Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
INSTRUÇÕES:
O material do Curso será sempre enviado nas quartas-feiras,
via email. No caso de não recebimento nesse dia, antes de
solicitarem o reenvio, confiram a caixa de spam;
I.
2ª Rodada - Página |2
Sumário:
QUESTÕES OBJETIVAS
Atendendo a pedidos, inserimos, a partir dessa rodada, uma sessão contendo
apenas as questões objetivas, e não o gabarito/comentários, para que, assim, os
alunos possam efetivamente treinar e simular a prova real.
DIREITO CIVIL
1. O hospital que realiza transfusão de sangue, ainda que adote as cautelas exigidas por lei, é
responsável pelos danos causados a paciente que manifestou hepatite C, logo após a transfusão.
2. O hospital não pode cobrar, ou admitir que se cobre, dos pacientes conveniados a planos de
saúde, valor adicional por atendimentos realizados por seu corpo médico fora do horário
comercial.
3. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei, ou a
convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de
boa-fé, se não constar do instrumento da obrigação.
INTERNACIONAL PRIVADO
PROCESSO CIVIL
6. Compete à Justiça Federal processar e julgar demanda proposta em face do INSS com o objetivo
de ver reconhecido exclusivamente o direito da autora de receber pensão decorrente da morte do
alegado companheiro, ainda que seja necessário enfrentar questão prejudicial referente à
existência, ou não, da união estável.
10. Os Conselheiros dos Tribunais de Contas dos Estados possuem foro por prerrogativa de função
nas ações de improbidade administrativa.
PROCESSO PENAL
11. A simples leitura da pronúncia ou das demais decisões que julgaram admissível a acusação
conduz, por si só, à nulidade do julgamento, conforme prevê o CPP.
12. Embora seja a sentença o momento processualmente oportuno para a emendatio libelli, tal
procedimento comporta relativização em caso de erro de direito, quando a qualificação jurídica do
crime imputado repercute na definição da competência.
13. A competência do Juizado Especial Criminal será determinada pelo lugar em que se consumar o
crime, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.
DIREITO PENAL
14. Podem ser objeto de erro de tipo as condições objetivas de punibilidade, os fundamentos
pessoais de exclusão de pena e os pressupostos processuais.
15. Tratando-se de crime ambiental, a Lei 9605/98, à semelhança do Código Penal, autoriza a
conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos desde que, dentre outros
requisitos nela especificados, tratar-se de crime culposo ou for aplicada uma pena privativa de
liberdade não superior a quatro anos.
DIREITO CONSTITUCIONAL
16. A cláusula de reserva de plenário não se aplica às Turmas Recursais do Juizado Especial.
17. Conforme o entendimento pacífico da doutrina, emenda constitucional que acrescente direitos
e garantias individuais ao catálogo já previsto pelo constituinte originário de 1988 não pode ser
objeto de posterior abolição, haja vista tratar-se, agora, de cláusula pétrea.
18. As pessoas jurídicas fazem jus à assistência jurídica da Defensoria Pública da União, desde que
comprovem documentalmente a insuficiência de recursos econômicos.
19. A recondução do Defensor Público-Geral Federal para novo mandato de dois anos dispensa
nova aprovação pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal.
20. As Defensorias Públicas não dispõem de iniciativa legislativa para a criação e extinção de seus
cargos.
22. Depois de ter sido desligado do Departamento de Operações de Paz nas Nações Unidas, Paulo,
capitão de fragata da Marinha do Brasil, permaneceu nos Estados Unidos da América, pelo menos
um mês após o decurso do período de trânsito (12 de fevereiro de 2008 a 16 de março de 2008),
deixando assim de se apresentar ao lugar designado, Comando do Pessoal de Fuzileiros Navais, na
cidade do Rio de Janeiro. Em 10 de julho de 2008, o Ministério Público Militar o denunciou pela
conduta descrita no artigo 188, inciso I, do Código Penal Militar (caso assimilado ao de deserção).
A acusação foi recebida em 30 de julho de 2008. Em 10 de agosto subsequente, o juiz-auditor da 2ª
Auditoria da 1ª Circunscrição Judiciária Militar, no Rio de Janeiro, exarou decisão declarando a
incompetência daquele juízo e, em observância ao artigo 147 do Código de Processo Penal Militar,
determinou a remessa do processo, após o decurso do prazo para interposição de recurso, à
Auditoria da 11ª Circunscrição Judiciária Militar, órgão, no seu entender, competente pra conhecer
a causa, como estabelece a regra contida no artigo 91 do Código de Processo Penal Militar (“Os
crimes militares cometidos fora do território nacional serão, de regra, processados em Auditoria
da Capital da União”). No caso, a magistrada agiu corretamente, pois suplantado o período de
trânsito, o réu permaneceu no exterior por mais de oito dias, consumando-se, na hipótese, a figura
equiparada à deserção.
24. O tipo incriminador insculpido no artigo 290 do Código Penal Militar requer, para sua
configuração, o porte de substância entorpecente assim declarada pela ANVISA.
