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ESCOLA DA MAGISTRATURA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Turma: CPIII A 12024


Disciplina/Matéria: DIREITO PROCESSUAL CIVIL PROCEDIMENTOS ESPECIAIS NO CPC 2015
Sessão: 17 - Dia 07/02/2024 - 08:00 às 09:50
Professor: FELIPE BARRETO MARÇAL

17 Tema: Arbitragem

1ª QUESTÃO:
Vaz Empreendimentos S.A. e Contente Enterprise S.A. celebraram contrato de empreitada para a
construção de pequena central hidrelétrica no Estado do Rio de Janeiro .
O contrato previa que a apuração fosse efetuada em procedimento arbitral.
Em 23/06/2014, a barragem construída por Contente Enterprise S.A. teria se rompido, causando
significativos prejuízos.
Vaz Empreendimentos S.A acionou o juízo arbitral escolhido por ambas as partes em cláusula
compromissória e requereu a apuração dos fatos ocorridos.
O juiz arbitral deferiu o pedido de oitiva do Presidente da Contente Enterprise S.A como testemunha.
Tendo em vista o não comparecimento do Presidente da empresa Contente Enterprise S.A, pergunta-
se. O que deve o Juiz arbitral fazer para conduzir coercitivamente a testemunha à próxima sessão?
Resposta fundamentada.

RESPOSTA:
O juiz arbitral deverá utilizar a Carta Arbitral, ou seja, requerer a cooperação do juiz estatal, conforme
dispões o artigo 237, IV, NCPC e art. 22,§2º Lei 9.307/96.
A carta arbitral deverá preencher os requisitos do art. 260,§3º, NCPC
O aluno deve mencionar que a Carta Arbitral é um instrumento de cooperação entre a jurisdição
arbitral e a jurisdição estatal para conferir efetividade às decisões proferidas pelo juízo arbitral.

2ª QUESTÃO:
Em determinada demanda proposta por Hakme do Brasil S.A., em curso na 2ª Vara Empresarial do
Estado do Rio de Janeiro, a parte ré, Queen Forest S. A., alegou existência de convenção de
arbitragem firmada entre as partes, de tal forma que o presente conflito deveria ser solucionado pelo
Tribunal Arbitral do Centro de Arbitragem e Mediação da Câmara de Comércio Brasil - Canadá.
O contrato firmado previa que qualquer desavença seria apurada por meio de procedimento arbitral.
Contudo, a empresa Hakme do Brasil S.A., em lugar de fazê-lo, ajuizou demanda na Vara
Empresarial do Estado do Rio de Janeiro, mesmo sabendo que o Juízo Arbitral já havia reconhecido
sua competência anteriormente.
Decida a questão de forma fundamentada.

RESPOSTA:
O aluno deverá mencionar o artigo 485, VII, CPC.
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:
VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral
reconhecer sua competência

DIREITO PROCESSUAL CIVIL - CP07 - 16 - CPIII - 1º PERÍODO 2024 07/02/2024 - Página 1 de 1


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Turma: CPIII A 12024


Disciplina/Matéria: DIREITO PROCESSUAL CIVIL PROCEDIMENTOS ESPECIAIS NO CPC 2015
Sessão: 13 - Dia 05/02/2024 - 08:00 às 09:50
Professor: RODOLFO KRONEMBERG HARTMANN

13 Tema: O processo nos Juizados Especiais Cíveis.

1ª QUESTÃO:
João ingressou, em vara cível, com ação em face de Cooperativa Habitacional, pleiteando indenização
no valor de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais). Requereu gratuidade de justiça e comprovou sua
hipossuficiência.
Antes da citação, o magistrado deferiu em parte a gratuidade de justiça, entendendo que a demanda
deveria ter sido ajuizada perante o juizado especial cível e que, se a parte optou pelo rito comum,
deve arcar com o valor referente a 10% das despesas processuais no prazo de quinze dias, sob pena de
cancelamento da distribuição.
A parte interessada agravou da decisão, reafirmando que não tem condições de arcar com as custas
processuais sem prejuízo do seu próprio sustento.
Decida a questão de forma fundamentada.

RESPOSTA:
Sugestão de gabarito
O aluno deverá mencionar que "no sistema de prestação jurisdicional ordinária, pode a parte autora -
nos casos previstos no art. 3º da Lei nº 9.099/1995 - livremente optar entre ajuizar sua demanda
perante um Juizado Especial Cível ou propô-la perante o juízo comum."

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0051865-96.2019.8.19.0000 Processual civil. Requerimento de


gratuidade de justiça. Hipossuficiência declarada na petição inicial. Presunção de hipossuficiência
econômica pela mera declaração, feita pela requerente, de que não pode arcar com o custo do
processo. Juízo cível que defere parcialmente a gratuidade de justiça por entender que a causa deveria
ter sido submetida a Juizado Especial Cível. Caráter opcional dos Juizados, estando o autor livre para
escolher entre o Juizado e o Juízo Comum. Recurso conhecido e provido. Data de Publicação:
27/11/2019

2ª QUESTÃO:
Em sede de Juizado Especial, Larry ingressou com ação indenizatória em face de Banco Pride S.A e
Vendedora de Carros Walk on Ltda.
A demanda foi julgada procedente, porém, o Banco réu entendeu que a sentença estava obscura,
quanto à aplicação da condenação por danos morais, uma vez que não foi determinado se a obrigação
seria solidária, subsidiária ou individual entre as duas Rés. Assim, quatro dias após a publicação da
sentença, o Banco interpôs Embargos de Declaração.
Os Embargos de Declaração tiveram o seu provimento negado, o Banco Réu interpôs Recurso
Inominado no 10º dia útil após a publicação de tal decisão.
O Recurso Inominado deverá ser admitido? Responda de forma fundamentada, observando as regras
processuais no Código de Processo Civil.

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RESPOSTA:
O aluno deverá mencionar o artigo 50 da Lei 9099/95. Desta forma, os Embargos de Declaração
passam a interromper o prazo para a interposição de Recurso. Observando que a contagem de prazo
foi alterada pelo CPC, deverá ser admitido o Recurso Inominado.
Lei 13105/15
No Art. 1.065. O art. 50 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995 , passa a vigorar com a seguinte
redação: (Vigência) "Art. 50. Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição de
recurso." (NR)
Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os
dias úteis.
Lei 9099/95
Art. 12-A. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, para a prática de qualquer
ato processual, inclusive para a interposição de recursos, computar-se-ão somente os dias úteis.
Art. 49. Os embargos de declaração serão interpostos por escrito ou oralmente, no prazo de cinco
dias, contados da ciência da decisão.
Art. 50. Quando interpostos contra sentença, os embargos de declaração suspenderão o prazo para
recurso.

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Turma: CPIII A 12024


Disciplina/Matéria: DIREITO PROCESSUAL CIVIL PROCEDIMENTOS ESPECIAIS NO CPC 2015
Sessão: 14 - Dia 05/02/2024 - 10:10 às 12:00
Professor: RODOLFO KRONEMBERG HARTMANN

14 Tema: O processo nos Juizados Especiais da Fazenda Pública.

1ª QUESTÃO:
Henrique ingressou com ação monitória em face do Estado do Rio de Janeiro em um Juizado Especial
da Fazenda Pública. Alegou que exercia a função de Agente de Segurança Penitenciária, tendo
solicitado o pagamento administrativo de valores referentes ao cargo em comissão que exerceu em
determinado período. Afirmou que houve o reconhecimento de dívida por parte do Secretário de
Estado de Administração Penitenciária, conforme ato administrativo publicado no D.O., juntado aos
autos.
A Sentença julgou extinto o processo sem resolução de mérito, sob o fundamento de que não são
admissíveis ações monitórias perante os Juizados Especiais, em razão da natureza especial do
procedimento
Pergunta-se: Correta a decisão? Resposta fundamentada.

