois a oito anos, e
multa. § 4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora recibo de boa-fé, qualquer dos papéis
falsificados ou alterados, a que se referem este artigo e o seu § 2º, depois de conhecer a
falsidade ou alteração, incorre na pena de detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou
multa. Porém, esta pessoa não receberá a mesma pena de quem falsificou o papel, mas pena
diversa, conforme consta no §4º do art. 293. Assim, apenas a afirmativa nº III está correta.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 504 - Recentemente um novo delito que lesa a fé pública foi incluí dono Código
Penal. Assinale a alternativa que traz o nomen iuris desse crime.
a) Emprego irregular de verbas ou rendas públicas.
COMENTÁRIOS:
Dentre os delitos apontados pela questão, aquele que foi introduzido mais recentemente no
CP foi o delito de fraudes em certame de interesse público, que foi incluído pela Lei
12.550/11, e passou a constar no art. 311- A do CP: das fraudes em certames de interesse
público (Incluído pela Lei 12.550. de 2011) Fraudes em certames de interesse público
(Incluído pela Lei 12.550. de 2011) Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o
fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame, conteúdo
sigiloso de: (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
I - concurso público; (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
II - avaliação ou exame públicos; (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
III - processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou (Incluído pela Lei 12.550. de
2011)
IV - exame ou processo seletivo previstos em lei: (Incluído pela Lei 12.550. de 2011) Pena -
reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei 12.550. de 2011) § 1º Nas
mesmas penas incorre quem permite ou facilita, por qualquer meio, o acesso de pessoas não
autorizadas às informações mencionadas no caput. (Incluído pela Lei 12.550. de 2011) § 2º
Se da ação ou omissão resulta dano à administração pública: (Incluído pela Lei 12.550. de
2011) Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
§ 3º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é cometido por funcionário público.
(Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
COMENTÁRIOS:
O médico que age desta forma pratica do delito previsto no art. 302 do CP, ou seja, crime de
“falsidade de atestado médico”. O referido delito é punido com pena de detenção, de um mês
a um ano, e se há finalidade de lucro, aplica-se também a pena de multa. Vejamos: Falsidade
de atestado médico Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso:
Pena - detenção, de um mês a um ano. Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de
lucro, aplica-se também multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 506 - O crime de Falsidade de Atestado Médico tem por sujeito(s) ativo(s)
a) o médico, no exercício de sua profissão.
b) qualquer pessoa.
c) o médico, o dentista, o farmacêutico e o psicólogo.
d) o médico, dentro e fora do exercício de sua profissão.
e) qualquer pessoa, quando o crime é cometido com o fim lucrativo.
COMENTÁRIOS:
O crime de falsidade de atestado médico tem como sujeito ativo apenas o MÉDICO, desde
que no exercício da profissão, conforme podemos extrair do art. 302 do CP: Falsidade de
atestado médico Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso: Pena -
detenção, de um mês a um ano. Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro,
aplica-se também multa. Não se pode ampliar o referido tipo penal para abarcar outros
profissionais da área da saúde, pois isso seria analogia in malam partem, o que não é
admitido no Direito Penal.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
COMENTÁRIOS:
O crime de falsificação de selo ou sinal público consiste na fabricação ou alteração do
documento, dentre aqueles elencados no art. 293 do CP: Falsificação de papéis públicos Art.
293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
I - selo destinado a controle tributário, papel selado ou qualquer papel de emissão legal
QUESTÃO 508 - Assinale a alternativa correta com relação ao tratamento que o Código Penal
dá à falsificação do título ao portador ou transmissível por endosso e do testamento particular.
a) São, ambos, equiparados a documentos públicos.
b) São, ambos, equiparados a documentos particulares.
c) Apenas o primeiro é equiparado a documento público.
d) O segundo é equiparado a documento particular.
e) O primeiro é equiparado a documento particular; o segundo é equiparado a documento
público.
COMENTÁRIOS:
Ambos são considerados crimes documentos PÚBLICOS, por equiparação, nos termos do art.
297, §2º do CP: Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar
documento público verdadeiro: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. (...) § 2º - Para
os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade paraestatal, o
título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros
mercantis e o testamento particular.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
COMENTÁRIOS:
I - ERRADA: O crime se configura, também, no caso de falsificação parcial do documento
ou de alteração do documento verdadeiro, nos termos do art. 297 do CP.
II - CORRETA: Embora o nome seja “testamento particular”, este documento é considerado
documento público para fins penais, nos termos do art. 297, §2º do CP.
III - CORRETA: Da mesma forma que o testamento particular, o livro mercantil é
considerado documento público para fins penais, na forma do art. 297, §2º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 510 - O uso de documento falso, artigo 304 do Código Penal, é absorvido pelo
estelionato quando
a) não pode ser absorvido.
b) se exaure sem mais potencialidade lesiva.
c) o crime de estelionato não for qualificado
d) o agente é funcionário público.
COMENTÁRIOS:
O uso de documento falso fica absorvido pelo crime de estelionato quando a potencialidade
QUESTÃO 511 - O médico que, no exercício de sua profissão, dá atestado falso comete crime
de
a) falsidade de atestado médico (CP, art. 302).
b) falsificação de documento público (CP, art. 297).
c) falsificação de documento particular (CP, art. 298).
d) certidão ou atestado ideologicamente falso (CP, art. 301).
e) falsidade material de atestado ou certidão (CP, art. 301, §1.º).
COMENTÁRIOS:
O médico, neste caso, pratica o delito de falsidade de atestado médico, previsto no art. 302 do
CP: Falsidade de atestado médico Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão,
atestado falso: Pena - detenção, de um mês a um ano.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 512 - Qual o tipo penal consistente na prática de reconhecer, como verdadeira, no
exercício de função pública, firma ou letra que não o seja?
a) Falso reconhecimento de firma ou letra.
b) Falsidade ideológica.
c) Petrechos de falsificação.
d) Falsidade documental.
COMENTÁRIOS:
O tipo penal, neste caso, é o de falso reconhecimento de firma ou letra, previsto no art. 300
do CP: Falso reconhecimento de firma ou letra Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no
exercício de função pública, firma ou letra que o não seja: Pena - reclusão, de um a cinco
anos, e multa, se o documento é público; e de um a três anos, e multa, se o documento é
particular.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 513 - Diante do que dispõe o art. 297, § 2.º, do Código Penal, não se equiparam a
documento público, para efeitos penais,
COMENTÁRIOS:
O art. 297, §2º do CP, prevê que são considerados equiparados a documento público o
documento emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por
endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular.
Vejamos: Art. 297 (...) § 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o
emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações
de sociedade
comercial, os livros mercantis e o testamento particular. Apenas para esclarecer, testamento
“hológrafo” é aquele que foi escrito pelo próprio testador (testamento particular).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 514 - Assinale a alternativa que apresenta o tipo penal descrito no trecho:
Não há rasura, emenda, acréscimo ou subtração de letra ou algarismo. Há apenas, uma mentira
reduzida a escrito, através de documento que, sob o aspecto material, é de todo verdadeiro, isto
é, realmente escrito por quem seu teor indica. (Sylvio do Amaral, Falsidade documental)
(A) Falsidade material.
(B) Falsidade ideológica.
(C) Falsidade de documento público ou particular.
(D) Uso de documento falso.
(E) Certidão ou atestado ideologicamente falso.
COMENTÁRIOS:
O trecho descreve o delito de falsidade ideológica, que é a inserção de elementos falsos,
inexatos, em documento verdadeiro. Vejamos: Falsidade ideológica Art. 299 - Omitir, em
documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer
inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito,
criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante: Pena - reclusão, de
um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três anos, e multa, se
o documento é particular.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 515 - Com relação ao crime de uso de documento falso, é correto afirmar que
(A) pratica o crime aquele que sabe estar usando documento em que consta firma falsamente
reconhecida.
(B) responde pelas mesmas penas do crime em questão aquele que destrói, suprime, ou oculta,
em benefício próprio, de outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou particular
verdadeiro de que não se podia dispor.
(C) caso o documento falsificado seja público, a pena será aplicada em dobro.
(D) não será julgada criminosa a conduta daquele que usar atestado médico falso, pois esse tipo
de documento não se encontra incluído no conceito dos papéis falsificados ou alterados
previstos no art. 304 do Código Penal.
(E) se trata de crime cuja conduta do agente consiste exclusivamente no uso de papéis
falsificados.
COMENTÁRIOS:
A) CORRETA: Isso é o que prevê o art. 304 do CP: Uso de documento falso Art. 304 - Fazer
uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302: Pena
- a cominada à falsificação ou à alteração. ...) Falso reconhecimento de firma ou letra Art.
300 - Reconhecer, como verdadeira, no exercício de função pública, firma ou letra que o não
seja: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público; e de um a três
anos, e multa, se o documento é particular.
B) ERRADA: Tal conduta caracteriza o delito do art. 305 do CP.
C) ERRADA: Não há tal previsão.
D) ERRADA: Item errado pois tal documento está inserido no rol daqueles que podem ser
objeto material do delito de uso de documento falso, nos termos do art. 302 do CP.
E) ERRADA: Item errado, pois os papéis podem ser falsificados ou simplesmente
adulterados.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
COMENTÁRIOS:
O crime se consuma com a mera prática do ato, por ser crime formal, ou seja, se consuma
COMENTÁRIOS:
O crime praticado por X foi o crime de uso de documento falso, previsto no art. 304 do CP.
Não há que se falar em estelionato porque ele não obteve vantagem indevida mediante fraude
(pelo menos isso não está descrito na questão, que diz apenas que ele pretendia lavar
dinheiro, e não dar um “cano” no Banco). Assim, temos um crime contra a fé pública.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 518 - O servidor público que exige para outrem, indiretamente, fora da função, mas
em razão dela, vantagem indevida
(A) comete o crime de corrupção ativa.
(B) comete o crime de prevaricação.
(C) comete o crime de concussão.
(D) comete o crime de corrupção passiva.
(E) não comete qualquer crime.
COMENTÁRIOS:
O servidor público, neste caso, pratica o crime de concussão, previsto no art. 316 do CP:
Concussão Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora
da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: Pena - reclusão, de 2
(dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela Lei 13.964/19) Isto se dá porque o agente
EXIGE a vantagem indevida, ao invés de apenas “solicitar” (hipótese na qual praticaria o
crime de corrupção passiva).
GABARITO: Letra C
COMENTÁRIOS:
Tal conduta configura o crime de advocacia administrativa, previsto no art. 321 do CP:
Advocacia administrativa Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado
perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário: Pena - detenção, de
um a três meses, ou multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 520 - A respeito dos crimes praticados por funcionários públicos contra a
administração pública, é correto afirmar que
(A) Mévia, funcionária pública, não sendo advogada, não pode incorrer no crime de advocacia
administrativa (art. 321 do CP), já que referido tipo penal exige a qualidade de advogado do
sujeito ativo.
(B) Mévio, funcionário público, em razão de sua função, ao aceitar promessa de recebimento de
passagens aéreas, para férias da família, não incorre no crime de corrupção passiva (art. 317 do
CP), já que referido tipo penal exige o efetivo recebimento de vantagem indevida.
(C) Caio, funcionário público, ao empregar verba própria da educação, destinada por lei, na
saúde, em tese, incorre no crime de emprego irregular de verba pública (art. 315 do CP).
(D) Tícia, funcionária pública, ao exigir, em razão de sua função, que determinada empresa
contrate o filho, em tese, incorre no crime de corrupção passiva (art. 317 do CP).
(E) Tício, funcionário público, ao se apropriar do dinheiro arrecadado pelos funcionários da
repartição para comprar o bolo de comemoração dos aniversariantes do mês, em tese, pratica o
crime de peculato (art. 312 do CP).
COMENTÁRIOS:
a) ERRADA: Item errado, pois o crime de advocacia administrativa é crime comum, podendo
ser praticado por qualquer pessoa, não tendo nenhuma relação com a qualidade de
“advogado”.
b) ERRADA: Item errado, pois o crime de corrupção passiva, previsto no art. 317 do CP, é
COMENTÁRIOS:
O agente, neste caso, pratica o crime de peculato culposo, previsto no art. 312, §2º do CP,
pois apesar de não ter tido a intenção de provocar o dano, culposamente concorreu para a
ocorrência do prejuízo, por ter sido imprudente.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 522 - Certos crimes têm suas penas estabelecidas em patamares superiores quando
presentes circunstâncias que aumentam o desvalor da conduta. São os denominados “tipos
qualificados”. Assinale a alternativa que indica o crime que tem como qualificadoras “resultar
prejuízo público” e “ocorrer em lugar compreendido na faixa de fronteira”.
COMENTÁRIOS:
Dentre as alternativas apresentadas, apenas o crime de “abandono de função”, previsto no art.
323 do CP, possui forma qualificada (mais grave) quando praticado em lugar de fronteira ou
quando da conduta resultar prejuízo público, nos termos do art. 323, §§1º e 2º do CP:
Abandono de função
Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
COMENTÁRIOS:
A conduta de patrocinar, direta ou indiretamente interesse privado perante a Administração
Pública, valendo-se a pessoa de sua qualidade de funcionário público, configura o crime de
advocacia administrativa, previsto o art. 321 do CP: Advocacia administrativa Art. 321 -
Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública,
valendo-se da qualidade de funcionário: Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 524 - “Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar
promessa de tal vantagem”. O tipo legal ora transcrito refere-se à descrição do delito de
a) Corrupção Ativa.
b) Concussão.
c) Corrupção Passiva.
d) Peculato.
e) Prevaricação.
COMENTÁRIOS:
Tal conduta configura o crime de corrupção passiva, previsto no art. 317 do CP: Corrupção
passiva Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda
que ora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar
promessa de tal vantagem: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação
dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
COMENTÁRIOS:
Tal conduta configura o delito de advocacia administrativa, nos termos do art. 321 do CP:
Advocacia administrativa art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado
perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário: Pena - detenção, de
um a três meses, ou multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
COMENTÁRIOS:
A conduta que tipifica o delito de concussão está prevista no art. 316 do CP: Concussão Art.
316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou
antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12
(doze) anos, e multa. (Incluído pela Lei 13.964/19) Vemos, assim, que a letra E é a que
responde corretamente a questão.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 527 - Funcionário que deixa seus afazeres na repartição acumularem, pois se dedica
a questões pessoais não urgentes durante o expediente de trabalho, sem autorização de seu
superior, comete o crime de
a) enriquecimento ilícito.
b) peculato apropriação.
c) peculato culposo.
d) prevaricação.
e) peculato.
COMENTÁRIOS:
Tal funcionário estará RETARDANDO INDEVIDAMENTE seus atos de ofício, para
satisfazer INTERESSE pessoal, de forma que estará incorrendo no crime de prevaricação,
tipificado no art. 319 do CP: Prevaricação Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar,
indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer
interesse ou sentimento pessoal: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
COMENTÁRIOS:
O crime de excesso de exação é um crime cometido por FUNCIONÁRIO PÚBLICO contra a
administração em geral, eis que elencado no art. 316, § 1º do CP, encontrando-se, portanto,
no capítulo destinado a tais delitos.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 529 - Com relação aos crimes contra a Administração Pública, assinale a alternativa
correta.
(A) Pratica corrupção passiva o funcionário público que solicita ou recebe vantagem indevida,
para si ou para outrem, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela.
(B) Pratica concussão o funcionário público que se apropria de dinheiro, valor ou qualquer outro
bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo.
(C) No peculato culposo, a reparação do dano, em qualquer momento do processo e até a
sentença recorrível, reduz em um terço a pena imposta.
(D) Pratica concussão o funcionário público que exigir, para si ou para outrem, vantagem
devida, ainda que fora da função ou antes de assumi-la.
(E) Configura-se excesso de exação a exigência de verbas pelo funcionário público que sabe ou
deveria
saber indevidas.
COMENTÁRIOS:
A) CORRETA: Esta é a previsão do art. 317 do CP.
B) ERRADA: Item errado, pois esta é a conduta referente ao crime de peculato, nos termos
do art. 312 do CP.
C) ERRADA: Item errado, pois nos termos do art. 312, §3º do CP, a reparação do dano antes
da sentença irrecorrível EXTINGUE a punibilidade.
D) ERRADA: Cuidado com a pegadinha! Isso porque é necessário que a exigência de
vantagem indevida se dê EM RAZÃO DA FUNÇÃO, fato que não foi colocado pelo
enunciado do item, por isso está errado. Vejamos: Concussão Art. 316 - Exigir, para si ou
para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em
razão dela, vantagem indevida: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
(Incluído pela Lei 13.964/19)
E) ERRADA: Item errado, pois é necessário que a exigência indevida recaia sobre tributo ou
contribuição social para que este crime reste configurado, nos termos do art. 316, § único do
CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 530 - Assinale a alternativa correta em relação a funcionário público de acordo com
o Código Penal.
(A) A pena será aumentada pela metade se o agente for ocupante de cargo em comissão ou
função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia
mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público.
(B) Considera-se funcionário público quem, embora transitoriamente, exerce cargo, emprego ou
função pública.
(C) Consideram-se funcionários públicos: vereadores, peritos judiciais, serventuários da justiça,
defensor dativo e o auditor da Receita Federal.
(D) Considera-se funcionário público, para efeitos penais, quem, embora transitoriamente e
sempre com remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
(E) Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade
paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a
execução de atividade típica da Administração Privada.
COMENTÁRIOS:
O conceito de funcionário público para fins penais está previsto no art. 327 do CP:
Funcionário público Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais,
quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função
pública. Além disso, o §1º do referido dispositivo traz a figura do funcionário público por
equiparação: Art. 327 (...) § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo,
emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de
serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração
Pública. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Por fim, o §2º do mesmo artigo no traz uma
causa de aumento de pena: Art. 327 (...) § 2º - A pena será aumentada da terça parte quando
os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de
função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de
economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público. (Incluído pela
Lei nº 6.799, de 1980) Assim, a letra B está correta. A letra C está errada, pois o defensor
DATIVO não é funcionário público, pois não exerce função pública, e sim múnus público.
Todavia, mais recentemente o STJ vem entendendo que o defensor dativo é considerado
funcionário público para fins penais (caberia, portanto, anulação). A letra E está errada
porque fala em “administração privada”, quando o §1º do art. 327 fala em “administração
pública”. Por fim, a letra A está errada porque a causa de aumento de pena implica o aumento
de 1/3 na pena, e não metade.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
COMENTÁRIOS:
O crime de peculato está tipificado no art. 312 do CP: Peculato Art. 312 - Apropriar-se o
funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de
que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: Pena -
reclusão, de dois a doze anos, e multa. Assim, a alternativa que responde corretamente a
questão é a letra A, que trata da apropriação de dinheiro, valor ou bem móvel de que tem a
posse em razão do cargo.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
COMENTÁRIOS:
a) CORRETA: Item correto, pois o peculato é uma exceção dentro dos crimes praticados por
funcionário público contra a administração em geral, pois admite forma culposa, conforme
previsto no art. 312, §2º do CP.
b) ERRADA: Item errado, pois a reparação do dano, neste momento, só gera a redução de
pena pela metade, conforme previsto no art. 312, §3º do CP.
c) ERRADA: Item errado, pois a reparação do dano, neste momento, gera a extinção da
punibilidade, conforme previsto no art. 312, §3º do CP.
d) ERRADA: Item errado, pois as penas não foram alteradas. Permanecem sendo “reclusão,
COMENTÁRIOS:
O policial, aqui, praticou o delito de corrupção passiva, na forma consumada, pois a mera
aceitação de promessa de vantagem indevida, nestas condições, caracteriza o delito, em sua
forma consumada. A ausência de recebimento da vantagem indevida é absolutamente
irrelevante para a consumação do delito.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
COMENTÁRIOS:
Tal conduta caracteriza o delito de corrupção passiva, previsto no art. 317 do CP: Corrupção
passiva Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar
promessa de tal vantagem: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação
dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
COMENTÁRIOS:
O peculato culposo é fato TÍPICO, pois está previsto no art. 312, §2º do CP, com uma pena
bem inferior à do peculato doloso. Entretanto, caso o agente repare o dano ATÉ a sentença
irrecorrível, ficará extinta a punibilidade. Vejamos: Art. 312 (...) Peculato culposo § 2º - Se o
funcionário concorre culposamente para o crime de outrem: Pena - detenção, de três meses a
um ano. § 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença
irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
COMENTÁRIOS:
Tal funcionário público estará praticando o crime de condescendência criminosa, previsto no
art. 320 do CP: Condescendência criminosa Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência,
de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe
COMENTÁRIOS:
Tal conduta caracteriza o delito de corrupção passiva, previsto no art. 317 do CP: Corrupção
passiva Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar
promessa de tal vantagem: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação
dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003) Como podemos ver, tal delito pode ser cometido
mesmo antes de a pessoa assumir a função pública, desde que a conduta tenha relação com o
futuro cargo. Poderia ser questionado se, no caso, não houve concussão (dada a existência de
uma ameaça velada). Entendo que sim, e a questão poderia ter sido anulada. Contudo, não
podemos nos esquecer de a questão foi clara ao utilizar o verbo SOLICITAR, o que
caracterizaria a corrupção passiva.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
COMENTÁRIOS:
O delito de concussão está previsto no art. 316 do CP: Art. 316 - Exigir, para si ou para
outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em
razão dela, vantagem indevida: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
(Incluído pela Lei 13.964/19) Trata-se de crime próprio, só podendo ser praticado por
funcionário público. A condição de funcionário público, embora elementar do delito, pode se
estender a um particular, se dela tinha conhecimento, pois, nos termos do art. 29 do CP,
aquele que concorre para o delito responde por ele na medida de sua culpabilidade. Vejamos:
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas,
na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Assim, nada
impede o concurso de agentes entre o funcionário público e o particular, desde que este saiba
que seu comparsa é funcionário público, pois não se pode punir alguém por um fato que
desconhecia.
Portanto, a alternativa CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 539 - Imagine que, por erro, um cidadão entrega a um funcionário público
determinada quantia em dinheiro. O funcionário, ciente de tal circunstância, não devolve o
dinheiro ao cidadão, não informa o ocorrido aos seus superiores e, finalmente, apropria-se do
dinheiro.
Diante disso, é correto afirmar que o funcionário
A) não comete crime, mas apenas uma infração funcional.
B) comete crime de peculato mediante erro de outrem.
C) comete crime de corrupção passiva.
D) comete crime de excesso de exação.
E) comete crime de prevaricação.
COMENTÁRIOS:
A conduta do funcionário público se amolda ao tipo penal do crime de peculato mediante erro
de outrem, previsto no art. 313 do CP: Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer
utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem: Pena - reclusão, de um a
quatro anos, e multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 540 - Configura-se o crime de advocacia administrativa (CP, art. 321) quando o
funcionário público, valendo-se dessa qualidade, patrocina interesse privado perante a
administração pública.
Considerando tal crime, analise os itens seguintes:
I. a pena cominada é menor se o interesse patrocinado for ilegítimo;
II. o crime acontecerá ainda que o patrocínio se dê de modo indireto;
III. se o interesse patrocinado é ilegítimo, as penas de detenção e multa aplicam-se
alternativamente, ou seja,
aplica-se a de detenção ou a de multa.
É correto o que se afirma em
A) II, apenas.
B) III, apenas.
C) I e II, apenas.
D) II e III, apenas.
E) I, II e III.
COMENTÁRIOS:
I - ERRADA: Se o interesse é ilegítimo a PENA É MAIOR, nos termos do art. 321, § único
do CP;
II - CORRETA: Ainda que o patrocínio se dê de maneira indireta o crime se caracteriza, nos
termos do art. 321 do CP;
III - ERRADA: Se o interesse é ilegítimo aplicam-se ambas as penas, nos termos do art. 321,
§ único do CP: Art. 321(...) Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo: Pena - detenção, de
três meses a um ano, além da multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 541 - O crime de abandono de função, figura típica do art. 323 do Código Penal,
torna-se qualificado – e consequentemente tem penas mais elevadas – se
I. do fato resulta prejuízo público;
II. o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira;
III. o agente realiza a conduta de forma premeditada.
Está correto o contido em
A) I, apenas.
B) II, apenas.
C) I e II, apenas.
D) II e III, apenas.
E) I, II e III.
COMENTÁRIOS:
O crime de abandono de função se torna qualificado nos casos previstos nos §§1º e 2º do art.
323 do CP: Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei: Pena -
detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. § 1º - Se do fato resulta prejuízo público: Pena -
detenção, de três meses a um ano, e multa. § 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na
faixa de fronteira: Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
COMENTÁRIOS:
A pena do crime de corrupção passiva é aumentada, nos termos do art. 317, §1º do CP:
Corrupção passiva Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem
indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos,
e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003) § 1º - A pena é aumentada de um
terço, se, em consequência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de
praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional. Assim, a pena é
aumentada se o funcionário pratica o ato de ofício com infração a dever funcional ou se
retarda ou deixa de praticá-lo.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
COMENTÁRIOS:
As afirmativas I e II estão corretas, pois, de fato, o art. 312 e seu §1º, prevê as referidas
condutas como possíveis formas de prática do delito de peculato, vejamos: Art. 312 -
Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público
ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou
alheio: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o
funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou
concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que
lhe proporciona a qualidade de funcionário. E também, de fato, o peculato culposo admite
reparação do dano antes ou depois da sentença, gerando a extinção da punibilidade se anterior
à sentença irrecorrível, nos termos do art. 312, §§2º e 3º do CP: Art. 312 - (...) Peculato
culposo § 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem: Pena -
detenção, de três meses a um ano. § 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano,
se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade
a pena imposta. Por fim, a afirmativa III está errada, eis que o dinheiro proveniente do
peculato pode ser usado em proveito próprio ou alheio, sendo indiferente para a
caracterização do delito.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 544 - Determinado policial militar disse de forma impositiva ao assaltante que
acabou de prender em flagrante, com o intuito de se locupletar indevidamente, que somente
muito dinheiro o faria "aliviar sua barra". Tal conduta
A) não tipifica crime.
B) somente tipificaria algum delito caso houvesse a efetiva entrega do dinheiro.
C) tipifica o crime de peculato.
D) tipifica o crime de concussão.
E) tipifica o crime de corrupção passiva.
COMENTÁRIOS:
A questão não é clara, e podemos entender que houve concussão ou corrupção passiva.
Vejamos os dois delitos: Concussão Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem
indevida: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela Lei 13.964/19)
(...) Corrupção passiva Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem
indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos,
e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003) O fato é que o agente nem
solicitou nem exigiu, mas apenas "deu a deixa" para que o preso oferecesse o dinheiro. Para
mim, caracterizado está o delito de corrupção passiva. Contudo, a Banca entendeu que o
enunciado deixou claro tratar-se de crime de CONCUSSÃO, já que o enunciado fala que o
policial militar falou em tom impositivo. Discordo, mas paciência.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 545 - "X", funcionário público, recebe indevidamente dinheiro da vítima que o
supunha encarregado do recebimento de impostos atrasados. "X", em tese,
A) não praticou delito algum.
B) praticou o crime de peculato culposo.
C) praticou o crime de peculato mediante erro de outrem.
D) praticou o crime de excesso de exação.
E) praticou o crime de inserção de dados falsos em sistema de informações.
COMENTÁRIOS:
No caso em tela restou caracterizado o delito de peculato por erro de outrem, que se dá
quando o funcionário público se apropria de valor que recebeu indevidamente por erro de
alguém. Vejamos: Peculato mediante erro de outrem Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou
qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem: Pena - reclusão, de
um a quatro anos, e multa. Veja que é necessário que o funcionário público se aproprie do
valor recebido por erro de outrem, não basta que ele receba o dinheiro. Embora a questão não
deixe claro que o funcionário se apropriou do dinheiro, a banca entendeu que o delito ficou
caracterizado.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 546 - A conduta de exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, quando
praticada por funcionário público, caracteriza o crime de
A) excesso de exação.
B) corrupção passiva.
C) prevaricação.
D) concussão.
E) peculato.
COMENTÁRIOS:
A conduta descrita se refere ao crime de CONCUSSÃO, previsto no art. 316 do CP.
Vejamos: Concussão Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: Pena -
reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela Lei 13.964/19)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
COMENTÁRIOS:
A) ERRADA: Trata-se de crime próprio, somente podendo ser praticado por funcionário
público ou por particular, desde que em concurso com funcionário público;
B) CORRETA: De fato, há modalidade de peculato CULPOSO, previsto no art. 312, §2º do
CP.
C) ERRADA: Há modalidade culposa, prevista no art. 312, §2º do CP.
D) ERRADA: A pena prevista é a de reclusão, de dois a doze anos, e multa, nos termos do
art. 312 do CP.
E) ERRADA: A pena prevista é a de reclusão, de dois a doze anos, e multa, nos termos do
art. 312 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 548 - Tomando como ponto de partida os crimes praticados pelo funcionário
público contra a administração em geral, assinale a alternativa correta.
I. O crime de emprego irregular de verbas ou rendas públicas consiste no desvio de destinação
da verba pública para outra finalidade que não a especificada em lei.
II. O funcionário público que intencionalmente inutilizar a página de um processo na qual havia
uma cota do representante do Ministério Público pratica crime punido com pena de reclusão.
III. A exigência de vantagem indevida, em razão da função pública, caracteriza o crime de
concussão.
A) Somente a afirmativa II está correta.
B) Somente a afirmativa III está correta.
C) Somente as afirmativas I e III estão corretas.
D) Somente as afirmativas II e III estão corretas.
E) Todas as afirmativas estão corretas.
COMENTÁRIOS:
I - CORRETA: De fato, esta é a conduta prevista para o crime de emprego irregular de verbas
ou rendas públicas, previsto no art. 315 do CP;
II - CORRETA: O funcionário público pratica, neste caso, o delito previsto no art. 314 do CP.
Este delito é punido com pena de RECLUSÃO de um a quatro anos;
III - CORRETA: Esta conduta, de fato, caracteriza o delito de concussão, previsto no art. 316
do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 549 - Se uma professora da rede pública de ensino, em razão de uma falha no
sistema bancário, recebe um salário maior do que o que lhe é devido, e intencionalmente não
devolve o dinheiro aos cofres públicos,
A) pratica o crime de peculato, previsto no art. 312 do CP.
B) pratica o crime de peculato mediante erro de outrem, previsto no art. 313 do CP.
C) pratica o crime de concussão.
D) pratica o crime de corrupção passiva.
E) não pratica crime algum, pois não teve nenhuma participação na falha do sistema bancário.
COMENTÁRIOS:
No caso em tela houve prática do delito de peculato MEDIANTE ERRO DE OUTREM,
crime previsto no art. 313 do CP: Peculato mediante erro de outrem Art. 313 - Apropriar-se
de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem:
QUESTÃO 550 - Para que o crime de prevaricação em umas das suas formas legais reste
configurado, é preciso que o funcionário público
A) retarde a execução de um ato de ofício com a finalidade de obter vantagem financeira para si
ou para outrem.
