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Universidade Independente de

Angola

• Faculdade de Direito
Luanda
• Aos 16 Março de 2020
História do Pensamento Jurídico
I° Semestre

Professor:
Angelino Segunda
Breves considerações sobre a
disciplina…
• Nesta disciplina vamos tentar explicar o
nascimento do direito desde a Antiguidade até
aos nossos dias.
• Partindo de;
• Maat, a Deusa egipcia da justiça da verdade e
da rectida cosmica;
• O Código de Hamurabi; e o nascimento do
direito romano, sua influência nos sistemas
juridicos conteporâneos, em particular com
referências aos ordemamentos dos Paises
Latino-Germanicos.
- As diferentes fases e mutacões do Direito
levando em consideração paradigmas de
excursus histórico do Direito, exemplos das
realidades histórico/juridicas, centrando-nos
mais sobre os exemplos práticos inerentes a
criacão do Direito actual.

Indipendência de Angola e a influência do


Direito Português na elaboração da Lei
fundamental de 1975.
Objectivos da
disciplina
- O curso pretende fazer uma reflexão
sobre o direito e os juristas no mundo
actual.

- Procurar reflectir sobre a estranheza do


direito actual. Reflexão constante sobre
aquilo que apesar de parecer evidente, se
trata apenas de falsas evidências. Tentar
compreender as multi-realidades, porque os
direitos do passado e do presente não são
os mesmos .
Onde existe o homem, há
sociedade; onde existe sociedade,
há Direito. Assim disse Ulpiano
no Corpus Iuris Civilis: “Ubi
homo ibi societas; ubi societas,
ibi jus.”
O DIREITO É UMA REALIDADE PLURAL E
NÃOUNÍVOCA.

O interesse desta cadeira é de observar o direito


com olhos de pseudo-historiador, (a história feita
de forma a revelar o carácter apenas “local”do
direito de qualquer época incluindo a presente; dar-
se conta do carácter artificial, cultural e local do
direito) Ex: na época medieval havia várias
verdades, várias razões, então o direito tinha que
tender para uma certa consensualidade , para que os
individuos pudessem viver em comunidade e
resolver os seus conflitos de interesse.
Com olhos de pseudo-historiador e
não de jurista (pois o jurista tem uma
visão técnica e dogmática do direito,
com o seu carácter natural, inevitável
e universal) ; Ex: ausência ou
marginalidade do direito na
regulação da vida e dos conflitos a
nível da família ou do quotidiano.
O direito é um instrumento
que serve para resolver
conflictos de interesse,
ponctuais, mas não resolve
todos os problemas.
O direito é algo natural, e também e
algo de cultural portanto, as opções
jurídicas são sempre opções
políticas.
A decisão do juíz resulta da sua
subjectividade, não tem valor
universal; O primeiro problema do
direito é o seu carácter arbitrário.
O Direito aplica-se á uma determinada
sociedade numa determinada época

O legislador, por mais inovador que seja não


pode deixar de utilizar as mesmas técnicas,
que são habituais no seu país e na sua época.
(ex: a legislação da revolução francesa foi
feita com a técnica dos juristas do antigo
regime, as Revisões Constitucionais de
Angola de 1975 de igual modo etc.)
Mais do que as leis, vamos estudar
á génese do próprio direito.

O Direito é um sistema de
legitimização, que cria um efeito de
obediência naqueles á quem as
normas vão limitar a liberdade.
No século passado, defendia-se que a
História do Direito servia para
fundamentar “a identidade juridico-
política de um Povo. Esta posição era da
ESCOLA HISTÓRICA ALEMÃ do séc.
XIX, que considerava o direito como
uma emanação do “espírito do povo”,
constituindo uma barreira às tendências
progressistas dos legisladores
Marcelo Caetano dizia: “…á
história instrui o legislador
sobre a experiência vivida
pela Nação, acautelando-o
contra perigosas
reincidências em erros
funestos…”
Actualmente , a legitimização já se faz
menos pela tradição e mais pela
“natureza das coisas”, pelas categorias
necessárias do justo ou da razão jurídica,
procurando-se encontrar para cada
princípio do direito vigente, uma razão
no direito passado, (mesmo se num
contexto histórico radicalmente diferente)
através duma leitura das fontes.

A História jurídica legitimadora, tende a
demonstrar o sentido linear do progresso
do direito, pelo contraste entre a rudeza e
imperfeição inicial do direito histórico e a
actual perfeição do direito vigente.
Contar a História a partir dos interesses de
política do direito presente, impondo as
suas categorias dogmáticas ao passado,
desfigurando-o.
A estratégia legitimadora também
procura legitimar o corpo dos juristas
académicos, desdramatizando o peso
político das suas decisões jurídicas,
apresentando-as como sendo
puramente técnicas ou científicas,
falsamente distanciadas do conflito
subjacente. .
A imagem de Templos do Saber dada
às Faculdades de Direito, foi uma
consequência desta obra
“purificadora” da Ciência do
Direito quanto às componentes
políticas e idiológicas, tão
representadas nos anos vinte e
quarenta pelas ideias de Hans
KELSEN.
HISTÓRIA CRÍTICA DO
DIREITO
A História crítica do
Direito, para atingir os seus
objectivos, utiliza várias
estratégias e metodologias:
1- Fomentar uma consciência metodológica.
Rejeitando a concepção “ingénua” de que a realidade
histórica , está aí, bastando colhê-la. Pois a realidade histórica
não “está aí” mas é construída pelo olhar do historiador,
que deve ter consciência deste carácter poiético (construído)
da sua actividade intelectual, de tal modo que conheça
quais os limites do seu saber, desvalorizando a noção de
“verdade histórica” e tendo consciência que o rigor do
discurso histórico reside mais na sua coerência interna que
numa qualquer adequação à realidade externa. A História
Jurídica do Direito, pelo seu método, propõe-se desvendar as
raízes sociais e culturais das práticas discursivas. .
2- O Direito em sociedade (objecto da história
jurídica)
É a partir da École des Annales, que a história
contemporânea do direito se liga intimamente à
história dos diversos contextos (culturais, tradições
literárias, estruturas sociais, convicções religiosas)
com os quais (e nos quais) o direito funciona.
O direito em sociedade, é considerar que o sentido
das normas jurídicas só pode ser compreendido,
quando integradas no conjunto de complexos
normativos que organizam a vida social, tendo
apenas um valor relacional ou contextual.
O DIREITO É UM PRODUTO SOCIAL

Para mostrar o enraízamento social do direito, tem-se


que mostrar que o ordenamento político não é
arbitrário, sendo explicável pelas condições sociais
da sua produção . O espaço social condiciona a
criação originária das normas jurídicas e
igualmente a sua recriação nas sucessivas
recepções ao longo da História com a respectiva
integração em contextos normativos e culturais
diferentes; a história do direito ocidental é
fundamentalmente literária
3- História jurídica contra a teleologia
a história critica do Direito inside
sobre o carácter não linear, não
necessário e não escatológico
da sua evolução histórica, assumindo a
ideia de ruptura histórica,
contráriamente aos “legitimadores” que
consideravam que as novas soluções
nasciam das anteriores por um processo
de aperfeiçoamento.
Sublinhar a ruptura histórica e
esclarecer o papel da tradição, a
qual acaba por determinar os novos
produtos juridicos, no mesmo
sentido em que um artesão está
condicionado na sua arte pela
ferramenta de que dispõe.
O presente deixa de ser o apogeu
do passado, para passar a ser mais
um arranjo momentâne e histórico.
O passado, com a sua lógica
própria deixa de ser entendido
como o prenúncio do presente.
Unidade II – antecedentes do
direito romano
1.1 – Maat
1.2 – Torah
1.3 – codigo de Hamurabi
1.3.1º- Lei de talião
- A História do direito está ligada ao
desenvolvimento das civilizações. O direito do
antigo Egipto, que data de pelo menos 3000
a.C., incluía uma compilação de leis civis que,
provavelmente era dividida em doze livros,
baseava-se no conceito de Ma’at (Na religião
egípcia, Maat ou Ma'at é a deusa
da verdade, da justiça, da rectidão e da
ordem.
É a deusa responsável pela
manutenção da ordem cósmica e
social. Maat caracterizava-se pela
traditio, pela retórica, pela
igualdade social e pela
imparcialidade.
• Nesta ordem de ideia, podemos dizer que o
mais antigo conjunto de leis ainda
relevante para os modernos sistemas do
direito é provavelmente a Toráh
(Provérbios 1:8; 1:3; 28:4) (“instrução”,
“ensinamentos” ou “leges”) do Velho
Testamento. Na forma de imperativos
morais, como os Dez Mandamentos,
contém recomendações para uma boa
convivência social.
A torah
A Toráh se refere aos cinco primeiros livros
da Bíblia — Gênesis, Êxodo, Levítico,
Números e Deuteronômio. Esses livros
também são chamados de Pentateuco, do
grego “volume de cinco partes”. A Toráh foi
escrita por Moisés, por isso é chamada de
“livro da Lei de Moisés”. (Josué 8:31;
Neemias 8:1) Tudo indica que ela foi escrita
como um só livro. Mas, para ficar mais fácil
de usar e sobretudo de perceber á Toráh,
depois ela foi dividida em cinco partes.
Codigo Hamurabi
- Em cerca de 1760 a.C., o rei
Hamurabi determinou que o
direito babilônico fosse
codificado e inscrito em pedra
para que o povo pudesse vê-lo no
mercado: o chamado Codigo de
Hamurabi.
O Código de Hamurabi, representa o
conjunto de Leis escritas, sendo um dos
exemplos mais bem preservados desse
tipo de texto oriundo da Mesopotâmia
correspondente à cidade de Susa, no
sudoeste do Irã.
• Foi encontrado por uma expedição
francesa em 1901 chefiada por Jacques
de Morgan. Já o abade Jean-Vicente
trabalhou com veemência na tradução
total do código após o seu retorno á París.

