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Questão 2) – De acordo com o art. 562 do CPC, estando devidamente instruída a petição
inicial o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção
ou reintegração de posse, do contrário, determinará que o autor justifique previamente o
alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada. Diante disso,
pergunta-se: poderá o magistrado indeferir a liminar de plano, mesmo que estejam
presentes os requisitos exigidos pelo art. 561 do CPC? Justifique sua resposta!
Questão 3) – João da Silva, morador de uma gleba de terras na cidade de Santa Maria-
DF há cinco anos, vem sofrendo turbação em sua posse, o que se dá a mais de ano e dia,
pela pessoa de Mário de Tal, tendo, em razão disso, ajuizado Ação de Manutenção de
posse em desfavor do referido senhor, perante o Juizado Especial da Circunscrição
Judiciária de Santa Maria, todavia, o douto juiz indeferiu a petição inicial nos termos do
art. 485, inciso VI do CPC, sob a argumentação de incompatibilidade do rito adotado,
posto que, segundo o magistrado, o art. 558 do CPC estabelece que o rito a ser adotado
nas ações possessórias de força velha será obrigatoriamente o comum, em razão de
expressa disposição de Lei, aliado à incompatibilidade dos procedimentos especiais com
o rito sumaríssimo. Diante disso, diga: assiste razão ao magistrado?
R: Segundo o código Civil, no art. 558, estabelece que o rito especial somente será
adotado até um ano e um dia da turbação, ameaça e esbulho, passado o prazo de
ano e dia, será de rito comum. No entanto, como se trata de rito especial, aqui é
necessário observar a lei especial, que neste caso, prevalecerá sob o princípio da
especificidade, a lei n. 9.099, artigo 3º, estabelece que em processos de reintegração
de posse, cabe esta, desde que o valor da causa não ultrapasse o limite do juizado
especial (40 sal. Mínimos).
Lei 9.099 - Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação,
processo e julgamento das causas cíveis de menor complexidade, assim
consideradas:
I - as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo;
II - as enumeradas no art. 275, inciso II, do Código de Processo Civil;
III - a ação de despejo para uso próprio;
IV - as ações possessórias sobre bens imóveis de valor não excedente ao fixado
no inciso I deste artigo.
Questão 6) – O Art. 541 do CPC diz que se tratando de prestações periódicas, uma vez
consignada a primeira, pode o devedor continuar a consignar, no mesmo processo e sem
mais formalidades, as que se forem vencendo. Diante disso, pergunta-se: até quando o
autor poderá continuar a efetuar o depósito nos mesmos autos? Justifique sua resposta,
abordando, caso haja, a divergência acerca do tema!
R: Existem 4 correntes
A 1º corrente que é minoritária, defendida por Marcos Vinícius Rios, acredita que
deve ser aplicado de forma analógica o Art. 67, III da Lei 8245/91, sendo o limite
para os depósitos das parcelas vincendas a sentença.
Já a 2º corrente, majoritária, sustenta que enquanto não existir o transito em
julgado, e houver recurso deve-se analisar os fatos subsequentes conforme o Art.
933, CPC, e assim podendo ocorrer exame e as correções dos depósitos efetuados
após a publicação da decisão recorrida.
A 3º corrente, defendida Barbosa Moreira, assegura que as parcelas vincendas
podem ser depositadas enquanto pender julgamento de recurso com efeito
devolutivo amplo, porem sendo improprio o deposito em sede de recurso
excepcionais por possuírem efeito devolutivo restrito a matéria de objeto de
prequestionamento. (Súmula 211-STJ E 356-SFT)
A 4º e última corrente, defende que conforme o Art.505,I CPC, as relações jurídicas
de trato continuado e que se sobrevier a alteração do estado de fato ou de direito,
poderá a parte requerer a revisão do que foi estatuído na sentença, mesmo após o
seu transito em julgado, por se tratar de coisa julgada .
Questão 7) – O art. 544 do CPC elenca quais são as matérias que podem ser alegadas
pelo réu em sede de contestação, todavia, a doutrina diz que as matérias ali constantes
são meramente exemplificativas, cabendo, ao réu, valer-se das demais modalidades de
respostas, caso se faça necessário. Diante disso, pergunta-se: a reconvenção é compatível
com as respostas a serem apresentadas pelo réu nas ações de consignação em
pagamento? Justifique sua resposta!
Questão 8) – É sabido por todos que os bens públicos não estão sujeitos à usucapião.
Com base nisso, pergunta-se: existe posse em bem público por particular não
autorizado? Justifique sua resposta!
Questão 10) – João da Silva, morador de uma gleba de terras públicas situada em
Sobradinho, há cinco anos, juntamente com sua família, fora, em julho de 2018,
notificado pela Terracap para desocupar o referido bem, uma vez que não dispunha de
autorização para tal ocupação. Diante disso, João buscou o Poder Judiciário, em
setembro de 2019, através de uma ação de Manutenção de posse com pedido de liminar,
perante o douto juiz da Vara Cível de Sobradinho, o qual deferiu a medida inaudita
altera pars, alegando que o referido senhor estava dando cumprimento à função social
do imóvel o que não era feito pela Terracap, e, por conseguinte, determinou à mesma
que se abstivesse de praticar qualquer ato contra a posse de João, sob pena de multa
diária de R$ 1.000,00. Pergunta-se: a decisão do douto juiz está em consonância com o
entendimento jurisprudencial de nossos Tribunais? Em sua resposta aponte, caso haja,
fundamentadamente, as possíveis falhas cometidas pelo douto juiz, indicando, também,
qual deveria ser a atitude a ser tomada pelo mesmo!
Não!
Primeiramente analisa-se aqui uma incompetência absoluta do juízo da vara cível,
uma vez que envolvendo a TerraCap, seria o juizado da fazenda pública, que no
DF, seria o da Vara do Meio ambiente.