RESPOSTA:
0109480-51.2013.8.19.0001 - APELACAO DES. SIRLEY ABREU BIONDI - Julgamento:
03/03/2015 - DECIMA TERCEIRA CAMARA CIVEL Ação Monitória. Sentença de extinção sem
julgamento de mérito, com fulcro no artigo 267, IV do CPC, entendendo pela competência absoluta
do Juizado Especial de Fazenda Pública. Inconformismo do autor. Entendimento jurisprudencial no
sentido de que não são admissíveis ações monitórias perante os Juizados Especiais, em razão da
natureza especial do procedimento. PROVIMENTO DO RECURSO, na forma do artigo 557, § 1º-A
do CPC, PARA ANULAR A SENTENÇA, a fim de que os autos retornem à Vara de origem, para
regular prosseguimento

2ª QUESTÃO:
Em uma determinada ação ajuizada perante o Juizado Especial da Fazenda Pública, foi proferida uma
decisão que contrariava o entendimento de Turmas Recursais de Juizados Especiais da Fazenda
Pública de vários estados acerca da interpretação de certa Lei Federal.
A parte interessada recorreu da decisão na Turma Recursal do Juizado Especial da Fazenda Pública
do Estado do Rio de Janeiro, a qual manteve a decisão atacada.
Diante das peculiaridades apontadas, que medida poderá a parte interessada tomar acerca da
divergência quanto à interpretação de lei em diferentes estados? Resposta fundamentada.

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RESPOSTA:
O aluno deverá mencionar os artigos 18, §3º e 19: da Lei nº 12.153/2009 (Lei dos Juizados da
Fazenda Pública),
Art. 18. Caberá pedido de uniformização de interpretação de lei quando houver divergência entre
decisões proferidas por Turmas Recursais sobre questões de direito material.
(...)
§ 3º Quando as Turmas de diferentes Estados derem a lei federal interpretações divergentes, ou
quando a decisão proferida estiver em contrariedade com súmula do Superior Tribunal de Justiça, o
pedido será por este julgado.
Art. 19. Quando a orientação acolhida pelas Turmas de Uniformização de que trata o § 1º do art. 18
contrariar súmula do Superior Tribunal de Justiça, a parte interessada poderá provocar a manifestação
deste, que dirimirá a divergência.
STJ. 1ª Seção. RCDESP na Rcl 8718/SP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em
22/08/2012. (...) 2. No caso dos autos, trata-se de ação ajuizada perante Juizado Especial da Fazenda
Pública, a qual se submete ao rito previsto na Lei 12.153/2009. A lei referida estabelece sistema
próprio para solucionar divergência sobre questões de direito material. (...) Nesse contexto, havendo
procedimento específico e meio próprio de impugnação, não é cabível o ajuizamento da reclamação
prevista na Resolução 12/2009 do STJ. (...)
Desse modo, não haverá necessidade nem cabimento para a propositura de reclamação porque existe
a previsão de um pedido de uniformização de interpretação de lei federal.

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Turma: CPIII A 12024


Disciplina/Matéria: DIREITO PROCESSUAL CIVIL PROCEDIMENTOS ESPECIAIS NO CPC 2015
Sessão: 01 - Dia 26/01/2024 - 08:00 às 09:50
Professor: FELIPE BARRETO MARÇAL

01 Tema: Teoria geral dos procedimentos especiais.

1ª QUESTÃO:
Em uma determinada demanda, a parte autora elegeu o procedimento comum para resguardar direito
liquido e certo, violado pelo secretário de saúde estadual.
O magistrado, diante das substanciais provas materiais constantes nos autos, que refutam qualquer
outra dilação probatória, determinou que a parte autora emendasse a inicial para a via adequada.
Pergunta-se: está correta a determinação do magistrado, ou ele poderia converter automaticamente o
procedimento comum em mandado de segurança? Resposta fundamentada.

RESPOSTA:
"Não há qualquer liberdade de escolha do procedimento, sendo as normas que determinam sua
utilização de ordem pública, cogente. Não se pode, por exemplo, optar pelo procedimento comum em
detrimento do especial.* Tendo, porém, o demandante optado por procedimento inadequado, cabe ao
juiz determinar a conversão, aproveitando-se os atos já praticados que se revelem compatíveis com o
procedimento correto. Apenas no caso de ser impossível o aproveitamento de qualquer ato, e não
tendo o demandante adaptado a sua petição inicial aos requisitos do procedimento adequado que não
se faziam presentes da mesma quando apresentadas em juízo, é que deverá ser proferida a sentença,
indeferindo a inicial.
*- nota de rodapé - A matéria, porém, não é pacífica, havendo autores que afirmam haver casos em
que o procedimento especial é indispensável, e outro em que se revela possível a opção pelo
procedimento comum. Nesse sentido, com que, data vênia, não concorso - por me parecer que a
distinção não encontra fundamento no direito objetivo - , Theodoro Junior, Curso de direito
processual civil, vol. III p 9. Parece-me que o procedimento especial será indisponível quando criado
para atender a necessidades típicas do direito substancial (como na "ação de demarcação de terras"), e
opcional quando criado por razoes de politica legislativa (como se dá, por exemplo, no mandado de
segurança)". Lições de Direito Processual Civil, Alexandre Freitas Câmara, V.III, 21ªed., pág. 320)

2ª QUESTÃO:
Em uma determinada demanda, a parte autora, munida de prova escrita sem título executivo, a qual
demonstra a existência de obrigação de pagar, optou por ingressar com uma demanda pelo
procedimento comum. Citada, a parte ré alegou que a demanda deveria ser extinta, uma vez que a
parte autora deveria ter ingressado com procedimento monitório.
Acerca da teoria geral dos procedimentos especiais quanto à escolha do procedimento pela parte
autora, decida a questão de forma fundamentada.

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RESPOSTA:
O aluno deverá mencionar que o procedimento, em regra, não pode ser objeto de escolha pelos
litigantes. No caso em tela, excepcionalmente, o demandante pode optar, pois esse procedimento
especial pode ser convertido em rito comum em dado momento da demanda. "Esta hipótese, que
ocorre na ação monitória, sugere que o procedimento especial não é tão específico assim, de modo
que o interessado poderia optar pelo mesmo, ou já diretamente pelo rito comum desde o seu limiar".
(" (HARTMANN, Rodolfo Kronemberg. Curso Completo do Novo Processo Civil. 2ª Ed. Niterói:
Impetus, 2016, p. 242)

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Turma: CPIII A 12024


Disciplina/Matéria: DIREITO PROCESSUAL CIVIL PROCEDIMENTOS ESPECIAIS NO CPC 2015
Sessão: 02 - Dia 26/01/2024 - 10:10 às 12:00
Professor: FELIPE BARRETO MARÇAL

02 Tema: Ação de consignação em pagamento.

1ª QUESTÃO:
Uma concessionária de serviço público, reconhecendo sua condição de devedora e alegando inércia
do município em constituir o crédito tributário, ajuizou ação de consignação em pagamento,
depositando o valor de R$ 3.381.585,03, referente a dívida de ISS.
O município, ressaltando que, apesar de serem os valores muito inferiores àqueles que entende
devidos, requereu o levantamento das quantias depositadas, por se tratar de valores incontroversos,
devendo a demanda continuar acerca do que ainda não foi depositado.
A parte autora requereu a extinção da demanda, já que os valores depositados foram levantados.
Decida a questão de forma fundamentada.

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RESPOSTA:
O aluno deverá demonstrar conhecimento acerca do art. 545, §º, CPC.
Art. 545. Alegada a insuficiência do depósito, é lícito ao autor completá-lo, em 10 (dez) dias, salvo se
corresponder a prestação cujo inadimplemento acarrete a rescisão do contrato.
§ 1o No caso do caput, poderá o réu levantar, desde logo, a quantia ou a coisa depositada, com a
consequente liberação parcial do autor, prosseguindo o processo quanto à parcela controvertida.

0069405-26.2020.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO AGRAVO DE INSTRUMENTO.


