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(1) Davi ajuizou ação em face de Heitor, cumulando pedido de cobrança no

valor de R$ 70.000,00 (setenta mil reais) e pedido indenizatório de dano


material no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais). Ultrapassada a fase
inicial conciliatória, Heitor apresentou contestação contendo vários
fundamentos - dentre eles, preliminar de impugnação ao valor da causa.
O Juiz proferiu decisão saneadora, rejeitando a impugnação ao valor da
causa e determinando o prosseguimento do processo. Em face dessa
situação hipotética, indaga-se : Qual a natureza jurídica da decisão do
juiz : sentença, decisão interlocutória ou acórdão ? Heitor poderá
recorrer dessa decisão ? Em caso afirmativo, qual o recurso cabível ?
Em que prazo ? Qual o juízo competente perante o qual o referido
recurso deve ser interposto ? Há necessidade de preparo ?
R:
A natureza jurídica da decisão do juiz é decisão interlocutória. Heitor
pode sim recorrer dessa decisão, e recurso cabível é o de Apelação. Por não
estar listado no rol do art. 1.015 do CPC, então é cabível Apelação em vez de
Agravo de Instrumento . No prazo de 15 dias perante o próprio juízo prolator da
sentença. Sim, há necessidade de preparo.

(2) Mariana propôs ação com pedido condenatório contra Carla, julgado
improcedente, o que a levou a interpor recurso de apelação ao Tribunal
de Justiça, objetivando a reforma da decisão. Após a apresentação de
contrarrazões por Carla, o juízo de primeira instância entendeu que o
recurso não deveria ser conhecido, por ser intempestivo, tendo sido
certificado o trânsito em julgado. Em face dessa situação hipotética,
indaga-se : o juiz de 1º grau poderia ter realizado o juízo de
admissibilidade ? por quê ?
R:
Como exposto no art. 1.010, § 3º, CPC, os autos deverão ser remetidos
ao juízo de segundo grau, e o juiz de 1° grau não tem competência para
realizar o juízo de admissibilidade do recurso. Juízes de primeiro grau, por
conseguinte, não mais têm permissão de recusar seguimento a
apelações.
(3) Jorge ajuizou demanda contra Maria, requerendo sua condenação à
realização de obrigação de fazer e ao pagamento de quantia certa. Fez
requerimento de tutela provisória de urgência em relação à obrigação de
fazer. Após o transcurso da fase postulatória e probatória sem a análise
do mencionado requerimento, sobreveio sentença de procedência de
ambos os pedidos autorais, em que o juízo determina o imediato
cumprimento da obrigação de fazer. Diante de tal situação, Maria
instruiu seu advogado a recorrer apenas da parte da sentença relativa à
obrigação de fazer. Que recurso será apresentado pelo advogado de
Maria ? Em que prazo ? Perante que órgão do Poder Judiciário ?
R:
Sendo os pedidos autorais concedidos na sentença, mesmo versando
sobre tutela provisória de urgência que está no rol do art. 1.015 do CPC sobre
Agravo de Instrumento, é cabível Apelação porque as decisões que serão
impugnadas por Maria surgiram de sentença, cabendo Apelação como
descrito no art. 1.009 do CPC.
(4) Carlos ajuizou ação contra o Banco Sucesso, pelo procedimento
comum, pretendendo a revisão de determinadas cláusulas de um
contrato de abertura de crédito. Após a apresentação de contestação e
réplica, iniciou-se a fase de produção de provas, tendo o Banco Sucesso
requerido a produção de prova pericial para demonstrar a ausência de
abusividade dos juros remuneratórios. A prova foi indeferida e, ao final, o
pedido foi julgado procedente para revisar o contrato e limitar a cobrança
de tais juros. Em face dessa situação hipotética, o advogado do Banco
Sucesso poderia ter agravado por instrumento da decisão de
indeferimento da prova no prazo de 15 dias ?
R:
Não! Não poderia ter agravado por instrumento. Vejamos, a hipótese de
indeferimento de requerimento de produção de prova pericial não está no
rol do art. 1.015 do CPC que regra o Agravo de Instrumento. Então resta
apenas o recurso de Apelação. Então o prazo descrito na pergunta está
correto apesar de não ser exatamente de Agravo.

(5) Carolina, vítima de doença associada ao tabagismo, requereu, em


processo de indenização por danos materiais e morais contra a indústria
do tabaco, a inversão do ônus da prova, por considerar que a ré possuía
melhores condições de produzir a prova. O magistrado, por meio de
decisão interlocutória, indeferiu o requerimento por considerar que a
inversão poderia gerar situação em que a desincumbência do encargo
seria excessivamente difícil. Em face dessa situação hipotética, indaga-
se: referida decisão é recorrível OU irrecorrível ? por quê ?
R:
Sim, é recorrível e recorrível por agravo de instrumento. Como visto na
hipótese do em que o art. 1.015, XI, explica que a decisão interlocutória que
versar sobre a redistribuição do ônus da prova é cabível o agravo de
instrumento.

