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DIREITO PROCESSUAL CIVIL II

PROF MSC THIAGO ANDRÉ MARQUES VIEIRA

CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICA DE SANTA CATARINA


CAMPUS DE JOINVILLE-SC
CURSO DE DIREITO
EMENTA

Procedimento ordinário. Teoria geral da prova. Provas em


espécie. Audiência de instrução e julgamento. Sentença e
coisa julgada.
PROCEDIMENTO COMUM

• Novo Código de Processo Civil:

• Exclusão do Rito Sumário;

• Rito Ordinário  Rito Comum


PROCEDIMENTO COMUM
• Novo Código de Processo Civil:

• Estímulo aos outros métodos de resolução de


conflitos;

• Procedimento Comum:
• Alteração do momento processual da Audiência de
Conciliação;
PROCEDIMENTO COMUM

Fases:
Postulatória;
Saneatória;
Instrutória  produção de provas;
Decisória  Sentença
PETIÇÃO INICIAL

 É o ato que deflagra o processo judicial;

Dá o impulso inicial para que o Poder Judiciário;

Princípio da Demanda;
PETIÇÃO INICIAL

Princípio da demanda:

“Art. 2o O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve


por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei.”
PETIÇÃO INICIAL

Ato solene;

Deve preencher os requisitos previstos em lei;

Art. 319 do NCPC;


PETIÇÃO INICIAL

Art. 319. A petição inicial indicará:


I - o juízo a que é dirigida;
II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a
profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e
a residência do autor e do réu;
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
PETIÇÃO INICIAL

Art. 319. A petição inicial indicará:


(...)
IV - o pedido com as suas especificações;
V - o valor da causa;
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;
VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de
mediação.
PETIÇÃO INICIAL - PARTES

Deve o autor identificar as partes;

Informações insuficientes  pedido de diligências:


“§ 1o Caso não disponha das informações previstas no inciso II,
poderá o autor, na petição inicial, requerer ao juiz diligências
necessárias a sua obtenção.”
PETIÇÃO INICIAL - PARTES
Citação possível;

Impossibilidade de indeferimento por informações insuficientes;

Amparo ao direito fundamental do Acesso à Justiça


PETIÇÃO INICIAL – CAUSA DE PEDIR

Razões fático-jurídica que fundamentam o pedido;

Fato essencial juridicamente qualificado:


 Fato do qual decorre consequência jurídica;
 Norma é instrumento para interpretação de fatos;
PETIÇÃO INICIAL – CAUSA DE PEDIR

Demonstração da pretensão do autor;

Divisão:
 Remota  Origem do direito;
 Próxima  Ameaça ou lesão do direito;
PETIÇÃO INICIAL – CAUSA DE PEDIR

Enunciado nº 281 FPPC: “O enquadramento normativo


dos fatos não é requisito da petição inicial e, uma vez
existente, não vincula o órgão julgador.”
PETIÇÃO INICIAL – CAUSA DE PEDIR

Enunciado nº 282 do FPPC: “Para julgar com


base em enquadramento normativo diverso
daquele invocado pelas partes, ao juiz cabe
observar o dever de consulta, previsto no art. 10.”

“Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição,


com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado
às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de
matéria sobre a qual deva decidir de ofício.”
PETIÇÃO INICIAL – CAUSA DE PEDIR

Enunciado nº 283 do FPPC: “Aplicam-se os arts.


317, §1º, 404 a 412 quando o autor não dispuser
de documentos indispensáveis à propositura da
ação.”

Vedada extinção sem possibilidade de correção


PETIÇÃO INICIAL - PEDIDO

Pretensão do autor;

Postulação de determinada técnica processual para


satisfação do direito material;

Tutelar o direito;
PETIÇÃO INICIAL - PEDIDO

Princípio da correlação pedido e sentença:

 Sentença deve exprimir o pedido formulado na inicial;

 Sentença é nula se decidir de maneira diferente do pedido


realizado;
PETIÇÃO INICIAL - PEDIDO

Pedido:

 Imediato  técnica processual a ser empregada;

 Mediato  bem jurídico protegido


PETIÇÃO INICIAL - PEDIDO
O autor pede ao órgão jurisdicional que tome
determinada providência:
1. Declaratória;
2. Constitutiva;
3. Condenatória;
4. Mandamental;
5. Executiva “latu sensu”
PETIÇÃO INICIAL - PEDIDO
RELEVANTE:
 Elemento identificador da ação (apurar litispendência ou coisa
julgada);
 Atribuição do valor da causa;
 Fixação do objeto em lítigio;

O autor deve incluir tudo que pretende,

O pedido interpreta-se restritivamente;


PETIÇÃO INICIAL - PEDIDO
O pedido deve ser certo;

Compreende-se no pedido principal:


 Juros legais;
 Correção Monetária;
 Sucumbência;
 Honorários Advocatícios;
PETIÇÃO INICIAL - PEDIDO

Art. 322: O pedido deve ser certo:


(...)
“§ 2o A interpretação do pedido considerará o conjunto da
postulação e observará o princípio da boa-fé.”
PETIÇÃO INICIAL - PEDIDO

Súmula nº 254 do STF: “Incluem-se os juros moratórios


na liquidação, embora omisso o pedido inicial ou a
condenação.”
PETIÇÃO INICIAL - PEDIDO

Recurso Especial Repetitivo: “A correção monetária é matéria de


ordem pública, integrando o pedido de forma implícita, razão
pela qual sua inclusão ex officio, pelo juiz ou tribunal, não
caracteriza julgamento extra ou ultra petita, hipótese em que
prescindível o princípio da congruência entre pedido e decisão
judicial.” (Resp nº 1.112.524/DF, Rel. Min. Luiz Fux, j. em
01/09/2010, Corte Especial, STJ)
PETIÇÃO INICIAL - PEDIDO

Obrigações sucessivas integram o pedido principal;

Inclusive as que vencerem no curso do processo;


PETIÇÃO INICIAL - PEDIDO
O pedido deve ser determinado;

Lícito pedido genérico:


 Ações universais;
 Impossível determinar as consequências do ato ou fato;
 Depender de ato a ser praticado pelo réu;
PETIÇÃO INICIAL - PEDIDO

Súmula nº 318 do STJ: “Formulado pedido certo e


determinado, somente o autor tem interesse recursal
em arguir o vício da sentença ilíquida.”
PETIÇÃO INICIAL - PEDIDO
Art. 325. O pedido será alternativo quando, pela natureza da
obrigação, o devedor puder cumprir a prestação de mais de um
modo.

Parágrafo único. Quando, pela lei ou pelo contrato, a escolha


couber ao devedor, o juiz lhe assegurará o direito de cumprir a
prestação de um ou de outro modo, ainda que o autor não tenha
formulado pedido alternativo.
PETIÇÃO INICIAL - PEDIDO

Pedido subsidiário:
 Depende do pedido principal;

Pedido sucessivo:
 Juiz pode apreciar um ou outro;
PETIÇÃO INICIAL - PEDIDO

Enunciado nº 102 FPPC: “O pedido subsidiário (art. 326) não


apreciado pelo juiz – que acolheu o pedido principal – é
devolvido ao tribunal com a apelação interposta pelo réu.”
PETIÇÃO INICIAL - PEDIDO

Enunciado nº 287 do FPPC: “O pedido subsidiário


somente pode ser apreciado se o juiz não puder
examinar ou expressamente rejeitar o principal.”
PETIÇÃO INICIAL - PEDIDO

Enunciado nº 288 do FPPC: “Quando acolhido o pedido


subsidiário, o autor tem interesse em recorrer em relação
ao principal.”
PETIÇÃO INICIAL - PEDIDO
Cumulação de Pedidos:

 Simples  pedidos autônomos;

 Eventual  pedidos dependentes:


PETIÇÃO INICIAL - PEDIDOS

Cumulação Simples:

 Pedidos independentes;

 Possibilidade ainda que não haja conexão;

 Mesmo réu;
PETIÇÃO INICIAL - PEDIDO

Cumulação Simples – Requisitos:

 Pedidos compatíveis entre si;

 Juízo competente;

 Adequação procedimental  procedimento comum;


PETIÇÃO INICIAL - PEDIDO

Súmula nº 387 do STJ: “É lícita a cumulação


das indenizações de dano estético e dano
moral.”
PETIÇÃO INICIAL - PEDIDO

Enunciado nº 289 FPPC: “Se houver conexão entre


pedidos cumulados, a incompetência relativa não
impedirá a cumulação, em razão da modificação
legal da competência.”
ALTERAÇÃO PEDIDO E CAUSA DE PEDIR

Até a citação  sem consentimento do réu;

Até o saneamento  com consentimento do réu:


 Contraditório  15 dias para defesa;
 Prova suplementar;
PETIÇÃO INICIAL – VALOR DA CAUSA

Valor certo, ainda que a ação não possua conteúdo econômico;

Art. 292 NCPC;

Indicar na Inicial ou Reconvenção;


PETIÇÃO INICIAL – VALOR DA CAUSA

Valor da dívida: juros + correção monetária + penalidades;

Valor do contrato;

Alimentos  12 parcelas;
PETIÇÃO INICIAL – VALOR DA CAUSA

Divisão, demarcação, reivindicação  valor do


imóvel;

Indenização  valor pretendido, incluído dano


moral;

Cumulação de pedidos  soma de todos;


PETIÇÃO INICIAL – VALOR DA CAUSA
Pedidos alternativos  maior valor;

Pedido subsidiário  pedido principal;

Prestações vincendas:
 Valor anual  tempo indeterminado ou 1 ano;
 Valor remanescente  menor que 1 ano;
PETIÇÃO INICIAL – VALOR DA CAUSA

Correção de ofício:

 Não corresponder ao conteúdo patrimonial ou proveito


econômico;

 Determinar recolhimento das custas correspondetes;


INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL

Art. 330 NCPC;

 Petição inicial inepta;

 Condições da Ação  ilegitimidade da parte e falta de interesse de


agir;
INDEFERIMENTO PETIÇÃO INICIAL
Não cumprido o art. 106 e 321 do NCPC:

 Advogado em causa própria (art. 106):


 Indicar endereço, OAB e sociedade  5 dias correção;
 Comunicar mudança de endereço  intimação válida;

 15 dias para correção de vício (art. 321)


INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL
O que é inépcia da inicial?

 Faltar pedido ou causa de pedir;

 Pedido indeterminado ou incompatíveis;

 Não possuir lógica entre fatos e pedidos;


INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL

Ações de revisão de empréstimo, financiamento ou alienação de


bens:

 Dever do autor:
 Especificar as parcelas controversas;
 Quantificar valor incontroverso  dever de cumprir a obrigação;
INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL
Cabe apelação;

5 dias retratação;

Sem retratação  citação para contrarrazões;

Reforma da sentença  contestação a partir do retorno


dos autos;
INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL

“Não é inepta a petição inicial que preenche os requisitos


enumerados pelos artigos 282 e seguintes do Código de Processo
Civil, mormente diante da constatação de que a falta de
documentação que comprove os fatos constitutivos do direito do autor
não conduz ao indeferimento da inicial, mas apenas à
improcedência do pedido.” (AC nº 2014.085761-5, Rel. Des. João Batista Góes
Ulyssea, Segunda Câmara de Direito Civil, j. em 20/08/2015, TJSC)
INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL

“Tendo o Autor mencionado de forma clara, precisa e fundamentada os encargos reputados


por ele como abusivos, que ensejaram o ajuizamento da ação revisional, comprovado
documentalmente a existência de relações contratuais que pretende revisar, e protestado pela
inversão do ônus da prova para ver juntadas cópia dos contratos revisandos, não há como se ter
por inépta a petição inicial por ausência de causa de pedir, ou de documento indispensável à
propositura da demanda. [...] Em observância ao Código de Defesa do Consumidor, aplicável aos
contratos envolvendo instituições bancárias, cabível a inversão do ônus da prova, com a
incumbência, ao banco de apresentar a documentação indispensável à análise da revisional
intentada pelo correntista”. (AC nº 2011.091242-4, Rel. Des. Dinart Francisco Machado, Segunda Câmara de Direito
Comercial, j. em 30/06/2015, TJSC)
INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL

Enunciado nº 290 FPPC: “A enumeração das


espécies de contrato previstas no §2º do art. 330 é
exemplificativa.”
INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL

Enunciado nº 292 FPPC: “Antes de indeferir a


petição inicial, o juiz deve aplicar o disposto no
art. 319.”