PROCESSO CIVIL. CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO. PEDIDO DE LEVANTAMENTO DE
VALORES INCONTROVERSOS. Concessionária que, reconhecendo sua condição de devedora e
alegando inércia do Município em constituir o crédito tributário, ajuizou Ação de consignação em
pagamento, depositando o valor de R$ 3.381.585,03 referente a dívida de ISS. Município que
pretende o levantamento da quantia alegando, entre outros argumentos, tratar-se de valor
incontroverso e necessário para fazer frente à pandemia causada pelo Covid-19. Município que teve
indeferido pelo juízo a quo, anteriormente, seu pedido de levantamento de valores. Decisão que foi
objeto do Agravo de Instrumento de nº 0023160-54.2020.8.19.0000, sendo-lhe negado provimento
por esta Câmara uma vez que sequer havia contestação nos autos. Apresentada a contestação, o
Município novamente requereu ao juízo o levantamento dos valores incontroversos, o que foi negado
pelo juízo a quo, mantendo a decisão já atacada por agravo de instrumento por seus próprios
fundamentos. Decisão que se reforma. A ação consignatória é o meio colocado à disposição do
devedor que pretende se liberar de obrigação e obter sua quitação mediante depósito do valor que
entende devido. Depósito em consignação no valor de R$ 3.381.585,03. Município que, em
contestação, afirma que o depósito não se deu no lugar de pagamento, que não houve recursa em
receber o pagamento e que o depósito não ocorreu no valor integral da dívida, que seria de R$
6.248.274,06. Possibilidade de levantamento da quantia incontroversa depositada na Ação de
consignação em pagamento e liberação parcial do consignante. Aplicação do art. 545, §1º, do CPC.
Alegação da Concessionária agravada de que o recurso não deve ser conhecido por se tratar de mero
inconformismo violador do princípio da unirrecorribilidade das decisões judiciais que não se sustenta.
Diferentemente do recurso de agravo de instrumento anterior, desta vez já foi apresentada contestação
pelo Município de Itatiaia contrapondo as alegações da Concessionária. Recurso conhecido e provido.
Julgamento: 2

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5/02/2021

2ª QUESTÃO:
Em uma determinada demanda de consignação em pagamento, a parte autora requer a consignação
das parcelas em contrato de financiamento firmado com instituição financeira, aduzindo que o valor
correto seria 30% menor do que o cobrado.
O magistrado indeferiu a inicial e extinguiu o feito sem resolução de mérito, sob o fundamento de que
a parte autora não pretendia superar óbices ao pagamento feito pelo credor, mas sim obter um meio de
modificar a forma do cumprimento de sua obrigação contratual.
A parte autora apelou. Sabendo-se que a parte autora apresentou pedidos certos e definidos, decida se
é possível a discussão do valor do débito em sede de ação de consignação em pagamento. Resposta
fundamentada.

RESPOSTA:
Apelação Cível nº 0248111-04.2015.8.19.0001 APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO
EM PAGAMENTO. Divergência quanto ao valor cobrado em financiamento bancário. De análise da
emenda à inicial, verifica-se que a parte autora apresentou pedidos certos e definidos, tendo inclusive
apresentado planilha recalculando o valor financiado. A jurisprudência do STJ firmou-se no sentido
de ser possível a discussão do valor do débito em sede de ação de consignação em pagamento, ainda
que para tanto seja necessária a revisão de cláusulas contratuais. Ausência de inépcia da inicial. Pelo
princípio da instrumentalidade das formas e economia processual, deve o feito seguir regularmente.
PROVIMENTO DO RECURSO PARA ANULAR A SENTENÇA devendo ser retomado o curso do
feito.

"STJ - AgRg no REsp 1179034/RJ - AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL -


MINISTRA MARIA ISABEL GALLOTTI - QUARTA TURMA - DJe 05/05/2015 "DIREITO
PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO. DISCUSSÃO DO
VALOR DO DÉBITO. POSSIBILIDADE. 1. A jurisprudência desta Corte firmou-se no sentido de
ser possível a discussão do valor do débito em sede de ação de consignação em pagamento, ainda que
para tanto seja necessária a revisão de cláusulas contratuais. 2. Agravo regimental a que se nega
provimento."

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Turma: CPIII A 12024


Disciplina/Matéria: DIREITO PROCESSUAL CIVIL PROCEDIMENTOS ESPECIAIS NO CPC 2015
Sessão: 03 - Dia 29/01/2024 - 08:00 às 09:50
Professor: ALEXANDRE ANTONIO FRANCO FREITAS CAMARA

03 Tema: Ação de exigir contas

1ª QUESTÃO:
O condomínio Golden Meyer ingressa com ação de exigir contas em face da construtora Safiga S.A.

No curso da demanda, o magistrado determinou que a parte ré apresentasse as contas em determinado


prazo, o que não ocorreu.

Diante da inércia da parte ré, a parte autora elaborou as contas e apresentou em juízo.

Inconformada com os valores apresentados, a parte ré impugna o que foi apresentado.

Responda, de forma fundamentada, se é possível a impugnação da parte ré no caso em tela.

RESPOSTA:
"(...) A ação de exigir contas tem duas fases: na primeira, apenas se verifica se há o direito de exigir
as contas; na segunda, analisa-se a adequação das contas prestadas, determinando-se a existência ou
não de saldo credor ou devedor. No caso, superada a primeira fase, que reconheceu a pretensão
autoral, os réus/agravantes permaneceram inertes, deixando de apresentar as contas no prazo
estipulado na decisão preclusa. E, de acordo com os arts. 551, §2º e 550, §§ 5º e 6º do CPC1 , quando
o réu não apresenta as contas na forma adequada, caberá ao autor fazê-lo, não sendo lícito ao réu
impugná-las. Ou seja, a legislação estabeleceu uma verdadeira sanção processual ao requerido que
não cumpre sua obrigação, tal qual na presente hipótese. Vale destacar que, quando entender
necessário, o juiz determinará a produção da prova pericial, o que ainda será objeto de análise pelo
julgador de 1º grau, após a apresentação das contas pela parte autora. Como as contas ainda serão
demonstradas e especificadas, inviável é a análise neste momento processual do alegado excesso de
execução. Cabendo aqui reiterar que, se por um lado, os réus não poderão impugnar as contas
apresentadas pelo autor, certo é que o autor deverá atender as disposições do art. 551, §2º do CPC e o
juiz poderá se socorrer da prova pericial contábil, caso julgue necessário. (...)"

0088005-27.2022.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO

AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE EXIGIR CONTAS.


1. Decisão agravada que determinou que o autor apresente as contas, na forma do art. 551, §2º do
CPC. 2. No caso, superada a primeira fase, que reconheceu a pretensão autoral, os réus/agravantes
permaneceram inertes, deixando de apresentar as contas no prazo estipulado na decisão preclusa. 3.
Aplicação dos arts. 551, §2º e 550, §§ 5º e 6º do CPC. Quando o réu não apresenta as contas na forma
adequada, caberá ao autor fazê-lo, não sendo lícito ao réu impugná-las. A legislação estabeleceu uma
verdadeira sanção processual ao requerido que não cumpre sua obrigação. 4. Prova pericial que
poderá ser determinada pelo juiz, caso entenda necessário. 5. Decisão agravada que fez a correta
subsunção dos fatos à norma, não merecendo reforma. 6. Negado provimento ao recurso Data de
Publicação: 13/03/2023 (*)

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2ª QUESTÃO:
O atual diretor de um clube recreativo – Marina Beach Club – ingressou com uma ação de exigir
contas em face dos administradores Pedro e José, que ocuparam o cargo e a gestão financeira do clube
nos últimos anos.

O magistrado julgou procedente o pedido e condenou os réus a prestar contas em 15 (quinze) dias,
observada a forma prescrita no art. 551 do CPC, no que tange à gestão financeira, recebimentos e
pagamentos feitos no âmbito da administração do Marina Beach Club, no que pertine ao período em
que a exerceram o cargo, sob pena de não lhes ser lícito impugnar as contas que o autor vier a
apresentar, em sua omissão (art. 550, § 5º, do CPC).

Inconformados, apelam os réus, alegando a impossibilidade de prestar contas, tendo em vista que os
apelantes foram afastados sumariamente do clube por decisão judicial, não tendo acesso à área
administrativa, onde se encontram os documentos contábeis.

Sabendo-se que a decisão judicial guerreada encerra a primeira fase da ação de exigir contas,
pergunta-se: está correto o recurso interposto pela parte ré? Resposta fundamentada.