27. Nos casos concretos, se houver divergência entre as normas contidas no Código de Processo
Penal Militar e as de convenção ou tratado de que o Brasil seja signatário, prevalecerão as
primeiras.
28. A Lei nº 12.830, de 20 de junho de 2013 passou a conferir exclusividade ao delegado de polícia
para a condução de inquéritos policiais, inclusive os de natureza militar.
29. Todas as normas internacionais relativas a direitos humanos devem ser consideradas norma
de jus cogens.
30. Ao contrário do que sucede no direito internacional clássico, o direito internacional dos
direitos humanos não se fundamenta nos princípios da reciprocidade, da exclusividade, da
competência nacional, da não ingerência nos assuntos internos e da reversibilidade dos
compromissos.
DIREITO DO TRABALHO
ARTUR, vendedor de uma loja de roupas com início do vínculo em 01.12.2008, pediu demissão em
Janeiro de 2013. A empregadora exigiu que ARTUR cumprisse 12 (doze) dias de aviso prévio além
dos 30 (trinta) previstos, informando a ele que a nova legislação sobre o tema, Lei 12.506, vigente
a partir de 13.10.2011, garante um prazo maior de aviso.
32. ARTUR não precisa conceder aviso prévio ampliado à empregadora, pois a extensão do prazo é
um benefício previsto exclusivamente para o empregado.
33. Caso Artur tivesse sido demitido antes de 13.10.2011, não haveria extensão do prazo de aviso
prévio a seu favor, pois a citada lei não retroage para beneficiar o trabalhador.
34. O prazo prescricional referente a depósitos não realizados de FGTS na conta vinculada do
trabalhador, previsto no art. 23, §5º, da Lei 8.036/90 é de 30 (trinta) anos. Contudo, em virtude da
previsão constitucional referente à prescrição das ações trabalhista (art. 7º, XXIX da CRFB/88), no
curso do contrato de trabalho o prazo a ser aplicado à prescrição dos depósitos não realizados de
FGTS é o quinquenal, como já sedimentou o TST.
35. A reconvenção, modalidade de resposta do réu que se constitui não em defesa, mas verdadeiro
contra-ataque face o autor, é compatível com o processo do trabalho, possuindo regramento
previsto por expresso na CLT.
36. Em virtude do valor da causa, a demanda poderia ter sido proposta pelo Rito Sumaríssimo,
justificando-se, porém, a opção do Defensor Público Federal pelo rito ordinário em virtude da
presença da Autarquia federal no pólo passivo.
37. ANA, ainda que sua reclamação trabalhista tivesse por objeto valor acima de 40 (quarenta)
salários mínimos, poderia ter ingressado com a ação por conta própria, sem representação pela
DPU ou por advogado.
Seria permitido à obreira até mesmo interpor o Recurso ordinário para o TRT, no caso de eventual
sentença desfavorável.
DIREITO ADMINISTRATIVO
38. Por ser a desapropriação forma originária de aquisição de propriedade, eventual hipoteca que
recaía sobre um imóvel desapropriado será desconstituída, ficando o credor hipotecário sub-
rogado no valor pago, a título de indenização.
39. O prazo prescricional para que a Administração pública federal, direta ou indireta, inicie ação
punitiva com base no poder de polícia é de cinco anos, contados da data da ciência da prática do
ato ou, se infração permanente, do dia em que tiver cessado. Iniciado o procedimento
administrativo, caso paralisado por período superior a três anos por ausência de julgamento ou
despacho, igualmente haverá prescrição.
EDILSON SANTANA
Defensor Público Federal em Manaus/AM e ex Defensor Público do Estado do Maranhão
Mediador das disciplinas de Direito Internacional Privado e Direito Civil
DIREITO CIVIL
Ponto 13.2 –Teoria da responsabilidade civil objetiva do fornecedor, por defeitos do produto e da
prestação de serviços: acidentes de consumo. (consumidor).
2. O hospital não pode cobrar, ou admitir que se cobre, dos pacientes conveniados
a planos de saúde, valor adicional por atendimentos realizados por seu corpo
médico fora do horário comercial.
Pontos 3 e 14.4 – Dos fatos e atos jurídicos: forma, prova, modalidades, defeitos, nulidade,
anulabilidade, inexistência, ineficácia e consequência; Das práticas abusivas.