B) retarde a execução de um ato de ofício com a finalidade de obter vantagem patrimonial ou
pessoal.
C) deixe de praticar ato de ofício para satisfazer interesse ou sentimento pessoal.
D) deixe de praticar ato de ofício, sem qualquer finalidade especial.
E) retarde a execução de um ato de ofício, sem qualquer finalidade especial.
COMENTÁRIOS:
O crime de prevaricação está previsto no art. 319 do CP. Vejamos: Prevaricação Art. 319 -
Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição
expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal: Pena - detenção, de três
meses a um ano, e multa. Assim, a alternativa que contempla uma forma de realização do tipo
penal é a letra C, que trata do ato de deixar de praticar ato de ofício para satisfazer interesse
ou sentimento pessoal.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
COMENTÁRIOS:
Este delito está previsto no art. 320 do CP. Vejamos: Condescendência criminosa Art. 320 -
Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração
no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da
autoridade competente: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. Trata-se,
QUESTÃO 552 - O crime de falsidade ideológica, presentes os demais elementos legais, apenas
se configura se
I. o documento é público, não havendo crime se o documento é particular;
II. ocorre a inserção de declaração falsa, não havendo crime se ocorre a omissão de declaração
verdadeira relevante;
III. o agente é funcionário público, não havendo crime se a conduta é praticada por particular.
Assinale a alternativa que classifica corretamente, como verdadeiros (V) ou falsos (F), os itens
que completam a proposição, de acordo com o art. 299 do CP.
A) I - F; II - F; III - F.
B) I - V; II - F; III - F.
C) I - V; II - V; III - F.
D) I - F; II - V; III - V.
E) I - V; II - V; III - V.
COMENTÁRIOS:
I - ERRADA: O crime de falsidade ideológica, previsto no art. 299 do CPP, pode ser
praticado tanto utilizando-se documento público quanto documento particular;
II - ERRADA: Pode ser praticado tanto na forma de inserção de declaração falsa quanto na
forma omissiva, ou seja, omissão de informação verdadeira;
III - ERRADA: A conduta pode ser praticada por qualquer pessoa, sendo, portanto, CRIME
COMUM.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 553 - No crime de concussão (CP, art. 316), o agente ______________, para si ou
para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em
razão dela, vantagem indevida.
Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna do texto.
A) aufere
B) exige
C) recebe
D) sugere
E) solicita
COMENTÁRIOS:
O delito de concussão está previsto no art. 316 do CP, e se caracteriza pela exigência de
vantagem indevida pelo funcionário público. Vejamos: Concussão Art. 316 - Exigir, para si
ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas
em razão dela, vantagem indevida: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
(Incluído pela Lei 13.964/19)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
COMENTÁRIOS:
O crime de advocacia administrativa está previsto no art. 321 do CP. Vejamos: Advocacia
administrativa Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a
administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário: Pena - detenção, de um a três
meses, ou multa. Assim, as lacunas se completam com "direta ou indiretamente" e "privado".
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 555 - No crime de corrupção passiva (CP, art. 317), o agente ____________, para si
ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em
razão dela, vantagem indevida.
Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna do texto.
A) exige ou ordena
B) solicita ou recebe
C) recebe ou adquire
D) pleiteia ou sugere
E) estipula ou agencia
COMENTÁRIOS:
O crime de corrupção passiva está previsto no art. 317 do CP. Vejamos: Corrupção passiva
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora
da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa
de tal vantagem: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei nº 10.763, de 12.11.2003) Assim, vemos que as condutas são de "solicitar ou receber".
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 556 - A conduta do funcionário público que, antes de assumir a função, mas em
razão dela, exige para outrem, indiretamente, vantagem indevida
A) configura crime de corrupção passiva.
B) não configura crime algum, pois o fato ocorre antes de assumir a função.
C) configura crime de corrupção ativa.
D) configura crime de concussão.
E) não configura crime algum, pois a exigência é indireta e para outrem.
COMENTÁRIOS:
No presente caso a conduta se amolda ao tipo penal do art. 316 do CP, que define o crime de
concussão. Vejamos: Concussão Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem
indevida: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela Lei 13.964/19)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 557 - O fazendeiro de uma cidade do interior de São Paulo, que solicita aos
assentados dinheiro a pretexto de influir na atuação de funcionário do ITESP a fim de facilitar a
concessão de títulos de domínio visando a regularização fundiária, comete o crime de:
a) corrupção passiva qualificada.
b) tráfico de influência.
c) advocacia administrativa.
d) exploração de prestígio.
e) estelionato
COMENTÁRIOS:
A conduta do fazendeiro, neste caso, configura o delito de tráfico de influência, previsto no
art. 332 do CP: Tráfico de Influência (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995) Art. 332 -
Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem,
a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função:
(Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995) Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e
multa. (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
COMENTÁRIOS:
Os policiais, neste caso, praticaram o delito de corrupção passiva privilegiada, eis que
deixaram de praticar um ato ao qual estavam obrigados cedendo a pedido de terceiros.
Vejamos o §2º do art. 317 do CP: Corrupção passiva Art. 317 - Solicitar ou receber, para si
ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas
em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena - reclusão, de 2
(dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003) (...) § 2º -
Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever
funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem: Pena - detenção, de três meses a um
ano, ou multa. Percebam que a pena, neste caso, é menor que na corrupção passiva
propriamente dita, eis que aqui o funcionário público não age para obter qualquer vantagem.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 559 - Agamenon, funcionário público, teve desavenças pessoais no trabalho contra
Pitágoras. Com o desejo de vingar-se do seu desafeto, Agamenon retarda indevidamente um ato
de ofício que devia praticar, com o claro objetivo de prejudicar Pitágoras. Conforme o que
dispõe o Código Penal, essa conduta de Agamenon caracteriza o crime de
a) corrupção passiva.
b) descaminho.
c) concussão.
d) violência arbitrária.
e) prevaricação.
COMENTÁRIOS:
Neste caso o funcionário público praticou o delito de prevaricação, eis que retardou,
indevidamente, ato de ofício para satisfazer sentimento pessoal: Prevaricação Art. 319 -
Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição
expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal: Pena - detenção, de três
meses a um ano, e multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 560 - O funcionário público que se apropria de dinheiro de que tem a posse em
razão do cargo comete o crime de
a) furto qualificado.
b) peculato.
c) roubo.
d) furto.
e) extorsão passiva.
COMENTÁRIOS:
A conduta do funcionário público, nesta hipótese, se amolda ao delito previsto no art. 312 do
CP, ou seja, peculato: Peculato Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro,
valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do
cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e
multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 561 - Nos crimes praticados por funcionário público contra a Administração
Pública em geral, conforme previsto no Código Penal, se o autor do crime for ocupante de cargo
em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta,
a) ele apenas perderá o cargo, mas ficará isento de pena.
b) sua pena será reduzida.
c) ele não responderá criminalmente pelo fato delituoso, mas apenas civil e
administrativamente.
d) sua pena será aumentada.
e) acarretar-se-á a punição também daquele que o nomeou para o cargo.
COMENTÁRIOS:
Neste caso o infrator terá sua pena aumentada em um terço, conforme prevê o art. 327, §2º do
CP: Funcionário público Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais,
quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função
pública. (...) § 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes
previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou
assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa
pública ou fundação instituída pelo poder público. (Incluído pela Lei nº 6.799, de 1980)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
COMENTÁRIOS:
O crime de advocacia administrativa está previsto no art. 321 do CP: Advocacia
administrativa Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a
administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário: Pena - detenção, de um a três
meses, ou multa. Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo: Pena - detenção, de três meses a
um ano, além da multa. Este crime se configura quando um funcionário público defende
interesses particulares perante a administração pública, valendo-se das facilidades que o
cargo lhe proporciona. Embora o nome seja “advocacia”, este crime não está relacionado ao
exercício da advocacia (aquela regulamentada pela OAB). O crime leva esse nome porque
“advogar” é sinônimo de “defender interesses”, apenas isso. Assim, não se exige que o
funcionário público seja bacharel em Direito, nem que esteja inscrito na OAB. Mas é
absolutamente necessário que se trata de funcionário público.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 563 - Cidadão solicita a poda de uma árvore que se encontra no passeio público em
frente a sua residência, ao agente público municipal, responsável por atividades de zeladoria
urbana. Tal agente afirma que tal serviço demorará de 2 a 3 meses, mas que se o cidadão quiser
maior rapidez, pode lhe pagar R$ 100,00, que enviará a equipe para realizar o serviço no dia
seguinte. O interessado paga a quantia e recebe o serviço, conforme combinado. Nesse aso, as
condutas do agente público municipal e do cidadão são crimes contra a Administração Pública,
respectivamente previstos como
(A) corrupção passiva e corrupção ativa.
(B) corrupção ativa e peculato.
(C) peculato e corrupção passiva.
(D) concussão e peculato.
(E) corrupção ativa e concussão.
COMENTÁRIOS:
Questão polêmica. É pacífico na Doutrina que se o agente apenas cede ao pedido do
funcionário público e dá a vantagem indevida solicitada, não pratica o delito de corrupção
ativa, pois o tipo penal do art. 333 do CP não abarca este verbo (pagar ou dar). Contudo, a
questão deixa claro que o funcionário público não solicitou a verba, apenas esclareceu como
funcionava o “esquema”. O particular, por livre e espontânea vontade, ofereceu a vantagem
indevida, caracterizando o delito de corrupção ativa. O funcionário público, por sua vez,
praticou o delito de corrupção passiva ao aceitar a vantagem.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 564 - Aquele que exclui indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados
ou bancos de dados da Administração Pública, com o fim de obter vantagem indevida para
outrem, pratica o crime de inserção de dados falsos em sistemas de informações.
Certo
Errado
COMENTÁRIOS:
Item correto, nos termos do art. 313-A do CP: Inserção de dados falsos em sistema de
informações (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o
funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados
corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o
fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano: (Incluído pela
Lei nº 9.983, de 2000)) Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela
Lei nº 9.983, de 2000)
COMENTÁRIOS:
O funcionário, neste caso, pratica o delito de Modificação ou alteração não autorizada de
sistema de informações, previsto no art. 313-B do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
QUESTÃO 566 - Receber, solicitar ou exigir para si ou para outrem, direta ou indiretamente,
ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, tipifica
o crime de concussão.
Certo
Errado
COMENTÁRIOS:
O mero recebimento ou solicitação da vantagem indevida não configuram concussão, mas
corrupção passiva, nos termos do art. 317 do CP.
QUESTÃO 567 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei, só tipificará o
crime de abandono de função se resultar prejuízo público.
Certo
Errado
COMENTÁRIOS:
Item errado, pois a consumação do delito independe da ocorrência de prejuízo (art. 323 do
CP), mas a eventual ocorrência de prejuízo qualifica o crime (§1º do art. 323 do CP).
QUESTÃO 568 - Quanto aos crimes praticados por funcionário público contra a Administração
em geral, há no Código Penal brasileiro a previsão expressa da forma culposa para o crime de
a) concussão.
b) peculato.
c) corrupção passiva.
d) prevaricação.
e) advocacia administrativa.
COMENTÁRIOS:
O único dos crimes praticados por funcionário público contra a administração em geral (arts.
312 a 326 do CP) que admite forma culposa é o crime de peculato, na forma do art. 312, §2º
do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 569 - Não é considerado funcionário público, ainda que por extensão, para os
efeitos penais o
a) funcionário atuante em empresa contratada para prestar serviço atípico para a Administração
pública.
b) servidor temporário.
c) servidor ocupante em cargos por comissão.
d) empregado público contratado sob o regime da CLT.
e) cidadão nomeado para compor as mesas receptoras de votos e de justificativas no dia das
eleições.
COMENTÁRIOS:
Dentre as alternativas apresentadas, apenas a letra A traz alguém que não é considerado
funcionário público para fins penais, nem mesmo por equiparação. Seria funcionário público
por equiparação, na forma do art. 327, §1º do CP, se fosse funcionário atuante em empresa
contratada para prestar serviço TÍPICO da Administração pública. Os demais, todos, são
funcionários públicos para fins penais, na forma do art. 327 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
(A) corrupção passiva, sujeito à pena de reclusão de dois a doze anos, e multa, aumentada da
terça parte por ser ocupante de cargo em comissão.
(B) corrupção passiva, sujeito à pena de reclusão de dois a doze anos, e multa, sem qualquer
majoração.
(C) peculato, sujeito à pena de reclusão de dois a doze anos, e multa, sem qualquer majoração.
(D) peculato, sujeito à pena de reclusão de dois a doze anos, e multa, aumentada da terça parte
por ser ocupante de cargo em comissão.
(E) prevaricação, sujeito à pena de detenção de 3 meses a 1 ano.
COMENTÁRIOS:
Neste caso o agente cometeu o delito de peculato, em sua modalidade de peculato-
apropriação, previsto no art. 312 do CP. A pena, neste caso, varia de 02 a 12 anos de
reclusão, e multa. Todavia, como o agente é ocupante de cargo em comissão na
administração direta, sua apena será aumentada na terça parte, nos termos do art. 327, §2º do
CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
COMENTÁRIOS:
I – CORRETA: Item correto, pois essa é a previsão do art. 321 do CP.
II – ERRADA: Item errado, pois essa conduta também é considerada crime de advocacia
administrativa, que é realizada indiretamente.
III – ERRADA: Item errado, pois se exige, apenas, que o delito seja praticado por funcionário
público, valendo-se da qualidade de funcionário.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
COMENTÁRIOS:
Lucius cometeu, aqui, o delito de peculato, pois se apropriou de bem particular do qual tinha
a posse em razão da função pública, nos termos do art. 312 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 573 - Penélope, funcionária pública, recebeu doações de roupas feitas para a
Secretaria de Assistência Social, local em que exercia as suas funções, destinadas a campanha
de solidariedade, para serem distribuídas a pessoas pobres. De posse dessas mercadorias,
apropriou-se de várias peças. Nesse caso, Penélope
a) cometeu crime de apropriação indébita simples.
b) cometeu crime de peculato doloso.
c) cometeu crime de apropriação indébita qualificada pelo recebimento da coisa em razão de
ofício, emprego ou profissão.
d) cometeu crime de peculato culposo.
e) não cometeu delito por tratar-se de bens recebidos em doação.
COMENTÁRIOS:
Penélope cometeu, aqui, o delito de peculato (doloso), pois se apropriou de bem do qual tinha
a posse em razão da função pública, nos termos do art. 312 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
c) prevaricação.
d) corrupção passiva.
e) peculato.
COMENTÁRIOS:
O agente, neste caso, praticou o delito de corrupção passiva, previsto no art. 317 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
COMENTÁRIOS:
Dentre as alternativas apresentadas, apenas o delito de peculato tem previsão de punição na
modalidade culposa, conforme art. 312, §2º do CP. Todos os demais só são punidos quando
praticados dolosamente.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 576 - No tipo do crime descrito no art. 319 do Código Penal “Retardar, ou deixar de
praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para
satisfazer interesse ou sentimento pessoal”, a expressão “para satisfazer interesse ou sentimento
pessoal” constitui
a) elemento normativo do tipo.
b) elemento subjetivo do tipo.
c) circunstância qualificadora.
d) elemento objetivo do tipo.
e) elemento descritivo do tipo.
COMENTÁRIOS:
Tal expressão, segundo entendimento da Doutrina, configura elemento subjetivo do tipo,
mais especificamente um elemento subjetivo específico, ou seja, não basta que o agente
possua o dolo de realizar a conduta. É necessário que a conduta seja praticada com essa
específica finalidade.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
COMENTÁRIOS:
A) ERRADA: Até mesmo na fase de execução, isto é, após trânsito em julgado da sentença
penal condenatória, o princípio será aplicado.
b) ERRADA: As excludentes da ilicitude são, em regra, aquelas previstas em lei (ex: legítima
defesa, estrito cumprimento do dever legal, exercício regular de direito e estado de
necessidade). Nada impede, contudo, a existência de causas excludentes da ilicitude que não
estejam expressamente em lei. As causas supralegais de ilicitude são admitidas, já que
beneficiam o sujeito. C) ERRADA: Quando se diz, no artigo 1º do CP, que não há pena sem
prévia cominação legal, devemos entender também que não haverá medida de segurança sem
prévia cominação legal. A editada de segurança não se confunde com pena. Mas a ela
também se aplica o princípio da legalidade, pois é modalidade de sanção penal. D)
ERRADA: A legalidade não impede o reconhecimento da atipicidade por adequação social,
eis que se trata de um benefício ao réu, de forma que a legalidade visa a impedir que o réu
seja prejudicado por uma conduta tipificada posteriormente à sua prática, mas não impede o
contrário.
E) CORRETA: A taxatividade da lei penal incriminadora é imprescindível, para que o
cidadão possa saber, precisamente, qual a conduta está sendo proibida. Até por isso, a
analogia é vedada, em regra, sendo permitida apenas para beneficiar o réu.
COMENTÁRIOS:
a) ERRADA: Também é punido aquele que se abstém de concorrer ou licitar em razão de
vantagem oferecida, nos termos do art. 335, § único do CP.
b) ERRADA: Tal delito admite tentativa, pois é possível fracionar o iter criminis.
c) CORRETA: Item correto, pois se trata de crime formal, que se consuma com a mera
prática da conduta (emprego irregular das verbas ou rendas), sendo irrelevante para fins de
QUESTÃO 578 - Cláudio, agente fiscal de rendas, constatou sonegação de impostos por parte
da empresa Alpha. No entanto, deixou de autuá-la, retardando a prática do ato de ofício, por ser
amigo do sócio administrador da empresa. Porém, outro fiscal, sabendo do ocorrido, foi até a
empresa e lavrou o auto de infração. Nesse caso, Cláudio
a) responderá por corrupção ativa.
b) responderá por prevaricação na forma tentada.
c) responderá por prevaricação na forma consumada.
d) não responderá por delito algum, por ter sido o auto de infração lavrado por seu colega de
função.
e) responderá por excesso de exação na forma culposa.
COMENTÁRIOS:
O agente, nesse caso, responderá pelo delito de prevaricação, previsto no art. 319 do CP, em
sua forma consumada, pois tal delito se consuma com a mera prática da conduta, ainda que o
resultado pretendido não ocorra.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
COMENTÁRIOS:
A) ERRADA: Item errado, pois tal conduta caracteriza o delito de concussão, nos termos do
art. 316 do CP.
B) ERRADA: Item errado, pois tal conduta configura o crime de corrupção passiva, nos
termos do art. 317 do CP.
C) ERRADA: Item errado, pois neste caso o agente comete o crime de violação de sigilo
funcional, nos termos do art. 325 do CP.
D) ERRADA: Item errado, pois aqui teremos o crime de prevaricação, conforme art. 319 do
CP.
E) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão contida no art. 321 do CP, sobre o
crime de advocacia administrativa: Advocacia administrativa Art. 321 - Patrocinar, direta ou
indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de
funcionário: Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 580 - Renê é funcionário público e trabalha como vigia de uma repartição pública
municipal de João Pessoa. Em uma determinada noite, no final do ano de 2014, Renê desvia-se
da função de guarda e, por negligência, permite que terceiros invadam o prédio público e de lá
subtraiam diversos bens avaliados em R$ 10.000,00. Instaurado Inquérito Policial, o Ministério
Público denuncia o funcionário público Renê pelo crime de peculato culposo. O feito tramita
regularmente e Renê é condenado em primeira instância à pena de 6 meses de detenção. Renê,
inconformado, apela ao Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba. Antes do julgamento do
recurso Renê resolve reparar o dano à municipalidade, depositando em juízo o valor do
prejuízo. Neste caso, nos termos do Código Penal, Renê
a) não terá direito a qualquer benefício uma vez que a reparação do dano ocorreu após a
sentença de primeiro grau.
b) terá sua pena reduzida em metade.
c) terá sua pena reduzida de 1 a 2/3.
d) terá extinta a sua punibilidade.
e) terá direito apenas à atenuante genérica.
COMENTÁRIOS:
Neste caso, Renê terá extinta sua punibilidade, pois a reparação do dano, no peculato culposo,
antes do rânsito em julgado, acarreta a extinção da punibilidade, nos termos do art. 312, §3º
do CP.
QUESTÃO 581 - Tício e Caio são Policiais Civis do Estado da Paraíba, atuando na capital. No
dia 14 de março de 2014, durante uma operação deflagrada pela Delegacia Seccional de Polícia
para investigação de crime de tráfico de drogas em uma determinada favela na cidade de João
Pessoa, Tício e Caio abordam Moisés em atitude suspeita, transitando por uma via pública.
Moisés portava na cintura uma arma de fogo municiada sem autorização e em desacordo com
determinação legal e regulamentar. Além disso apurou-se que havia um mandado de prisão
preventiva contra Moisés por crime de roubo cometido na cidade de Campina Grande. Tício e
Caio, então, solicitam a Moisés a quantia de R$ 10.000,00 para ele ser imediatamente liberado.
Moisés consegue o dinheiro e entrega aos policiais civis, que deixam de conduzi-lo ao Distrito
Policial. No caso hipotético apresentado, Tício e Caio cometeram crime de
a) concussão e estão sujeitos à pena de reclusão, de 2 a 8 anos e multa, sem qualquer aumento
de pena, uma vez que o não cumprimento do ato de ofício é mero exaurimento do crime formal.
b) corrupção passiva e estão sujeitos à pena de reclusão, de 2 a 12 anos e multa, com aumento
de 1/3 uma vez que os funcionários deixaram de conduzir preso o cidadão Moisés, com infração
de dever funcional.
c) corrupção passiva e estão sujeitos à pena de reclusão, de 2 a 12 anos e multa, sem qualquer
aumento de pena, uma vez que o não cumprimento do ato de ofício é mero exaurimento do
crime formal.
d) prevaricação e estão sujeitos à pena de detenção de 3 meses a 1 ano e multa.
e) concussão e estão sujeitos à pena de reclusão, de 2 a 8 anos e multa, com aumento de 1/3 uma
vez que os funcionários deixaram de conduzir preso o cidadão Moisés, com infração de dever
funcional.
COMENTÁRIOS
Os agentes cometeram, aqui, o crime de corrupção passiva, previsto no art. 317 do CP, e estão
sujeitos à pena de reclusão, de 2 a 12 anos e multa. Além disso, haverá a incidência da causa de
aumento de pena prevista no §1º do art. 317, (aumento de 1/3), uma vez que os funcionários
deixaram de conduzir preso o cidadão Moisés, com infração de dever funcional, ou seja, os
funcionários efetivamente deixaram de praticar o ato, infringindo o dever funcional.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 582 - O crime de condescendência criminosa
a) não admite tentativa.
b) só é punido na forma dolosa.
c) é um delito comissivo por omissão.
d) caracteriza-se mesmo que o agente não seja superior hierárquico do funcionário infrator.
COMENTÁRIOS:
O crime de concussão é funcional, exigindo do agente a qualidade de funcionário público.
Todavia, o particular poderá responder por tal delito, quando praticá-lo em concurso de
pessoas com alguém que ostente a condição de funcionário público (e desde que essa
condição seja conhecida pelo particular), em razão da comunicabilidade das circunstâncias
pessoais elementares do delito, nos termos do art. 30 do CP.
Portanto, NÃO HÁ ALTERNATIVA CORRETA. A questão deveria ser ANULADA.
QUESTÃO 587 - Bernardo, funcionário público, ordenou que Luciana, contribuinte, quitasse
tributo indevido. Anteriormente à entrega deste valor, desistiu da ordem. Conquanto esta
atitude, Luciana entendeu por bem entregar o numerário a Bernardo que o recebeu e o desviou
depois do recolhimento ao tesouro público. Bernardo praticou
a) fato atípico, por ausentes elementos do tipo penal.
b) excesso de exação.
c) excesso de exação qualificada.
COMENTÁRIOS:
Neste caso o agente praticou o crime de excesso de exação, previsto no art. 316, §1º do CP.
Trata-se de crime formal, que se consuma com a mera exigência. É irrelevante, para fins de
consumação, que o funcionário “desista” posteriormente (já houve a consumação).
Posteriormente, o funcionário recolheu o valor ao tesouro e o desviou, praticando ainda o
crime de peculato-desvio, nos termos do art. 312 do CP.
Portanto, NÃO HÁ ALTERNATIVA CORRETA. A questão deveria ter sido anulada (Gabarito
da Banca: E).
COMENTÁRIOS:
1 – Trata-se de peculato, nos termos do art. 312 do CP.
2 – Trata-se do crime de corrupção passiva, previsto no art. 317 do CP.
3 – Esta conduta configura o crime de condescendência criminosa, previsto no art. 320 do
CP.
A sequência, portanto, é: 3,1,2.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 589 - Sobre os crimes praticados por funcionário público contra a Administração
em geral, é correto afirmar:
a) Os crimes de peculato, corrupção passiva, concussão e excesso de exação são hediondos.
b) Crimes funcionais próprios são aqueles que se for excluída a qualidade de funcionário
público, haverá a desclassificação para crime de outra natureza.
c) Crimes funcionais impróprios são aqueles cuja exclusão da qualidade de funcionário público
torna o fato atípico.
d) O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do
cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto
do ilícito praticado, com os acréscimos legais.
e) Após o recebimento da denúncia sempre será adotado o rito sumário.
COMENTÁRIOS:
a) ERRADA: Nenhum destes crimes é considerado hediondo, nos termos da Lei 8.072/90.
b) ERRADA: Item errado, pois os crimes funcionais próprios são aqueles que a exclusão da
qualidade de funcionário público torna o fato atípico (atipicidade absoluta).
c) ERRADA: Item errado, pois crimes funcionais impróprios são aqueles que se for excluída
a qualidade de funcionário público, haverá a desclassificação para crime de outra natureza
(atipicidade relativa).
d) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão do art. 33, §4º do CP.
e) ERRADA: Item errado, pois em relação aos crimes funcionais se adota o rito ordinário
após o recebimento da denúncia, nos termos do art. 518 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 590 - Felipe, Oficial da Defensoria Pública estadual, no exercício de suas funções
recebeu, de um assistido, um HD externo que continha arquivos digitais solicitados para
utilização em seu processo. Após a cópia dos arquivos deveria devolvê-lo no dia seguinte,
entretanto, como Felipe passaria a partir daquele dia a atuar em outra unidade da Defensoria,
decidiu levar o aparelho eletrônico para sua casa utilizando-o como se fosse seu, sem qualquer
intenção de devolvê-lo ao proprietário. Felipe cometeu o crime de
a) peculato mediante erro de outrem, por ter se apropriado de bem móvel particular, de que tem
a posse em razão do cargo, mediante erro do assistido.
b) peculato culposo, por ter concorrido com culpa na apropriação do aparelho eletrônico.
c) corrupção passiva, por ter recebido o aparelho eletrônico como vantagem indevida para si.
d) prevaricação, por ter, indevidamente, deixado de praticar ato que estava obrigado, que neste
caso seria a devolução do aparelho eletrônico.
e) peculato, por ter se apropriado de bem móvel particular, de que tem a posse em razão do
cargo.
COMENTÁRIOS:
Neste caso o agente praticou o delito de peculato, pois se apropriou de bem particular de que
tinha a posse em razão do cargo, nos termos do art. 312 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 591 - Suzana, Oficial da Defensoria Pública estadual, é responsável pelo registro,
movimentação e tramitação de processos em determinada unidade da Defensoria. Sua inimiga,
Zulmira, solicitou assistência da Defensoria nesta unidade, e por vingança Suzana deixou de
registrar esta solicitação. É correto afirmar que Suzana
a) não cometeu o crime de Prevaricação, uma vez que não praticou ato ilegal por sentimento
pessoal.
b) cometeu o crime de Prevaricação porque deixou de praticar, indevidamente, ato de ofício
para satisfazer interesse ou sentimento pessoal.
c) não cometeu crime algum, embora por ética e responsabilidade administrativa deveria ter
registrado a solicitação de Zulmira.
d) cometeu o crime de Corrupção Passiva, por ter deixado de realizar ato que é exigido em lei.
e) cometeu o crime de Peculato, por ter praticado ato ilegal por sentimento pessoal.
COMENTÁRIOS:
Neste caso a agente praticou o delito de PREVARICAÇÃO, pois deixou de praticar,
indevidamente, ato de ofício para satisfazer interesse ou sentimento pessoal, nos termos do
art. 319 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 592 - Verônica, funcionária da Defensoria Pública do Estado que tem a posse de um
telefone celular de propriedade da Defensoria Pública, pelo qual é responsável, em determinado
dia de trabalho ao sair para almoçar esqueceu este telefone em cima de sua mesa de trabalho.
Vagner, seu colega de trabalho na mesma função, nota o descuido e subtrai o aparelho celular.
Nesta situação hipotética, diante do Código Penal brasileiro é correto afirmar que Verônica
a) e Vagner cometeram crime de peculato, se sujeitando às mesmas penalidades, pois ambos
concorreram para o crime.
b) cometeu o crime de peculato mediante erro de outrem enquanto Vagner cometeu o crime de
peculato doloso.
c) não cometeu nenhum crime e Vagner cometeu o crime de peculato, pois se apropriou de bem
móvel público de que tem a posse em razão do cargo em proveito próprio ou alheio.
d) não cometeu nenhum crime e Vagner cometeu o crime de peculato culposo.
e) cometeu o crime de peculato culposo e Vagner cometeu o crime de peculato, pois ele não
estava em posse do bem, mas mesmo assim o subtraiu, em proveito próprio ou alheio, valendo-
se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.
COMENTÁRIOS:
Neste caso, Verônica praticou o crime de peculato culposo, previsto no art. 312, §2º do CP,
enquanto Vagner cometeu o delito de peculato-furto, previsto no art. 312, §1º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
COMENTÁRIOS:
Neste caso Marcelo praticou o delito de corrupção passiva, previsto no art. 317 do CP, pois
solicitou para si vantagem indevida em razão de sua função.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
I. Facilitar a revelação de fato que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em
segredo. II. Solicitar vantagem indevida para revelar informações sigilosas que só tenha acesso
por conta de seu cargo a terceiros interessados. III. Exigir vantagem indevida para revelar
informações sigilosas que só tenha acesso por conta de seu cargo.
IV . Permitir ou facilitar, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer
outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados
da Administração pública. Um funcionário público cometerá o crime de violação de sigilo
funcional, nas condutas indicadas APENAS em
a) II e III.
b) I e III.
c) I e IV.
d) III e IV.
e) II e IV.
COMENTÁRIOS:
O crime de violação de sigilo funcional está tipificado no art. 325 do CP: Violação de sigilo
funcional Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva
permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação: Pena - detenção, de seis meses a dois
anos, ou multa, se o fato não constitui crime mais grave. § 1º Nas mesmas penas deste artigo
incorre quem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) I – permite ou facilita, mediante
atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas
não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pública;
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito.