RESPOSTA:
APELAÇÃO CÍVEL N.º 0001367-21.2017.8.19.0079 - APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO
PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE EXIGIR CONTAS. PRIMEIRA FASE. SENTENÇA DE
PROCEDÊNCIA. AÇÃO PROPOSTA SOB A ÉGIDE DO ATUAL CÓDIGO DE PROCESSO
CIVIL. APELO DOS RÉUS. MANIFESTA INADEQUAÇÃO DA VIA RECURSAL ELEITA. O
PRONUNCIAMENTO JUDICIAL QUE CONDENA A PARTE RÉ A PRESTAR CONTAS NÃO
EXTINGUE O PROCESSO, MAS APENAS INAUGURA A SEGUNDA FASE DA AÇÃO.
ENTENDIMENTO DO STJ NO SENTIDO DE QUE O RECURSO CORRETO DA DECISÃO QUE
JULGA A PRIMEIRA FASE DA AÇÃO DE EXIGIR CONTAS É O AGRAV DE
INSTRUMENTO. ARTIGOS 550, §5º E 1.015, INCISO II, AMBOS DO CÓDIGO DE PROCESSO
CIVIL. ENUNCIADO 177 DO FPPC. ERRO CRASSO. INAPLICABILIDADE DO PRINCÍPIO DA
FUNGIBILIDADE. PRECEDENTES DO STJ E DESTE TJRJ. RECURSO NÃO CONHECIDO.

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Turma: CPIII A 12024


Disciplina/Matéria: DIREITO PROCESSUAL CIVIL PROCEDIMENTOS ESPECIAIS NO CPC 2015
Sessão: 04 - Dia 29/01/2024 - 10:10 às 12:00
Professor: ALEXANDRE ANTONIO FRANCO FREITAS CAMARA

04 Tema: Ações possessórias.

1ª QUESTÃO:
Ribeiro adquiriu um imóvel por meio de um financiamento com garantia de alienação fiduciária.
Após alguns anos, não suportou mais arcar com as prestações e teve o imóvel leiloado.
Regina arrematou o bem e, ao tentar exercer a posse, descobriu que Eleanor residia no imóvel.
Eleanor comprovou que habitava o local por meio de um contrato de cessão de posse pactuado com
Ribeiro.
Regina exige que Eleanor desocupe o imóvel.
Eleanor ingressa com ação de manutenção da posse contra Regina, visando à proteção do seu direito
de posse.
Posteriormente, Regina ingressa com ação de imissão na posse.
Tendo em vista que as ações têm o mesmo imóvel como objeto, ambas foram reunidas para o
julgamento conjunto.
Pergunta-se: está correto o ajuizamento da ação de imissão na posse por Regina? Resposta
fundamentada.

RESPOSTA:
É vedado o ajuizamento de ação de imissão na posse, de juízo petitório, na pendência de ação
possessória sobre o mesmo bem.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.909.196-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 15/06/2021 (Info 701).

O art. 557 do CPC e o art. 1.210, §2º, do CC estabelecem a vedação da exceção de domínio. Há uma
separação absoluta entre os juízos petitório, baseado na propriedade, e o juízo possessório, baseado na
posse. Isso porque a posse é fenômeno fático-social digno de tutela, sendo totalmente autônomo e
distinto da propriedade. Um dos efeitos da posse é justamente a sua proteção através da tutela estatal.
Portanto, havendo uma ação possessória em curso, não é cabível o ajuizamento de ação petitória ou a
discussão a respeito da propriedade. Ademais, a vedação à exceção de domínio não deve ser
compreendida como limitação aos direitos constitucionais de propriedade ou de ação, seja porque a
propriedade deve obedecer à sua função social, seja porque o não debate sobre o domínio nas ações
possessórias representa apenas uma condição suspensiva no exercício do direito de ação fundada na
propriedade. A ação de imissão na posse, apesar do nome, não se baseia na posse, mas sim na
propriedade, sendo uma ação petitória. É a ação cabível para o proprietário obter a posse que nunca
teve. Assim, havendo uma ação possessória em curso, caso seja ajuizada a ação de imissão na posse,
esta deverá ser extinta sem resolução de mérito, ante a falta de pressuposto negativo de constituição e
desenvolvimento válido do processo, qual seja, a ausência de ação possessória pendente sobre o bem
como requisito para o manejo de ação petitória. STJ. 3ª Turma. REsp 1909196-SP, Rel. Min. Nancy
Andrighi, julgado em 15/06/2021 (Info 701).

DIREITO PROCESSUAL CIVIL - CP07 - 16 - CPIII - 1º PERÍODO 2024 29/01/2024 - Página 3 de 5


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2ª QUESTÃO:
Uma determinada concessionária de transporte ferroviário ingressa, em 20 de agosto de 2021, com
demanda possessória, visando à desocupação de imóvel de cuja data inicial do esbulho não se tem
notícias, por ter ocorrido de maneira clandestina. No entanto, afirma que tomou ciência do esbulho
em 08 de julho de 2021, quando feito o laudo de vistoria do local, data essa que, para todos os efeitos,
deve ser considerada como a data de início do esbulho. Requer, dessa forma, a defesa da posse por
meio de tutela, sob pena de ofensa ao disposto nos arts. 1210 do CC e 560 do CPC.
O magistrado indeferiu a liminar, ao fundamento de que a petição inicial não trouxe provas
suficientes para justificar a expedição de mandado liminar de posse e determinou a citação do réu
para contestar.
Inconformado, a autora agravou da decisão.

Responda, de forma fundamentada, se é possível o pedido de tutela de evidência com base na data do
esbulho e da propositura da demanda, e ainda, se agiu corretamente o magistrado ao não conceder a
liminar e determinar a citação da parte ré.

DIREITO PROCESSUAL CIVIL - CP07 - 16 - CPIII - 1º PERÍODO 2024 29/01/2024 - Página 4 de 5


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RESPOSTA:
AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0020082-81.2022.8.19.0000 Direito Processual Civil. Demanda
possessória. Reintegração de posse. Ausência de provas do regime jurídico da ocupação realizada
pelo réu e, consequentemente, do esbulho. Obrigatoriedade de realização da audiência de justificação
(art. 562, parte final, do CPC). Jurisprudência do STJ pela necessidade de sua realização, caso não
haja provas suficientes. Error in procedendo do juízo de origem, que deixou de realizar a audiência de
justificação e determinou a citação do réu para contestar. Determinação de realização da audiência e
de nova apreciação da tutela provisória, em seguida. Anulação parcial da decisão, de ofício. Recurso
prejudicado.

"(...) De todo modo, tendo o autor afirmado que tomou conhecimento do esbulho em 08/06/2021 e
tendo sido a demanda ajuizada em 20/08/2021, está presente o requisito temporal do art. 558 do CPC
para que seja seguido o procedimento possessório, especial, com a possibilidade de concessão de
liminar fundada em evidência. Feitos esses esclarecimentos, o art. 562 do CPC estabelece que, se a
petição inicial da demanda possessória trouxer prova suficiente dos fatos elencados no art. 561, deve
o juiz conceder a tutela possessória liminarmente; caso não esteja demonstrado algum desses fatos,
impõe-se a realização de audiência de justificação, concedendo ao autor a oportunidade de provar o
que alegou. Nota-se, portanto, que a audiência de justificação é obrigatória se não for o caso de
deferimento liminar da tutela possessória. (...)"

DIREITO PROCESSUAL CIVIL - CP07 - 16 - CPIII - 1º PERÍODO 2024 29/01/2024 - Página 5 de 5


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Turma: CPIII A 12024


Disciplina/Matéria: DIREITO PROCESSUAL CIVIL PROCEDIMENTOS ESPECIAIS NO CPC 2015
Sessão: 05 - Dia 30/01/2024 - 08:00 às 09:50
Professor: ALEXANDRE ANTONIO FRANCO FREITAS CAMARA

05 Tema: Embargos de terceiro. Oposição.

1ª QUESTÃO:
Em uma determinada demanda, João, autor; e José, réu, discutem uma dívida. No curso da demanda,
um dos imóveis de João foi penhorado.
Matheus, possuidor do bem em questão, interpôs Embargos de Terceiro, com pedido liminar para que
fosse suspensa a penhora do imóvel, visando também à manutenção de sua posse, e comprovou que
reside com sua família no imóvel.
Pergunta-se: quanto ao deferimento do pedido liminar nos Embargos de Terceiro, havendo prova
inequívoca do alegado, é possível ser este deferido? Resposta fundamentada.