Hoje uma parte do fragmento pode ser


admirado no Museu do Luvre, “París” na
sala 3 do Departamento de Antiguidades
Orientais.
O código de Hamurabi é um monumento
monolítico ( ou monólito é uma estrutura
geológica, como uma montanha, é
constituído por uma única e maciça pedra
ou rocha, ou um único pedaço de rocha
colocado como tal.
A palavra deriva do latim monolithus que
deriva da palavra grega μονόλιθος
(Monólithos), que por sua vez é derivada de
μόνος ("um" ou "único") e λίθος ("pedra"),
ou seja, significa "pedra única".
talhado em rocha de diorito, sobre o
qual se dispõem 46 colunas de
escrita cuneiforme acádica, com 282
leis em 3600 linhas. A numeração vai
até 282, mas a cláusula 13 foi
excluída por superstições da época. A
peça (Código de Hamurabi) tem 2,25
m de altura, 1,50 m de circunferência
na parte superior e 1,90 m na base.
Os artigos do Código de Hamurabi
descreviam casos que serviam como
modelos a serem aplicados em questões
semelhantes. Para limitar as penas, o
Código anotou o princípio de Talião,
sinônimo de retaliação.
Por esse princípio, a pena não seria uma
vingança desmedida, mas proporcional à
ofensa cometida pelo criminoso. E sendo
assim "olho por olho, dente por dente".
O Código de Hamurabi é visto
como a mais fiel origem do
Direito.
É a legislação mais antiga de que
se tem conhecimento, e o seu
trecho mais conhecido como
vimos anteriormente é a
chamada LEI DE TALIÃO.
O original do Código de Hamurabi foi
escrito/gravado em um bloco, e parte desses
artigos foram apagados quando o bloco foi
levado para Susa, confiscado depois de uma
guerra. Com isso, alguns artigos ficaram
com a sua compreensão comprometida.
Alguns dos artigos apagados são conhecidos
pela existência de cópias.
O bloco original em que foi escrito o
Código encontra-se atualmente no Museu
do Louvre, em Paris.
- É Importante lembrar que a sociedade que
produziu o Código de Hamurabi era uma
sociedade estratificada. As disposições
determinam qual comportamento é
pertinente para cada classe.
- A sociedade babilônica tinha por base a
desigualdade social. A primeira classe, e
mais numerosa era a dos awilum, os
cidadãos, proprietários, camponeses,
artesãos e comerciantes. (veremos mais
tarde)
Na verdade, o Código de Hamurabi é a
única legislação daquele povo, ele não
deveria receber tal nomenclatura, tendo
em vista que não apresenta-se da maneira
de um código, noção que foi concebida
após o Código Civil Napoleônico.
Vale lembrar que o este código é uma
legislação que está composta por vários
fragmentos, sendo alguns civis, outros
penais, alguns referentes ao direito do
trabalho.
Divisão Social da antiga
Babilónia
• A sociedade era dividida em três classes, que
também pesavam na aplicação do código:
• Awilum (patrícios): Homens livres, proprietários
de terras, que não dependiam do palácio e do
templo;
• Muskênum (Plebeus): Camada intermediária,
funcionários públicos, que tinham certas regalias no
uso de terras.
• Wardum (escravos): Escravos, que podiam ser
comprados e vendidos até que conseguissem
comprar sua liberdade.
- os mushkenum (palavra, através do árabe,
responsável pelo vocábulo português
“mesquinho”); são os semi-livres, entre livres
e escravos. Está classe era formada por
antigos escravos, homens livres
desclassificados (Plebeus na antiga Roma),
muitas vezes estrangeiros.
- Abaixo destes estava a classe dos escravos,
wardum, resultante, sobretudo, da guerra,
mas também determinada pelo nascimento,
em virtude de sua hereditariedade.
Como podemos constatar as disposições
presentes no Código contemplam todas as
classes, mas podemos observar que a
legislação é feita com total parcialidade
em favor da classe superior, os “Awilum”.
- A maior parte dos artigos dão a entender
que somente eles possuem direitos, pois
frequentemente lemos a palavra awilum, e
não qualquer expressão mais genérica que
demonstraria imparcialidade.
Pontos principais do código de Hamurabi são:
1-Não cumprimento de contrato.
2- Lei de talião (olho por olho, dente por dente);
3- falso testemunho;
4- roubo e receptação;
5- estupro;
6-família;
7- escravos;
8- ajuda de fugitivos.
Exemplo de uma disposição contida no código:
Art. 25 § 227 - "Se um construtor edificou uma casa
para um Awilum, mas não reforçou seu trabalho, e a
casa que construiu caiu e causou a morte do dono da
casa, esse construtor será morto".
Portanto, o objectivo principal do Código
de Hamurabi era de homogeneizar o reino
juridicamente e garantir uma cultura
comum embora com anomalias.
- Já no seu epílogo, o Rei Hamurabi afirma
que elaborou o conjunto de leis "para que
o forte não prejudique o mais fraco, a fim
de proteger as viúvas e os órfãos" e
"para resolver todas as disputas e sanar
quaisquer ofensas e controversias entre
os concidadãos”
Divisão do Código de Hamurabi
• Como podestes notar, o Código de Hamurabi não
apresenta o mesmo formato das leis contemporâneas.
A conformação dos ordenamentos juridicos atuais tem
a sua origem com o Códifição Napoleônica.
• As lacunas existentes no código de Hamurabi são
evidentes para os especialistas. Exemplo disso é o
facto de somente as classes profissionais especiais
terem as suas actuações regulamentadas. Porque
somente algumas classes eram contempladas; Mesmo
na Antiguidade como nos dias de hoje já havia uma
diversidade considerável de profissões.
O estudioso E. Bergmann procurou estruturar de
forma racional à estrutura do código:
• Leis punitivas de prováveis delitos
praticados durante um processo judicial
(parágrafos 1 à 5);
• Leis regulatórias do direito patrimonial
(parágrafos 6 à 126);
• Leis regulatórias do direito de família e
heranças (parágrafos 127 à 195);
• Leis destinadas a punir lesões corporais
(parágrafos 196 à 214);
• Leis que regulam os direitos e obrigações
de classes especiais como: a) Médicos
(§§215 – 223) b) Veterinários (§§ 224 –
225) c) Barbeiros (§§ 226 – 227) d)
Pedreiros (§§ 228 - 233) e) Barqueiros
(§§ 234 – 240) (parágrafos 215 à 240)
• Leis regulatórias de preços e salários
(parágrafos 241 – 277)
• Leis adicionais regulatórias da posse de
escravos (parágrafos 278 – 282)
classificação sugerida por Bergman,
Hugo Winker faz a divisão em quatorze
partes:
• Encantamentos, juízos de Deus, falso testemunho, prevaricação
dos juízes. (parágrafos 1 à 5)
• Crime de furto e rapina, reivindicação de móveis. (parágrafos 6
à 25)
• Direitos e deveres dos oficiais, dos gregários em
geral.(parágrafos 26 à 41)
• Locação em regime geral dos fundos rústicos, mútuos, locação
de casas, doações em pagamento. (parágrafos 42 à 65)
• Relação entre comerciantes e comissionários. (parágrafos
100 à 107)
• Regulamento das tabernas (taberneiras prepostas, polícia,
penas e tarifas). (parágrafos 108 à 111).
• Obrigações (contratos de transportes,
mútuos), processo de execução e servidão
por dívidas. (parágrafos 112 à 119)
• Contratos de depósitos (parágrafos 120 à 126)
• Injúria e difamação (parágrafo 127)
• Matrimónio e família, crimes contra a ordem
da família, contribuições e doações nupciais,
sucessão. (parágrafos 128 à 184)
• adopção, ofensa aos progenitores.
Substituição do recém-nascidos.
(parágrafos 185 à 195)
• Crimes e penas (lesões corporais) talião,
indemnização e composição. (parágrafos
196 à 214)
• Médicos e veterinários, arquitectos e
barqueiros (mercês, honorários e
responsabilidade), choque de navios.
(parágrafos 215 à 240)
• Sequestro, locações de animais, trabalhos nos
campos, pastores, operários. danos, furtos de
utensílios para água, escravo (acção
redibitória, responsabilidade por evicção,
disciplina). (parágrafos 241 à 282).
Lei de talião
• A lei (ou pena) de talião é o ponto principal e
fundamental para o Código de Hamurabi.
• A respeito do que muitos pensam, talião não
é um nome próprio. O termo vem do latim
talionis, que significa “como tal”,
“idêntico”. Daí temos a pena que se baseia
na justa reciprocidade do crime e da pena,
frequentemente simbolizada pela expressão
“olho por olho, dente por dente”.
• Importa frisar que a expressão acima “olho por
olho, dente por dente” inspira o código o
princípio jurídico judicium dei, ou o Ordálio, que
indica a possibilidade de um julgamento divino.
Um exemplo desse princípio está no artigo dois
do código:
• "Se alguém acusar um homem e o acusado
mergulhar em um rio e afundar, quem o acusa
pode tomar posse de sua casa. Mas se o rio
provar que o acusado é inocente e ele escapar
ileso, então quem o acusa será executado, e o
acusado tomará sua casa".
Ainda sobre o judicium dei...
• Ela se faz presente na maior parte dos duzentos
e oitenta e dois artigos do código de
Hamurabi. Muitos delitos acabam tendo como
sanção punitiva o talião, ou às vezes a pena de
morte.
• Apesar de parecer chocante a condenação à
pena de morte, esta era uma condenação
bastante usual na antiga Babilônia, pelo que a
população habituar-se-á à legislação babilônica.
Diferenças entre à Torah dos Hebreus e
o Código de Hamurabi
Código de Hamurábi Torah

Pena de morte para roubo de templo ou propriedade Roubo punido por compensação à vítima. (Ex. 22:1-9)
estatal, ou por aceitação de bens roubados. (Seção 6)

Morte por ajudar um escravo a fugir ou abrigar um "Você não é obrigado a devolver um escravo ao seu dono
escravo foragido. (Seção 15, 16) se ele foge do dono dele para você." (Deut. 23:15)

Se uma casa mal-construída causa a morte de um "Pais não devem ser condenados à morte por conta dos
filho do dono da casa, então o filho do construtor filhos, e os filhos não devem ser condenados à morte por
será condenado à morte (Seção 230) conta dos pais." (Deut. 24:16)

Mero exílio por incesto: "Se um senhor (homem de Extirpação por incesto. (Lev. 18:6, 29)
certa importância) teve relações com sua filha, ele
deverá abandonar a cidade." (Seção 154)

Distinção de classes em julgamento: Severas penas


para pessoas que prejudicam outras de classe
superior. Penas médias por prejuízo a membros de
classe inferior. (Seção 196–;205)
• Com uma melhor análise do conteúdo
do código de Hamurabi, fica claro que o
objetivo dessa legislação era trazer à
justiça, mesmo que a maioria dos seus
duzentos e oitenta e dois artigos sejam
taliônicos e não correspondam às ideias
mais modernas de justiça científica.
• Um bom ponto que talvez ilustre
perfeitamente a finalidade da composição
de tal legislação é o prólogo, no qual está
escrito o seguinte: “(...) por esse tempo
Anu e Bel me chamaram, a mim
Hamurabi, o excelso príncipe, o adorador
dos deuses, para implantar justiça na
terra, para destruir os maus e o mal, para
prevenir a opressão do fraco pelo forte,
para iluminar o mundo e propiciar o bem-
estar do povo (...)”
Conclusões
• O código de Hamurabi é tido pelos históricos
como o primeiro exemplo do conceito legal
de que algumas Leis são tão básicas que
mesmo um rei não pode modificá-las. As
leis babilônicas ao serem escritas na pedra,
elas se tornaram imutáveis. Este conceito
existe em vários sistemas jurídicos modernos
e deu origem à expressão em língua
inglesa written in stone (escrito na pedra).
• Trabalho em grupo para casa

• Grupos de 10
• Trabalho escrito e defesa individual
Capitolo II°

1.1 - Abordagem Introdutiva


1.2 - A Origem da cultura Juridica
europeia;
1.3 – A formação da Ciência
Jurídica Europeia.
Importância do estudo do direito romano

Para a análise das escolas jurídicas europeias.


-Para o estudo de uma ciência com história.
-Pela sua “perfeição”
-Pela sua influência nas instituições actuais.
-Permite comparar os varios ordenamentos
jurídicos existentes.
-Permite desenvolver o sentido critíco.

A Perfeição do direito romano

A ideia de perfeição do Direito Romano


assenta no pressuposto de que existem
padrões universais de justiça na regulação
das relações humanas, dos quais o direito
romano se terá aproximado mais do que
outras culturas.
O direito romano terá criado conceitos e
soluções cuja justeza ou justiça resistiram
e se impuseram à erosão do tempo.
O Direito romano tem sobrevivência
no direito actual?

O uso de citações latinas e a


reprodução de alguns conceitos
romanos no Direito actual, são
usados, mas fora do contexto em
que foram criados.
A subsistência do direito romano advém do
peso da tradição, da sua recepção pelo
direito canónico, posteriormente pelo
direito comum e também da crise ocorrida
no imediato pós-guerra (1939-1945), devido
à impotência do direito face a regimes
autoritários de índole fascista, nazista,
comunista. Pretendia-se que a estrutura jus
naturalista do direito romano poderia
eventualmente evitar o totalitarismo da lei.
Capitolo – III°

1.1 – Facto Jurídico


1.2 – Factos naturais e humanos
1.2- norma Jurídica
1.3 – Suas caractéristicas
1.4- Preceito e sansação
Generalidades: O conceito de
direito romano?

• Antes de abordar o tema «direito


romano», achamos oportuno dar alguns
conceitos gerais de direito privado que,
mesmo não sendo elaborada em época
romana é de extrema importância, para o
conhecimento do direito romano e
sobretudo pela sua pertinência no direito
actual.
O direito pode ser considerado
sobre dois aspectos importantes:
• Portanto antes de entrar no merito da questão
achamos oportuno debruçarmo-nos à cerca da
etmologia do termo direito; sendo assim direito
etmologicamente provém do latim (ius) que quer dizer
estrada justa, ou simplesmte à relação entre duas ou
mais pessoas que reconhecem-se par.
• O direito é um conjunto de normas (nórma agendi) que
estabelece às regras de conduta em que os consociados
devem adquar seus comportamentos em conformidade
com às exigências de convivência social e cooperação
que estão na base da sociedade (direito objectivo).
Facúltas Agéndi
• Direito como faculdade (facúltas
agéndi) derivado do direito
subjectivo, em base ao qual um
sujeito pode pretender dos outros um
determinado comportamento
conforme ao que esta
preventivamente estabelecido na
norma agéndi (direito sujectivo)
Norma jurdica
Norma Jurídica
• O direito subjectivo como dissemos
anteriomente é um conjunto de normas, que
ditam as regras de conduta social em que todos
os consociados devem observar.
• Destas normas nem todas são jurídicas (as
regras de honra, os preceitos morais e
religiosos, as regras de correção social etc.).
Porém, somente aquelas que constituem a
maioria, é que são normas jurídicas.
A distinção da norma Jurídica…
• As normas jurídicas se destinguem de duas
formas; seja pelo seu fim (o propósito da
sua criação), seja pela sua natureza (o
conteúdo que contém a norma).
• Sendo assim o fim de toda norma jurídica
é a conservação da sociedade humana (ex:
Estado), isto é uma comunidade
organizada para atingir objectivos comuns.
Norma Jurídica
• Norma Jurídica é o comando geral e abstrato,
direccionado à todos os consociados, com o qual
se impõe sobre essa uma determinada conduta,
sobre ameaça de uma determinada reação, que
ganha o nome de sanção.
• A característica principal do ordenamento jurídico
é a coercibilidade. Sendo assim à não observação
de uma norma jurídica, corresponde à aplicação
de uma sanção, que pode consistir na constrição
material da pessoa que cometeu.
Características principais das
normas jurídicas
• Generalidade (igual para todos)- as normas jurídicas não são
dirigidas à sujeitos singulares, mas na comunidade dos
consociados entendidas em seu complexo.
• Asbstracteza – é uma necessária consequência da generalidade.
Tudo porque a norma é geral, a norma juridica nao se dirige a um
unico sujeito determinado, mas afirma em maneira mais
generica, (ex: o devedor que não paga o que deve deverà
ressarcir o credor pelos danos morais)
• Coercibilidade (Obrigatorias)- a norma jurídica vincula os
consociados, e o seu respeito é garantido da predisposição de
uma reação do ordenamento para os casos de não obervação.
• Imperatividade (Estado) - como principal característica, a
norma jurídica é imperativa, ou seja, não é mera declaração de
uma conduta, mas impõe-se quanto a seu cumprimento.
Exemplos práticos de Norma:
• Escovar os dentes antes de dormir, o preceito é
escovar os dentes, á sanção não explicita pela
norma será o de ter um problema de saúde (carie
ou problemas nas gengivas). O preceito neste
caso não nos interessa, entretanto observamos a
sanção. A sanção neste caso será á carie. É uma
sanção externa? Sim é, atinge o nosso corpo?
Sim, mais não é uma sanção obrigatória, não é
imperativa, e não e sobretudo não é igual á todos
os cidadãos. Portanto está norma por mais que
seja de natureza externa, não é jurídica
• Quem rouba vai á prisão. Qual é o preceito? Não
roubar, qual é á sanção é a prisão. Qual é o tipo
de sanção? É uma sanção externa? Sim, porque
atinge á liberdade do individuo. É obrigatória?
Certamente porque é feito respeitar pelo Estado
com á força. É igual para todos os cidadãos?
Certamente. É imperativa? Sim, esta é uma
norma jurídica. Entretanto podemos perceber que
existem normas jurídicas que são também
comerciais, moral, sociais. Todavia uma norma
pode pertencer há mais de uma categoria, ordem e
contexto.
O facto Jurídico

• O pressuposto para á aplicação de uma


norma jurídica é o verificar-se de um
facto recondusivel á uma situação
hipotetica prevista e disciplinada pela
mesma norma.
• O facto jurídico, é portanto, todo o facto
que constituí o pressuposto para á
aplicão de uma norma de direito.
Tradicionalmente os factos jurídicos
podem ser distintos em duas
categorias:

• Factos naturais – são aqueles que


nascem devido á eventos naturais
(nascimento, morte, o percurso do
tempo com o fim de se adquirir o perder
um direito).
• Factos humanos – são aqueles que
dependem da vontade humana.
Capítolo IV

• Tema: Direito Romano;