A Quarta Turma do STJ decidiu (RESP 1.324.721 - MG) que tal cobrança ao consumidor é
ilegal, por violar os princípios da probidade e da boa-fé objetiva, previstos no artigo 422
do Código Civil (Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do
contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé). “A boa-fé objetiva
significa uma atuação (...) pensando no outro, no parceiro contratual, respeitando seus
interesses legítimos, suas expectativas razoáveis, seus direitos, agindo com lealdade, sem
abuso, sem obstrução, sem causar lesão ou desvantagem excessiva, cooperando para
atingir o bom fim das obrigações: o cumprimento do objetivo contratual e a realização dos
interesses das partes". (MARQUES, Cláudia Lima. Contratos no código de defesa do
consumidor. 3. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1999, v. I, p. 106 e 107.). Ao
contratar um plano ou seguro de assistência privada à saúde, o consumidor tem a
legítima expectativa de que, no tocante aos procedimentos médico-hospitalares
cobertos, a empresa contratada arcará com os custos necessários, isto é, que haverá
integral assistência para a cura da doença. Assim, cuida-se de injusta cobrança, em
prevalecimento sobre a vulnerabilidade do consumidor, de custo que está ou deveria
estar coberto pelo preço cobrado da operadora do plano de saúde - negócio jurídico
mercantil do qual não faz parte o consumidor usuário do plano-, caracterizando-se como
conduta manifestamente abusiva, vedada pelos arts. 39, IV, X e 51, III, IV, X, XIII, XV, do
CDC e 422 do CC/2002. CERTO
da obrigação (p. ex., as prestações personalíssimas) ou for proibido por lei ou contrato (...)
Protege-se, porém, o cessionário de boa-fé quando a cláusula proibitiva da cessão não
consta do próprio instrumento da obrigação. Assim, tendo eventualmente credor e devedor
pactuado a intransmissibilidade da obrigação num documento apartado, ela não
prejudicará os direitos de cessionários que dele não tiverem notícia (CC, art. 286, in fine).”
CERTO
INTERNACIONAL PRIVADO
______________________________________
PEDRO WAGNER
Defensor Público Federal em Boa Vista/RR
Mediador das disciplinas de Direito Internacional Privado e Processo Civil
PROCESSO CIVIL
Outra questão retirada de informativo da Corte Superior. A atenção aqui tem que ser no
fundamento. O julgado da 2ª Seção do STJ nos diz que a reclamação não é cabível para
impugnar a decisão que remete agravo interposto contra decisão do Tribunal a quo que
não admite o recurso especial, por entender que não há de se falar em preservação de
sua competência e garantia da autoridade de suas decisões. Vamos ao Informativo do
STJ n.º 517 novamente:
Matéria que certamente será cobrada em alguma fase do certame, quiçá não seja
cobrada em todas as fases. É matéria cara e ululante para a Defensoria Pública,
10. Os Conselheiros dos Tribunais de Contas dos Estados possuem foro por
prerrogativa de função nas ações de improbidade administrativa.
Não vamos confundir Processo Penal com Processo Civil. Seria uma pegadinha fácil de
caírem. Eis a resposta no Informativo n.º 527 do STJ:
CAIO PAIVA
Defensor Público Federal em Manaus/AM e editor do site www.oprocesso.com
Mediador das disciplinas de Direito Penal, Processo Penal, Direito Constitucional e Princípios
Institucionais da Defensoria Pública
PROCESSO PENAL
Inicialmente, não pensem que crimes contra a vida só ocorrem e são julgados na Justiça
Estadual. É claro que a frequência de julgamentos pelo Tribunal do Júri, na Justiça
Federal, é consideravelmente menor do que a verificada na Justiça Estadual, mas
existem e em muitos casos a DPU atua na defesa dos acusados. Vejam dois casos
recentes:
http://www.dpu.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=18808:defen
sores-atuam-em-tribunal-do-juri-em-manaus-am&catid=79&Itemid=220 e
http://www.dpu.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=16406:indig
ena-e-absolvido-pelo-tribunal-do-juri-em-rondonia&catid=79&Itemid=220. Portanto,
não deixem de estudar de forma cuidadosa o procedimento do júri, item específico do
edital, conforme indicado acima, e que foi objeto de duas questões na prova objetiva do
concurso da DPU/2010 (81 e 82).
No que diz respeito ao enunciado proposto, esse traz uma “pegadinha”. Ao contrário do
afirmado, o CPP proíbe as referências à decisão de pronúncia, bem como às decisões
posteriores que julgaram admissível a acusação, apenas quando feitas como argumento
de autoridade (art. 478, I). Logo, a simples leitura da pronúncia não conduz à nulidade
do julgamento. Nesse sentido, decidiu recentemente o STJ: “As referências ou a leitura da
decisão de pronúncia durante os debates em plenário do tribunal do júri não acarretam,
necessariamente, a nulidade do julgamento, que somente ocorre se as referências forem
feitas como argumento de autoridade que beneficiem ou prejudiquem o acusado” (AgRg no
REsp 1235899, 6ª Turma, j. 05/11/2013). No mesmo sentido, a 5ª Turma: “A simples
leitura da pronúncia ou das demais decisões que julgaram admissível a acusação não
conduz, por si só, à nulidade do julgamento, o que só ocorre quando a menção a tais peças
processuais é feita como argumento de autoridade, de modo a prejudicar o acusado” (HC
248617, j. 05/09/2013). ERRADO
Tema importantíssimo, que pode ser cobrado em qualquer uma das fases do concurso.