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) § 2º Se da ação ou omissão resulta dano à
Administração Pública ou a outrem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Pena – reclusão, de
2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Daí se pode concluir,
sem grande esforço, que somente os itens I e IV correspondem a condutas criminalizadas por
este tipo penal.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
COMENTÁRIOS:
As condutas se referem aos delitos de corrupção passiva e concussão, previstos nos arts. 317
e 316 do CP: Concussão Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente,
ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: Pena
- reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela Lei 13.964/19) (...) Corrupção
passiva Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar
promessa de tal vantagem: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação
dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
COMENTÁRIOS:
I – CORRETA: Esta é a exata previsão do §1º do art. 327 do CP.
II – ERRADA: Somente haverá aumento de pena quando os agentes forem ocupantes de
cargo em comissão nas entidades listadas no §2º do art. 327. As autarquias, por exemplo, não
foram incluídas ali. Logo, quem exerce cargo em comissão em autarquia não terá a causa de
aumento de pena citada.
III – ERRADA: O agente terá a pena aumentada neste caso, por força do art. 327, §2º do CP.
Vemos, assim, que não há alternativa correta. A Banca deu a alternativa D como correta, por
considerar a afirmativa II como verdadeira, mas como já afirmei, ela está ERRADA!
Portanto, A QUESTÃO DEVERIA TER SIDO ANULADA!
QUESTÃO 597 - José foi surpreendido pelo policial João, dirigindo alcoolizado um veículo na
via pública. Nessa oportunidade, ofereceu a João a quantia de R$ 100,00 para não prendê-lo,
nem multá-lo. João aceitou a proposta, guardou o dinheiro, mas multou e efetuou a prisão em
flagrante de José por dirigir alcoolizado. Nesse caso, João responderá pelo crime de:
a) condescendência criminosa.
b) corrupção ativa.
c) prevaricação
d) corrupção passiva.
e) concussão.
COMENTÁRIOS:
João, não confundam, é o policial. Assim, João, ao receber o dinheiro, praticou o delito de
corrupção passiva na forma consumada. Vejamos: Corrupção passiva Art. 317 - Solicitar ou
receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de
assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena
- reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763, de
12.11.2003)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 598 - A conduta do funcionário que exige tributo ou contribuição social que sabe ou
deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso,
que a lei não autoriza, configura
(A) crime contra a ordem tributária.
(B) abuso de poder tributário.
(C) corrupção passiva.
(D) concussão.
(E) excesso de exação.
COMENTÁRIOS:
A conduta, aqui, configura o crime de excesso de exação, previsto no art. 316, §1º do CP:
Art. 316 (...) excesso de exação § 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social
que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório
ou gravoso, que a lei não autoriza: (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990) pena -
reclusão, de três a oito anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 599 - Radegunda, auditora fiscal, utilizou um automóvel que lhe estava confiado
pela Administração pública para levar sua filha para a escola e, na volta, para fazer compras
domésticas no supermercado, restituindo em seguida o carro intacto e com o tanque de
combustível completo. Na mais precisa terminologia técnica, com a posição doutrinária
dominante é correto afirmar que houve
(A) furto de uso impunível enquanto tal.
(B) peculato-furto em tese penalmente punível.
(C) apropriação indébita impunível enquanto tal.
(D) furto em tese penalmente punível.
(E) peculato de uso penalmente impunível enquanto tal.
COMENTÁRIOS:
O CP não dispõe expressamente a respeito do chamado “peculato de uso”. O CP prevê,
apenas, as modalidades “peculato-desvio”, “peculato-apropriação” e “peculato-furto” (além
dos peculatos “mediante erro de outrem” e “peculato culposo”). O “peculato de uso” é uma
criação doutrinária cuja finalidade é afastar a tipificação da conduta daquele que apenas
utiliza o bem público em proveito próprio (sem o intuito de desviá-lo para seu patrimônio). O
STF, seguindo uma linha doutrinária, já havia se manifestado sobre essa hipótese específica e
entendeu que, neste caso, restaria configurado o “peculato de uso”, que à semelhança do
“furto de uso”, não geraria reflexos penais, eis que é indispensável, para a caracterização do
peculato, o elemento subjetivo consistente na intenção de agregar o bem, valor ou dinheiro ao
patrimônio do agente ou de terceiro. Vejamos: (...) É indispensável a existência do elemento
subjetivo do tipo para a caracterização do delito de peculato-uso, consistente na vontade de se
apropriar DEFINITIVAMENTE do bem sob sua guarda. (...) (STF. 1ª Turma. HC 108433
AgR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 25/06/2013) Entretanto, em julgado RECENTÍSSIMO,
o STF se valeu de parcela da Doutrina que entende que o termo “desviar”, um dos núcleos do
tipo de peculato, significa “desviar a finalidade”, ou seja, dar ao bem, valor ou coisa
finalidade DIVERSA daquela que deveria ser dada. Vejamos: (...) O peculato desvio
caracteriza-se na hipótese em que terceiro recebe armas emprestadas pelo juiz, depositário
fiel dos instrumentos do crime, acautelados ao magistrado para fins penais, enquadrando-se
no conceito de funcionário público. 2. In casu, Juiz Federal detinha em seu poder duas
pistolas apreendidas no curso de processo-crime em tramitação perante a Vara da qual era
titular. Ao entregar os armamentos a policial federal desviou bem de que tinha posse em
razão da função em proveito deste, emprestando-lhe finalidade diversa da pretendida ao
assumir a função de depositário fiel. 3. O artigo 312 do Código Penal dispõe: “Art. 312 -
Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público
ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou
alheio: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa”. 4. É cediço que “o verbo núcleo
desviar tem o significado, nesse dispositivo legal, de alterar o destino natural do objeto
material ou dar-lhe outro encaminhamento, ou, em outros termos no peculato desvio o
funcionário público dá ao objeto material aplicação diversa da que lhe foi determinada, em
benefício próprio ou de outrem. Nessa figura não há o propósito de apropriar-se, que é
identificado como animus rem sibi habendi, podendo ser caracterizado o desvio proibido pelo
tipo, com simples uso irregular da coisa pública, objeto material do peculato.”
(BITTENCOURT, Cezar. Tratado de direito penal. v. 5. Saraiva, São Paulo: 2013, 7ª Ed. p.
47). 3. É possível a atribuição do conceito de funcionário público contida no artigo 327 do
Código Penal a Juiz Federal. É que a função jurisdicional é função pública, pois consiste
atividade privativa do Estado-Juiz, sistematizada pela Constituição e normas processuais
respectivas. Consequentemente, aquele que atua na prestação jurisdicional ou a pretexto de
exercê-la é funcionário público para fins penais. Precedente: (RHC 110.432, Relator Min.
Luiz Fux, Primeira Turma, julgado em 18/12/2012). 4. A via estreita do Habeas Corpus não
se preza à discussão acerca da valoração da prova produzida em ação penal. É que, nos
termos da Constituição esta ação se destina a afastar restrição à liberdade de locomoção por
ilegalidade ou por abuso de poder. 5. Recurso desprovido. (RHC 103559, Relator(a): Min.
LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 19/08/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-190
DIVULG 29-09-2014 PUBLIC 30-09-2014) Tudo bem que a questão pede que se responda
“conforme a Doutrina dominante” (que de fato entende que o peculato “de uso” não se
enquadraria no conceito de “desvio”, já que entende que o “desvio”, neste caso, pressupõe o
animus rem sibi habendi), mas é inegável a relevância do entendimento do STF sobre a
questão, inclusive por citar a Doutrina do prof. Cézar Roberto Bitencourt.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E (mas CABERIA RECURSO!
QUESTÃO 600 - Paulo ofereceu R$ 300,00 a um Oficial de Justiça para retardar a sua citação.
O Oficial de Justiça aceitou a oferta, mas achou o valor oferecido muito baixo, tendo Paulo
ficado de estudar eventual majoração. Nesse caso, o Oficial de Justiça cometeu crime de
a) corrupção passiva, na forma consumada.
b) corrupção passiva, na forma tentada.
c) concussão, na forma consumada.
d) concussão, na forma tentada
e) prevaricação.
COMENTÁRIOS:
O oficial de justiça, aqui, praticou o delito de corrupção PASSIVA na forma CONSUMADA,
pois aceitou a promessa de vantagem indevida em razão do cargo. Vejamos: Corrupção
passiva Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar
promessa de tal vantagem: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação
dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003) O fato de a vantagem não ter sido efetivamente
recebida ou, sequer, ter tido seu valor fixado (ficou pendente a eventual majoração) é
irrelevante para fins de consumação do delito.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 601 - No que concerne ao crime de peculato doloso, é correto afirmar que
a) o ressarcimento do dano até a denúncia extingue a punibilidade do agente.
b) o particular responde pelo delito quando for coautor ou partícipe.
c) o delito só se caracteriza se o agente tiver obtido vantagem patrimonial.
d) a imputação do delito depende de prévia tomada ou prestação de contas do responsável pelo
desvio.
e) não é possível a continuidade delitiva.
COMENTÁRIOS:
A) ERRADA: Isto só se aplica ao peculato culposo, nos termos do art. 312, §3º do CP. Além
disso, o prazo para a extinção da punibilidade (no peculato culposo!) vai até a sentença
irrecorrível.
B) CORRETA: Embora o particular, a princípio, não possa praticar o delito, por não ser
funcionário público, caso venha a praticar a conduta em concurso de pessoas (coautoria ou
participação) com alguém que possua a qualidade exigida (ser funcionário público e valer-se
do cargo para o crime), responderá também o particular pelo delito, nos termos do art. 30 do
CP. É necessário, ainda, que o particular saiba que seu comparsa possui a qualidade exigida
pelo tipo penal.
C) ERRADA: Item errado, pois a obtenção da vantagem pode se dar por terceiro, e não
necessariamente em favor do agente que pratica o delito.
D) ERRADA: Item errado, pois não há qualquer exigência no CP neste sentido, sendo as
esferas (administrativa e penal) autônomas.
E) ERRADA: Não há nada que proíba a continuidade delitiva em tais crimes, ou seja, o
peculato pode ser praticado na forma do art. 71 do CP (prática reiterada de diversos crimes de
peculato em circunstâncias de empo, lugar, modo de execução, etc.).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
COMENTÁRIOS:
O crime de concussão é de natureza FORMAL e se consuma com a mera EXIGÊNCIA (não
solicitação) da vantagem indevida. Assim, nenhuma das alternativas que trata da consumação
está correta. O crime também não admite modalidade culposa, por ausência de previsão legal
neste sentido. Por fim, é cabível o concurso de pessoas entre o funcionário público e um
particular, desde que este saiba que seu comparsa é funcionário público, nos termos do art. 30
do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
a) Benício e Cassio.
b) Joaquim e Benício.
c) Xisto e Benício.
d) Joaquim e Cassio.
e) Xisto, Joaquim e Benício.
COMENTÁRIOS:
A condenação por crime FUNCIONAL (que seja relativo às funções exercidas) pode
acarretar a perda da unção pública quando a pena aplicada é igual ou superior a um ano, nos
termos do art. 92, I, a do CP. Assim, somente Xisto e Benício estarão sujeitos à perda do
cargo público como efeito da condenação, pois praticaram crimes FUNCIONAIS e
receberam pena superior a 01 ano. Joaquim e Cássio receberam, também, penas superiores a
01 ano, mas não praticaram crimes que tivessem relação COM SUAS FUNÇÕES
PÚBLICAS.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
COMENTÁRIOS:
O agente, aqui, praticou o delito de corrupção passiva, em sua forma privilegiada, nos termos
do art. 317, §2º do CP, pois praticou a conduta atendendo a pedido do contribuinte.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 606 - Um contribuinte foi até o balcão de atendimento do setor fiscal e apresentou
documento para a comprovação de quitação do tributo. Todavia, faltou com o respeito contra o
funcionário autorizado para o registro no sistema. O funcionário, diante da ofensa, alterou os
dados inseridos para que constasse pagamento parcial e não total do tributo. Com isso, o
contribuinte foi acionado judicialmente para pagamento do tributo que já tinha quitado. A
conduta do funcionário está inserida no crime de
a) prevaricação.
b) modificação não autorizada de sistema de informações.
c) sonegação de documento
d) falsidade ideológica.
e) inserção de dados falsos em sistema de informações.
COMENTÁRIOS:
O funcionário praticou o delito de inserção de dados falsos em sistema de informações,
previsto no art. 313- A do CP. Vejamos: Inserção de dados falsos em sistema de informações
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário
autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos
sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de obter
vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano: (Incluído pela Lei nº 9.983,
de 2000)) Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983,
de 2000) O agente responde por este delito, e não por prevaricação, já que é uma forma
“especial” de violação aos deveres funcionais, que neste caso específico ocorreu com o
intuito de CAUSAR DANO ao contribuinte.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
COMENTÁRIOS:
O crime de peculato-furto se consumou no momento em que Paulo distraiu os policiais e
Pedro retirou a motocicleta, pois foi aí que houve, de fato, a SUBTRAÇÃO, que é o
momento consumativo do peculato-furto, previsto no art. 312, §1º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
COMENTÁRIOS:
No delito de concussão o agente EXIGE, para si ou para outrem, direta ou indiretamente,
ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida,
conforme prevê o art. 316 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 608 - O crime de inserção de dados falsos em sistema de informações (art. 313-A
do Código Penal) pode ser cometido
a) pelo funcionário autorizado que inserir ou facilitar a inserção de dados falsos, alterar ou
excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da
Administração pública, com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para
causar dano.
b) por qualquer pessoa que inserir ou facilitar a inserção de dados falsos, alterar ou excluir
indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da
Administração pública.
c) por qualquer funcionário, público ou não, com a finalidade de obter vantagem indevida para
si ou para outrem ou para causar dano.
d) pelo funcionário que modificar ou alterar sistema de informações ou programa de
informática, pública ou não, com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou
para causar dano.
e) pelo funcionário que modificar ou alterar sistema de informações ou programa de informática
sem autorização ou solicitação de autoridade competente.
COMENTÁRIOS:
Tal delito só pode ser cometido pelo funcionário AUTORIZADO que inserir ou facilitar a
inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas
informatizados ou bancos de dados da Administração pública, com o fim de obter vantagem
indevida para si ou para outrem ou para causar dano, conforme previsão contida no art. 313-
A do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
COMENTÁRIOS:
A conduta de José, funcionário público, se amolda ao tipo penal previsto no art. 317 do CP,
ou seja, corrupção passiva, já que recebeu vantagem indevida. Não incide, entretanto, a causa
de aumento de pena prevista no § 1°, pois José não retardou a prática do ato. Pedro, por sua
vez, cometeu crime de corrupção ativa, pois ofereceu vantagem indevida ao funcionário
público José, para que este retardasse a prática de ato de ofício, nos termos do art. 333 do CP.
Assim, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 610 - Durante um julgamento perante o Tribunal do Júri, um jurado, que em sua
vida normal exerce a função de vendedor, solicitou R$ 10.000,00 (dez mil reais) ao advogado
do réu para votar pela absolvição deste. O jurado
a) cometeu crime de corrupção ativa.
b) cometeu crime de corrupção passiva.
c) cometeu crime de concussão.
d) cometeu crime de prevaricação.
e) não cometeu nenhum crime, pois não era funcionário público.
COMENTÁRIOS:
O jurado é considerado, sim, funcionário público, pois o conceito de funcionário público para
fins penais é muito mais abrangente que no Direito Civil, de forma a abranger aqueles que
exercem mera função pública, ainda que transitoriamente e sem remuneração. O jurado
cometeu, assim, o crime previsto no art. 317 do CP, pois solicitou vantagem indevida para si
em razão da função que exercia. Nesse caso, cometeu o crime de corrupção passiva.
Assim, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 611 - A respeito dos crimes contra a Administração Pública, é correto afirmar:
a) Não configura o crime de contrabando a exportação de mercadoria proibida.
b) Constitui crime de desobediência o não atendimento por funcionário público de ordem legal
de outro funcionário público.
c) Comete crime de corrupção ativa quem oferece vantagem indevida a funcionário público para
determina-lo a deixar de praticar medida ilegal.
d) Pratica crime de resistência quem se opõe, mediante violência, ao cumprimento de mandado
de prisão decorrente de sentença condenatória supostamente contrária à prova dos autos.
e) Para a caracterização do crime de desacato não é necessário que o funcionário público esteja
no exercício da função ou, não estando, que a ofensa se verifique em função dela.
COMENTÁRIOS:
a) ERRADA: O crime de contrabando é, por definição, a exportação ou importação de
mercadoria proibida,
nos termos do art. 334 do CP;
b) ERRADA: O crime de desobediência é um crime que só pode ser praticado pelo particular.
Se praticado pelo funcionário público pode, no entanto, configurar o crime de prevaricação,
nos termos dos arts. 329 e 319 do CP;
c) ERRADA: Cuidado com a pegadinha! Se a medida que o funcionário público ia praticar
era ilegal, não há crime de corrupção ativa, pois se exige que o ato que o funcionário público
iria praticar seja legal, nos termos do art. 333 do CP:
d) CORRETA: O fato de a sentença judicial que embasa o mandado de prisão ser considerada
injusta não desconfigura o crime, pois o modo correto para o agente questionar a sentença é a
via recursal. Nesse caso, o ato praticado pelo funcionário público (oficial de justiça) é
plenamente legal, pois se fundamenta em decisão judicial válida, que pode, no entanto, ser
atacada pela via do recurso.
e) ERRADA: É necessário que a ofensa seja proferida, em qualquer caso, em razão da função
pública, esteja ou não o funcionário público no exercício da função no momento do crime.
COMENTÁRIOS:
Neste caso, o servidor público cometeu o crime de inutilização de livro ou documento,
previsto no art. 314 do CP. A punição na esfera penal, no entanto, não impede que o servidor
público seja punido, também, na esfera administrativa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
COMENTÁRIOS:
Como a questão fala que ambos eram amigos íntimos, o concurseiro deve ficar atento e
entender que a Banca quis informar a vocês que o particular sabia que o amigo era
funcionário público. Este fato (saber que o amigo é funcionário público) é indispensável para
que a elementar “funcionário público possa se comunicar” ao particular, nos termos do art. 30
do CP. Assim, ambos responderão pelo crime de peculato consumado em concurso de
pessoas, nos termos dos arts. 312, § 1° c/c arts. 29 e 30, todos do CP.
Deste modo, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
COMENTÁRIOS:
Trata-se de crime previsto no art. 315 do CP, consistente no emprego irregular de verbas ou
rendas públicas: Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida
em lei: Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. Exige-se que a verba tenha sido
efetivamente aplicada para que o crime seja consumado, não bastando o mero desvio da
verba ou renda. No caso, o crime está previsto no capítulo “Dos crimes praticados por
funcionário público contra a administração em geral”.
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
COMENTÁRIOS:
Primeiramente, cumpre estabelecer que Ares é considerado funcionário público, nos termos
do art. 327 do CP, e seu § 1°. A conduta de Ares não pode ser considerada como emprego
irregular de verbas ou rendas públicas, pois a Doutrina entende que para que este crime seja
caracterizado (art. 315 do CP), é necessário que o agente tenha a atribuição de aplicar rendas
e verbas públicas (exige-se, portanto, determinado grau de gerência). No caso, a questão
informa claramente que se trata e mero funcionário, que recebeu pessoalmente os valores em
razão do cargo. Assim, por ter se apoderado destes valores que recebera, cometeu o crime de
peculato-apropriação, nos termos do art. 312 do CP.
Logo, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
COMENTÁRIOS:
Muito cuidado com esta questão, povo! Esta conduta se amolda ao tipo penal previsto no art.
317, § 2° do CP, que prevê o crime de corrupção privilegiada. Este tipo estabelece uma
penalidade diferenciada para o funcionário que se corrompe (deixa de fazer o que deveria, ou
faz o que não deveria) não para obter uma vantagem, mas apenas para fazer um favor a
alguém, para atender a um pedido, como no caso da questão. Muitos candidatos confundiram
a conduta com o crime de prevaricação, do art. 319 do CP. Contudo, não se trata de
prevaricação, pois na prevaricação o agente pratica a conduta para satisfazer sentimento
pessoal (ódio, vingança, etc.) Na corrupção passiva privilegiada temos o famoso “jeitinho
amigo”. Assim, Cronos praticou o crime de corrupção passiva.
Desta forma, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 617 - O funcionário público que, se valendo dessa qualidade, patrocina interesse
privado perante a administração pública comete, em princípio, o crime de
a) corrupção passiva.
b) condescendência criminosa.
c) advocacia administrativa.
d) excesso de exação.
e) prevaricação.
COMENTÁRIOS:
O funcionário público, neste caso, pratica o delito de advocacia administrativa, previsto no
art. 321 do CP: Advocacia administrativa Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente,
interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 618 - Guilhermino, funcionário público estadual estável, exige de Gabriel tributo
que sabe ser indevido aproveitando-se da situação de desconhecimento do cidadão. Neste caso,
segundo o Código Penal brasileiro, Guilhermino praticou crime de
a) peculato culposo.
b) peculato doloso.
c) excesso de exação.
d) condescendência criminosa.
e) corrupção ativa.
COMENTÁRIOS:
Neste caso a conduta do funcionário público configura o delito de excesso de exação,
previsto no art. 316, §1º do CP: Excesso de exação Art. 316 (...) § 1º - Se o funcionário exige
tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido,
emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza: (Redação dada pela
Lei nº 8.137, de 27.12.1990) Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa. (Redação dada pela
Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
COMENTÁRIOS:
Neste caso o funcionário público está praticando o delito previsto no art. 319-A do CP: Art.
319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar
ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com
outros presos ou com o ambiente externo: (Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007). Pena:
detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. Este tipo não possui um “nome oficial”, mas foi
batizado pela Doutrina como prevaricação imprópria, por ser uma espécie de prevaricação.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 620 – Modela-se também pelas ideias de furto e de apropriação indébita a figura
legal do crime de
a) prevaricação.
b) concussão.
c) excesso de exação.
d) favorecimento pessoal.
e) peculato.
COMENTÁRIOS:
O delito, dentre os citados, que se amolda à ideia de furto e de apropriação indébita é o delito
de peculato, eis que se trata de um delito que congrega duas condutas (subtrair e apropriar-se)
também previstas nestes delitos. Contudo, no peculato existem outras variantes que fazem
com que tenhamos este delito e não furto ou apropriação indébita (art. 155 e art. 168 do CP,
respectivamente).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 621 - A exigência de vantagem indevida para si, em razão do exercício de função
pública, caracteriza crime de
a) concussão.
b) corrupção passiva.
c) corrupção ativa.
d) excesso de exação.
e) prevaricação.
COMENTÁRIOS:
A conduta do agente, nesta hipótese, caracteriza o delito de concussão, previsto no art. 316 do
CP: Concussão Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que
fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: Pena - reclusão,
de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela Lei 13.964/19)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 622 - O tipo do art. 320 do Código Penal (Condescendência criminosa) está assim
redigido: “Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu
infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao
conhecimento da autoridade competente”. No que concerne ao fato típico, a expressão “por
indulgência” corresponde
a) ao resultado.
b) à ação.
c) ao elemento subjetivo do tipo.
d) ao nexo de causalidade.
e) à omissão.
COMENTÁRIOS:
O termo “por indulgência” se refere ao animus do agente, ou seja, sua intenção,
caracterizando-se como um dolo específico. Assim, está relacionado ao elemento subjetivo
do tipo penal.
QUESTÃO 623 - O funcionário público que, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou
bem, o subtrai, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a
qualidade de funcionário:
a) comete crime de prevaricação.
b) não comete crime contra a Administração Pública.
c) comete crime de peculato culposo.
d) comete crime de peculato doloso.
e) comete crime de excesso de exação.
COMENTÁRIOS:
O funcionário, neste caso, pratica o delito de peculato doloso (na modalidade de peculato-
furto), previsto no art. 312, §1º do CP: Peculato Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público
de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em
razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: Pena - reclusão, de dois a doze
anos, e multa. § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a
posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito
próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 624 - Tício, funcionário público federal, em fiscalização de rotina, constatou que
Paulus, proprietário de uma mercearia, estava devendo tributos ao Fisco. Em vista disso,
concedeu-lhe o prazo de quarenta e oito horas para efetivar o pagamento e mandou colocar uma
faixa na porta do estabelecimento, dizendo: “Este comerciante deve ao Fisco e deverá pagar o
tributo devido em quarenta e oito horas”. A conduta de Tício caracterizou o crime de
a) prevaricação.
b) calúnia.
c) concussão.
d) corrupção passiva.
e) excesso de exação.
COMENTÁRIOS:
Aqui temos o delito de excesso de exação, pelo emprego de meio vexatório na cobrança.
Vejamos: Excesso de exação Art. 316 (..) § 1º - Se o funcionário exige tributo ou
contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na
cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza: (Redação dada pela Lei nº 8.137,
de 27.12.1990)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 625 - Tecius, funcionário público municipal, apropriou-se de remédios doados por
um laboratório farmacêutico ao Posto de Saúde do qual era médico chefe, e os levou ao seu
consultório particular, vendendo-os a seus clientes. Tecius, além de outras infrações legais,
a) responderá por crime de peculato, porque tinha a posse dos medicamentos em razão do seu
cargo.
b) não responderá por crime de peculato, porque o objeto desse delito só pode ser dinheiro.
c) só responderá por crime de peculato se a doação dos remédios tiver sido regularmente
formalizada e aceita pela Administração Pública Municipal.
d) não responderá por crime de peculato porque os remédios foram recebidos em doação e não
foram adquiridos pela Administração Pública Municipal.
e) responderá apenas pelo crime de prevaricação, por ter praticado indevidamente ato de ofício.
COMENTÁRIOS:
O agente, aqui, praticou o delito de peculato, previsto no art. 312 do CP: Peculato Art. 312 -
Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público
ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou
alheio: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 626 - Rodrigues, funcionário público lotado em repartição fiscal, emprestou sua
senha a um amigo estranho ao serviço público, possibilitando-lhe acesso ao banco de dados da
Administração Pública, para fins de obtenção de lista de contribuintes e envio de material
publicitário. Nesse caso, Rodrigues responderá por crime de
a) tráfico de influência.
b) condescendência criminosa.
c) excesso de exação.
d) prevaricação.
e) violação de sigilo funcional.
COMENTÁRIOS:
O agente praticou o delito de violação de sigilo funcional, previsto no art. 325, §1º, I do CP:
Violação de sigilo funcional Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e
que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação: Pena - detenção, de seis meses
a dois anos, ou multa, se o fato não constitui crime mais grave. § 1º Nas mesmas penas deste
artigo incorre quem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) I - permite ou facilita, mediante
atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas
não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pública;
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 627 - Ronaldo, que exercia função pública apenas temporariamente, sem receber
remuneração, exige R$ 1.000,00 para dar prioridade na prática de ato de ofício que era de sua
responsabilidade. Apesar da exigência, o fato vem a ser descoberto antes do pagamento da
vantagem indevida e antes mesmo da prática com prioridade do ato de ofício.
Diante da descoberta dos fatos nos termos narrados, a conduta de Ronaldo configura:
(A) corrupção passiva, devendo a pena ser aplicada considerando a modalidade tentada do
delito;
(B) concussão, devendo a pena ser aplicada considerando a modalidade consumada do delito;
(C) corrupção passiva, devendo a pena ser aplicada considerando a modalidade consumada do
delito;
(D) concussão, devendo a pena ser aplicada considerando a modalidade tentada do delito;
(E) atipicidade em relação aos crimes contra a Administração Pública, tendo em vista que o
agente não pode ser considerado funcionário público para fins penais.
COMENTÁRIOS:
Neste caso, Ronaldo deve responder pelo crime de concussão, previsto no art. 316 do CP,
pois exigiu vantagem indevida em razão da função que exercia (mesmo que
temporariamente). Tal delito se consumou quando houve a exigência da vantagem indevida,
sendo irrelevante, para fins de consumação do crime, o não recebimento da vantagem
pretendida.
Portanto, a ALTERANTIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 628 - João, funcionário público de determinado cartório de Tribunal de Justiça, após
apropriar-se de objeto que tinha a posse em razão do cargo que ocupava, é convencido por sua
esposa a devolvê-lo no dia seguinte, o que vem a fazer, comunicando o fato ao seu superior, que
adota as medidas penais pertinentes.
Diante desse quadro, é correto afirmar que:
(A) houve arrependimento eficaz, sendo o comportamento de João penalmente impunível;
(B) houve desistência voluntária, sendo o comportamento de João penalmente impunível;
(C) deverá João responder pelo crime de peculato tentado;
(D) deverá João responder pelo crime de peculato consumado, com a redução de pena pelo
arrependimento posterior;
(E) deverá João responder pelo crime de peculato consumado, sem qualquer redução de pena.
COMENTÁRIOS:
João praticou o crime de peculato, previsto no art. 312 do CP, pois se apropriou de bem de
que tinha a posse em razão do cargo. A restituição da coisa, aqui, não tem o condão de
extinguir a punibilidade (o que ocorre no peculato CULPOSO). Neste caso, a restituição da
coisa pode constituir apenas arrependimento posterior, na forma do art. 16 do CP (causa de
diminuição de pena).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 629 - João, Procurador de Assembleia Legislativa, ao deixar seu gabinete ao final
do expediente, esquece de trancar a porta de sua sala, como determinam as regras de segurança.
Aproveitando-se desse fato, Miguel, outro funcionário público que exerce suas funções no local,
ingressa no gabinete e subtrai o computador pertencente à Assembleia.
Considerando a situação apresentada, é correto afirmar que:
a) a reparação do dano por parte de João antes da sentença, ainda que após o recebimento da
denúncia, gera a extinção de sua punibilidade;
b) a conduta de João é atípica, já que seu comportamento foi apenas culposo, enquanto o
comportamento de Miguel configura crime de peculato;
c) a reparação do dano por parte de João e Miguel, desde que realizada antes do recebimento da
denúncia, funciona como causa de extinção da punibilidade;
d) as condutas de João e Miguel configuram crime de peculato, de modo que irrelevante a
reparação do dano após o oferecimento da denúncia;
e) a reparação do dano por parte de João antes da sentença, ainda que posterior ao recebimento
da denúncia, configura causa de redução de pena.