RESPOSTA:
AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0047399 - 93.2018.8.19.0000 - Direito processual civil.
Embargos de terceiro. Embargante que alega ser possuidor de imóvel penhorado em execução de que
não participa, mas que deve ser protegido por ser destinado à sua moradia e de sua família. Pretensão
de obtenção de liminar no processo dos embargos de terceiro. Liminar que exige prova sumária da
propriedade ou da posse. Caso em que não se discute propriedade, mas tão somente posse. Elementos
constantes dos autos que não permitem afirmar, nem em cognição sumária, que o embargante teria a
posse do bem. Agravo de instrumento a que se nega provimento.

2ª QUESTÃO:
Luis Rey teve dois filhos, Luis Miguel e Alex. Porém, também criou a filha de um amigo, Erica.
No ano de 2005, Erica foi residir em um dos imóveis de Luis Rey, mediante cessão gratuita.
Em 2018 Luis Rey falece e seus filhos dão início ao inventário judicial.
Erica então ajuíza embargos de terceiro para pedir a retirada do imóvel em que reside do rol dos bens
arrolados. Afirma que reside no imóvel desde 2005 e que sua posse é de boa-fé, devendo usucapir o
bem em questão. Em contestação aos embargos, a parte ré suscita preliminar de ausência de interesse
de agir.
Como deve o magistrado decidir essa questão preliminar? Resposta fundamentada.

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RESPOSTA:
APELAÇÃO Nº 0006496-97.2016.8.19.0028 Direito processual civil.
Embargos de terceiro.Arrolamento de imóvel em processo de inventário.Embargante que se afirma
proprietário doimóvel, mediante usucapião, e, subsidiariamente,possuidor. Interesse de agir nos
embargosque decorre da constrição ou da ameaçade constrição a direito do embargante(art. 674,
caput, do CPC). Ausência deatos constritivos no processo de inventário,sendo necessário ajuizamento
de demandas subsequentes,pelos herdeiros, para que possam retomaro imóvel. Posse e propriedade do
embarganteque não sofrem sequer ameaça em razãodo arrolamento do imóvel. Falta de interessede
agir para a demanda de embargosde terceiro (art. 485, VI, do CPC). Extinção do processo sem
resolução do mérito, restando prejudicado o recurso.

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Turma: CPIII A 12024


Disciplina/Matéria: DIREITO PROCESSUAL CIVIL PROCEDIMENTOS ESPECIAIS NO CPC 2015
Sessão: 06 - Dia 30/01/2024 - 10:10 às 12:00
Professor: ALEXANDRE ANTONIO FRANCO FREITAS CAMARA

06 Tema: Inventário e partilha. Noções gerais. Legitimidade para requerer. Petição inicial. O
inventariante: nomeação e deveres. A fase de inventário: primeiras declarações, citações e
impugnações, avaliação, últimas declarações e cálculo do imposto.

1ª QUESTÃO:
No curso de um processo de inventário, André, que era credor de uma dívida do de cujus, peticionou
ao juízo orfanológico, requerendo habilitação de crédito para receber os valores que entende devidos.
O espólio e os herdeiros do de cujus não concordaram com o pedido de habilitação de crédito.
O magistrado rejeitou o pedido de habilitação e determinou, de ofício, a conversão do pedido de
habilitação em ação de cobrança, a ser redistribuída.
Pergunta-se: agiu corretamente o magistrado? Resposta fundamentada.

RESPOSTA:
Informativo 772 - REsp 2.045.640-GO, Rel. Ministro Marco Aurélio Bellizze, Terceira Turma, por
unanimidade, julgado em 25/4/2023, DJe 28/4/2023. Habilitação de crédito em inventário.
Impugnação pelas partes interessadas. Conversão em ação de cobrança pelo juiz. Impossibilidade.

INFORMAÇÕES DO INTEIRO TEOR (...) De acordo com a doutrina, "não cabe nesse incidente um
juízo de valor do juiz do inventário sobre a questão posta, não constituindo ela uma daquelas a
respeito da qual ele estaria autorizado a decidir em caso de conflito (art. 612 do CPC). Todavia, o
juiz, de ofício, desde que entenda que o documento apresentado pelo credor requerente comprove
suficientemente a obrigação e, ainda, desde que a alegação de qualquer das partes do inventário não
seja fundada em pagamento, e esteja acompanhada de prova valiosa, poderá determinar a reserva em
poder do inventariante de bens suficientes para pagar o credor, se vitorioso na ação a ser proposta".
Logo, conclui-se que, havendo impugnação, por alguma parte interessada, à habilitação de crédito em
inventário, impõe-se ao juízo do inventário a remessa das partes às vias ordinárias, ainda que sobre o
mesmo juízo recaia a competência para o inventário e para as demandas ordinárias (tal como ocorre
nos juízos de Vara única), pois, nos termos dos fundamentos apresentados, constitui ônus do credor
excluído o ajuizamento da respectiva ação ordinária, não competindo ao juiz a conversão do pedido
de habilitação na demanda a ser proposta pela parte. INFORMAÇÕES ADICIONAIS LEGISLAÇÃO
Código de Processo Civil (CPC), arts. 642, §§ 2º ao 4º, e 668, I Código Civil (CC), art. 1.997

2ª QUESTÃO:
Juan, argentino, faleceu em Buenos Aires, deixando bens imóveis, para seu único filho, naquele pais,
que residia, e no Brasil.
O filho de Juan abriu o inventário do pai na Argentina. Posteriormente, requereu a homologação da
sentença estrangeira no Brasil, para tornar-se proprietário dos bens que eram do seu genitor.
Pergunta-se: Está correto o pedido de homologação de sentença estrangeira no caso concreto?
Resposta fundamentada.

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RESPOSTA:
“ A justiça brasileira é a única competente para julgar as ações de inventário e partilha de bens
situados em territorio nacional (art. 23, II, CPC), significando dizer que as senteças estrangeiras que
tenham como objeto tais bens não serão homologadas pelo STJ. Internamente a competencia do foro é
determinada pelo art. 48, CPC.” Daniel Amorim Assumpção - Direito processual civil, 8ª ed. P. 876

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Turma: CPIII A 12024


Disciplina/Matéria: DIREITO PROCESSUAL CIVIL PROCEDIMENTOS ESPECIAIS NO CPC 2015
Sessão: 07 - Dia 31/01/2024 - 08:00 às 09:50
Professor: FELIPE BARRETO MARÇAL

07 Tema: Inventário e partilha. A fase de partilha: pedidos de quinhão, deliberação sobre a partilha,
esboço de partilha, lançamento da partilha judicial, sentença. A partilha amigável. Arrolamento
sumário. Cumulação de inventários.

1ª QUESTÃO:
O patriarca de uma família falece e deixa testamento. Todos os herdeiros são capazes, concordam
com a partilha ali estabelecida e outorgaram um advogado para que o inventário fosse feito
extrajudicialmente.

Pergunta-se: é possível que o inventário em questão seja realizado extrajudicialmente? Resposta


fundamentada.

RESPOSTA:
O aluno deverá mencionar o conhecimento acerca do art. 610, CPC, e a divergência entre a doutrina e
a decisão do STJ.

"A Lei nº 11.441/2007 alterou o sistema tradicionalmente adotado no Direito Processual Civil
brasileiro e passou a admitir a celebração de inventário e partilha extrajudicial sempre que, não
havendo testamento, sejam todos os herdeiros capazes e estejam de acordo quanto à partilha, caso em
que tudo se fará por escritura pública. E esse sistema foi expressamente mantido pelo CPC de 2015,
como se pode ver por seu art. 610.