Garantia Acesso á Justiça;


INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL

Enunciado nº 293 FPPC: “Se considerar intempestiva a


apelação contra sentença que indefere a petição inicial
ou julga liminarmente improcedente o pedido, não pode
o juízo a quo retratar-se.”
IMPROCEDÊNCIA LIMINAR

Art. 332 NPC;

Fortalecimento dos precedentes;

Dispensada fase instrutória  desnecessidade de


prova testemunhal e pericial;
IMPROCEDÊNCIA LIMINAR

Pedido contrariar:
 Súmula do STF ou STJ ou Tribunais sobre direito local;

 Resolução de demandas repetitivas STF, STJ e Tribunais;


IMPROCEDÊNCIA LIMINAR
Cabível em caso de prescrição e decadência;

Cabe apelação  5 dias retratação;

Retratação  citação do réu;


IMPROCEDÊNCIA LIMINAR
Resp Repetitivo: “Em execução fiscal, a prescrição ocorrida
antes da propositura da ação pode ser decretada de ofício,
com base no art. 219, §5 CPC (1973), independentemente da
prévia ouvida da Fazenda Pública. O regime do §4º do art. 40
da Lei nº 6.830/80, que exige essa providência prévia, somente
se aplica às hipóteses de prescrição intercorrente nele
indicadas.” (Resp nº 1100156/RJ, Rel. Min Teori Zavascki, 1ª Seção, j. em
10/06/2009, STJ)
IMPROCEDÊNCIA LIMINAR

Enunciado nº 36 FPPC: “As hipóteses de


impossibilidade jurídica do pedido ensejam a
improcedência liminar do pedido.”
CITAÇÃO

 Alteração do rito do procedimento comum;

 Réu é citado, via de regra, para comparecimento na


Audiência de Conciliação;

 Réu será citado para responder, quando dispensada


Audiência de Conciliação;
CITAÇÃO

Pessoal:
 AR;
 Oficial de Justiça;
 Eletronicamente  cadastro obrigatório, exceto
EPP e microempresa;
CITAÇÃO

FICTA:
 Hora Certa;
 Edital;

Garantia do Contraditório;
AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO

Busca da autocomposição;

Resolução pacífica dos conflitos;

Alteração do momento processual da tentativa de conciliação;


AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO
30 dias para realização;

Réu deve ser intimado até 20 dias antes;

Até 10 dias antes pode o réu demonstrar desinteresse na


conciliação;
AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO

Busca da resolução pacífica em mais de uma sessão;

2 meses  prazo máximo para realização de outras sessões de


conciliação;
AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO

Pode ser dispensada:

 Desinteresse de ambas as partes;

 Quando não for possível a autocomposição;


AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO

Autor deve demonstrar desinteresse na inicial;

Réu deve apresentar por petição simples – até 10


dias antes do ato;

Litisconsórcio  desistência de todos;


AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO

Não comparecimento:

 Ato atentatório à dignidade da justiça;

 Multa de até 2% proveito econômico ou valor da causa;


AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO
Obrigatoriedade da presença de advogado;

Pauta  intervalo mínimo de 20 minutos;

Autor  intimado pelo advogado;

Réu  intimado na citação;


AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO

Enunciado nº 295: “As regras sobre intervalo mínimo


entre as audiências do CPC só se aplicam aos processos
em que o ato for designado após sua vigência.”
REAÇÕES DO RÉU

Alteração da sistemática das respostas do réu;

Eliminar as formalidades;

Facilitação do exercício da defesa;


REAÇÕES DO RÉU
 CPC 1973
 Reações do Réu
 O reconhecimento do pedido  CPC 2015 mantido
 Revelia  CPC 2015 mantido
 Impugnação ao valor da causa  5 dias  Peça autônoma
 Impugnação a Justiça Gratuita  5 dias  Peça autônoma
 Contestação  15 dias a contar da juntada do mandado devidamente cumprido
 Reconvenção  No prazo da contestação  Peça autônoma
 Exceções  Incompetência relativa, impedimento e suspeição  No prazo da contestação 
Peça autônoma
 Ação Declaratória Incidental  No prazo da contestação  dar qualidade de coisa julgada a
um fundamento de defesa do réu  Peça autônoma
REAÇÕES DO RÉU
Defesas do réu serão exercidas num ato;

Contestação absorve (SUPER CONTESTAÇÃO)


 Exceções (incompetência, impedimento e suspeição)
 Reconvenção;
 Impugnação ao valor da causa e a justiça gratuita
 Ação Declaratória Incidental  art. 503 do CPC
REAÇÕES DO RÉU
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: (Preliminares de Mérito)
I - inexistência ou nulidade da citação;
II - incompetência absoluta e relativa;
III - incorreção do valor da causa;
IV - inépcia da petição inicial;
V - perempção;
VI - litispendência;
VII - coisa julgada;
VIII – conexão (continência)
IX - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização;
X - convenção de arbitragem;
XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual;
XII - falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar;
REAÇÕES DO RÉU

Exclusão da Ação Declaratória Incidental;

Ampliação dos limites objetivos da coisa julgada;

Art. 503, §1º NCPC;


REAÇÕES DO RÉU
Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da
questão principal expressamente decidida.
§ 1o O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida expressa e
incidentemente no processo, se:
I - dessa resolução depender o julgamento do mérito;
II - a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no caso de revelia;
III - o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como questão
principal.
§ 2o A hipótese do § 1o não se aplica se no processo houver restrições probatórias ou limitações à
cognição que impeçam o aprofundamento da análise da questão prejudicial
REAÇÕES DO RÉU

Enunciado nº 111 FPPC: “Persiste o interesse


no ajuizamento de ação declaratória quanto à
questão prejudicial.”
REAÇÕES DO RÉU

Enunciado nº 165 FPPC: “Independentemente de


provocação, a análise de questão prejudicial incidental,
desde que preencha os pressupostos do parágrafos do
art. 503, está sujeita à coisa julgada.”
REAÇÕES DO RÉU

Enunciado nº 313 FPPC: “São cumulativos os


pressupostos previstos nos §1º e seus incisos,
observado o §2º do art. 503.”
REAÇÕES DO RÉU

Enunciado nº 338 FPPC: “Cabe ação rescisória para


desconstituir a coisa julgada formada sobre a resolução
expressa da questão prejudicial incidental.”
REAÇÕES DO RÉU

Eliminação de incidentes;

Desburocratização do rito;

Garantia do art. 5º, inc. XXXV CF;


CONTESTAÇÃO

Principal meio de defesa do réu;

Garantia da dialética no processo;

Observância do contraditório e ampla defesa;


CONTESTAÇÃO

Apresentação somente após a tentativa de conciliação;

Alteração do rito  economia processual;

Petição escrita e em português;


CONTESTAÇÃO

15 dias para apresentar:

 Audiência de conciliação inexitosa;

 Protocolo de pedido de cancelamento da audiência de conciliação;


CONTESTAÇÃO

Litisconsórcio  prazo individual, a partir do pedido de


cancelamento de cada réu;

Desistência em relação a um dos réus  prazo a partir da


intimação da decisão que acolhe a desistência;
CONTESTAÇÃO
 Art. 336 do NCPC;

 Defesa total:
 Formal;
 Mérito;

 Regra da eventualidade  único momento para


defesa;
CONTESTAÇÃO

Defesa ampla e completa;

Toda matéria de defesa deve ser alegada;

Princípio da impugnação específica;


CONTESTAÇÃO
 Não é admissível apresentar defesa nova após a
contestação  Preclusão;

 Exceção – art. 342 NCPC:


 Fato ou direito superveniente;
 Reconhecimento de ofício;
 Reconhecimento a qualquer tempo e grau de
jurisdição;
CONTESTAÇÃO

Defesa deve ter coerência lógica;

Não se pode alegar argumentos contraditórios entre si;

Verdade e boa-fé;
CONTESTAÇÃO

Ordem para apresentação das defesas:

1. Defesas processuais – Art.337 NCPC;


2. Defesas materiais:
 Fatos + provas;
 Argumentação jurídica;
CONTESTAÇÃO

Questões prévias:

 Matérias que devem ser analisadas antes do mérito da


causa:
 Questões Preliminares  antecedem o mérito;
 Questões Prejudiciais  interferem no mérito;
CONTESTAÇÃO

Questões Preliminares – art. 337 NCPC:


 Inexistência ou nulidade de citação;

 Incompetência absoluta e relativa:


 Suspende o trâmite  Audiência de Conciliação;
 Pode protocolar no juízo do domicílio do réu 
Prevenção;
CONTESTAÇÃO
Questões Preliminares – art. 337 NCPC:
 Incorreção do valor da causa;

 Inépcia da petição inicial - §1º art. 330 NCPC;

 Perempção;
CONTESTAÇÃO
Questões Preliminares – art. 337 NCPC:
 Litispendência;

 Coisa julgada;

 Conexão;
CONTESTAÇÃO

Questões Preliminares – art. 337 NCPC:

 Incapacidade da parte, defeito de representação ou


falta de autorização;

 Convenção de arbitragem;
CONTESTAÇÃO

Enunciado nº 47 FPPC: “A competência do juízo


estatal deverá ser analisada previamente à
alegação de convenção de arbitragem.”
CONTESTAÇÃO

Enunciado nº 136 FPPC: “A citação válida no processo judicial


interrompe a prescrição, ainda que o processo seja extinto em
decorrência do acolhimento da alegação de convenção de
arbitragem.”
CONTESTAÇÃO

Enunciado nº 153 FPPC: “A superveniente instauração de


procedimento arbitral, se ainda não decidida a alegação de
convenção de arbitragem, também implicará a suspensão do
processo, à espera da decisão do juízo arbitral sobre sua
própria competência.”
CONTESTAÇÃO
Questões Preliminares – art. 337 NCPC
 Ilegitimidade da parte e falta de interesse de agir:

 Deve o réu indicar o legítimo passivo, sob pena de arcar com


custas + perdas e danos;

 Intimação autor para redirecionar o feito  15 dias


CONTESTAÇÃO

Enunciado nº 42 FPPC: “O dispositivo (art. 339) se aplica mesmo


a procedimentos especiais que não admitam intervenção de
terceiros, bem como aos juizados especiais cíveis, pois se trata
de mecanismo saneador, que excepciona a estabilização do
processo.”
CONTESTAÇÃO

Questões Preliminares – art. 337 NCPC:

 Falta de caução ou outra prestação exigida em lei;

 Concessão de justiça gratuita;


CONTESTAÇÃO

Defesas de Mérito:

 Direta  réu nega direito do autor;

 Indireta  réu alega fato impeditivo do direito do autor;


CONTESTAÇÃO
 Princípio da impugnação específica:

 Deve o réu impugnar todos os argumentos da inicial;

 A não impugnação específica acarreta presunção de


veracidade;

 Não se aplica ao defensor público, advogado dativo e


curador especial;
CONTESTAÇÃO

Princípio da Impugnação Específica:


 Art. 341 NCPC;

 Exceções:
 Não for admissível confissão;
 Inicial desacompanhada de instrumento indispensável a substância do
ato;

RECONVENÇÃO
Alteração da sistemática;

Não é necessário apresentar em peça autônoma;

Economia processual
RECONVENÇÃO

Réu formula pedido contra o autor;

Conexão com o objeto ou fundamento de defesa;

Juízo deve ser competente;


RECONVENÇÃO

Pode ser proposta:


 Contra autor e terceiro;
 Réu em litisconsórcio;

15 dias para defesa do autor


RECONVENÇÃO

Desistência da ação principal não impede prosseguimento da


reconvenção;

Pode ser proposta independentemente da contestação;


RECONVENÇÃO

Súmula nº 292 do STJ: “A reconvenção é cabível na ação


monitória, após a conversão do procedimento em
ordinário.”
RECONVENÇÃO

Enunciado nº 45 FPPC: “Para que se considere proposta a


reconvenção, não há necessidade de uso desse nome iuris, ou
dedução de capítulo próprio. Contudo, o réu deve manifestar
inequivocamente o pedido de tutela jurisdicional qualitativa e
quantitativamente maior que a simples improcedência da
inicial.”
REVELIA

Art. 344 e ss.