• 1.1. Definição;
• 1.2. Fundação de Roma;
• 1.3. Periodização.
Conceito de Direito Romano
• Direito romano é um termo histórico-
jurídico que se refere, originalmente, ao
conjunto de regras jurídicas observadas na
cidade de Roma e, mais tarde, ao corpo de
direito aplicado ao território do Império
Romano e, após a queda do Império Romano
do Ocidente em 476 d.C., ao território do
Imperio Romano do Oriente.
Segundo Thomas Marky
• É o conjunto de normas, regras jurídicas,
vigentes em Roma, desde sua fundação
(754/753 a. C. – século VIII a. C.) até a
codificação de Justiniano (século VI d. C.).
• Alguns autores entendem que o período a ser
estudado tem término com a morte de
Justiniano em 565 d.C. Durante estes quase 13
séculos, muitas foram as mudanças políticas,
sociais e económicas. Com estas mudanças,
resulta a evolução e as crises de direitos.
Fundação lendaria de Roma
descrição de Tito Livius (ad urb Condita)
FUNDAÇÃO DE ROMA
• A origem lendária de Roma data de 754/753
a.C., tendo sido seus criadores os gémeos
Remo e Rómulo. Conta a lenda que em Alba
Longa, localizada no Latium (Lazio),
reinava Numitor, destronado e morto por seu
irmão Amúlio. Rhea Sylvia, filha de
Numitor é então encerrada num convento de
vestais onde deveria permanecer virgem.
• Contudo, Rhea Sylvia de sua união ilícita com o
deus Marte, nascem os gêmeos Remo e Rômulo,
que para não serem mortos são abandonados numa
floresta e são recolhidos e amamentados por uma
loba. Mais tarde os dois voltam a Alba Longa e
vingam o avó Numitor, destronando Amúlio. Em
função deste episódio, Remo e Rômulo recebem
como prêmio uma colina à beira do Tibre, o
Padino, onde edificam Roma.
• Os irmãos, porém, disputam o privilégio divino de
ser o fundador da cidade e Rômulo mata Remo,
traçando em seguida os limites da cidade.
Trabalho para casa
• 1- A estratificaçã social na antiga Roma
• 2- os sete reis de Roma

• Grupos de 5, defesa individual


EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO
ROMANO
• Do séc. VIII ac. (753 a.c. fundação de
Roma), até ao séc. V no Ocidente (476
queda do Império Romano do
Ocidente com a deposição do ultimo
rei romano Romolo Augustolo) e até
ao século XV no Oriente (1453 queda
do Império Romano do Oriente)
AS FASES DO DESENVOLVIMENTO DO
DIREITO ROMANO

Em doutrina, com o propósito de


uma melhor compreensão do
fenómeno jurídico romano, forão
propostas diferentes periodizações.
Fases de periodização e Formas de
Governo
• Período arcaico ou monarquico, que
corresponde à criação da Cìvitas Quiritaria,
(VIII-IV sec. a.c.), que vai desde a fundação de
Roma (754-753 a.c), com a emanação das Leges
Liciniae Sextiae (367 a.C.).
• Período Pré-classico ou Republicano, que
corresponde à Res Publica romano-nacional (IV-I
sec. a.C. (367-27 a.C.), ano em que Otaviano
Augusto é proclamado Prìncips Romanorum e
Augutus pelo Senado. Magistratura pretoriana.
• Período Classico ou Principado, que vai
desde a Res Publica Romano Universal e do
relativo regime de Principatus ( do I° sec.
a.C. ao III° sec. Isto de 27 a.C. à 284 d.C.
ano em que depois do termino da anarquia
militar, verificou-se a subida ao trono de
Deocleciano.
• Período Post Classico, que vai desde o
absolutismo imperial (III-IV sec. d.C. de
284 d.C. à 565 d.C ano em que morre o
imperador do Oriente Justiniano (Império
Bizântino).
O período arcaico ou Quiritario
• Nascimento da Civitas – o período arcaico
corresponde a época da cìvitas quiritaria, e vem
tradicionalmente associado ao sec. VIII a.C. e a
metade do IV sec. A.C.
• A cìvitas Quiritium surge devido a progressiva
agregação das tribos encediadas sobre a foz do rio
Tibre, nas mediações do cole do Quirinal e do
Setpmotium (Palatino, Esquilino, e Celio),
correspondendo respectivamente pelas seguintes
tribos (Ramnes, Tities e por ultimo os Luceres).
Período Arcaico - Monarquia
• Essas tribos nasceram graças a união de alguns grupos
menores de tipo politico-parental (le gentes) que a sua
volta deram origem a familiae.
• A evolução que levou ao nascimento da Civitas, é
intrinsecamente ligado a situação geo-economica do
antigo Lazio, zona onde mais tarde nascerá a caput
mundi. As antigas tribos viviam exclusivamente da
pastorícia.
• A Civitas Quiritaria, foi concebida como comunidade
de patres familiarum ou de Quirites que encontrou a
sua máxima expressão na assembleia dos patres (mais
tarde denominada senatus) que elegia un rex vitalício
verdadeiro caput politico e religioso da Civitas.
Nesta fase o ordenamento jurídico
da civitas arcaica fundava-se em:
• Acordos federatizi (foedera) que se realizava
graças a intervenção dos caput gentes
(pertencentes ás três tribos) no acto da
agregação.
• Deliberações (ou leges) que se proclamava
de fronte aos comitia (comícios).
• Mores Maiorum – consuetudene que
regulavam a pacifica convivência entre as
familiae.
• A violação dos foedera, das leges, dos mores
maiòrum era considerada nèfas, isto é constituía
um ilícito com correspondia a ira dos numina (das
divindades), e permitia á um qualquer membro da
comunidade restabelecer á ordem social, punindo
ou matando impunemente o mesmo responsável
(seguido da declaração de sacèrtas do culpado).
• Com o termo Ius Quiritium foram inicialmente
denominadas somente os mores maiorum, que á
respeito dos foedera e das leges, se
caracterizavam á maior vetustà (antigo,
ultrapassado, antiquado) particularmente para as
autoridades, tratando-se de antigos usos.
O ius Quiritium não disciplinou as
relações internas entre as famílias, isto
é relações internas das famílias
singulares, mas relações entre famílias,
isto é relações externas concorrentes
entre as diferentes familiae,
representada pelo seu pater familiae
com o fim de tornar possível á
convivência pacifica na civitas.
A Revolução Plebea
• O fim de Civitas Quiritarias foi causada através
da revolução plebea, que terminou com á
emanação das Leges Licinae Sextiae 367 a.C., o
qual confiou o comando do estado a dois
praetores-consoles, um dos quais será plebeu.
• Com a revolução plebea de 494 a.C. afirmou-se ao
lado do Ius Quiritium, um novo sistema jurídico,
na qual a doutrina se da convencionalmente, o
nome de Ius Gentium Vetus, o núcleo foi
constituído das leis das 12 tábuas (451-450 a.C.).
Revolta no Monte Aventino
Greve de Monte Sagrado
• Em greve os plebeus retiraram-se da cidade de
Roma com ensejo de fundar uma outra cidade,
entretanto, os Patrícios observando tal situação, e
sobretudo pensando na mão-de-obra que
produziria significativamente em Roma, todavia,
os romanos resolveram negociar com os plebeus
consagrando-lhes alguns direitos políticos como:
Tribunos da Plebe, Assembléia da Plebe, Lei das
Doze Tábuas, Lei Canuléia, Lei Licinia Sextia e
ascensão nas magistraturas.
• Portanto, os Plebeus deixaram de ser escravos
por dívidas e recebiam terras conquistadas por
Roma. Antes dessa revolta, como dissemos
anteriormente os Plebeus eram chamados para
irem para as guerras, deixando de produzir e
deixando para trás suas família.
• Quando regressavam de combate, não recebiam
nenhum incentivo e sobretudo acabavam
perdendo tudo pois em suas ausências não
produziam para sustentar suas famílias.
• Todavia, para seus sustentos, eram obrigados a
contrair dívidas, e não conseguindo restituir
tornavam-se escravo por dívida daquele que
emprestou o dinheiro.
História da lei das 12 tábuas
Lei das XII Tábuas
• As leis das XII tábuas (duodecim tabulae;
duodecim tabularum leges) são um conjunto de
leis compiladas em 451-450 a.C. dos decemviri
legibus scribundis, contendo regras de direito
público e privado.
• Elas representam uma das primeiras codificações
escritas do direito romano, se considerarmos os
costumes á lex regia dos antigos romanos. O texto
completo é desconhecido.
• "[...] bibliothecas me hercule omnium
philosophorum unus mihi videtur XII
tabularum libellus [...] et auctoritatis
purre et utilitatis ubertate superar"
(Latim) "[...]
• parece-me que apenas o livro das XII
tábuas ultrapassa as bibliotecas de todos
os filósofos por autoridade e utilidade"
(Marco Tullio Cicerone, De Oratore, I -
44, 195.)
História sobre o nascimento da lei
• O tribuno da pleble, Gaius Terenzilius Arsa fez a
proposta em 462 a.C. para a nomeação de uma
comissão composta por magistrados especiais com a
tarefa de elaborar um código de leis escritas para
compensar a oralidade dos costume que vigoravam
neste período.
• O Senado, após uma oposição inicial (a proposta foi
reformulada no ano seguinte pelas cinco tribos da
plebe). Votou-se em 454 a.C. o envio de uma
comissão de três membros nomeados pelos concilia
plebis para a Grécia, para estudar as leis de Atenas e
outras cidades.
• Tito Livio nos dá os nomes dos três
membros da comissão: Spurio Postumio
Albo Regillense, Aulo Manlio Vulsone e
Servio Sulpicio Camerino Cornuto
• Em 451 a.C. foi estabelecida uma
comissão de decemviri legibus
scribundis que substituiu a magistratura
ordinária, ou seja, uma que incluía
patrícios e plebeus.
• Os membros da comissão foram escolhidos dentre os
ex-magistrados patrícios; sempre Tito Livio nos dá
os nomes:
• Appio Claudio Crasso, cônsul; Tito Genucio
Augurino, cônsul; Tito Veturio Crasso Cicurino;
Gaius Julius Iullus; Aulo Manlio Vulsone; Servio
Sulpicio Camerino Cornuto; Publio Sestio Capitone;
Publius Curiazio Fisto Trigemino; Tito Romilio Roco
Vaticano; Spurius Postumio Albo Regillense.
Seguindo o texto líbio, os três membros da comissão
enviada a Atenas foram nomeados decemvirs como
"especialistas" e "O restante foi eleito para fazer
números" (Supplevere ceteri numerum).
• As Doze Tábuas (não se sabe se era feito de qual
material, provelmente de marfim ou bronze)
foram publicadas no fórum, onde permaneceram
até o saque e o incêndio de Roma em 390 a.C.,
Cícero narra que, mesmo em sua época (século I
a.C.), o texto das Doze Tábuas era memorizado
pelas crianças como uma espécie de poema e de
forma obrigatória (ut carmen necessarium), e
Lívio os define como "uma fonte de todo direito
público e privado" [fons omnis publici
privateque iuris].
• A linguagem das placas
ainda é uma linguagem
arcaica e elíptica. Alguns
estudiosos assumem que as
regras foram escritas em
métricas, para facilitar a
memorização.
• No primeiro ano, foram escrita as dez
primeiras leis, porém, discutidas de
tempos em tempos na assembleia, e a
Comissão de redação, por não ter
concluído o trabalho, os trabalhos foram
estendidos para o ano seguinte.
• A composição da Comissão foi alterada,
e posterior foi reeleita pelos outra
comissão nos comícios do centuriado.
• Segundo Dionísio de Halicarnasso,
três plebeus se juntaram a comissão,
enquanto que Lívio declarou que
todos eram patrícios.
• A segunda comissão dos decemviri foi
criada por patrício Appio Claudio e
teve um comportamento despótico. As
duas tabelas restantes foram escritas
sem consulta da assembleia.
• O descontentamento generalizado e um episódio
vinculado à Virgínia, uma garota plebeia que seu
pai preferiu mata-la, ao invés de entrega-la aos
desejos do arrogante decemviri Appio Claudio,
desencadeou uma revolta popular e a deposição da
comissão, com a restauração dos magistrados
comuns (ordinários).
• Os cônsules do ano 449 a.C. tinham as leis
gravadas em tabelas que eram exibidas em
público, no fórum da cidade. Essas doze placas ou
tábuas foram consideradas os direitos e conquistas
dos plebeus.
• Como dissemos ateriormente, o texto original não
chegou até nós, pois as tábuas originais foram
perdidas no saque de Roma pelos gauleses de
Brenno em 390 aC.
• No entanto, numerosos fragmentos são citados de
fontes antigas, tanto verbatim (ipsissima verba),
mesmo que às vezes de forma modernizada, como
transcrição, explicação ou comentário das normas
individuais.
• Em alguns casos, as tábuas nos seus versos faziam
referência ao lugar onde tinha sido elaborado e a
posição que ocupava dentro das 12 tábuas.
• Com base nessas relíquias, os estudiosos tentam
colectar todas as citações recebidas para ordená-
las em uma reconstrução do texto decemviral (a
chamada palingenésia).
• Apesar dos esforços envidados nessa direção,
cada resultado alcançado possui um alto grau de
arbitrariedade, do qual é apropriado estar ciente
sempre que o texto das Doze Tábuas for
considerado "virtualmente" reconstruído pelos
editores modernos.
• As leis deveriam abranger todo o campo do
direito (sagrado, público, criminal e direito
privado), incluindo julgamento.
• É uma coleção de costumes previamente existentes e
entregues oralmente.
• Segundo as reconstruções do texto das editoras
modernas, parece que as três primeiras tábuas diziam
respeito ao julgamento civil e à execução forçada;
a quarta, o direito de família; a quinta, a sucessão
mortis causa; a sexta, as lojas legais; a sétima, os
imóveis. , a oitava e nona os crimes e julgamentos,
as décimas regras do direito constitucional (valor
legal para as decisões do povo na assembleia,
proibição de privilégios etc.), enquanto os dois
últimos - citados por Cícero tabulae iniquae,
porque instituiu a proibição do casamento entre
patrícios e plebeus - eles teriam sido um apêndice.
• Nas XII Tábuas, estavam previstas uma sanção
especial para casos de danos à propriedade, como
o Furtum e pauperies (danos resultantes do
comportamento do animal).
• Aqui estão alguns exemplos: Quem queimar uma
casa e nela morrer em chamas alguém, o castigo
por queimar a casa será: ressarcir o dano; se não,
castigado com uma pena mais leve.
• Aqueles que aplicam incêndio dentro das
muralhas da cidade estão sujeitos à penalidade
incendiária, enquanto uma penalidade mais leve
será aplicada àqueles que aplicam incêndio em
própria casa.
• Porém, será necessário avaliar se a vontade do sujeito
era:
• Doloso: o autor é amarrado, açoitado e morto em
fogo;
• Colposo: o autor será condenado a compensar os
danos causados ​(noxiam sarcire).
• Caso o sujeito aplique o fogo de noite causando dano
ao rebanho e ao local onde é conservado as colheitas
no período nocturno. O culpado será condenado se:
ele é adulto (pubere): condenado à pena de morte por
enforcamento e sacrificado à deusa Cerere (deusa da
fertilidade de campo); se não adulto no caso
(impubere): sujeito é condenado a pagar uma
indenização.
Extracto da lei das 12 tábuas
• Primeira lei, procedura civil:
• A primeira tábua estabelece regras de direito
processual, descrevendo como deverá ser o
procedimento de chamamento do réu a um
processo e o início de um julgamento.
Demonstra claramente que é dever do réu
responder quando chamado em juízo, porém, se
não o fizer cabe ao autor levá-lo, mesmo que
seja usando suas próprias mãos ou a força.
• (LA) «Si in ius vocat, ito. Ni it, antestamino: igitur
quem capitur».
• "Se (o actor) cita em judicio, o (convenuto) tem de
comparecer. Se ele não comparecer, (o actor) tem a
legitimidade de chamar testemunhas; e assim ser
responsabilizar directamente».
• Se o réu tentar fugir ou pretender não comparecer ao
julgamento o autor poderá prendê-lo (lançar mão
sobre o citado). Se por velhice ou doença o réu
estiver impossibilitado de andar, o autor deverá lhe
fornecer a condução, na época um cavalo
(iumentum). Se o réu recusar o cavalo o autor deverá
providenciar um carro, mas sem a obrigação de ser
coberto.
• A conciliação estava presente no direito romano
desde esta época, observando a praticidade dos
acordos para resolver os conflitos. A regra era a de
que se as partes fizerem um acordo deveriam
anunciar a todos e o processo estaria encerrado.
Caso não houvesse nenhum acordo, o pretor
deveria escutar as partes no comitio ou no fórum,
antes do meio dia com ambas as partes presentes.
• Depois do meio dia se apenas uma das partes
estivesse presente o pretor deveria se pronunciar,
geralmente em favor do presente (um instituto
similar ao da revelia (contumácia)). Se ambos
estiverem presentes, por do sol seria o termo final
da audiência e o início do julgamento.
• Segunda lei, procedura civil:
• Doença grave por parte do actor... ou
qualquer situação grave contra o
convenuto... se alguma dessas situações
constituir impedimento para o juiz
(moléstia, ameaça) ou qualquer parte, o
julgamento deverá ser suspenso nesse dia.
• Cui testimonium defuerit, is tertiis diebus
ob portum obvagulatum ito. Aquele que
precisar de alguma testemunha, deverá
ir a sua porta e o chamar em alta voz
para comparecer ao terceiro dia.
• Na segunda tábua também estão incluídos as
regras acerca dos furtos e roubos. Estabelecem
que a coisa furtada nunca poderá ser
adquirida por usucapião e ainda que se
alguém intentar uma ação por furto não
manifesto, que o ladrão seja condenado no
dobro.
• Dizem alguns que nessa tábua estaria escrito a
regra de que se alguém cometer furto à noite e
for morto em flagrante, o que matou não será
punido.
• Terceira lei, procedura executiva:
• Essa tábua é considerada pelos historiadores uma
das mais completas e reconstituída com maior
fidelidade. Trata da execução dos devedores que
confessaram a dívida.
• Aeris confessi rebusque iure iudicatis XXX dies
iusti sunto.
• Por uma dívida reconhecida, uma vez emitida
uma sentença regular, o prazo legal será de trinta
dias. Depois disso, ocorre a imposição da mão
(manus iniectio) e o devedor é arrastado para o
tribunal.
• Se o devedor não pagar a sentença e ninguém
pagar por ele, o credor pode levar o devedor
algemado. O credor pode amarrá-lo com pesos de
pelo menos 15 libras.
• O devedor pode alimentar-se como ele deseja. Se
ele não puder se alimentar, o credor deve dar a ele
uma libra de trigo por dia. Se quiser, pode dar
mais.
• Tertiis nundinis partis secanto. Si plus minusve
secuerunt, se fraude esto. Esta é uma das regras
mais marcantes das tábuas, permitindo que se
parta o corpo do devedor em tantos pedaços
quantos forem os seus credores.
• “Depois do terceiro dia de feira, será permitido
dividir o corpo do devedor em tantos pedaços
quanto forem os credores, não importando cortar
mais ou menos; se os credores preferirem
poderão vender o devedor a um estrangeiro”.
• Adversus hostem aeterna auctoritas esto.
• Determina que contra um inimigo o direito de
propriedade é válido para sempre. Tal norma é
decorrência das guerras travadas contra outros
povos. Se um inimigo tivesse o domínio de
determinada terra essa ainda pertenceria a seu antigo
dono, que poderia reavê-la por meio da força.
IV Lei das 12 Tábuas (filhos e pais)
• Nessa tábua está registrado o a patria potesta. De modo
direto vemos que o pai tinha, sobre a sua esposa e seus
filhos o direito de vida, morte e de liberdade.
• (LA) «Si pater filium ter venum duit, filius a patre liber
esto».
• Uma criança claramente deformada deve ser morta.
• As crianças deformadas não eram capazes de
serem soldados romanos ou mesmo agricultores e,
portanto, seriam um risco a sociedade. Essa norma
teve como base o direito dos espartanos na Grécia,
sociedade tipicamente militar.
• "Se um pai vender seu filho mais de três vezes, perde
automaticamente a patria potestas”.
V Lei das 12 Tábuas-Hereditariedade
• (LA) "É moritur encabeçado, cujo suus heres nec
escit, adgnatus proximidadeus familiam habeto.” "Se
uma pessoa morre sem fazer um testamento, o
próximo parente masculino herdará a propriedade."
• (Quadro V, 4.) (LA) "Si adgnatus nec escit, gentiles
familiam habento."
• "Se este não estiver lá, herdarão os homens de sua
raça".
• (Quadro V, 5.) (LA) "Si furiosus escit, adgnatum
gentiliumque in eo pecuniaque eius potestas esto.”
"Se alguém enlouquecer, seu parente mais próximo e
os gentios terão autoridade sobre ele e sua
propriedade." (Quadro V, 7.)
VI lei das Tábuas – propriedade e
posse
• (LA) "Cum nexum faciet mancipiumque, uti lingua
nuncupassit, é ius esto.”
• A palavra de um homem era muito importante nos
contratos, conforme a regra acima.
• "Quando alguém faz um nexum ou um mancipatio,
como ele pronuncia solenemente, o seu direito (ou seja,
o teor e o escopo do direito dependerá exatamente das
palavras pronunciadas)".
• “Quando alguém faz um juramento, contrato ou
venda, anunciando isso oralmente em público, deverá
cumprir sua promessa”.
• (LA) "Tignum iunctum ædibus
vineave seis concapit ne solvito.”
• "Ninguém deve mover vigas de prédios
ou vinhedos.“
• Encontramos nesse documento a regra
de que se os frutos caírem sobre o
terreno vizinho, o proprietário da
arvore terá o direito de colher esses
frutos.
VII lei das 12 Tábuas, manutenção das estradas