COMENTÁRIOS:
Neste caso, temos o crime de peculato CULPOSO praticado por João, na forma do art. 312,
§2º do CP, pois culposamente, em razão de sua negligência, contribuiu para o peculato-furto
praticado por Miguel. Neste caso, a reparação do dano, por parte de João, é causa de extinção
da punibilidade em relação ao crime por ele praticado (peculato culposo), desde que ocorra
antes da sentença irrecorrível, na forma do art. 312, §3º do CP. Caso a reparação do dano se
dê após a sentença irrecorrível, isso gerará a redução da pena imposta a João pela metade. No
caso de Miguel, a reparação do dano não produz tais efeitos, embora possa ser considerada
“arrependimento posterior” (se realizada antes do recebimento da denúncia), não gera a
extinção da punibilidade, por se tratar de peculato doloso.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 630 - João foi aprovado em concurso público para ingresso no quadro de
funcionários do Ministério Público, sendo nomeado e tendo tomado posse, e, apesar de não ter
assumido sua função por razões burocráticas, já foi informado de que seria designado para atuar
junto à Promotoria de Justiça Criminal de Duque de Caxias. Ciente da existência de
investigação para apurar ilícitos fiscais que estariam sendo praticados por empresário da cidade,
colega de seu pai, procura o advogado do investigado e narra que será designado para atuar na
Promotoria com atribuição para o caso, passando a solicitar a quantia de 50 mil reais para, de
alguma forma, influenciar naquela investigação de maneira favorável ao indiciado.
Considerando a situação narrada, é correto afirmar que a conduta de João, em tese:
a) configura crime de corrupção passiva;
b) configura crime de prevaricação;
c) configura crime de advocacia administrativa;
d) configura crime de exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado;
e) é atípica, já que nem mesmo havia iniciado o exercício de sua função.
COMENTÁRIOS:
Neste caso o agente solicitou vantagem indevida para infringir dever funcional, o que
configura o crime de corrupção passiva, na forma do art. 317 do CP: Corrupção passiva Art.
317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da
função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de
tal vantagem: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei
nº 10.763, de 12.11.2003) Neste caso, o fato de João ainda não ter assumido a função não
impede a caracterização do crime, eis que tal delito pode ser praticado mesmo antes de o
agente assumir a função, mas desde que a conduta seja praticada em razão da função que virá
a assumir.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 631 - Caio ocupa cargo em comissão em órgão da administração direta, tendo se
apoderado, indevidamente e em proveito próprio, de um laptop pertencente ao órgão por ele
dirigido e do qual tinha a posse em razão do cargo. Diante do fato narrado, Caio deverá
responder por:
a) crime comum, mas não próprio, já que não pode ser considerado funcionário público;
b) peculato-furto, com o aumento de pena em razão do cargo comissionado ocupado;
c) peculato apropriação, com o aumento de pena em razão do cargo comissionado ocupado;
d) peculato apropriação, com direito à extinção da punibilidade se devolvida a coisa ou reparado
o dano antes do recebimento da denúncia;
e) peculato-furto, com a redução da pena pela metade se devolvida a coisa antes do recebimento
da denúncia.
COMENTÁRIOS:
Neste caso o agente praticou o crime de peculato, na modalidade “peculato-apropriação” pois
se apropriou de bem de que tinha a posse em razão do cargo, na forma do art. 312 do CP:
Peculato Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro
bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em
proveito próprio ou alheio: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. Além disso, como é
ocupante de cargo em comissão na administração direta, sua pena será aumentada em 1/3, na
forma do art. 327, §2º do CP: Art. 327 (...) § 2º - A pena será aumentada da terça parte
quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em
comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta,
sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público.
(Incluído pela Lei nº 6.799, de 1980)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 632 - Paulo é chefe de uma repartição pública, onde também trabalha Julia, sob a
sua supervisão e subordinação. Tomando conhecimento de uma falta funcional praticada por
esta sua funcionária, deixa de tomar as providências próprias exigidas por seu cargo e de
responsabilizá-la, pois sabendo que ela é mãe de três filhos, acredita que necessita continuar
exercendo suas funções sem mácula na ficha funcional. Descoberto o fato, em tese, a conduta de
Paulo:
a) é atípica;
b) configura crime de corrupção passiva;
COMENTÁRIOS:
A conduta de Paulo, neste caso, configura o crime de condescendência criminosa, previsto no
art. 320 do CP, pois, por indulgência, deixou de responsabilizar subordinada sua, que havia
cometido falta funcional no exercício do cargo: Condescendência criminosa Art. 320 - Deixar
o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no
exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da
autoridade competente: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 633 - O conceito de funcionário público para fins penais não se confunde com o
conceito para outros ramos do Direito. Em sendo crime próprio praticado por funcionário
público contra a Administração, aplica-se o artigo 327 do Código Penal, que apresenta um
conceito amplo de funcionário público para efeitos penais. Por outro lado, o artigo respeita o
princípio da legalidade, disciplinando expressamente em que ocasião determinado indivíduo
será considerado funcionário público para fins de definição do sujeito ativo de crimes próprios.
Sobre o tema ora tratado e de acordo com o dispositivo acima mencionado, é correto afirmar
que:
a) exige-se o requisito da permanência para que seja reconhecida a condição de funcionário
público no campo penal;
b) somente pode ser considerado funcionário público aquele que recebe qualquer tipo de
remuneração no exercício de cargo, emprego ou função pública;
c) aquele que exerce cargo em autarquias, entidades paraestatais ou fundações públicas, não é
considerado funcionário público para efeitos penais;
d) o perito judicial não é considerado funcionário público para efeitos penais, já que apenas
exerce a função transitoriamente;
e) é equiparado a funcionário público, para efeitos penais, aquele que trabalha para empresa
contratada para a execução de atividade típica da Administração Pública.
COMENTÁRIOS:
Conforme preconiza o art. 327 do CP, “considera-se funcionário público, para os efeitos
penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou
função pública“. Daí já podemos concluir que as letras A, B e D. O art. 327, §1º, do CP,
estabelece ainda aqueles que são EQUIPARADOS a funcionário público para fins penais:
Art. 327 (...) § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função
em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou
conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública. (Incluído pela Lei
nº 9.983, de 2000) Vemos, portanto, que a letra C também está errada. Por outro lado, a letra
E está correta, pois aquele que trabalha para empresa contratada para a execução de atividade
típica da Administração Pública é equiparado a funcionário público, para efeitos penais,
conforme art. 327, §1º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 634 - Matheus, funcionário público, recebe em razão do exercício de sua função
junto ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, diariamente, uma grande quantidade
de dinheiro em espécie. Verificando que a vigilância não era significativa, decide se apropriar
de parte dos valores, e, para tanto, solicita a ajuda de seu amigo Bruno, que não era funcionário
público, mas tinha conhecimento de todo o plano delitivo de Matheus. Considerando a situação
narrada e as características do delito de peculato, é correto afirmar que:
a) o crime de peculato somente pode ser praticado em sua modalidade dolosa;
b) por ser crime próprio, somente Matheus poderá ser denunciado pelo mesmo, já que
funcionário público, enquanto Bruno não responderá por qualquer crime;
c) apesar de ser crime praticado contra a Administração Pública, no crime de peculato os
valores ou bens apropriados podem ser públicos ou particulares;
d) se a apropriação for de dinheiro recebido, no exercício do cargo, por erro de outrem, o crime
será comum e não especial de funcionário contra a Administração, já que o particular é quem foi
lesado;
e) no crime de peculato-furto, o funcionário tem a posse do dinheiro em razão do cargo e o
desvia em proveito próprio ou alheio.
COMENTÁRIOS:
a) ERRADA: Item errado, pois o peculato também é punível na forma culposa, conforme
prevê o art. 312, §2º do CP.
b) ERRADA: Item errado, pois apesar de se tratar de crime próprio, em alguns casos, é
possível que um particular pratique crime funcional contra a administração pública, desde
que em concurso de pessoas com um funcionário público. Neste caso, a condição de
funcionário público de um dos comparsas se comunica ao outro (que não a possui),
permitindo sua punição pelo crime de peculato, conforme art. 30 do CP. Assim, ambos
poderão responder pelo crime de peculato.
c) CORRETA: Item correto, pois os valores ou bens apropriados podem ser públicos ou
particulares, sendo necessário, apenas, que estejam na posse do funcionário em razão da
QUESTÃO 635 - A respeito dos efeitos penais a serem aplicados na Administração Pública,
assinale a afirmativa incorreta.
a) Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou
sem remuneração, exerce caro, emprego ou função pública.
b) Não é considerado funcionário público, para os efeitos penais, quem trabalha para empresa
prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da
Administração Pública.
c) Equipara- se a funcionário público, para os efeitos penais, quem exerce cargo, emprego ou
função em entidade paraestatal.
d) Terá sua pena aumentada, quando autor de crime contra a administração pública, o
funcionário público que exerce cargo em comissão.
e) Pode também responder por crime contra a administração pública, em casos especiais, aquele
que não é funcionário público.
COMENTÁRIOS:
A condição de funcionário público, para fins penais, e os reflexos desta nos crimes contra a
administração pública estão previstos no art. 327 do CP: Funcionário público Art. 327 -
Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou
sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. § 1º - Equipara-se a funcionário
público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para
empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica
da Administração Pública. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) § 2º - A pena será aumentada
da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de
cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração
direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder
público. (Incluído pela Lei nº 6.799, de 1980) Em alguns casos, é possível, ainda, que um
particular pratique crime funcional contra a administração pública, desde que em concurso de
pessoas com um funcionário público. Neste caso, a condição de funcionário público de um
dos comparsas se comunica ao outro (que não a possui), permitindo sua punição pelo crime
de peculato, conforme art. 30 do CP. A alternativa incorreta é a letra B, eis que quem trabalha
para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade
típica da Administração Pública é considerado funcionário público, por equiparação,
conforme prevê o §1º do art. 327 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA INCORRETA É A LETRA B.
COMENTÁRIOS:
I - CORRETA: Esta definição se amolda ao que dispõe o art. 327 do CP: Art. 327 -
Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou
sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
II - CORRETA: De fato, a figura do funcionário público por equiparação encontra-se prevista
no §1º do art. 327 do CP: § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo,
emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de
serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração
Pública. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
III - ERRADA: Neste caso a pena não será aumentada de metade, mas da terça parte, nos
termos do art. 327, §2º do CP: Art. 327 (...) § 2º - A pena será aumentada da terça parte
quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em
COMENTÁRIOS:
I - CORRETA: Esta é a previsão do art. 327 do CP: Art. 327 - Considera-se funcionário
público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce
cargo, emprego ou função pública. § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce
cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora
de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração
Pública. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
II - CORRETA: Segundo a Doutrina, tanto os jurados quanto os mesários eleitorais são
considerados funcionários públicos para fins penais, pois exercem função pública, ainda que
transitoriamente e sem remuneração;
III - CORRETA: De fato, esta causa de aumento de pena está prevista no art. 327, §2º do CP:
Art. 327 (...) § 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes
previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou
assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa
pública ou fundação instituída pelo poder público. (Incluído pela Lei nº 6.799, de 1980)
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 638 - Relativamente ao tema dos crimes contra a administração pública, analise as
afirmativas a seguir.
I. Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente
exerce cargo, emprego ou função pública, excetuados aqueles que não percebam qualquer tipo
de remuneração.
II. Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade
paraestatal, mas não quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada para a
execução de atividade típica da Administração Pública.
III. A pena é aumentada da terça parte quando o autor do crime praticado por funcionário
público contra a administração em geral for ocupante de cargo em comissão de órgão da
administração direta.
Assinale:
(A) se somente a afirmativa I estiver correta.
(B) se somente a afirmativa II estiver correta.
(C) se somente a afirmativa III estiver correta.
(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.
COMENTÁRIOS:
I – ERRADA: Nos termos do art. 327 do CP, até mesmo aqueles que não recebam
remuneração poderão ser considerados funcionários públicos para fins penais.
II – ERRADA: Também é equiparado a funcionário público aquele que trabalha para
empresa prestadora de serviço contratada para a execução de atividade típica da
Administração Pública, nos termos do art. 327, §1º do CP.
III – CORRETA: Item correto, pois esta é uma das hipóteses previstas no art. 327, §2º do CP:
Art. 327 (...) § 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes
previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou
assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa
pública ou fundação instituída pelo poder público. (Incluído pela Lei nº 6.799, de 1980)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
d) O funcionário público que ao visitar um colega de outro órgão e se aproveita para subtrair
bem público, responde por peculato furto.
e) É possível a tentativa no crime de peculato, salvo na modalidade culposa.
COMENTÁRIOS:
A) CORRETA: É possível, desde que em concurso de agentes com uma pessoa que seja
funcionário público. Neste caso, a condição de funcionário público de um dos comparsas se
comunica ao outro (que não a possui), permitindo sua punição pelo crime de peculato,
conforme art. 30 do CP; B) CORRETA: O peculato se caracteriza ainda que os bens
apropriados sejam particulares, mas desde que estejam sob custódia do Estado e na posse do
funcionário público (que os recebeu em razão do cargo);
C) CORRETA: Neste caso, o agente responde pelo delito de peculato culposo, previsto no
art. 312, §2º do CP. Neste crime (somente no peculato culposo!), se o agente repara o dano
antes da sentença, ocorre a extinção da punibilidade, conforme prevê o art. 312, §3º do CP;
D) ERRADA: O item está errado, pois no peculato-furto o agente subtrai um bem público ou
particular (do qual não tem a posse) valendo-se das facilidades que o cargo lhe proporciona, o
que não ocorre no caso em tela. Vejamos: Art. 312 (...) § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o
funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou
concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que
lhe proporciona a qualidade de funcionário.
E) CORRETA: A tentativa é perfeitamente admissível, já que o iter criminis pode ser
fracionado. Não se admite, entretanto, no crime culposo, eis que os crimes culposos, por sua
natureza, não admitem tentativa.
Portanto, a ALTERNATIVA INCORRETA É A LETRA D.
COMENTÁRIOS:
A conduta do servidor se caracteriza como crime de peculato-furto, uma espécie de peculato
na qual o agente, não tendo a posse do bem, mas valendo-se da facilidade proporcionada pelo
cargo, subtrai o bem, nos termos do art. 312, §1º do CP: Art. 312 - (...) Pena - reclusão, de
dois a doze anos, e multa. § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora
não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído,
em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de
funcionário.
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
COMENTÁRIOS:
Neste caso, os dois primeiros (João e José) praticaram o crime de peculato doloso em
concurso de agentes (art. 312 do CP). Já Aremitas apenas foi negligente, não tendo aderido à
conduta de João e José. Neste caso, responderá por peculato culposo, nos termos do art. 312,
§2º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 642 - Lucas, funcionário público do Tribunal de Justiça, e Laura, sua noiva,
estudante de direito, resolveram subtrair notebooks de última geração adquiridos pela serventia
onde Lucas exerce suas funções. Assim, para conseguir seu intento, combinaram dividir a
execução do delito. Lucas, em determinado feriado municipal, valendo-se da facilidade que seu
cargo lhe proporcionava, identificou-se na recepção e disse ao segurança que precisava ir até a
serventia para buscar alguns pertences que havia esquecido. O segurança, que já conhecia Lucas
de vista, não desconfiou de nada e permitiu o acesso. Ressalte-se que, além de ser serventuário,
Lucas conhecia detalhadamente o prédio público, razão pela qual se dirigiu rapidamente ao
local desejado, subtraindo todos os notebooks. Após, foi a uma janela e, dali, os entregou a
Laura, que os colocou no carro e saiu. Ao final, Lucas conseguiu deixar o edifício sem que
ninguém suspeitasse de nada. Todavia, cerca de uma semana após, Laura e Lucas têm uma
discussão e terminam o noivado. Muito enraivecida, Laura procura a polícia e noticia os fatos,
ocasião em que devolve todos os notebooks subtraídos.
Com base nas informações do caso narrado, assinale a afirmativa correta.
a) Laura e Lucas devem responder pelo delito de peculato- furto praticado em concurso de
agentes.
b) Laura deve responder por furto qualificado e Lucas deve responder por peculato-furto, dada à
incomunicabilidade das circunstâncias.
c) Laura e Lucas serão beneficiados pela causa extintiva de punibilidade, uma vez que houve
reparação do dano ao erário anteriormente à denúncia.
d) Laura será beneficiada pelo instituto do arrependimento eficaz, mas Lucas não poderá valer-
se de tal benefício, pois a restituição dos bens, por parte dele, não foi voluntária.
COMENTÁRIOS:
Ambos deverão responder pelo delito de peculato (na modalidade “peculato-furto), praticado
em concurso de agentes, nos termos do art. 312, §1º do CP: Peculato Art. 312 - Apropriar-se
o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular,
de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: Pena -
reclusão, de dois a doze anos, e multa. § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário
público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que
seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a
qualidade de funcionário. Não há que se falar em arrependimento eficaz, pois o crime se
consumou. Também não há que se falar em extinção da punibilidade pela reparação do dano,
eis que só cabível em relação ao peculato CULPOSO, nos termos do art. 312, §3º do CP.
d) O crime de peculato apropriação somente pode ter como objeto material dinheiro, valor ou
outro bem móvel público, mas nunca particular.
e) O crime de peculato pode ser praticado na modalidade culposa. A reparação do dano, desde
que anterior à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade do agente. Se posterior a esse
momento, haverá redução de metade da pena imposta.
COMENTÁRIOS:
A) ERRADA: A forma culposa deste delito está prevista no art. 312, §2º do CP.
B) ERRADA: O funcionário público, aqui, pratica mero crime de furto, previsto no art. 155
do CP, pois o fato não guarda qualquer relação com sua atividade funcional.
C) ERRADA: Item errado, pois o particular também poderá responder pelo delito, desde que
o pratique em concurso de agentes com um funcionário público, nos termos do art. 30 do CP.
D) ERRADA: Item errado, pois os bens particulares também podem ser objetos materiais do
crime de peculato, desde que estejam sob a custódia do poder público.
E) CORRETA: Item correto, pois esta é a previsão do art. 312, §3º do CP: Peculato culposo
Art. 312 (...) § 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem: Pena -
detenção, de três meses a um ano. § 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano,
se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade
a pena imposta.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 644 - Francisco e Armando foram condenados pela prática do crime de peculato,
previsto no Artigo 312 do Código Penal. Francisco, na qualidade de funcionário público, ao ser
removido para outro setor do órgão público onde trabalhava, resolveu apropriar-se de todos os
equipamentos existentes na antiga sala que ocupava e que pertenciam à administração pública.
Como não conseguiria carregar sozinho os equipamentos e nem tinha carro para realizar o
transporte, solicitou a ajuda de seu amigo Armando, este não funcionário público. Armando
concordou em auxiliar seu amigo na empreitada, não apenas ajudando a carregar os
equipamentos, mas também emprestando seu carro para o transporte, mesmo tendo ciência de
que se tratava de bens públicos e de que Francisco tinha sua posse apenas pelo fato de ocupar
determinado cargo na administração pública. Ao apelar da sentença condenatória, a Defesa de
Armando alegou que ele não poderia ter sido condenado pela prática de peculato, uma vez que
se trata de crime praticado apenas por funcionários públicos.
Sobre a tese sustentada pela Defesa de Armando, pode-se afirmar que:
a) está correta, uma vez que peculato consiste em crime próprio, praticado apenas por
funcionários públicos e jamais poderia ter sido atribuído a quem não ostenta tal qualidade.
b) está correta, uma vez que peculato consiste em crime de mão própria, praticado apenas por
funcionários públicos e jamais poderia ter sido atribuído a quem não ostenta tal qualidade.
c) não está correta, uma vez que as circunstâncias e condições de caráter pessoal, quando
elementares do tipo, comunicam- se ao coautor do crime, ainda que ele não ostente tais
qualidades.
d) não está correta, pois, em se tratando de crimes contra a administração pública, é irrelevante
que o autor da conduta ostente a qualidade de funcionário público.
e) não está correta porque o peculato, quanto ao sujeito ativo, é crime comum.
COMENTÁRIOS:
A tese defensiva não está correta, pois o particular também poderá responder pelo delito,
desde que o pratique em concurso de agentes com um funcionário público, nos termos do art.
30 do CP, que é exatamente o que ocorreu na situação: Circunstâncias incomunicáveis Art.
30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando
elementares do crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Assim, podemos
perceber que a elementar “funcionário público”, condição exigida pelo tipo penal, irá se
comunicar aos demais coautores do crime, por se tratar de uma condição que, embora
pessoal, é essencial.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 645 - O crime de peculato está disciplinado no art. 312 do Código Penal. Visa
proteger, dentre outros bens jurídicos, a moralidade administrativa e o patrimônio. Sobre tal
delito, é correto afirmar que:
(A) por ser crime classificado pela doutrina como crime próprio, em hipótese alguma poderá o
particular não funcionário público por ele responder;
(B) exige que a subtração/desvio/apropriação seja de valor, não havendo tipicidade quando for
de bem móvel;
(C) o Código Penal não criminaliza sua modalidade culposa;
(D) para tipificar, o valor subtraído deverá ser necessariamente público;
(E) exige que a posse de eventual valor subtraído decorra do cargo, emprego ou função ou ao
menos que haja facilidade decorrente da posição de funcionário público.
COMENTÁRIOS:
A) ERRADA: É possível que seja praticado por um particular, desde que em concurso de
pessoas com alguém que seja funcionário público, na forma do art. 30 do CP.
B) ERRADA: Item errado, pois é plenamente possível que o objeto do crime seja bem móvel.
C) ERRADA: Existe a modalidade de peculato CULPOSO, nos termos do art. 312, §2º do
CP.
D) ERRADA: O objeto do crime (bem, valor, coisa, etc.) pode ser tanto público quanto
privado (nesse caso, deve estar em poder do Estado).
E) CORRETA: Item correto, pois exige-se que o funcionário público se valha desta qualidade
para praticar o delito, seja por ter a posse do bem, seja por ter maior facilidade para sua
subtração.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
COMENTÁRIOS:
A questão foi bem anulada, pois a alternativa B, dada como correta, é questionável, já que o
nome “peculato eletrônico” é mera construção doutrinária, não tendo previsão no art. 313-A
do CP. Além disso, tal delito não resta configurado apenas com o dolo genérico, é necessário
o dolo específico, consistente em praticar a conduta “com o fim de obter vantagem indevida
para si ou para outrem ou para causar dano”. A alternativa D, por sua vez, dada como errada,
também é questionável, pois o peculato-desvio, de fato, pode ser praticado desta forma (ainda
que o desvio também possa ser realizado em benefício próprio). Assim, diante de tamanha
confusão, fez bem a Banca em anular a questão.
Portanto, a questão foi ANULADA.
QUESTÃO 647 - O funcionário José, responsável pela prestação de informações aos sistemas
informatizados ou banco de dados da Administração Pública Federal, após receber da empresa
"X" uma determinada quantia em dinheiro, excluiu, indevidamente, alguns dados corretos do
sistema, o que implicou inequívoco prejuízo à Administração Tributária.
Sobre a situação hipotética do funcionário José é correto afirmar que:
a) responderá somente por infração de ordem administrativa, uma vez que sua conduta não
caracteriza qualquer ilícito penal.
b) além das consequências administrativas a que estará sujeito, responderá por crime de
peculato, previsto no artigo 313, caput, do Código Penal.
c) além das consequências administrativas a que estará sujeito, responderá por crime de excesso
de exação, previsto no artigo 316, parágrafo 1º, do Código Penal.
d) além das consequências administrativas a que estará sujeito, responderá por crime de
modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações, previsto no artigo 313-B do
Código Penal. e) além das consequências administrativas, a que estará sujeito, responderá por
crime de inserção de dados falsos em sistema de informações, previsto no artigo 313-A do
Código Penal.
COMENTÁRIOS:
Além de responder administrativamente pelo seu ato, o agente responderá, ainda, pelo delito
previsto no art.313-A do CP. Vejamos: Inserção de dados falsos em sistema de informações
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário
autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos
sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de obter
vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano: (Incluído pela Lei nº 9.983,
de 2000)) Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983,
de 2000)
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 648 - Fundação Pública Federal contrata o técnico de informática Abelardo Fonseca
para que opere o sistema informatizado destinado à elaboração da folha de pagamento de seus
funcionários. Abelardo, ao elaborar a referida folha de pagamento, altera as informações sobre a
remuneração dos funcionários da Fundação no sistema, descontando a quantia de cinco reais de
cada um deles. A seguir, insere o seu próprio nome e sua própria conta bancária no sistema,
atribuindo-se a condição de funcionário da Fundação e destina à sua conta o total dos valores
desviados dos demais. Terminada a elaboração da folha, Abelardo remete as informações à
seção de pagamentos, a qual efetua os pagamentos de acordo com as informações lançadas no
sistema por ele. Considerando tal narrativa, é correto afirmar que Abelardo praticou crime de:
(A) estelionato.
(B) peculato.
(C) concussão.
(D) inserção de dados falsos em sistema de informações.
COMENTÁRIOS:
A conduta de Abelardo se amolda perfeitamente ao tipo penal previsto no art. 313-A do CP
QUESTÃO 649 - José Augusto, funcionário público responsável pela guarda de livros oficiais
de determinado cartório judicial, por um descuido seu, não percebeu quando encaminhou um
dos livros de que tinha a guarda para a lixeira, junto com outros papéis. Diante do extravio do
livro oficial, é correto afirmar que o funcionário:
(A) cometeu o crime de peculato mediante erro de outrem;
(B) cometeu o crime de extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento;
(C) não cometeu crime algum contra a Administração em Geral;
(D) cometeu crime de condescendência criminosa;
(E) cometeu crime de abandono de função.
COMENTÁRIOS:
No caso em tela o agente não cometeu crime algum, pois o delito de “extravio de livro ou
documento público” só é punível na forma dolosa, não havendo forma culposa, nos termos do
art. 314 do CP: Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento Art. 314 -
Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em razão do cargo;
sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente: Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o
fato não constitui crime mais grave.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
COMENTÁRIOS:
A conduta do analista configura o delito de corrupção passiva, previsto no art. 317 do CP:
Corrupção passiva Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem
indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos,
e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003) O crime ocorreu na forma
consumada, pois o eventual recebimento da vantagem é absolutamente desnecessário para a
consumação do crime.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
COMENTÁRIOS:
A vantagem indevida pode ser de qualquer natureza, conforme Doutrina majoritária. O
servidor em gozo de férias pode praticar o delito. O agente não atua para satisfazer interesse
pessoal, caso contrário estaria praticando o crime de prevaricação (art. 319 do CP). A pena,
no caso de o ato ilegal ser praticado, é aumentada de 1/3. O ato funcional que o agente deva
praticar tanto pode ser lícito ou ilícito, a lei não distingue.
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 652 - Caio, estagiário concursado do Tribunal de Justiça, no exercício dessa sua
função, solicita de um advogado que realizava atendimento a quantia de R$400,00 para adiantar
a juntada de determinada petição. Insatisfeito com a conduta de Caio, de imediato o advogado
recusou a solicitação e denunciou o ocorrido ao Ministério Público. Considerando apenas a
situação narrada, é correto afirmar que Caio deverá ser responsabilizado pela prática de um
crime de:
(A) corrupção ativa, consumado;
(B) corrupção passiva, tentado;
COMENTÁRIOS:
Caio deverá responder pelo delito de corrupção passiva (art. 317 do CP) em sua forma
consumada, pois a mera solicitação da vantagem indevida já consuma o delito, que é
considerado formal (dispensa a ocorrência efetiva do resultado pretendido pelo agente).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 653 - Gabriel, funcionário público que atua junto à Receita Federal instalada no
aeroporto internacional de São Paulo, com função de controle dos produtos que ingressam no
país, possui um acordo com a sociedade empresária em que trabalha seu filho no sentido de que
não obstará a entrada de mercadorias estrangeiras proibidas em território nacional. No dia 02 de
junho de 2015, colocou o acordo em prática, permitindo a entrada de animais silvestres
comprados pela sociedade sem a devida autorização. Nesse caso, é correto afirmar que Gabriel
praticou o crime de:
(A) contrabando, em concurso de agentes;
(B) facilitação de contrabando ou descaminho;
(C) descaminho, em concurso de agentes;
(D) descaminho, em tese, mas deve ser reconhecido o princípio da insignificância;
(E) prevaricação.
COMENTÁRIOS:
A conduta do agente se amolda ao tipo penal do art. 318 do CP, ou seja, facilitação de
contrabando ou descaminho. Vejamos: Facilitação de contrabando ou descaminho Art. 318 -
Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou descaminho (art. 334):
A questão é clara ao afirmar que o funcionário público tinha o dever funcional de controlar o
ingresso de produtos estrangeiros no país, o que caracteriza o delito em tela.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
d) condescendência criminosa.
e) desobediência.
COMENTÁRIOS:
Neste caso, o funcionário público deve responder pelo delito de condescendência criminosa,
previsto no art. 320 do CP: Condescendência criminosa Art. 320 - Deixar o funcionário, por
indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou,
quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 655 - O servidor público pode responder civil, penal e administrativamente por seus
atos.
A esse respeito, analise a tipificação das condutas pelo Código Penal e a descrição proposta para
as situações
delitivas a seguir:
I. Peculato culposo: apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo,
recebeu por erro de outrem.
II. Emprego irregular de verbas ou rendas públicas: dar às verbas ou rendas públicas aplicação
diversa da estabelecida em lei.
III. Prevaricação: retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo
contra disposição Expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal.
IV. Condescendência criminosa: devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, ou
proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo.
Assinale
a) se apenas os itens I, II e III estiverem corretos.
b) se apenas os itens II, III e IV estiverem corretos.
c) se apenas os itens II e III estiverem corretos.
d) se apenas os itens I e IV estiverem corretos.
e) se apenas os itens I, II e IV estiverem corretos.
COMENTÁRIOS:
I - ERRADA: Esta conduta descreve o peculato mediante erro de outrem, previsto no art. 313
do CP;
II - CORRETA: De fato, esta é a conduta prevista para o delito de emprego irregular de
verbas ou rendas públicas, nos termos do art. 315 do CP: Emprego irregular de verbas ou
rendas públicas Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida
QUESTÃO 656 - Coriolano, objetivando proteger seu amigo Romualdo, não obedeceu à
requisição do Promotor de Justiça no sentido de determinar a instauração de inquérito policial
para apurar eventual prática de conduta criminosa por parte de Romualdo.
Nesse caso, é correto afirmar que Coriolano praticou crime de
A) desobediência (Art. 330, do CP).
B) prevaricação (Art. 319, do CP).
C) corrupção passiva (Art. 317, do CP).
D) crime de advocacia administrativa (Art. 321, do CP).
COMENTÁRIOS:
No caso em tela, Coriolano deixou de praticar ato que deveria praticar, em razão de
normativo legal expresso, para satisfazer sentimento pessoal. Assim, praticou o delito do art.
319 do CP, ou seja, o crime de prevaricação. Vejamos: Art. 319 - Retardar ou deixar de
praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para
satisfazer interesse ou sentimento pessoal: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Não há que se falar em desobediência, pois o crime de desobediência deve ser praticado por
um particular em relação à ORDEM de funcionário público.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 657 - O funcionário público que retarda ou deixa de praticar, indevidamente, ato de
ofício, ou o pratica contra expressa disposição de lei, para satisfazer interesse ou entimento
pessoal pratica o crime de
a) corrupção ativa.
b) prevaricação.
c) corrupção passiva.
d) condescendência criminosa.
e) modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações.
