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04 Tema: Impostos Estaduais III ICMS III 1. Incidência; 2. Fato gerador: aspectos: material,
espacial, temporal, pessoal e quantitativo; 3. Não-incidência; 4. Imunidades; 5. Isenção; 6.
Alíquota zero.
1ª QUESTÃO:
Responda, fundamentadamente, em no máximo 15 (quinze) linhas, se o aumento no custo de geração
de energia elétrica, derivado do sistema de bandeiras tarifárias, gera aumento na base de cálculo do
ICMS, tornando assim o imposto mais oneroso.
RESPOSTA:
REsp 1809719 / DF, RELATOR Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES
ÓRGÃO JULGADOR T2 - SEGUNDA TURMA;
DATA DO JULGAMENTO 23/06/2020; DATA DA PUBLICAÇÃO/FONTE DJe 25/06/2020
RSTJ vol. 260 p. 284
EMENTA
TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. ENUNCIADO ADMINISTRATIVO N. 3/STJ. ICMS.
ENERGIA ELÉTRICA. SISTEMA DE BANDEIRAS TARIFÁRIAS. ADICIONAL. AUMENTO
NO CUSTO DE GERAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA. ADICIONAL PROPORCIONAL À
DEMANDA CONSUMIDA. INCLUSÃO NA BASE DE CÁLCULO DO ICMS. RECURSO
ESPECIAL NÃO PROVIDO.
1. Trata-se de ação declaratória de inexistência de relação jurídico-tributária cumulada com repetição
de indébito proposta pelo contribuinte, com a pretensão de excluir da base de cálculo do ICMS sobre
a produção e comercialização de energia elétrica, os valores oriundos do adicional de bandeira
tarifária, instituído pelo Sistema de Bandeiras Tarifárias.
2. Este adicional foi regulamentado pela Resolução n.º 547/2013, instituído pela Agência Nacional de
Energia Elétrica, cuja finalidade visa indicar aos usuários do sistema elétrico, as repercussões
econômicas de fatores climáticos na composição dos custos para a produção de energia elétrica e,
outrossim, para sinalizar aos consumidores, os custos atuais da geração deste bem.
3. O objetivo deste adicional é recompor as variações do custo da energia elétrica produzida pelo
Sistema Nacional. Tais variações, decorrem de fatores climáticos que alteram o modo como a energia
elétrica é produzida. Quando ocorrem tais intempéries, a utilização das hidrelétricas não é suficiente,
sendo necessário acionar as termoelétricas, que utilizam outras matérias-primas para a produção de
energia, tais como o carvão, gás natural, óleo combustível, o que torna a produção, invariavelmente,
mais onerosa.
4. Este poder normativo conferido à ANEEL, na definição dos elementos que compõem as regras
tarifárias no setor elétrico, já foi objeto de exame por essa Corte. Na ocasião, este Superior Tribunal
de Justiça assentou a competência regulatória da Aneel para editar atos normativos que autorizem a
revisão dos valores das tarifas cobradas pelas concessionárias de energia elétrica, bem como a
razoabilidade da criação de Bandeiras Tarifárias de acordo com os custos variáveis do serviço de
energia elétrica, repassando esses custos aos usuários do sistema (REsp 1752945/SC, Rel. Ministro
Herman Benjamin, Segunda Turma, julgado em 04/09/2018, DJe 20/11/2018).
5. Neste cenário, a configuração normativa do ICMS exigido na comercialização da energia elétrica,
foi estruturada para que a base de cálculo a ser mensurada ao usuário, incorpore todos os custos de
produção do bem até o seu efetivo consumo. Isso significa que, em tema de fornecimento de energia
elétrica, o "valor da operação" deve corresponder ao valor da nota fiscal/fatura cobrado pela
concessionária, não se restringindo tão somente ao valor da quantidade de energia elétrica consumida
- um dos componentes da tarifa de energia. Deve-se agregar para a definição da base de cálculo da
exação, todos os elementos que são internalizados para a deflagração do custo da
2ª QUESTÃO:
Determinada sociedade prestadora de serviços de telecomunicações propõe demanda em que visa ao
reconhecimento do direito de recuperar o ICMS indevidamente pago sobre prestações de serviços de
comunicação inadimplidas pelos tomadores-usuários, assim consideradas após terem sido baixadas
como perdas do Balanço Patrimonial.
Em síntese, aduz que o deferimento do pedido é necessário para evitar o enriquecimento sem causa do
Estado.
Responda, fundamentadamente, como deve ser julgada a causa.
RESPOSTA:
RESPOSTA: REsp 1.308.698-SP, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, por unanimidade, julgado
em 6/12/2016, DJe 3/2/2016.
TEMA: Desinfluência da inadimplência do consumidor final para caracterização do fato gerador do
ICMS-comunicação.