• (LA) "Viam muniunto: ni sam


delapidassint, qua volet iumento atuando.”
"Mantenha as estradas em ordem, se elas
caírem em desuso, os pastores (transeuntes)
puderam conduzir seus animais para onde
quiserem.
• Essa regra pressupõe que toda a propriedade
deve ter uma estrada.
• (Quadro VII, 7.) (LA) "Si aqua pluvia nocet
iubetur [...] ex arbitrio coerceri."
• "Se a chuva causar danos... o assunto será
resolvido por um juiz." (Quadros VII, 8.)
• “Se alguém destruir algo de alguém será
obrigado pelo juiz a reconstruir ou
restituir tal coisa”. Trata-se de regra
histórica para o direito civil, em especial na
parte da responsabilidade civil.
VIII lei das 12 Tábús, ilícitos
• LA) «Qui malum carmen incantassit [...]» "Aqueles que
cantaram um feitiço do mal."
• (Quadro VIII, 1.) (LA) "Si membrum rupsit, ni cum e
pacit, talio esto.” "Se uma pessoa mutila outra e não chega
a um acordo, a lei de retaliação será aplicada."
• (Quadro VIII, 2.) (LA) «Manus fustive is fregit libero,
CCC, si servo, CL poenam subit sestertiorum; si iniuriam
[alteri] faxsit, viginti quinque poenae sunto.” “Quem
quebrar o osso de outra pessoa, manualmente ou com um
bastão, deve pagar trezentos sestércios se for um homem
livre; cento e cinquenta se ele é escravo; se ele cometeu
um crime, a sentença é de vinte e cinco ".
• (Quadro VIII, 3.) (LA) «Qui fruges excantassit [...]
snow alienam segetem pellexeris» "Quem se
apropriou da magia da colheita ou do grão de outra
[...]." (Tabela VIII, 8.) (LA) "Sim, nox furtum faxit,
sim, estou aqui, caure esto." (TI) "Se ele tentou
roubar à noite e foi morto, o assassinato é
considerado legítimo."
• (Quadros VIII, 12.) (LA) «Luci [...] si seelo defit
endoque plorato»"Se durante o dia [o assassinato é
legítimo], se [o ladrão] se defendeu com uma arma [e
se o assaltado tentou pela primeira vez] pedir ajuda".
(Tav. VIII, 13.) (LA) "Patronus e clientes fraudam
fecerit, sacer esto." (TI) "Se um usuário fraudar o
cliente, ele será condenado a sacrificar."
• (Quadro VIII, 21.) (LA) "Aqui se sierit
testier libripensve fuerit, ni testimonium
fatiatur, inprobus intestabilisque esto.”
"Qualquer pessoa que tenha sido chamada
para testemunhar ou pesar com uma
balança, se não testemunhar, é desonrada e
incapaz de mais testemunhos".
• (Quadro VIII, 22.) (LA) "Si telum manu
fugit magis quam iecit, arietem subicito.”
"Se uma lança sair do controle ou for
lançada por engano, sacrifique um
carneiro." (Tav. VIII, 24).
• Considerada talvez a tábua mais importante,
trata dos crimes e condutas ilícitas no direito
romano. O sistema penal da lei das doze
tábuas era muito avançado para a época.
• A maioria das penas descritas são espécies de
compensações pecuniárias pelos danos
causados. Por exemplo temos a pena da
“injúria feita a outrem” que é o valor de vinte
e cinco. Porém se a injúria for pública e
difamatória será aplicada a pena capital
(pena de morte).
IX lei das 12 Tábuas (princípios do processo
penal e controvérsias)

• (LA) «Privilegia ne irroganto."


• "Os privilégios não poderão ser
estabelecidos (irrogados) nos cumprimentos
das leis. (Quadro IX)
• Interessante é a regra acerca da corrupção
dos juízes: “Se um juiz ou um árbitro
indicado pelo magistrado receber
dinheiro para julgar a favor de uma das
partes em prejuízo de outrem, que seja
morto.”
X lei das 12 Tábuas, regras para os
funerais
• (LA) "Hominem mortuum em urbe sepelito neve urito.”
“Nenhum morto será enterrado ou incinerado na cidade."
• (Quadro X) (LA) "Qui coronam parit ipse pecuniave eius
honoris virtutisve ergo arduitur ei."
• "Quando um homem ganha uma coroa, o seu escravo ou
gado ganha uma coroa para ele [...]".
• (Tav.X) (LA) «Neve aurum addito. no cui auro dentes
iuncti escunt. Ast in cum illo sepeliet uretve, se fraude
esto. ” «Ninguém deve adicionar ouro (a uma pira
funerária). Mas se seus dentes forem mantidos juntos por
ouro e enterrados ou queimados com ele, a ação será
impune ". (Quadro X)
• Tal regra servia para evitar possíveis saques ou furtos aos
mortos. ...
XI lei da 12 Tábuas, o Matrimonio

• (LA) "Conubia plebi cum patribus


sanxerunt.” "O casamento entre plebeus
e patrícios é proibido." (Quadro XI)
• (Foi revogada pela Lei Canuleia, que
permitia o casamento entre a Plebe e os
Patrícios)
XII lei, dos crimes
• (LA) "Si servo furtum faxit noxiamve noxit." (TI) "Se um
escravo comete um roubo ou um outro delito prejudicial,
será movida contra o seu dono uma ação indireta, isto é,
uma ação noxal"
• (Quadro XII) (LA) «Si vindiciam falsam tulit, si velit é. . .
(? prae?) para arbitros tris dados, eorum arbitrio. .
fructus duplione damnum decidito." "Se alguém trouxe
uma falsa vindícia (o pretor?) Para julgamento, dê três
árbitros e pague o dobro (pelo bem?) E pelos frutos."
(Quadro XII)
• simular posse provisória em seu favor, o magistrado deverá nomear
três árbitros para a causa e, em face da evidência, condenará o
simulador a restituir os frutos em duplo.
Resumo estrutura lei das 12 Tábuas
• Primeira Lei escrita do direito romano e um dos seus
principais pilares fundamentais.
• Não é um código senão uma redução a escrito de um conjunto
de Mores Maiorum que foi aprovada pelo povo,
• Tradição – o descontentamento do povo pela interpretatio dos
mores maiorum feita pelos patricios em seu proprio proveito,
• Comissão de juristas enviada a Grecia, no ano 451 a.C.,
• Comição de Patricios que foram encarregados a redigir uma
Lex Escrita,
• No ano 449 a.C., os consules Valerio e Horacio ordenam fixar
no forum as XII tábuas,
• Primeiramente o texto não era conhecido passou a ser através
dos relatos dos historiadores,
Estrura geral da lei das 12 tábuas