COMENTÁRIOS:
O funcionário, neste caso, pratica o delito de PREVARICAÇÃO, nos termos do art. 319 do
CP: Prevaricação Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou
praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 658 - Marlon, um técnico judiciário que exercia suas funções junto à Presidência do
Tribunal de Justiça, tomou conhecimento que outro funcionário da repartição cometeu infração
no exercício de seu cargo. Contudo, sensibilizado pelo fato de que o infrator possuía uma filha
de apenas 02 meses, deixou de comunicar o fato à autoridade com competência para
responsabilização. Nesse caso, Marlon:
(A) não cometeu qualquer crime contra a Administração Pública;
(B) cometeu crime de condescendência criminosa;
(C) cometeu crime de prevaricação;
(D) cometeu crime de abandono de função;
(E) cometeu crime de concussão.
COMENTÁRIOS:
Questão polêmica. Isso porque a questão deixa claro que Marlon NÃO era superior
hierarquicamente ao funcionário faltoso. Neste caso, a Doutrina se divide quanto à prática, ou
não, do crime de condescendência criminosa. Vejamos o art. 320 do CP: Condescendência
criminosa Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado
que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o
fato ao conhecimento da autoridade competente: Pena - detenção, de quinze dias a um mês,
ou multa. Parte da Doutrina entende que o crime sempre se dirige ao SUPERIOR, ou seja,
aquele que é “chefe” do funcionário e deixa de puni-lo ou de levar ao conhecimento de quem
tenha qualidade para punir. Outra parte da Doutrina entende que o termo “ou, quando lhe
falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente” significa que
qualquer colega de trabalho poderia praticar o delito. A Banca deu a alternativa B como
correta.
Contudo, a situação é dividida na Doutrina, de maneira que a questão deveria ser ANULADA.
QUESTÃO 659 - José, juiz de direito do Tribunal de Justiça de São Paulo, depara-se com um
processo em que figura na condição de ré uma grande amiga de infância de sua filha. Não
havendo causa de impedimento ou suspeição, separa o processo para proferir, com calma, na
manhã seguinte, uma sentença condenatória bem fundamentada, pois sabe que sua filha ficaria
chateada diante de sua decisão. Ocorre que, por descuido, esqueceu o processo no armário de
seu gabinete por 06 meses, causando a prescrição da pretensão punitiva. Considerando a
hipótese narrada, é correto afirmar que a conduta de José:
(A) é atípica, sob o ponto de vista do Direito Penal;
(B) configura a prática do crime de prevaricação, pois presente o elemento subjetivo da
satisfação de sentimento pessoal;
(C) configura a prática do crime de condescendência criminosa;
(D) configura a prática do crime de prevaricação, bastando para tanto o dolo genérico;
(E) configura a prática do crime de corrupção passiva.
COMENTÁRIOS:
O enunciado da questão é CLARO ao afirmar que José guardou o processo para que pudesse
proferir, no dia seguinte, com mais calma, uma sentença CONDENATÓRIA. Contudo,
acabou por se esquecer do processo. Neste caso, a conduta é ATÍPICA, eis que o agente não
teve o dolo de deixar de praticar o ato com infração de dever funcional. É possível que, diante
desta conduta, o Juiz sofra alguma punição administrativa, mas a conduta é irrelevante para o
Direito Penal.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 660 - Com o objetivo de ajudar um conhecido que tem um processo em tramitação
na repartição em que trabalha, determinado servidor interfere junto ao colega de repartição para
que prospere o pedido daquele conhecido. Em tese, o servidor praticou o crime de
a) exercício irregular de cargo.
b) abuso de autoridade.
c) advocacia administrativa.
d) prevaricação.
e) corrupção ativa.
COMENTÁRIOS:
Neste caso, a princípio, o funcionário público praticou o delito de advocacia administrativa,
previsto no art. 321 do CP: Advocacia administrativa Art. 321 - Patrocinar, direta ou
indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de
QUESTÃO 661 - Com relação aos crimes praticados por funcionário público contra a
Administração Pública, previstos no Código Penal, considere as seguintes assertivas:
I. Modificar ou alterar sistema de informações ou programa de informática sem autorização ou
solicitação de autoridade competente acarreta, para o agente, as penas de detenção e multa.
II. Na advocacia administrativa, a conduta típica consiste em patrocinar interesse privado alheio
perante a Administração Pública, ainda que legítimo, valendo-se da qualidade de funcionário.
III. A forma privilegiada de corrupção passiva ocorre quando o funcionário público pratica,
deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional cedendo a pedido ou
influência de outrem.
IV. A concussão se consuma com a simples exigência da vantagem indevida, sendo que a sua
obtenção pode se concretizar no futuro e se destinar ao agente ou a terceira pessoa.
Assinale:
a) se somente as assertivas I e II estiverem corretas.
b) se somente as assertivas I e IV estiverem corretas.
c) se somente as assertivas I, II e III estiverem corretas.
d) se somente as assertivas I, II e IV estiverem corretas.
e) se todas as assertivas estiverem corretas.
Resolução;
I - CORRETA: Trata-se do crime previsto no art. 313-B, punido com pena de detenção e multa;
II - CORRETA: Esta é a definição do delito de advocacia administrativa, previsto no art. 321 do
CP: Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração
pública, valendo-se da qualidade de funcionário: Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
III - CORRETA: Exatamente. Esta é a forma privilegiada do delito de corrupção passiva,
prevista no art. 317, §2º do CP: Art. 317 (...) § 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou
retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de
outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
IV - CORRETA: A concussão é crime formal, consumando-se com a mera exigência da
vantagem indevida, que pode ser destinada ao próprio infrator ou a terceira pessoa, nos termos
do art. 316 do CP.
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 662 - Com relação aos crimes contra a Administração Pública, assinale a afirmativa
correta.
a) Somente pode responder pelo crime de peculato o funcionário público.
b) O funcionário que aceita promessa de vantagem indevida, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, não vindo a
promessa a se concretizar, responde pelo crime de tentativa de corrupção passiva.
c) No crime de peculato culposo, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível,
extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz em metade a pena imposta.
d) O crime de concussão tem como bem jurídico protegido a moralidade e a probidade da
Administração Pública, somente sendo possível a progressão de regime após ter sido reparado o
dano causado ou devolvido o produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais, bem como
cumprido 1/3 da pena aplicada.
e) O condenado por crime contra a Administração Pública, seja qual for a pena aplicada, perderá
obrigatoriamente o cargo, como efeito da sentença condenatória.
COMENTÁRIOS:
A) ERRADA: Item errado, pois o particular também poderá responder pelo delito, desde que
o pratique em
concurso de agentes com um funcionário público, nos termos do art. 30 do CP.
B) ERRADA: O crime, aqui, será o de corrupção passiva em sua forma CONSUMADA, e
não tentada.
C) CORRETA: Item correto, pois esta é a previsão do art. 312, §3º do CP: Peculato culposo
Art. 312 (...) § 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem: Pena -
detenção, de três meses a um ano. § 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano,
se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade
a pena imposta.
D) ERRADA: Item errado, pois embora a reparação do dano seja um dos requisitos para a
progressão de regime em relação aos crimes praticados contra a administração pública (art.
33, §4º do CP), exige-se o cumprimento de 1/6 da pena para que haja a progressão, e não 1/3.
E) ERRADA: Item errado, pois o efeito da condenação consistente na perda do cargo
público, quando o crime é praticado com violação aos deveres para com a administração
pública, só ocorrerá quando for aplicada pena privativa de liberdade igual ou superior a 01
ano: Art. 92 - São também efeitos da condenação:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984) I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: (Redação dada pela Lei
nº 9.268, de 1º.4.1996) a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou
superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com
a Administração Pública; (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) Além disso, trata-se de
efeito não automático, ou seja, deve ser declarado expressamente pelo Juiz na sentença.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
COMENTÁRIOS:
Item errado, pois tal delito também se caracteriza (em sua forma privilegiada, é verdade)
quando o auxílio é prestado a autor de crime a que é cominada pena de detenção, na forma do
art. 348, §1º do CP: Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de
crime a que é cominada pena de reclusão: Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. § 1º -
Se ao crime não é cominada pena de reclusão: Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e
multa.
GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS:
Item correto, pois esta é a previsão do art. 347 do CPP: Fraude processual Art. 347 - Inovar
artificiosamente, na pendência de processo civil ou administrativo, o estado de lugar, de coisa
ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito: Pena - detenção, de três meses a
dois anos, e multa. Como se vê, o fato de a conduta ser praticada no bojo de processo
ADMINISTRATIVO não descaracteriza o delito.
GABARITO: CORRETA
QUESTÃO 665 - O crime de exercício arbitrário das próprias razões apenas se configura se a
pretensão a ser satisfeita for ilegítima.
COMENTÁRIOS:
Item errado, pois o crime de exercício arbitrário das próprias razões se verifica quando o
agente busca satisfazer, por meios próprios, uma pretensão legítima, mas que deveria ser
requerida junto ao Poder Judiciário (e não pelas próprias mãos): Exercício arbitrário das
próprias razões Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora
legítima, salvo quando a lei o permite: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa,
além da pena correspondente à violência.
GABARITO: ERRADA
QUESTÃO 666 - O crime de promover ou facilitar a fuga de pessoa só admite sujeito ativo
funcionário público.
Certo
Errado
COMENTÁRIOS:
Item errado, pois o crime do art. 351 do CP é crime comum, podendo ser praticado por
qualquer pessoa, e não apenas por funcionário público.
GABARITO: ERRADA
QUESTÃO 667 - O crime de exploração de prestígio somente pode ser praticado por
funcionário público.
Certo
Errado
COMENTÁRIOS:
Item errado, pois o crime do art. 357 do CP é crime comum, podendo ser praticado por
qualquer pessoa, e não apenas por funcionário público: Exploração de prestígio Art. 357 -
Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado,
órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
GABARITO: ERRADA
QUESTÃO 668 - A respeito dos crimes contra a administração da justiça (arts. 339 a 347 do
CP), assinale a alternativa correta.
(A) O crime de falso testemunho exige, para configuração, que o agente receba vantagem
econômica ou outra de qualquer natureza.
(B) Provocar a ação de autoridade, comunicando a ocorrência de crime que sabe não ter se
verificado, em tese, caracteriza o crime de denunciação caluniosa.
(C) O crime de exercício arbitrário das próprias razões procede-se mediante queixa, ainda que
haja emprego de violência.
(D) Dar causa a inquérito civil contra alguém, imputando-lhe falsamente a prática de crime, em
tese, caracteriza o crime de denunciação caluniosa.
(E) A autoacusação para acobertar ascendente ou descendente é atípica.
COMENTÁRIOS:
a) ERRADA: Item errado, pois o crime pode se configurar mesmo que o agente não receba
nenhuma vantagem para praticá-lo. Caso seja praticado mediante suborno, a pena será
aumentada de um sexto a um terço, na forma do art. 342, §1º do CP.
b) ERRADA: Item errado, pois tal conduta configura o crime de comunicação falsa de crime
ou contravenção, previsto no art. 340 do CP.
c) ERRADA: Item errado, pois tal crime só é de ação penal privada (depende de queixa-
crime) quando não há emprego de violência, na forma do art. 345, § único do CP.
d) CORRETA: Item correto, pois esta é a conduta prevista no art. 339 do CP, que trata da
denunciação caluniosa: Art. 339. Dar causa à instauração de inquérito policial, de
procedimento investigatório criminal, de processo judicial, de processo administrativo
disciplinar, de inquérito civil ou de ação de improbidade administrativa contra alguém,
imputando-lhe crime, infração ético-disciplinar ou ato ímprobo de que o sabe inocente:
(Redação dada pela Lei nº 14.110, de 2020) Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
e) ERRADA: Item errado, pois a autoacusação falsa de crime (art. 341 do CP) é típica, ou
seja, corresponde ao crime do art. 341 mesmo quando realizada para acobertar qualquer
parente.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 669 - A respeito do crime de exploração de prestígio (art. 357 do CP), é correto
afirmar que
(A) se caracteriza pela conduta de receber dinheiro a pretexto de influir em ato praticado por
qualquer funcionário público.
(B) prevê causa de aumento se o agente alega ou insinua que o dinheiro é também destinado a
funcionário público estrangeiro.
(C) para se configurar, exige o efetivo recebimento de dinheiro pelo agente.
(D) prevê modalidade culposa.
(E) se trata de crime comum, não se exigindo qualquer qualidade especial do autor.
COMENTÁRIOS:
a) ERRADA: Item errado, pois tal delito se caracteriza pela conduta de receber dinheiro a
pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito,
tradutor, intérprete ou testemunha, na forma do art. 357 do CP. Ou seja, não se trata da
conduta de receber dinheiro a pretexto de influir em ato praticado por QUALQUER
funcionário público, pois isso configura, em tese, o crime de tráfico de influência, previsto no
art. 332 do CP.
b) ERRADA: Item errado, pois as penas aumentam-se de um terço se o agente alega ou
insinua que o dinheiro ou utilidade também se destina a qualquer das pessoas referidas no art.
357.
c) ERRADA: Item errado, pois se trata de crime formal, não se exigindo que o agente,
efetivamente, consiga obter a vantagem pretendida.
d) ERRADA: Item errado, pois tal crime só é punido na forma dolosa, não havendo
modalidade culposa.
e) CORRETA: Item correto, pois tal delito é crime comum, não sendo exigida do agente
qualquer qualidade especial.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 680 - Imagine que um perito nomeado pelo juiz, em processo judicial, mediante
suborno, produza um laudo falso para favorecer uma determinada parte, praticando a conduta
que configura crime do art. 342 do CP (falsa perícia). Ocorre que, arrependido e antes de
proferida a sentença no mesmo processo, o perito retrata-se, corrigindo a falsidade. De acordo
com o texto literal do art. 342, § 2º do CP, como consequência jurídica da retratação,
(A) o perito fica impedido, por 5 (cinco) anos, de prestar tal serviço.
(B) o fato deixa de ser punível.
(C) o perito fica isento de pena criminal, mas deverá indenizar o prejudicado pela falsidade que
cometeu.
(D) o perito fica isento de pena criminal, mas deverá devolver os honorários recebidos em
dobro.
(E) o perito, se condenado pelo crime de falsa perícia, terá a pena reduzida de 1/3 (um terço) a
2/3 (dois terços).
COMENTÁRIOS:
Temos aqui o crime do art. 342 do CP (falso testemunho ou falsa perícia), que prevê a
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE do agente quando houver a retratação antes de ser
proferida sentença no processo em que ocorreu o crime, como é o caso da questão, nos
termos do art. 342, §2º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 681 - O crime de coação no curso do processo (art. 344, CP) se configura quando,
na modalidade “violência”, resultar lesão corporal no coacto.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois tal delito se consuma no momento em que o agente emprega a coação,
independentemente de a vítima vir a sofrer lesões corporais.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
QUESTÃO 682 - Com intuito de proteger seu filho, João comparece perante a autoridade
policial e, falsamente, diz ter praticado o crime que em verdade fora praticado por seu filho.
João
(A) comete falsa comunicação de crime.
(B) comete falso testemunho, mas não será punido por expressa disposição legal.
(C) comete falso testemunho.
(D) não comete crime algum, pois não está descrito expressamente como crime no CP.
(E) comete autoacusação falsa.
COMENTÁRIOS:
João, neste caso, praticou o delito de autoacusação falsa de crime, previsto no art. 341 do CP:
Autoacusação falsa Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou
praticado por outrem: Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
QUESTÃO 683 - Marcos, advogado, solicita certa quantia em dinheiro a Pedro, seu cliente,
pois esclarece que mediante o pagamento dessa quantia em dinheiro pode “acelerar” o
andamento de um processo. Informa que seria amigo do escrevente do cartório judicial – o qual
também seria remunerado pela celeridade, segundo Marcos. Pedro, inicialmente, tem intenção
de aceitar a oferta, mas verifica que Marcos mentiu, pois não é amigo do funcionário público.
Pedro nega-se a entregar a Marcos qualquer quantia e não aceita a oferta.
É correto afirmar que Marcos
(A) praticou corrupção passiva (CP, art. 317) e Pedro não cometeu crime algum.
(B) praticou exploração de prestígio (CP, art. 357) e Pedro não cometeu crime algum.
(C) praticou corrupção passiva (CP, art. 317) e Pedro corrupção ativa (CP, art. 333).
(D) e Pedro praticaram corrupção passiva (CP, art. 317).
(E) e Pedro não praticaram crime algum, pois os fatos não evoluíram.
COMENTÁRIOS:
Neste caso, Marcos praticou o delito de exploração de prestígio consumado, com causa de
aumento de pena, nos termos do art. 357 e seu § único, do CP: Exploração de prestígio Art.
357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em juiz,
jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete ou
testemunha:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. Parágrafo único - As penas aumentam-se de um
terço, se o agente alega ou insinua que o dinheiro ou utilidade também se destina a qualquer
das pessoas referidas neste artigo. Pedro, porém, não praticou crime algum.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
COMENTÁRIOS:
O agente, aqui, cometeu o crime de falso testemunho ou falsa perícia, previsto no art. 342 do
CP. O fato de a conduta ter sido praticada no bojo de processo administrativo não afasta o
caráter criminoso da conduta: Falso testemunho ou falsa perícia Art. 342. Fazer afirmação
falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete
em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação
dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
(Redação dada pela Lei nº 12.850, de 2013) (Vigência)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
COMENTÁRIOS:
A conduta, aqui, corresponde ao crime de comunicação falsa de crime ou contravenção,
previsto no art. 340 do CP: Comunicação falsa de crime ou de contravenção Art. 340 -
QUESTÃO 686 - A esposa que comprovadamente ludibria autoridade policial e auxilia marido,
autor de crime de roubo, a subtrair-se à ação da autoridade pública.
a) deve cumprir pena por exercício arbitrário das próprias razões (CP, art. 345).
b) deve cumprir pena por favorecimento real (CP, art. 349).
c) fica isenta de pena.
d) deve cumprir pena por crime de favorecimento pessoal (CP, art. 348)
e) deve cumprir pena por fuga de pessoa presa (CP, art. 351).
COMENTÁRIOS:
Tal esposa, em tese, pratica o crime de favorecimento pessoal, do art. 348 do CP. Todavia,
por ser esposa do infrator a quem o auxílio é prestado, ficará isenta de pena, na forma do art.
348, §2º do CP: Favorecimento pessoal Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade
pública autor de crime a que é cominada pena de reclusão: Pena - detenção, de um a seis
meses, e multa. (..) § 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou
irmão do criminoso, fica isento de pena.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
COMENTÁRIOS:
I - ERRADA: Nos termos do art. 347 do CP, a pena prevista é de detenção e multa;
II - ERRADA: O crime se configura se a fraude se destina a produzir efeitos em processo
civil, administrativo ou penal, este último, ainda que não iniciado (e neste caso a pena se
aplica em dobro), conforme art. 347 e seu § único do CP;
III - CORRETA: Esta é a finalidade da prática da fraude neste crime, conforme dispõe o art.
347 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 688 - Imagine que um advogado solicite dinheiro de seu cliente, deixando claro
que, mediante o pagamento do valor, procurará uma testemunha do processo, a fim de
influenciá-la a prestar um depoimento mais favorável à pretensão do cliente. Além disso, o
advogado insinua que a quantia será repartida com a testemunha. O advogado recebe o dinheiro,
mas engana seu cliente e não procura a testemunha.
Nesse caso, o advogado
A) cometeu o crime de corrupção passiva.
B) cometeu o crime de usurpação de função pública.
C) cometeu o crime de exploração de prestígio.
D) cometeu o crime de corrupção ativa.
E) não cometeu crime algum.
COMENTÁRIOS:
No presente caso o advogado cometeu o delito de exploração de prestígio, previsto no art.
357 do CP. Vejamos: Exploração de prestígio Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou
qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público,
funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha: Pena - reclusão, de um a
cinco anos, e multa. Além disso, a pena será aumentada de 1/3, em razão do fato de o agente
ter afirmado que o dinheiro seria repartido com a testemunha supostamente corrupta.
Vejamos: Art. 357 (...) Parágrafo único - As penas aumentam-se de um terço, se o agente
alega ou insinua que o dinheiro ou utilidade também se destina a qualquer das pessoas
referidas neste artigo.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
COMENTÁRIOS:
Nesse caso a testemunha praticou um único crime, eis que praticou uma única conduta
criminosa, que é faltar com a verdade em relação àquele fato, embora sua conduta tenha sido
dividida em vários atos. No caso em tela, ainda há aumento de pena, eis que a conduta foi
praticada mediante suborno. Vejamos: Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a
verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou
administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de
28.8.2001) Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
12.850, de 2013) (Vigência) § 1º As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é
praticado mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir
efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da administração
pública direta ou indireta. (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 690 - Faristeu da Silva fez afirmação falsa como perito em processo judicial,
praticando o crime de falsa perícia previsto no artigo 342 do Código Penal. Para que não seja
punido, Faristeu
a) terá que pagar uma multa de cem salários mínimos.
b) poderá retratar-se antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito.
c) deve recorrer da sentença que o condenou se esta já tiver transitado em julgado.
d) pode pedir o perdão judicial a qualquer tempo no mesmo processo judicial.
e) pode fazer um acordo de delação premiada com o Ministério Público.
COMENTÁRIOS:
Para que não seja punido, o agente, neste caso, poderá se retratar de sua afirmação falsa, mas
deverá fazer isso no próprio processo em que fez a afirmação falsa, e mesmo assim, antes da
sentença. Vejamos: Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como
testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo,
inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) Pena
- reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 12.850, de 2013)
(Vigência) § 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu
o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade. (Redação dada pela Lei nº 10.268, de
28.8.2001)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 691 - “O fato deixar de ser punível se, antes da sentença, no processo em que
ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade”.
A previsão legal citada corresponde ao crime de
a) fraude processual.
b) coação no curso do processo.
c) denunciação caluniosa.
d) comunicação falsa de crime ou contravenção.
e) falso testemunho ou falsa perícia.
COMENTÁRIOS:
A previsão legal citada, que consiste numa causa de isenção de pena, está prevista para o
crime de falso testemunho ou falsa perícia, no §2º do art. 342 do CP: Art. 342. Fazer
afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou
intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral:
(Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro)
anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 12.850, de 2013) (Vigência) § 2º O fato deixa de ser
punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou
declara a verdade. (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
COMENTÁRIOS:
O crime de falso testemunho, previsto no art. 342 do CP, pode ser praticado no âmbito de
juízo arbitral, inquérito policial, processo administrativo ou judicial, bem como ser realizado
por conduta positiva (ação) ou negativa (omissão). Vejamos: Art. 342. Fazer afirmação falsa,
ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em
processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral:(Redação dada
pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E, pois é a única que não traz
condicionantes ("somente, apenas").
QUESTÃO 693 - Analise as seguintes afirmações com relação aos crimes de exercício
arbitrário das próprias razões (CP, art. 345) e fraude processual (CP, art. 347):
I. ambos estão inseridos no capítulo dos Crimes Praticados por Funcionário Público Contra a
Administração em Geral;
II. no primeiro deles, caso não haja emprego de violência, somente se procede mediante queixa;
III. no segundo deles, as penas são aplicadas em dobro se a inovação se destina a produzir efeito
em processo penal.
É correto apenas o que se afirma em
A) I.
B) II.
C) III.
D) I e II.
E) II e III.
COMENTÁRIOS:
I - ERRADA: Ambos estão inseridos no capítulo referente aos crimes contra a administração
da Justiça;
II - CORRETA: Não havendo emprego de violência no crime de exercício arbitrário das
próprias razões, de fato, o crime somente se procede mediante queixa (ação penal privada),
nos termos do art. 345, § único do CP;
III - CORRETA: De fato, no crime de fraude processual, se a inovação se destina a produzir
efeito em processo penal, as penas são dobradas, nos termos do art. 347, § único do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 694 - Ao agente do crime de denunciação caluniosa (CP, art. 339), a pena é
I. aumentada, se ele se serve de anonimato;
II. aumentada, se ele se serve de nome suposto;
III. diminuída, se a imputação é de prática de contravenção.
É correto o que se afirma em
A) II, apenas.
B) I e II, apenas.
C) I e III, apenas.
D) II e III, apenas.
E) I, II e III.
COMENTÁRIOS:
Todas as afirmativas estão corretas, pois a pena é aumentada se ele se serve de anonimato ou
nome suposto (nome falso) e diminuída se ele imputa falsamente a prática de contravenção e
não crime. Vejamos o que dizem os §§1º e 2º do art. 339 do CP: Art. 339. Dar causa à
instauração de inquérito policial, de procedimento investigatório criminal, de processo
judicial, de processo administrativo disciplinar, de inquérito civil ou de ação de improbidade
administrativa contra alguém, imputando-lhe crime, infração ético-disciplinar ou ato ímprobo
de que o sabe inocente: (Redação dada pela Lei nº 14.110, de 2020) Pena - reclusão, de dois a
oito anos, e multa. § 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de
anonimato ou de nome suposto. § 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de
prática de contravenção.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 695 - O ato de fazer justiça pelas próprias mãos para satisfazer pretensão, embora
legítima, mas sem permissão legal, configura o crime de
A) fraude processual.
B) violência arbitrária.
C) condescendência criminosa.
D) coação no curso do processo.
E) exercício arbitrário das próprias razões.
COMENTÁRIOS:
Esta conduta representa o delito previsto no art. 345 do CP, que traz o crime de exercício
arbitrário das próprias razões. Vejamos: Exercício arbitrário das próprias razões Art. 345 -
Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a
lei o permite: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena
correspondente à violência.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 696 - O crime de exploração de prestígio está inserido no capítulo dos crimes
praticados
COMENTÁRIOS:
Este delito está previsto no art. 357 do CP, estando inserido, portanto, no capítulo dos crimes
contra a administração da Justiça. Vejamos: Exploração de prestígio Art. 357 - Solicitar ou
receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do
Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 697 - Receber dinheiro, iludindo o interessado, a pretexto de influir na nota a ser
atribuída, para certo candidato, por Desembargador membro da banca de concurso público, para
ingresso na carreira da Magistratura no Estado de São Paulo,
A) tipifica o crime de corrupção ativa.
B) tipifica o crime de exploração de prestígio.
C) tipifica o crime de concussão.
D) tipifica o crime de corrupção passiva.
E) não é fato que recebe punição de acordo com o Código Penal Brasileiro.
COMENTÁRIOS:
A Banca deu como certa a alternativa B, ou seja, trata-se de crime de exploração de prestígio,
previsto no art. 357 do CP. Vejamos: Exploração de prestígio Art. 357 - Solicitar ou receber
dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério
Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha: Pena - reclusão, de
um a cinco anos, e multa. Contudo, entendo que nenhuma das respostas está correta, eis que,
nesse caso, o Desembargador (que é um Juiz) não está no exercício de sua função judicante
(função de julgar), de modo que entendo que o delito em questão seria o de tráfico de
influência, previsto no art. 332 do CP: Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou
para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por
funcionário público no exercício da função: (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995) Pena -
reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)
Porém, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 698 - A pena da testemunha que receber suborno para calar a verdade em juízo
A) será aumentada de 1/2.
B) será aumentada de 2/3.
C) será de reclusão de 1 a 4 anos e multa.
D) não será aplicada na hipótese de a testemunha declarar a verdade no processo em que se
apura o crime de falso testemunho.
E) não será aplicada na hipótese da retratação da testemunha, antes da sentença, no processo em
que ocorreu o ilícito.
COMENTÁRIOS:
O ato de a testemunha receber suborno para calar a verdade em Juízo caracteriza o delito do
art. 342 do CP, com a causa de aumento de pena do §1º do referido artigo. Vejamos: Falso
testemunho ou falsa perícia Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade
como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou
administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de
28.8.2001) Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. § 1º As penas aumentam-se de um
sexto a um terço, se o crime é praticado mediante suborno ou se cometido com o fim de obter
prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte
entidade da administração pública direta ou indireta. (Redação dada pela Lei nº 10.268, de
28.8.2001) Contudo, a pena relativa a este delito de falso testemunho não será aplicada se a
testemunha se retratar, antes da sentença, no processo em que ocorreu o delito. Vejamos: Art.
342 (...) § 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o
ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade. (Redação dada pela Lei nº 10.268, de
28.8.2001)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
E) III.
COMENTÁRIOS:
I - CORRETA: Esta é a previsão do art. 357 do CP: Exploração de prestígio Art. 357 -
Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado,
órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
II - ERRADA: Trata-se de crime COMUM, que pode ser praticado por qualquer pessoa;
III - CORRETA: De fato, a caracterização do delito consiste na prática destas condutas.
Vejamos: Exploração de prestígio Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra
utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de
justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha:
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 700 - Assinale a alternativa que tipifica a conduta do crime de exercício arbitrário
das próprias razões.
A) Falsificar carteira de trabalho para instruir processo em seu favor.
B) Subtrair documentos que lhe pertencem, mas que se acham em poder de terceiro por
determinação judicial.
C) Subtrair dinheiro do ex-empregador como forma de pagamento de salários atrasados.
D) Suprimir nota promissória que lhe pertence, mas que se acha em poder de terceiro em razão
de sequestro judicial.
E) Gritar com o policial rodoviário que, acertadamente, acaba de lhe impor uma multa por
excesso de velocidade.
COMENTÁRIOS:
O crime de exercício arbitrário das próprias razões está previsto no art. 345 do CP, e se
caracteriza pelo ato de "fazer Justiça com as próprias mãos". Vejamos: Exercício arbitrário
das próprias razões Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão,
embora legítima, salvo quando a lei o permite: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou
multa, além da pena correspondente à violência. Assim, das alternativas fornecidas, a que traz
um exemplo de exercício arbitrário das próprias razões é a letra C.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
II. Os delegados de polícia, assim como os promotores de justiça, podem ser influenciados pelo
explorador de prestígio.
III. Comina-se à exploração de prestígio diminuição de pena se o agente, ao praticar o delito,
alegar que o dinheiro será destinado a qualquer das pessoas referidas no tipo penal.
Está correto o contido em
A) I, apenas.
B) I e II, apenas.
C) I e III, apenas.
D) II e III, apenas.
E) I, II e III.
COMENTÁRIOS:
I - CORRETA: Trata-se de crime COMUM, podendo ser praticado por qualquer pessoa;
II - ERRADA: O Delegado de Polícia não consta como uma das pessoas que podem ser
influenciadas pelo explorador de prestígio, nos termos do art. 357 do CP:
III - ERRADA: Nesse caso, o CP prevê uma causa de aumento de pena, prevista no § único
do art. 357 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
COMENTÁRIOS:
A) ERRADA: Se o agente se serve de anonimato ou nome suposto é causa de aumento de
pena apenas em relação ao crime de denunciação caluniosa;
B) CORRETA: De fato, neste caso, aplica-se a causa de aumento de pena prevista no art.
