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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZ DE DIREITO DA VARA 3 º

VARA CÍVEL DA COMARCA DE TUPÃ (SP).

Processo Digital nº:1002605-96.2021.8.26.0637

MARCO AURÉLIO GARCIA FECCHIO, já devidamente qualificado


nos autos de AÇÃO DE REPARAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E
MORAIS que move em face de DANIEL INACIO DA SILVA também
devidamente qualificado, vem à presença de Vossa Excelência por seus
procuradores, vem com o respeito e supero acatamento a presença de V.
Exa., com base no artigo 1022, inciso II, e seguintes do Código de
Processo Civil, opor:

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

Para assim, suprir a omissão de ponto sobre o qual deveria se


pronunciar na r. sentença proferida na presente ação, tudo consoante as
linhas abaixo, pelas razões de fatos a seguir expostos:

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DA TEMPESTIVIDADE

A venerada decisão ora embargada foi publicada hoje, em


17/09/2021, findando o prazo de 05 (cinco) dias úteis previsto em lei, na
data de 24/09/2.021 (Art. 1023, CPC). Sendo assim, os presentes
embargos encontram-se tempestivos, uma vez que foi protocolado antes
desta data.

DOS FATOS

Como é cediço em Direito, para alcançar o fim a que se destina, é


necessário que a tutela jurisdicional seja prestada de forma clara e
completa, sem obscuridade, omissão ou contradição.

Embora Vossa Excelência tenha acertadamente julgado


parcialmente procedente a presente demanda, condenando o réu ao
pagamento de R$ 7.000,00 (sete mil reais) a título de devolução, corrigidos
monetariamente pela tabela prática do TJSP e acrescida de juros de 1%
(um por cento) ao mês, a contar dos recebimentos .e ainda a pagar ao
autor o valor de R$ 3.000,00 (três mil reais) a título de danos morais,
igualmente corrigido, deixou de se manifestar sobre um pedido articulado
sistematicamente pelo Autor ao longo dos Autos (fls.74-75, 94-108, 123-
126, etc.).

Sendo assim, entende o embargante, permissa vênia, que deixou a


decisão proferida de se manifestar, expressamente, sobre o pedido de
inclusão da companheira varoa nos Autos. Dessa forma, requer o

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recebimento dos presentes embargos de declaração, a fim de que seja
sanada a presente omissão.

RAZÕES RECURSAIS

Segundo o artigo 1.022, II, primeiro, do Código de Processo Civil,


cabem embargos de declaração contra decisão judicial para o fim de suprir
omissão de ponto ou questão sobre a qual devia se pronunciar o juiz de
ofício ou a requerimento.

De acordo com o doutrinador Luiz Artur de Paiva Corrêa, a omissão


acontece quando o julgado não se pronuncia sobre ponto ou questão
suscitada pelas partes, ou que o juiz ou juízes deveriam pronunciar-se de
ofício. Por esse raciocínio, todos os tópicos da lide, ou seja, os aspectos
da questão que a parte levantou na petição inicial, devem ser
obrigatoriamente enfrentados e decididos pelo julgador, tenham ou não
sido eles impugnados, seja porque a parte assim o requereu ou porque se
trata de matéria de ordem pública que exigia o pronunciamento ex
officio  do órgão jurisprudencial.

A decisão será, então, omissa quando alguma proposição faltante


tiver nela inserida, e, portanto, tiver que ser reaberto o julgamento, a fim
que seja preenchida a lacuna nela existente. Segundo o jurista Freddy
Didier Jr considera-se omissa a decisão;

Os embargos de declaração têm por finalidade a eliminação de


obscuridade, omissão, dúvida ou contradição, (RSTJ 59/170).

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Conclui-se que a respeitável sentença prolatada apresenta-se
omissa tendo em vista o pedido de inclusão da consorte varoa.

Conforme dito anteriormente, permissa vênia, é de rigor a inserção


da Executada no polo passivo da Ação pelos seguintes motivos de fato e
de direito:

1. ainda estamos na fase de conhecimento;

2. ela foi devidamente CITADA (fls. 73) e, portanto, sabe da lide;

3. é incontroverso nos Autos que a parte é convivente do Requerido,


seja pelos processos criminais de Maria da Penha aonde ele figura como
Autor e ela como vítima que estão carreados aos Autos, das folhas 72 até
as folhas 74, documentos judiciais mais do que hábeis a comprovar a
convivência. Além disso também foi ela quem assinou o AR no mesmo
endereço do Requerido.

4. se eles são conviventes e tem filhos em comum, é notório que o


dinheiro subtraído pelo Requerido foi REVERTIDO EM PROVEITO DO
CASAL. Permissa vênia Excelência, mas é óbvio: não é crível que o
malandro pegou R$ 7.000 mil reais limpinho em dinheiro e em dias
variados e gastou tudo com ele sem ajudar em casa com nada .
Correto?

5. A letra da lei (Artigos art. 1725, 1658 e 1660, I, II, III e IV todos do
Código Civil) dispõe, e de forma taxativa que o companheiro/a
companheira possui responsabilidade solidária pelas dívidas adquiridas
pelo outro durante a Comunhão (independentemente se estava lá na hora

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ou não e independentemente também da natureza da Ação ); Note Vossa
Excelência que tais dispositivos legais NÃO SÃO EXEMPLIFICATIVOS,
mas SIM TAXATIVOS!

O rol taxativo, também chamado de rol exaustivo, estabelece uma


lista determinada, não dando margem a outras interpretações . Vale
somente o que está ali inserido.

6. a convivente e responsabilidade solidária ADRIELE está


devidamente qualificada nos Autos e de forma completa, qualificação esta
extraída dos documentos mencionados que aqui constam.

Assim sendo, requer seja sanado a omissão da respeitável


sentença.

DOS PEDIDOS

Por fim, requer-se a Vossa Excelência PROVIMENTO ao presente


recurso, sanando a OMISSÃO da respeitável analisando o pedido
pleiteado na exordial de inclusão da convivente ADRIELE DA SILVA, RG
n.º 44.807.545 SSP/SP e CPF nº 397.660.618- 90, residente e domiciliada
à Rua Odeon Mendes Batista nº 13, Centro, Queiroz/SP, CEP: 17590-000,
telefone (14) 99894-7628, por ser medida de JUSTIÇA, em atendimento
aos dispositivos legais taxativos que dão supedâneo ao pedido e em
atendimento aos princípios de cooperação do processo e o da efetividade
de que versa o Art. 6º do CPC.

Termos em que respeitosamente

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Pede deferimento.

Tupã (SP) 17 de setembro de 2.021.

Marco Aurélio Garcia Fecchio

OAB nº 368266

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