Ausência de manifestação pelo réu no processo;

Presunção de veracidade dos fatos narrados na inicial;


REVELIA
Decretada revelia não precisa instruir;

Pode julgar antecipadamente à lide;

Não produz os efeitos da presunção nos termos do art. 345


NCPC;
REVELIA
Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se:

I - havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;


II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei
considere indispensável à prova do ato;
IV - as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou
estiverem em contradição com prova constante dos autos.
REVELIA

Contagem de prazos:
 Da publicação no Diário Oficial;

Pode o revel intervir no processo a qualquer


momento:
 Recebe o processo no estado em que se encontra;
RÉPLICA

Réplica:
 15 dias;
 Se alegado fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do
autor;
 Pode produzir prova;
 Art. 350 CPC;
SANEAMENTO DO PROCESSO

Não sendo cabível julgamento antecipado da lide (parcial ou


total);

Compete ao juiz sanear e organizar o processo;


SANEAMENTO DO PROCESSO

Decisão saneadora;

Objetivo: Limpar vícios do processo;

Encaminhar o processo para a instrução;


SANEAMENTO DO PROCESSO
Decisão Saneadora:
 Resolver questões processuais e prejudiciais pendentes;
 Fixação pontos controvertidos;
 Especificação de provas;
 Distribuir ônus da prova;
 Designação de Audiência de Instrução e Julgamento;
SANEAMENTO DO PROCESSO
• Questões prejudiciais:

• Pode ser objeto de demanda (ação própria);

• Pode surgir no curso do processo;

• Não é o mérito da demanda, mas análise do mérito depende de tal


julgamento  ampliação dos limites da coisa julgada;
SANEAMENTO DO PROCESSO

Questões prejudiciais:

 Questão que antecede o mérito e prejudica o direito do autor;

 Ex: Dívida prescrita;


SANEAMENTO DO PROCESSO

Questões prejudiciais:

 Acolhimento leva a extinção com resolução de mérito;

 Faz coisa julgada material;


SANEAMENTO DO PROCESSO

5 dias para as partes solicitarem esclarecimentos ou ajustes;

Prazo de 15 dias  rol de testemunhas;

Rol de Testemunhas  Até 10 pessoas;


SANEAMENTO DO PROCESSO
Causa Complexa:

 Audiência de Saneamento;

 Cooperação entre as partes;

 Art. 357, §3º CPC;


SANEAMENTO DO PROCESSO

Prova Pericial:
 Nomeação de perito  art. 465 CPC;
 Calendário;

Intervalos entre Audiências de Instrução e Julgamento 


mínimo 1 hora;
SANEAMENTO DO PROCESSO

Enunciado nº 151: “Na Justiça do Trabalho, as pautas devem ser


preparadas com intervalo mínimo de uma hora entre as
audiências designadas para instrução do feito. Para as
audiências para simples tentativa de conciliação, deve ser
respeitado o intervalo mínimo de vinte minutos.”
SANEAMENTO DO PROCESSO

Enunciado nº 298 FPPC: “A audiência de saneamento e


organização do processo em cooperação com as partes poderá
ocorrer independentemente de a causa ser complexa.”
SANEAMENTO DO PROCESSO

Enunciado nº 299 FPPC: “O juiz pode designar audiência


também (ou só) com objetivo de ajustar com as partes a fixação
de calendário para a fase de instrução e decisão.”
JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO

Após o saneamento:

 Qualquer hipótese art. 485 CPC Sentença sem resolução de


mérito;
JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO

Após o saneamento, ocorrendo:

 Qualquer hipótese do art. 487, II e III  Sentença com


resolução de mérito:
 Prescrição ou decadência;
 Homologação reconhecimento do pedido, transação ou
renúncia ao direito;
JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO

A decisão do art. 485 ou 487, II e III do CPC pode ser parcial;

Cabe Apelação, somente cabe Agravo de Instrumento no caso


de julgamento parcial antecipado de mérito  Art. 356 do CPC
JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO

Enunciado nº 103 FPPC: “A decisão parcial proferida no


curso do processo com fundamento no art. 487, I, sujeita-
se a recurso de agravo de instrumento.”
JULGAMENTO ANTECIPADO DE MÉRITO
Não necessita da fase instrutória;

Art. 355 CPC;

Cabimento:
 Não houver necessidade de outras provas;
 Réu revel com efeitos da revelia;
JULGAMENTO ANTECIPADO DE MÉRITO

Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo


sentença com resolução de mérito, quando:
I - não houver necessidade de produção de outras provas;
II - o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não
houver requerimento de prova, na forma do art. 349 .
JULGAMENTO ANTECIPADO DE MÉRITO

Enunciado nº 297 FPPC: “O juiz que promove julgamento


antecipado do mérito por desnecessidade de outras provas
não pode proferir sentença de improcedência por
insuficiência de provas.”
JULGAMENTO ANTECIPADO PARCIAL DO MÉRITO

Art. 356 CPC;

Inovação processual;

Possibilidade de se resolver parte do conflito;


JULGAMENTO ANTECIPADO PARCIAL DO MÉRITO

Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles:
I - mostrar-se incontroverso;
II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355 .
§ 1º A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a existência de obrigação líquida ou ilíquida.
§ 2º A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão que julgar parcialmente o mérito,
independentemente de caução, ainda que haja recurso contra essa interposto.
§ 3º Na hipótese do § 2º, se houver trânsito em julgado da decisão, a execução será definitiva.
§ 4º A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito poderão ser processados em autos
suplementares, a requerimento da parte ou a critério do juiz.
§ 5º A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento.
JULGAMENTO ANTECIPADO PARCIAL DO MÉRITO

Cabimento:

 Parcela dos pedidos for incontroversa;

 Estiver em condições de julgamento imediato  art. 355 CPC;


JULGAMENTO ANTECIPADO PARCIAL DO MÉRITO

Decisão proferida pode ser ilíquida;

Pode liquidar ou executar, independente, de caução, ainda com


recurso pendente;
JULGAMENTO ANTECIPADO PARCIAL DO MÉRITO

 Se ocorrer trânsito em julgado  execução definitiva;

 Execução ou liquidação  autos suplementares;

 Recurso  Agravo de Instrumento;


JULGAMENTO ANTECIPADO PARCIAL DO MÉRITO

Enunciado nº 154: “É cabível agravo de instrumento contra ato


decisório que indefere parcialmente a petição inicial ou a
reconvenção.”
TEORIA GERAL DAS PROVAS

• Processo civil e a busca pela verdade;

• O que é verdade para o direito processual?

• Verossimilhança dos fatos  Análise provas até


segunda instância – Duplo grau de jurisdição;
TEORIA GERAL DAS PROVAS

• Verdade Formal x Verdade Real

• Processo Penal  Verdade Real

• Processo Cível  Verdade Formal:

• A verdade formal deve atingir o conhecimento da verdade


real!
TEORIA GERAL DAS PROVAS

Como constatar a
verdade dentro de um
processo cível?
TEORIA GERAL DAS PROVAS

PROVAS!

As provas são os elementos a serem produzidos dentro


do processo que permitem ao juiz realizar a atividade
cognitiva;
TEORIA GERAL DAS PROVAS

Qual o conceito de prova?


Qualquer representação material que demonstre a
veracidade de um fato!

Ex: Papéis, fotos, vídeos, áudios, documentos,


depoimentos, laudos e etc.
TEORIA GERAL DAS PROVAS

Como provar o
conteúdo de
internet?
TEORIA GERAL DAS PROVAS

 Novo CPC confere força probante à prova digital!

 Art. 422, §1º do CPC;


• No caso de dúvida:
• Autenticação Eletrônica;
• Perícia;
TEORIA GERAL DAS PROVAS

Princípios atinentes ao direito probatório:

• Dispositivo ou Poder Instrutório do Juiz;

• Livre Convencimento Motivado;

• Licitude das Provas;


TEORIA GERAL DAS PROVAS
Princípio Dispositivo ou Poder Instrutório do Juiz:

• Proveniente do dever do Estado em julgar todos os conflitos;

• Prerrogativa conferida ao magistrado em produzir provas;

• Objetivo  Encontrar a verdade!


TEORIA GERAL DAS PROVAS

Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento


da parte, determinar as provas necessárias ao
julgamento do mérito.

Parágrafo único. O juiz indeferirá, em decisão


fundamentada, as diligências inúteis ou meramente
protelatórias.
TEORIA GERAL DAS PROVAS

• O juiz pode determinar a


produção de provas de ofício;

• Esta prerrogativa inobserva o


princípio da imparcialidade?
TEORIA GERAL DAS PROVAS
Princípio do Livre Convencimento Motivado

• O juiz tem liberdade para decidir da maneira que se


convencer, desde que o faça com base nas provas
produzidas nos autos!

• Somente pode ser utilizado como razão de decisão aquilo


que está nos autos e foi produzido mediante contraditório!
TEORIA GERAL DAS PROVAS

Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos,


independentemente do sujeito que a tiver promovido, e
indicará na decisão as razões da formação de seu
convencimento.

• Dever de apreciar, analisar e valorar a prova!


TEORIA GERAL DAS PROVAS
Dever de fundamentar:

• Fundamentar é analisar as provas em relação as teses


jurídicas apresentadas;

• Juiz deve apreciar todas as teses apresentadas em


juízo  garantia do contraditório!
TEORIA GERAL DAS PROVAS

Art. 93 (...), inc IX da CF: todos os julgamentos dos órgãos do


Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as
decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a
presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus
advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a
preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo
não prejudique o interesse público à informação
TEORIA GERAL DAS PROVAS

• O dever de fundamentar no Novo CPC:


Art. 489, §1º: Não se considera fundamentada qualquer
decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão,
que:
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no
processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada
pelo julgador;
TEORIA GERAL DAS PROVAS

Para garantia do livre convencimento motivado o juiz


deve:

• Analisar todas as provas;


• Confrontar com as teses;
• Decidir conforme o que consta no processo,
manifestando sobre todas as teses!
TEORIA GERAL DAS PROVAS
Princípio da Licitude das Provas

• O processo deve ser instruído com base em provas


lícitas;

• Objetivo: Garantir uma decisão justa!


TEORIA GERAL DAS PROVAS

Formas de Ilicitude:

 Material;

Processual;
TEORIA GERAL DAS PROVAS

Art. 5°, inc. LVI da CF:


“São inadmissíveis, no
processo, as provas
obtidas por meios
ilícitos;
TEORIA GERAL DAS PROVAS

•O processo enquanto instrumento de pacificação


social deve ser seguro;

•Legitima a atuação da função jurisdicional;

•Garantia do devido processo legal!


TEORIA GERAL DAS PROVAS

•Ilicitude no plano material – construção ilícita da prova.

Ex: prova testemunhal coagida;

• A prova é ilícita pois quebrou alguma regra de direito


material;
TEORIA GERAL DAS PROVAS
•Ilicitude no plano processual: 1) admissão da prova; 2)
produção da prova;

•Admissão: deferida a produção da prova em momento


inoportuno;

•Produção: não seguiu algum rito, ex: falta de


contraditório
TEORIA GERAL DAS PROVAS

• Interceptação telefônica x gravação


telefônica;

• Interceptação: registro do áudio sem


anuência de qualquer dos
interlocutores;

• Gravação telefônica: conversa


gravada por um dos interlocutores;
TEORIA GERAL DAS PROVAS

Art. 5º, inc. XII da CF: “é inviolável o sigilo da


correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e
das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem
judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins
de investigação criminal ou instrução processual penal”;
TEORIA GERAL DAS PROVAS

Interceptação só é admissível com


autorização judicial;

• Gravação telefônica é meio de


prova lícito;

• Garantia de exercício de direito de


defesa
TEORIA GERAL DAS PROVAS

“Não é considerada ilícita a prova obtida através de gravação


telefônica ou por vídeo, se realizada por um dos interlocutores.
No caso, não se trata de gravação de conversa alheia
(interceptação telefônica, que depende de autorização judicial),
não havendo que se falar em ilicitude. Nesse sentido: “é lícita a
prova consistente em gravação ambiental realizada por um dos
interlocutores sem conhecimento do outro” (STF, RE 583937 QO-
RG, j. 19.11.2009, rel. Min. Cezar Peluso).
TEORIA GERAL DAS PROVAS

Teoria da Árvore dos Frutos Envenenados:

• Análise da origem da prova;

