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INSTITUTO SUPERIOR DE CIENCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANA


CURSO DE LICENCIATURA EM DIEREITO

O pluralismo jurídico Moçambicano: Uma abordagem histórica

Heltone Rafael Saide

Nampula
Setembro de 2021
Heltone Rafael Saide

O pluralismo jurídico Moçambicano: Uma abordagem histórica

O presente trabalho que tem como tema O


pluralismo jurídico Moçambicano: Uma
abordagem histórica e o mesmo é de
carácter avaliativo, da cadeira de Direito e
o pensamento jurídico, leccionado pelo
docente e regente da cadeira, Ilda Chiveca
João António. Primeiro ano Curso de Direito.

Nampula

Setembro de 2021
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Índice
1. Introdução ................................................................................................................................. 4

Metodologia ............................................................................................................................. 4

Objectivo geral ........................................................................................................................ 4

Específicos ................................................................................................................................ 4

2. Definições ou terminologias...................................................................................................... 5

2.1. O Pluralismo........................................................................................................................... 5

6. Conclusão ................................................................................................................................ 13

7. Referência Bibliografia ........................................................................................................... 14

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1. Introdução
O presente trabalho que tem como tema O pluralismo jurídico Moçambicano: Uma
abordagem histórica, e o mesmo foi concebido para mostrar duma forma detalhada, ‟
em quinhentas” do quão importante a garantia da constituição tem sido na sociedade e a
sua utilidade em diferentes áreas do saber.

O presente trabalha este estruturalmente organizado por elementos pré textuais, textuais
e pós textuais. Espero satisfazer na explicação do mesmo, e mostro abertura a criticais,
duvidas e sugestões relativas ao mesmo.

Metodologia

Na realização do presente trabalho da cadeira de direito e o pensamento jurídico, teve


como metodologia a revisão literária, uma investigação de campo e conhecimento
empírico. O presente trabalho foi desenvolvido no âmbito do pluralismo jurídico
Moçambicano.

Objectivo geral

 O principal objectivo deste trabalho não foge do tema, que é falar do pluralismo
jurídico Moçambicano para a sociedade no seu todo e em particular a sociedade
moçambicana.

Específicos

 Dar a conhece sobre as principais defecções que incorporam este trabalho.


 Falar do historial e marcos do pluralismo jurídico.
 Falar e dar a conhecer das áreas que foi aplicado o pluralismo jurídico.
 Falar e descrever sobre a evolução do pluralismo jurídico.
 Falar e descrever o pluralismo jurídico na era colonial.
 Falar e dar a conhecer do tempo pos-independencies.
 Falar do pluralismo jurídico interno ou externo.
 Falar do pluralismo jurídico interno ou externo.

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2. Definições ou terminologias

2.1. O Pluralismo
Cure (s/d. pg. 19); diz que A palavra “pluralismo”, significa qualidade do que não é
único ou do que admite mais de uma coisa ou categoria. Ainda em conformidade com a
autora, a palavra “pluralismo” caracteriza-se também como o sistema político que se
baseia na coexistência de grupos ou organismos diferentes e independentes em matéria
de gestão ou de representação. Diante da análise conceptual, identifica-se a referida
desigualdade fáctica e a coexistência de dois ou mais sistemas em um mesmo espaço,
visto que a pluralidade se manifesta na existência e no reconhecimento das diferenças.
Nesse sentido, falar em pluralismo é legitimar a diversidade.

Ainda na perspectiva conceptual do pluralismo jurídico recorremos a duas versões: a


primeira, que considera como um conceito fraco, é aquela que reconhece a existência,
no seio da sociedade, de mecanismos jurídicos diferentes para tratar de situações
idênticas. Por exemplo, a utilização pelo comerciante de regras diferenciadas para
vender a sua mercadoria. Ao contrário dos demais cidadãos, os comerciantes podem
usufruir de normas mais maleáveis. A segunda versão, tratada como um conceito forte,
baseia-se na ideia de que na relação entre os diferentes grupos sociais existem, além do
direito estatal, múltiplas ordens jurídicas, que podem coincidir ou divergir. Exemplo
dessa perspectiva é o trabalhador imigrante que se submete ao regulamento interno da
empresa em que trabalha, utiliza os benefícios sociais previstos pelo direito estatal e, no
interior da família, redistribuído sua renda conforme normas próprias, que não as do
direito estatal.