Trata-se de um pleito frequentemente apresentado pela Defensoria, qual seja, o da
correção antecipada do abuso de acusar do Ministério Público. Noutras palavras, a
possibilidade da emendatio libelli ser praticada no instante processual do recebimento
da denúncia, e não (apenas) na sentença. A jurisprudência sobre o tema, conforme já tive
a oportunidade de anotar no site (http://oprocesso.com/2012/06/19/a-emendatio-
libelli-pode-ser-feita-no-ato-de-recebimento-da-denuncia/), ainda é vacilante, não
havendo, a meu ver, uma situação definitiva, embora veja uma tendência na não
admissão desta prática, o que é lamentável. De qualquer forma, ao menos num caso os
Tribunais Superiores têm, com certa segurança, aceitado a emendatio no recebimento da
denúncia: quando a capitulação jurídica feita pelo MP repercutir na definição da
competência. Nesse sentido, recomendo a leitura do HC 115831 (STF, 1ª Turma, rel. min.
Rosa Weber, j. 22/10/2013). Fiz um resumo da decisão, com algumas reflexões minhas,
no site: http://oprocesso.com/2013/12/20/emendatio-libelli-e-competencia/. Vale a
pena ler, também, para ampliar o conhecimento, o voto do Min. Sepúlveda Pertence no
HC 84653. CERTO
Ponto 5.6.1 – Procedimento dos Juizados Especiais Criminais; e Ponto 3.1 - Competência.
Juizado será determinada pelo lugar em que foi praticada a infração penal”. Logo, tem-se
que no JECrim adota-se a teoria da atividade, e não a do resultado. Outra exceção à regra
prevista no CPP pode ser encontrada no ECA, cujo art. 147, § 1º, assegura que “Nos casos
de ato infracional, será competente a autoridade do lugar da ação ou omissão, observadas
as regras de conexão, continência e prevenção”. ERRADO
DIREITO PENAL
Eis um tema com alta incidência em provas de concursos: o erro no Direito Penal. Por se
tratar de assunto com certa complexidade, recomendo o seu estudo num Curso/Manual
mais abrangente. Bitencourt define o erro de tipo como sendo aquele que “recai sobre
circunstância que constitui elemento essencial do tipo. É a falsa percepção da realidade
sobre um elemento do crime. É a ignorância ou a falsa representação de qualquer dos
elementos constitutivos do tipo penal” (BITENCOURT. Cezar Roberto. Tratado de Direito
Penal – Parte Geral – Volume 1. 15ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 446). O Código Penal,
por sua vez, embora não conceitue expressamente o erro de tipo, declina qual a sua
consequência no art. 20, caput: “O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime
exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei”. Com essa
brevíssima introdução, voltemos ao enunciado: o erro de tipo assume, no Direito Penal
brasileiro, extensão o bastante para abrigar também a falsa percepção do agente a
respeito das condições objetivas de punibilidade, fundamentos pessoais de exclusão da
pena e pressupostos processuais? A resposta é negativa e nos é transmitida na lição de
Juarez Cirino dos Santos, que, após conceituar o erro de tipo como um “defeito na
formação intelectual do dolo”, assevera que não podem ser objeto de erro de tipo “as
condições objetivas de punibilidade, os fundamentos pessoais de exclusão da pena e os
pressupostos processuais, que não são elementos objetivos do tipo” (SANTOS, Juarez Cirino
dos. Direito Penal – Parte Geral. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008, p. 153-154). ERRADO
DIREITO CONSTITUCIONAL
A cláusula de reserva de plenário, também conhecida por “full bench”, encontra previsão
no art. 97 da CF, que dispõe o seguinte: “Somente pelo voto da maioria absoluta de seus
membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público”. Notem que o texto da CF
usa a expressão “tribunais”. As Turmas Recursais do Juizado Especial podem ser
consideradas “tribunais”? A resposta é não e, justamente com esse fundamento, o STF já
decidiu que “A regra da chamada reserva do plenário para declaração de
inconstitucionalidade (art. 97 da CF) não se aplica, deveras, às turmas recursais de juizado
especial. Mas tal circunstância em nada atenua nem desnatura a rigorosa exigência de
juntada de cópia integral do precedente que tenha, ali, pronunciado inconstitucionalidade
de norma objeto de recurso extraordinário fundado no art. 102, III, b, da Constituição da
República, pela mesmíssima razão por que, a igual título de admissibilidade do recurso,
não se dispensa juntada de cópia de acórdão oriundo de plenário” (RE 453744, 1ª Turma,
j. 13/06/2006). CERTO
O termo “pacífico” constante do enunciado já deve, por si só, ser visto com desconfiança
pelo concurseiro. A discussão colocada nessa questão é muito interessante, mas aqui não
seria o momento oportuno para avançarmos em demasia, me parecendo o bastante
adverti-los apenas que, ao contrário do afirmado, não se trata de “entendimento
pacífico” na doutrina. Como pano de fundo, tem-se a seguinte polêmica: o poder
constituinte reformador pode limitar-se a si próprio ou essa seria uma atribuição
exclusiva do poder constituinte originário? Paulo Gustavo Gonet Branco inicia a
discussão afirmando que as cláusulas pétreas “se fundamentam na superioridade do
poder constituinte originário sobre o de reforma. Por isso, aquele pode limitar o conteúdo
das deliberações deste. Não faz sentido, porém, que o poder constituinte de reforma limite-
se a si próprio”. E prossegue dizendo que “não é cabível que o poder de reforma crie
cláusulas pétreas. Apenas o poder constituinte originário pode fazê-lo” (BRANCO, Paulo
Gustavo Gonet. Em coautoria com MENDES, Gilmar Ferreira; e COELHO, Inocêncio
Mártires. Curso de Direito Constitucional. 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 2008, p. 259).