Importante observar que têm sido proferidas algumas decisões judiciais admitindo que, com
autorização judicial, se realize o inventário e partilha extrajudicial mesmo existindo testamento, se
todos os sucessores forem capazes e concordes (assim, por exemplo, o acórdão do STJ proferido no
julgamento do REsp 1.808.767/RJ, rel. Min. Luís Felipe Salomão). Esse entendimento, porém,
embora sempre o tenha defendido de lege ferenda, é manifestamente contrário ao texto legal. Se
existe testamento, não pode haver a celebração do contrato de inventário e partilha extrajudicial, o
qual será nulo por conta do disposto no art. 166, II, do Código Civil, já que se terá aí a ilicitude do
objeto. Continuo, porém, a sustentar que a lei deveria ser alterada, para que se permitisse o inventário
extrajudicial também neste caso." CÂMARA, ALEXANDRE FREITAS, Manual de Direito
Processual Civil. 1 ed. Atlas, 2022 p. 549

REsp 1.808.767-RJ "É possível o inventário extrajudicial, ainda que exista testamento, se os
interessados forem capazes e concordes e estiverem assistidos por advogado, desde que o testamento
tenha sido previamente registrado judicialmente ou haja a expressa autorização do juízo competente.

STJ. 4ª Turma. REsp 1.808.767-RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 15/10/2019 (Info
663)."

2ª QUESTÃO:
Em um determinado processo de inventário, ao tratar a partilha, três herdeiros resolveram abrir mão
de seus respectivos quinhões para um dos irmãos, deixando a totalidade da herança para um único
herdeiro.
Após um ano da sentença transitada em julgado, o herdeiro que foi beneficiado com a totalidade da
herança falece, e seus irmãos vão a juízo requerer a anulação da partilha por terem sido coagidos. Os
fatos foram comprovados.
Sabendo-se que entre o falecimento do irmão e o pedido de anulação da partilha amigável decorreram
apenas 3 meses, pergunta-se: é possível o pedido dos três irmãos? Resposta fundamentada.

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RESPOSTA:
"A questão é controvertida, podendo o aluno defender posição diversa à sugestão de gabarito, desde
que bem fundamentada."

"(...) A doutrina tradicionalmente sustentou que a "ação anulatória", prevista no art. 657 do CPC, será
adequada nos casos de partilha amigável, utilizando-se a "ação rescisória" apenas quando se tratar de
partilha judicial. Assim, porém, nunca me pareceu. Mesmo no caso de sentença homologatória de
partilha amigável em procedimento de inventário e partilha seria adequada a utilização de "ação
rescisória". É que a sentença que encerra o processo de inventário e partilha, mesmo quando se limita
a homologar partilha amigável, alcança a autoridade de coisa julgada, só podendo ser atacada por
"ação rescisória". Aliás, se assim não fosse, não faria sentido a regra, contida no inciso I do art. 658,
segundo a qual cabe "ação rescisória" pelos mesmos motivos por que cabe "ação anulatória de
partilha". Câmara, Alexandre Freitas - Manual de Direito Processual Civil, 2ª Ed. p.620

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Turma: CPIII A 12024


Disciplina/Matéria: DIREITO PROCESSUAL CIVIL PROCEDIMENTOS ESPECIAIS NO CPC 2015
Sessão: 08 - Dia 31/01/2024 - 10:10 às 12:00
Professor: FELIPE BARRETO MARÇAL

08 Tema: Ações de família

1ª QUESTÃO:
Em uma determinada ação de divórcio litigioso, a parte autora requereu unilateralmente tutela de
evidência, pretendendo a decretação do divórcio inaudita altera pars, com base no artigo 731, CPC.
O magistrado indeferiu a tutela e determinou a citação do réu.
Acerca das ações de família, decida se agiu corretamente o magistrado. Resposta fundamentada.

RESPOSTA:
"A questão é controvertida, podendo o aluno defender posição diversa à sugestão de gabarito, desde
que bem fundamentada."

"Art. 693, CPC - item 2 - também vale a pena destacar que este procedimento será aplicável as ações
contenciosas, já que, em sendo consensuais os pedidos, aplica-se o estabelecido nos art. 731 a 734, do
CPC, (...)" Wambier, Teresa Arruda; Junior, Fredie Didier; outros - Breves comentários ao novo
código de processo civil, 3ª ed. p. 693

AGRAVO DE INSTRUMENTO.PROCESSUAL CIVIL. DIVÓRCIO DIRETO. DECISÃO


AGRAVADA QUE INDEFERE TUTELA DE EVIDÊNCIA E DETERMINA A CITAÇÃO DO
RÉU. EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 66. INCONFORMISMO CALCADO NA DISPENSA DA
PROVA DE CULPA. 1. A hipótese atrai o procedimento das chamadas ações de família, previstas no
art. 693 do CPC. E, não havendo pretensão resistida, aplicar-se-ão, naturalmente, as normas relativas
aos procedimentos de jurisdição voluntária; do contrário, valem as normas do procedimento comum.
2. Assinala-se de antemão a dispensa da realização de audiência; o que se admite com respaldo na EC
66, que afasta a análise da culpa como requisito para a dissolução do vínculo conjugal e, diante disso,
eventual tentativa de dissuadir o cônjuge do pleito formulado, como se dava no passado. Afinal, não
se exige sequer a indicação de causa para a dissolução do vínculo, embora a recorrente o tenha feito,
ao declarar o comportamento violento do agravado. 3. Contudo, em hipótese alguma o procedimento
dispensa o contraditório, como bem realçam os arts. 7º, 695 e 697 do CPC, garantia constitucional
fundamental do processo. E é exigência do princípio do contraditório que o órgão jurisdicional dê
oportunidade de a parte manifestar-se sobre a demanda que lhe foi dirigida. 4. Dessa forma, ainda que
a parte invoque a tutela de evidência (art. 311 do CPC), com respaldo e precedentes deste Tribunal de
Justiça, não há prejuízo na oitiva prévia da parte contrária, antes da concessão da medida liminar
pretendida, motivo pelo qual tenho que a decisão deva ser mantida por seus próprios e bem lançados
fundamentos. RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.

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Turma: CPIII A 12024


Disciplina/Matéria: DIREITO PROCESSUAL CIVIL PROCEDIMENTOS ESPECIAIS NO CPC 2015
Sessão: 09 - Dia 01/02/2024 - 08:00 às 09:50
Professor: RODOLFO KRONEMBERG HARTMANN

09 Tema: Ação monitória

1ª QUESTÃO:
Renata, servidora pública, ingressou com ação monitória em face da Fazenda Pública pleiteando
determinado crédito, trazendo aos autos prova escrita sem eficácia de título executivo.
A Fazenda não apresentou Embargos à ação monitória.
Responda fundamentadamente as seguintes questões:
A) Pode ser proposta ação monitória em face da Fazenda Pública?
B) Como deverá proceder o magistrado diante da não manifestação da Fazenda Pública? Caso a
Fazenda tivesse interposto Embargos à ação monitória tempestivos, o que aconteceria com a
demanda?

RESPOSTA:
A) É cabível ação monitória em face da Fazenda Pública, na forma do artigo 700,§6º, CPC e
enunciado sumulado do STJ n. 339
B) O art. 701, § 4º, CPC/15 prevê que, na monitória contra a Fazenda Pública, se não houver
embargos, formado o título, haverá reexame necessário quanto à admissão e preenchimento dos
requisitos para a ação monitória. Caso houvesse embargos, o reexame ocorria na sentença e ocorreria
a "ordinarizarção" da ação monitória, o que a transformaria em um procedimento comum.

2ª QUESTÃO:
Duas sociedades empresárias celebraram contrato de compra e venda de mercadoria, tendo em vista o
inadimplemento do comprador. O vendedor ajuizou ação monitória com base na nota fiscal emitida e
na prova de entrega de mercadoria.
O comprador, em defesa, interpõe embargos à ação monitória, alegando que a nota fiscal foi
produzida unilateralmente e que o e-mail juntado aos autos não teria força probatória para comprovar
a entrega da mercadoria.
Sabendo-se que no e-mail o comprador de fato assume a existência da dívida e confirma a entrega da
mercadoria, decida a questão de forma fundamentada, apontando se é possível o prosseguimento da
ação monitória em tela.

