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A história ensina que o direito pode assumir várias formas culturais. Quer o fenómeno
da recepção do direito romano na Europa a partir do Século XII, quer o direito
codificado dos Séculos XIX e XX são exemplos dessas formas. Ambos são o fruto de
uma longa evolução jurídica, filosófica, política, económica e social. Ainda, é
necessário ter presente que a própria técnica jurídica move-se sempre num espaço
habitado por conceitos e teorias que exprimem valores e perseguem interesses
irremediavelmente conexionados com os fenómenos sociais e culturais.
O Código Penal ora vigente foi aprovado pelo Decreto de 16 de Setembro de 1886.
Com a proclamação da Independência Nacional e da Constituição, a 25 de Junho de
1975, novos princípios estruturantes conduziram a alterações ao Código Penal.
Salvo se outra for a intenção da lei, o crime ou delito prevê não só a punição da
acção adequada a produzir o resultado típico, mas também da omissão da acção
adequada a evitá-lo.
A omissão só é punível quando recair sobre o omitente um dever jurídico que
pessoalmente o obrigue a evitar esse resultado.
Segundo a Lei n.º 35/2014 de 31 de Dezembro, a lei criminal não tem efeito retroactivo,
salvas as particularidades constantes:
A infracção punível por lei vigente, ao tempo em que foi cometida, deixa de o
ser se uma lei nova a eliminar do número das infracções.
Tendo havido já condenação transitada em julgado, fica extinta a pena, tenha ou
não começado o seu cumprimento.
Quando a pena estabelecida na lei vigente ao tempo em que é praticada a
infracção for diversa da estabelecida em leis posteriores, é sempre aplicado o
regime que, concretamente, se mostrar mais favorável ao agente do crime,
mesmo que já tenha havido condenação com sentença transitada em julgado.
As disposições da lei sobre os efeitos da pena têm efeito retroactivo, em tudo
quanto seja favorável ao agente do crime, ainda que este esteja condenado por
sentença transitada em julgado, ao tempo da promulgação da mesma lei, salvo os
direitos de terceiros.
Os factos praticados na vigência de uma lei temporária são por ela julgados,
salvo se legalmente se dispuser o contrário.
Interpretação e integração da lei criminal
Finalidade da pena
A aplicação de qualquer medida ou pena criminal visa garantir a protecção dos bens
jurídicos, a reparação dos danos causados com a infracção praticada, a reinserção do
agente na sociedade e prevenir a reincidência. (Moçambique, Lei 35/2014 de 31 de
Dezembro).
Segundo a Lei n.º 35/2014 de 31 de Dezembro, os efeitos das penas têm lugar em
virtude da lei, independentemente de declaração na sentença condenatória.
Efeitos da condenação
Legítima defesa