(6) O advogado Jonas interpôs Recurso Especial contra acórdão do


Tribunal de Justiça do Estado X. Ocorre que, no corrente ano, a Vice-
Presidência/Presidência
do referido Tribunal negou seguimento ao recurso interposto, afirmando
que o acórdão recorrido se encontra no mesmo sentido de precedente
do STJ, julgado sob o rito dos recursos repetitivos. Nessa hipótese, caso
deseje impugnar a referida decisão, que recurso o advogado deverá
interpor? Em que prazo? perante que órgão do Poder Judiciário?
R:
Deverá interpor o Agravo Interno, direcionado ao órgão colegiado
competente para revisar as decisões do Presidente/Vice-Presidente do Tribunal
de Justiça. No prazo de 15 dias, perante o mesmo órgão.
(7) Maria dirigia seu carro em direção ao trabalho, quando se envolveu em
acidente com um veículo do Município de São Paulo, afetado à
Secretaria de Saúde. Em razão da gravidade do acidente, Maria
permaneceu 06 (seis) meses internada, sendo necessária a realização
de 03 (três) cirurgias. Quinze dias após a alta médica, a vítima ingressou
com ação de reparação por danos morais e materiais em face do ente
público. Na sentença, os pedidos foram julgados procedentes, com
condenação do ente público ao pagamento de 200 (duzentos) salários
mínimos, não tendo a ré interposto recurso. A decisão está sujeita à
remessa necessária?
R:
A sentença não está sujeita à remessa necessária, pois a condenação é
inferior a 500 (quinhentos) salários mínimos, limite aplicável ao caso. Após o
trânsito em julgado, Maria poderá promover o cumprimento de sentença em
face do Município de São Paulo. Como o município é capital de SP, então o
valor mínimo da condenação contra o município para haver a remessa
necessária é de 500 salários mínimos.

(8) Lucas, em litígio instaurado contra Alberto, viu seus pedidos serem
julgados procedentes em primeira instância, o que veio a ser confirmado
pelo tribunal local em sede de apelação. Com a publicação do acórdão
proferido em sede de apelação na imprensa oficial, Alberto interpôs
recurso especial, alegando que o julgado teria negado vigência a
dispositivo de lei federal. Simultaneamente, Lucas opôs embargos de
declaração contra o mesmo acórdão, suscitando a existência de
omissão. Nessa situação hipotética, Alberto, após o julgamento dos
embargos de declaração de Lucas, terá o direito de complementar ou
alterar as razões de seu recurso especial?
R:
Alberto só teria o direito de complementar ou alterar as razões se
implicasse a modificação da decisão, nos termos do art. 1.024, §4º, CPC.

(9) José ajuizou ação de indenização por danos morais, materiais e


estéticos em face de Pedro. O juiz competente, ao analisar a petição
inicial, considerou os pedidos incompatíveis entre si, razão pela qual a
indeferiu, com fundamento na inépcia.
Nessa situação hipotética, qual o recurso que José deverá interpor ? Em
que prazo ? Perante que órgão do Poder Judiciário ?
R:
Nesse caso a doutrina entende que se trata de sentença e o recurso
será a apelação, conforme a redação do artigo 331 do CPC. Com um prazo de
15 dias perante o juízo de primeiro grau (ad quo) e então julgado pelo juízo de
segundo grau (ad quem) caso não haja retratação em 5 dias por parte do juiz
de primeiro grau.

(10) Luciana, por meio de seu advogado, propôs demanda em face de


Carlos na qual pediu, a título de indenização por danos materiais, a
condenação do réu ao pagamento de R$ 20.000,00. Ao julgar
parcialmente procedente o pedido, o juízo “a quo” condenou o
demandado ao pagamento de R$ 15.000,00. Luciana se conformou com
a decisão, ao passo que Carlos recorreu, a fim de diminuir o valor da
condenação para R$10.000,00 e, bem assim, requereu a condenação
da recorrida ao pagamento de custas e honorários. Embora tenha
diminuído o valor da condenação para R$ 10.000,00, conforme
requerido no recurso, o órgão “ad quem” não condenou Luciana ao
pagamento de custas e honorários. Nessa situação hipotética, Carlos
poderá interpor algum recurso contra o acórdão do órgão “ad quem” ?
Qual ? Por quê ? Em que prazo ? Há preparo ?
R:
Carlos poderá interpor o recurso de Agravo Interno contra o órgão ad
quem. Porque, à luz do CPC, vimos que contra decisões monocráticas dos
relatores dos Tribunais. Isso contando um prazo de 15 dias devendo sim ter
recolhimento do preparo.

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