3. O pluralismo jurídico

Segundo Norberto Bobbio (2007. pg. 241), diz que somos de aludir a existência de um
pluralismo jurídico estatal e de um pluralismo fora das leis estatais. No primeiro caso,
haveria instâncias plurais dentro do sistema estatal, como, por exemplo, as diferentes
regras e formas de julgamento de acordos comerciais. Nesses acordos, garante-se certa
independência no estabelecimento de suas regras, mas, ao mesmo tempo, exige-se uma
harmonia com as normas estatais, que estariam acima e abrangendo essas transacções.
Seria uma espécie de pluralismo de controlo. A outra forma de pluralismo estaria
desvinculada do Estado, chamado de pluralismo independente, na qual a organização

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interna de uma dada sociedade é regida por leis não estatais, como, por exemplo, os
direitos próprios dos povos indígenas.

Ainda no pensamento do autor acima diz que, para as sociedades indígenas, o


pluralismo jurídico introduz um sujeito de direito diferente do proposto pelo sistema
envolvente. O direito estatal cria regras para o indivíduo, ao passo que as sociedades
indígenas possuem normas colectivas, operadas e recriadas mediante a figura do sujeito
colectivo. Esse sujeito colectivo, como sujeito de direitos e deveres, é o que garante a
autodeterminação dos povos indígenas, ou seja, o direito do grupo em gerir a sua
sociedade e decidir o seu próprio destino. Com base nessa perspectiva, impõe-se um
limite de interferência ao direito impositivo e centralizador do Estado. Diferente do
papel de interventor, o Estado deve assumir um posicionamento de mediador de
conflitos e interesses. A autonomia do sujeito colectivo deve ser respeitada em termos
políticos, administrativos, económicos, culturais e judiciais, tanto no âmbito interno
como externo à comunidade indígena.

Segundo Boaventura de Sousa Santos (s/d. pg. 48), diz que é de elidir que nessas
sociedades estabelecem-se impreterivelmente relações entre o Estado e a pluralidade de
entes e ordenamentos sociais e normativos que reconhecidos ou não oficialmente pelo
Estado regem os conflitos, mantêm, a ordem e coesão social e satisfazem, em geral, a
demanda, na predisposição de que os vários entes e os ordenamentos procuram a
realização efectiva de direitos económicos e sociais. Nesse âmbito, para Santos, o
reconhecimento é apenas um factor de funcionamento que não afectam o modo como os
sistemas em si mesmo e autonomamente funcionam, podendo apenas elevar em função
dos efeitos recíprocos (ou melhor que um deles queira reivindicar na orbita normativa
do outro) das respectivas dinâmicas normativas.

Ainda olhado no impulso complementar da ideia exposta, Santos aponta que o facto de
só um deles ser reconhecido oficialmente como tal afecta naturalmente o modo como os
outros sistemas operam nas sociedades, mas não impede que tal operação tenha lugar.
Com efeito, antes dos sistemas jurídicos ganharem vigência legal, os vários sistemas
jurídicos operam como factos sociais ou realidades empíricas, com maior ou menor
aceitação, e, consequentemente, tutela do Estado. Destacamos que “cada um desses
sistemas pode reclamar para si:

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 Uma esfera pessoal e um espaço geográfico mais ou menos amplo de
validade e aplicação, extravasando ou contendo-se dentro das fronteiras do
Estado; e
 Uma maior ou menor intensidade material ma ordenação de comportamentos
e respectiva gestão de conflitos.

3.1. Evolução do pluralismo jurídico

Para Ana Patrício (s/d. pg 39), diz que a evolução do pluralismo jurídico conduziu a
definição de determinadas “subcategorias” dentro da própria designação de pluralismo
jurídico, quer para classificar mais especificamente os objectos de estudo (por exemplo
sociedades colonizadas ou sociedade industrializadas), quer para diferenciar as
abordagens teóricas aos objectos de estudo (por exemplo se as análises são elaboradas a
partir da perspectiva jurídica ou das Ciências Sociais).

Segundo Sally Merry (1988. Pg. 39), afirma que classificou o pluralismo jurídico em
duas partes que são:

 Pluralismo jurídico clássico


 Novo pluralismo jurídico

O primeiro refere-se às pesquisas em sociedades coloniais e pós - coloniais, analisando


a intersecção entre a “lei indígena” e a lei europeia e as relações entre colonizador e
colonizado; e o segundo foca-se em pesquisas realizadas a partir de finais da década de
1970 nos países industrializados da Europa e nos Estados Unidos da América sobre
relações entre grupos dominantes e grupos subordinados (como minorias étnicas ou
grupos imigrantes), e nas formas não oficiais de ordenamento localizadas em redes
sociais ou instituições.