• Se uma prova decorrer de outra que seja ilícita, essa


também o será;
TEORIA GERAL DAS PROVAS

Teoria do Descobrimento Inevitável ou


Descobrimento Provavelmente Independente

• Análise se a prova derivada de meio ilícito poder


anulada;
• Entende-se que a prova seria produzida
independentemente da prova ilícita
TEORIA GERAL DAS PROVAS
CIVIL E PROCESSO CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO JULGADA IMPROCEDENTE,
SEGURO DE VIDA. DOENÇA PRÉ-EXISTENTE. SEGURADO QUE OMITE INFORMAÇÕES RELEVANTES À
SEGURADORA. MÁ-FÉ CONFIGURADA. COBERTURA INDEVIDA. PERÍCIA MÉDICA REALIZADA COM
BASE EM DOCUMENTOS OBTIDOS DE MANEIRA ILÍCITA, MAS QUE COM ELES NÃO MANTÉM
TELAÇÃO DE
DEPENDÊNCIA. INAPLICABILIDADE DA "TEORIADOS FRUTOS DA ÁRVORE ENVENENADA".
SENTENÇA MANTIDA. 1. Em que pese a prova pericial ter sido elaborada com base nos exames e prontuários
médicos obtidos de maneira ilícita pela seguradora, pois sem a autorização dos familiares do segurado, com eles não
mantém relação de dependência, de sorte que não se aplica ao caso a "teoria dos frutos da árvore envenenada".
Ora, uma vez requerida e deferida a prova técnica, a apresentação dos documentos em questão seria inevitável, razão
pela qual o seu desentranhamento, para serem posteriormente solicitados, feriria os princípios da celeridade e da
economia processuais. 2. A prova documental acostada aos autos é consistente no sentido de que o segurado, dias
antes de aderir ao seguro, submeteu-se a exames que não descartaram a possibilidade de existência de neoplasia,
doença que o levou a óbito, de modo que agiu de má-fé ao contratar e responder negativamente a todos os
questionamentos inseridos na proposta, razão pela qual é indevida a cobertura. RECURSO DESPROVIDO (AC n°
6005689, Des. Rel. Valter Ressel, j. em 25/02/10, 10ª Câmara Cível, TJPR)
TEORIA GERAL DAS PROVAS

QUEBRA DO SIGILO BANCÁRIO. AUTORIZAÇAO JUDICIAL.INAPLICABILIDADE, "IN


CASU", DA TEORIA DOS FRUTOS DA ÁRVOREENVENENADA ("THE FRUITS OF THE
POISONOUS TREE"). Tendo o juízo de origem autorizado a abertura dos envelopes contendo extratos
de movimentação financeira extraídos pelo banco/recorrido, não há falar que tais documentos foram
obtidos por meio ilícito, porquanto embora as informações tenham sido extraídas antes da autorização
judicial, sua divulgação só ocorreu após esta. DIRIGENTE SINDICAL. INQUÉRITO PARA
APURAÇAO DE FALTA GRAVE. ATO DE INDISCIPLINA. PROPORCIONALIDADE ENTRE A
FALTA COMETIDA E A SANÇAO A SER APLICADA. A sanção aplicada deve guardar relação de
proporcionalidade com a falta cometida, sob pena de eventual excesso ser corrigido pelo Poder
Judiciário. Recurso obreiro provido, declarando a inexistência de justa causa a ensejar a rescisão do
contrato de emprego. (RO n° 58700, Des. Rel. Carlos Augusto Gomes Lobo, j. em 11/03/10, Segunda
Turma, TRT-14.)
TEORIA GERAL DAS PROVAS

Quando é necessário instruir o processo?

• For necessário comprovar a verdade dos fatos;

• Quando não for possível julgar o feito somente com


base em provas documentais
TEORIA GERAL DAS PROVAS

Julgamento Antecipado de Mérito:

• Art. 355 do CPC;

• Não houver necessidade de produção de outras


provas;
• Réu revel e puderem surtir os efeitos da revelia;
TEORIA GERAL DAS PROVAS

• Para o prosseguimento a fase de instrução é necessário a


realização do saneamento do processo;

• Despacho Saneador;

• Art. 357 do CPC;


TEORIA GERAL DAS PROVAS
Despacho Saneador:

• Resolver questões pendentes;


• Fixar os pontos controvertidos;
• Definir a distribuição do ônus da prova;
• Delimitar as questões de direito relevantes para a
decisão de mérito;
• Designar audiência de instrução e julgamento;
TEORIA GERAL DAS PROVAS

• 15 dias para as partes apresentarem rol de testemunhas;

• Com requisição de prova pericial, deve o juiz no


despacho saneador estabelecer o calendário pra produção
da prova;
TEORIA GERAL DAS PROVAS

Quais fatos precisam ser provados?

• Fatos controvertidos:

• Fatos principais  objeto do lítigio;


• Fatos simples  fatos reflexos ao objeto do litígio
TEORIA GERAL DAS PROVAS

Quais fatos não precisam ser provados?

• Art. 374 do CPC:

• Notórios;
• Confessados;
• Incontroversos;
• Presunção legal de veracidade;
TEORIA GERAL DAS PROVAS

Espécies de Prova:

• Documentais;
• Orais:
• Testemunhas e Depoimento Pessoal;
• Técnicas:
• Perícia e Inspeção Judicial;
TEORIA GERAL DAS PROVAS

Classificação das Provas conforme sua admissibilidade:

• Pré-constituídas;

• Constituendas;
TEORIA GERAL DAS PROVAS

• Prova pré-constituída – prova produzida


espontaneamente pela parte na fase postulatória da
defesa;

• Não sujeitas a juízo de admissibilidade, pois compõe o


instrumento da petição inicial ou da resposta do réu;
TEORIA GERAL DAS PROVAS

• Prova constituenda – provas que estão sujeitas ao juízo


de admissibilidade do juiz;

• Cabe ao juiz ponderar quais provas serão produzidas a


fim de constatar a veracidade dos fatos controvertidos;
TEORIA GERAL DAS PROVAS
• Art. 373 do CPC;

• Em resumo, o ônus é de quem alega o direito;

• Autor – fato constitutivo do seu direito;

• Réu – fato modificativo, impeditivo ou extintivo do


direito do autor;
TEORIA GERAL DAS PROVAS

Fundamentos da repartição do ônus:


• Igualdade de posição dos litigantes;

• “Autorresponsabilidade” dos litigantes;

• Garantir a boa-fé processual


TEORIA GERAL DAS PROVAS
Novo CPC e a possibilidade de inversão do ônus da
prova:

• Adoção da Teoria da Carga Dinâmica das Provas;

• Antes do Novo CPC era admissível no CDC;

• Art. 373, §1º do CPC;


TEORIA GERAL DAS PROVAS

Art. 373, § 1º: “Nos casos previstos em lei ou diante de


peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à
excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do
caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato
contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo
diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em
que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do
ônus que lhe foi atribuído.”
TEORIA GERAL DAS PROVAS
Redistribuição do Ônus da Prova:

• Análise de qual parte do processo tem melhor


condição de provar o fato;

• Princípios envolvidos:
• Igualdade;
• Cooperação;
TEORIA GERAL DAS PROVAS

Redistribuição do Ônus da Prova:

• Possibilidade de convenção entre as partes;

• Momento:
• Saneamento do processo;
• Decisão fundamentada;
TEORIA GERAL DAS PROVAS

Súmula 301 do STJ: “Em ação investigatória,


a recusa do suposto pai a submeter-se ao
exame de DNA induz presunção iuris tantum
de paternidade.”
TEORIA GERAL DAS PROVAS
No tocante à clausula de rateio, necessário que se faça as seguinte observação. Segundo o artigo 1634,
do CCB/1916, a apólice obriga as partes no valor segurado. A obrigação pode ser do tipo “Risco
Total”, que cobra o valor integral do equipamento, ou “Valor Estipulado”, cobrando um percentual
estabelecido pelas partes. Saber qual a forma em que se obrigou o seguro é necessário para a correta
aplicação da cláusula. Para aferir qual foi a modalidade estabelecida, necessário seria esmiuçar a
contratação havida entre as partes. Todavia, neste ponto, inviável a análise de tal avença, pois o autor
não juntou o contrato, e o réu juntou somente parte deste. Nesta senda, pelo princípio da carga
dinâmica das provas - princípio que há muito tenho adotado às ações consumeristas -, entendo que o
réu tinha melhor condição de comprovar a sua alegação, juntando o contrato na íntegra. Assim, ante a
verdade formal, entendo que a contratação do seguro deu-se na modalidade “risco integral”, quer pela
ótica do processo civil, em seu artigo 333, I e II, quer pelo CDC, em seu artigo 6º, VIII. (AC nº
70020375481, Des. Rel. Luis Augusto Coelho Braga, Sexta Câmara Cível, j. em 24/02/2011, TJRS)
TEORIA GERAL DAS PROVAS
PROCESSUAL CIVIL - INVERSAO DO ÔNUS DA PROVA - EXTENSAO - HONORÁRIOS
PERICIAIS - PAGAMENTO - PERÍCIA DETERMINADA DE OFÍCIO - AUTOR BENEFICIÁRIO DA
JUSTIÇA GRATUITA. 1. Cinge-se a controvérsia em saber se a questão de inversão do ônus da prova
acarreta a transferência ao réu do dever de antecipar as despesas que o autor não pôde suportar. 2. A
inversão do ônus da prova, nos termos de precedentes desta Corte, não implica impor à parte contrária a
responsabilidade de arcar com os custos da perícia solicitada pelo consumidor, mas meramente
estabelecer que, do ponto de vista processual, o consumidor não tem o ônus de produzir essa prova. 3.
No entanto, o posicionamento assente nesta Corte é no sentido de que a parte ré, neste caso, a
concessionária, não está obrigada a antecipar os honorários do perito, mas se não o fizer, presumir-se-ão
verdadeiros os fatos afirmados pelo autor (REsp 466.604/RJ, Rel. Min. Ari Pargendler e REsp
433.208/RJ, Min. José Delgado). 4. Por fim, prejudicado o pedido de antecipação de tutela, em vista da
não- obrigatoriedade de pagamento, pela Concessionária, dos honorários periciais. Agravo regimental
parcialmente provido" (AgRg no REsp 1042919/SP AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO
ESPECIAL 2008/0065853-1 Ministro HUMBERTO MARTINS, DJe 31/03/2009)
PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVA

•Art. 381 e ss do CPC;

• Procedimento de natureza cautelar;

• Objetivo: assegurar a integralidade de uma


determinada prova;
PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVA
Cabimento:

• Impossível ou inútil a verificação de fatos no curso da


ação;
• Viabilizar a autocomposição;
• Prévio conhecimento dos fatos;
• Evitar ajuizamento da ação;
PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVA

• Pode ser manejado de forma autônoma ou


incidentalmente;

• Competência:
• Onde a prova deva ser produzida;
• Domicílio do Réu;

• Não torna o juízo prevento;


PROVA DOCUMENTAL

• Conceito: expressão material de um fato;

• Escritos, vídeos, áudios;

• Deve ser produzida no primeiro momento em que a


parte se manifestar nos autos
PROVA DOCUMENTAL

Autenticidade:

• Quando a lei exigir o documento por instrumento público,


nenhuma outra prova supre tal vício:
Ex: escritura imobiliária;

• Documento particular:
• Deve ser reconhecida autenticidade pela parte contrária;
• Com a assinatura de duas testemunhas;
PROVA DOCUMENTAL
• Documentos são admitidos em sua totalidade;

• Impossível a divisão do documento para selecionar


fatos;

• Nota escrita no documento, ainda que não assinada,


faz prova em benefício do devedor;
PROVA DOCUMENTAL

Documento Público:

• Perda de validade se houver declaração judicial de


falsidade;

• Falsidade:
• Não verdadeiro;
• Alteração de documento verdadeiro;
PROVA DOCUMENTAL

Cessa fé do documento público:

• Impugnada autenticidade e não comprovada


veracidade;
• Em branco por preenchimento abusivo;
PROVA DOCUMENTAL
Ônus da Prova em relação a autenticidade do
documento:

• Falsidade de documento ou preenchimento abusivo


 quem arguiu;

• Impugnação da autenticidade  quem produziu o


documento;
PROVA DOCUMENTAL

Arguição de Falsidade – 430 e ss do CPC:

• Momento processual:
• Contestação;
• Replica;
• 15 dias da juntada;
PROVA DOCUMENTAL

Arguição de Falsidade:

• Resolve-se como incidente processual;


