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CASOS CONCRETOS PROCESSO CIVIL IV (CORRIGIDOS EM SALA)

Semana 1: Ao iniciar o cumprimento de sentença envolvendo obrigação de pagar, o credor pretende que seja
penhorado um bem imóvel do devedor, avaliado em R$ 1.000.000,00 (um milhão de Reais), para pagamento de
uma dívida de apenas R$ 10.000,00 (dez mil Reais). O devedor, por meio do seu patrono, peticiona ao juízo
informando que possui um veículo automotor avaliado em R$ 30.000,00 (trinta mil Reais), valor que é mais
compatível com o do débito, requerendo a substituição do bem penhorado em atenção ao princípio do menor
sacrifício ao executado. Indaga-se: deve ser deferido o pleito do executado?

Resposta: Sim, este principio pode ser empregado nas mas variadas situações, e ainda se o magistrado
vislumbrar que o executado possui vários bens suficientes para o pagamento de uma divida, não poderia
permitir que a penhora recaísse sobre o bem de maior valor. Acresça-se a isso oque dispõe o § Único do
art.805 do cpc.

Objetiva ( C ).

Semana 2: No curso de uma ação de indenização e antes da sentença de 1o grau, o réu vendeu seus dois únicos
imóveis por R$ 100.000,00 (cem mil reais), os quais constituíam a totalidade de seu patrimônio. Julgado
procedente o pedido, com sentença transitada em julgado, o autor pretende receber o valor da indenização
fixado pelo Juiz, ou seja, R$ 100.000,00 (cem mil reais). Considerando o enunciado acima, distinga os institutos
da fraude à execução e da fraude contra credores, e, num segundo momento, indique os caminhos processuais
adequados para que o exequente, na prática, possa receber seu crédito.

Resposta: Em linhas gerais, na fraude a execução o seu termo inicial é apartir do inicio da execução.
Haverá necessidade de se demonstrar o estagio de insolvência, e esta fraude pode ser conhecida nos
próprios autos da execução. Já a fraude a credores por sua vez pode ocorrer do momento seguinte ao
que a divida foi contraída, havendo a necessidade de se demonstrar a insolvência e o conluio entre
vendedor e comprador do bem, alem de se promover um processo de conhecimento pelo RITO COMUM
chamado AÇÃO PAULIANA.

Objetiva ( D ).

Semana 3: Adalberto ajuizou uma ação em face da Seguradora Porto Bello pleiteando o recebimento do seguro
de vida realizado pelo seu tio Marcondes. Alega na inicial que a seguradora, de forma injustificada, se negou a
pagar a indenização sob o argumento de que o segurado agiu de má-fé ao não informar que realizara uma
cirurgia de coração 10 anos antes da assinatura do contrato. Após a instrução o juiz julgou procedente o pedido
para condenar a Seguradora a pagar a respectiva indenização em valor a ser apurado em fase de liquidação.
Diante do caso concreto indaga-se:

a) Qual é a modalidade de liquidação de sentença mais adequada ao caso concreto? É possível modificar a
sentença em fase de liquidação?
Resposta: A modalidade de liquidação mas adequada é por ARBITRAMENTO, considerando a
necessidade de conhecimento técnico, calculo atuarial, para apuração do valor do premio, vide art.509,I
do CPC. Não é possível modificar a sentença, consoante §4º do art.509 do cpc.

b) Como deverão proceder as partes caso discordem do valor apurado na liquidação?


Resposta: Em caso de discordância em relação ao valor a parte deverá interpor AGRAVO DE
INSTRUMENTO vide § Único, art.1015 do CPC.
Semana 4: Juca Cipó ingressa em juízo com ação de cobrança em desfavor de Sinhozinho Malta, que, citado
pelo correio, quedou-se inerte, vindo, em consequência, o pedido autoral a ser julgado procedente, com a
condenação do réu ao pagamento de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais). Iniciado por Juca Cipó o cumprimento de
sentença, após a segurança do juízo, Sinhozinho Malta oferece impugnação, na qual alega a nulidade de sua
citação na fase cognitiva. O juiz, então, acata a impugnação de Sinhozinho Malta. Qual seria o recurso cabível
contra esta decisão judicial?

Resposta: Neste caso, o acolhimento da tese defensiva não irá gerar o fim do processo, mas sim a
reabertura da etapa de conhecimento. Assim, trata-se de decisão interlocutória, passível de ser
impugnada mediante AGRAVO DE INSTRUMENTO, vide art.1015,§ Único, do CPC.