Conclui-se, portanto, com a lição de que não se trata, diversamente do afirmado no
enunciado, de um entendimento pacífico na doutrina, havendo quem entenda que
direitos e garantias fundamentais acrescidas por meio de EC poderiam ser
posteriormente abolidas. ERRADO
do Sul (art. 121, § 1º) e a Lei Complementar n. 136/2012, que organiza a Defensoria
Pública do Estado de Santa Catarina, conferem às respectivas Defensorias a mencionada
iniciativa legislativa. Sobre essa previsão em legislação local, a doutrina entende por
controversa a constitucionalidade (SOARES DOS REIS, Gustavo Augusto; ZVEILBL,
Daniel Guimarães; JUNQUEIRA, Gustavo. Comentários à Lei da Defensoria Pública. São
Paulo: Saraiva, 2013, p. 27). Sobre o tema, confira-se, ainda, o teor da PEC 487/2005, em
trâmite no Congresso Nacional, que atribui às Defensorias a iniciativa legislativa para
criação/extinção de cargos, conforme se vê em seu art. 134, § 2º: “À Defensoria Pública é
assegurada autonomia funcional, administrativa e financeira, podendo, observado o
disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e
serviços auxiliares (...)”. CERTO
______________________________________
ALDO COSTA
Assessor de ministro do STF. É bacharel em direito pela USP (1999). Foi professor substituto da Faculdade
de Direito da UnB (2002-2006), conselheiro da Comissão de Anistia (2002), pesquisador visitante no Max-
Planck-Institut für ausländisches und internationales Strafrecht (2007) e assessor especial do Ministro da
Justiça (2010-2011)
Mediador das disciplinas de Direito Penal Militar, Processo Penal Militar, Direito Internacional Público e
Direitos Humanos
22. Depois de ter sido desligado do Departamento de Operações de Paz nas Nações
Unidas, Paulo, capitão de fragata da Marinha do Brasil, permaneceu nos Estados
Unidos da América, pelo menos um mês após o decurso do período de trânsito (12
de fevereiro de 2008 a 16 de março de 2008), deixando assim de se apresentar ao
lugar designado, Comando do Pessoal de Fuzileiros Navais, na cidade do Rio de
- Nos termos do art. 188, I, do CPM, incorre na mesma pena do crime de deserção o
militar que não se apresenta no lugar designado dentro de 8 dias, findo o prazo de
trânsito.
- O Código Penal Comum consagra o princípio da territorialidade como regra (art. 5º) e o
da extraterritorialidade como exceção (arts. 7º, 8º e 9º). Diferentemente, o Código Penal
Militar contempla ambos os princípios, como regra única. Inclusive é irrestrita a
aplicação da extraterritorialidade, em face de os crimes militares afetarem as
instituições militares e poderem ser totalmente praticados em outro país. Com a adoção,
como regra, do princípio da extraterritorialidade, a lei penal castrense alcança sempre o
crime militar, mesmo quando, totalmente, praticado fora do território nacional.
- As disposições contidas no art. 6º do CPM (lugar do crime) são relevantes para o
Código de Processo Penal Militar, porque determina a competência do foro de que
tratam, sob a epígrafe “Da competência pelo lugar da infração”.
24. O tipo incriminador insculpido no artigo 290 do Código Penal Militar requer,
para sua configuração, o porte de substância entorpecente assim declarada pela
ANVISA.
- No caso sob exame, a consumação da deserção se deu enquanto o paciente ainda era
menor de vinte e um anos. Entretanto, ele apresentou-se voluntariamente ao batalhão
em 16/9/2010, ou seja, após completar essa idade, o que serviu de fundamento para que
não fosse reconhecida a prescrição.
- Segundo a doutrina e a reiterada jurisprudência do STM, referendada por inúmeros
julgados do STF, o crime de deserção é de natureza permanente. Crime permanente é
aquele cuja consumação se protrai no tempo, dependente da atividade do agente, e que
poderá cessar quando este quiser. Não se confunde com crime instantâneo de efeitos
permanentes e independe da existência de resultado.
- O marco inicial da contagem do prazo prescricional, assim, é a data em que cessa a
permanência, ou seja, da captura ou, como no caso, a apresentação voluntária do
desertor.