• Deve ser resolvido em sentença;
• 15 dias para manifestação da parte contrária;
• Perícia, exceto se a parte retirá-lo dos autos;
• Faz coisa julgada;
PROVA DOCUMENTAL
SUSTENTADA FALSIDADE DE RUBRICAS APOSTAS NO CONTRATO -
PRETENDIDA A ARGUIÇÃO DE INCIDENTE DE FALSIDADE APENAS
NESTA INSTÂNCIA RECURSAL - PRECLUSÃO - RECURSO NÃO
CONHECIDO. Na forma do artigo 390 do Código de Processo Civil, o incidente de
falsidade deve ser suscitado pela parte contra quem foi produzido o documento na
contestação ou no prazo de dez dias, contados da intimação de sua juntada aos
autos, sob pena de preclusão. Desta forma, considerando que, na espécie, o contrato
foi juntado pela parte autora junto com a exordial, era a peça constestatória o
momento para requerer a instauração do referido incidente. Por isso, inoportuno o
requerimento apenas neste grau recursal. (Apelação Cível n. 2012.062446-7, da
Capital, rel. Des. Robson Luz Varella, j. 02-04-2013)
PROVA DOCUMENTAL
APELAÇÃO CÍVEL - INCIDENTE DE ARGUIÇÃO DE FALSIDADE - PERÍCIA
GRAFOTÉCNICA NÃO REALIZADA - CERCEAMENTO DE DEFESA -
INOCORRÊNCIA - PROVA NÃO REQUERIDA EM SEDE DE RESPOSTA -
TRANSCURSO DO PRAZO IN ALBIS PARA FALAR SOBRE DOCUMENTOS
JUNTADOS PELO REQUERENTE - PRECLUSÃO DA MATÉRIA - PERSUASÃO
RACIONAL DO JUIZ - SENTENÇA PROCEDENTE MANTIDA. Não tendo o apelante
requerido a dilação probatória na Instância a quo, preclusa está a matéria, sendo defeso a
esta Corte analisar eventual necessidade de prova pericial. Ademais, deixando o requerido
de pleitear a perícia grafotécnica quando de sua resposta, autorizado está o julgamento
antecipado da lide amparado no livre convencimento do magistrado. (AC nº 2012.011328-
7, Relator Desembargador Robson Luz Varela, Segunda Câmara de Direito Comercial, j.
em 03/12/2013, TJSC)
PROVA DOCUMENTAL
APELAÇÃOCÍVEL. INCIDENTE DE FALSIDADE. MATERIAL.IDEOL
ÓGICA. HIPÓTESES DISTINTAS. CARÊNCIA DE AÇÃO. EXTINÇÃO
DO PROCESSO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO. HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS. CONDENAÇÃO. DESCABIMENTO. 1.
O incidente de falsidade documental, para ser admitido, tem que ser relativo
a vício do documento, não a vício do consentimento ou social. 2. Não cabe
condenação em honorários advocatícios em incidente de falsidade. 3.
Apelação conhecida e parcialmente provida. (AC nº 5690908, Relator
Desembargador Luiz Carlos Gabardo, 15ª Câmara Cível, j. em 29/07/2009,
TJPR)
PROVA DOCUMENTAL
INCIDENTE DE FALSIDADE.RECURSO CONTRA EXPEDIÇÃO DE
DIPLOMA.ALEGAÇÃO DE FASILDADE MATERIAL E IDEOLÓGICA.
IMPROCEDÊNCIA DAS ALEGAÇÕES. NÃO ACOLHIMENTO DO INCIDENTE.
AUTENTICIDADE DA DECLARAÇÃO . 1. O incidente e falsidade documental destina-se a
afastar do processo prova documental materialmente falsa. 2. O autor do incidente de falsidade
é atribuído o ônus de provar as suas alegações. 3. Os documentos públicos gozam de
presunção de veracidade, e não havendo prova que os contraponham, não se pode concluir pela
sua falsidade. 4. "incidente de falsidade é figura processual destinada a averiguar o falso
material, permanecendo a arguição de falsidade ideológica reservada ao processo principal, por
exigir ampla dilação probatório (AC n. , Rel.Desa. Salete Silva Sommariva, DJ de 19-9-
2007)". (Pet nº35, Relator Desembargador Carlos Neves da Franca Neto, j. em 24/05/2010,
TRE-PB)
PROVA DOCUMENTAL
APELAÇÃO - INTEMPESTIVIDADE - INOCORRÊNCIA - INCIDENTE DE FALSIDADE
- FALSIDADE MATERIAL E FALSIDADE IDEOLÓGICA - ,HIPÓTESES DISTINTAS -
FALSO IDEOLÓGICO - CARÊNCIA DE AÇÃO - EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM
JULGAMENTO DO MÉRITO. O recurso interposto por um dos apelantes a todos aproveita,
especialmente em hipótese na qual a solução da demanda é comum para os litigantes, nos
termos do artigo 509, do CPC. A falsidade ideológica, assim entendida aquela que diz respeito
aos vícios do consentimento ou sociais do ato jurídico, não autoriza a instauração do incidente
mas a anulação do ato jurídico. O incidente de falsidade documental, para ser admitido, tem
que ser relativo a vício do documento, não a vício do consentimento ou social. Carece de
interesse processual aquele que ajuíza ação autônoma pretendendo a declaração da falsidade
ideológica, relativa ao conteúdo expresso no documento. (AC nº 107010510478460011,
Relator Desembargador Elias Camilo, j. em 30/05/2008, TJMG).
PROVA DOCUMENTAL
INCIDENTE DE FALSIDADE. E-MAIL DE ARREPENDIMENTO. FALSIDADE IDEOLÓGICA QUE NÃO
CABE EM ANÁLISE INCIDENTAL. Arguição de falsidade apresentada junto à contestação e que deveria ser
resolvida juntamente com a quaestio principal (vício de consentimento em transmissão da propriedade imóvel).
RECEBIMENTO DA APELAÇÃO EM APLICAÇÃO DO PRINCIPIO DA FUNGIBILIDADE. A falsidade foi
recebida como incidente, processada em autos apartados e resolvida como sentença. Reconhecer, a esta altura, que o
recurso interposto é indevido somente serviria ao prejuízo do demandante. Aplicação do princípio da fungibilidade
que se faz devida. FALSIDADE IDEOLÓGICA QUE NÃO TEM CABIMENTO EM ARGUIÇÃO INCIDENTE,
POR DEMANDAR AMPLA INSTRUÇÃO PROCESSUAL. A arguição de falsidade tem lugar quando se trata
falsidade material, reconhecida como os vícios extrínsecos e instrumentais do documento, não relacionados às
declarações que contém em si. Documento (e-mail) que não deu causa à transmissão da propriedade e nem,
isoladamente, serve para a prova do alegado vício de consentimento, conquanto, por si só, não é sequer capaz de
representar quem foi seu emitente. Necessidade de ampla instrução probatória. NÃO PROVIMENTO AO
RECURSO. (TJSC, Apelação Cível n. 2009.021111-2, de Jaguaruna, rel. Gilberto Gomes de Oliveira, Segunda
Câmara de Direito Civil, j. 13-09-2012).
PROVA DOCUMENTAL
Exibição de Documento ou Coisa

• Arts. 396 e ss do CPC;

• Pode ser requerida pela parte ou determinada de


ofício pelo juiz – art. 370 do CPC;

• Incidental ou autônoma;
PROVA DOCUMENTAL
Exibição de Documento ou Coisa

• Incidental:
• No curso do processo;
• Finalidade de produzir prova;

• Ação autônoma:
• Obrigação de fazer – art. 497 do CPC;
PROVA DOCUMENTAL
Exibição de Documento ou Coisa

• Deve ser requerido pela parte:


• Descrição completa do documento e da coisa;
• Finalidade;
• Circunstâncias que o documento se encontra em poder da outra
parte;

• 5 dias para resposta;


PROVA DOCUMENTAL
Exibição de Documento ou Coisa

• Em caso de recusa, pode o requerente provar que a


afirmação é falsa;

• Não se admitirá a recusa – art. 399 do CPC:


• Obrigação legal de exibir;
• Citado o documento no processo como prova;
• Conteúdo comum às partes;
PROVA DOCUMENTAL
Exibição de Documento ou Coisa

• No momento da sentença o juiz presumirá contra o


requerido se:
• Não exibir o documento ou coisa;
• A recusa apresentada for considerada ilegítima;

• Inovação  Pode o juiz adotar medidas coercitivas


para apresentação do documento;
PROVA DOCUMENTAL

Exibição de Documento ou Coisa

• Par. Único do art. 400 x Súm. 372 do STJ:

“Art. 400, Parágrafo único. Sendo necessário, o juiz pode adotar medidas
indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias para que o documento seja
exibido.”

“Súm. 372 STJ: Na ação de exibição de documentos, não cabe a aplicação de multa
cominatória.”
PROVA DOCUMENTAL
Exibição de Documento ou Coisa

• Documento em posse de terceiro:


• 15 dias para apresentação
• Havendo negativa do terceiro:
• Não possui o documento  Audiência;
• Recusa sem justo motivo:
• 5 dias para depósito;
• Busca e Apreensão
PROVA DOCUMENTAL
Exibição de Documento ou Coisa

• Justos motivos para recusa – art. 404 do CPC:


• Negócios da família;
• Puder violar dever de honra;
• Puder desonrar parte ou terceiro ou perigo de ação penal;
• Sigilo profissional;
• Motivos graves que justifiquem ao juiz;
• Disposição de lei que permita a recusa;
PROVA DOCUMENTAL

“De acordo com o art. 356 do CPC, não basta que o autor alegue
abstratamente a existência da conta de poupança, mas sim que
junte documento que demonstre, ao menos, indício da existência
da relação jurídica com o agente financeiro. Do contrário, correr-
se-ia o risco de se impor ao banco ordem de impossível
cumprimento.” (AC 570.354-4, Relator Desembargador Hayton
Lee Swain Filho, 15ª Câmara Cível, j. em 06/05/2009, TJPR)
PROVA DOCUMENTAL
“Se a autora/apelada não especifica precisamente qual documento
visa ver exibido, faz pedido genérico, consequentemente ofende
requisito exigido para a constituição regular da ação pelo art. 356,
do CPC. É inepta a petição inicial se o pedido é genérico, por não
possibilitar a especificação de qual contrato e dados dele se
pretende ver exibido.” (AC 133933-2/188, Desembargador
Relator João Ubaldo Ferreira, 3ª T. da 1ª Câmara Cível, j. em
16/12/2008, TJGO)
PROVA TESTEMUNHAL
• Espécie de prova oral;

• É o depoimento de pessoa estranha ao processo sobre


os fatos narrados;

• Cabível quando não existir outro documento que


comprove a veracidade dos fatos;
PROVA TESTEMUNHAL
Conceito: Pessoa física, distinta das partes do processo, que,
admitida pela lei, vem informar o juiz – a pedido das partes e/ou por
determinação do juiz – sobre fatos que necessitam ser provados.

Não cabível:
 Já provados;
 Confessados;
 Somente por documento ou perícia possam ser provados
PROVA TESTEMUNHAL

Testemunha deve pessoa estranha ao litígio;

Se possuir proximidade com o litígio não pode prestar


compromisso;

Informante;
PROVA TESTEMUNHAL

Distinção do tratamento entre partes e testemunhas:

Partes: não comparecimento em juízo – presume-se enquanto


confessados os fatos;

Testemunha: é conduzida coercitivamente a juízo para depor


PROVA TESTEMUNHAL
Distinção entre perito e testemunha:

 Perito:
 Conhecimento posteriores dos fatos;
 Conhecimento técnico para comprovação;

 Testemunha:
 Conhecimento inicial
PROVA TESTEMUNHAL
Não pode ser considerada a prova ideal;

Possível distorção dos fatos pelas pessoas;