RESPOSTA:
APELAÇÃO Nº 0027234-51.2016.8.19.0014 - Direito Processual Civil. Ação monitória. "A nota
fiscal, acompanhada da prova do recebimento da mercadoria ou prestação do serviço, pode servir
como lastro à ação monitória" (STJ, AgRg no AREsp 559231/PE). Mensagens de e-mail enviadas
pela apelante à apelada que são suficientes para demonstrar que a mercadoria foi recebida. Sentença
que se confirma. Recurso desprovido. Data de Publicação: 14/12/2022

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Turma: CPIII A 12024


Disciplina/Matéria: DIREITO PROCESSUAL CIVIL PROCEDIMENTOS ESPECIAIS NO CPC 2015
Sessão: 10 - Dia 01/02/2024 - 10:10 às 12:00
Professor: RODOLFO KRONEMBERG HARTMANN

10 Tema: Ação de dissolução parcial de sociedade

1ª QUESTÃO:
O diretor de uma sociedade em comandita por ações, ingressou com uma demanda de Dissolução
Parcial de Sociedade requerendo a exclusão de um sócio, sem a dissolução da sociedade, sob o
fundamento de quebra do affectio societatis, tendo em vista que ocorreu uma discussão, que levou a
vias de fato, entre o diretor e um dos sócios, em uma deliberação de acionistas.

Pergunta-se, é possível a propositura da mencionada demanda? Responda de forma fundamentada.

RESPOSTA:
"Não cabe dissolução parcial das sociedades em comandita por ações e das sociedades anônimas de
capital aberto (as assim chamadas "sociedades institucionais"). As sociedades anônimas de capital
fechado podem ser objeto da dissolução parcial, como prevê expressamente o art. 599, § 2º.
CÂMARA, ALEXANDRE FREITAS, Manual de Direito Processual Civil. 1 ed. Atlas, 2022 p. 546

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Disciplina/Matéria: DIREITO PROCESSUAL CIVIL PROCEDIMENTOS ESPECIAIS NO CPC 2015
Sessão: 11 - Dia 02/02/2024 - 08:00 às 09:50
Professor: RODOLFO KRONEMBERG HARTMANN

11 Tema: Noções gerais sobre procedimentos de jurisdição voluntária

1ª QUESTÃO:
Ametista, Rubi e Safira alegam ser proprietárias da Empresa Confecções Preciosas S.A., que se
encontra extinta, exercendo a sócia Rubi o cargo de Liquidante da Empresa. Após várias tentativas
para saber a quantidade de ações que a extinta empresa possuía da Empresa Light S/A, as sócias
ingressaram com uma demanda de Jurisdição Voluntária, na qual pretendem a concessão de alvará
judicial para viabilizar o resgate e a liquidação de ações da Empresa Light S/A pertencentes à
empresa extinta, viabilizando o levantamento pelos seus sócios dos valores apurados.
Ocorre que, solicitadas as informações à Empresa Light S/A, esta afirmou que não consta em seus
registros a existência de ações ordinárias escriturais em nome da Empresa Preciosa S.A.
Diante da resistência da Light S.A., o magistrado extinguiu a demanda sem resolução do mérito.
Pergunta-se: Está correta a decisão do magistrado? Resposta fundamentada.

RESPOSTA:
Embasado na - Apelação Cível 0010683-88.2014.8.19.0006 APELAÇÃO CIVIL. DIREITO
PROCESSUAL CIVIL. ALVARÁ JUDICIAL. PROCEDIMENTO DE JURISDIÇÃO
VOLUNTÁRIA PREVISTO NO ART. 719 E SEGUINTES DO CPC/2015 QUE NÃO SE
COADUNA COM A EXISTÊNCIA DE CONTROVÉRSIA, A QUAL TORNA NECESSÁRIA A
OBSERVÂNCIA DE AMPLA DEFESA E DO CONTRADITÓRIO DAS PARTES
INTERESSADAS, O QUE NÃO OCORREU NO PRESENTE CASO. O alvará judicial é um
procedimento de jurisdição voluntária que não se coaduna com a existência de controvérsia sobre a
existência do direito invocado. Existindo resistência de terceiro, os demandantes devem buscar a
satisfação da sua pretensão através de procedimento contencioso. Inadequação da via eleita.
RECURSO DESPROVIDO.

2ª QUESTÃO:
Em uma determinada demanda, o enteado propôs demanda visando a interdição de seu padrasto,
tendo em vista ser o único parente vivo capaz de resguardar os interesses daquele.
O magistrado extinguiu a demanda por ilegitimidade, pois o enteado não se encontra no rol do art.
747, CPC.
Pergunta-se: está correta a decisão? Resposta fundamentada.

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RESPOSTA:
NÃO. A ordem de legitimados para o ajuizamento de ação de interdição NÃO é preferencial.
O inciso art. 747 do CPC 2015 fala em "parente". Isso abrange também os parentes por afinidade.
Qualquer pessoa que se enquadre no conceito de parente do Código Civil é parte legítima para propor
ação de interdição. Como afinidade gera relação de parentesco (art. 1.595, §1º do CC), nada impede
que os afins requeiram a interdição e exerçam a curatela. STJ. 3ª Turma. REsp 1346013-MG, Rel.
Min. Ricardo Villas Bôas Cueva (Info 571).

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ESCOLA DA MAGISTRATURA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Turma: CPIII A 12024


Disciplina/Matéria: DIREITO PROCESSUAL CIVIL PROCEDIMENTOS ESPECIAIS NO CPC 2015
Sessão: 12 - Dia 02/02/2024 - 10:10 às 12:00
Professor: RODOLFO KRONEMBERG HARTMANN

12 Tema: Juizados Especiais Cíveis e da Fazenda Pública. Noções gerais. Princípios informadores.

1ª QUESTÃO:
Em sede de Juizado Especial, Viviane ingressou com ação indenizatória em face de Banco Royal S.A
e Vendedora de Carros Ltda.
A demanda foi julgada procedente, porém, o banco réu entendeu que a sentença estava obscura
quanto à aplicação da condenação por danos morais, uma vez que não foi determinado se a obrigação
seria solidária, subsidiária ou individual entre as duas rés. Assim, quatro dias após a publicação da
sentença, o Banco interpôs Embargos de Declaração, o qual teve o provimento negado. O banco réu
interpôs Recurso Inominado no 10º dia útil após a publicação de tal decisão.
Sabendo-se que foi considerada a contagem em dias úteis e que o âmago da questão não se refere a
esse ponto, responda se o Recurso Inominado deverá ser admitido? Responda, de forma
fundamentada, observando as regras processuais no Código de Processo Civil.

RESPOSTA:
O aluno deverá mencionar o art. 12-A da Lei n. 9.099/95.
O CPC/15 trouxe no Art. 1.065 a alteração do artigo 50 da Lei 9099/95. Desta forma, os Embargos de
Declaração passam a interromper o prazo para a interposição de Recurso.
Observando que a contagem de prazo foi alterada pelo CPC, deverá ser admitido o Recurso
Inominado.
Lei 13105/15
No Art. 1.065. O art. 50 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995 , passa a vigorar com a seguinte
redação: (Vigência) "Art. 50. Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição de
recurso." (NR)
Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os
dias úteis.
Lei 9099/95
Art. 49. Os embargos de declaração serão interpostos por escrito ou oralmente, no prazo de cinco
dias, contados da ciência da decisão.
Art. 50. Quando interpostos contra sentença, os embargos de declaração suspenderão o prazo para
recurso.

2ª QUESTÃO:
Roberta, representada por Felipe, ajuizou em Vara de Fazenda Pública ação de obrigação de fazer c/c
indenizatória em face do DETRAN/ RJ, atribuindo a causa valor inferior a 60 salários mínimos. A
parte autora objetiva que o réu promova a expedição de sua carteira de identificação civil atualizada e
requer sua condenação ao pagamento de indenização por danos morais de 10 salários mínimos.
O magistrado julgou extinto o feito sem resolução do mérito em razão da incompetência absoluta,
assinalando que, em razão do valor da causa, a demanda deveria ser proposta no Juizados Especiais
da Fazenda Pública.
Em apelação, a parte autora afirmou que apesar de o valor da causa ser inferior ao limite legal
estabelecido, a Vara de Fazenda Pública é competente para julgar a demanda tendo em vista a
incapacidade da parte autora.
Decida a questão de forma fundamentada.