DESTAQUE: Ainda que as prestações de serviços de comunicação sejam inadimplidas pelo
consumidor-final (contratante), não cabe a recuperação dos valores pagos pela prestadora (contratada)
a título de ICMS-comunicação incidentes sobre o serviço prestado.
INFORMAÇÕES DO INTEIRO TEOR
Trata-se de ação que, na origem, pretendeu o reconhecimento do direito de recuperar o ICMS
indevidamente pago sobre prestações de serviços de comunicação inadimplidas pelos tomadores-
usuários, assim consideradas após terem sido baixadas como perdas do Balanço Patrimonial. Com
efeito, a incidência do ICMS-comunicação tem como fato gerador a prestação onerosa de serviço de
comunicação por qualquer meio, inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a
retransmissão, a repetição e a ampliação de comunicação de qualquer natureza (art. 2º, III, da LC
87/96). Para o direito privado, a diferenciação entre contrato oneroso e contrato gratuito ou benéfico
está diretamente relacionada ao exame das vantagens patrimoniais para cada um dos contratantes. No
caso dos contratos onerosos, a relação jurídica material estabelecida será marcada pela imposição de
um ônus para todas as partes do contrato; o que, no caso em análise, é identificado pela obrigação da
concessionária em disponibilizar o serviço de comunicação contratado, bem como pela obrigação do
consumidor final retribuir o serviço com o preço estabelecido. Nesse aspecto, para o Direito Privado,
o inadimplemento do consumidor final é desinfluente para o reconhecimento, ou não, da onerosidade
do contrato. O mesmo entendimento ocorre no Direito Tributário.
1ª QUESTÃO:
A Empresa ABC LTDA., contribuinte do ICMS por substituição tributária, verifica que nas vendas
efetivamente por ela realizadas, a base de cálculo do tributo foi maior do que aquela utilizada de
forma estimada para o cálculo do tributo devido na operação de substituição tributária. Postula, assim,
perante o Fisco Estadual, a devolução da diferença de imposto pago a maior em função da utilização
efetiva de base de cálculo maior do que a estimada.
À luz da jurisprudência do STF e STJ, analise o pleito do contribuinte.
RESPOSTA:
AgRg nos EDcl no Ag 1024265 / RS, Relator(a) Ministro BENEDITO GONÇALVES
Ementa
4. O acórdão proferido pela Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça entendeu que, in
casu, ocorrera a venda direta do industrial ao varejista, ou seja, houve supressão do atacadista
da cadeia econômica, o que não autoriza a equiparação da agravante (indústria) a este.
Entendeu-se que a indústria sujeita-se às regras específicas
5. Portanto, a conclusão a que chegou o Supremo Tribunal Federal no RE 593.849 não altera a
conclusão do Superior Tribunal de Justiça, ao negar a pretensão de equiparação do
estabelecimento industrial ao atacadista, diante da supressão da operação intermediária.
2ª QUESTÃO:
Na operação que remete óleo da unidade industrial no Rio de Janeiro para distribuidora em Minas
Gerais em que há regime de substituição tributária que obriga o industrial remetente, na qualidade de
substituto tributário a recolher, antecipadamente, o ICMS a favor do Estado de Minas Gerais, a
unidade industrial, em virtude de desconto incondicional oferecido à distribuidora, recolheu o tributo
sobre a base de cálculo abstraída do referido desconto. A autoridade fiscal mineira alega suposto
recolhimento a menor de ICMS em decorrência de erro na formação da base de cálculo, por não ter o
contribuinte incluído na base de cálculo do tributo os descontos incondicionais. Desta forma,
procedeu à autuação da distribuidora, o que fez esta recorrer às vias judiciárias para infirmar a
autuação.
Responda, fundamentadamente, se agiu corretamente a autoridade mineira.
RESPOSTA:
REsp 1909823 / SC, Relator(a) Ministra REGINA HELENA COSTA
Ementa
I - Consoante o decidido pelo Plenário desta Corte na sessão realizada em 09.03.2016, o regime
recursal será determinado pela data da publicação do provimento jurisdicional impugnado. Aplica-se,
in casu, o Código de Processo Civil de 1973.
III - A 1ª Turma desta Corte assentou que a disposição do art. 17 da Lei n. 11.033/2004, a qual
assegura a manutenção dos créditos existentes de contribuição ao PIS e da COFINS, ainda que a
revenda não seja tributada, não se aplica apenas às operações realizadas com os destinatários do
benefício fiscal do REPORTO. Por conseguinte, o direito ao creditamento independe da ocorrência de
tributação na etapa anterior, vale dizer, não está vinculado à eventual incidência da contribuição ao
PIS e da COFINS sobre a parcela correspondente ao ICMS-ST na operação de venda do substituto ao
substituído.