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INTRODUÇÃO
O vocábulo Direito pode ser entendido sob varias vertentes e existe muitas posições
defendidas por vários autores, no entanto as diferentes acepções do termo serão
aprofundadas ao longo da cadeira de Introdução ao estudo de Direito.
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1.1. Finalidades
► Conhecer as normas antigas, não para imitá-las, mas como estudo que auxilia a
redacção e o estabelecimento de novas normas.
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Os historiadores do direito, a quem não compete fazer teoria geral da história, nem
teoria geral do direito, têm a missão de mergulhar nos factos passados, com os
experimentados olhos do presente, para suscitar tudo aquilo que julgar relevante para
agir no seu presente. Como visto, o conservadorismo é próprio das disciplinas do
direito, seja em razão do apelo da prática jurídica, seja pela necessidade de
compreensão de uma extensa sequência de conceitos técnicos que a comunidade
científica acolheu.
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2. Carga horária
Tabela 1
2.2. Avaliação
3. UNIDADES TEMÁTICAS
Poder político é a possibilidade coercitiva que o Estado possui para obrigar a fazer ou
não fazer algo, tendo como objectivo o bem público.
Alguma doutrina entende que não existe poder político nas ditaduras, visto que a força
em si é apenas uma das condições e não a causa essencial, portanto num Governo
totalitário o acto de coação é aplicado sem visar o bem público.
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Antes de impor a ordem, o poder político tem como razão principal, formular essa
ordem.
Condições do poder
A linguagem do poder
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Existe uma relação muito estreita e complexa entre o poder político e o direito. É que
por um lado, a organização do grupo humano que subjaz a uma determinada
comunidade é o resultado do exercício do poder político
Por outro lado, nos grupos humanos que se pretendem organizados, existe a
necessidade de normas ou regras que possam ser utilizadas como padrões de conduta
pelos indivíduos que os compõe e estes vão ser produzidos através dos mecanismos
do Direito que são detidos e exercidos pólo poder político.
Por outro lado, o poder político é criador de regras de conduta social dotadas de
coercibilidade. É criador de regras de direito ou regras jurídicas.
As regras jurídicas existentes numa determinada comunidade permitem saber ou, pelo
menos, ter a fundada expectativa de saber:
- Quais é que são os comportamentos que podem vir a ser presumivelmente adoptados
por terceiros nas relações com os outros?
Nos grupos humanos organizados contemporâneos, essas regras são criadas por
órgãos especializados do poder político. Daqui resulta uma enorme importância da Lei
como fonte de Direito e uma contrapartida e crescente desvalorização do costume. O
mesmo não se passa, no entanto, na comunidade.
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Sociedade e Estado
O que é sociedade?
Sentido Histórico;
Sentido Técnico;
Sentido sociológico.
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Cultura
O direito é um facto social que se manifesta como uma das realidades observáveis na
sociedade, é um fenómeno social. Assim como a língua, a religião, a cultura, etc. que
surgem nas inter relações sociais destinando se a satisfazer as necessidades sociais.
Em virtude estas normas serem abrangentes ou vincularem a todos, são por isso
chamadas normas universais ou genéricas. São também abstractas porque não se
referem a casos concretos mas sim a casos hipoteticamente considerados.
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Que não é formado de matéria, incorpóreo, impalpável, etc.
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Conjunto de normas impostas por grupos sociais.
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Conjunto de normas impostas pelo Estado.
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Esta é uma questão discutida, havendo aqueles que entendem serem as normas de
origem divina, outros entendem que são fruto da razão, da consciência colectiva do
Estado. Para a sociologia jurídica, as normas de direito emanam do grupo social
Conceito de Direito
Preferimos remeter os estudantes à leitura das seguintes obras, das quais puderam
extrair ideias de vários autores sobre o conceito de Direito:
Kelsen, Hans, Teoria Geral do Direito e do Estado, 3ª Edição, São Paulo, 1998.
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A constituição, as leis, regulamentos, normas de conduta são feitos para que exista
ordem social, isto é, é para que o Estado esteja em ordem e que haja o triunfo dos
interesses do Estado sobre os interesses individuais.
Controlo social
Consiste nos meios e processos pelos quais um grupo ou uma sociedade obtêm
conformidade dos seus meios às suas expectativas. Desta forma, as pessoas são
levadas a cumprir os seus papéis de modo separado.
Resumo:
Ordem social
Controlo social
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Coesão social
- A ordem social, controlo social criam a coesão social.
Qual era a percepção das comunidades em relação ao seu papel real junto às
Comunidades e;
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Havia igualmente noutras regiões uma hierarquia baseada no chamado dono da terra –
normalmente referia-se a quem chegasse em primeiro lugar desde que também fosse
militarmente o mais forte.
Chefe da terra
Este simbolizava a ligação entre os seres vivos e os mortos e para com os seres ainda
por nascer.
É preciso destacar que onde o poder tradicional estava enraizado e legitimado pelas
comunidades não existiam conflitos e onde não estava legitimado havia sempre
conflitos e lutas – onde está legitimado existe ordem social; há um exercício do poder.
O conselho jurídico
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O conselho jurídico pela sua importância e papel que desempenhava era sempre aceite
pelas comunidades como parte da cultura estando nele representados homens e
mulheres.
Em respeito aos dois tipos de linhagens: matrilinear e patrilinear, este dado era tão
importante porque marcava diferença nas pessoas que faziam parte do conselho
jurídico.