• 1-3 – Processo Civil


• 4-5–Direito de família e
sucessões
• 6 –Diversos negocios jurídicos
• 7-12- Direito Penal
• Tais Leges representam uma conquista da
plebe, enquanto fixavam definitivamente e por
escrito os principios fundamentais do Jus
Quiritium.
• A nova lei observava situacões que o direito
Quiritario não previa, ex: o fenomeno da
obligatio.
• As Leis das 12 tábuas, támbem regulavam as
Legis Actiones (ou seja aquelas actividades que
os privados deviam realizar em judicio, para
obter acertamento e a realização de suas
necessidades)
Leis das 12 tabuas
• As leis das 12 tábuas foram aprovadas em 451 a.C.,
tal lei nasce apos uma grande revolta social, alguns
historiadores atribuem o conflito em «luta de
classes». As leis das 12 tábuas contribuiram
sobretudo para a laicização do direito.
• Entre o final do sec., V a.C., surgiu uma outra fonte
de produção indirecta, constituida pela actividade
interpretativa do direito pelos sacerdotes-pontifices
(interpretatio pontificum), de tal modo que ius
Quiritium e o ius Legitimum vetus, integrados com
actividade interpretativa pontifical terminaram
progressiavamente na unificação e formação da
republica em Ius Civiles Romanorum.
Interpretatio pontifìcum
• Entre os finais do sec. V e IV surgiu uma outra
fonte de produção indirecta de Ius, constituida
pela actividade interpretativa do direito da parte
do colegio sacerdotal dos pontifìces, em tal modo
que; Ius Quiritium e Ius Gentium Vetus,
integrados na actividade interpretativa pontifical,
terminaram progessivamente unificando-se,
confluindo, concomitantemente com à formação
da republica em um sistema normativo que sera
definido por Ius Civiles Romanorum.
• Período de Direito Romano muito antigo,
de tipo arcaico primitivo, direito de uma
sociedade rural baseada na solidariedade
clânica, baseado exclusivamente nas
“acções” previstas e tipificadas na lei
“legis actiones” .
• “legis actiones é um dos fundamentos do
“ius civile” considerado em vigor até à
época justinianeia. Lei com carácter formal,
quase litúrgico, que usa fórmulas (Certa
Verba) para resolver casos concretos.
• Lex Aebutia – que se encontrava dentro da lex
rogata, esta lei teve uma grande importancia para
o direito privado por introduzir o processo
formulario.
• Esse processo desenvolvia-se das seguintes
etapas: introdução da instancia, onde o autor
providenciava a editio formula ou editio
actiones, que consiste em uma previa
comunicação do reu da formula da acção que
pretendia mover, era seguida pela vocatio ius. No
processo por formula, o autor já não podia
valer-se da força para conduzir o réu ao
magistrado.
Ius Civiles
• Lex Publica – declaracões solene com valor
normativo feita pelo povo representado nos comicios
sobre a proposta de um magistrado.
• Evolucão- 450 a.C., sec. III,
• Lex Rogata – proposta por um magistrado e
aprovado em comicios,
• Plebliscitum - proposta pelos tribunus plebii e
aprovada pelos concilia plebis. No ano 450 a.C Lex
Valeria: vinculava somente os plebeus e os patricios
(provocatio ad populum, direito de apelar aos
tribunos da plebe).
• Estas foram as unicas formas de leis da epoca que
regulavam exclusivamente o direito publico.
Processo de formaçao da Lex Rogata
• Promulgatio – proposta por um magistrado e
afixada em público,
• Contiones- reuniones extraoficiales (informais) a
convite na qual os magistrados falavam com o
povo e o povo com o magistrado, era uma especie
de confronto directo relativamente a algumas
questões de orientamento social e sobretudo
jurídico. Esta devia ser convocado por um
magistrado ou por um sacerdote que reunia a
contio, e devia ser interrompido por um
magistrado superior (comitia curiata).
• Rogatio - na constituição da República
Romana, rogatio é o termo usado para que um
projecto de lei fosse apresentado ao Senado
(conselhos de anciãos).
• O procedimento rogatio ressalta o fato de que o
senado poderia aprovar decretos, mas não era
um corpo parlamentar. O magistrado com o
direito de convocar a assembleia poderia propor
a lei (rogatio legis), e as leis propostas seriam
denominadas leges rogatae. O autor da proposta
era o lator e os apoiadores eram auctor.
• Comício era o termo utilizado para o espaço
normalmente designado em todas as cidades romanas
para as contiones, onde se reuniam as pessoas para
eleições, conselhos e tribunais.
• Assim como o fórum, que costumava ser o local
onde se localizavam os templos e os edifícios
comerciais e judiciais da cidade, o Comício era
designado como o centro político das cidades; os
romanos apresentavam uma tendência a organizar
suas necessidades em locais específicos dentro da
cidade. À medida que Roma foi crescendo, os
poderes da curiata foram transferidos para a
assembleia das centúrias (em latim comitia centuriata
constitui a primeira assembleia nacional do Reino de
Roma).
• Cada uma das classes se dividia em
várias centúrias, cujo número total na
assembleia era de 193, constituídas - meio a
meio - por "juniores"(cidadãos entre 17 e
46 anos) e "seniores" (de 46 a 65 anos).,
que se reunia fora dos muros da cidade.
• O Comício continuou a ter importância
para as eleições formais de alguns
magistrados; no entanto, à medida que a
importância destes magistrados foi
diminuindo, o Comício também perdeu
importância.
• A discussão no Senado contribuía para
rascunhar a lei, que seria
publicada (promulgatio) por três semanas
ou mais antes de ser formalmente
submetida a Assembleia. Durante este
período, os cidadãos poderiam discutir a
lei e propor mudanças e muito raramente
pedir o retrocesso, em sessões informais
(contiones). Após a lei ter sido trazida à
Assembleia para votação, não poderia mais
ser modificada.
• Sanctio – não é identificado com o moderno
significado de sanção; conjunto de clausulas
(capita) mais ou menos tipizadas por:
• a) assegurar a observança da lex;
• b) regular as relações entre lex e
ordenamento. As clausulas podiam ser
diferente por cada lex.
• Votação,
• Aprovação pelo senado (auctoritas),
• Fixação pública – a lei torna-se vinculante.
Classificação atinente ao regime
sancionatório
• Leges Perfectae – a sua aplicação apenas se
traduz na nulidade dos actos sem que haja pena;
• Leges Imperfectae – a sua aplicação não impõe
qualquer sanção ao infractor;
• Leges Minus quam perfectae – a sua aplicação
não anula os actos, a sanção pode ser disciplinar,
uma multa, etc.
• Leges plus quam perfectae - a sua aplicação
traduz-se em duas consequências, a nulidade do
acto e a aplicação de uma pena ao infractor.
Depois do sec. III a.C.
• Apartir do ano 242 a.C., a Lex Rogata decai devido a aparição do
Edictum do pretor como principal fonte de direito. Mesmo assim
ainda serão aprovadas importantes Lex Rogata: Lex Cincia, Lex
Falcidia.
• Leges Dictae – novo modelo de lex, emanada e promulgada
directamente sem intervenção das assembleias pelo magistrado,
competente a Dicere Legem. (ius dicere)
• Lex data – lex imposta por uma instituição de fora ( ex: lex
provinciae), as vezes atraves da força de um poder exercitado por
um magistrado em forma delegada.
• Depois do sec. II – apartir de Augusto os Comicios decairam e nos
finais do seculo II as Lex Rogota desapareceram. Nesta epoca tanto
o Senado quanto o Imperador começam a Legislar directamente,
• Baixo Imperio- Lei torna-se equivalente a constituição imperial.
Periodo preclassico ou
Republicano
• A estrutura do sistema (Ius Civile)
O periodo que corresponde entre a metade do sec.
IV e no final do sec. I (de 367 a.C. à 27 a.C.) é
denominado preclassico ou republicano,
caracterizado, pelo nascimento da republica que
acabou por suplantar no final do sec. III a.C., a
antiga Civitas Quiritaria. Por outra o governo
Republicano não foi democratico, porque
formalmente algumas cargos do Estado estavam
abertas á todos os cidadãos.
P eríodo Republic ano
Magistraturas na República
• O organismo principal da república é a
magistratura (funções administrativas e
não judiciaria), tais magistraturas eram
munidos de poder directivo, e as vezes civil
e militar; por sua vez as assembleias
populares, elegiam os magistrados; o
Senado tinha poder consultivo perante os
magistrados na qual os seus pareceres
eram tidos como senatusconsùlta.
Ius Civiles Vetus
• No período preclassico a espinha dorsal do
ordenamento jurídico romano era o Ius Civiles
Vetus. Suas fontes eram os antigos mores
maiorum do Ius Quiritium, as Leges dos Ius
Gentium Vetus e a interpretatio prudèntia,
actividade exercida pelos juristas leigos
(prudentes) que se dedicavam por vocação ao
estudo do direito; todavia esses não eram somente
interpretes do direito, mas também elementos
activos da evolução jurídica exercitando também
uma verdadeira e própria criatividade do direito.
As novas magistraturas (Ius
Honorarium)
• Com o termino da época clássica
vêm atribuído valore vinculante o
parecer dos jurisconsultos, e
adiciona-se gratamente a fazer
coincidir o Ius Civiles com a
somente interpretatio
jurispudentiale.
• Com o surgimento dos “jurisconsultos” deu-se a passagem
de “interpretatio” para “jurisprudentia”.
Os Jurisconsultus (“iuris prudentes”) aconselham,
respondem consultas orais ou escritas aos pretores
(magistrados) ou juízes populares dava-se através do Colégio
dos Pontífices, este composto pelos patrícios (elite), onde a
forma do direito era ritualizado, secreto, sigiloso, onde todas
as normas eram feitas pelos pontífices.