Griffths e a de Gonçalo Ribeiro (s/d. pg. 39), dizem que diferencia pluralismo jurídico
de ordem alta e pluralismo jurídico de ordem baixa: no primeiro o reconhecimento de
ordens jurídicas é feito pelos funcionários judiciais, e no segundo o reconhecimento
parte dos sujeitos de direito. Existe também a separação entre pluralismo jurídico
profundo, que se refere ao pluralismo jurídico mais “comum” a qualquer sociedade, e
pluralismo da lei estatal, que se refere à variedade legal dentro do corpo das leis estatais,
as quais não são homogéneas e podem ser aplicadas a diferentes pessoas que se
encontrem numa mesma situação.
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Ainda no pensamento dos mesmos dizem que a evolução do pluralismo jurídico levou a
que se definissem algumas “subcategorias” dentro da própria designação de pluralismo
jurídico, quer para classificar mais especificamente os objectos de estudo (por exemplo
sociedades colonizadas ou sociedade industrializadas), quer para diferenciar as
abordagens teóricas aos objectos de estudo (por exemplo se as análises são elaboradas a
partir da perspectiva jurídica ou das Ciências Sociais).

Segundo Sabadell (s/d. pg. 120) o exposto assumimos que o pluralismo jurídico é
composto pela diversidade de normas que vigem em uma determinada sociedade de
forma simultânea, sendo considerada como questão social e em partes como
antagonismo ao monismo jurídico, que é o monopólio das normas jurídicas exercidas
pelo Estado. O pluralismo jurídico é composto de factos que o identifica, seja do ponto
de seu surgimento e manutenção, como também é composto de diversas teorias,
levando-se em conta que o direito é facto ideológico. Ao se referir ao pluralismo
jurídico leva se em conta a sua análise do ponto de vista sociológico, onde se verifica
que não é um facto recente e nem regional, estando espalhado em várias partes do
mundo, inclusive sua actuação em Moçambique.

Ainda no pensamento acima diz que, mesmo tendo em vista os vários aspectos
reflexivos relativos a evolução e do percurso do pluralismo jurídico ao longo do tempo,
podemos elidir na predisposição de que as sociedades colónias sempre foram
consideradas sociedades de pluralismo jurídico. Nisso, Moçambique, enquanto colónia
portuguesa, não retira a hipótese de ter sido influenciado pelos traços de uma tradição
subjacente de pluralismo jurídico, por ser um País que apresenta uma complexa e
diversidade sociocultural e linguística. Porém, admitimos a presunção de que o
pluralismo jurídico já existiu em Moçambique mesmo antes da chegada dos colonos
portugueses. Visto que o território Moçambicano é e sempre foi constituído por grupos
étnico linguísticos e cada grupo sempre ostentou e ostenta ainda as suas próprias formas
de organização sociocultural de produção, distribuição de riqueza, estrutura social,
valores próprios e até as normas de regulação próprias, isto é, cada comunidade, grupo
étnico regia-se por um direito próprio, baseado nos usos e costumes locais.

O outro factor adjacente a influência do pluralismo jurídico por via colonialismo


português, foi a dominação assente na esfera económica e política, o que levou

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Moçambique ser imposto padrões jurídicos da metrópole, e consequentemente passa
haver uma ampla supremacia do direito estatal sobre as diversas formas normativas ora
existentes.

4. Pluralismo jurídico em Moçambique

Segundo a constituição de Moçambique diz que, a presença do pluralismo jurídico em


todas as sociedades tem sido consensual. Nisso, não deixa de lado analisar as
especificidades que cada sociedade apresenta e dos vários níveis que cada uma delas vai
tomando para a sua consolidação. Moçambique é um País marcado pela experiência de
dominação colonial, facto este que pode considerar-se como um dos pressupostos
acentuados do pluralismo jurídico, que pode ajudar-nos a compreender o seu percurso e
as suas especificidades sócio jurídicas ao longo do tempo até aos dias de hoje.

Ainda no pensamento da mesma diz que, a quantidade e diversidade de ordens


normativas e de instâncias de resolução de conflitos existentes e os mecanismos das
interligações estabelecidos para a sua funcionalidade, nos conduz a contextualizar o
pluralismo jurídico moçambicano de forma a compreender ou mesmo demonstrar que
numa sociedade como a nossa, de uma grande complexidade sociocultural e diversidade
de normas consuetudinárias, o direito estatal, tem a pretensão de se constituir uma única
forma jurídica entre vários grupos sociais. Contudo não se retira a possibilidade de se
admitir que o direito estatal é considerado dominante, mas não é exclusivo. Para o
efeito, o pluralismo jurídico, é visto em Moçambique, como uma forma alternativa de
levar justiça social às pessoas.