- Por fim, em sendo o crime permanente, a redução do prazo prescricional prevista no
artigo 129 do CPM não aproveita o réu. É que a dicção do artigo 129 do CPM ao
mencionar a expressão “ao tempo do crime” como causa de redução pela metade do
cálculo do prazo prescricional, impõe que seja considerada a data em que cessa a
permanência, sendo certo que se o réu atinge a maior idade de vinte e um anos durante
a constância, assim será considerado para todos os fins penais.
- O professor Cláudio Amin sustenta que a deserção é crime instantâneo de efeitos
permanentes, entendimento que pode ser adotada em provas discursivas da Defensoria
Pública. ERRADO
tempo da sentença, ainda que fosse ela inexistente à época do fato (Heleno Fragoso, “A
Lei Penal no Tempo”, Revista do Superior Tribunal Militar, ano I, n. 1, 1975).
- Guilherme Nucci, Pierangeli e Zaffaroni, Mirabete, Silva Franco, Paulo José da Costa
Júnior e Celso Delmanto reputam não ter sido o dispositivo recepcionado pela
Constituição Federal de 1988. Em sentido contrário, admitem a aplicação imediata da
medida de segurança: Francisco de Assis Toledo, Luiz Vicente Cernicchiaro, Feu Rosa e
Lycurgo de Castro Santos, ante os seguintes argumentos: 1º) a aplicação de uma medida
pressupõe que ela é mais eficaz que a anterior a fim de diminuir ou eliminar a
probabilidade de que o indivíduo cometa no futuro outros delitos (retroatividade em
benefício do réu); 2º) aplica-se, conforme os juízos sucessivos, uma consequência legal –
a nova medida de segurança – existente no momento em que se comprova a
periculosidade do agente: o que permite a aplicação da medida não é o fato criminoso,
que opera como simples garantia, senão o estado periculoso do agente (aspecto
subjetivo).
- Nas provas objetivas, em sendo cobrado o dispositivo em sua literalidade, aconselha-se
marcar a questão como correta. CERTO
- Nos termos do artigo 1º, §1º do Código de Processo Penal Militar, nos casos concretos,
se houver divergência entre essas normas e as de convenção ou tratado de que o Brasil
seja signatário, prevalecerão as últimas. Não obstante, o STM tem decidido que: (a) a
incidência do art. 290 do CPM não ofende as Convenções de Nova York e de Viena,
tampouco à Constituição Federal; (b) o art. 8º do Pacto de São José da Costa Rica refere-
se às garantias judiciais do acusado, o que não se coaduna com a fase inquisitorial; (c) a
citação editalícia, prevista no art. 286 do CPPM, bem como a decretação da revelia,
autorizada pelo art. 292 do mesmo Código Adjetivo Castrense, não atestam qualquer
afronta aos dispositivos da Carta Magna de 88, da Convenção Interamericana de Direitos
Humanos e do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos; (d) o depoimento
prestado pelo acusado, na qualidade de testemunha, durante a feitura do inquérito
policial militar não viola o art. 8º, nº 2, letra "g", do Pacto de São José da Costa Rica.
- Aplica-se a lei penal militar, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito
internacional, ao crime cometido, no todo ou em parte no território nacional, ou fora
dele, ainda que, neste caso, o agente esteja sendo processado ou tenha sido julgado pela
justiça estrangeira (CPM, art. 7º)
- Os militares estrangeiros, quando em comissão ou estágio nas forças armadas, ficam
sujeitos à lei penal militar brasileira, ressalvado o disposto em tratados ou convenções
internacionais (CPM, art. 11).
- Na aplicação do art. 395 do CPM, serão considerados os tratados e as convenções
internacionais, aceitos pelo Brasil relativamente ao tratamento dos prisioneiros de
guerra. ERRADO
Ponto 1 – Estrutura jurídica: Conceitos básicos de Direito Internacional – Direito Internacional dos
Direitos Humanos
______________________________________
ALEXANDRE CABRAL
Defensor Público Federal em Brasília/DF
Mediador das disciplinas de Direito do Trabalho, Processo do Trabalho e Direito Administrativo
DIREITO DO TRABALHO
Pontos: 25. Trabalho da mulher Estabilidade da gestante. Trabalho noturno e trabalho proibido.
21. Trabalho extraordinário e trabalho noturno.
O art. 7º, IX da CRFB/88 prevê que o trabalho noturno tenha remuneração superior ao
diurno. Trata-se, portanto, de garantia constitucional. A CLT, art. 73, estabelece que o
horário noturno dos trabalhadores urbanos será de 22h as 5h , com adicional de 20%.
O §1º do art. 73 diz que a hora de trabalho noturno será computada a cada 52minutos e
30segundos. É a “hora noturna reduzida”, que beneficia o trabalhador. Obs: Há
categorias com regra própria, afastando a aplicação deste artigo, caso dos petroleiros.
De fato, pasmem, à mulher já foi vedado o trabalho noturno, labor este hoje lícito e que
segue a mesma regra (hora reduzida e adicional de 20%) aplicável aos homens,
embora com diferente localização topográfica no texto consolidado (homens art. 73 e
mulheres art. 381, da CLT). O trabalho rural está regulado pela Lei nº 5.889/73,
regulamentado pelo Decreto nº 73.626/74 e previsto no artigo 7º da Constituição
Federal/88. É o trabalhador rural que possui adicional noturno de 25%, inexistindo
previsão diversa em virtude do sexo (gênero) do obreiro (art. 7º e parágrafo único, Lei
5.889/73).