• O termo jurisprudência (iurisprudentia) designava, em


Roma, a ciência do direito. Modernamente o termo
jurisprudência tem um significado muito diferente: designa
um conjunto de decisões tomadas/elaboradas nos tribunais. O
conceito romano corresponde, então, mais ao moderno
conceito de doutrina.
• O ius honorário é o sistema de normas que no
período após 367 a.C. foi introduzido pelos
magistrados romanos (principalmente o pretor) a
fim de preencher as lacunas do então obsoleto
ius civile, cada vez mais inadequado para
regular a crescente sociedade de Roma em um
período de grande expansão geográfica, militar e
económica.
• O atributo honorário provém da honra que os
magistrados romanos receberam, como
confirmado pelos mesmos juristas romanos. No
entanto, Ius Honorarium também se refere à
parte da capacidade legal sob a lex publica, para
que um cives fosse eleito magistrado.
O parecer feito pelo jurisconsulto
podia ter as seguintes finalidades:
• Respondére: isto é dar um responso sobre uma determinada
questão pratica ou teórica (quaestio); sobretudo era também de
emitir pareceres jurídicos sobre questões a pedido de
particulares e de magistrados.
• Agere: definir uma causa/consistia em orientar as formas dos
actos processuais aos magistrados e às partes. Também
auxiliavam na elaboração e escrita de instrumentos
jurídicos.
• Cavére : fornecer o esquema, a formula, de um contrato difícil
de estipular.
• Cavére do verbo <precaver>, composto, por meio do prefixo
<pre>, de um verbo latino <cavére>, tomar cuidado.
• Entretanto, a partir do século I a.C., com Augusto,
os pareceres dos jurisconsultos passaram a ter força
de lei, mesmo porque passaram a responder ex
autoritate principis, ou seja, com a mesma
autoridade do Príncipe.
• A jurisprudência passou então, como fonte do
direito, a ser um dos elementos mais importantes
para o desenvolvimento profundo do direito pelo
qual o Direito Romano passou. Nas palavras de um
grande Jurisconsulto romano Ulpiano:
• “Iuris prudéncia est divinarum átque humanarum
rerum notítia, iusti átque iniústi scientia.” -
“Jurisprudência e o conhecimento das instituições
divinas e humanas, a ciência do justo e do injusto.”
• A jurisprudência na época
romana era a ciência do direito, o
saber prático da justiça,
iures(julgar) e prudentia (saber).
Hoje pode se conceituar
a jurisprudência como as
decisões emanadas pelos
julgadores, aplicando a lei e a
razão, sobre os casos concretos.
• É interessante salientar que o trabalho dos
jurisconsultos não era um meio de enriquecimento,
pois a actividade de Jurisconsulto era exercida
gratuitamente, em nome da fama, da vaidade e do
destaque perante a sociedade e o governo,
propiciando-lhes a oportunidade de ocupar elevados
cargos públicos. O Jurisconsulto Celso definiu o ser
Jurista: “Scire leges non est verba earum tenere,
sed vim ac potestatem.” - Ser jurisconsulto não é
conhecer as palavras da lei mas seu espírito e poder.
• É importante não confundir o iurisconsultus e o
orador. Ambos eram advogados, mas um cabia
estudar o aspecto jurídico das controvérsias e o outro
era o que estava em juízo representando o seu cliente.
• Ser advogado em Roma era quase uma
tendência natural, visto que os romanos,
durante todo período republicano, tinham um
imenso apreço pela oratória, que consideravam
como arte e como algo a ser cultivado e
admirado. Grandes personagens da política
republicana foram, também, muito activos na
vida forense, já que a oratória era a ferramenta
primordial. Afirmava Ulpiano: “Melius est
sensum magis quam verba amplecti”- O
melhor é a ter-se ao sentido das palavras que
ao escrito.
• Com segunda guerra Púnica (218-201 a.C.)
teve inicio a expansão romana no
mediterrâneo, que levou a transformação da
sociedade romana de agrícola a mercantil,
que determinou na mutação do Estado.
• Em consequência da evolução socioeconómica
urgiu a necessidade de transformar o
ordenamento jurídico romano que
sucessivamente contribuiu na elaboração de
duas novas figuras jurisprudencial; o pretor
urbano e sobretudo o pretor peregrino.
Pretor Urbano
• Praètor Urbanus (instituído por volta de 367
a.C.) emanava todos os anos o acto da sua entrada
em vigor o Edictum, com o qual indicava os
critérios que se podia abrogar as normas do Ius
Civiles.
• O pretor urbano presidia os casos civis entre os
cidadãos romanos. O Senado Romano exigia que
alguns dos oficiais mais graduados estivessem em
Roma em qualquer circunstância, um papel que
recaiu sobre o pretor urbano.
• Na ausência dos cônsules, ele era o
magistrado mais graduado da
cidade, com poder de convocar o
Senado e organizar a defesa da
cidade no caso de um ataque.
• Ele tinha a permissão de deixar a
cidade não mais do que dez dias se o
fizesse teria que intercalar.
• O pretor urbano presidia os jogos
Apolinários, era o magistrado mais
sénior na administração da justiça
e promulgava o édito pretorial,
descrições da política pretorial a
respeito de decisões judiciais a
serem tomadas durante seu
mandato.
Praètor
• Nos primeiros seculos da Republica, o nome
Praetor, de praeire «ir em frente» que precede o
exercito, designava os supremos magistrados,
comandantes das Legions, e depois chamados de
Consules.
• A eleição dos pretores se faziam nos comicios
Centuriate, as condicões de elegibilidade era
estabelecida pela Lex Villia Annalis no cursus
Honorum (se adicionava a pretura depois do
edicto e da plebe). o cargo de pretor durava por
um ano.
A lex Villia annalis
• A lex Villia annalis é um plebiscito aprovado
em 180 a.C pelo tribuno Lucio Villio, cuja
família adquiriu o sobrenome de Annalis. Esta
disposição introduziu uma idade mínima para
o acesso aos magistrados do cursus honorum,
e um intervalo obrigatório de dois anos entre a
nomeação de dois lugares. As regras que
regem a reeleição para a mesma magistratura
não foram modificadas, era estabelecida por
um plebiscito de 342 a.C.
• Não foi possível ser um quaestori (magistrado
menor) antes de ter servido dez anos de serviço
militar (decem estipendia), um termo
levantado depois por Silla a 30 anos. Na época
de Cícero não era possível construir curuli
antes dos 37 anos, previa-se antes dos 40 e
cônsules antes dos 43.
• A função da lex Villia era garantir a rotação
do poder dos membros da classe dominante,
evitando concentrações nocivas de poder
evitando a sucessão contínua de escritórios.
A lei é mencionada, entre outros, por Cícero e
Livio.
• O unico limite de actividade do pretor lhe era
imposto pela Lex Cornelia 67 a.C. (esta lei exigia
que o magistrado respeitasse seu decreto no
exercício de suas funções), de abster-se as
perseguições emanadas pelo Edicto Perpectuo
(Na antiga Roma, o édito perpétuo era o édito
pretoriano que definia as regras que governariam
a administração da justiça pelo pretor durante
seu ofício, geralmente um ano).
• Analogamente era o modus procedendi que muito
antes vigorava na Lex Aebutia, isto é nas
actividades do praetor perigrinus que
posteriormente sera conhecido de Ius Gentium.
• Na época do Principado se multiplicaram
as funções judiciarias do Pretor porque
nasceram outras formas de jurisdição
volontaria (Pretura tutelar,
fedecommissionaria etc.), mais foi retirada
da Pretura o Governo das provincias,
provocando ineficiencia na resolução de
quaestiones criminalis, atraves da
intervenção do Principe.
• Nesta época a eleição do pretor se fazia
pelo Senado, sobre recomendação do
Imperador.
Praètor Peregrinus
• Por volta de 242 a.C vem instituida em Roma a
magistratura do praètor peregrinus, com a função de
resolver controversias entre os romanos e os
estrangeiros,ou entre estrangeiros quando acontecesse
em Roma. O magistrado resolvia os problemas através
de uma procedura rapida (concepta verba), criando
regra do judicio para adopatar em caso concreto, isto
porque nas lites entre os cidadãos peregrinos não se
podia aplicar o direito romano, pois era de inteira
exclusividade dos romanos.
• Entretanto o praetor peregrinus resolvia as lites com
base aos principios comuns de todos os povos, porque
fundava sobre a naturalis ratio.
Ordenamento especial
• Com edicto do pretor peregrino, se veio a formar um
ordenamento especial, que pelas suas
caracteristicas testé enunciate, foi o ius gentium.
Aplicado originariamente na relação entre os
cidadãos romanos e estrangeiros, e muito cedo foi
adoptado tambem para regrar a relação entre os
cidadãos romanos, em função das suas vantagens.
Tratava-se de um sistema sistema hagil e fácil,
desprovido de formas solenes e por isso respondia
com maioria eficacia nas relacões comerciais, isto se
fundava essencialmente sobre a bona fides.
Periodo Classico ou do
Principado
• A figura do Prìncips
• O periodo classico corresponde ao do Principatus
que vem convencionalmente associado aos ultimos
anos do sec. I a.C., ate no final do sec. III d.C (desde
27 a.C., ao golpe de estado de Augusto, a 284 d.C.,
morte de Deocleciano. A estrutura do estado romano
permanece formalmente aquela da republica, mesmo
se nao fosse de facto, mas pelo menos era de iure; em
cima e fora da Respublica, se assistia a presença
protetiva do poder por parte do Prìncips.
Nesta época ao lado da estrutura republicana
ordinaria (magistratura, comicios, senado) o
princips afirmou-se como supremo moderador da
coisa publica e adquiriu uma posição de
proeminencia constitucional no sistema politico
romano, em força de dois poderes:
- Tribunicia potestas, que consistia no poder de
intercessio, que de inicio os detentores de tal
poder era somente o tribuni plebis, sobre todos
os actos dos magistrados republicanos;
- Imperium proconsulare maius et infinitum, que
consistiu no supremo poder militar.
P eríodo do P rinc ipado
As Constitutiones e o Ius Publicae
Respondendi
• Com o tempo em Roma foi se formando uma
outra fonte de direito, não homogeneo
comparativamente ao direito esistente (extra
òrdinem) fruto da intervenção directa do princips
na direção da vida jurídica; esta intervenção
manifestou-se atraves das constitutiones, que
destiguiam-se:
• Edicta – enunciavam os criterios directivos que os
imperadores indicavam que os magistrados
levassem em consideração nas provincias.
• Mandàta- Eram instruções elaboradas pelo
principe para os funcionarios administrativos que
dependiam directamente dele, sobre a
modalidade de execução das actividades;
• Rescrìpta - Respostas escritas, dadas pelo
Imperador ou pelo seu conselho, a questões sobre
direito, que passavam a ter valor de lei. As
rescripta tinha duas naturezas:
• a) Epìstualae- eram cartas de resposta que o
principe endereçava aos magistrados, ou
funcionarios, que se dirigiam a ele com proposito
de buscar um parecer, conselhos etc.
b) Rescrìpta- no sentido estreito, os quais consistem
em um parecer anotado a favor do pedido privado de
um (libellum).
c) Decrèta – eram as sentenças emanadas pelo principe
sem o respeito das formas estabelecidas pela procedura
ordinaria ( Iudicia extra ordinem).
Portanto, o Ius Publicae Respondendi consistia em
uma especie de Cedula de bom jurista que atribuia o
imperador, com esta cédula os pronunciamentos do
jurista tinha uma certa autoridade, e com muita
facilidade eram aceite os seus pareceres.
Os pareceres dos juristas nesta fase consitituiam fonte
de direito, porém é uma posição que os juristas vieram a
perder na epoca do imperador Traiano.
A Constitutio Antoniniana
• A época de Caracala é de extrema
importancia, porque este imperador em 212
d.C., emana a constituição Antoniniana. Com
a qual foi atribuida a cidadania romana a
todos os cidadaos livres do imperio em
excepção os Dediticii.
• Com este documento, o imperador Antonio
quebra com a distinção que era bem radicada
e visivel na mentalidade romana entre Cives
e Estrangeiros.
Periodo Post-Classico
• O Peorido post-classico do direito romano, é
caracterizado, com a forma de governo de
monarquia absoluta (dominatio) cronologicamente
associa-se ao imperio de Deocleciano (284) até a
ascençao de Justiniano I (527). O nesta epoca o
Estado foi concebido a nivel da organização como
Estado Patrimonial, considerado como o
dominador absoluto o «Imperador».
• A consequencia de tal concepção foi do não
aproveitamento das fontes republicanas (Leges,
Senatusconsultas, Edicta magistratuum).
• E sobretudo com a afirmação definitiva da vontade
do Principe como unica fonte de direito. Portanto
nesta fase o direito criado pelas constitutiones
imperiais receberam o nome de Ius Novum em
contraposição ao superado Ius Vetus.
• Na epoca post-classica, ao lado do poder absoluto
do principe interviam outros factores que
contribuiram na destruição do direito romano:
• A substituição do Paganismo pelo Cristianismo,
que levou a mudança radical do sistema
economico e de muitos institutos juridicos
(abolição da escravatura, limitação do divorcio,
outra concepção da propriedade privada etc.)
• A classe dos Senadores aos poucos foi perdendo
poder, lembrando que estes eram tidos como
tradicionalista em fazer politica e de produzirem a
cultura juridica;
• A sobreposição da população do imperio e da
civilização romana, com o aparecimento de novos
elementos (povos) não romanos, os Barbaros;
• a transferencia do Imperio romano do Ocidente ao
Oriente, em um processo lento, mas com um
continuo reflexo da cultura elinistica;
• A não evolução do espirito juridico, que levou a
uma gradual substituição com uma certa eficacia e
imediatez o pensamento clássico com uma visão
«Bizantinista».
• Neste periodo, com o enfraquecer dos centros de
difusão do poder (magistraturas
republicanas), e com a concentração do poder
nas mãos do Principes, a ciencia juridica, foi
esvaziada de qualquer actividade creativa,
limitando-se em actualizações das obras
clássicas, terminando porém com o corromper
das mesmas, sucessivamente estas obras foram
decaindo, reduzindo-se em uma mera actividade
interpretativa de mosdeta consideração, com fins
esclusivos nas escolas, tudo porque a autonomia
do pensamento juridico era sufocado pelo
absolutismo Imperial.
As formas tipicas como se manifestavam
as actividades juridicas
• Interpolação – isto é alteração feitas aos textos, feitas inserindo
ou cortando palavras ou expressões;
• Os Glossemis - consistia em adicionar frases marginais, ou
intercalar o texto original, tais frases sucessivamente por obras
daqueles que copiavam terminavam por ser confundidas com
texto, colocando em consideraçao a originalidade da obra;
• As parafrases- as palavras mais ou menos longas eram
frequentemente eram incorporados no texto, ou mesmo
substituido por essas;
• Extratos;
• Os epitomes elaborados com fins didactico;
• As compilações sistematicas de Iura ou leges juntas, retirado
das obras de autores diferentes e recolhidos em modo de formar
um unico documento;
• Entre os numerosos elaboradores da
jurisprudentia no periodo pos-classico que chegou
ate nós se distinguem em dois grupos:
• O primeiro é composto com a recolha de Iura;
• O segundo é formado pela compilação mais
amplas, isto é compreendia seja as iuras como as
leges.
• Entre as recolhas de Iura enumeramos as
seguintes:
• Os titulos ex corpore Ulpiani, as Pauli
Sententiae, Epitome Gai, e Scholia Sinaitica.
• Os titulos ex corpore Ulpiano – sao obras post-
classicas, que remontam ao sec. IV, que nos foi
transmitido atraves de um manuscrito conservado
na Biblioteca Vaticana, constitui uma tradiçao
elementar e resume as obras de Gaio e de
Ulpiano.
• As Pauli Sententiae – sao uma ontologia de
escritas juridicas compiladas durante o principado
de Deocleciano (285-305), sobre a base de obras
de Paulo. A recolha articula-se em 5 libros. A
redaçao mais completa é Lex Romana
wisigothorum.
• Epitome Gai – foi redigida nas escolas do
Ocidente no sec. V d.C., portanto é um obra de
dois livros compilados sobre a base das
Institutiones de Gaio.
• As Sholia Sinitica – foram elaboradas no
Oriente no sec. V d.C., a obra que chegou ate
nós atraves de um papiro de Monasteiro do
monte Sinai, consiste em um comento muito
simples aos Livros Sibinum de Ulpiano. As tres
recolhas de Iura e de Leges que chegaram ate
nós, e entre outras como a Fragmenta Vaticana,
a Collatio, e Liber Syro-Romanus.
• Os Fragmenta Vaticana – sao cerca de 400
fragmentos recolhidos no Ocidente por parte de
um privado, com toda a probabilidade no sec.
IV. Nesta compilaçao, sao de facto utilizado os
codigos Gregoriano e Hermogeniano, mas nao
o codigo teodosiano de 438.
• A obra subdivide-se em titulos nos quais eram
evidenciados algumas partes da obra de Paulo,
Papiniano, Ulpiano e constituiçoes imperiais.
Destes chegaram-nos poucos titulos, e estao
conservados em um monasteiro da Basilica
Vaticana.
Collatio Legnum Mosaicarum et
Romanorum
• É uma obra que chegou ate nós somente
parcialmente. Essa entende mostrar que as leis
romanas derivam de mosaicos, por isso, eram
colocados em comparação com os textos
romanos.
• O Liber Syro-Romanus – é uma obra escrita
em grego no sec. V, do qual existem traduçoes
em siriaco e arabe; neste texto é recolhido
somente o Ius Civiles, actualizado com as
constituições emanadas de Constantino em
diante
• Com aumento consideravel das
constituicões imperiais fez surgir com
exigencia a recolha de varias leges em
coleção ordinaria, em codices legum,
ao fim de permitir o conhecimento de
todas as leis aplicaveis. Inicialmente a
actividade de recolha foi realizada pela
jurisprudentia.
• Portanto, não se tratou de compilação
oficial.
• No periodo de transiçao entre o
Principado e o Imperio foram
promulgada dois corpus leges especial,
o Codex Gregorianus, compilado
talves por um certo Gregorius,
colecionando reescritos de Adriano e
Deocleciano e destinado a pratica civil,
e o Codex Hermogenianus, uma
especie de ampliamento e apendice de
actualizaçao do Codex Gregorianus.
Codex Gregorianus
• O Código Gregoriano (Codex Gregorianus )
é uma colecção não oficial das constituições
imperiais (especialmente de rescripta)
incluindo, as de Adriano (embora o mais
antigo rescrito existente é de 196) e
Diocleciano, e datado em torno de 291- 292.
Não se sabe quem foi o seu autor, e com base
no nome da colecção, assumiu-se que era um
certo Gregório ou Gregoriano.
• A Obra não chegou até nós, era estruturado
em pelo menos de 14 (quatorze) livros,
divididos em "títulos" e "rubricas". Este
será o modelo estrutural que se usará para
todas as colecções subsequentes a este.
• A obra foi parcialmente reconstruída graças
a Lex Romana Wisigothorum (que contém
um resumo) e outras obras que contêm seus
fragmentos, tais como a Lex Romana
Burgundiorum, a Mosaicarum et legum
Collatio, e a fragmenta Vaticana.
• O texto das constituições imperiais
continha o Inscriptio com o nome do
imperador o remetente e o destinatário, e a
Subscriptio com o lugar e a data da
emanação da Lei.
• O Código Hermogeniano (como veremos)
continuou a ser usado mesmo após a
promulgação do Codex de Teodósio, e foi
empregado pelos compiladores do Codex
Novus Iustinianus como fonte para atingir
os mais antigos rescritos.
Codex Hermogenianus
• O Código Hermogenianus (Codex
Hermogenianus) é uma colecção não
oficial das constituições imperiais da
época de Diocleciano. Continha
principalmente rescritos do biénio de 293-
294. De facto, essas reescritas
provavelmente constituiam o núcleo
original da colecção, porque se pode
acreditar que as constituições sucessivas
são o resultado de acréscimos posteriores.
• Não era um código oficial como o Código
Gregoriano não nos chegou directamente, mas
através de trabalhos subsequentes que os
usaram como uma fonte, como o Breviário de
Alarico, a Lex Romana Burgundiorum, a
fragmenta Vaticano e Collatio veteris
Cuiusdam Iurisconsulti.
• Foi compilado no Oriente por um certo
Hermogenes ou Hermogenianus. Este
provavelmente poderia identificar-se com o
jurista homónimo que foi o autor do epítome
Iuris, e que era oficial da Chancelaria imperial
sob o consulado de Diocleciano.
• O Código Hermogenianus era composto em
apenas um livro, dentro do qual as constituições
se sucederam em ordem cronológica.
• Alguns estudiosos vaticinam a ideia de que este
código seria a continuação do Código
Gregoriano.
• O código adquiriu seu nome de seu autor, Aurelio
Hermogeniano, um proeminente jurista que atuou como
mestre das petições (magister libellorum) sob Deocleciano
(r. 294–305). O trabalho não sobreviveu intacto, e muito de
sua forma é conjecturalmente descrita por meio dum
Papiro e de referências ao trabalho. Nos séculos IV-V,
tornou-se uma obra padrão de referência, permanecendo
popular ao menos até o século VI.
•O Codex Hermogenianus
permaneceu em vigor mesmo
após a edição do Código de
Teodósio e só foi formalmente
abolida com a promulgação do
primeiro Código de Justiniano
(Codex Novus Iustinianus) em
529.
• As duas recolhas de Lei, continham
somente leges speciales, isto é responsi
e decisoes imperiais relativamente a
casos singulares, mais utilizados em
factispecies analogas. Os dois codigos
não chegaram ate nós, mais foram
reconstruidos sobre a base de fontes
sucessivas, em particular a Lex Romana
Wisigothorum e a Lex Romana
Burgundiorum.
Lex Romana Visigothorum
• O Breviário de Alarico (ou Lex Romana
Visigothorum) é uma compilação de leis
romanas em vigor no reino Visigodo de Tolosa,
durante ou reinado de Alarico II (487-507 dC)
foi promulgado em 2 de Fevereiro de 506, é
também referido como Breviarium Alarici,
Breviarium Alaricianum, Código de Alarico e
Breviário de Aniano. Era destinado, pelo menos
de acordo com a tradição historiográfica, à
população visigótica.
• Foi um compêndio entre a lei romana e
teodosiana para a população latina sujeita
aos visigodos, com uma antologia
(em grego, ανθολογία ou “colecção de
flores” ou de e trabalhos literários,
agrupados por temáticas, autoria ou
períodos) de fontes normativas romanas
em vigor, colectada no texto original e não
em resumos de paráfrases, como
frequentemente acontecia nas
vulgarizações.
• Foi dividido em duas secções:
• Uma das Leges, contendo 1/8 do código de
Teodósio, alguns éditos do mesmo Teodósio II,
vários éditos de Valentiniano III;
• Uma segunda secção de Iura, contendo uma ampla
selecção de Sententiae Pauli, Liber Gai, Códigos
Gregoriano e Hermogeniano (especialmente a
presença deste último entre os Jura: no código
Theodosiano eles eram consideradas de leges,
enquanto na Lex Romana Visigothorum foram
incluídos entre as Iura em virtude da sua natureza
pessoal).
• Diz-se que o Rei tinha decidido redigi-la com o
propósito de agradecer os bispos e a população
católica (na verdade ele era ariano), ávido por
uma simplificação do ordenamento jurídico do
seu povo.
• A Lex Romana Visigothorum juntou-se a
outro marco regulatório já existente, o código
Eurico, emitido há vários anos pelo rei Eurico.
• Hoje não é contestado que tenha promulgado
leis, mas reuniu-as em um único complexo
normativo. Isso faz de Alarico II o autor de
uma imensa compilação legislativa de
importância multi-secular.
Codex Euricianus
• O código Eurico (Codex
Euricianus) é um documento
importante do direito germânico.
O código, compilado por Eurico
em cerca de 470, provavelmente
em Toulouse, recolhe as leis que
governavam os visigodos.
• O autor principal da obra foi Leone di Narbonne,
um jurista romano e conselheiro-chefe do rei, cujo
conteúdo não é constituído de material jurídico
germânico, mas sim de uma lei romana vulgar
retrabalhada.
• O Codex Euricianus serviu não só como base
para as subsequentes codificações dos reis
visigodos, mas também influenciou a lei das
linhagens francas, burgundas, alemãs e bávaras,
desempenhando um papel importante como
mediador entre a lei vulgar romana e o mundo
germânico do início da Idade Média. .
• É a mais antiga colecção de leis escritas de uma
população bárbara que chegou até nós.
• Acreditava-se a muito tempo que o Lex
Burgundiorum havia sido adoptada em virtude do
princípio de personalidade jurídica, e foi então dado
aos residentes romanos no reino visigodo, enquanto
Lex Wisigothorum só foi dada aos godos.
• Na verdade, as duas leis estavam em um
relacionamento Genus et especies (Gênero e
especies): a população visigoda, sempre esteve mais
interessada na guerra do que a civilização, tinham
grande dificuldade em usar a Lex Romana
Wisigothorum. usavam, portanto, a sua especificação,
isto é a Lex Wisigothorum, sumariamente igual em
conteúdo e diferente na forma e na complexidade.
• Na verdade, é provável que os visigodos
utilizavam a Lex Romana
Wisigothorum para resolver situações
complexas, e usavam a Lex
Wisigothorum para situações simples,
ou mesmo a Lex Visigothorum não era
para os visigodos mas de reflexão para
os romanos e o Breviário de Alarico
para Romanos e reflexos para os
visigodos.
• A Lex Romana Wisigothorum
Constitui uma obra recompilatória
de Direito romano pós-clássico e
vulgar, e é considerado como um
importante trabalho compilativo
num reino germânico barbárico. Por
estas razões, é o equivalente
ocidental do Corpus Iuris Civilis
de Justiniano Barbárico.
Lex Romana Burgundiorum
• A Lex Romana Burgundiorum é uma lei bárbara
romana do século VI. Os manuscritos mais antigos
dos 14 sobreviventes do texto datam do século IX.
• O estabelecimento da lei é atribuído ao Rei
Gundobado, com uma provável revisão editada
pelo seu sucessor Sigismondo.
• Consiste em um conjunto de princípios do direito
romano revisto pelo rei dos burgúndios, aplicava-
se apenas aos cidadãos romanos presentes no reino
dos burgúndios.
• O trabalho é composto de pouco menos de 180
capítulos e como fontes usa o mesmo que a Lex
Romana Visigothorum: algumas partes do Código
Teodósio, Gregoriano, Hermogeniano as Iuras das
Sentenças de Paulo o Liber Gai, todos porém em
forma parafraseada ao contrário do Lex Romana
Visigothorum que os reproduziu na forma original.

