AO JUÍZO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE NOVO HAMBURGO
Procedimento de Autos n. XXXXXXXXXXXXX
CASTELO BRANCO, já qualificado nos autos da ação em epígrafe,
proposta contra MAURÍCIO CARDOSO, vem, respeitosamente, através de seu procurador devidamente constituído, interpor em face da sentença de evento ID. XXXXXX, os presentes EMBARGOS DE DECLAÇÃO, sob o fundamento de omissão, forme disposto no art. 1.022, II do CPC e razões em anexo.
Requer que seja a parte Embargada intimada para apresentação de
contrarrazões, no prazo legal, e que, após, sejam conhecido e provido o presente Recurso.
Nesses termos, pede-se deferimento.
Novo Hamburgo, xxx de xxx de xxxx ADVOGADO(A) OAB/Y XXXXXXXXX I- RAZÕES RECURSAIS I.1 – DOS PRESSUPOSTOS RECURSAIS- TEMPESTIVIDADE E PREPARO O presente recurso é tempestivo, uma vez que a sentença embargada foi disponibilizada na Plataforma do PJe no dia XX de XXXXX de XXXX, tendo o presente recurso sido interposto no dia XX de XXXX de XXXXX, logo, dentro do prazo de 05 dias prescrito na lei processual. Vale ainda lembrar que os Embargos de Declaração não demandam o pagamento de custas processuais para sua interposição, razão pela qual a Embargante deixa de juntar o comprovante do respectivo preparo.
II- DO MÉRITO RECURSAL E SEU CABIMENTO EM RAZÃO DA OMISSÃO
PRESENTE NA SENTENÇA IMPUGNADA
Na forma do art. 1.022, II do CPC, é embargá vel o provimento jurisdicional
que apresenta a figura da omissão, entendendo-se esta como a falta de manifestaçã o expressa sobre algum fundamento de fato ou de direito.
Compulsando os autos, constata-se que a bem fundamentada sentença
retro, proveniente desse Juízo, julgou procedente o pedido formulado na inicial no sentido de condenar o réu, Maurício Cardoso, ao pagamento do valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) a título de indenizaçã o por danos morais. Contudo, verificou-se na sentença ora mencionada, a omissã o do julgador relativamente à fixaçã o de honorá rios advocatícios sucumbenciais, tendo em vista que deixou de condenar à parte vencida ao pagamento dos mesmos.
Nessa senda, dentre os requerimentos contidos na exordial, se
encontra de forma expressa fosse o réu, conjuntamente condenado em relaçã o à verba sucumbencial.
A percepçã o dos honorá rios advocatícios é um direito assegurado a
todo advogado pelo exercício de suas atividades profissionais. O Estatuto da Ordem dos advogados do Brasil prevê expressamente este direito em seu artigo 22, que tem natureza alimentar, e sem o qual o advogado nã o pode manter seu escritó rio em funcionamento e prover o seu sustento e de sua família. Outrossim, mesmo que diante da inércia de postulaçã o acerca da fixaçã o de honorá rios sucumbenciais em petiçã o inicial, tal condenaçã o decorre de lei, conforme preceituam os artigos. 81 e 85, caput, do Có digo de Processo Civil. Art. 81. De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé a pagar multa, que deverá ser superior a um por cento e inferior a dez por cento do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou. Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor. § 1º São devidos honorários advocatícios na reconvenção, no cumprimento de sentença, provisório ou definitivo, na execução, resistida ou não, e nos recursos interpostos, cumulativamente. § 2º Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, atendidos: I - o grau de zelo do profissional; II - o lugar de prestação do serviço; III - a natureza e a importância da causa; IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
Ademais, nesse sentido, cite-se decisão exemplar:
“EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OCORRÊNCIADE OMISSÃO QUANTO AOS ENCARGOS SUCUMBENCIAIS. VÍCIO SANADO. Tendo sido provido o apelo, impunha-se fixar a responsabilidade sucumbencial à parte vencida, com fixação de honorários em favor dos patronos da parte vencedora, ora embargante. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ACOLHIDOS. (Embargos de Declaração Nº 70069070704, Décima Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Guinther Spode, Julgado em 18/07/2016)”.
Portanto, é mister concluir que a sentença proferida pelo presente
Juízo a quo revela-se omissa, ao deixar de fixar os devidos honorários sucumbenciais à parte ré e a sua consequente condenação ao pagamento, conforme os termos aduzidos e os ditames dos diplomas legais elencados. Logo faz-se necessário a fixação da sucumbência à Maurício Cardoso conforme os termos aduzidos e os ditames dos diplomas legais expostos
III- DO PEDIDO RECURSAL
Ante o exposto, requer sejam conhecidos e provido os presentes Embargos de Declaração, no sentido de que seja sanada tal omissão, ensejando em uma sentença integrativa, a fim de que sejam fixados os devidos honorários advocatícios sucumbenciais e que seja a parte ré Maurício Cardoso, condenada ao pagamento dos mesmos.
Nesses termos, pede e espera deferimento.
Novo Hamburgo, xxx de xxx de xxxx ADVOGADO(A) OAB/Y XXXXXXXXX