Na linhagem matrilinear:
O chefe tradicional
O conselho de anciãos
Os médiuns ou os curandeiros
O conselho familiar
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A função de cada um variava da gravidade do conflito não sendo imperioso que todos
os litígios fossem dirimidos pelo chefe tradicional.
Estas pessoas não eram reconhecidas por todos os membros da comunidade para
ocupar estas funções.
Os tabus por regras eram normas sagradas e invioláveis, qualquer violação tinha como
consequência uma crise social que afectava mais de uma pessoa e manifestava-se
através de conflitos dentro da família. Estes conflitos eram resolvidos mediante uma
cerimónia conhecida por todos e que a comunidade aceita e realiza como parte da sua
cultura. Esta cerimónia varia de uma comunidade para outra em função das diferenças
culturais.
Na zona sul por exemplo, dentre outras proibições, não era permitido dois irmão
realizarem relações sexuais com a mesma mulher porque entedia-se que quando
morresse um deles o outro não podia participar no funeral sob pena de também morrer
no mesmo instante;
Na zona norte, uma mulher menstruada não podia salgar comida porque entendia-se
que ela e as pessoas que iriam comer teriam anemia.
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Pese embora fossem regras rígidas, havia que se atrevesse a violá-las. Assim, a
violação de um tabu seguia-se uma cerimónia de purificação. Esta cerimónia variava de
tabu para tabu
Tema reservado seminário, onde os estudantes irão ler diversa bibliografia inerente a
esta matéria bem como consulta a internet para, na verdade, descobrir os reais
interesses dos Europeus em dividir um continente alheio – África. Após a partilha de
África, seguiu-se um período de implantação do Estado colonial.
Adelino Torres diz que nos que o conceito de civilização encontra-se, assim, fortemente
associado à ideia de que as colónias e respectivas populações nativas se beneficiam
ampla e profundamente do encontro colonial, o qual contribuiu para mudar o rumo da
sua história. A civilização foi, portanto, perspectivada como uma beness ou mais-valia
para os povos que se encontravam em estádios culturalmente atrasados em relação às
nações europeias.
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Neste domínio, importa realçar que para alcançar um controlo efectivo do vasto
território da então colónia de Moçambique, mais tarde província Ultramarina bem como
das populações, Portugal precisou de contar com as instancias e direito local, pelo
menos enquanto não reunisse as condições humanas, materiais e financeiras
necessárias à padronização política, económica, social, cultural e religiosa do império
colonial português. O exemplo mais paradigmático foi efectivamente a aprovação do
código civil português (Código de Seabra), aprovado por carta de Lei em 01 de Julho
de 1887 que foi tornado extensivo ao espaço colonial, incluindo Moçambique em 1869,
através do Decreto de 18 de Novembro de 1869, ressalvando-se os usos e costumes
das populações indígenas que não se opusessem à moral e à ordem pública.
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Exercícios.
A hibridez jurídica,
Pretendemos neste capítulo demonstrar até que ponto o Direito estava organizado no
período pós independência fundamentalmente na vigência da primeira constituição da
Republica popular de Moçambique de 1975.
Neste período, o indígena era regido por através de usos e costumes locais. Esta
política surge pelo facto de o Governo Português, através de várias tentativas
fracassadas de eliminar o Direito Costumeiro, tendo optado por codificá-lo. Este
processo seria um reconhecimento expresso de que as comunidades locais deviam
ser regidos pelo Direito costumeiro não obstante os Portugueses e os Assimilados
tivesse o Direito Positivo da metrópole.
Esta e outra legislação permitiram que houvesse transição com algum sucesso do
Sistema de Administração colonial para o sistema eminentemente moçambicano.
Este período teve como objectivos bases a revolução do aparelho do Estado com
forma de garantir o desenvolvimento das zonas rurais em todos os sectores de
actividade do Estado; destruir as estruturas do passado como condição do triunfo da
revolução.
O primeiro objectivo foi possível através da criação das aldeias comunais visto que
eram vistas como solução para as forças colectivas de produção e iriam igualmente
melhorar as condições de vida do próprio cidadão. Dizia-se ser a forma de garantir o
fornecimento dos meios materiais, técnicos e científicos que o partido e o governo se
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Na área da justiça, viu-se que perante o período colonial os tribunais eram apenas o
privilégio da minoria e a linguagem judiciária não era acessível para todos, só seria
compreensível pelos profissionais especializados e os processos primitvos adoptados
no período colonial não seriam para a reeducação dos delinquentes e da sua
integração na sociedade. Assim, foi decidido que deviam se elaborar novas leis que
servissem de instrumentos de unidade nacional e de defesa da revolução.
Conclusão
Se olharmos para a evolução dos povos a partir dos primeiros Estados antes da
Colonização portuguesa, extraímos com facilidade a conclusão segundo a qual havia
sim a prática do direito uma vez este fazer parte da cultura a pesar de ser Direito de
natureza consuetudinária ou costumeiro e, pelo facto de cada Estado praticar à sua
maneira, em respeito aos usos e costumes locais, que, é necessário acreditar que
variavam de região para região.
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4. Bibliografia
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Legislação:
a) Constituição da República Popular de Moçambique de 1975;
b) Constituições da República de Moçambique de 1990 e 2004;
c) Lei n º 12/78, de 2 de Dezembro, Lei da Organização Judiciária;
d) Lei n º 4/92, de 6 de Maio, Lei dos Tribunais Comunitários;
e) Leis 10/92;
f) Lei nº 24/2007.
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