Observe o atento candidato também tema muito cobrado sobre o ponto, os horários de
trabalho noturno do trabalhador rural, que são diversos entre si. Assim:
1. Se trabalhador da Lavoura (agricultura) o horário noturno é das 21h às 5h. 2. Se
obreiro na Pecuária, é de 20h às 4h. Para ambos a hora de trabalho noturno rural é a
hora normal, 60 (sessenta) minutos. ERRADO
32. ARTUR não precisa conceder aviso prévio ampliado à empregadora, pois a
extensão do prazo é um benefício previsto exclusivamente para o empregado.
Segundo a CRFB/88, art. 7º, XXI c/c Lei 12.506 de 2011 (art. 1º), para cada ano completo
trabalhado o obreiro faz jus a mais 03 (três) dias de aviso prévio, até um máximo de 60
dias (correspondendo a vinte anos de trabalho) que, somados aos 30 (trinta) dias
básicos, podem significar um prazo máximo de 90 (noventa) dias – o “teto”, portanto, do
aviso prévio estendido. Recordemos que o Ministério do Trabalho editou,
regulamentando a Lei 12.506/2011, a Nota Técnica Nº 184/2012, onde assevera que os
dias extras de aviso prévio são apenas “pró trabalhador”. Nesse sentido, da previsão ser
exclusiva em prol do trabalhador, vêm sendo as decisões judiciais sobre o tema. Assim,
quando o obreiro pede demissão, independente do tempo de vínculo, deve conceder
sempre apenas 30 (trinta) dias ao empregador. O regulamento citado merece leitura e se
baseia, corretamente, no fato do art. 7º, XXI, da Constituição ser previsto como benefício
dos trabalhadores, não havendo contrapartida ao empregador equivalente.
Vale frisar, ainda, que a própria Lei 12.506/2011 afirma referir-se somente aos
empregados, isso em seu art. 1º, verbis: “Art. 1o O aviso prévio, de que trata o Capítulo VI
do Título IV da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no
5.452, de 1o de maio de 1943, será concedido na proporção de 30 (trinta) dias aos
empregados que contem até 1 (um) ano de serviço na mesma empresa.”. CERTO
33. Caso Artur tivesse sido demitido antes de 13.10.2011, não haveria extensão do
prazo de aviso prévio a seu favor, pois a citada lei não retroage para beneficiar o
trabalhador.
O prazo para ações com objeto de questionar depósitos fundiários não realizados é legal
(Lei 8.036/90) e trintenário, como pacífico nas cortes superiores pátrias. Na seara
laboral, estando em curso o vínculo, aplica-se a mesma regra. Havendo término ou
extinção do vínculo de emprego, porém, a prescrição bienal, que atinge as ações
trabalhistas em geral, deve ser aplicada, conforme determina a Súmula 362 do TST,
verbis: “Contrato de Trabalho - Prazo Prescricional - Reclamação - Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço. É trintenária a prescrição do direito de reclamar contra o não-
recolhimento da contribuição para o FGTS, observado o prazo de 2 (dois) anos após o
36. Em virtude do valor da causa, a demanda poderia ter sido proposta pelo Rito
Sumaríssimo, justificando-se, porém, a opção do Defensor Público Federal pelo
rito ordinário em virtude da presença da Autarquia federal no pólo passivo.
O Rito Sumaríssimo trabalhista foi criado pela Lei 9.957/2000 e tem regramento
previsto nos arts. 852-A ao 852-H da CLT. Importante destacar que, ao contrário do que
ocorre no âmbito do processo cível da justiça estadual, onde a opção pelo rito
sumaríssimo é facultada ao autor da ação, na seara laboral a ação cujo valor seja inferior
a 40 (quarenta) salários mínimos DEVE, regra geral, ser proposta pelo rito sumaríssimo,
não se tratando de opção mas determinação legal. Todavia, excluem-se do rito
sumaríssimo, independentemente do valor da ação, a Administração Pública Direta,
Autárquica ou fundacional (art. 852-A, parágrafo único, CLT). Tem-se, pois, que não era
opção do Defensor Público Federal o rito a ser seguido, estando eivada de vício a
assertiva em comento. Observe o atento candidato que não há se confundir o rito
sumaríssimo com o Rito Sumário, este previsto na Lei 5.584/70, destinado às demandas
cujo valor não exceda a dois salários mínimos. O rito sumário, segundo doutrina
amplamente majoritária (Wagner Giglio, Carlos Henrique Bezerra Leite) e
jurisprudência, segue vigente e é compatível com a existência do Rito Sumaríssimo,
sendo a nomenclatura de ambos causa de grande confusão, frequentemente explorada
em certames. ERRADO
37. ANA, ainda que sua reclamação trabalhista tivesse por objeto valor acima de
40 (quarenta) salários mínimos, poderia ter ingressado com a ação por conta
própria, sem representação pela DPU ou por advogado.