Objetiva ( B )

Semana 5: Repelidos Embargos de Devedor com fundamento em sua intempestividade, apresenta o Executado
petição avulsa, intitulando-a como Objeção de Não Executividade (também conhecida como Exceção de Pré-
Executividade), denunciando a nulidade do título. Deve tal pleito, inobstante a rejeição dos Embargos, ser
admitido ao exame do órgão judicial? Se admissível a referida peça, teria a apresentação da mesma efeito
suspensivo?

Resposta: A execução de pré-executividade embora não tenha previsão clara no CPC, é um mecanismo
de defesa aceito pela jurisprudência e pela doutrina a muito tempo, que possibilita ao executado
apresentar por meio de mera petição qualquer matéria que o magistrado possa se pronunciar de oficio.
Não faz sentido que o magistrado determine o efeito suspensivo da execução pela mera interposição da
referida exceção.

Objetiva ( D ).

Semana 6: Determinado credor instaurou processo de execução, lastreado em título executivo extrajudicial, em
face de um incapaz, que se encontra regularmente representado nos autos. A penhora recaiu sobre um
determinado bem e não foram oferecidos embargos à execução. Como o exequente não manifestou interesse na
adjudicação, o magistrado determinou a expropriação por alienação em leilão judicial. No segundo leilão, o bem
constricto recebeu um lance equivalente a 75% do valor da avaliação, o que gerou a assinatura no auto de
arrematação. Imediatamente, o executado peticionou ao juízo, postulando o reconhecimento da ineficácia da
arrematação, uma vez que o bem foi expropriado por preço vil. Já o credor, por sua vez, ponderou que, de
acordo com o art. 891, parágrafo único, do CPC, a arrematação teria sido perfeitamente válida. Indaga-se: como
deve decidir o magistrado?

Resposta: Trata-se realmente de arrematação invalida, pois não foi atingido o preço mínimo na hipótese
em que incapaz é sujeito passivo da execução, vide art.896 do CPC.

Objetiva ( C )
Semana 7: Após a vigência do CPC, Rodolfo promove execução em face de Matheus e Lucas, objetivando o
recebimento de determinada quantia. A citação de ambos foi realizada regularmente e não foram localizados
bens passíveis de penhora. Diante desta situação, o magistrado suspendeu o processo pelo prazo de um ano.
Findo este período e, também tendo sido ultrapassado o prazo prescricional da obrigação, os executados
peticionam ao juízo requerendo o desarquivamento do processo e a pronúncia da prescrição intercorrente.
Devidamente intimado, o exequente se posiciona em sentido contrário, ao argumento de que esta suspensão
deveria permanecer sine die, ou seja, indefinidamente, até que sejam localizados bens passíveis de constrição
judicial. Como deverá se posicionar o magistrado quanto ao tema?

Resposta: O CPC admite expressamente a possibilidade da suspensão do processo pela ausência de bens
penhoráveis, consoante arts. 921 e 924 do CPC.

Objetiva ( B ).

Semana 8: Em determinado processo, o magistrado fixou astreintes diárias para compelir o devedor a cumprir
obrigação de entrega de coisa, o que não ocorreu no prazo estabelecido. Levando em consideração que o valor
acumulado das astreintes está próximo de R$ 100.000,00 (Cem Mil Reais) e que o conteúdo econômico
discutido no processo é de no máximo R$ 20.000,00 (Vinte Mil Reais), a parte ré peticiona requerendo a
redução do valor retroativamente. Ocorre que a exequente, por seu turno, sustenta que este montante de R$
100.000,00 (Cem Mil Reais) já integra o seu patrimônio. Vindo os autos conclusos para decisão, o magistrado
percebe, na ambiência de seu gabinete, que o CPC fornece um tratamento inconclusivo quanto ao tema
astreintes. Em determinada norma, por exemplo, autoriza que o magistrado possa alterar ou mesmo excluir o
valor das multas, mas apenas para aquelas vincendas (art. 537, par. 1º), o que contraria entendimento
jurisprudencial. Por outro lado, em outro momento, deixa o tema um tanto vago (art. 806, par. 1º), nada
dispondo se a revisão do valor pode ser realizada em caráter retroativo. Indaga-se: Como decidir? O valor das
astreintes poderia ser reduzido ex tunc? E, para os casos de fixação desta multa, não seria melhor simplesmente
o magistrado fixar multa de incidência única, em valor mais substancial, para que a mesma realmente possa
funcionar como fator coercitivo?

Resposta: O tema é polemico. De um lado há quem defenda que o valor pode ser reduzido, mas a eficácia
desta decisão será ex-nunc, pois o valor acumulado já integra o patrimônio do credor. Por outro lado há
quem intenda que esta decisão tem caráter retroativo, pois o magistrado percebeu que este mecanismo
executivo estava sendo desvirtuado e transformado em fonte de enriquecimento indevido.

Objetiva ( A ).

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