• Não se sabe quando foi escrito, existem ideias


conflituantes sobre esse assunto, alguns acreditam
que seja após a Lex Romana Visigothorum de
(506), mas ele não parece ser influenciado pelo
último, então a teoria é bastante lábil (fraco,
transitório).
• Como o código da Burgundio resulta
em muitos manuscritos feitos como
resultado do Lex Romana
Visigothorum, considerou-se que o
trabalho dos burgundios simplificava
muitas instituições do direito romano,
de modos que, para usá-lo, devia-se
recorrer a Lex Romana Visigothorum
como fonte principal e a Lex Romana
Burgundiorum como apêndice.
Codex Theodosianus
• Em 438 o Imperador Teodosio II fez
compilar um Codex, que ganhou o nome
de Theodosianus, este recolhia somente
leges generales, isto deliberações de
normas com caracter geral, de igual
modo integrou e completou os dois
codigos precedentes (Gregoriano e
Hermogeniano) no qual lhe foi conferido
um reconhecimento oficial.
Codex Theodosianus
• O Código de Teodósio;
ou (também Códex ou Códice de Teodósio
(Codex Theodosianus), foi uma compilação das
leis do imperio romano sob os imperadores
cristãos desde 312. Teodósio II (408–
450) criou uma comissão com esta finalidade
em 429, e a compilação foi publicada na
metade oriental do império romano em 438.
Um ano depois, o código foi também
introduzido no ocidente pelo
imperador Valentiniano III (r. 423–455).
Leis Romanas Barbaricas
• As leis romanas barbaricas corresponderam o
correspectivo no Ocidente com as compilações
de Justiniano.
• De facto as obras das escolas juridicas orientais
deram vida a compilação de Justiniano, como
tambem as obras das escolas do Ocidente
resultou nas leis romanas barbaricas através do
qual os reis germanicos introduziram tambem
em seus territorios as leis imperiais, quanto
menos direcionadas aos seus subditos de
nacionalidade romana.
Leis romanas barbaricas
• Entre as leis romanas barbaricas vão mencionadas
as seguintes:
• Codex Eurici e o Edictum de Theodorici – o
primeiro foi publicado por volta de 476 d.C., pelo
Rei Visigoto Eurico sucessor de Teodorico I, que
governou uma boa parte da Galia Ocidental e da
Espanha. O Codex Theodorici, foi emanado em
Italia por volta de 500 d.C., por Teodorico o
grande Rei dos Ostrogoti, que se considerava
governador da prefeitura italica em nome de
Zenone o Imperador do Oriente.
• Portanto essas leis aplicaram-se seja na populaçao
romana como na ostrogota. Eurico e Teodorico
demonstraram em tal modo de aceitar. Pelo menos
sobre o plano formal, a supremacia do imperio
romano. Outras recolhas dignas de relevo foram a
Lex Romana Wisigothorum, publicada em 506
pelo rei Visigoto Alarico II, e a Lex Romana
Burgundiorum emanado pelo rei Burgundi
Gundobado por volta de 500 d.C.
• Os reis que os adoptaram, demonstraram de negar
a supremacia romana e do direito romano em seus
povos, em quanto estes foram somente aplicadas
na relaçao entre os romanos.
Periodo Justinianeo
• O Imperio de Justiniano I (527-565) assinalou o
ultimo brilho da romanização. Justiniano conseguiu
actuar para a unidade do imperio, reunindo sobre o
seu dominio o Oriente e Ocidente, importa dizer
que este imperador conseguiu sobretudo dar vida a
um novo sentido de romanidade, que consistiu na
sistematização do direito romano.
• Justiniano como os seus predecessores, actuou na
recolhas das Leges e das Iura que eram vigentes.
• Iura - fazia referencia aos fragmentos de obras de
juristas classicos.
• Leges – se entendiam por constituições imperiais.
Corpus Iuris Civiles
• O conjunto de compilações, mérito de seu
trabalho. O propósito deste corpus leges era de
encontrar uma koinonia entre as leis vigentes
praticas e o modelo do direito clássico,
conseguindo assim, transformar o espírito
clássico no direito no direito vigente.
• Divisão do Corpus Iuris Civiles:
• O Codex Iustinianus – A grande obra de
compilação que “resume em si a herança do
pensamento jurídico romano”, teve inicio com
uma recolha de lei projectada por Justiniano e
pelo seu ministro Triboniano (Quaèstor Sacri
Palatti do Imperador).
• Em 528, Justiniano com a Constituição (Haec
Quae Necessario), nomeou uma comissão de 10
membros com o propósito de compilar um novo
código, que devia conter o material dos códigos
Gregoriano, Hermogeniano e Teodosiano e as
ultimas compilações imperiais.
• A obra foi concluída em breve tempo, sendo assim
o código foi publicado em 7 de Abril de 529.
• Muito cedo ao lado da imponência da legislação
justiniana, foi adicionado uma segunda
compilação, tida como a mais completa e
actualizada da edição do Codex Iustinianus,
denominada Còdex Repetitae Praeletiònes.
Digesta seu Pandectae
• No dia 15 de Dezembro de 530 Justiniano, com a
Constituição (Deo Auctore), endereçada a Triboniano,
ordenou a realização de uma compilação de Iura, o
Digesta ou Pendectae. Se tratava de recolher obra dos
jurisconsultos clássicos munidos de ius publicae
respondendi sem obrigação de proferir pareceres de
um autor relativamente a um outro.
• A comissão encarregada devia indicar autores de obras
de cada fragmento, por outra, era necessário eliminar
antinomie e contradições entre os textos, podendo
alterar, mesmo de maneira profunda os ditados
originais.
• O Digesto (do latim digerere, que significa pôr em
ordem) ou Pandectas (do grego pandékoma, que
significa "recolho tudo"), é uma compilação de
fragmentos de jurisconsultos clássicos. Escrito
em latim e grego (daí a dupla denominação), é a obra
mais completa que a Codificação Justinianéia tem e
ofereceu maiores dificuldades em sua elaboração.
• O Material vem distribuído em 50 livros, divididos
em títulos, seguindo a ordem do Codex e do Edicto
perpetuo.
• O Digesto foi publicado em 16 de Dezembro, com a
Constituição Tanta endereçada ao senado e a todo o
povo, essa material chegou ate nós através do
manuscrito da Littera Florentina.
As Institutiones Iustiniani