Passível de que a testemunha minta – art. 342 do CP

Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito,
contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito
policial, ou em juízo arbitral. Pena: reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
PROVA TESTEMUNHAL
CIVIL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. PLEITO FORMULADO COM SUSTENTÁCULO NOS DANOS
SOFRIDOS PELA PRÁTICA DE PERJÚRIO DE TESTEMUNHA PAGA PELO RÉU, PARA DENEGRIR A IMAGEM DA
AUTORA EM AÇÃO DE SEPARAÇÃO JUDICIAL. FATO QUE TERIA CULMINADO NA PERDA DA GUARDA DOS FILHOS.
RETRATAÇÃO DA TESTEMUNHA. DENÚNCIA OFERECIDA PELO MINISTÉRIO PÚBLICO PELA PRÁTICA DO ILÍCITO.
SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA DO PEDIDO DE INDENIZAÇÃO. IRRESIGNAÇÃO DO RÉU QUANTO AOS FATOS QUE
EFETIVAMENTE CORROBORARAM PARA A ALTERAÇÃO DA GUARDA DA PROLE. PERTINÊNCIA DO
INCONFORMISMO. TESTEMUNHO QUE POR SI SÓ NÃO RETIRARIA A GUARDA DA GENITORA. PRESENÇA NOS AUTOS
DE ESTUDO SOCIAL DANDO CONTA DA IMPOSSIBILIDADE DE MANTER OS FILHOS SOB OS CUIDADOS MATERNOS.
DECISÃO PAUTADA EM FUNDAMENTOS DIVERSOS DO REFERIDO DEPOIMENTO. AUSÊNCIA, ADEMAIS, DE
COMPROVAÇÃO NA DOCUMENTAÇÃO APRESENTADA PELA AUTORA, DE QUE O PERJÚRIO FOI PRATICADO
MEDIANTE RECEBIMENTO DE VANTAGEM PECUNIÁRIA, E QUE ESTA TENHA SIDO OFERTADA PELO RÉU. NÃO
COMPROVAÇÃO DO NEXO DE CAUSALIDADE ENTRE O DANO SOFRIDO PELA AUTORA E O SUPOSTO ATO ILÍCITO
PRATICADO PELO RÉU, COM A INTENÇÃO DE PREJUDICÁ-LA. ÔNUS QUE LHE CABIA. AUSÊNCIA DO LIAME DE
CAUSALIDADE INDISPENSÁVEL PARA O DEFERIMENTO DA PRETENSÃO INDENIZATÓRIA. DEVER DE INDENIZAR
AFASTADO. AUSÊNCIA DE CONDENAÇÃO. INVERSÃO DOS ÔNUS SUCUMBENCIAIS. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
FIXADOS COM RESPALDO NO ARTIGO 20, § 4º, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA
REFORMADA. RECURSO PROVIDO. (AC nº2012.026631-3, Relator Marcus Tulio Sartorato, Terceira Câmara de Direito Civil, j. em
04/09/2012).
PROVA TESTEMUNHAL
FALSO TESTEMUNHO. CONSUMAÇÃO NO MOMENTO EM QUE FEITA A
AFIRMAÇÃO FALSA. DESNECESSIDADE DE SENTENÇA CONDENATÓRIA DO
PROCESSO EM QUE FEITO O FALSO TESTEMUNHO. EIVA NÃO
CONFIGURADA. 1. É pacífico o entendimento desta Corte Superior no sentido de que o
crime de falso testemunho é de natureza formal, consumando-se no momento da
afirmação falsa a respeito de fato juridicamente relevante, aperfeiçoando-se quando
encerrado o depoimento, podendo, inclusive, a testemunha ser autuada em flagrante delito.
2. Não há exigir sentença condenatória do processo para a configuração do crime do art.
342 do CP, não havendo, por isso mesmo, impedimento ao oferecimento da denúncia antes
mesmo da prolatação do édito repressor nos autos em que feita a afirmação falsa, restando
apenas condicionada a sua conclusão diante da possibilidade de retratação, nos termos do
art. 342, § 2º, do CP. (HC 208576/SP, rel. Min. Jorge Mussi, j. em 4/10/2011)
PROVA TESTEMUNHAL

O crime de falso testemunho tem como núcleos do tipo a conduta de


fazer afirmação falsa e negar ou calar a verdade, consumando-se no
momento em que a testemunha termina de fazer as suas declarações
e o depoimento é encerrado. (CC 90947/RS, rel. Min. Arnaldo
Esteves Lima, j. em 20/5/2009)

 Crime Formal – Basta alegação inverídica no processo.


PROVA TESTEMUNHAL
Valor Probante:

• Obrigação que se exige prova escrita:


• Admissível prova testemunhal;
• Início de prova escrita;
• Documento deve ter sido emanado contra a parte
que pretende produzir a prova;
PROVA TESTEMUNHAL

Valor Probante

• Contratos simulados  divergência entre a vontade


real e a declarada;

• Contratos em geral  vício de consentimento;


PROVA TESTEMUNHAL

Súmula nº 149 do STJ: “A prova exclusivamente


testemunhal não basta à comprovação da atividade
rurícola, para efeitos da obtenção de benefício
previdenciário.”
PROVA TESTEMUNHAL
 Qualquer pessoa pode ser testemunha, exceto se for incapaz, impedido ou
suspeito:
 Incapazes:
 Interditado;
 Acometido por enfermidade mental no tempo dos fatos ou no momento do
depoimento;
 Menor de 16 anos;
 O cego ou surdo, quando a ciência do fato depender do sentido que lhes falta;
PROVA TESTEMUNHAL

Impedidos:
 Cônjuge, ascendente, descendente em qualquer grau, ou colateral, até o
terceiro grau de alguma das partes;

 Exceção:
 Interesse público;
 Causa relativa ao estado da pessoa, caso não seja possível outra forma de prova
PROVA TESTEMUNHAL
Impedidos:
 Parte na causa;
 Aquele que intervém em nome da parte enquanto advogado, tutor, curador,
representante legal de pessoa jurídica, juiz e outras pessoas que assistam ou
tenham assistido as partes;

Suspeitos:
 Inimigo capital ou amigo íntimo da parte;
 Tiver interesse no litígio;
PROVA TESTEMUNHAL
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. PASSAGEIRA DE ÔNIBUS DE TRANSPORTE COLETIVO. QUEDA
APÓS O DESEMBARQUE E COM A VÍTIMA JÁ NA CALÇADA. PREPOSTOS DA EMPRESA QUE
PRESENCIARAM OS FATOS E AFIRMAM TER ELA TROPEÇADO E CAÍDO SOZINHA.
SUSPEIÇÃO DAS TESTEMUNHAS NÃO COMPROVADA. AUSÊNCIA DE RESPONSABILIDADE
DA EMPRESA DE TRANSPORTES PELO INFORTÚNIO. NEXO CAUSAL INEXISTENTE.
IMPROCEDÊNCIA BEM PRONUNCIADA. RECURSO DESPROVIDO. Comprovado que a queda
ocorreu após o desembarque do coletivo, quando a passageira já estava na calçada, afastada fica a
obrigação de indenizar pela empresa de transporte, diante da ausência de nexo causal entre a conduta do
motorista do veículo e os danos apresentados pela vítima. "Para que a testemunha, empregado de uma das
partes, possa ser impedida de depor é necessário que fique demonstrado ter efetivo interesse no deslinde
da questão, pois a simples circunstância de ser empregado, subordinado ou dependente não se erige em
causa bastante para determinar-lhe a suspeição (RT 526/219) (Apelação Cível n. 1997.010639-4, de
Gaspar, rel. Des. Silveira Lenzi, j. em 8-9-1999).” (AC nº 2010.082709-8, Desembargador Vanderlei
Romer, Primeira Câmara de Direito Público, j. em 05/07/2011).
PROVA TESTEMUNHAL

I - [...] Nos termos do art. 414, § 1º, do CPC, cabe à parte interessada,
contraditar testemunha impedida ou suspeita, antes do respectivo depoimento, sob pena
de preclusão, não podendo, somente em sede de recurso de apelação, suscitar o vício.
(TJSC. Apelação cível n. 2006.011111-2, de Guaramirim. Rel.ª: Des.ª SALETE SILVA
SOMMARIVA. j. em 17/8/2006). Tais rigores não se alteram, mutatis mutandis, quando,
silente durante a audiência de justificação, somente agora em agravo de instrumento a
parte faz alinhavar, sem comprovação alguma, a tese de que os testigos ouvidos
enfeixariam interesse no resultado da causa.” (AC nº 2009.057288-3, Desembargador
Relator Henry Petry Junior, Terceira Câmara de Direito Civil, j. em 23/02/2010)
PROVA TESTEMUNHAL

AGRAVOS RETIDOS - CONTRADITA DE DEPOENTES COM VÍNCULO


EMPREGATÍCIO - INTERESSE NO RESULTADO DA AÇÃO NÃO COMPROVADO
- DISPENSA DE TESTEMUNHA - IMPEDIMENTO - EXEGESE DO ARTIGO 405, §
2o, INCISO III, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL - RECURSOS DESPROVIDOS.
A testemunha somente será suspeita se tiver interesse na causa efetivamente
demonstrado, não bastando para tanto, a simples relação empregatícia que mantém
com uma das partes. A representante legal da parte quando está relacionada com o
direito material discutido nos autos, é testemunha impedida, consoante o artigo 405, §
2º, III, Código de Processo Civil. (AC nº2006.034056-2, Des. Relatora Denise Volpato,
Terceira Câmara de Direito Civil, j. em 22/05/2007).
PROVA TESTEMUNHAL
AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO ORDINÁRIA - OITIVA DE TESTEMUNHA - CONTRADITA
REALIZADA APÓS O DEPOIMENTO - PRECLUSÃO - SUSPEIÇÃO INEXISTENTE - PROEMIAL
RECHAÇADA - DECISÃO MANTIDA. O momento oportuno para a oposição de contradita, aduzindo-
se incapacidade, suspeição ou impedimento da testemunha, é o instante posterior à sua qualificação e
anterior à coleta de seu depoimento, a teor do § 1°, art. 414, do Código de Processo Civil. Deixando a
parte de insurgir-se na oportunidade própria, opera-se a preclusão da matéria, não mais podendo ser
discutida, nem mesmo no momento da apelação. De acordo com a legislação processual civil em vigor,
aquele que tiver interesse no litígio será considerado suspeito. Contudo, o fato da testemunha possuir
ações trabalhistas em face da agravante, não revela qualquer interesse no deslinde da causa e não a torna
suspeita nem impedida de depor. A solução da lide será fornecida com base no livre convencimento do
magistrado, facultando ao juiz da causa a valoração das provas colhidas, observadas as circunstâncias e
peculiaridades do caso concreto. (AC nº 2004.0351163-1, Desa. Relatora Salete Silva Sommariva, Primeira
Câmara de Direito Comercial, j. em 31/03/2005).
PROVA TESTEMUNHAL

Não é obrigada a depor – art. 448 do CPC:

• Fatos que acarretem grave dano ao cônjuge,


companheiro, parentes até o terceiro grau;

• Deva guardar sigilo;


PROVA TESTEMUNHAL
Produção da Prova

• Rol de testemunhas:
• Nome, profissão, estado civil, idade, CPF, RG,
endereço;
• Até 10 testemunhas;
• Juiz é obrigado a ouvir somente 3 testemunhas;
• 15 dias para apresentação
PROVA TESTEMUNHAL
Substituição de Testemunhas – art. 451 do CPC;

• Falecimento;

• Enfermidade;

• Tenha se mudado e não encontrada


PROVA TESTEMUNHAL

Local do depoimento:
• Audiência de Instrução e Julgamento;
• Exceção: depoimento antecipado ou inquiridas por
carta;
• Possibilidade de inquirição mediante
videoconferência - §1º, art. 453 do CPC;
PROVA TESTEMUNHAL
Juiz arrolado:
• Declarar-se-á impedido, se tiver conhecimento dos
fatos;
• Se não souber nada, riscará seu nome;

Autoridades – art. 454 CPC:


• São inquiridas em sua residência ou local onde
exercem função
PROVA TESTEMUNHAL
Intimação:
• Extrajudicial:
• Mediante A.R.;
• Juntar cópia da intimação e do comprovante de
intimação em até 3 dias antes da Audiência;
• Sem intimação, a parte tem o dever de levar a
testemunha;
• Não comparecimento  desistência da prova;
PROVA TESTEMUNHAL

Intimação Judicial:
Falta de êxito na intimação extrajudicial;
Necessidade demonstrada ao juiz;
Arrolado servidor público ou militar;
Testemunha arrolada pelo MP ou DP;
Autoridades;
PROVA TESTEMUNHAL
• NOVA REGRA: Intimação extrajudicial de
testemunha!