342, §1º do CP: Falso testemunho ou falsa perícia Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar
ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo
judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº
10.268, de 28.8.2001) Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. § 1º As penas aumentam-se
QUESTÃO 703 - "X" mãe de "Z", ao descobrir que o filho praticou o furto de um veículo,
dirige-se à delegacia de polícia e se apresenta como a autora do delito. Em tese, "X" praticou o
crime de
A) condescendência criminosa.
B) falso testemunho.
C) autoacusação falsa.
D) denunciação caluniosa.
E) prevaricação.
COMENTÁRIOS:
No caso em tela o agente praticou o delito de AUTOACUSAÇÃO FALSA DE CRIME,
delito previsto no art. 341 do CP: Autoacusação falsa Art. 341 - Acusar-se, perante a
autoridade, de crime inexistente ou praticado por outrem: Pena - detenção, de três meses a
dois anos, ou multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 704 - Sobre o crime de falso testemunho ou falsa perícia, o Código Penal, em seu
artigo 342, prevê que
a) é fato atípico fazer afirmação falsa em juízo arbitral.
b) é fato atípico fazer afirmação falsa em inquérito penal.
c) as penas são aumentadas de um sexto a um terço, se o crime é praticado mediante suborno ou
se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em
processo civil em que for parte entidade da Administração pública direta ou indireta.
d) o fato deixa de ser típico se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente
se retrata ou declara a verdade.
COMENTÁRIOS:
O crime de falso testemunho ou falsa perícia está previsto no art. 342 do CP. Vejamos: Falso
testemunho ou falsa perícia Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade
como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou
administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de
28.8.2001) Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
12.850, de 2013) (Vigência) § 1º As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é
praticado mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir
efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da administração
pública direta ou indireta.(Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) § 2º O fato deixa
de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata
ou declara a verdade. (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) Como se vê, o fato é
TÍPICO quando praticado em processo judicial, ADMINISTRATIVO, JUÍZO ARBITRAL
ou INQUÉRITO POLICIAL (erradas as letras A, B e E). A letra D está errada, pois o fato
deixa de ser PUNÍVEL se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se
retrata ou declara a verdade, conforme art. 342, §2º do CP. Por fim, a letra C está correta,
pois esta é a exata previsão do art. 342, §1º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
COMENTÁRIOS:
Dentre as alternativas apresentadas, apenas a letra C traz somente crimes contra a
administração da Justiça, conforme arts. 341, 345, 339 e 357 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
COMENTÁRIOS:
Neste caso, Fabíola praticou o delito de falso testemunho, previsto no art. 342 do CP, mesmo
tendo o depoimento sido prestado em sede de inquérito policial. Todavia, a retratação de
Fabíola não terá o condão de extinguir a punibilidade, eis que ocorreu APÓS a sentença no
processo relativo ao fato criminoso que foi objeto do depoimento (o crime praticado por
Joaquim), nos termos do art. 342, §2º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 707 - Ricardo reside na cidade de São Paulo e acaba testemunhando, da janela de
sua residência, o furto de um veículo que estava estacionado na via pública, defronte ao seu
imóvel, praticado por dois agentes. Para se vingar do seu desafeto e vizinho Rodolfo e sabendo
de sua inocência, Ricardo apresenta uma denúncia anônima à Polícia noticiando que Rodolfo foi
um dos autores do referido crime de furto. A autoridade policial determina a instauração de
inquérito policial para apuração da autoria delitiva em relação a Rodolfo.
Nesse caso hipotético, Ricardo cometeu crime de
(A) falso testemunho.
(B) denunciação caluniosa, com pena prevista de reclusão de dois a oito anos e multa,
aumentada de sexta parte, pois serviu-se de anonimato.
(C) comunicação falsa de crime, com pena prevista de detenção de um a seis meses ou multa,
aumentada de sexta parte, pois serviu-se de anonimato.
(D) denunciação caluniosa, com pena prevista de reclusão de dois a oito anos e multa, sem
qualquer majoração.
(E) comunicação falsa de crime, com pena prevista de detenção de um a seis meses ou multa
sem qualquer majoração.
COMENTÁRIOS:
Neste caso o agente praticou o crime de denunciação caluniosa, previsto no art. 339 do CP,
pois deu causa à instauração de inquérito policial contra alguém em razão de uma falsa
imputação de crime, quando sabia que a vítima era inocente, ou seja, não tinha praticado o
delito. A pena, neste caso, será aumentada em 1/6, pois o agente se valeu do anonimato (art.
339, §1º do CP).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
COMENTÁRIOS:
A Doutrina e a jurisprudência firmaram entendimento MAJORITÁRIO no sentido de ser
cabível a participação, mas não a coautoria, nem autoria mediata.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 709 - Tício subtraiu um veículo automóvel e o levou até a oficina de Cezar, que
modificou as placas identificadoras para assegurar-lhe a posse do produto do crime. Nesse caso,
Cezar responderá por
a) furto.
b) favorecimento real.
c) favorecimento pessoal.
d) receptação.
e) estelionato.
COMENTÁRIOS:
A conduta de Cezar, neste caso, se amolda perfeitamente ao tipo penal de favorecimento real,
previsto no art. 349 do CP: Favorecimento real Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos
de coautoria ou de receptação, auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime: Pena -
detenção, de um a seis meses, e multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 710 - Para incluir-se no âmbito de proteção normativa do artigo 347 do Código
Penal, a inovação da coisa na pendência de processo notadamente precisa ser;
a) cênica e/ou ardilosa.
b) importante e/ou significativa.
c) voluntária e/ou consciente.
d) oculta e/ou sub-reptícia.
e) irreversível e/ou irreparável.
COMENTÁRIOS:
O crime de inovação artificiosa (ou fraude processual) está tipificado no art. 347 do CP.
Vejamos: Fraude processual Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo
civil ou administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro
o juiz ou o perito: Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa. Parágrafo único - Se a
inovação se destina a produzir efeito em processo penal, ainda que não iniciado, as penas
aplicam-se em dobro. A Doutrina entende que o tipo penal exige que a inovação seja um
engodo, uma fraude, um ardil, ou seja, tenha por finalidade enganar o destinatário (aquele que
deveria receber o local no estado em que se encontrava antes). Vejam, portanto, que o agente
cria uma “cena” que não existia antes.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 711 - No que toca aos crimes contra a administração da justiça, acertado afirmar
que
a) não configura coação no curso do processo usar de violência ou grave ameaça, com o fim de
favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que
funciona ou é chamada a intervir em juízo arbitral.
b) não configura crime a conduta de provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a
ocorrência de contravenção que sabe não se ter verificado.
c) configura favorecimento pessoal a conduta de auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade
pública autor de crime a que é cominada pena de detenção.
d) não configura denunciação caluniosa dar causa à instauração de investigação policial contra
alguém, imputando-lhe contravenção penal de que o sabe inocente.
e) configura o crime de autoacusação falsa a conduta de acusar-se, perante a autoridade, de
contravenção penal inexistente ou praticada por outrem.
COMENTÁRIOS:
a) ERRADA: Tal conduta também configura o delito de coação no curso do processo, nos
termos do art. 344 do CP.
b) ERRADA: Item errado, pois esta conduta também se amolda ao tipo penal do delito de
comunicação falsa de crime ou contravenção, previsto no art. 340 do CP.
c) CORRETA: Item correto, pois o art. 348, §1º do CP assim prevê: Favorecimento pessoal
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que é cominada
pena de reclusão: Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. § 1º - Se ao crime não é
cominada pena de reclusão: Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa.
d) ERRADA: Item errado, pois trata-se de conduta também inserida no tipo penal do delito
de denunciação caluniosa, nos termos do art. 339, §2º do CP. Caso haja a efetiva instauração
do IP, o crime restará consumado; caso contrário, teremos a forma tentada do delito.
e) ERRADA: Item errado, pois tal conduta não está prevista no art. 341 do CP: Autoacusação
falsa Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por
outrem: Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 712 - Mediante suborno, João, ouvido como testemunha em processo trabalhista,
fez afirmação falsa. No caso,
a) João responderá pelo crime de falso testemunho, sem aumento de pena, cabível apenas
quando o crime é cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo
penal.
b) compete à Justiça Estadual processar e julgar o crime de falso testemunho verificado.
c) aquele que deu dinheiro a João para que prestasse depoimento falso não incidirá nas penas do
crime de falso testemunho previsto no art. 342 do Código Penal.
d) João responderá pelo crime de falso testemunho, tal qual ocorreria se tivesse prestado o
depoimento na condição de parte.
e) haverá extinção da punibilidade pela abolitio criminis se João se retratar após o trânsito em
julgado da sentença no processo em que ocorreu o falso testemunho.
COMENTÁRIOS:
A) ERRADA: Item errado, pois o crime foi cometido mediante suborno, o que também
autoriza a aplicação da causa de aumento de pena, nos termos do art. 342, §1º do CP.
B) ERRADA: Item errado, pois em se tratando de crime praticado em processo trabalhista, há
interesse da União (trata-se de Justiça Federalizada), de maneira que a competência é da
Justiça estadual. O STJ editou a súmula 165 em relação ao caso: Súmula 165 Compete à
Justiça Federal processar e julgar crime de falso testemunho cometido no processo
trabalhista.
C) CORRETA: Item correto. Neste caso, temos o que se chama de exceção à teoria monista,
pois cada um dos agentes responderá por um tipo penal próprio. No caso, o agente que
oferece o suborno responderá pelo delito de corrupção ativa de testemunha, previsto no art.
343 do CP: Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a
testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar
a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou interpretação: (Redação dada pela
Lei nº 10.268, de 28.8.2001) Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa. (Redação dada
pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
D) ERRADA: Item errado, pois o art. 342 do CP não se aplica àquele que pratica a conduta
na qualidade de PARTE no processo, apenas àquele que pratica a conduta na qualidade de
testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete.
E) ERRADA: Item errado, pois a extinção da punibilidade só ocorrerá se o agente se retratar
antes da sentença (e não depois do trânsito em julgado), nos termos do art. 342, §2º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 713 - Maria procurou Ana, que ia ser submetida a julgamento perante o Tribunal do
Júri por crime de infanticídio e, dizendo-se amiga de dois jurados, solicitou a quantia de R$
5.000,00 para influir a seu favor no julgamento destes.
Maria responderá por crime de
A) estelionato.
B) corrupção ativa.
C) exploração de prestígio.
D) advocacia administrativa.
E) favorecimento pessoal.
COMENTÁRIOS:
O crime praticado por Maira, no caso citado, é o de exploração de prestígio, previsto no art.
357 do CP: Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de
influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor,
intérprete ou testemunha: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
COMENTÁRIOS:
I. ERRADA: Não é necessária a indicação de pessoa autora do delito, bastando a informação
falsa acerca da existência do FATO;
II. ERRADA: No Crime de denunciação caluniosa é indispensável que o agente proceda à
individualização e determinação da pessoa a qual ele imputa o crime de que sabe ser a pessoa
inocente. Nos termos do art. 339 do CP: Art. 339. Dar causa à instauração de inquérito
policial, de procedimento investigatório criminal, de processo judicial, de processo
administrativo disciplinar, de inquérito civil ou de ação de improbidade administrativa contra
alguém, imputando-lhe crime, infração ético-disciplinar ou ato ímprobo de que o sabe
inocente: (Redação dada pela Lei nº 14.110, de 2020) Pena - reclusão, de dois a oito anos, e
multa.
III. CORRETA: O CP não prevê a figura da vítima como autora do crime de falso
testemunho. vejamos:
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito,
contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou
em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) Pena - reclusão, de um a
três anos, e multa.
IV. ERRADA: O fato só deixa de ser punível se a retratação ocorre até a sentença
RECORRÍVEL, e não até o trânsito em julgado da sentença.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
COMENTÁRIOS:
O crime de “arrebatamento de preso” está previsto no art. 353 do CP, estando incluído,
portanto, no capítulo referente aos crimes contra a administração da justiça.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 716 - Quanto ao crime de exercício arbitrário das próprias razões, somente se
procede mediante queixa se
A) cometido por ascendente, descendente, cônjuge ou irmão da vítima.
B) não há emprego de violência.
C) cometido para satisfazer pretensão legítima.
D) visa a recuperar coisa própria que se acha em poder de terceiro por determinação judicial.
E) não há dano ao patrimônio público.
COMENTÁRIOS:
No crime de exercício arbitrário das próprias razões, o crime é, em regra, de ação penal
pública incondicionada. Entretanto, se não há violência, somente se procede mediante queixa
(ação penal privada), nos termos do § único do art. 345 do CP: Art. 345 - Fazer justiça pelas
próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite: Pena
- detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à violência.
Parágrafo único - Se não há emprego de violência, somente se procede mediante queixa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
COMENTÁRIOS:
Paulo e Pedro, neste caso, cometeram o crime de “fuga de pessoa presa”, previsto no art. 351
do CP. Vejamos: Art. 351 - Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente presa ou
submetida a medida de segurança detentiva: Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Cuidado com a pegadinha, povo! O crime de “arrebatamento de preso” só ocorrerá se o dolo
específico do agente for o de arrebatar o preso para MALTRATÁ-LO, o que não ocorreu no
caso concreto.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 718 - Aquele que solicita dinheiro a pretexto de influir em órgão do Ministério
Público pratica o crime de
A) condescendência criminosa.
B) advocacia administrativa.
C) tráfico de influência.
D) patrocínio infiel.
E) exploração de prestígio.
COMENTÁRIOS:
A conduta daquele que solicita dinheiro (ou qualquer outra vantagem) a pretexto de influir
em órgão do MP, jurado, testemunha, etc., comete o crime de “exploração de prestígio”,
previsto no art. 357 do CP: Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra
utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de
justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e
multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 719 - Paulo auxilia seu irmão, autor de crime a que é cominada pena de reclusão, a
subtrair-se à ação de autoridade pública. Nesse caso, Paulo
A) comete crime de fraude processual.
B) comete crime de favorecimento real, com redução da pena aplicada em metade.
C) comete crime de favorecimento pessoal, com redução da pena aplicada em metade.
D) fica isento de pena.
E) comete crime de favorecimento real.
COMENTÁRIOS:
A conduta daquele que auxilia alguém, que acabara de cometer crime, a subtrair-se da
autoridade policial, é considerada crime de FAVORECIMENTO PESSOAL. No entanto, o
§2° do art. 348 prevê que se o favorecedor for irmão, descendente, ascendente ou cônjuge do
favorecido, ficará isento de pena. Vejamos: Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de
autoridade pública autor de crime a que é cominada pena de reclusão: Pena - detenção, de um
a seis meses, e multa. (...) § 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge
ou irmão do criminoso, fica isento de pena. Lembrando que essa ressalva só se aplica ao
favorecimento pessoal, não ao favorecimento real.
COMENTÁRIOS:
Para que o crime de comunicação falsa de crime ocorra, é necessário que o agente comunique
à autoridade policial um fato que SABE NÃO TER OCORRIDO. Para a caracterização do
delito de denunciação caluniosa é necessário que o agente dê causa à instauração do
procedimento contra pessoa certa e determinada, em razão da prática de crime, SABENDO
DE SUA INOCÊNCIA. Assim, fica claro que a conduta daquele que dá causa à instauração
de investigação policial contra pessoa que não tem certeza se é ou não inocente, NÃO
COMETE CRIME ALGUM, pois se exige o dolo, consistente na vontade de denunciar
caluniosamente alguém que SABE SER INOCENTE.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 721 - José encontrava-se preso, cumprindo pena por crime de roubo. Em
determinado dia, trocou de roupa com um visitante e fugiu pela porta de entrada do presídio.
Nesse caso, José
A) cometeu crime de fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurança.
B) cometeu crime de arrebatamento de preso.
C) não cometeu nenhum crime, porque não empregou violência contra a pessoa.
D) cometeu crime de fraude processual.
E) cometeu crime de favorecimento pessoal.
COMENTÁRIOS:
Por mais que possa parecer estranho, José não cometeu crime algum, pois a fuga do preso só
é considerada crime, para ele (preso), quando o preso emprega violência na fuga,
caracterizando o crime de evasão mediante violência contra a pessoa, previsto no art. 352 do
CP: Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo submetido a medida de
segurança detentiva, usando de violência contra a pessoa: Pena - detenção, de três meses a
um ano, além da pena correspondente à violência. A conduta do preso, no entanto, é
considerada falta grave pela LEP, mas não crime, neste caso.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 722 - A pessoa que confessa, perante autoridade policial, delito inexistente,
A) não pratica nenhum delito.
B) pratica crime de autoacusação falsa.
C) pratica crime de falso testemunho.
D) pratica crime de comunicação falsa de crime.
E) pratica crime de denunciação caluniosa.
COMENTÁRIOS:
O crime praticado por quem afirma ter praticado crime que não ocorreu é o de
AUTOACUSAÇÃO FALSA, nos termos do art. 341 do CP. Vejamos: Art. 341 - Acusar-se,
perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por outrem: Pena - detenção, de três
meses a dois anos, ou multa. Lembrando que este crime somente pode ser praticado por
alguém “externo” ao crime, ou seja, alguém que dele não participou. O comparsa que assume
a culpa sozinho para “livrar a cara” do outro comparsa não pratica este crime.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
COMENTÁRIOS:
A conduta praticada pelo estrangeiro expulso, consistente em reingressar no território
nacional, sem autorização para tanto, configura o crime de “reingresso de estrangeiro
expulso”, previsto no art. 338 do CP. Vejamos: Art. 338 - Reingressar no território nacional o
estrangeiro que dele foi expulso: Pena - reclusão, de um a quatro anos, sem prejuízo de nova
expulsão após o cumprimento da pena.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 724 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima,
salvo quando a lei o permite, configura crime de
A) peculato.
B) abuso de poder.
C) exercício arbitrário das próprias razões.
D) concussão.
E) prevaricação.
COMENTÁRIOS:
A conduta daquele que faz justiça com as próprias mãos caracteriza o crime de “exercício
arbitrário das próprias razões”, previsto no art. 345 do CP: Art. 345 - Fazer justiça pelas
próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite: Pena
- detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à violência.
c) exige apenas o dolo genérico, sendo desnecessária a finalidade de favorecer interesse próprio
ou alheio.
d) não se caracteriza quando o autor do delito ameaça de morte o escrivão de polícia no curso
do inquérito policial, com o fim de impedir o seu indiciamento.
e) consuma-se com a prática da violência ou grave ameaça, pouco importando se o agente
conseguiu ou não a abstenção ou omissão da vítima em declarar ou apurar a verdade.
COMENTÁRIOS:
A) ERRADA: O crime se consuma com o mero exercício da violência pelo agente, imbuído
da intenção de favorecer interesse próprio ou alheio no processo, na forma do art. 344 do CP;
B) ERRADA: O item está errado, pois se trata de crime comum, podendo ser praticado por
qualquer pessoa;
C) ERRADA: O tipo penal deste delito exige, expressamente, que o agente pratique a
conduta (usar da violência ou grave ameaça) com a finalidade específica de favorecer
interesse próprio ou alheio. Vejamos: Coação no curso do processo Art. 344 - Usar de
violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra
autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo
judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral: Pena - reclusão, de um a quatro anos,
e multa, além da pena correspondente à violência.
D) ERRADA: O item está errado pois, embora não seja o escrivão o responsável pelo
indiciamento, isto é irrelevante, bastando que o agente pratique a conduta com a finalidade
obter algum proveito (inclusive pode ter a finalidade forçar o Delegado a não indiciá-lo,
utilizando a agressão ao escrivão como meio para isso);
E) CORRETA: O item está correto, pois trata-se de crime formal, que não se consuma com a
obtenção do resultado, mas com a mera prática da conduta visando o resultado.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 726 - Paulus foi preso em flagrante e recolhido à cadeia pública de uma cidade do
interior. No momento da alimentação, mediante violência física, dominou o carcereiro e tentou
fugir, mas, na porta da delegacia, foi dominado por policiais que estavam chegando ao local.
Paulus responderá por crime de
A) arrebatamento de preso, na forma consumada.
B) evasão mediante violência contra pessoa, na forma consumada.
C) motim de presos, na forma consumada.
D) evasão mediante violência contra pessoa, na forma tentada.
E) fuga de pessoa presa, na forma tentada.
COMENTÁRIOS:
Nesse caso Paulos cometeu o crime de evasão mediante violência contra a pessoa, NA
FORMA CONSUMADA, eis que a ocorrência da evasão é irrelevante para a consumação do
delito, que, nos termos do art. 352, se consuma com a simples tentativa de evasão do preso.
Vejamos: Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo submetido a medida
de segurança detentiva, usando de violência contra a pessoa: Pena - detenção, de três meses a
um ano, além da pena correspondente à violência.
Assim, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
COMENTÁRIOS:
O crime de fraude processual está previsto no art. 347 do CP: Art. 347 - Inovar
artificiosamente, na pendência de processo civil ou administrativo, o estado de lugar, de coisa
ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito: Pena - detenção, de três meses a
dois anos, e multa. Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir efeito em processo
penal, ainda que não iniciado, as penas aplicam-se em dobro. Portanto, pode ocorrer em
processo civil, penal e administrativo, bem como pode ser praticado por qualquer pessoa,
incluindo o advogado das partes ou outra pessoa, ainda que não possua interesse na causa.
Admite-se a tentativa, eis que se trata de crime plurissubsistente (a conduta é fracionável).
Entretanto, não é previsto na modalidade culposa.
Assim, a alternativa INCORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 728 - Augustus compareceu ao distrito policial e acusou falsamente seu desafeto
Paulus de ser o autor de crime de peculato, que sabia não ter se verificado. A autoridade policial
lavrou um Boletim de Ocorrência, mas deixou de instaurar inquérito policial por ter constatado
a falsidade da acusação.
Nesse caso, Augustus
A) responderá por tentativa de denunciação caluniosa.
B) responderá por comunicação falsa de crime, na forma consumada.
C) responderá por denunciação caluniosa, na forma consumada
D) responderá por tentativa de comunicação falsa de crime.
E) não responderá por nenhum delito, porque o inquérito policial não chegou a ser instaurado.
COMENTÁRIOS:
Nesse caso, como a conduta de Augustus foi imputar a uma pessoa um fato criminoso QUE
NÃO EXISTIU, o crime em tela é o de comunicação falsa de crime. Vejamos: Art. 340 -
Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção
que sabe não se ter verificado: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Será na forma
consumada, eis que a autoridade praticou algum ato, ainda que o Inquérito não tenha sido
instaurado. Não se trata de crime de denunciação caluniosa, eis que o infrator não acusou a
pessoa de crime que sabia ser a pessoa inocente, pois nesse crime é pressuposto que o fato
criminoso tenha existido, e a autoria seja falsamente imputada a alguém, o que não é o caso.
Assim, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
COMENTÁRIOS:
Nesse caso, Paulo responderá por denunciação caluniosa, nos termos do art. 339 do CP.
Vejamos: Art. 339. Dar causa à instauração de inquérito policial, de procedimento
investigatório criminal, de processo judicial, de processo administrativo disciplinar, de
inquérito civil ou de ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe
crime, infração ético-disciplinar ou ato ímprobo de que o sabe inocente: (Redação dada pela
Lei nº 14.110, de 2020) Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. § 1º - A pena é
aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de nome suposto. § 2º - A
pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção. A diferença para o
crime de comunicação falsa de crime (art. 340) é que aqui, o fato ocorreu, mas a autoria é
falsamente imputada a alguém. Já no crime de comunicação falsa de crime o FATO NÃO
OCORREU.
Assim, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
COMENTÁRIOS:
Analisando cada item:
I - CORRETA: Nos termos do art. 319, somente o funcionário público no exercício da função
pode cometer o delito: Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de
ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento
pessoal: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
II - ERRADA: O crime de advocacia administrativa admite a forma tentada, pois é possível o
fracionamento da conduta criminosa (crime plurissubsistente), de forma que nada impede a
tentativa;
III - ERRADA: Ambos os crimes admitem apenas a forma dolosa, por ausência de expressa
previsão legal de punição da forma culposa. Vejamos: Art. 339. Dar causa à instauração de
inquérito policial, de procedimento investigatório criminal, de processo judicial, de processo
administrativo disciplinar, de inquérito civil ou de ação de improbidade administrativa contra
alguém, imputando-lhe crime, infração ético-disciplinar ou ato ímprobo de que o sabe
inocente: (Redação dada pela Lei nº 14.110, de 2020) Pena - reclusão, de dois a oito anos, e
multa. (...) Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime
ou de contravenção que sabe não se ter verificado: Pena - detenção, de um a seis meses, ou
multa.
Estando correta apenas a afirmativa I, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 731 - Quanto aos crimes contra a administração da justiça, é correto afirmar que
A) não configura o crime de coação no curso do processo o uso de violência ou grave ameaça
contra testemunha em processo administrativo, com o fim de favorecer interesse próprio ou
alheio.
B) as penas são aumentadas de um terço no delito de exploração de prestígio, se o agente
insinua que o dinheiro solicitado, a pretexto de influir em testemunha, a esta também se destina.
C) constitui favorecimento pessoal prestar a criminoso, fora dos casos de coautoria ou
receptação, auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime.
D) configura o delito de autoacusação falsa o ato da pessoa que, perante a autoridade, se atribui
o cometimento de contravenção penal inexistente ou praticada por outrem.
E) não incorre nas penas do delito de patrocínio infiel o advogado que defende na mesma causa,
simultânea ou sucessivamente, partes contrárias.
COMENTÁRIOS:
A) ERRADA - Essa conduta configura o crime de coação no curso do processo. Vejamos o
art. 344 do CP: Coação no curso do processoArt. 344 - Usar de violência ou grave ameaça,
com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer
outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou
administrativo, ou em juízo arbitral: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da
pena correspondente à violência.
B) CORRETA - A afirmativa está correta, conforme previsão do art. 357, § único do CP:
Exploração de prestígio Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a
pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito,
tradutor, intérprete ou testemunha: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. Parágrafo
único - As penas aumentam-se de um terço, se o agente alega ou insinua que o dinheiro ou
utilidade também se destina a qualquer das pessoas referidas neste artigo.
C) ERRADA - Nesse caso, o delito é de FAVORECIMENTO REAL, não favorecimento
pessoal. Vejamos: Favorecimento real Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de
coautoria ou de receptação, auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime: Pena -
detenção, de um a seis meses, e multa.
D) ERRADA - O crime só se configura se o agente se atribui falsamente a prática de crime.
Vejamos: Autoacusação falsa Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente
ou praticado por outrem: Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
E) ERRADA - A conduta descrita caracteriza o delito de patrocínio infiel. Vejamos:
Patrocínio infiel Art. 355 - Trair, na qualidade de advogado ou procurador, o dever
profissional, prejudicando interesse, cujo patrocínio, em juízo, lhe é confiado: Pena -
detenção, de seis meses a três anos, e multa. Parágrafo único - Incorre na pena deste artigo o
advogado ou procurador judicial que defende na mesma causa, simultânea ou
COMENTÁRIOS:
O crime de falsa perícia ou falso testemunho, previsto no art. 342 do CP, e se caracteriza pela
omissão, negação ou afirmação falsa em testemunho ou perícia de qualquer natureza, quando
em processo administrativo, judicial, Juízo arbitral ou Inquérito Policial. Se consuma com a
realização da conduta, SENDO CRIME FORMAL. Vejamos: Art. 342. Fazer afirmação falsa,
ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em
processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada
pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. No caso
concreto restou configurado, portanto, o crime de FALSO TESTEMUNHO OU FALSA
PERÍCIA.
Portanto, a alternativa CORRETA É A LETRA E.
COMENTÁRIOS:
A conduta está tipificada no art. 344 do CP: Coação no curso do processo Art. 344 - Usar de
violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra
autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo
judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral: Pena - reclusão, de um a quatro anos,
COMENTÁRIOS:
O agente, aqui, pratica o delito de falso testemunho, e não há extinção da punibilidade pela
retratação, eis que foi realizada APÓS a sentença: Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar
ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo
judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº
10.268, de 28.8.2001) Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei nº 12.850, de 2013) (Vigência) (...) § 2º O fato deixa de ser punível se, antes da
sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.
(Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 736 - A retratação do agente, antes da sentença no processo em que ocorreu o falso
testemunho, é causa
a) de exclusão da imputabilidade.
b) de extinção da punibilidade.
c) de diminuição da pena.
d) de exclusão da culpabilidade.
e) supralegal de exclusão da ilicitude.
COMENTÁRIOS:
A retratação, desde que ANTES da sentença (não é da sentença irrecorrível, mas da
PRIMEIRA SENTENÇA no processo!), é causa de extinção da punibilidade, nos termos do
art. 342, §2º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
COMENTÁRIOS:
As condutas caracterizam, respectivamente, os delitos de “fuga de pessoa presa” e
“favorecimento pessoal”, nos termos dos arts. 351 e 348 do CP, respectivamente.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 738 - José percebeu que seu conhecido João havia cometido crime de desobediência
e estava fugindo a pé, sendo perseguido por policiais. Em vista disso, despistou os milicianos e
colocou João no interior de seu veículo, deixando o local e impedindo, dessa forma, a prisão em
flagrante deste. Nesse caso, José responderá pelo crime de
a) favorecimento pessoal privilegiado.
b) favorecimento real.
c) favorecimento pessoal em seu tipo fundamental.
d) arrebatamento de preso.
e) facilitar a fuga de pessoa presa.
COMENTÁRIOS:
O agente praticou, aqui, o delito de FAVORECIMENTO PESSOAL, nos termos do art. 348
do CP: Favorecimento pessoal Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública
autor de crime a que é cominada pena de reclusão: Pena - detenção, de um a seis meses, e
multa. § 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão: Pena - detenção, de quinze dias a
três meses, e multa. Como o delito de desobediência, previsto no art. 330 do CP, é punido
apenas com DETENÇÃO, o agente será enquadrado no §1º do art. 348, que é a forma
“privilegiada” do delito, pois possui pena mais branda.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 739 - No crime de exercício arbitrário das próprias razões, a ação penal é
a) sempre pública condicionada.
b) privada, se não há emprego de violência.
c) sempre privada.
d) pública condicionada, se não há emprego de violência.
e) sempre pública incondicionada.