Augusti
Enquanto se procedia a execução do Digesto, Justiniano
ordenou a Triboniano, Teofilo e Doroteo de compilar um
tratado elementar de direito para substituir as vetusta
instituições de Gaio. Como o Digesto essa obra também
será elaborada num curto espaço de Tempo.
• As Instituições foram publicadas aos 21 de Novembro de
533.
• Esse documento abraça o esquema das instituições de
Gaio, constando quatro Livros. Para a preparação do texto
os compiladores atingiram as Res Cottidiane de Gaio e a
obra de outros autores clássicos, mas não vem indicado a
fonte dos escritos consultados, tais obras tiveram também
um valor legislativo e lhes foi reconhecido na
Constituição Tanta.
Codex Repetitae Praelectionis
• Com a emanação de muitas constituições
inovativas a partir de 530 d.C., tornou-se
necessario uma nova actualização da edição do
Codex. Estas compilações foram encarregadas à
Triboniano, Doroteo e tres advogados, já
membros da comissão do Digesta. A obra foi
publicada em 17 de Novembro de 1534. o Novus
Codex Iustinianus repetitae prelectiones é divido
em 12 libros. Neste documento, cada constituição
é precedida de uma praescrìptio con o nome do
imperador e do destinatario, e seguida de uma
subcripitio, com o lugar e a data de emanação.
Essa obra chegou ate nós.
As Novellae
• Justiniano não limitou a sua obra a compilações, mas
sim, dedicou-se também na publicação de novas
constituições (Novellae) dos quais algumas se
assinalaram pela sua grande importância e inovação,
em particular as que se referiam em matérias de
sucessão legitimas e de matrimónio.
• Por outra não existiu uma recolha oficial das novellae,
mas somente diferentes recolhas privadas entre os
quais se recordam:
• Epitome Iuliani de 555, que resumia em latim 122
novellae;
• Authenticum de 556, que continha 134 novellae e não
resumia todas em latim.
Corpus Iuris
• O complexo de obras legislativas justiniana é chamado
de o século XII de Corpus Iuris Civiles.
• Cada parte deste Corpus, que do ponto de vista do
conteúdo não se apresentou homogéneo, chegou até
nós através de manuscritos.
• Os manuscritos do Novus Codex se encontram
dispersos nas bibliotecas de Itália, França e Alemanha,
mas são de época tardia e corrompidas pela
interpolação não clássicas.
• Os estudiosos tentaram reconstruir o Corpus Iuris
Civiles e hoje possuem uma edição escolástica
completa curada por Kruger e publicada em Berlim.
• O conhecimento dos textos de Justiniano, era
pouco difundida no medievo, portanto começou a
ser estudado com o renascimento de Bolonha.
• Os maestros bolonheses estudaram o texto,
comentaram e glosaram, mesmo ainda não
existindo um método de interpretação critico-
filologico.
• Os modernos estudiosos colocaram o texto em uma
analise profunda através de um método conhecido
por “Critica interpolacionistica da compilação
justiniana”, dirigido a decifrar as interpolações
que vieram do direito romano clássico.
Fontes-post Justiniano
• Com a compilação de Justiniano pode considerar-
se concluída a historia do direito romano, de facto,
após isso, os estudos sobre o direito romano
começariam sempre das Obras de Justiniano,
considerada expressão perfeita e insuperável de
tal direito.
• As fontes sucessivas, ditas bizantinas, foram
escritas em grego, e não fluíram sobre o
desenvolvimento do direito no Ocidente; estes
porém são interessantes para um estudo histórico
da mesma obra de justiniano.
As compilações privadas
• Nas constituições Deo Autor e Tanta, Justiniano,
para impedir uma nova confusão das fontes, proibiu
o comentário do Digesto, consentindo somente que
se compilassem índices, traduções literais e
chamamentos (cfr. Sobre, nota 14). Tal proibição não
será respeitado, e é por tal motivo que permaneceram
as seguintes obras:
• Uma paráfrase grega das Instituições, atribuída ao
Teófilo;
• Vários índices gregos do Digesto;
• Uma Summa do Digesto, devido a um anonimo do
VII século;
• Vários índices do Codex.
O conceito de pessoa no direito romano
• O termo “pessoa”, que actualmente indica o
sujeito de direitos, na terminologia
romanística tinha o significado originário de
mascara teatral, mais frequentemente de
homem; como veremos, na época de Gaio,
pessoa era também o escravo, mesmo que
juridicamente fosse considerado como uma
Coisa, Objecto, e não sujeito de direitos.
• Isto porque também os Servos tinham a
possibilidade de adquirir a subjectividade
jurídica.
• Na linguagem jurídica tardia, o
termo pessoa era visto com
referencia ao conceito de
individualidade humana, que
posteriormente terminou por
perceber que os escravos non habent
personam, o conceito depois foi
reelaborado pela escolástica
medieval, que individuou a noção de
personalidade jurídica.
Os conceitos de “caput” e “status”. A
capacidade jurídica no direito romano
• Os romanos não tinham termos técnicos e idóneos
para exprimir o conceito de sujeito de direito e de
pessoa jurídica, tal como modernamente
entendemos.
• Eles usavam inúmeras expressões que não
apresentava qualquer valência técnica. Se
pensamos por exemplo ao termo caput, que era
utilizado, nas excepções mais difusas para designar
o ser humano em cada sua possibilidade de
condição.
• Caput, de facto significava literalmente “cabeça”
todavia, “individuo” com o qual podia ser
indiferentemente um “servile caput” ou um
“liberum caput” (de condição de servo, ou então
livre).
• Por outra, o termo no sentido técnico exprimia a
pertença á uma categoria de pessoa (homem, livre,
cidadão, membro de uma família) que vinha usada
com expressão “Cápitis de-minútio”, que no
direito clássico, indicava a mudança do Status
jurídico de um sujeito, e em particular a perda de
uma parte da liberdade “cápitis deminutio
maxima” da cidadania (media) ou da posiçao que
ocupava na família (mínima).
• Somente no direito justinianeo, é que o termo
“Caput” assumiu um significado que se
equipara ao conceito moderno da capacidade
jurídica, que observa que, o escravo Nullum
caput habet.
• O mais importante na terminologia romana era
de facto, a palavra “Status” que indicava a
posição o individuo em relação a uma
determinado sistema de relações. Ou como
homem livre (Status Libertátis) ou como
cidadão (status civitátis), ou como membro de
família (status familiae)
• O direito romano conheceu três (3)
formas de Status, e os colocou em uma
condição necessária para a aquisição da
capacidade jurídica: em outros termos,
para ser titular da capacidade jurídica
ocorria que o individuo não fosse
somente nascido vivo, mais que
sobretudo fosse livre, cidadão romano
e pai de família.
A categoria de pessoa física
• A pessoa física iniciava com o nascimento,
precisa, porem, nascer vivo, mesmo que a vida
durasse somente um instante. Este breve
instante de vida era necessário para que a
pessoa adquirisse os direitos e lhe podia ser
transmitido, depois da morte imediata aos
próprios sucessores.
• Portanto, a discussão consistia essencialmente
em modo de acertar se o individuo tivesse
nascido com vida ou não.
• Para a escola Preculiana ocorria que o sujeito
tivesse emitido um vagito; para a escola
Sabiniana (em que a tese acabou permanecendo)
bastava qualquer sinal de vida, como a respiração,
movimento, etc. (tese acolhida por justiniano).
• Em geral, a existência do ser humano vinha
associada ao facto do nascimento em condição de
vida e contudo, a efectiva vida em particular:
• - se considerava nascido o feto dissociado do
álveo materno;
• - a vida era associada a um parto “perfectus”,
que seguia uma gestação regular e pelo menos
nove (9) meses.
• - a vida efectiva, superando a restrição da
tese Preculiana, era desprovida de qualquer
manifestação (com exame caso por caso)
• Os romanos colocaram-se problemas também,
a questões relacionadas a monstra vel
prodígia, ou seja daqueles seres que não
tinham, por uma qualquer disfunção que se
verifica no crescimento intra-uterina, forma
humana, ou que apresentavam, graves
deformações, essas eram entendidas pelos
juristas clássicos, desprovidos de
subjectividade jurídica.
• Tendencialmente os juristas romanos concebiam
que o nascituro, não sendo in rerum natura (isto
é, sujeito por existir) porque constituía uma mera
pórtio muliéris (parte da mulher), fosse privado
da capacidade jurídica, com o tempo lhe foi
reconhecida uma limitada tutela jurídica, sobre
dois perfis:
• Se punia quem procurava abortar, considerado
como lesão procurada pela mãe ao direito do pai
(privado da spes prólis, isto é da prole esperada)
• Do ponto de vista estreitamente civilístico, a
concepção encontrou relevância aos vários fins (e
sempre no interesse do concebido).
• A) Para o nascituro instituído herdeiro o
beneficiado de um legado a lei previa a
nomeação de um curator especial, curator
véntris, que tinha como objectivo
conservar os bens que seriam do nascituro
(Paulo, D, 1,5,7).
• B) Para o principio de fávor libertátis,
nascia livre e não servo o filho de quem
era livre ao momento da concepção, mas
tinha sucessivamente perdido a liberdade;
• C) Do mesmo modo, para determinar o status
familiae ou civitátis do neonato se olhava no
momento da concepção, assim nascia livre o
cidadão romano, o filho da mulher ingénua e se
relacionava com um cidadão romano no momento
da concepção, mesmo que no momento do
nascimento fosse concebida como escrava como
não, contudo, será considerada cidadã romana.
• Justiniano estabeleceu o principio que para
determinar o status do neonato se devia aplicar o
critério de concepção ou aquele do nascimento
segundo a maior vantagem que podia derivar do
fim do reconhecimento como pessoa.
A morte do sujeito
• A extinção da pessoa física acontecia com a
morte. Para o caso de commorienza, isto morte
causado por uma sinistralidade onde mais de uma
pessoa sucumbem (com parentela directa em modo
que uma deveria adquirir direito de outrem ex: pai
e filho) sem que houvesse a possibilidade de
estabelecer quem morreu primeiro, no direito
clássico se presumia em modo absoluto (presunção
iuris et de iure, isto é que não admitia prova
contraria).
• Que todos morreram ao mesmo
momento; no direito justinianeo, invés,
no caso de morte de um de progenitor e
de um filho, prevalecia o principio da
maior e menor resistência física; se
consideravam, portanto morte primeira
os mais débeis (por ex. os pais mais
velhos com relação aos filhos púberes, e
aos filhos impúberes em relação ao pai).
• Portanto, com a morte de um sujeito, a
situação jurídica que a ele faziam “capo” se
transferiam aos sucessores ou se
extinguiam; todavia, em alguns casos, se
fingia que o morto fosse ainda titular da
situação jurídica (ex. em caso de herança
passiva, a bonorum venditio – que
compreendia infâmia, podia ser feita a
cargo do devedor insolvente defunto, sobre
o qual recaia a mesma infâmia.
O stutus libertatis: os livres e os servos
• “summa divisio personarum um haec est, quod
omnes aut liberi sunt aut servi. Rursus libelorum
hominum alii ingenui sunt, alii libertini. Ingenui
sunt qui liberi nati sunt; libertini qui ex iusta
servitute manumissi sunt” (A fundamental distinção
no âmbito do direito das pessoas é todos os homens
são livres ou escravos. De igual modo entre os
homens livres alguns são ingénuos e outros libertos.
Os ingénuos são aqueles que nasceram livres,
libertos são aqueles que foram libertos de uma
escravidão conforme o direito) (Gaio Inst. 1.9-11).
Os factores de extinção da
liberdade
• Condenações penais ou decisões normativas que
reduzem em escravidão um cidadão por comissão
de graves ilícitos;
• A prisão de guerra nas populações estrangeiras (na
qual é associada a cápitis diminutio maxima);
• A venda por parte do pater familias, pratica muito
difundida em época arcaica, porém não teve muito
duração, mesmo que em algumas províncias
Constantino admitia a faculdade de se vender um
filho neonato.
A escravatura
• Na sua origem a escravatura não teve grande
relevância; seja nas famílias plebeias (em que
os membros eram normalmente suficiente a
prever as exigências da família) que as
famílias patrícias (que aproveitavam-se da
condição dos clientes, isto é aqueles que
havia sido dado um certo privilegio de gozar
das coisas em modo precário particularmente
as terras das famílias patrícias), não tinham
escravos.
• Somente a partir do sec. IV a.C., o instituto se
difundiu notavelmente (isto devido as numerosas
guerras, que deu vida a criação a uma nova
classe, os prisioneiros, que eram considerados de
inimigos e sobretudo reduzidos em escravos, ate
que se tornaram a linfa da economia romana).
• O Status Servorum, isto é, a condição jurídica dos
servos era aquela dos res mancipi, pois se tratava
de objectos jurídicos particulares.
• O Dominus, tinha sobre o seu escravo um poder
igual á aquele que exercia sobre os seus filii
familias, sobre uxoles in manu e sobre os livres
em mancipio.
• Ao Domininus, cabia o ius vitae ac necis, o ius
vendendi, o ius noxoe dandi. Se os escravos
fossem usados na domus, sobre orientação do
dominus, gozava de um tratamento idêntico aquele
reservado aos que estavam sobre a
responsabilidade do dominus não obstante fossem
livres.
• Podiam ser confiados á trabalhos domesticos,
tinham a possibilidade de criar um “peculium
servile”, que lhes favorecia o direito de uma certa
liberdade, que contemplava a isenção de serviços
forçados que normalmente culminava com a
obtenção da liberdade.
• Quando prestavam serviço ás famílias
mais ricas (famílias que chegavam a
possuir mais de 10. 000 servos),
dependiam de um observador, que
habitualmente era um liberto, com o
qual eram submetidos a um tratamento
duríssimo. Tal condição de vida
explicam as numerosas revoltas de
escravos que desembocavam em
Sicília e Campanha.
• Também á família do escravo recebia uma
certa tutela, no momento em que era
estabelecida a proibição de separação do
mesma com a familia, se bem, que a união
entre escravos era considerada como
matrimónio, mas como um facto puramente
material (contubernium).
• O Dóminus tinha sobre o escravo o mesmo
poder que a lei atribuía ao proprietário a
outras coisas.
• Ao Dominus cabia também a
faculdade de dispor, que o levaria
inclusive a tirar a vida (morte) do
escravo, porém, foi grandemente
temperada pela, a sensibilidade dos
juristas romanos, que gradualmente se
afinou, situação que levou a pensar que
era legitimo perseguir o dominus que
injustamente matasse um escravo, ou
lhe causasse maltratos ou tratamentos
repugnantes para a colectividade.
• Em ordem patrimonial, a condição dos
escravos era igual aquela dos filíi familias,
já que a capacidade patrimonial era
somente do pater familias; este ultimo em
função do comportamento daqueles que
estavam sobre a sua potesta recebiam um
pequeno património (peculium) que de
facto pertencia ao beneficiário, porem,
mesmo sendo seu direito era de
competência do pater ceder o bem.
• Ao escravo cabia os actos jurídicos que caiam
directamente na esfera jurídica do dóminus, através
do escravo, também era possível que o dóminus
adquirisse e exercitasse o possesso através do
escravo.
• No que tange as obrigações observadas pelos servos,
em origem eram consideradas obrigações naturais
(isto é não jurídicas) com o tempo o praétor, para
aqueles casos que tornavam-se frequentes nas
relações comerciais, acordou-se algumas acções
adiectìciae qualitatis, com o qual o dominus era
obrigado através dos credores do próprio servus, nos
limites dos proveitos recebidos (por efeito da
actividade comercial do escravo) ou do peculium
atribuído ao mesmo escravo (actio de pecúlio)
• Se o escravo cometesse um delito privado, o
dominus se parte lesada exercitava a actio
noxalis correspondente a actio ex delicto,
que podia ou pagar a pena pecuniária ou é
obrigado a abandonar o réu a vitima (noxae
deditio).
• Então se o escravo é abandonado ao
dóminus, (derelítio), o dominum ex iure
quiritium sobre ele podia ser adquirido de
um sujeito para a ocupação.

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