• Inquirição:
• Separadamente;
• Ordem: Testemunhas do Autor, Réu, MP e Juiz;
• Qualificação;
• Informar se tem parentesco ou interesse na causa;

PROVA TESTEMUNHAL

• Testemunha presta compromisso com a verdade;

• Se for contraditada, pessoa pode ser ouvida como


informante;

• Perguntas são elaboradas pelas partes diretamente as


testemunhas;
PROVA TESTEMUNHAL
• Pode ser determinada inquirição de pessoa referida nas
declarações das partes ou de outras testemunhas;

• Realização de acareação entre testemunhas e partes;

• Testemunha tem direito ao ressarcimento das despesas


para comparecimento em audiência;
PROVA TESTEMUNHAL
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS. ACIDENTE DE TRÃNSITO. PRELIMINAR DE
CERCEAMENTO DE DEFESA. INDEFERIMENTO DE PEDIDO DE ACAREAÇÃO DAS
TESTEMUNHAS.DECISÃO PROFERIDA EM AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO. INSURGÊNCIA
NÃO APRESENTADA EM TEMPO E MODO OPORTUNOS. DESCABIMENTO DA ALEGAÇÃO DE
CERCEAMENTO DE DEFESA NO ÂMBITO DO APELO EM FACE DA PRECLUSÃO. MÉRITO. SINISTRO QUE
ENVOLVE ATROPELAMENTO DE PEDESTRE POR MOTOCICLISTA. ALEGADA CULPA DO RÉU CONDUTOR
DA MOTOCICLETA. BOLETIM DE OCORRÊNCIA E DEMAIS PROVAS ORAIS QUE CONVERGEM EM SENTIDO
OPOSTO. CULPA DA AUTORA COMPROVADA. TRAVESSIA DA VIA FORA DA FAIXA DE SEGURANÇA, DE
INOPINO E SEM ACAUTELAR-SE PARA REALIZAR A TRAVESSIA. BOLETIM DE OCORRÊNCIA. PRESUNÇÃO
JURIS TANTUM DE VERACIDADE. AUSÊNCIA DE PROVA ROBUSTA EM SENTIDO CONTRÁRIO. ÔNUS QUE
INCUMBIA À AUTORA. EXEGESE DO ARTIGO 333, I, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. SENTENÇA
MANTIDA. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.
I - Deixando a parte de deduzir a sua insurgência em tempo e modo oportunos contra a decisão que indeferiu a produção de
determinada prova, afigura-se descabida a alegação de cerceamento de defesa no âmbito do recurso de apelação, em face da
preclusão da matéria. (AC nº 2010.030199-6, Des. Relator Joel Dias Figueira Junior, j. em 05/09/2013, Sexta Câmara de
Direito Civil, de Blumenau, TJSC)
PROVA TESTEMUNHAL
APELAÇÃO CÍVEL. POSSE E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE
REINTEGRAÇÃO DE POSSE CONEXA À AÇÃO DE USUCAPIÃO.
IMPROCEDÊNCIA DE AMBAS NA ORIGEM. - PRELIMINAR.
CERCEAMENTO DE DEFESA.ACAREAÇÃO ENTRE
TESTEMUNHAS. INDEFERIMENTO EM AUDIÊNCIA. MOMENTO
OPORTUNO NÃO OBSERVADO. PRECLUSÃO. PREFACIAL AFASTADA.
- A não interposição de recurso (agravo retido) no momento apropriado contra
decisão que indefere o pedido de acareação entre testemunhas impede o
reconhecimento de cerceamento de defesa em sede de apelação, porque a matéria é
preclusa. (AC nº 2007.003567-1, Des. Relator Henry Petry Junior, j. em
30/06/2011, Quinta Câmara de Direito Civil, de São Joaquim, TJSC).
PROVA TESTEMUNHAL

"A acareação de testemunhas é faculdade atribuída pela lei


processual ao magistrado condutor doprocesso, somente se
justifica quando a divergência sobre determinado fato for de tal
monta que possa influir na solução do litígio. Pode e deve o juiz
indeferi-la, quando o fato de se revelar inócuo ou quando a alegada
divergência não lançar reflexos sobre a interpretação desse fato."
(ACv n. 2000.023443-5, de Itajaí, rel. Des. Trindade dos Santos).
PROVA TESTEMUNHAL
 Quanto à acareação:

 Cabível no caso de depoimentos contraditórios;

 Difícil ocorrer em razão do desgaste do ato;

 Indeferimento é recorrível na apelação;


PROVA TESTEMUNHAL
 Termo de depoimento conterá:
 Todas as perguntas formuladas com as respostas dadas pela testemunha;

 Perguntas indeferidas quando a parte requerer;

 Assinatura juiz, depoente e advogados das partes;


DEPOIMENTO PESSOAL

Conceito: Inquirição de uma das partes determinada pelo juiz,


de ofício ou a requerimento da parte adversa;

Determinação de ofício – a qualquer tempo antes da sentença;

A requerimento – deve ser pedido no momento de especificação


de provas;
DEPOIMENTO PESSOAL

Depoimento Pessoal x Interrogatório Livre

Interrogatório Livre:
 Depoimento da parte feito por determinação de ofício do juiz;
 Apenas ao magistrado é dado o direito de elaboração de
questionamentos;
 Pode ser múltiplo, pois a parte pode ser ouvida várias vezes no
processo;
DEPOIMENTO PESSOAL
Interrogatório Livre x Depoimento Pessoal:

 Quando o juiz determina a inquirição da parte de ofício;


 Deve o magistrado declarar do que se trata, se depoimento pessoal ou
interrogatório livre;
 Para caracterizar depoimento pessoal deve haver intimação da parte,
nos termos do art. 385, §1º do CPC;
DEPOIMENTO PESSOAL
Quando de ofício, caracteriza-se por depoimento pessoal:

 Realizado em momento específico da audiência de instrução e


julgamento;
 Depoimento pessoal pode haver perguntas formuladas pelas
partes;
 Sempre único;
 Possui força de prova;
DEPOIMENTO PESSOAL
A parte que não depôs não pode ouvir o depoimento da outra;

A parte responderá pessoalmente, sem auxílio de escritos


preparados;

Pode a parte usar de breves anotações;


DEPOIMENTO PESSOAL

Não pode ser realizado por terceiro detentor de procuração;

É ato intransmissível;

Possível depoimento pessoal de representantes de pessoas


jurídicas;
DEPOIMENTO PESSOAL

Depoimento pessoal de pessoa jurídica:

Pode ser realizado por preposto ou representante legal;

Não pode o preposto ou representante legal deixar de


responder pergunta, sob pena de confissão;
DEPOIMENTO PESSOAL
Não precisam depor – art. 388 do CPC:

 Fatos criminosos ou torpes;

 Por respeito, estado ou profissão deva guardar sigilo;

 Acerca de fatos que possa ocorrer desonra própria, cônjuge, companheiro


ou parente em grau sucessível ou que coloque em risco a vida de qualquer
uma dessas pessoas;
CONFISSÃO

Meio de prova o qual o juiz deve valorar e confrontar no


momento de elabora a decisão;

Confissão é quando uma parte admite um fato contrário


ao seu interesse e favorável a parte adversa;
CONFISSÃO

Os fatos deve ter sido afirmados pela parte contrária;

A confissão pode ser judicial ou extrajudicial;

A confissão do réu distingue-se do reconhecimento do pedido;


CONFISSÃO
A confissão é só a assunção de aspectos fáticos;

O reconhecimento do pedido possui é assumir as consequências


jurídicas também;

Reconhecimento do pedido gera extinção do feito com


resolução de mérito;
CONFISSÃO
Confissão é elemento probante – relação com fatos;

Reconhecimento do pedido é assumir as consequências jurídicas


todas possíveis;

Reconhecimento do pedido – art. 487, inc. III, alínea “a” CPC;


CONFISSÃO

É assumir a veracidade de fatos;

Reconhecimento do pedido ou renúncia ao direito é ato de


disposição do direito material;

Não há análise judicial da controvérsia;


CONFISSÃO
 Admissão:
 Postura ativa;
 Deixar de contestar fatos verdadeiros;
 Art. 302 do CPC;

Revelia:
 Presunção de veracidade dos fatos – admissão tácita;
CONFISSÃO

Elementos:

 Objetivo – fatos relevantes e contrários ao interesse da parte;

 Subjetivo – Pessoa;

 Intencional – consciência do que faz;


CONFISSÃO
 Confissão Judicial ou Extrajudicial;

 Extrajudicial:
 Art. 394 CPC;
 Mesma validade que a judicial;
 Por escrito pela parte ou mandatário com poderes especiais;
 Eficácia: somente quando a lei não exigir prova literal;
CONFISSÃO
Confissão judicial:
 Espontânea:
 Parte;
 Mandatário com poderes especiais;

 Provocada:
 Decorre do interrogatório da parte;
CONFISSÃO
Faz prova contra o confidente;

Não prejudica os litisconsortes;

Imóveis – necessária a confissão dos dois cônjuges, exceto se


casados em regime de separação total de bens;
CONFISSÃO
É indivisível;

Não pode o juiz considera-la em parte e desconsidera-la em


outra;

A confissão somente pode ser analisada como um todo;


CONFISSÃO

Confissão simples – contrários ao confidente;

Confissão complexa – favoráveis a outra parte;

Indivisibilidade – unidade dentro do contexto do depoimento


CONFISSÃO

Somente é possível divisão no caso de fatos novos;

Abertura prazo para apresentação nova defesa ou reconvenção;

Art. 395 CPC;


CONFISSÃO

Irretratável

Pode ser revogada no caso de coação, dolo ou erro;

Ação anulatória ou rescisória;


CONFISSÃO

Efetiva:
 Fatos assumidos pela própria parte diretamente;

Ficta:
 Decorre de presunções legais;
 Opera-se somente no âmbito do processo;
 Não ultrapassa para outras situações jurídicas alheias ao processo;
CONFISSÃO

“1 A pena de confissão ficta a que alude o § 2.º do art. 343 do Código


de Processo Civil gera apenas presunção relativa e não constitui óbice à
formação do convencimento do sentenciante à luz das demais provas
produzidas durante a etapa de dilação probatória. A confissão ficta vale apenas
como verdade provisória, a ser aferida em conjunto com os demais elementos
de prova trazidos a juízo, posto ser dever do magistrado buscar sempre a
verdade real dos fatos.” (AC nº 2013.030591-7, Des. Relator Trindade dos
Santos, j. em 25/07/2013, Segunda Câmara de Direito Civil, TJSC)
CONFISSÃO
AÇÃO CAUTELAR DE EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS. ART. 359 DO CPC.
PRESUNÇÃO DE VERACIDADE. NÃO APLICABILIDADE. RECURSO ESPECIAL
REPETITIVO. LEI N. 11.672/2008. RESOLUÇÃO/STJ N. 8, DE 07.08.2008.
APLICAÇÃO. 1. A presunção de veracidade contida no art. 359 do Código
de Processo Civil não se aplica às ações cautelares de exibição de documentos.
Precedentes. 2. Na ação cautelar de exibição, não cabe aplicar a cominação prevista no art.
359 do CPC, respeitante à confissão ficta quanto aos fatos afirmados, uma vez que ainda
não há ação principal em curso e não se revela admissível, nesta hipótese, vincular o
respectivo órgão judiciário, a quem compete a avaliação da prova, com o presumido teor do
documento 3. Julgamento afetado à 2ª. Seção com base no procedimento da Lei n.
11.672/2008 e Resolução/STJ n. 8/2008 (Lei de Recursos Repetitivos). 4. Recurso especial
a que se dá provimento. (REsp 1094846/MS, rel. Min. Carlos Fernando Mathias).
PROVA PERICIAL
Prova técnica;

Resultado é dado em forma de documento = Laudo;

Não incide contraditório no momento da realização;

Contraditório é posterior;
PROVA PERICIAL

Compete ao juiz analisar o cabimento quanto:

 Se a prova é desnecessária – fato não depende de conhecimentos


técnicos ou em relação as provas já produzidas;

 Impraticável;
PROVA PERICIAL

 Para analisar o cabimento da prova deve o magistrado pedir


esclarecimentos do objeto da prova;

 Compete a parte no momento oportuno demonstrar o cabimento e o


objeto da prova;

 Prova inútil ou impertinente – foge do objeto do litígio;


PROVA PERICIAL
“Mas, ainda que conhecido, é ele desprovido, pois é manifesta a impossibilidade
de se realizar a prova pericial, que teria por finalidade a "elucidação dos fatos,
uma vez que, trata-se de documento assinado 'em branco', no ano de 1983, para
garantia de dívida da empresa Transportes Coletivos XXXX Ltda." (fl. 38).
E, ao se reconhecer a desnecessidade de produção de outras provas (tanto em
decorrência da referida necessidade de realização da prova pericial, quanto da
inquirição de testemunhas e colheita de depoimento pessoal), afasta-se a
pretensão posta no agravo retido e de reconhecimento do cerceamento de
defesa.” (AC nº2010.058818-9, Rel. Des. Jânio Machado, j. em 09/05/2013,
Quinta Câmara de Direito Comercial, TJSC)
PROVA PERICIAL
“INDEFERIMENTO DA PROVA PERICIAL.
CERCEAMENTO DE DEFESA Estando o magistrado apto a
formar seu convencimento pleno e inabalável à vista das provas
arregimentadas aos autos, dispensando a produção da prova
pericial que se mostrar impertinente, não se há falar em
cerceamento de defesa.” (AC nº 2007.00709-2, Rel. Desa. Sônia
Maria Schmitz, j. em 14/12/2011, Quinta Câmara de Direito
Civil, TJSC)
PROVA PERICIAL

Como o destinatário natural da prova é o juiz, tem ele o poder de decidir


acerca da conveniência e da oportunidade de sua produção, visando a obstar
a prática de atos inúteis ou protelatórios (art. 130 do CPC), desnecessários à
solução da causa. Não há que se falar em cerceamento de defesa
pelo indeferimento de prova pericial, dês que, a par de oportunizados
outros meios de prova, aquela não se mostre imprescindível ao deslinde do
litígio (AI n. 2003.010696-0, de Itajaí, rel. Des. Alcides Aguiar).
PROVA PERICIAL