4. 1. Pluralismo jurídico na era colonial

Para Hespanha (2001. Pg. 30) escreve que a Igreja detinha uma supremacia nesta
aliança que lhe conferia o poder de controlar as políticas do poder colonial. Como
resultado desta, a Igreja instituiu um Tribunal (régio) da Inquisição que foi usado como
uma instituição, ou seja, um instrumento para disciplinar os nativos e os extractos
religiosos dissidentes nas colónias.

Segundo Capela (s/d. pg. 128), diz que partindo da mesma linha de pensamento da
Cristina Nogueira Silva, considera que o colonialismo nunca teve qualquer consideração
que fosse, pelos valores da sociedade clânica ou tribal. O indigenato, se foi codificado,
foi-o exclusivamente para liquidar à nascença qualquer veleidade de reconhecimento de

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direitos a um negro. O que subsistiu das culturas tradicionais ficou a dever-se não a
qualquer consideração de administração pore-las, mas à sua incapacidade para as
destruir de tudo.
Ainda no pensar do mesmo afirma que, no período colonial, o pluralismo jurídico em
Moçambique, ganhou a sua forma expressiva com a Política Indígena que data desde a
primeira reforma colonial de 1907, através do Decreto de 23 de Maio de 1907 sobre a
Organização Administrativa do Distrito de Moçambique, onde estabelecia a política
indígena, seguida da Constituição Republicana de 1911 e da Lei de 15 de Agosto de
1914 (Lei orgânica da administração civil das províncias ultramarinas). Esta Política
esteve sujeita a várias alterações, tendo ganho vigor e firmeza com a subida do António
de Oliveira Salazar ao poder. Foi no Governo de Salazar que as reformas de 1926
ganharam forma e vitalidade. Este Governo publica o Acto Colonial através do Decreto
n.º 18570/1930, de 18 de Junho, cujo Título II estabelecia os princípios a que a Política
Indígena se deveria subordinar.

4. 2. Tempo pos-independencies

Santos (s/d. pg.52), diz que traz-nos o entendimento de que “a expressão pluralismo
jurídico tem uma nítida conotação normativa. Está expressão, segundo o autor, não há
nada intrinsecamente bom, progressista ou emancipatório. Nesta expressão transporta
consigo exemplos trágicos dos estados Coloniais e o Apartheid é o exemplo claro desta
realidade”.

Ainda avança mais ao afirmar que, disjunção entre o controlo político e o controlo
administrativo do território e das populações; deficiente sedimentação de diferentes
culturas política jurídica no interior do Estado e do Direito oficial; grande turbulência
política e institucional, feitas de múltiplas rupturas sucedendo-se em sequências rápidas;
crise aguda do Estado, próxima da implosão”, constituem como factores que levam à
emergência do fenómeno da pluralidade das ordens jurídicas dentro de um Estado.

Segundo a constituição da República de Moçambique, após a proclamação da sua


independência do colonialismo português, no dia 25 de Junho de 1975, o País assenta
num autêntico Estadualíssimo Jurídico, com contornos do positivismo, sendo apenas o
Estado reconhecido o papel de criador de direito, e os Tribunais Populares e os Grupos
Dinamizadores que eram novas estruturas político-administrativas criadas ao nível da
base - detinham a função de resolução de litígios. Foi uma experiência em torno do

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Advento de justiça popular. Em suma nasce um Estado de ideologia e estrutura
marxista-leninista, no qual o Direito se confundia com o Estado e Estado com o Direito.
Criou-se um sistema unitário e um monismo jurídico.

Ainda na mesma fonte diz que, em Moçambique, a justiça popular emerge da


desconstrução e desmantelamento do sistema da justiça que vigorou no Estado Colonial.
Neste prisma a Constituição da República de 1975 definiu como um dos grandes
objectivos da Revolução: “a eliminação das estruturas de opressão e exploração
coloniais e tradicionais e da mentalidade que lhes está subjacente. E no capítulo dos
tribunais, o Legislador Constituinte atribuiu aos Tribunais a função judicial, a ser levada
a cabo através do Tribunal Popular Supremo e dos “demais Tribunais determinados na
lei da Organização Judiciária.