COMENTÁRIOS:
A ação penal, neste delito, em regra será pública incondicionada, salvo se não houver
violência, pois neste caso a ação penal será privada: Exercício arbitrário das próprias razões
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo
quando a lei o permite: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena
correspondente à violência. Parágrafo único - Se não há emprego de violência, somente se
procede mediante queixa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
d) Extingue-se a punibilidade, salvo se o crime tiver sido praticado mediante suborno ou com o
fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal ou em processo civil em que
for parte entidade da administração pública direta ou indireta.
e) Ocorre perempção
COMENTÁRIOS:
A retratação, aqui, não terá o condão de levar à extinção da punibilidade, pois foi realizada
APÓS a sentença (pois se já está às vésperas do julgamento da apelação, isso significa que já
houve sentença), nos termos do art. 342, §2º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 741 - Caio, oficial de justiça, todos os dias da semana chega em sua residência
cansado após um longo dia de trabalho e passa a ficar incomodado com o fato de que Bruno,
namorado de sua filha, com 26 anos, recebe um salário alto para a quantidade de serviço que
realiza no órgão criminal do Ministério Público em que trabalha. Diante disso, objetivando que
Bruno trabalhe mais, afirma para a Promotora de Justiça chefe de Bruno, que era sua conhecida,
que sua esposa foi vítima de um crime de estelionato e que o fato deveria ser investigado,
informando nada saber sobre a autoria delitiva. Diante disso, foi instaurado procedimento
investigatório criminal no órgão. Caio, então, se arrepende e procura seu advogado para saber as
consequências de sua conduta, caso seja descoberto que o fato narrado era falso.
Considerando as informações narradas, o advogado deverá esclarecer que Caio:
a) não praticou crime, em razão do arrependimento posterior;
b) praticou crime de denunciação caluniosa, consumado;
c) praticou crime de comunicação falsa de crime ou contravenção, consumado;
d) praticou crime de falso testemunho, consumado;
e) praticou crime contra administração da justiça na modalidade tentada.
COMENTÁRIOS:
Neste caso, o agente praticou o crime de comunicação falsa de crime ou contravenção, em
sua forma consumada, previsto no art. 340 do CP: Comunicação falsa de crime ou de
contravenção Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de
crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado: Pena - detenção, de um a seis
meses, ou multa. Houve a consumação do delito porque o agente, efetivamente, conseguiu
provocar a ação da autoridade, ou seja, em razão da comunicação falsa, a autoridade acabou
adotando alguma providência. O fato de o agente ter se arrependido, aqui, é irrelevante
quanto à consumação do delito.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 742 - Após constatar a subtração de grande quantia em dinheiro do seu escritório
profissional, João Carlos promoveu o devido registro na Delegacia própria, apontando como
autor do fato o empregado Lúcio, já que possuía razões para desconfiar dele, por ser o único que
sabia da existência do dinheiro no cofre do qual foi subtraído. Instaurado o respectivo inquérito
policial, Lúcio foi ouvido e comprovou não ter sido ele o autor da subtração, reclamando do
constrangimento que passou com o seu indevido indiciamento. Por falta de justa causa, o
inquérito foi arquivado a requerimento do Ministério Público.
Diante da situação narrada, é correto afirmar que a conduta de João Carlos configura:
a) crime de calúnia;
b) fato típico, mas lícito;
c) crime de denunciação caluniosa;
d) crime de comunicação falsa de crime;
e) fato criminal atípico.
COMENTÁRIOS:
Neste caso o agente não praticou crime algum, pois o simples fato de imputar o fato a alguém
não configura o delito de denunciação caluniosa, previsto no art. 339, que pressupõe que o
agente impute FALSAMENTE o fato a alguém, SABENDO que a pessoa não participou
daquela infração penal, o que não ocorreu na hipótese, já que João acreditava que pudesse ter
sido Lúcio o infrator.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
COMENTÁRIOS:
Temos aqui um fato atípico. O agente, apesar de ter dado causa à instauração de inquérito
policial em desfavor de alguém cuja inocência restou demonstrada, não praticou o crime de
denunciação caluniosa, previsto no art. 339 do CP. Isto porque o delito de denunciação
caluniosa exige que o agente impute falsamente o crime a alguém, SABENDO que a pessoa é
inocente, ou seja, pratique a conduta para prejudicar a pessoa, sabendo que ela não praticou o
fato. No caso, o patrão apenas se equivocou, de maneira que não teve a intenção de prejudicar
o empregado. Não há que se falar, ainda, em denunciação caluniosa culposa, por ausência de
previsão legal. Por fim, incabível falar em calúnia, eis que também não há previsão na forma
culposa.
QUESTÃO 744 - Após realizarem o roubo de um caminhão de carga, os roubadores não sabem
como guardar as coisas subtraídas até o transporte para outro Estado no dia seguinte. Diante
dessa situação, procuram Paulo, amigo dos criminosos, e pedem para que ele guarde a carga
subtraída no seu galpão por 24 horas, admitindo a origem ilícita do material. Paulo, para ajudá-
los, permite que a carga fique no seu galpão, que é utilizado como uma oficina mecânica, até o
dia seguinte. A polícia encontra na mesma madrugada todo o material no galpão de Paulo, que é
preso em flagrante.
Diante desse quadro fático, Paulo deverá responder pelo crime de
A) receptação.
B) receptação qualificada.
C) roubo majorado.
D) favorecimento real.
COMENTÁRIOS:
Neste caso Paulo responderá pelo delito de favorecimento real, previsto no art. 349 do CP.
Isso porque Paulo prestou auxílio aos criminosos para que pudessem tornar seguro o proveito
do crime. Não se trata, aqui, de coautoria ou participação no delito de roubo, eis que Paulo
somente aceitou prestar auxílio quando o crime já havia se consumado. Assim, Paulo não
pode mais ser coautor ou partícipe de um crime que já ocorreu. Contudo, caso Paulo já
tivesse, previamente, combinado com os infratores que prestaria o auxílio necessário,
responderia como partícipe do roubo praticado.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
COMENTÁRIOS:
Como Minerva prestou auxílio a Baco, cuja finalidade era tornar seguro o PROVEITO do
crime, deverá responder pelo delito de FAVORECIMENTO REAL, nos termos do art. 349
do CP: favorecimento real Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de
receptação, auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime: Pena - detenção, de um a
seis meses, e multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
COMENTÁRIOS:
Neste caso, o agente comunicou à polícia um fato criminoso que, de fato, ocorreu. Contudo,
imputou a autoria a uma pessoa que SABIA SER INOCENTE, de forma que praticou o delito
de DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA, nos termos do art. 339 do CP: Denunciação caluniosa
Art. 339. Dar causa à instauração de inquérito policial, de procedimento investigatório
criminal, de processo judicial, de processo administrativo disciplinar, de inquérito civil ou de
ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime, infração ético-
disciplinar ou ato ímprobo de que o sabe inocente: (Redação dada pela Lei nº 14.110, de
2020) pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 747 - Maria de Souza devia R$ 500,00 (quinhentos reais) a José da Silva e vinha se
recusando a fazer o pagamento havia meses. Cansado de cobrar a dívida de Maria pelos meios
amistosos, José decide obter a quantia que lhe é devida de qualquer forma. Ao encontrar Maria
fazendo compras no centro da cidade, José retira a bolsa das mãos de Maria puxando-a com
força. A fivela da alça causa uma lesão leve no braço de Maria. José abre a bolsa de Maria,
constatando que ela levava consigo R$ 2.000,00 (dois mil reais), e pega R$ 500,00 (quinhentos
reais), deixando a bolsa com os pertences de Maria no chão.
Qual será a punição para o crime praticado por José?
a) Incidirá na pena de roubo simples.
b) Incidirá na pena de furto simples.
c) Incidirá nas penas de exercício arbitrário das próprias razões.
d) Incidirá nas penas de exercício arbitrário das próprias razões, além da pena correspondente à
violência.
e) Incidirá nas penas de exercício arbitrário das próprias razões, além da pena de furto simples.
COMENTÁRIOS:
José deverá responder pelo delito de exercício arbitrário das próprias razões, nos termos do
art. 345 do CP: exercício arbitrário das próprias razões Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias
mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite: Pena -
detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à violência.
Vemos, ainda, que como resultou lesão corporal em razão da violência empregada, José
responderá também pela violência empregada, ou seja, pelo crime de lesão corporal.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
COMENTÁRIOS:
A conduta do agente caracteriza o delito de sonegação de papel ou objeto de valor probatório,
prevista no art. 356 do CP: Sonegação de papel ou objeto de valor probatório Art. 356 -
Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de restituir autos, documento ou objeto de valor
probatório, que recebeu na qualidade de advogado ou procurador: Pena - detenção, de seis
meses a três anos, e multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 749 - Visando dar concretude à Lei de Responsabilidade Fiscal, foi introduzido no
Código Penal o artigo 359-D, que prevê o crime de “ordenação de despesa não autorizada”.
Sobre esse tema, é correto afirmar que:
(A) trata-se de crime próprio, logo nunca poderá ser praticado por particular, ainda que em
concurso de agentes com o funcionário público;
(B) trata-se de norma penal em branco, tendo em vista que independe de norma integradora para
sua integral compreensão e aplicação;
(C) o crime se consuma quando o funcionário ordenar a despesa não autorizada em lei, ainda
que esta não venha efetivamente a ser realizada;
(D) estará configurado o delito do artigo 359-D, CP, caso seja ordenada despesa não autorizada
em regulamento interno, ainda que omissa a lei sobre tal vedação;
(E) de acordo com o Código Penal, admite-se a modalidade culposa do delito.
COMENTÁRIOS:
A) ERRADA: A despeito de se tratar de crime próprio, o delito em questão poderá ser
praticado por particular quando este atue em concurso de agentes com um funcionário
público, nos termos do art. 30 do CP.
B) ERRADA: Trata-se de norma penal em branco porque DEPENDE de outra norma para
que possa ser aplicada de forma correta (necessita de uma norma que diga qual é a despesa
autorizada).
C) CORRETA: Trata-se de crime formal, que se consuma com a mera realização da conduta,
sendo irrelevante a ocorrência, ou não, do resultado pretendido pelo agente. Este é o
entendimento MAJORITÁRIO.
D) ERRADA: O tipo penal é claro ao exigir que a despesa não seja autorizada por lei, de
maneira que não pode ser ampliado o raio de vedação previsto na norma, sob pena de se
realizar interpretação extensiva em prejuízo do réu.
E) ERRADA: Não há previsão de modalidade culposa para o referido delito.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 750 - O princípio da transparência fiscal traz a ideia de que toda atividade
financeira deve se desenvolver com clareza e transparência, como forma de legitimação do
Estado Social e Democrático de Direito. Visando dar aplicabilidade a esse princípio, a Lei nº
10.028/2000 introduziu os artigos 359-A até 359-H no Código Penal, trazendo os chamados
Crimes contra as Finanças Públicas.
Sobre o tema, é correto afirmar que o crime de:
(A) “contratação de operação de crédito” é classificado pela doutrina como tipo misto
alternativo;
(B) “assunção de obrigação no último ano do mandato ou legislatura” proíbe que seja ordenada
assunção de obrigação durante todo o último ano do mandato, se esta não puder ser paga no
mesmo exercício financeiro;
(C) “ordenação de despesa não autorizada” é classificado pela doutrina como norma penal em
preto;
(D) “prestação de garantia graciosa” é classificado pela doutrina como crime impróprio, já que o
sujeito ativo não possui qualquer especial característica;
(E) “não cancelamento de restos a pagar” é classificado pela doutrina como modalidade de
crime comissivo impróprio.
COMENTÁRIOS:
A) CORRETA: O item está correto, pois se trata de um tipo penal que prevê diversas
condutas diferentes (três verbos distintos), sendo que cada uma delas caracteriza o delito, e a
prática de mais de uma delas, nas mesmas circunstâncias, caracteriza crime único.
B) ERRADA: Item errado, pois a proibição ocorre apenas nos dois últimos quadrimestres do
último ano do mandato, nos termos do art. 359-C do CP.
C) ERRADA: A norma do tipo penal do art. 359-D do CP é norma penal em BRANCO, pois
necessita de complementação para que possa ser aplicada, já que depende de
complementação, pois apenas pela redação do tipo penal não é possível definir qual é a
despesa não autorizada por lei.
D) ERRADA: Trata-se de crime PRÓPRIO, pois só pode ser praticado pelo funcionário
público com a responsabilidade pelos atos desta natureza.
E) ERRADA: Trata-se de crime OMISSIVO PRÓPRIO, pois a conduta descrita no tipo penal
é uma abstenção, um “deixar de fazer” o que a lei determina.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 751 - Com relação aos crimes contra as finanças públicas inseridos no Código Penal
pela Lei nº 10.028/2000 (artigo 359-A/H), é correto afirmar que:
a) admite-se, excepcionalmente, a forma culposa;
b) em razão de sua gravidade, não se admite a substituição da pena privativa de liberdade por
restritivas de direitos;
c) a tentativa não é admitida em qualquer de suas hipóteses;
d) a suspensão condicional do processo não é cabível em qualquer de suas formas;
e) trata-se de crime próprio, eis que praticado por funcionário público que tenha atribuição legal
ou titular de mandato ou legislatura.
COMENTÁRIOS:
A) ERRADA: Item errado, pois não há previsão de punição na modalidade culposa para
qualquer dos delitos tipificados como crimes contra as finanças públicas.
B) ERRADA: Não há qualquer vedação, bastando que estejam presentes os requisitos
previstos no art. 44 do CP.
C) ERRADA: Embora haja divergência doutrinária em relação a diversos tipos penais,
admite-se a tentativa em alguns dos crimes contra as finanças públicas.
D) ERRADA: Item errado, pois a suspensão condicional do processo é admitida para todos
os crimes contra as finanças públicas, já que todos eles estabelecem pena mínima igual ou
inferior a um ano de privação da liberdade, nos termos do art. 89 da Lei 9.099/95.
E) CORRETA: Item correto, pois tais crimes são considerados próprios, exigindo do agente
uma determinada qualidade específica que, no caso, é a qualidade de funcionário público (em
alguns casos específicos exige-se, ainda, que se trate de detentor de mandato).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 752 - O Art. 359-D do Código Penal prevê o crime de Ordenação de despesa não
autorizada, prevendo o preceito primário “ordenar despesa não autorizada por lei”.
Sobre tal delito, é correto afirmar que:
a) é norma penal em preto, já que a Lei de Responsabilidade Fiscal é utilizada para
complementar o tipo;
b) admite a modalidade culposa de acordo com o Código Penal;
c) é classificado como crime de conduta omissiva;
d) consuma-se apenas quando é efetivada a despesa não autorizada por lei, não bastando a
simples ordenação;
e) é crime próprio, pois o sujeito ativo é o funcionário público competente para ordenar despesa.
COMENTÁRIOS:
A) ERRADA: Trata-se de norma penal em branco, pois depende de complementação por
outra norma para que o tipo penal possa ter aplicabilidade.
B) ERRADA: Não há previsão de punição na modalidade culposa.
C) ERRADA: Trata-se de crime COMISSIVO, ou seja, praticando mediante uma conduta
positiva (um “fazer”).
D) ERRADA: Consuma-se o delito com a mera ordenação da despesa, ainda que esta não
QUESTÃO 753 - Douglas, funcionário público com competência para ordenar a assunção de
obrigação pela Administração, autorizou a realização de despesa no primeiro quadrimestre do
último ano da legislatura. Ocorre que a despesa autorizada, apesar de prevista em lei, não
poderia ser paga no mesmo exercício financeiro e nem havia contrapartida suficiente em caixa
para pagamento no exercício seguinte. Diante dessa situação, é correto afirmar que Douglas:
(A) praticou crime de ordenação de despesa não autorizada;
(B) não pode ser considerado funcionário público para fins penais;
(C) não praticou crime contra finanças públicas previsto no Código Penal;
(D) praticou crime de assunção de obrigação no último ano do mandato ou legislatura;
(E) praticou crime de inscrição de despesas não empenhadas em restos a pagar.
COMENTÁRIOS:
No caso em tela o agente NÃO praticou o delito do art. 359-C do C. Vejamos: Assunção de
obrigação no último ano do mandato ou legislatura (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois últimos quadrimestres do
último ano do mandato ou legislatura, cuja despesa não possa ser paga no mesmo exercício
financeiro ou, caso reste parcela a ser paga no exercício seguinte, que não tenha contrapartida
suficiente de disponibilidade de caixa: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) Pena - reclusão,
de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) Percebam que tal delito só
se caracteriza se a despesa é autorizada nos DOIS ÚLTIMOS quadrimestres. No caso, a
questão deixa claro que ela foi autorizada no PRIMEIRO quadrimestre.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
(E) Autorizar a inscrição em restos a pagar, de despesa que exceda limite estabelecido em lei
COMENTÁRIOS:
A única alternativa que traz uma conduta que NÃO se caracteriza como crime contra as
finanças públicas é a letra A, pois a conduta citada configura o delito de “emprego irregular
de verbas ou rendas públicas”, que é um delito previsto no art. 315 do CP e, portanto,
incluído no rol dos “crimes praticados por funcionário público contra a administração em
geral”: Emprego irregular de verbas ou rendas públicas Art. 315 - Dar às verbas ou rendas
públicas aplicação diversa da estabelecida em lei: Pena - detenção, de um a três meses, ou
multa. Do ponto de vista do “bem jurídico tutelado”, tal conduta até pode ser considerada
“atentatória às finanças públicas”. Contudo, não foi incluída no rol dos crimes contra as
finanças públicas pelo CP, de forma que a alternativa, portanto, está errada.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 755 - A respeito dos crimes praticados por particulares contra a administração, em
geral (arts. 328; 329; 330; 331; 332; 333; 335; 336 e 337 do CP), assinale a alternativa correta.
(A) Não há previsão de modalidade culposa.
(B) Aquele que se abstém de licitar em hasta pública, em razão de vantagem indevida, não é
punido pelo crime de impedimento, perturbação ou fraude de concorrência, já que se trata de
conduta atípica.
(C) O crime de desacato não se configura se o funcionário público não estiver no exercício da
função, ainda que o desacato seja em razão dela.
(D) Para se configurar, o crime de corrupção ativa exige o retardo ou a omissão do ato de ofício,
pelo funcionário público, em razão do recebimento ou promessa de vantagem indevida.
(E) Para se configurar, o crime de usurpação de função pública exige que o agente, enquanto na
função, obtenha vantagem.
COMENTÁRIOS:
a) CORRETA: Item correto, pois não há previsão de modalidade culposa para nenhum destes
delitos.
b) ERRADA: Item errado, pois tal agente também é punido, na forma do art. 335, § único do
CP.
c) ERRADA: Item errado, pois o crime de desacato pode ocorrer mesmo que o funcionário
não esteja, naquele momento, exercendo a função, desde que a conduta se dê em razão da
função por ele exercida, na forma do art. 331 do CP.
D) ERRADA: Item errado, pois tal delito se configura no momento em que o particular
oferece ou promete a vantagem indevida ao funcionário público, na forma do art. 333 do CP.
e) ERRADA: Item errado, pois não é necessário, para a consumação de tal delito, que o
agente obtenha qualquer vantagem. Caso isso ocorra, teremos a forma qualificada do delito,
prevista no art. 328, § único do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
COMENTÁRIOS:
Neste caso, incorre nas mesmas penas quem se abstém de concorrer ou licitar, em razão da
VANTAGEM oferecida, conforme estabelece o art. 335, § único do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 757 - Considerando os Crimes contra a Administração, nos exatos termos do art.
334-A, § 1° , III, quem reinsere no território nacional mercadoria brasileira destinada à
exportação incorre na mesma pena do crime de
a) sonegação fiscal.
b) descaminho.
c) fraude de concorrência.
d) contrabando.
e) corrupção ativa em transação comercial internacional.
COMENTÁRIOS:
Tal conduta configura o delito de contrabando: Contrabando Art. 334-A. Importar ou
exportar mercadoria proibida: (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) Pena - reclusão, de
2 (dois) a 5 (cinco) anos. (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) § 1º Incorre na mesma
pena quem: (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) (...) III - reinsere no território
COMENTÁRIOS:
Item errado, pois tal delito se configura ainda que o agente não obtenha vantagem. Caso o
agente obtenha vantagem, teremos a forma qualificada de tal delito, conforme art. 328, §
único do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
QUESTÃO 759 - O crime de resistência caracteriza-se pela oposição à execução de ato, ainda
que ilegal, mediante violência ou grave ameaça, a funcionário competente para executá-lo ou a
quem lhe esteja prestando auxílio.
Certo
Errado
COMENTÁRIOS:
Item errado, pois o crime de resistência se verifica quando há oposição à execução de ato
LEGAL por parte de funcionário público, mediante violência ou grave ameaça, ao
funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio, conforme art.
329 do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
COMENTÁRIOS:
Item correto, pois não é necessário que o agente influencie o funcionário público. Na
verdade, a Doutrina sustenta que o crime do art. 332 se verifica exatamente quando o
particular busca obter vantagem, em prejuízo de terceiro, alegando que irá influenciar em ato
a ser praticado pelo funcionário, mas não pretende agir dessa forma.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.
COMENTÁRIOS:
Item errado, pois tal conduta configura o delito de contrabando: Contrabando Art. 334-A.
Importar ou exportar mercadoria proibida: (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) Pena -
reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) § 1º Incorre
na mesma pena quem: (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) (...) III - reinsere no
território nacional mercadoria brasileira destinada à exportação; (Incluído pela Lei nº 13.008,
de 26.6.2014)
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
QUESTÃO 762 - Funcionários públicos estão executando um ato legal. Mediante violência, um
indivíduo opõe-se à execução do ato, e acaba causando lesão corporal leve em um particular que
prestava auxílio aos funcionários públicos. Em que pese a oposição o ato se executa. O
indivíduo
a) comete crime de resistência e também responderá pela violência (lesão corporal).
b) comete crime de desobediência, o qual terá sua pena aumentada por conta da violência (lesão
corporal).
c) apenas responderá pela violência (lesão corporal), não havendo por que se cogitar de outro
crime, pois o ato foi executado.
d) apenas comete crime de resistência, não havendo por que se cogitar de outro crime, uma vez
que a vítima de violência (lesão corporal) não se trata de funcionário público.
e) não comete crime algum.
COMENTÁRIOS:
Neste caso o indivíduo pratica o crime de resistência e também responderá pela violência
(lesão corporal) praticada, na forma do art. 329 e seu §2º do CP: Resistência Art. 329 - Opor-
se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para
executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: Pena - detenção, de dois meses a dois anos.
(...) § 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
COMENTÁRIOS:
Tal conduta configura o crime de descaminho, previsto no art. 334 do CP: Descaminho Art.
334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela
saída ou pelo consumo de mercadoria (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) Pena -
reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 764 - Importar mercadoria, sem o pagamento do imposto devido pela entrada,
caracteriza o crime de contrabando, de competência da Justiça Federal.
Certo
Errado
COMENTÁRIOS:
Item errado, pois tal conduta configura o crime de descaminho, previsto no art. 334 do CP:
Descaminho Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido
pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria (Redação dada pela Lei nº 13.008, de
26.6.2014) Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de
26.6.2014)
COMENTÁRIOS:
Item errado, pois a ocorrência de prejuízo não é elemento do tipo de desobediência, motivo
COMENTÁRIOS:
Tal conduta configura o crime de resistência, previsto no art. 329 do CP: Resistência Art. 329
- Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente
para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: Pena - detenção, de dois meses a dois
anos.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 767 - A conduta de “opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça
a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio" caracteriza o
crime de
a) desacato.
b) usurpação.
c) resistência.
d) descaminho.
e) desobediência.
COMENTÁRIOS:
Tal conduta configura o crime de resistência, previsto no art. 329 do CP: Resistência Art. 329
- Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente
para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: Pena - detenção, de dois meses a dois
anos.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 768 - Imagine que determinado dentista, por meio de um site de compras na
Internet adquire, do exterior, um instrumento odontológico cuja utilização é proibida no Brasil.
COMENTÁRIOS:
Tal conduta configura o delito de contrabando, conforme art. 334-A do CP: Contrabando Art.
334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida: (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 769 - Pratica o crime de contrabando aquele que ilude, no todo ou em parte, o
pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, saída ou consumo de mercadoria.
Certo
Errado
COMENTÁRIOS:
Item errado, pois tal conduta configura o crime de descaminho, previsto no art. 334 do CP:
Descaminho Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido
pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria (Redação dada pela Lei nº 13.008, de
26.6.2014) Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de
26.6.2014)
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
COMENTÁRIOS:
Item errado, pois o crime de resistência se verifica quando há oposição à execução de ato
LEGAL por parte de funcionário público, mediante violência ou grave ameaça, ao
funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio, conforme art.
329 do CP.
QUESTÃO 771 - Antônio foi abordado por Policiais Militares na via pública e, quando
informado que seria conduzido para a Delegacia de Polícia, pois era “procurado” pela Justiça,
passou a desferir socos e pontapés contra um dos policiais. Sobre a conduta de Antônio, pode-se
afirmar que
a) praticou o crime de desacato, previsto no artigo 331 do Código Penal.
b) praticou o crime de resistência, previsto no artigo 329 do Código Penal.
c) praticou o crime de desobediência, previsto no artigo 330 do Código Penal.
d) não praticou nenhum crime, pois todo cidadão tem direito à sua autodefesa.
e) praticou o crime de corrupção ativa, previsto no artigo 333 do Código Penal, pois pretendeu,
com sua reação, corromper o funcionário público a não cumprir ato de ofício.
COMENTÁRIOS:
Tal conduta configura o crime de resistência, previsto no art. 329 do CP, pois o agente se
opôs a execução de ato legal por meio de violência: Resistência Art. 329 - Opor-se à
execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para executá-
lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: Pena - detenção, de dois meses a dois anos.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
COMENTÁRIOS:
O delito de corrupção ativa (art. 333 do CP) é crime comum, podendo ser praticado por
qualquer pessoa, e não crime próprio. Trata-se de crime formal, pois se consuma com a
prática da conduta pelo particular (correta a letra C), ainda que o funcionário não aceite a
vantagem ou não infrinja seu dever funcional (errada, portanto, a letra B). Trata-se de crime
de concurso eventual, pois pode ser praticado por uma única pessoa e não admite forma
COMENTÁRIOS:
O crime de usurpação de função pública é qualificado se do fato o agente aufere vantagem,
conforme art. 328, § único do CP: Usurpação de função pública Art. 328 - Usurpar o
exercício de função pública: Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa. Parágrafo
único - Se do fato o agente aufere vantagem: Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
COMENTÁRIOS:
Tal conduta configura o crime de descaminho, previsto no art. 334 do CP: Descaminho Art.
334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela
saída ou pelo consumo de mercadoria (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) Pena -
reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 775 - Quem se opõe à execução de ato legal, mediante ameaça a pessoa que está
prestando auxílio a funcionário competente para executá-lo, comete crime de
a) usurpação de função pública.
b) desobediência.
c) resistência.
d) desacato.
e) exercício arbitrário das próprias razões.
COMENTÁRIOS:
Tal conduta configura o crime de resistência, previsto no art. 329 do CP: Resistência Art. 329
- Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente
para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: Pena - detenção, de dois meses a dois
anos.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 776 - A conduta de “solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem,
vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário
público no exercício da função” caracteriza crime de
a) corrupção ativa.
b) corrupção passiva.
c) tráfico de influência.
d) exploração de prestígio.
e) condescendência criminosa.
COMENTÁRIOS:
Tal conduta corresponde ao crime de tráfico de influência, previsto no art. 332 do CP: Tráfico
de Influência (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995) Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou
obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em
ato praticado por funcionário público no exercício da função: (Redação dada pela Lei nº
9.127, de 1995) Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela Lei
nº 9.127, de 1995)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 777 - O crime de resistência previsto no artigo 329 do CP tem sua pena aplicada
sem prejuízo da pena correspondente à violência grave.
Certo
Errado
COMENTÁRIOS:
Item correto, nos termos do art. 329, §2º do CP: Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal,
mediante violência ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja
prestando auxílio: Pena - detenção, de dois meses a dois anos. (...) § 2º - As penas deste artigo
são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.
QUESTÃO 778 - O delito de desobediência, previsto no artigo 330, CP, é crime comum, tendo
como sujeito ativo qualquer pessoa, com exceção do funcionário público, que mesmo quando
não está no exercício da função, não perde essa condição para efeitos penais.
Certo
Errado
COMENTÁRIOS:
Item errado, pois o funcionário público pode praticar o delito de desobediência, na qualidade
de particular, quando estiver fora do exercício das funções.
QUESTÃO 779 - O delito de desacato (art. 331, CP), dado o objeto material (o funcionário
público e sua honra), tem como sujeito passivo apenas o funcionário público humilhado.
Certo
Errado
COMENTÁRIOS:
Item errado, pois o Estado também é sujeito passivo deste delito.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
QUESTÃO 780 - José, policial militar, no exercício da sua função, decidiu abordar João na via
pública, pois este passou a correr quando percebeu a aproximação da viatura policial. Durante a
abordagem, João passou a desprestigiar e ofender José, em razão do seu salário de policial
militar, inclusive proferindo palavras de baixo calão contra ele. Com relação à conduta de João,
pode-se afirmar sobre ele que
(A) ao sair correndo, quando viu a viatura policial, praticou o delito de resistência.
(B) cometeu o delito de desobediência.
(C) sua conduta é atípica.
(D) é passível de queixa-crime, ajuizada por José, no prazo de 6 meses, a contar da data do fato,
caso sinta que sua honra profissional tenha sido ofendida.
(E) praticou o crime de desacato.
COMENTÁRIOS:
João, neste caso, praticou o delito de desacato, previsto no art. 331 do CP: Desacato Art. 331
- Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela: Pena - detenção, de
seis meses a dois anos, ou multa.
QUESTÃO 781 - Sobre o delito de corrupção ativa, previsto no artigo 333 do Código Penal,
pode-se afirmar que
(A) é crime comum, pode ser praticado por qualquer pessoa, inclusive por um funcionário
público que não esteja agindo nessa qualidade e tem como sujeito passivo o Estado.
(B) é crime material.
(C) mesmo quando a vantagem oferecida ou prometida for posterior à conduta praticada pelo
funcionário público, ocorrerá o crime de corrupção ativa.
(D) não se configura o delito de corrupção ativa, caso a vantagem não tenha sido endereçada ao
funcionário diretamente (mas a terceira pessoa), assim como também não se configura o delito,
caso o funcionário venha a repelir a vantagem oferecida pelo particular.
(E) ocorrerá todas as vezes que o funcionário público ceder à exigência do particular para
realizar, omitir ou deixar de praticar ato de ofício.
COMENTÁRIOS:
A) CORRETA: Trata-se de crime praticado por PARTICULAR contra a administração em
geral, ou seja, qualquer pessoa pode praticá-lo, inclusive um funcionário público que não
esteja no exercício das funções.
B) ERRADA: Trata-se de crime FORMAL, que se consuma com a mera prática da conduta,
independentemente da obtenção do resultado pretendido.
C) ERRADA: Item errado, pois a conduta deve ser anterior à prática do ato, pois o tipo penal
exige que a conduta seja praticada para “determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de
ofício”.
D) ERRADA: Item errado, pois o crime se configura mesmo quando é realizado por
interposta pessoa, e a eventual recusa do funcionário público é irrelevante, pois o delito já
estará consumado.
E) ERRADA: O crime ocorre quando o particular pratica sua conduta. Caso o funcionário
público efetivamente infrinja seu dever funcional, haverá aumento de pena, nos termos do art.