O indeferimento de prova pericial não caracteriza cerceamento de


defesa, visto que, mesmo cabendo às partes o ônus probante, o juiz é
quem verifica a sua conveniência, selecionando quais as provas
indispensáveis para a instrução e julgamento do feito, porquanto é livre a
apreciação da prova pelo Magistrado, que poderá ou não se valer da
perícia para julgar a lide (AC. n. 1997.012503-8, da Capital, rel. Des.
Fernando Carioni).
PROVA PERICIAL

 Demonstrar cabimento claro e objetivo acerca do objeto a ser periciado;

 Pertinência direta com o litígio;

 Não configura cerceamento de defesa o indeferimento da prova pericial


impertinente;
PROVA PERICIAL

Não configura cerceamento de defesa o indeferimento da prova


quando pelo conjunto probatório formado o juiz puder decidir;

Deve ser imprescindível o conhecimento técnico;


PROVA PERICIAL

Cabível ainda que o juiz possua conhecimentos técnicos do


objeto a ser periciado;

Compete trazer impressões técnicas, juízos especializados sobre


fatos relevantes da causa;
PROVA PERICIAL
Momento de requerer:

1. Rito da Lei nº 9.099/95:


 Petição Inicial;
 Contestação;

 Deve ser elaborado o pedido especificado com quesitos e a justificativa de pertinência


da prova;
PROVA PERICIAL

2. Rito Comum – Novo CPC:

 Pedido Genérico na fase postulatória;

 Especificação das provas, com fundamentação de pertinência e


quesitos na fase de saneamento do processo;
PROVA PERICIAL
 Perito – pessoa de confiança do juiz que tem por objetivo esclarecer
algum ponto que exija um conhecimento técnico especial;

 Pode ser recusado no caso de impedimento ou suspeição – art. 156, §4º


do CPC;

 Art. 144 e art. 145 do CPC;


PROVA PERICIAL

Arguição de Impedimento ou Suspeição do Perito:


15 dias;

Somente pode-se arguir as mesmas causas de impedimento


e suspeição aplicáveis aos juízes;
PROVA PERICIAL
Assistente técnico:

Perito da parte  dialoga com o perito sobre as questões técnicas;

Não está sujeito a impedimento ou suspeição;

Dever de observar as normas técnicas;


PROVA PERICIAL

Prova Pericial:
Completa  Avaliação, Exame ou Vistoria;

Simplificada Inquirição de especialista  art. 464, §2º do


CPC;
PROVA PERICIAL

Prova Pericial Simplificada:


De ofício ou a requerimento;
Menor complexidade do ponto controvertido;
Inquirição especialista na Audiência de Instrução e Julgamento;
Perito  formação acadêmica na área do ponto controvertido;
Permitido o uso de quaisquer recursos tecnológicos;
PROVA PERICIAL
Procedimento Prova Pericial Completa:
1. Nomeação do perito;
2. 15 dias para manifestação das partes:
 Arguir impedimento ou suspeição;
 Indicar assistente técnico;
 Apresentar quesitos;
PROVA PERICIAL

Procedimento Prova Pericial Completa:


3. 5 dias para o perito:
 Proposta de Honorários;
 Currículo;
 Contatos profissionais (e-mail) para fins de intimação;

4. 5 dias para as partes manifestarem-se quanto a proposta de


honorários
PROVA PERICIAL

Procedimento Prova Pericial Completa:


5. Apresentação do planejamento da perícia;
6. Comunicação do perito aos assistentes técnicos da data da
perícia com período mínimo de 5 dias;
7. Realização da perícia:
 Podem ser apresentados quesitos suplementares no momento da
perícia;
PROVA PERICIAL
Procedimento Prova Pericial Completa
8. Apresentação do laudo pelo perito – até 20 dias antes da
Audiência de instrução e julgamento;
9. Intimação das partes para apresentação de pareceres técnicos;
10.Apresentação dos pareceres técnicos;
11. 15 dias para perito manifestar acerca de inconsistências
apontadas pelas partes, juiz ou MP;
12.Audiência de instrução e julgamento;
PROVA PERICIAL

Honorários do Perito:
Devem ser pagos antes de se realizar a perícia;
Pode o juiz parcelar  50% antes da perícia e 50% ao
final do ato;
Perícia inconclusiva ou deficiente  permitida a
redução da verba honorária;
PROVA PERICIAL

Substituição do Perito:

Art. 468 CPC;


Se for recusado pelas partes  impedimento ou suspeição;
Faltar conhecimento técnico ou científico;
Sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo;
PROVA PERICIAL
Substituição do Perito:

Se for substituído por descumprimento do encargo:


 Notificação do Conselho de Classe para averiguar eventual
responsabilidade profissional;
 Imposição de multa:
 Valor da causa;
 Danos decorrentes do atraso no processo;
PROVA PERICIAL

Substituição do Perito:
Restituição de valores no prazo de 15 dias:
Não devolução  impedido de atuar como perito por 5
anos;
Não devolução  pode a parte promover execução contra o
perito;
PROVA PERICIAL

Escolha do Perito pelas Partes:


Art. 471 do CPC;
Requisitos:
Partes sejam capazes;
A causa possa ser solucionada mediante autocomposição;
PROVA PERICIAL

Laudo Pericial:

Deve constar todos os estudos, diligências e buscas de elementos


necessários para a realização do trabalho;

Documento escrito;
PROVA PERICIAL

Laudo Pericial – Estrutura:

1. Identificação das partes no processo;


2. Síntese do objeto da perícia;
3. Metodologia adotada;
4. Identificação das diligências realizadas;
PROVA PERICIAL

 Laudo Pericial – Estrutura:

5. Transcrição dos quesitos;


6. Respostas aos quesitos;
7. Conclusão;
8. Outras informações;
9. Rubrica em todas as folhas e assinatura na última página;
PROVA PERICIAL

Segunda Perícia:
Matéria não estiver suficientemente esclarecida;
Objeto  mesmos fatos da primeira perícia;
Não substitui a primeira perícia;
Livre valoração de cada perícia;
INSPENÇÃO JUDICIAL
Art. 481 do CPC;

Pode haver a assistência de peritos;

Pessoas ou coisas;
INSPENÇÃO JUDICIAL
Cabimento:

 Juiz entender necessário para esclarecimento dos fatos;


 Coisa não puder ser apresentada em juízo;
 Determinar a reconstituição dos fatos

Ao final deve ser lavrado termo;


AUDIÊNCIA
Ato pelo qual as partes se reúnem na presença do juiz para a
realização de conciliação ou instrução;

São realizadas normalmente duas por processo;

Conciliação e Instrução;
AUDIÊNCIA
Serão públicas, exceto nos casos de segredo de Justiça;

Juiz exerce o poder de polícia;

Juiz dirige os trabalhos, faz a colheita das provas e propicia que


advogados e promotores trabalhem com urbanidade;
AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO

• Principal ato processual da atividade cognitiva;

• Na audiência o juiz realizada grande parte da instrução


probatória;

• Ocorrerá sempre que houver necessidade de produção de


prova testemunhal;
AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO

• Não haverá:
1. Decisão que extingue o processo antes da necessidade de realização
da mesma;
2. Julgamento Antecipado de Mérito;
3. Realizada a conciliação.
AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO

Iniciada a audiência, deve o juiz tentar a conciliação;

Não obtida, deve o juiz proceder o início da instrução;


AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO

 Deve o juiz indicar os pontos controvertidos sob os quais se produzirão provas;

 Ordem das provas produzidas:


 Oitiva perito;
 Depoimento das partes – autor e réu;
 Oitiva das testemunhas – autor e réu;
AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO

Adiamento audiência:

 Convenção das partes;


 Não puderem comparecer por motivo justo partes, perito, testemunhas ou
advogados;
 Atraso injustificado de seu início superior a 30 minutos.
AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO

 Caso o advogado de uma das partes não compareça, poderão as provas de


tal parte serem dispensadas;

 Realizada a instrução, competem as partes realizarem suas alegações


finais pelo prazo de 20 minutos;

 Após a realização dos debates orais, compete ao juiz lavrar sentença


AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO

Roteiro:

1. Abertura pelo juiz, lavrando em ata a presença das partes e de


seus advogados;

2. Produção das provas na ordem legal acerca dos pontos


controvertidos;
AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO

3. Debates orais:
I. Advogado do autor;
II. Advogado do réu;
III. MP (quando couber)
 Tempo de 20 minutos prorrogáveis por mais 10 minutos;
 Quando houver litisconsórcio, o tempo de 30 minutos será dividido
igualmente entre os advogados dos litisconsortes;
AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO

4. Prolação da sentença ou encaminhamento dos autos para


gabinete para julgamento;

5. Lavratura do termo de audiência;

6. Encerramento do ato.
AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO

• A audiência é una e não pode ser desmembrada;

• Caso não seja possível a conclusão da audiência no dia


em que ela começou, suspende-se o ato para
prosseguimento no outro dia.
SENTENÇA

O que é sentença?

Ato que encerra a fase cognitiva do processo;

Art. 203, §1º do CPC;


SENTENÇA

Crise da sentença condenatória?

O que é prestação da tutela jurisdicional?


SENTENÇA

Conteúdos:
Classificação Quinária (Pontes de Miranda):

Declaratória;
Constitutiva;
Condenatória;
Mandamental;
Executiva Latu Sensu
SENTENÇA
 Necessidade de fundamentação;

 Direito fundamental processual;

 Art. 93, inc. IX, CF;

 Demonstração do raciocínio lógico jurídico;


SENTENÇA

Não se considera sentença fundamentada – art. 489, §1º


CPC:
§ 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória,
sentença ou acórdão, que:
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a
causa ou a questão decidida;
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no
caso;
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
SENTENÇA
Não se considera sentença fundamentada – art. 489, §1º CPC:
§ 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória,
sentença ou acórdão, que:
(....)
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão
adotada pelo julgador;
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes
nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem
demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.
SENTENÇA

Extinção do Processo:

Sentença:
 Sem análise de mérito  art. 485 do CPC;

 Com análise de mérito  art. 487 do CPC;


SENTENÇA
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:
I - indeferir a petição inicial;
II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;
III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar
a causa por mais de 30 (trinta) dias;
IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento
válido e regular do processo;
V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada;
SENTENÇA
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:
(...)
VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;
VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo
arbitral reconhecer sua competência;
VIII - homologar a desistência da ação;
IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição
legal; e
X - nos demais casos prescritos neste Código.
SENTENÇA
Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz:
I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção;
II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou
prescrição;
III - homologar:
a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na
reconvenção;
b) a transação;
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção.
SENTENÇA

Extinção do Processo:

Coisa julgada:
Formal  não resolve o mérito;
Material  resolve o mérito!
SENTENÇA
Sentença infra petita ou citra petita;

Sentença extra petita:


 Julgado de maneira diversa;

Sentença ultra petita:


 Julgado além do que foi pedido
SENTENÇA
 Elementos:

 Relatório;

 Fundamentação;

 Dispositivo
SENTENÇA

Fundamentação não faz coisa julgada;

Somente a parte dispositiva faz coisa julgada.


MUITO OBRIGADO!
THIAGO ANDRÉ MARQUES VIEIRA: Advogado e
Professor. Graduado e Mestre em Direito do Estado pela Universidade Federal de Santa Catarina –
UFSC. Especialista em Direito Processual Civil pelo Complexo de Ensino Superior de Santa
Catarina – CESUSC. Pós-graduando em Direito Eleitoral pela PUC-MG. Advogado com atuação em
direito eleitoral, administrativo e processual civil. Foi professor substituto da UFSC (2011-2012) e
do CESUSC (2012-2014). Atualmente é professor do Centro Universitário Católica de Santa
Catarina, lecionando as disciplinas relacionadas a Direito Processual Civil. Além disso, foi membro
da Comissão Nacional de Apoio ao Advogado em Início de Carreira, do Conselho Federal da OAB
(2013-2015) e ex-Presidente da Comissão Estadual do Jovem Advogado da OAB/SC (2014-2015).
Membro da 4ª Câmara Julgadora da OAB/SC (2016-2018). Coautor do livro “Presidentes: Um olhar
especial sobre a Jovem Advocacia”. É também professor convidado dos Cursos de Pós-Graduação
do Complexo de Ensino Superior de Santa Catarina – CESUSC, do Instituto de Consultoria
Educacional e Pós Graduação – ICEP e do Centro Universitário Estácio de Sá, além de ministrar
cursos e palestras relacionados a Direito Administrativo, Eleitoral e Processual Civil.

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