5. Pluralismo jurídico interno ou externo

David (2010. Pg. 51), fala de pluralismo jurídico externo. Segundo o autor, no
pluralismo jurídico externo “ nega-se que o Estado seja a única e exclusiva fonte de
produção jurídica, seja porque se visualiza a presença de diferentes ordens devido à
existência de outras culturas em um mesmo espaço, ou seja porque se defende o sistema
de Direito no seio de uma unidade de análise determinada, seja de carácter local,
nacional ou internacional.

Para Markus (s/d. pg. 463), analisa o pluralismo jurídico externo, buscando exemplos
das relações que se estabelecem entre as diversas orinternacionais por fragmentação do
direito internacional, entre uma ordem internacional e uma ordem nacional, entre
diferentes conjuntos de legislação adjudicados pelas instituições do Estado e entre o
direito formal e o direito informal.

Ainda no mesmo pensamento acima diz que, o caso moçambicano tende para um
pluralismo jurídico interno, na medida em que as ordens não estatais estão integradas
num determinado sistema jurídico e sujeitas à prevalência da Constituição, que não
deixa de ser uma lei estadual, que é fundamental, não tendo sido definida qualquer
ligação jurídica entre os dois sistemas, de entre eles o estatal e não estatal, e muitos
menos sido integrados na organização judiciária quaisquer mecanismos tradicionais de
resolução de conflitos.

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Para Carlos (s/d. pg. 464), diz que pela falta de qualquer regulamentação ordinária do
princípio constitucionalmente consagrado, abre ainda uma discussão à volta do carácter
interno ou externo do pluralismo jurídico em Moçambique”238.dens jurídicas,
designadamente entre ordens.

Ainda no pensamento do autor acima diz que, no geral é importante reter que é
inequívoco falar do pluralismo jurídico na medida em que a realidade do mundo
moderno demonstra que o direito estatal, enquanto instrumento do contrato social e de
realização da justiça, tem sido insuficiente para solucionar umas diversidades de
conflitos emergentes nas actuais sociedades contemporâneas. Dai a consagração
constitucional do pluralismo jurídico implica o reconhecimento que este principio tem
por referência a realização objectiva das carências de seus protagonistas, pessoas
excluídas pelas normas jurídicas do Estado, guardando certa desconfiança nas
instituições jurídicas e em seus profissionais. Contudo, o pluralismo jurídico visa o
favorecimento da justiça ao caso concreto.

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6. Conclusão
Chegado ao fim do presente trabalho proposto pelo docente ou tutora Ilda Chiveca João
António que lecciona e tutorei-a a cadeira de Direito e o pensamento jurídico, no âmbito
do tema ։ O pluralismo jurídico Moçambicano: uma abordagem histórica, foi possível
perceber e concluir a história que acompanha a brilhante evolução e marco ao longo dos
tempos do direito e o pensamento jurídico ao longo de séculos até os dias de hoje, mas
também foi possível perceber as terminologias ou definições das abordagens histórica.
Ainda na mesma ordem de ideia foi possível conhecer e descrever o pensamento
jurídico Moçambicano, foi possível conhecer e descrever a contribuição do historial do
pluralismo jurídico nos tempos colónias e a pós independência, e visto que
conhecimento não é estático mais sim esta em constante evolução do direito e o
pensamento jurídico não foge da regra a mesma também esta em bastante evolução.

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7. Referência Bibliografia
CURI, M, V, (s/d) O Direito consuetudinário dos povos indígenas e o pluralismo
jurídico. São Paulo.

BOBBIO, N. (2007) O pluralismo jurídico: lições de filosofia do direito. São Paulo

SANTOS, B, S, (s/d) O discurso e o poder: ensaio sobre a sociologia do retórico


jurídico. Rio de Janeiro

PATRICIO, A, E, (2016) Dinâmicas do pluralismo jurídico em Moçambique. Lisboa

MERRY, S, (1988) Legal pluralismo. Lisboa

GRIFTHS, J. (s/d) Pluralismo jurídico, justiça e Direito humano. Lisboa

SABADELL, A, L, (s/d) socialismo jurídico. São Paulo

MOCAMBIQUE, R, P, (1975) constituição da República popular de Moçambique,


Publicada pelo Boletim da Republica, de 25 de Junho de 1975

MOCAMBIQUE, (1990) Constituição da Republica de Moçambique, publicados no


boletim da Republica, 02 de Novembro de 1990

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