A presente decisão viola a jurisprudência, tanto do Superior Tribunal de Justiça
quanto do Supremo Tribunal Federal, é firme em não ser possível a posse de bem
público, constituindo a sua ocupação mera detenção de natureza precária, e em
consequência não há o que citar no campo referente a tal manutenção.
E outro ponto, em que viola, seria sobre o reconhecimento da ação como força
nova, ainda se faz incorreta a aplicabilidade do alcance do procedimento especial,
uma vez que percorrido um ano e um dia da ameaça, seria esta de força velha, não
se valendo da possibilidade de pedido de liminar.
Se tratando de uma notificação, assim, ameaça, a ação correta, seria de interdito
proibitório.
Em detrimento da alegação do não cumprimento da função social da propriedade
pelo órgão público, embora haja divergências doutrinárias, por maioria, a
administração a deve cumprir, no entanto, em contrário, não cabe apropriação,
mas ação civil para impor ao Poder Público a obediência ao ditame constitucional,
assim o direito do cidadão de ter os bens públicos e particulares que o cercam
cumprindo a sua função social é um direito fundamental de 3ª. Geração, vinculados
ao princípio da solidariedade
Questão 11) – Designada audiência de justificação prévia, para qual se intimara o réu,
esse se apresentou acompanhado de três testemunhas. Diante disso, pergunta-se: poderá
o juiz ouvi-las? Justifique sua resposta, abordando, caso haja, a divergência existente
sobre o tema!
Nos termos de Marcos Vinícius Rios, O juiz não pode realizar a justificação antes
que o réu tenha sido citado. No entanto, como a finalidade dessa audiência é
permitir ao autor produzir provas bastantes para obter a liminar, existem duas
correntes quanto a oitiva, na minoritária, alega que sim, com base no princípio da
verdade real, caso não se sinta suficientemente esclarecido e queira ter maiores
elementos para apreciar a liminar. Isso não ofende o princípio do contraditório,
que é diferido. Na majoritária, resguardam a maior finalidade da audiência, seja
esta apenas liminar, não sendo possível a oitiva, razão que no tempo correto do
processo, terá suas testemunhas ouvidas, pois mais tarde, o réu terá toda a
oportunidade de apresentar as suas alegações.
Questão 12) – Numa Ação possessória de força nova o douto juiz não se convenceu da
veracidade dos fatos alegados pelo autor, motivo pelo qual designou audiência de
justificação prévia, para qual determinou a citação e intimação do réu, todavia, no dia
determinado, o réu, que havia sido citado e intimado por hora certa, não compareceu,
nem constituiu advogado, motivo pelo qual, pergunta-se: o douto juiz deverá nomear
curador especial para defender seus interesses? Justifique sua resposta!
R: Uma vez que liberado o devedor, findar-se-á a primeira fase do processo, como
ainda não há quem é o titular real do crédito, e por consequência não há em quem
aplicar o ônus da sucumbência. Para findar esta ação em favor do autor, o juiz
determinará a dedução do ônus de sucumbência do montante inicialmente
depositado pelo autor, e ao final do processo condenará os perdedores, sejam estes
os que antes se diziam titular do crédito, mas não são, a complementar o montante
inicial e pagar a sucumbência em relação ao credor vencedor da segunda fase.
Questão 15) – Numa ação de consignação em pagamento de alugueres o réu alega que o
valor depositado pelo Autor é inferior ao valor devido, informando a quantia correta,
motivo pelo qual fora o Autor intimado para complementação dos referidos valores.
Diante disso, pergunta-se: qual o prazo que o autor possui para efetuar referida
complementação? A mesma exige algum acréscimo? Quem arcará com o ônus da
sucumbência, caso o autor resolva efetuar referida complementação? Justifique sua
resposta.
Questão 16) – João da Silva, morador de uma gleba de terras públicas na cidade de
Santa Maria-DF, há cinco anos, vem sofrendo turbação em sua posse, o que se dá a
menos de ano e dia, pela pessoa de Mário de Tal, motivo pelo qual ajuizou Ação de
Manutenção de posse, com pedido de liminar, em desfavor do referido senhor, perante a
Vara Cível da Circunscrição Judiciária de Santa Maria, tendo, o douto juiz, indeferido a
petição inicial nos termos do art. 330 c/c 485, inciso VI, ambos do CPC, sob o
fundamento de que o autor era carecedor do direito de ação, uma vez que não há posse
em bem público, mas mera detenção, conforme verbete da súmula 619 do STJ, fato este
aliado a ilegitimidade do autor (uma vez que mero detentor e não possuidor) e da
inadequação da via eleita (já que ajuizara ação possessória para defender mera
detenção). Diante disso, pergunta-se: assiste razão ao magistrado? Justifique sua
reposta!
Questão 17) - João da Silva firmou contrato de locação de um imóvel situado na cidade
de Santa Maria-DF, com a empresa Caloteiros de tal, sendo que, referida empresa, está
situada em Valparaíso de Goiás-GO, enquanto João possui domicílio necessário na
cidade de Brasília-DF, onde efetua o pagamento das parcelas do referido contrato, o
qual possui cláusula de eleição de foro na cidade do Gama-DF. Tendo em vista a
necessidade de se ingressar com Ação de consignação em pagamento dos referidos
alugueres, indaga-se: qual o juízo competente para conhecer do referido pleito, sabendo-
se que a obrigação é quesível? Justifique sua resposta!
R: o artigo 58, II, da lei 8245 determina que sendo a obrigação quesível a Ação de
consignação em pagamento deve ser ajuizada no lugar do for elegido (art. 58, II, da
Lei 8.245/91), logo o juízo competente será o juizado da cidade do Gama-DF.