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(2) Mariana propôs ação com pedido condenatório contra Carla, julgado
improcedente, o que a levou a interpor recurso de apelação ao Tribunal
de Justiça, objetivando a reforma da decisão. Após a apresentação de
contrarrazões por Carla, o juízo de primeira instância entendeu que o
recurso não deveria ser conhecido, por ser intempestivo, tendo sido
certificado o trânsito em julgado. Em face dessa situação hipotética,
indaga-se : o juiz de 1º grau poderia ter realizado o juízo de
admissibilidade ? por quê ?
R:
Como exposto no art. 1.010, § 3º, CPC, os autos deverão ser remetidos
ao juízo de segundo grau, e o juiz de 1° grau não tem competência para
realizar o juízo de admissibilidade do recurso. Juízes de primeiro grau, por
conseguinte, não mais têm permissão de recusar seguimento a
apelações.
(3) Jorge ajuizou demanda contra Maria, requerendo sua condenação à
realização de obrigação de fazer e ao pagamento de quantia certa. Fez
requerimento de tutela provisória de urgência em relação à obrigação de
fazer. Após o transcurso da fase postulatória e probatória sem a análise
do mencionado requerimento, sobreveio sentença de procedência de
ambos os pedidos autorais, em que o juízo determina o imediato
cumprimento da obrigação de fazer. Diante de tal situação, Maria
instruiu seu advogado a recorrer apenas da parte da sentença relativa à
obrigação de fazer. Que recurso será apresentado pelo advogado de
Maria ? Em que prazo ? Perante que órgão do Poder Judiciário ?
R:
Sendo os pedidos autorais concedidos na sentença, mesmo versando
sobre tutela provisória de urgência que está no rol do art. 1.015 do CPC sobre
Agravo de Instrumento, é cabível Apelação porque as decisões que serão
impugnadas por Maria surgiram de sentença, cabendo Apelação como
descrito no art. 1.009 do CPC.
(4) Carlos ajuizou ação contra o Banco Sucesso, pelo procedimento
comum, pretendendo a revisão de determinadas cláusulas de um
contrato de abertura de crédito. Após a apresentação de contestação e
réplica, iniciou-se a fase de produção de provas, tendo o Banco Sucesso
requerido a produção de prova pericial para demonstrar a ausência de
abusividade dos juros remuneratórios. A prova foi indeferida e, ao final, o
pedido foi julgado procedente para revisar o contrato e limitar a cobrança
de tais juros. Em face dessa situação hipotética, o advogado do Banco
Sucesso poderia ter agravado por instrumento da decisão de
indeferimento da prova no prazo de 15 dias ?
R:
Não! Não poderia ter agravado por instrumento. Vejamos, a hipótese de
indeferimento de requerimento de produção de prova pericial não está no
rol do art. 1.015 do CPC que regra o Agravo de Instrumento. Então resta
apenas o recurso de Apelação. Então o prazo descrito na pergunta está
correto apesar de não ser exatamente de Agravo.
(8) Lucas, em litígio instaurado contra Alberto, viu seus pedidos serem
julgados procedentes em primeira instância, o que veio a ser confirmado
pelo tribunal local em sede de apelação. Com a publicação do acórdão
proferido em sede de apelação na imprensa oficial, Alberto interpôs
recurso especial, alegando que o julgado teria negado vigência a
dispositivo de lei federal. Simultaneamente, Lucas opôs embargos de
declaração contra o mesmo acórdão, suscitando a existência de
omissão. Nessa situação hipotética, Alberto, após o julgamento dos
embargos de declaração de Lucas, terá o direito de complementar ou
alterar as razões de seu recurso especial?
R:
Alberto só teria o direito de complementar ou alterar as razões se
implicasse a modificação da decisão, nos termos do art. 1.024, §4º, CPC.