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RESPOSTA:
A questão é controvertida, ambas as respostas deverão ser aceitas, desde que bem fundamentadas.
APELAÇÃO CÍVEL Nº 0094200-40.2013.8.19.0001 Direito processual público. Competência dos
Juizados Especiais da Fazenda Pública e das Varas de Fazenda Pública. Autor incapaz. Não obstante
o texto do art. 5º, inciso I, da Lei nº 12.153/2009, o incapaz não pode ser autor em processos que se
desenvolvam perante os Juizados Especiais da Fazenda Pública. Interpretação da Lei dos Juizados da
Fazenda Pública à luz da Lei nº 9.099/1995. Estatuto dos Juizados Especiais. Doutrina. Precedentes
jurisprudenciais. Provimento do recurso para declarar competente a Vara de Fazenda Pública..

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Turma: CPIII A 12024


Disciplina/Matéria: DIREITO PROCESSUAL CIVIL PROCEDIMENTOS ESPECIAIS NO CPC 2015
Sessão: 15 - Dia 06/02/2024 - 08:00 às 09:50
Professor: FELIPE BARRETO MARÇAL

15 Tema: Procedimentos da Lei nº 8245/1991.

1ª QUESTÃO:
Bernardo, locador de imóvel, ingressou com ação revisional em face do seu locatário - Victor - e
requereu que o magistrado estipulasse um valor a título de aluguel provisório.
O magistrado arbitrou, antes da audiência, a título de aluguel provisório, um determinado valor que
correspondia a 90% do valor do pedido.
Em defesa, Victor alegou que Bernardo não poderia pedir a revisão de aluguel, já que não havia
acordo entre as partes. Ressaltou que o magistrado não poderia ter fixado o valor antes da audiência e
que o valor fixado não poderia ser superior a 50% do valor do pedido.
Diante dos fatos narrados, decida a questão de forma fundamentada.

RESPOSTA:
O aluno deverá abordar o artigo 19 e 68, I, "a" da Lei 8.245/91.
Segundo o entendimento do STJ, é possível o magistrado arbitrar o valor do aluguel provisório antes
da audiência.
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 594.965 - RJ (2014/0257871-7) DECISÃO (...)verifica-se
que o acórdão colegiado, ao concluir pelo cabimento da ação revisional de aluguel, incursionou
detalhadamente na apreciação do conjunto fático-probatório. Assim, as conclusões acerca do mérito
da demanda decorreram da análise das provas acostadas aos autos, o que se pode aferir a partir da
leitura dos fundamentos do julgado atacado, que ora se transcreve, na parte que interessa: "Na forma
do art. 68, I, a, da Lei 8,245, o aluguel provisório não poderá ser superior a 80% do pedido e,
portanto, na hipótese dos autos, não poderá ser superior a R$ 172.000,00, considerando que a ação foi
proposta pelo locador. É de se notar que o aluguel fixado pelo Juízo a quo não feriu o comando legal
acima citado, ao passo que, não se apresenta demasiadamente superior ao valor que o agravante
considera como justo, diante do valor pretendido, no importe de R$ 50.000,00. (...) Insta ser
enfatizado que o aluguel que será fixado na sentença retroagirá à citação, bem como haverá
compensação com os alugueres provisórios satisfeitos, podendo ser tanto a favor do agravante, como
do agravado". (...) "AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO
REVISIONAL DE ALUGUEL. POSSIBILIDADE DE ARBITRAMENTO. SÚMULAS 5 E 7/STJ.
AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. O Tribunal de origem ao manter o
valor da locação arbitrado pelo juízo singular na revisional proposta na origem, amparou-se no acervo
na relação contratual estabelecida, bem como do acervo probatório do autos, considerando as
peculiaridades do caso. A reforma do aresto hostilizado, com a desconstituição de suas premissas
como pretende o recorrente, demandaria reexame de todo âmbito da relação contratual estabelecida e
incontornável incursão no conjunto fático-probatório dos autos. Incidência das Súmulas n. 5 e 7 do
STJ. 2. Agravo regimental a que se nega provimento"(AgRg no AREsp 601.870/SP, Rel. Ministro
LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado 2015

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2ª QUESTÃO:
Erica propôs ação renovatória, visando a renovação do contrato de locação firmado com Thomás.
Ocorre que no curso da demanda Thomás comprovou que Erica não ocupava mais o imóvel, em
virtude de cessão de contrato.
Diante dos fatos, o juiz extinguiu o feito, sem resolução do mérito, por falta de interesse de agir da
autora.
Inconformada, a autora recorreu alegando que cedeu o contrato a terceiro (em relação à sua posição
de locatária), ajuste este a que anuiu expressamente a ré (locadora). Assim, não há que se falar em
extinção sem resolução de mérito por perda de interesse de agir, mas sim resolução do mérito, ante a
homologação de transação havida entre as partes.
Pergunta-se: à luz da lei de locação, é possível a pretensão autoral? Resposta fundamentada.

RESPOSTA:
O direito à renovação em questão somente poderá ser exercido por aquele que ocupa o imóvel, nos
termos do art. 51, § 1º, da Lei nº 8.245/1991"
APELAÇÃO Nº 0011035-69.2016.8.19.0202 Direito Processual Civil. A cessão de posição contratual
por parte do locatário de bem imóvel implica reconhecer sua perda superveniente de interesse de agir
quanto à "ação renovatória" em curso, nos termos do art. 51, § 1º, da Lei de Locações. Em se tratando
de extinção do processo sem resolução do mérito, os ônus sucumbenciais serão suportados por aquele
que deu causa à extinção. Manutenção da sentença. Recurso desprovido.

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Turma: CPIII A 12024


Disciplina/Matéria: DIREITO PROCESSUAL CIVIL PROCEDIMENTOS ESPECIAIS NO CPC 2015
Sessão: 16 - Dia 06/02/2024 - 10:10 às 12:00
Professor: FELIPE BARRETO MARÇAL

16 Tema: Mandado de Segurança Individual.

1ª QUESTÃO:
Arlindo, militar inativo, impetrou mandado de segurança tendo em vista que teve reduzido o seu
auxílio invalidez. Fundamentou seu pedido no princípio da irredutibilidade de vencimentos e por isso
ocorreu a violação de direito líquido e certo.
A segurança foi concedida, porém, a União recorreu da decisão. Antes de ser julgado o recurso
Arlindo falece, deixando herdeiros.
Os herdeiros pretendem a habilitação na demanda. Pergunta-se: é possível os herdeiros sucederem
Arlindo no mandado de segurança? Resposta fundamentada.

RESPOSTA:
EDcl no MANDADO DE SEGURANÇA Nº 11.581 - DF ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL
CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO MANDADO DE SEGURANÇA. ÓBITO DO
IMPETRANTE. HABILITAÇÃO DOS HERDEIROS. IMPOSSIBILIDADE. 1. O Superior
Tribunal de Justiça firmou o entendimento de que, ante o caráter mandamental e a natureza
personalíssima da ação, não é possível a sucessão de partes no mandado de segurança, ficando
ressalvada aos herdeiros a possibilidade de acesso às vias ordinárias. 2. Embargos de declaração
acolhidos, com efeitos infringentes, para denegar a segurança sem resolução do mérito

2ª QUESTÃO:
Pedro impetrou mandado de segurança contra ato do presidente da Petrobras para impugnar ato que o
desclassificou de concurso público.
O juiz da Vara da Fazenda Pública, considerando que o presidente de sociedade de economia mista
controlada pela União deve ser considerado uma autoridade federal, declinou da competência para a
Justiça Federal.
Decidiu corretamente o juiz? Resposta fundamentada.

RESPOSTA:
GABARITO: o aluno deverá saber que embora o réu seja uma sociedade de economia mista, a
competência é da Justiça Federal (Constituição, art. 109, VIII e Lei do Mandado de Segurança, art.
2o).
0039055-26.2018.8.19.0000 Agravo de Instrumento em Mandado de Segurança. Demanda agitada
contra ato praticado por Diretor da Petrobrás. Sociedade de economia mistafederal. Indeferimento do
pedido de liminar. Inconformismo. Incompetência absoluta da Justiça Estadual. Compete à Justiça
Federal comum processar e julgar Mandados de Segurança impetrados contra autoridade coatora
federal. Aplicação do entendimento firmado pelo E. STF (tema nº. 722). Competência definida em
razão da função ou da categoria funcional da autoridade indicada como coatora (ratione auctoritatis).
Reconhecimento da incompetência absoluta deste Tribunal de Justiça. Recurso prejudicado.

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