Seria permitido à obreira até mesmo interpor o Recurso ordinário para o TRT, no
caso de eventual sentença desfavorável.
Vige na seara laboral, de forma bastante ampla, a capacidade postulatória da parte (seja
ela autor ou réu), o denominado Jus Postulandi. A previsão está contida no art. 791 da
CLT (e também no art. 839 do texto consolidado). Pela importância, reproduzimos a
norma (grifamos):
Assim, correta a assertiva ao asseverar que a reclamação de ANA poderia ser proposta
sem advogado (ou defensor público federal) a representa-la, mesmo quando de
interposição de recurso ordinário ao TRT. Observe-se que diversa situação ocorreria na
interposição de Recurso de Revista ou outra espécie recursal perante o TST, onde
inadmitido o Jus Postulandi por sedimentada construção doutrinária e jurisprudencial, já
sumulada. Trata-se do entendimento no sentido de que em certas ações é indispensável
o conhecimento técnico para correta representação da parte. Tal é a disciplina prevista
na Súmula 425 do TST: “ S. 425/TST Jus Postulandi - Justiça do Trabalho - Alcance –
Limitação. O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas
DIREITO ADMINISTRATIVO
A questão exige conhecimento da Lei 9.873/99, tema abordado com frequência pelo
CESPE e por isso merecedor de atenção. Em geral a confusão (ou “peguinha”) se oculta
na afirmação (aqui, na primeira parte da assertiva) quanto ao início do prazo
prescricional, que é contado do dia da prática do ato e não, como afirma o caput, da data
em que dele tiver ciência a Administração. A resposta se evidencia pela leitura do art. 1º
e seu parágrafo único da legislação em estudo, verbis (grifamos):
O Supremo tribunal Federal tem, ao contrário do que afirma a assertiva, decidido que
inexiste responsabilidade estatal por crime praticado por preso, quando decorridos
meses após a fuga. Trata-se da constatação de que o nexo de causalidade é aplicável
mesmo às hipóteses de responsabilidade objetiva, e no ordenamento pátrio exige-se
para tanto que o dano seja direto e imediato (RE 130.764/PR Rel. Min Moreira Alves).
Como bem explica em matéria esclarecedora nosso mediador, Aldo de Campos Costa
(grifamos):
QUESTÕES DISSERTATIVAS
PEDRO WAGNER
Defensor Público Federal em Boa Vista/RR
Mediador das disciplinas de Direito Internacional Privado e Processo Civil
PROCESSO CIVIL
Máximo de 20 linhas
CAIO PAIVA
Defensor Público Federal em Manaus/AM e editor do site www.oprocesso.com
Mediador das disciplinas de Direito Penal, Processo Penal, Direito Constitucional e Princípios
Institucionais da Defensoria Pública
Caso o Congresso Nacional aprove lei federal que atribua à Defensoria Pública da União
a defesa judicial de servidores públicos federais processados civil ou criminalmente em
razão do regular exercício do cargo, tal norma conflitaria com a Constituição Federal?
Responda motivadamente.
Máximo de 20 linhas
ALDO COSTA
Assessor de ministro do STF. É bacharel em direito pela USP (1999). Foi professor substituto da Faculdade
de Direito da UnB (2002-2006), conselheiro da Comissão de Anistia (2002), pesquisador visitante no Max-
Planck-Institut für ausländisches und internationales Strafrecht (2007) e assessor especial do Ministro da
Justiça (2010-2011)
Mediador das disciplinas de Direito Penal Militar, Processo Penal Militar, Direito Internacional Público e
Direitos Humanos
DIREITOS HUMANOS
Máximo de 20 linhas
ALEXANDRE CABRAL
Defensor Público Federal em Brasília/DF
Mediador das disciplinas de Direito do Trabalho, Processo do Trabalho e Direito Administrativo
DIREITO ADMINISTRATIVO
Máximo de 20 linhas
PEÇA JUDICIAL
EDILSON SANTANA
Defensor Público Federal em Manaus/AM e ex Defensor Público do Estado do Maranhão
Mediador das disciplinas de Direito Internacional Privado e Direito Civil
DIREITOS CIVIL
Tício afirmou, ainda, que nenhum dos moradores da área tem para onde ir, pois
não possuem condições de adquirir um imóvel, e que o sonho de todos sempre foi
ter uma casa própria, o que considera impossível, pois em suas palavras “os
mesmos nunca foram e nunca serão proprietários de qualquer imóvel, seja na
cidade ou no campo”.
Diante da narrativa o Defensor Público procedeu aos atos necessários e constatou
a veracidade dos fatos, tudo devidamente documentado no Procedimento de
Assistência Jurídica – PAJ.
Diante da situação hipotética acima descrita, na qualidade de Defensor Público
Federal, qual a medida judicial a ser tomada? Elabore a peça cabível. Dispensa-se
a narrativa dos fatos.