333, § único do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 782 - Assinale a alternativa correta sobre os crimes praticados pelo particular contra
a Administração em geral.
(A) O crime de resistência previsto no artigo 329 do CP tem sua pena aplicada sem prejuízo da
pena correspondente à violência grave.
(B) O delito de desobediência, previsto no artigo 330, CP, é crime comum, tendo como sujeito
ativo qualquer pessoa, com exceção do funcionário público, que mesmo quando não está no
exercício da função, não perde essa condição para efeitos penais.
(C) O crime de falso testemunho ou falsa perícia (art. 342, CP) admite retratação do agente que
poderá ser manifestada em qualquer instância e grau de jurisdição, ocasionando a extinção da
punibilidade.
(D) O delito de desacato (art. 331, CP), dado o objeto material (o funcionário público e sua
honra), tem como sujeito passivo apenas o funcionário público humilhado.
(E) O crime de coação no curso do processo (art. 344, CP) não admite violência, mas apenas
ameaça por parte do agente, que busca favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade,
parte ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial,
policial, administrativo ou em juízo arbitral.
COMENTÁRIOS:
A) CORRETA: Item correto, nos termos do art. 329, §2º do CP: Art. 329 - Opor-se à
execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para executá-
lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: Pena - detenção, de dois meses a dois anos. (...) §
2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência.
B) ERRADA: O funcionário público pode praticar o delito de desobediência, na qualidade de
particular, quando estiver fora do exercício das funções.
C) ERRADA: A retratação do agente, no crime de falso testemunho, somente extingue a
punibilidade se o agente a realiza antes da sentença no processo em que ocorreu o fato, nos
termos do art. 342, §2º do CP.
D) ERRADA: O Estado também sujeito passivo deste delito.
E) ERRADA: Item errado, pois tal delito também pode ser praticado por meio de violência,
nos termos do art. 344 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 783 - Antônio foi abordado por Policiais Militares na via pública e, quando
informado que seria conduzido para a Delegacia de Polícia, pois era “procurado” pela Justiça,
passou a desferir socos e pontapés contra um dos policiais. Sobre a conduta de Antônio, pode-se
afirmar que
(A) praticou o crime de desacato, previsto no artigo 331 do Código Penal.
COMENTÁRIOS:
Neste caso o agente praticou o delito de resistência, previsto no art. 329 do CP: Resistência
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário
competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: Pena - detenção, de dois
meses a dois anos.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
COMENTÁRIOS:
O crime de corrupção ativa é COMUM (pode ser praticado por qualquer pessoa) e tem como
objeto (bem jurídico) a moralidade e a probidade da administração pública. Além disso, é
crime de concurso EVENTUAL e não admite forma culposa. Por fim, trata-se de crime
FORMAL, pois se consuma com a mera prática da conduta, independentemente de o agente
obter o resultado pretendido.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 785 - José solicita e recebe dinheiro de um empresário que participará de uma
licitação pública a pretexto de ajudá-lo a vencer o certame, sob o argumento de que tem muitos
amigos no comando da Administração Pública. Sobre a conduta de José, está correto afirmar
que
(A) praticou o crime de usurpação da função pública (art. 328, Código Penal).
(B) praticou o crime de corrupção ativa (art. 333, Código Penal).
(C) praticou o crime de impedimento, perturbação ou fraude concorrência (art. 335, Código
Penal).
(D) praticou o crime de tráfico de influência (art. 332, Código Penal).
E) não praticou nenhum crime (fato atípico), pois quem decide o resultado de licitação é o
agente público e não o particular.
COMENTÁRIOS:
José praticou o delito de tráfico de influência, previsto no art. 332 do CP: Tráfico de
Influência (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995) Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou
obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em
ato praticado por funcionário público no exercício da função: (Redação dada pela Lei nº
9.127, de 1995) Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela Lei
nº 9.127, de 1995)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 786 - Cidadão solicita a poda de uma árvore que se encontra no passeio público em
frente a sua residência, ao agente público municipal, responsável por atividades de zeladoria
urbana. Tal agente afirma que tal serviço demorará de 2 a 3 meses, mas que se o cidadão quiser
maior rapidez, pode lhe pagar R$ 100,00, que enviará a equipe para realizar o serviço no dia
seguinte. O interessado paga a quantia e recebe o serviço, conforme combinado. Nesse caso, as
condutas do agente público municipal e do cidadão são crimes contra a Administração Pública,
respectivamente previstos como
(A) corrupção passiva e corrupção ativa.
(B) corrupção ativa e peculato.
(C) peculato e corrupção passiva.
(D) concussão e peculato.
(E) corrupção ativa e concussão.
COMENTÁRIOS:
Questão polêmica. É pacífico na Doutrina que se o agente apenas cede ao pedido do
funcionário público e dá a vantagem indevida solicitada, não pratica o delito de corrupção
ativa, pois o tipo penal do art. 333 do CP não abarca este verbo (pagar ou dar). Contudo, a
questão deixa claro que o funcionário público não solicitou a verba, apenas esclareceu como
funcionava o “esquema”. O particular, por livre e espontânea vontade, ofereceu a vantagem
indevida, caracterizando o delito de corrupção ativa. O funcionário público, por sua vez,
praticou o delito de corrupção passiva ao aceitar a vantagem.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
QUESTÃO 787 - O fazendeiro de uma cidade do interior de São Paulo, que solicita aos
assentados dinheiro a pretexto de influir na atuação de funcionário do ITESP a fim de facilitar a
concessão de títulos de domínio visando a regularização fundiária, comete o crime de:
a) corrupção passiva qualificada.
b) tráfico de influência.
c) advocacia administrativa.
d) exploração de prestígio.
e) estelionato
COMENTÁRIOS:
A conduta do fazendeiro caracteriza o delito de tráfico de influência, nos termos do art. 332
do CP: Tráfico de Influência (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995) Art. 332 - Solicitar,
exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a
pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função: (Redação
dada pela Lei nº 9.127, de 1995) Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
(Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995) Parágrafo único - A pena é aumentada da metade,
se o agente alega ou insinua que a vantagem é também destinada ao funcionário. (Redação
dada pela Lei nº 9.127, de 1995)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 788 - A pena prevista pelo Código Penal para o crime de "resistência" (CP, art.
329), por expressa disposição legal, é
A) de reclusão e de multa.
B) de reclusão, de seis meses a um ano.
C) maior, se o funcionário público, em razão da violência, fica afastado do cargo.
D) maior se o ato, em razão da resistência, não se executa.
E) diminuída de um a dois terços se a resistência não é praticada com violência.
COMENTÁRIOS:
A resposta é a letra D. Para resolvermos a questão é necessária a transcrição do art. 329 do
CP, que define o tipo penal do delito de resistência. Vejamos: Resistência Art. 329 - Opor-se
à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para
executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: Pena - detenção, de dois meses a dois anos.
§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa: Pena - reclusão, de um a três anos.
Vemos, então, que a pena, em regra, é de detenção, de dois meses a dois anos. Contudo, caso
o ato não se execute em razão da resistência, a pena será maior, e será de reclusão, de um a
três anos.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
COMENTÁRIOS:
Tal delito se caracteriza, na forma qualificada, quando o ato não é executado em razão da
resistência do agente. Vejamos: Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante
violência ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando
auxílio: Pena - detenção, de dois meses a dois anos. § 1º - Se o ato, em razão da resistência,
não se executa: Pena - reclusão, de um a três anos.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
COMENTÁRIOS:
O delito de desacato está previsto no art. 331 do CP. Vejamos: Desacato Art. 331 - Desacatar
funcionário público no exercício da função ou em razão dela: Pena - detenção, de seis meses
a dois anos, ou multa. O crime de desacato deve ser praticado contra o funcionário público
NO EXERCÍCIO DA FUNÇÃO (quando estiver exercendo a função) ou EM RAZÃO DELA
(mesmo fora do local do exercício da função, mas em razão da função). No caso em tela,
COMENTÁRIOS:
O delito de resistência está previsto no art. 329 do CP: Resistência Art. 329 - Opor-se à
execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para executá-
lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: Pena - detenção, de dois meses a dois anos. Assim,
vemos que o ato ao qual se opõe deve ser LEGAL. A violência ou ameaça deve ser praticada
contra o funcionário competente para praticar o ato, e não necessariamente um policial. Por
fim, A oposição ao ato deve ser praticada necessariamente com violência ou ameaça. Assim,
as afirmativas I e III estão corretas.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
COMENTÁRIOS:
A conduta descrita caracteriza o delito do art. 329 do CP, ou seja, crime de RESISTÊNCIA.
Vejamos: Resistência Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou
ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
Pena - detenção, de dois meses a dois anos. § 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se
executa: Pena - reclusão, de um a três anos. § 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem
prejuízo das correspondentes à violência.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
COMENTÁRIOS:
I - CORRETA: Esta é a redação do tipo penal previsto no art. 332 do CP, caracterizando o
delito de tráfico de influência;
II - ERRADA: O crime somente é punido a título de dolo, não havendo previsão de forma
culposa;
III - CORRETA: Esta é a causa de aumento de pena prevista no art. 332, § único do CP,
aumentando-se a pena em metade.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C
QUESTÃO 794 - Considere as seguintes assertivas no que pertence aos Crimes Praticados por
Particular Contra a Administração em Geral e assinale a alternativa que corresponde ao
regramento estabelecido pelo texto do Código Penal.
I. Somente comete crime de resistência aquele que age com violência ou ameaça.
II. Quem desobedece à ordem ilegal de funcionário público não comete crime de desobediência.
III. Apenas se configura o crime de desacato se a ação for praticada contra funcionário no
exercício da função ou em razão dela.
(A) Nenhuma assertiva é correta.
(B) Todas as assertivas são corretas.
COMENTÁRIOS:
I – CORRETA: Item correto, pois é necessário que o agente resista à ordem legal utilizando-
se de violência ou grave ameaça, nos termos do art. 329 do CP.
II – CORRETA: Para que tal crime se configure é necessário que a ordem do funcionário
público seja LEGAL, nos termos do art. 330 do CP.
III – CORRETA: É indispensável, no delito de desacato, que o funcionário desacatado esteja
no exercício da função ou, pelo menos, que o desacato se dê em razão da função, nos termos
do art. 331 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
COMENTÁRIOS:
Tício e Tácito praticaram, no caso, o crime de usurpação de função pública, previsto no art.
328 do CP (sem prejuízo de eventual crime patrimonial, como estelionato): Art. 328 -
Usurpar o exercício de função pública: Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
GABARITO: Letra B
QUESTÃO 796 - Astolfo, é surpreendido na prática de crime de roubo e recebe ordem de prisão
por dois policiais militares do Estado X que estão devidamente fardados e com viatura. Para
evitar a prisão, Astolfo arremessa pedras em direção aos policiais ferindo a ambos que, ainda
assim, conseguem prendê-lo com o uso da força necessária. Em relação à ação contra a
execução de ordem legal praticada por Astolfo, sem prejuízo de outros crimes decorrentes da
violência, ele poderá responder pelo crime de
a) Desacato.
b) Desobediência.
c) Resistência.
d) Obstrução à justiça.
e) Desinteligência.
COMENTÁRIOS:
O agente praticou aqui o crime de resistência, na forma do art. 329 do CP, pois se opôs à
execução do ato legal mediante violência: Resistência Art. 329 - Opor-se à execução de ato
legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe
esteja prestando auxílio: Pena - detenção, de dois meses a dois anos. (...)§ 2º - As penas deste
artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência. Vale frisar que o agente
responderá, ainda, pelas lesões causadas nos policiais.
GABARITO: Letra C
QUESTÃO 797 - José desatendeu ordem ilegal de funcionário Público e deixou o local em que
tal ordem lhe fora dada. A conduta de José
a) caracterizou o delito de desacato.
b) caracterizou o delito de resistência no tipo legal fundamental.
c) configurou o crime de desobediência.
d) não tipificou os crimes de desobediência, desacato ou resistência.
e) configurou o crime de resistência na forma agravada.
COMENTÁRIOS:
Se a ordem dada pelo funcionário público era ILEGAL, José não cometeu crime algum ao
desobedecer a ordem, pois o crime de desobediência, do art. 330 do CP, só se verifica quando
o agente desobedece a ordem LEGAL de funcionário público. Não há que se falar, ainda, nos
crimes de desacato ou resistência, pois a conduta praticada não corresponde a qualquer destes
tipos penais.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D
QUESTÃO 798 - O particular que atenta contra a Administração em Geral, com a característica
de iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela
saída ou pelo consumo de mercadoria no país, comete, segundo o Código Penal, o crime de
a) fraude de concorrência.
b) contrabando.
c) descaminho.
d) sonegação de contribuição previdenciária.
e) impedimento de concorrência.
COMENTÁRIOS:
Tal conduta configura o crime de descaminho, previsto no art. 334 do CP: Descaminho Art.
334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela
saída ou pelo consumo de mercadoria (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) Pena -
reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 799 - Marcelino, dirigindo seu veículo, é abordado por policiais militares que o
vistoriaram e nada encontraram de irregular, nem com a documentação do veículo, tampouco
com os documentos pessoais, os quais estavam plenamente válidos. Apenas por precaução, os
policiais o convidaram para ir à Delegacia de Polícia para fazer uma melhor averiguação de sua
vida pregressa já que não simpatizaram com ele. Marcelino se recusa a acompanhá-los e, os
policiais o alertam que o conduzirão à força, caso ele não concorde. No entanto, ele novamente
não aceita acompanhá-los resistindo à ordem. A conduta de Marcelino
a) configura crime de desacato e de resistência.
b) configura crime de resistência, somente.
c) configura crime de resistência e de desobediência.
d) configura crime de desacato e de desobediência.
e) não configura crime.
COMENTÁRIOS:
Neste caso, Marcelino NÃO PRATICOU CRIME ALGUM, pois recebeu uma ordem
ILEGAL dos policiais. Se Marcelino não possuía mandado de prisão ou condução coercitiva
em seu desfavor, tampouco estava sem situação de flagrante delito, tal condução é
absolutamente ilegal. Se a ordem dada pelo funcionário público era ILEGAL, Marcelino não
cometeu crime algum ao desobedecer a ordem, pois o crime de desobediência, do art. 330 do
CP, só se verifica quando o agente desobedece a ordem LEGAL de funcionário público. Não
há que se falar, ainda, nos crimes de desacato ou resistência, pois a conduta praticada não
corresponde a qualquer destes tipos penais.
COMENTÁRIOS:
Paulo praticou a conduta típica prevista no art. 333 do CP, ou seja, em tese teria praticado o
delito de corrupção ativa. Contudo, a questão deixa claro que ele se encontrava inteiramente
incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com este
entendimento, situação decorrente de embriaguez ocasionada por FORÇA MAIOR. Assim,
Paulo é inimputável e, segundo o CP, isento de pena (afasta a culpabilidade), nos termos do
art. 28, §1º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
e) estelionato.
COMENTÁRIOS:
A conduta do agente, aqui, configura o delito de tráfico de influência, previsto no art. 332 do
CP: Tráfico de Influência (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995) Art. 332 - Solicitar,
exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a
pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função: (Redação
dada pela Lei nº 9.127, de 1995) Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
(Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 802 - José ofereceu R$ 1.000,00 para João, Oficial de Justiça, deixar de citá-lo
numa ação cível. João aceitou a oferta, mas José deixou de honrá-la. Nesse caso, José
responderá por corrupção ativa
a) consumada e João por corrupção ativa tentada.
b) tentada e João por prevaricação.
c) tentada e João por corrupção ativa consumada.
d) consumada e João por corrupção passiva consumada.
e) tentada e João por corrupção ativa tentada.
COMENTÁRIOS:
José responderá por corrupção ATIVA CONSUMADA (pois o mero oferecimento já
consuma o delito), nos termos do art. 333 do CP. João, por sua vez, responderá pelo delito de
corrupção PASSIVA CONSUMADA, pois a mera aceitação da vantagem já consuma o
delito, nos termos do art. 317 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 803 - Paulo, sócio administrador de agência de turismo, ofereceu uma viagem à
Europa a Jack, agente fiscal de rendas, para determiná-lo a não autuá-lo por sonegação de
tributo estadual. Jack aceitou a oferta, viajou e, quando voltou, foi até a empresa e lavrou auto
de infração pela sonegação do referido tributo. Nesse caso,
a) Paulo responderá por corrupção ativa e Jack não responderá por nenhum delito por ter
lavrado o auto de infração.
b) Jack responderá por corrupção passiva e Paulo por prevaricação.
c) Paulo responderá por corrupção ativa e Jack por prevaricação.
d) não há crime, porque o auto de infração foi lavrado, não tendo havido prejuízo para a
Administração pública.
COMENTÁRIOS:
Paulo responderá por corrupção ATIVA CONSUMADA (pois o mero oferecimento já
consuma o delito), nos termos do art. 333 do CP. Jack, por sua vez, responderá pelo delito de
corrupção
PASSIVA CONSUMADA, pois a mera aceitação da vantagem já consuma o delito. Contudo,
a “corrupção passiva” que Jack praticou não foi a do art. 317 do CP, pois quando se trata de
aceitação de vantagem indevida por funcionário da administração tributária, cuja finalidade é
o não lançamento de tributo ou lançamento parcial (contrariamente à Lei), teremos uma
modalidade especial de corrupção passiva, que é a “corrupção passiva tributária”, prevista no
art. 3º, II da Lei 8.137/90. A resposta da questão poderia ter sido mais completa, de forma a
não dar margem para anulação.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 804 - NÃO constitui crime praticado por particular contra a Administração em geral
a) o tráfico de influência.
b) a desobediência.
c) a resistência.
d) a advocacia administrativa.
e) o desacato.
COMENTÁRIOS:
Dentre as alternativas apresentadas, apenas a letra D traz um crime que não constitui “crime
praticado por particular contra a Administração em geral”, eis que tal delito é um crime
praticado por FUNCIONÁRIO PÚBLICO contra a administração em geral, nos termos do
art. 321 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 805 - A respeito dos crimes contra a Administração Pública, é correto afirmar:
a) Não configura o crime de contrabando a exportação de mercadoria proibida.
b) Constitui crime de desobediência o não atendimento por funcionário público de ordem legal
de outro funcionário público.
c) Comete crime de corrupção ativa quem oferece vantagem indevida a funcionário público para
determiná-lo a deixar de praticar medida ilegal.
d) Pratica crime de resistência quem se opõe, mediante violência, ao cumprimento de mandado
de prisão decorrente de sentença condenatória supostamente contrária à prova dos autos.
e) Para a caracterização do crime de desacato não é necessário que o funcionário público esteja
no exercício da função ou, não estando, que a ofensa se verifique em função dela.
COMENTÁRIOS:
A) ERRADA: O crime de contrabando é, por definição, a exportação ou importação de
mercadoria proibida, nos termos do art. 334 do CP;
B) ERRADA: O crime de desobediência é um crime que só pode ser praticado pelo
particular. Se praticado pelo funcionário público pode, no entanto, configurar o crime de
prevaricação, nos termos dos arts. 329 e 319 do CP;
C) ERRADA: Cuidado com a pegadinha! Se a medida que o funcionário público ia praticar
era ilegal, não há crime de corrupção ativa, pois se exige que o ato que o funcionário público
iria praticar seja legal, nos termos do art. 333 do CP:
D) CORRETA: O fato de a sentença judicial que embasa o mandado de prisão ser
considerada injusta não desconfigura o crime, pois o modo correto para o agente questionar a
sentença é a via recursal. Nesse caso, o ato praticado pelo funcionário público (oficial de
justiça) é plenamente legal, pois se fundamenta em decisão judicial válida, que pode, no
entanto, ser atacada pela via do recurso.
E) ERRADA: É necessário que a ofensa seja proferida, em qualquer caso, em razão da
função pública, esteja ou não o funcionário público no exercício da função no momento do
crime.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
COMENTÁRIOS:
No crime de corrupção ativa, a vantagem é oferecida ou prometida a um funcionário público
por um particular, não sendo exigida pelo funcionário público, o que caracterizaria o crime de
concussão (art. 316 do CP). Também não é solicitada pelo funcionário público, o que
caracterizaria crime de corrupção passiva (art. 317 do CP). A vantagem, por sua vez, não
necessita ser concedida ou recebida, pois no crime de corrupção ativa, há um crime formal,
em que a ocorrência do resultado (obtenção da vantagem) é mero exaurimento, não sendo
necessário à configuração do delito. Por fim, a vantagem pode ser oferecida a funcionário
público, pois esta não é a única conduta descrita no núcleo do tipo, que incrimina também a
conduta de prometer vantagem.
Assim, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
QUESTÃO 807 - Túlio assumiu o exercício de função pública sem ser nomeado ou designado,
executando ilegitimamente ato de ofício. Tal conduta caracteriza o crime de
a) desobediência.
b) tráfico de influência.
c) exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado.
d) advocacia administrativa.
e) usurpação de função pública.
COMENTÁRIOS:
Como Túlio não possuía qualquer vínculo com a administração pública, o exercício da função
pública, neste caso, configura o crime de usurpação de função pública, nos termos do art. 328
do CP. O crime de exercício funcional ilegalmente antecipado só se configuraria se Túlio
tivesse sido nomeado, mas ainda não empossado no cargo, o que não ocorreu.
Assim, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
COMENTÁRIOS:
O crime de desobediência só é punível na modalidade dolosa, motivo pelo qual a existência
desse elemento subjetivo do tipo é INDISPENSÁVEL.
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
QUESTÃO 809 - Aquele que exige vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por
funcionário público no exercício da função, comete o crime de
a) tráfico de influência.
b) advocacia administrativa.
c) exploração de prestígio.
d) condescendência criminosa.
e) prevaricação.
COMENTÁRIOS:
A conduta de exigir vantagem a pretexto de influir em ato a ser praticado por funcionário
público pode caracterizar o delito de TRÁFICO DE INFLUÊNCIA. Vejamos o art. 332 do
CP: Tráfico de Influência (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995) Art. 332 - Solicitar,
exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a
pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função: (Redação
dada pela Lei nº 9.127, de 1995) Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
(Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
COMENTÁRIOS:
José, neste caso, não cometeu qualquer delito, pois a ordem do funcionário público não foi
legal, ou seja, não possuía qualquer amparo legal, de forma que foi plenamente válida a
conduta de José. Inclusive, vejamos o tipo penal do crime de desobediência: Desobediência
Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público: Pena - detenção, de quinze dias
a seis meses, e multa. Vê-se, assim, que sendo ilegal a ordem emanada do funcionário
público, inexigível seu cumprimento.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
COMENTÁRIOS:
A) ERRADA: O item está errado, pois é necessário que a oferta ou promessa de vantagem
indevida seja anterior à prática do ato, pois o tipo penal exige que ela seja feita “para”
ocasionar a falta funcional, e não em decorrência dela;
B) ERRADA: Em sendo aceita a oferta, o particular responde pela corrupção ativa e o
funcionário público responde pela corrupção passiva;
C) ERRADA: O item está errado, pois a oferta de vantagem deve ser dirigida a um
funcionário público especificamente e deve ser vantagem indevida, o que não ocorre no caso;
D) CORRETA: Neste caso, o particular que apenas solicita ao funcionário público um
“jeitinho” (sem nada oferecer em troca), não pratica crime. O funcionário público, entretanto,
caso atenda ao pedido, pratica crime de corrupção passiva privilegiada, nos termos do art.
317, §2º do CP: Art. 317 (...) § 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato
de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:
E) ERRADA: Não há previsão de punição na forma culposa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
QUESTÃO 812 - Processado por roubo cometido contra empresa pública federal, Mélvio teve
sua prisão preventiva legalmente decretada. Ao ser regularmente cumprido o respectivo
mandado por Oficial de Justiça, Mélvio resistiu com violência à prisão e, ao final, foi absolvido
da imputação de roubo, posto que afinal reconhecida injusta. Com base somente nesses dados,
(A) inexistiu crime de resistência, qualquer que seja o fundamento técnico da absolvição quanto
ao roubo.
(B) inexistiu crime de resistência, desde que a absolvição seja pela negativa de autoria quanto
ao roubo.
(C) inexistiu crime de resistência, mas responde Mélvio, de qualquer modo, por outro eventual
crime correspondente à violência.
(D) inexistiu o crime de resistência, desde que a absolvição quanto ao roubo tenha afirmado a
inexistência ou a atipicidade do fato respectivo.
(E) caracteriza-se o crime de resistência.
COMENTÁRIOS:
Neste caso restou PLENAMENTE caracterizado o delito de resistência, pois o agente,
mediante violência, resistiu ao cumprimento de ato legal por parte de funcionário público.
Vejamos: Resistência Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou
ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
Pena - detenção, de dois meses a dois anos. O fato de, posteriormente, o acusado ser
absolvido da acusação criminosa (em relação ao delito que gerou o mandado de prisão) não
torna ilegal a prisão realizada e, portanto, não afasta o delito de resistência.
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
COMENTÁRIOS:
O crime de desacato implica aviltamento ao funcionário público e à própria função pública
em si, não sendo necessário que haja resistência ao cumprimento de ordem, tampouco coação
ou desobediência.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
COMENTÁRIOS:
Para a caracterização do crime de desacato é necessário, conforme doutrina majoritária, que a
conduta seja praticada NA PRESENÇA do funcionário público. Assim, incorretas as
alternativas A e E. A alternativa B é a correta, eis que além de dever ser praticada na presença
do funcionário público, a ofensa deve se relacionar com as funções exercidas pelo
funcionário. As alternativas C e D estão incorretas, eis que as ofensas devem ter relação com
as funções exercidas, não caracterizando o delito meras críticas genéricas a uma Instituição
(Ex.: A Polícia está uma droga, o Ministério Público não faz seu trabalho, etc.).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
COMENTÁRIOS:
Tal pessoa estará praticando o delito de resistência, nos termos do art. 329 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
COMENTÁRIOS:
Dentre as alternativas apresentadas, apenas a letra B traz crimes que não constituem “crimes
praticado por particular contra a Administração em geral”, eis que tais delitos são crimes
praticados por FUNCIONÁRIO PÚBLICO contra a administração em geral, nos termos do
art. 320 e do art. 321, ambos do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 817 - Quem se opõe à execução de ato legal, mediante ameaça a quem esteja
prestando auxílio ao funcionário público competente para executá-lo,
a) comete crime de desacato.
b) comete crime de desobediência.
c) comete crime de resistência.
COMENTÁRIOS:
Tal pessoa praticará o delito de resistência, nos termos do art. 329 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
COMENTÁRIOS:
Tal conduta configura o delito de descaminho, previsto no art. 334 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
QUESTÃO 819 - Ana doou um automóvel ao filho de um fiscal, para que não autuasse sua
empresa por fraudes que havia constatado. Anita, oficial de justiça, exigiu R$ 5.000,00 de José,
para não cumprir mandado de prisão que ordenava a sua prisão. Ângela decorou a casa de um
policial para determiná-lo a deixar de investigar delito que havia praticado. Alice, médica de um
posto de saúde, solicitou R$ 1.000,00 para fornecer atestado falso a pessoa interessada em
justificar faltas ao serviço. Amanda, perita judicial, recebeu R$ 5.000,00 de uma das partes para
favorecê-la no laudo pericial que estava elaborando. O crime de corrupção ativa será imputável
somente a
a) Anita, Alice e Amanda.
b) Ana e Ângela.
c) Alice e Amanda.
d) Alice.
e) Ana, Alice e Ângela
COMENTÁRIOS:
Somente Ana e Ângela praticaram crime de corrupção ativa, pois concederam vantagem
indevida a funcionário público, a fim de determiná-lo a deixar de praticar ato de ofício, nos
COMENTÁRIOS:
Paulus praticou, neste caso, o delito de resistência, nos termos do art. 329 do CP, pois se opôs
a execução de ato legal por parte do funcionário público. Paulus praticou, ainda, o delito de
lesões corporais leves, eis que o delito de resistência não engloba punição pela violência
praticada, de maneira que o agente responde por ambos os delitos em concurso material, nos
termos do art. 329, §2º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
COMENTÁRIOS:
Neste caso, a conduta do agente configura o delito de resistência, pois se opôs, mediante
violência, ao ato legal a ser praticado pelo funcionário público (a prisão em flagrante), motivo
COMENTÁRIOS:
A exceção da verdade é a prova de que o que foi dito, nos crimes contra a honra (calúnia,
injúria ou difamação), é verdadeiro. No entanto, a exceção da verdade só é admitida no crime
de calúnia e no caso de difamação, sendo que, neste último caso, só se admite se a difamação
é praticada contra funcionário público em razão de fatos relacionados à função. Vejamos:
Calúnia Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. (...) Exceção da verdade § 3º - Admite-se
a prova da verdade, salvo:
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por
sentença irrecorrível;
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141;
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença
irrecorrível. Difamação
Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação: Pena - detenção, de
três meses a um ano, e multa. Exceção da verdade Parágrafo único - A exceção da verdade
somente se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de
suas funções.
Portanto, vemos que a exceção da verdade nunca é admitida na injúria, até porque se trata de
uma ofensa, não da narrativa de um fato.
Assim, a ALTERNATIVA INCORRETA É A LETRA E.
b) impede que se afaste o caráter criminoso do fato em razão de causa supralegal de exclusão da
ilicitude.
c) não atinge as medidas de segurança.
d) obsta que se reconheça a atipicidade de conduta em função de sua adequação social.
e) exige a taxatividade da lei incriminadora, admitindo, em certas situações, o emprego da
analogia.
COMENTÁRIOS:
A) ERRADA: Até mesmo na fase de execução, isto é, após trânsito em julgado da sentença
penal condenatória, o princípio será aplicado.
b) ERRADA: As excludentes da ilicitude são, em regra, aquelas previstas em lei (ex: legítima
defesa, estrito cumprimento do dever legal, exercício regular de direito e estado de
necessidade). Nada impede, contudo, a existência de causas excludentes da ilicitude que não
estejam expressamente em lei. As causas supralegais de ilicitude são admitidas, já que
beneficiam o sujeito. C) ERRADA: Quando se diz, no artigo 1º do CP, que não há pena sem
prévia cominação legal, devemos entender também que não haverá medida de segurança sem
prévia cominação legal. A editada de segurança não se confunde com pena. Mas a ela
também se aplica o princípio da legalidade, pois é modalidade de sanção penal. D)
ERRADA: A legalidade não impede o reconhecimento da atipicidade por adequação social,
eis que se trata de um benefício ao réu, de forma que a legalidade visa a impedir que o réu
seja prejudicado por uma conduta tipificada posteriormente à sua prática, mas não impede o
contrário.
E) CORRETA: A taxatividade da lei penal incriminadora é imprescindível, para que o
cidadão possa saber, precisamente, qual a conduta está sendo proibida. Até por isso, a
analogia é vedada, em regra, sendo permitida apenas para beneficiar o réu.